As Estruturas Clinicas

May 28, 2017 | Autor: Raquel Conte | Categoria: Psicología, Psicologia E Psicanalise
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As Estruturas Clinicas RECAPITULANDO...

PROFESSORA RAQUEL CONTE CRP 07/05775

As estruturas clínicas são formas de organização defensiva do psiquismo para atuar no mundo frente à falta e à castração. São o modo singular encontrado pelo sujeito para lidar com esses fatos essenciais da vida humana.

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O Édipo é a experiência vivida por uma criança de cerca de quatro anos que, absorvida por um desejo sexual incontrolável, tem de aprender a limitar seu impulso e ajustá-lo aos limites de seu corpo imaturo, aos limites de sua consciência nascente, aos limites de seu medo e, finalmente, aos limites de uma Lei tácita que lhe ordena que pare de tomar seus pais por objetos sexuais.

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O Édipo, no entanto, é mais que uma crise sexual e uma fantasia que ela modela no inconsciente; é também um conceito, o mais crucial dos conceitos psicanalíticos.

- Conceitos aos quais ele se liga: - sexualidade, fantasia sexual, identidade sexual, neurose infantil, fábula simbólica, conceito soberano, drama representado em toda cena de tratamento. - Toma por base a identificação com o objeto de amor do sexo do sujeito e a catexia objetal ao objeto de amor pelo sexo oposto, porém derivado a outros objetos.

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A identificação com o pai ou com a mãe determinará o desfecho da situação edipiana e, conseqüentemente, a escolha do pai ou da mãe como objetos de catexias libidinais. O tipo de escolha de objeto do jovem sujeito depende da opção identificatória efetivada no declínio do Édipo. O Édipo constitui, pois, um momento decisivo no processo de subjetivação e sexuação.

 Por isso o sujeito pode identificar-se com o genitor do mesmo sexo e ao mesmo tempo toma-lo como objeto de amor. Ou a contrário, o que dará vários desfechos para viver a sua sexualidade e subjetividade. PROFESSORA RAQUEL CONTE CRP 07/05775

Lacan- Três tempos do Édipo Primeiro Momento:

A criança encontra-se em uma relação do tipo “fusional” com a mãe. O processo é identificativo e facilitado, pois os cuidados e as necessidades satisfeitas pela mãe induzem à situações em que a criança se faça objeto do que supostamente faltaria à mãe. Acabaria assim a querer constituir-se propriamente como o “falo materno”. Neste primeiro momento do jogo fálico o desejo da criança é escravo do desejo da mãe.

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Segundo Momento:

A mediação do pai possui um papel decisivo. A chegada se dá por um sentimento de privação. (O pai entraria em cena privando a mãe do objeto de seu desejo). É vivenciado pela criança como um penetra na festa, um intruso que representa também o elemento proibidor da satisfação dos impulsos, e causa frustração ao mostrar quem é o “possuidor da mãe”. Este é o tempo da aceitação da lei, criando significação nova para a criança, sendo apresentada ao “Complexo de Castração”, passando a simbolizar o pai.

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Lacan diferencia de maneira interessante três elementos referidos

neste segundo momento: Castração- Falta simbólica - Objeto é imaginário. Frustração- Falta Imaginária- Objeto é Real

Privação- Falta é Real- Objeto é Simbólico

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Terceiro Momento:

É o declínio do Complexo de Édipo. Termina a rivalidade fálica em torno da mãe. Representa um simbolização da lei. O pai não aparece mais como um falo rival, e não priva mais a mãe de possuir desejos. Quem desejar aprofundar-se na leitura de Lacan encontrará, com respeito ao complexo de Édipo abordado pelo Jogo Fálico, algumas questões importantes. Aos interessados vale pesquisar os termos que citamos no quadro a seguir:

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Primeiro Momento: “Identificações Perversas” “Falo Materno”

“Oscilação Dialética: Ser ou Não Ser o Falo” A instância paterna se introduz de uma forma velada

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Segundo Momento “O Nome do Pai” “Função Significante do Pai” “Dívida Simbólica” O pai se afirma em sua presença privadora de um modo mediado pela mãe, que é quem o instaura como aquele que lhe faz a lei.

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Terceiro Momento “Dialética do Ter” “Introdução do Processo da Metáfora Paterna” “Recalque Originário” O pai se revela como aquele que tem. É a saída do Édipo, onde se faz a identificação com o pai, no ideal do eu, que se inscreve no triângulo simbólico no polo em que está o filho. No polo materno começa a constituir-se o que será realidade, e no nível do pai o que será o supereu.

