As cinematografias periféricas e a Mostra de São Paulo

June 14, 2017 | Autor: Ivonete Pinto | Categoria: Cinema, World Cinema, Peripheral Cinema
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$VFLQHPDWRJUD´DV periféricas e a Mostra GH6mR3DXOR Ivonete Pinto1 Docente nos cursos de Cinema da UFPel e coeditora da revista Teorema

Resumo: (VWH WH[WR SURFXUD FRQFHLWXDU RV FKDPDGRV FLQHPDV SHULIpULFRV WUD]HQGR UHµH[}HV HP WRUQR GH QRPHQFODWXUDV SUy[LPDV HP VLJQL´FDGR FRPR world cinema. Tendo como norte a interdisciplinaridade, numa abordagem dos estudos culturais, moYLPHQWDVHQRVHQWLGRGHFRQWULEXLUSDUDXPDH[HJHVHDSDUWLUGHDOJXQV´OPHVH[LELdos na 39ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Palavras-chaveFLQHPDWRJUD´DVSHULIpULFDVworld cinema, Hollywood, Mostra de São Paulo Abstract:7KLVDUWLFOHVHDUFKVWR´QGFRQFHSWVWRWKHFDOOHGSHULSKHUDOFLQHPDVEULQJLQJ UHµHFWLRQV DURXQG WHUPV VLPLODU LQ PHDQLQJ OLNH ZRUOG FLQHPD 7KH LQWHUGLVFLSOLQDULW\ is the north, adressing cultural studies, trying to contribute for an exegesis from some movies shown in 39ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Keywords: peripheral cinematography, world cinema, Hollywood, Mostra de São Paulo

A produção não hollywoodiana pode ser nomeada de diversas formas, entre elas: cinemas periféricos, world cinema, cinema multinacional, cinemas nacionais, global, terceiro cinema, cinema marginal. Na teoria do cinema, por meio de relações oblíquas podem-se aglutinar todas essas nomenclaturas em um único sentido. Polifônico, por certo, mas que ao menos nos permite organizar um SRXFRRSHQVDPHQWRHPWRUQRGH´OPHVFRPGHWHUPLQDGDVFDUDFterísticas de produção e de estética. $0RVWUD,QWHUQDFLRQDOGH&LQHPDGH6mR3DXORTXHHPSURPRveu sua 39ª edição, tem vocação desde sua origem a trazer cinemaWRJUD´DVGHGLYHUVRVSDtVHVDSUHVHQWDQGRDRS~EOLFREUDVLOHLURRTXH

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El abrazo de la serpiente &LUR*XHUUD )RQWHFDSWXUDGHWHOD'9'





está sendo produzido em todos continentes. Sem maior preocupação em sinalizar títulos para o mercado, mas ao contrário, com o propóVLWRGHD´UPDUTXHIRUDGRPHUFDGRRFLQHPDWDPEpPSHQVD1HVWH artigo, nos propomos trazer alguns autores que trabalham conceitos

YLVWD(PWRUQRGDSDODYUDªPDUJLQDO«QmRKDYLDFRQVHQVR&RPR REVHUYRX-HDQ&ODXGH%HUQDUGHW 38332+$''$' HQWUH as denominações udigrudi, cinema de invenção e cinema marginal, este último preponderou, até em função de um marco fundador

HP WRUQR GDV FLQHPDWRJUD´DV SHULIpULFDV FRPR WDPEpP LGHQWL´car produções que dialogam com estes conceitos a partir de alguns H[HPSORVH[LELGRVQD0RVWUDHPPHLRDRVSDtVHVUHSUHVHQWDGRV

UHSUHVHQWDGRSHOR´OPHGH2]XDOGR&DQGHLDVA margem   Entretanto, nomes como Luiz Rosemberg Filho são totalmente refratários à aplicação do termo. 2

Grosso modo, trata-se de um tema que não é novo. Desde que o FLQHPDQRUWHDPHULFDQRDWUDYpVGRWULSpSURGXomRGLVWULEXLomRH[L-

Isto posto, também cabe deduzir que se o que está à margem é marginal, o que é marginal não deveria representar um cinema

bição, se impôs como hegemônico em boa parte do mundo, ocupando o espaço que era da França, tudo o que vive fora dele, por óbvio, é periférico. Mas se desde a I Guerra Mundial esta ocupação, notadamente de Hollywood, é uma realidade, há inúmeras implicações político-culturais, onde os cinemas nacionais são debatidos. Vale

FRPRRDUJHQWLQRRXRWDLODQGrVRXTXDOTXHURXWUDFLQHPDWRJUD´DTXHWHQKDXPDSURGXomRDUWLVWLFDPHQWHUHOHYDQWHHVLVWHPiWLca. Poderia, talvez, retratar parte de uma produção interna, como ID]HP RV DUJHQWLQRV TXDQGR GHIHQGHP TXH H[LVWH Oi XP FLQHPD marginal. É o caso de Cines al margen – Nuevos modos de repre-

