As contribuições de Taylor, Ford e Fayol para a evolução da APO

May 19, 2017 | Autor: D. Borges de Amorim | Categoria: Business Administration
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A Revolução Industrial, as descobertas e as contribuições de Taylor, Ford e Fayol para a evolução da APO DIEGO FELIPE BORGES DE AMORIM Servidor Público (FGTAS), Bacharel em Administração (FAE), Especialista em Gestão de Negócios (ULBRA) e pós graduando em Consultoria e Planejamento Empresarial (UCAM) [email protected] Artigo publicado em 08 de outubro de 2015 http://www.administradores.com.br/artigos/ http://www.administradores.com.br/artigos/academico/

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evolução da administração moderna começou nas últimas décadas do século XIX, depois que a Revolução Industrial alastrou-se se pela Europa e América. No novo clima econômico, gerentes de todos os tipos de organizações – políticas, educacionais e econômicas – estavam tentando, cada vez mais, encontrar meios melhores de satisfazer às necessidades dos clientes. Muitas mudanças econômicas, técnicas e culturais importantes estavam acontecendo nessa época. A introdução da energia a vapor e o desenvolvimento de maquinário inário e equipamentos complexos mudou a maneira como os bens eram produzidos, particularmente nas indústrias de fiação e tecelagem. Pequenas oficinas dirigidas por trabalhadores qualificados que produziam produtos fabricados à mão (um sistema chamado produção artesanal)) estavam sendo substituídas por grandes fábricas em que máquinas complexas controladas por centenas e até milhares de trabalhadores não qualificados ou semiqualificados fabricavam os produtos. Por exemplo, o algodão cru e a lã, que no passado eram fiados na roca por famílias ou por vilas inteiras que trabalhavam juntas, agora eram enviados para as fábricas, onde os trabalhadores operavam máquinas que fiavam e teciam grandes quantidades de fio e tecido.

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Os proprietários e gerentes das novas fábricas ricas estavam despreparados para os desafios que acompanhavam a mudança da produção artesanal em pequena escala para a produção mecanizada em grande escala. Além disso, muitos gerentes e supervisores nessas oficinas e fábricas eram engenheiros que tinham apenas penas uma orientação técnica. Eles estavam despreparados para os problemas sociais que ocorriam quando as pessoas trabalhavam juntas em grandes grupos em uma fábrica ou sistema de oficina. Os gerentes começaram a buscar novas técnicas de gerenciar os recursos sos de suas organizações, e logo começaram a concentrar-se concentrar nas maneiras de aumentar a eficiência da combinação tarefa trabalhador. Na busca para entender do porquê as fábricas com suas máquinas eram mais produtivas que as operações de produção mais antigas (sistema artesanal), alguns teóricos da administração buscaram identificar as vantagens desse novo sistema de produção. Adam Smith, economista famoso, viajou pela Inglaterra do século XVIII estudando os efeitos da revolução industrial. Em um estudo de fábricas ricas que produziam vários alfinetes ou pregos, Smith identificou dois métodos diferentes de manufatura. O primeiro era semelhante à produção em estilo artesanal, sendo cada trabalhador responsável por todas as 18 tarefas envolvidas na produção de um 1

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alfinete. ete. No outro, cada trabalhador desempenhava apenas uma ou algumas das 18 tarefas que faziam parte da fabricação de um alfinete. Em uma comparação do desempenho relativo dessas diferentes maneiras de organizar a produção, Smith descobriu que o desempenho das fábricas em que os trabalhadores se especializavam em uma ou algumas tarefas era muito maior que o desempenho das fábricas onde cada trabalhador desempenhava todas as 18 tarefas para fabricar um alfinete. De fato, Smith descobriu que 10 trabalhadores especializados specializados em uma determinada tarefa podiam fabricar 48000 alfinetes por dia, enquanto aqueles que desempenhavam todas as tarefas podiam fabricar apenas alguns milhares, quando muito. Smith raciocinou que essa diferença no desempenho devia-se devia ao fato de que os trabalhadores que se especializavam tornavam-se se muitos mais hábeis em suas tarefas específicas e, assim, como grupo, eram capazes de produzir um produto com mais rapidez que o grupo de trabalhadores que desempenhava, cada um, várias tarefas. Smith concluiu que aumentar o nível de especialização do cargo – o processo pelo qual a divisão do trabalho ocorre na medida em que diferentes trabalhadores especializam-se se em tarefas específicas com o tempo – aumenta a eficiência e leva a um desempenho organizacional cional mais alto. A partir das ideias de Smith, Taylor (em meados do século XX) fundamentou seus estudos que originaram a administração científica. Taylor acreditava que se a quantidade de tempo e o esforço que cada trabalhador gastava para produzir uma unidade idade de produção (um bem ou serviço acabado) pudesse ser reduzida com o aumento da especialização e da divisão do trabalho, o processo de produção tornar-se-ia tornar mais eficiente. De acordo com Taylor, a maneira de criar a divisão mais eficiente de CRARS 047932