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O pai, como aquele que priva a mãe do objeto de seu desejo, o falo, desempenha um papel essencial no desenrolar do complexo de Édipo. No nível da privação, o pai priva alguém daquilo que só tem existência como símbolo.

Essa privação, o sujeito infantil a aceita ou não, aceita ou recusa. Lacan o chama de ponto nodal, que não coincide com o declínio do Édipo. É um momento anterior, no qual o pai entra em função como privador da mãe, perfilando-se por trás da relação da mãe com o objeto de seu desejo, como aquele que castra a mãe. Na medida em que a criança não ultrapassa este ponto nodal, não aceita a privação do falo efetuada na mãe pelo pai, ela mantém em pauta uma identificação com o objeto da mãe, objeto rival, quer se trate de fobia, neurose ou perversão. Lacan não fala aqui de psicose, mas de neurose e perversão, sendo a fobia a "placa giratória", como proposto no seminário IV.

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Nesse nível, a questão que se coloca é ser ou não ser o falo. O sujeito está na situação de escolher, mas a fase foi começada antes dele por seus pais. Entre este ser ou não ser o falo e o ter ou não ter do declínio do Édipo, está o complexo de castração. É dele que dependem dois fatos: que o menino se transforme em homem e a menina em mulher. Para ter ou não ter é preciso que haja um momento em que não se tem. Ou seja, a possibilidade de ser castrado é essencial na assunção de ter o falo. Este é um passo no qual tem que intervir eficazmente o pai.

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O pai é então constituído como símbolo, condicão para que alguém possa intervir realmente como revestido deste símbolo. É como personagem real, revestido desse símbolo, que ele passa a intervir na etapa seguinte. Estas etapas ou tempos não são forçosamente cronológicos, como observa Lacan, mas ocorrem numa determinada sucessão.

O essencial é que a mãe funde o pai como mediador daquilo que está para além da lei dela e de seu capricho, ou seja, da lei como tal. Trata-se do pai estreitamente ligado à enunciação da lei. É nisso que ele é ou não aceito pela criança como aquele que priva ou não a mãe do objeto de seu desejo.

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No terceiro tempo portanto, o pai intervém como real e potente. Esse tempo sucede à privação ou castração que incide sobre a mãe. É por intervir como aquele que tem o falo que o pai é internalizado no sujeito como Ideal do eu, e a partir daí o complexo de Édipo declina. A criança detém consigo todas as condições das quais pode se servir no futuro. A metáfora paterna leva à instituição de alguma coisa que é da ordem do significante, que fica guardada de reserva e cuja significação se desenvolverá mais tarde.

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Jacques-Alain Miller observa que os comentadores de Lacan adoraram o pai lacaniano, aquele que castra a mãe. No entanto, não se enfatizava que a castração da qual se trata, no segundo tempo do Édipo, é a privação na mãe, mais do que na criança. Já no terceiro tempo, temos o contrário do pai que priva, temos o pai que tem e que dá. É o tempo em que as relações do pai com a mãe voltam a passar para o plano do real. Para Miller, o pai que interessa a Lacan é o terceiro, o pai que tem, que dá e que promete para o futuro. É este tempo que é fecundo, enquanto o segundo tempo tem menos potencialidades que o primeiro, tempo rico porque permite o desenvolvimento da criança.

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Psicotico e a Forclusão No processo de constituição psíquica é necessário ao sujeito a representação de uma lei, a qual se dá sob o que é compreendido por Lacan enquanto metáfora paterna. A foraclusão se dá na dimensão simbólica, a qual é sustentada pela tríade: o Todo, o Um, a falta. O Todo diz respeito à primeira crença de que todos possuem o pênis vendo, assim, a mãe como onipotente. Já o Um é o Um da existência, do significante do Nome do Pai, no qual é possível à criança compreender tanto o fato de que há semelhantes a ele que não possuem o falo, quanto que ele está sob tal ameaça de castração por uma lei que é superior a ele, representada na instância paterna. A falta se dá, a partir daí, com a angústia de castração, e é representada pelo desejo incestuoso pela mãe.

