As indústrias criativas no município de Parnamirim/RN: estudo de caso de uma agência publicitária

June 3, 2017 | Autor: C. Rn | Categoria: Economia Criativa
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XXI SEMINARIO DE PESQUISA DO CCSA​ Cidadania em tempos de intolerância 02 a 06 de maio de 2016

AS INDÚSTRIAS CRIATIVAS NO MUNICÍPIO DE PARNAMIRIM/RN: ESTUDO DE CASO DE UMA AGÊNCIA PUBLICITÁRIA Daniel Vitor de Souza e Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte [email protected]

Prof. Dr. Fernando Manuel Rocha da Cruz Universidade Federal do Rio Grande do Norte [email protected]

INTRODUÇÃO Para Miguez (2007), Economia Criativa trata-se do “conjunto distinto de atividades assentadas na criatividade, no talento ou na habilidade individual, cujos produtos incorporam propriedade intelectual”. No entendimento de Caiado (2011), Economia Criativa é “o ciclo que engloba a criação, produção e distribuição de produtos e serviços que usam a criatividade, o ativo intelectual e o conhecimento como principais recursos produtivos”. Por sua vez, Cruz (2014) propõe “que a economia criativa seja definida pelas atividades econômicas que têm objeto a cultura e a arte, ou que englobam elementos culturais ou artísticos de modo a alterar o valor do bem ou serviço prestado”. A criação da Secretaria da Economia Criativa (SEC) foi um passo importante no Brasil para iniciar o debate a nível nacional. Distinguiu as indústrias culturais das indústrias criativas, adicionando às políticas de promoção, os setores que não estavam ligados a atividades culturais, como a arquitetura e o design. Além disso, o termo “indústrias criativas” foi preterido pelo de “setores criativos” que tem por definição “todos aqueles cujas atividades produtivas têm como processo principal um ato criativo gerador de valor simbólico, elemento central da formação do preço, e que resulta em produção de riqueza cultural e econômica”. Apesar de não existir unanimidade na classificação das indústrias criativas, em termos internacionais, no Brasil, estas encontram-se agrupadas em quatro categorias: Patrimônio; Expressões culturais; Artes de espetáculo; Audiovisual/do livro, da leitura e da literatura; e Criações Culturais e Funcionais (BRASIL, 2012). Com o intuito de aprofundar os estudos a respeito dos setores criativos no município de Parnamirim/RN, em busca de compreender fatores tais como empreendedorismo, uso de novas tecnologias e o ciclo econômico, foi realizado o estudo de caso com a Stratos Comunicação, agência que encontra-se a dar os primeiros passos no setor da publicidade. Nesse sentido, optamos pela pesquisa qualitativa com entrevista semiestruturada para compreender melhor a realidade das agências de publicidade daquela cidade.

DESENVOLVIMENTO A Stratos Comunicação é uma marca recém criada de comunicação social e marketing digital para pequenos e médios negócios. Fica localizada no bairro Parque Industrial em Parnamirim, município do estado do Rio Grande do Norte. Possui clientes tanto da própria região quanto da capital do estado. Tem pouco mais de três meses desde que adotou este nome, uma vez que o seu criador trabalhava na condição de freelancer.

Destaca-se a utilização das redes sociais, principalmente o Facebook, usada para divulgação do trabalho realizado e dos clientes que a agência atende. Mas não há só divulgação através das redes sociais, mas também por meios “tradicionais”, como a utilização de material impresso e o contato pessoal com potenciais clientes. Quanto à cidade de Parnamirim, no que se refere a cultura local, foi dito que não influencia nos trabalhos realizados. A inspiração e a busca por novos saberes para a produção das demandas acaba vindo de grandes produções de grande porte, - filmes, por exemplo - e das referências observadas através da internet e revistas de circulação nacional. O que a cidade acaba influenciando no trabalho é quanto à sua potencialidade no mercado, uma vez que existem muitas pequenas e médias empresas que não são absorvidas pelo setor de publicidade atuante em Natal. A respeito das políticas públicas voltadas ao setor, o entrevistado não soube responder. Contudo, sugeriu que a profissão fosse um ponto de encontro entre os profissionais criativos e os comerciantes para facilitar o contato entre prestador de serviço e cliente, além de uma ação de conscientização da publicidade e propaganda para o crescimento das pequenas e médias empresas. Complementando a ideia, o entrevistado também falou sobre parceria para baratear o custo para o cliente e educação para os profissionais saberem lidar com essa clientela local.

CONCLUSÃO A publicidade, sendo um dos setores criativos citado entre aqueles que abrangem a categoria “Criações Culturais e Funcionais” (BRASIL, 2012), apesar de ser uma forte ferramenta para o mundo mercadológico, mostrou-se ser de pouca importância, na visão do entrevistado, para os pequenos e médios empresários, uma vez que esses não buscam as ferramentas que esse setor criativo pode fornecer. Mesmo assim, observou-se que há a necessidade de preparo dos profissionais para poder atuar frente a frente com os clientes, no caso estudado, com aqueles que desconhecem a importância da atividade criativa para o desenvolvimento de sua empresa. Outro fator constatado foi o desconhecimento sobre políticas públicas voltadas ao setor. No entanto, foi sugerido que houvesse uma forma mediada através do poder público para facilitar o contato entre os pequenos e médios empresários com os profissionais criativos, uma vez que esses representantes do terceiro setor se mostram pouco “explorados” pelas grandes agências de publicidade.

BIBLIOGRAFIA BRASIL. Plano da Secretaria da Economia Criativa: políticas, diretrizes e ações, 2011 a 2014. 2ª ed. Brasília, DF: Ministério da Cultura. 2012. CAIADO, Aurilio Sérgio Costa. Economia Criativa: Economia Criativa na cidade de São Paulo: diagnóstico e potencialidade. São Paulo: FUNDAP. 2011.

Figura 1: Capa da Página no Facebook da Stratos Comunicação Fonte: Stratos Comunicação (2016)

Lucas Dantas, responsável pela Stratos Comunicação, observou a necessidade de deixar o nome de pessoa física e de adotar um nome fantasia para perspectivar o crescimento do negócio, com a contratação de funcionários para a execução dos serviços.

CRUZ, F. M. R. Políticas Públicas e Economia Criativa: subsídios da Música, Teatro e Museus na cidade de Natal/RN. In: IV Encontro Internacional de Ciências Sociais, 2014, Pelotas/RS. Anais do IV Encontro Internacional de Ciências Sociais: espaços públicos, identidades e diferenças. Pelotas/RS: UFPel, 2014. p. 1-15. MIGUEZ, Paulo. Economia criativa: uma discussão preliminar. In: NUSSBAUMER, Gisele Marchiori (Org.). Teorias & políticas da cultura: visões multidisciplinares. Salvador: EDUFBA. 2007. p. 95-113.

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