trabalho poderia oderia ser determinada mais facilmente por técnicas científicas de administração, em vez do conhecimento intuitivo ou informal, prático. Com base em seus experimentos e observações como gerente de produção em diversos ambientes, ele desenvolveu quatro princípios prin para aumentar a eficiência no local de trabalho: estudar a maneira como os trabalhadores desempenham suas tarefas, reunir todo o conhecimento informal de trabalho que os trabalhadores possuem e experimentar maneiras de aprimorar o modo como as tarefas as são desempenhadas; codificar os novos métodos de desempenhar tarefas em regras escritas e procedimentos operacionais padrão; selecionar cuidadosamente os trabalhadores com habilidades e capacidades que correspondem às necessidades da tarefa e treiná-los para desempenharem a tarefa de acordo com as regras e procedimentos estabelecidos e; estabelecer um nível justo ou aceitável de desempenho para uma tarefa, e então desenvolver um sistema de pagamento que forneça uma recompensa pelo desempenho acima do nível nív aceitável. Ford e sua equipe de gerentes de produção (entre os anos de 1908 a 1914) desenvolveram a correia deslizante que mudaria para sempre as práticas de produção. Embora os aspectos técnicos da mudança para a produção de massa representassem um enorme rme sucesso financeiro para Ford e para os milhões de americanos que agora podiam ter carros, para os trabalhadores que realmente produziam os carros, muitos problemas humanos e sociais ocorreram. Com a simplificação do processo de trabalho, os trabalhadores es desenvolveram ódio pela monotonia da correia deslizante. A rotatividade era intensa, chegando a 400% ao ano naquele período. Para tentar contornar esses problemas, Ford chegou a estabelecer o que ele chamou de “Departamento Sociológico” para verificar como c seus funcionários viviam e como usavam seu tempo t 2

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fora do local de trabalho. Os inspetores desse departamento visitavam as casas dos funcionários e investigavam seus hábitos e problemas. Bêbados e endividados eram despedidos, pois não se encaixavam nos padrões da Ford. A teoria clássica da administração emerge a partir dos estudos de como criar uma estrutura organizacional que conduzisse à alta eficiência e efetividade. A estrutura organizacional é o sistema de relações de tarefa e autoridade que controla contro como os funcionários usam os recursos para atingir os objetivos da organização. Desenvolvida na Europa, a teoria foi fundamentada por Weber (Teoria da Burocracia) e Fayol, que identificou 14 princípios que ele acreditava serem essenciais para aumentar a eficiência do processo gerencial. São eles: divisão do trabalho; autoridade e responsabilidade; unidade de comando; linha de autoridade; centralização; unidade de direção; equidade; ordem; iniciativa; disciplina; remuneração de pessoal, estabilidade no em emprego; subordinação de interesses individuais ao interesse comum e; espírito de grupo. Embora esses princípios tenham sido desenvolvidos na virada do século XX, permanecem sendo a base sobre a qual grande parte da recente teoria da administração e pesquisa se apoia. REFERÊNCIAS: JONES, Gareth R.; GEORGE, Jennifer M. Administração contemporânea. contemporânea Tradução: Maria Lúcia G. L. Rosa. 4ª edição. São Paulo: McGraw-Hill, 2008.

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