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Assim, a foraclusão não incidirá sobre a tríade como um todo, mas se exercerá apenas sobre o significante do Nome do Pai – a que Lacan denomina de “foraclusão do Nome do Pai”. O Nome do Pai diz respeito à internalização, pela criança, da função paterna a qual se faz presente mesmo na ausência física da figura paterna, através da sua evocação tanto pelo discurso materno quanto pelo da criança. A ausência dessa evocação não permite que se estabeleça essa lei. Assim, o significante do Nome do Pai deve se fazer presente enquanto resposta a um apelo feito por um outro, externo ao sujeito. Quando não há resposta a esse apelo, quando não se faz necessário qualquer tipo de resposta a essa solicitação dirigida ao sujeito, quando ele não tem de demarcar um limite, é que se dá a foraclusão.

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Uma vez foracluído o Nome do Pai, não há angústia de castração já que o sujeito não se depara com a necessidade de escolha entre manter seu falo ou manter seu desejo pela mãe. Assim, diferentemente de como se espera que se dê a resolução do complexo de Édipo, com a foraclusão do Nome do Pai não há a diferenciação entre o eu e o outro, bem como não há a instauração de uma lei que se imponha na relação entre a criança e a mãe. Parte daí a constituição psicótica, em que há a ausência da inscrição deste “um significante” no simbólico para o sujeito psicótico.

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É nesse furo deixado no campo do significante, ou seja, no simbólico, que vai surgir a necessidade de remanejamentos de elementos dessa ordem. Da perda da realidade ocasionada por esta falta dá-se a construção de uma nova realidade que vem a substituí-la. Cria-se, aí, o problema principal produzido pela foraclusão. A realidade aí criada é incontestavelmente verdadeira e certa – não por ser ela mesma realidade em si, mas pelo fato de ela ser unicamente do sujeito psicótico, e ele, seu único agente. A rejeição de um significante fundamental, não integrando-o no inconsciente, faz com que este retorne sob forma de uma alucinação no real do sujeito. Há, também, um distúrbio na relação imaginária do sujeito psicótico com um outro sujeito, acarretando na indiferenciação e na constituição de uma relação simbiótica do eu psicótico com esse “outro”.

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Slides no link abaixo https://www.passeidireto.com/arquivo/1546138/estruturas-clinicas

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Perversão em Freud Desvios sexuais podem ser de dois tipos: - do objeto escolhido (zoofilia, pedofilia) - do objetivo sexual (regiões do corpo escolhidas, fetichismo, funções excretórias)

Tanto a fixação como a regressão fazem com as pulsões parciais contribuam para a instalação de perversão. Posteriormente Freud vai falar da perversão como uma recusa a aceitação da castração, do sexo e da realidade, sendo que não se quer reconhecer a diferença sexual e daí surge o fetiche.

Perverso não tem recalque, só se contém se tiver proibições ou punições externas.

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Perversão em Lacan - Criança não deseja acolher esse real, pois a partir dele teria que sair de sua condição fálica e imaginária de ser o único objeto de desejo da mãe. - Impossibilitado de assumir simbolicamente a falta , ele considera a diferença sexual porém a recusa. - O pai é visto como onipotente, que castrou a mãe, impondo a lei de que o desejo de um esta sempre submetido à lei do desejo do outro. - A interdição é feita pela mãe de forma ambivalente, porém , submetida ao desejo do pai (pai imaginário). - Há uma mãe interditora e ameaçadora e por outro lado, sedutora. Faz a criança desprezar a lei do pai.

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https://www.youtube.com/watch?v=wZjdKDcceao

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FREUD, S. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905). ESB. v. VII, Rio de Janeiro: Imago, 1969. _____. A organização genital infantil (1923). ESB. v. XIX, Rio de Janeiro: Imago, 1969. _____. Escritores criativos e devaneio (1908). ESB. v. IX, Rio de Janeiro: Imago, 1969. _____. A dissolução do complexo de Édipo (1924). ESB. v. XIX, Rio de Janeiro: Imago, 1969. _____. Fetichismo (1927). ESB. v. XXI, Rio de Janeiro: Imago, 1969. _____. Moisés e o monoteísmo (1939). ESB. v. XXIII, Rio de Janeiro: Imago, 1969. _____. Uma criança é espancada (1919). ESB. v. XVII, Rio de Janeiro: Imago, 1969. _____. Carta 52 (1905).ESB. v.I, Rio de Janeiro: Imago, 1969. LACAN, J. O seminário, livro 4: a relação de objeto (1956/57). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995. 456 p. _____. O seminário, livro 5: as formações do inconsciente (1957/58). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. 531 p.

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