OHPEUDU R VHPLQDO WH[WR Os Cinemas Nacionais Contra Hollywood +(11(%(//( HPTXHRDXWRUIDODYDGHXPDQRYDYDQJXDUGD do cinema, resultante de uma ofensiva internacional contra o modelo KROO\ZRRGLDQR /DQoDGR HP  QD )UDQoD WUrV DQRV GHSRLV WHYH WUDGXomRSDUDRSRUWXJXrVHVLJQL´FRXDSULPHLUDYH]QR%UDVLOTXH

sentación en el cine argentino contemporâneo (MOORE; WOLKO:,&= 1HOHRVDXWRUHVWUDoDPXPSHU´OGDVGLIHUHQWHVWHQGrQFLDVGDTXHOHFLQHPD)DODPGH´OPHVFXMRVURWHLURVHPQDGD se parecem com um O segredo de teus olhos (El Secreto de Sus 2MRV-XDQ-RVp&DPSDQHOOD TXHRVOHYRXDR2VFDU$H[-

cinemas como o da África foram apresentados em análise profunda.

pressão Novo Cinema Argentino já não dá conta do que ocorre SRUOi$OpPGDSURGXomRLQGHSHQGHQWHGHEDL[RRUoDPHQWRHGD UHFRUUrQFLDDWHPiWLFDVVRFLDLVDSHVTXLVDGRUD3DXOLQD%HWWHQGRUff destaca como característica, a vontade de ser contemporâneo e a busca de um novo realismo. Nos oito ensaios, há espaços para

Não se trata de uma abstração: a necessidade de espaços de reVLVWrQFLDWDQWRHPWHUPRVGHSURGXomRGH´OPHVFRPRGHUHµH[mR ´UPDVH FRPR QHFHVVLGDGH GH H[LVWrQFLD 6HP XPD PtQLPD H RUJDQL]DGD SURGXomR GH ´OPHV D PHPyULD R LPDJLQiULR H D identidade das nações se enfraquecem. Sem que conheçamos a SURGXomRJOREDOQRVVDFXOWXUDFLQHPDWRJUi´FDQmRSDVVDGHXP DUUHPHGRGHFLQH´OLDDOLPLWDUQRVVDFRPSUHHQVmRGHPXQGR

TERMINOLOGIAS Em termos teóricos e metodológicos, cabe de saída questionarPRV D H[SUHVVmR PDUJLQDO TXDQGR DSOLFDGD SDUD R TXH GHVGH DTXL YDPRV FKDPDU GH FLQHPDWRJUD´D SHULIpULFD 3ULPHLUR SRUque no Brasil tivemos um movimento batizado de Cinema MargiQDO)LOPHVSURGX]LGRVHQWUHRVDQRVHGRVpFXORSDVVDGR que reuniram um grupo de cineastas insatisfeitos com os discursos revolucionários, com as crenças ideológicas do grupo cinemano-



YLGHRDUWLVWDVGRFXPHQWDULVWDVHWQRJUi´FRVHDWp/LVDQGUR$ORQVR em começo de carreira. E todos, ao que parece pelo título do livro, se sentiram confortáveis dentro da etiqueta de cinema marginal. A categoria nomeada world cinema é umas das que mais frequenWDRVHVWXGRVDFDGrPLFRVHDVFUtWLFDVFLQHPDWRJUi´FDVGHPDLRU I{OHJR (OD LPSOLFD HP RXWUD GHQRPLQDomR TXH p D GH ªFLQHPDV QDFLRQDLV«HHVWDSRUVXDYH]UHTXHUTXHSHQVHPRVVREUHTXHP VmRRVGRQRVGRV´OPHV

©$FKRHVFURWR©GLVSDUDHOHTXHGH´QHDFRUUHQWHGDpSRFDFRPRXPD ªUHYROXomRHVWpWLFDQHFHVViULDTXHURPSHVVHFRPDOLQJXDJHPWUDGLFLRQDOGH +ROO\ZRRG«©eXPQRPHPDOLFLRVRSDUDGHQHJULUDLPDJHPGHTXHPOXWRXSRU XPFLQHPDQmRR´FLDO /XL]526(0%(5*),/+2HPHQWUHYLVWDSDUD)DELDQR RISTOW, O GloboHGLomRRQOLQH'LVSRQtYHOHPKWWSJRRJO+OHG 



&KDGRXUL  DSXG /869$5*+,   DSRQWD D GpFDGD GH  FRPR FHQiULR GR UHµRUHVFLPHQWR GD SURGXomR IRUD GR HL[R hollywoodiano, a partir da Europa, Oriente Médio e parte da Ásia (este cinema mundial veio a abarcar a América Latina mais tarde). Lusvarghi, ao tratar das coproduções, em que o processo de distribuição e produção se internacionaliza, pergunta como, neste FRQWH[WRGH´QLURTXHpQDFLRQDO" 3RGHUtDPRVSUREOHPDWL]DUDLQGDPDLVDTXHVWmR,GHQWL´FDUTXDOR SDtVSURGXWRUGHXP´OPHFRPGLUHWRUGHSDtV;ORFDo}HVGHSDtV
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