As rádios comunitárias entre o ruído e o silêncio: ecos da implementação a nível internacional e o vazio legal em Portugal

June 15, 2017 | Autor: Fábio Ribeiro | Categoria: Media Education, Radio, Legal, Community Radio, Community Radio and Development
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As rádios comunitárias entre o ruído e o silêncio: ecos da implementação a nível internacional e o vazio legal em Portugal FÁBIO RIBEIRO [email protected] Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) Universidade do Minho

Representações sobre rádios comunitárias

Radio Ghorka | Nepal

1 Ummah FM (Reading) | Inglaterra

Da natureza das rádios comunitárias “Rádios rurais, cooperativas, participativas, livres, alternativas, populares e educativas. (…) Algumas localizam-se em áreas rurais, outras nas maiores cidades do mundo. O sinal FM é limitado, ao longo de 1 km e são detidas por organizações sociais com fins não lucrativos. São financiadas por ouvintes, agentes internacionais para o desenvolvimento, pela publicidade ou pelo governo” AMARC (World Association of Community Radio Associations) “Meios de comunicação que dão voz aos que não a têm (…) catalisando o desenvolvimento rural ou de segmentos pouco privilegiados das sociedades urbanas, devido à sua predisposição para difundir informação relevante e ajustada às necessidades de públicos específicos” UNESCO

Breve enquadramento legal das comunitárias

Noruega Legalização desde 1994 82 rádios comunitárias Apoio anual ao setor - 1.787.000 € Publicidade permitida se for igual inferior a 40% do orçamento anual Período da licença: 7 anos

Fontes: Meda, 2014

Breve enquadramento legal das comunitárias

Dinamarca Legalização desde 1993 179 rádios comunitárias Não permite o financiamento pela publicidade Período da licença: 5 anos

Fontes: Meda, 2014 Hedërstrom, 2012

Breve enquadramento legal das comunitárias

Suécia Legalização desde 1978 165 rádios comunitárias Não há restrições ao financiamento pela publicidade Período da licença: Vitalício

Fontes: Meda, 2014 Radio and Television Act, 2010

Breve enquadramento legal das comunitárias

Alemanha Legalização desde 1977 123 rádios comunitárias Diferentes tratados audiovisuais (dos 16 estados, não têm legislação Berlim, Mecklemburgo, Brandeburgo, Saxónia, Renânia, Sarre, Baviera, BadenWürttemberg) Diferentes nomenclaturas (Media cidadãos, Radiodifusão cidadã, Serviços de

radiodifusão)

Duração das licenças: 2 a 4 anos. Não permite o financiamento pela publicidade

Fontes: Meda, 2014

Breve enquadramento legal das comunitárias

Irlanda Legalização desde 1975 23 rádios comunitárias Curso homologado de Community Radio, com certificação entre 1 a 6 Licença: renovável anualmente Permite o financiamento pela publicidade

Fontes: Meda, 2014

Breve enquadramento legal das comunitárias

Reino Unido Legalização desde 2004 200 rádios comunitárias Permite o financiamento pela publicidade, mas com restrições Community Media Association presta apoio e consultadoria Período de licença: 5 anos

Fontes: Meda, 2014 OFCOM, 2015

Breve enquadramento legal das comunitárias

França Legalização desde 2008 600 rádios comunitárias Permite o financiamento pela publicidade Apoio: Fonds de soutien à l'expression radiophonique locale (FSER) – 20 % do valor total investido

Fontes: Meda, 2014

Breve enquadramento legal das comunitárias

Espanha Legalização dispersa pelas comunidades autónomas 200 – 300 emissoras Só Navarra (2010) lançou um concurso que contempla as comunitárias Outubro 2015: Ministério da Indústria quer acabar com as comunitárias

Fontes: Meda, 2014 García, 2013

Breve enquadramento legal das comunitárias

Brasil Legalização desde 2008 4.650 emissoras Sem publicidade, a não ser sob a forma de apoio cultural Período de licença: 10 anos

Fontes: Meda, 2014

Breve enquadramento legal das comunitárias

Argentina Legalização desde 2009, depois de um largo debate público que durou 5 anos, fruto da ação do Foro Argentino de Radios Comunitarias (FARCO) 200 emissoras Limitações relativamente à publicidade Período de licença: 10 anos

Fontes: Meda, 2014 Ley de Servicios de Comunicación Audiovisual, 2009

Breve enquadramento legal das comunitárias

Bolívia Legalização desde 1995, embora com partes revogadas entretanto 63 emissoras “Rádios originárias” Problemas: forte controlo do governo (assinam contrato com entidades executivas) Período de licença: 10 anos

Fontes: Meda, 2014

Breve enquadramento legal das comunitárias

EUA Legalização desde 2000 (Local Community Radio Act) 800 emissoras (2500 aguardam por certificação oficial) Sem financiamento publicitário

Fontes: Meda, 2014

Comunitárias: ruído e silêncio na Península Ibérica O caso português As frequências de radiodifusão: local, regional e nacional (vazio legal para as comunitárias) Concentração do setor radiofónico: entre 2008-2011, 43 operações de retransmissão e alterações a nível da propriedade (Costa e Silva, 2014) Desafio premente: reequacionar o assimétrico mapa da radiodifusão local Associação Portuguesa de Radiodifusão garantiu, em 2008, que iria propor ao então Governo a inclusão das comunitárias na Lei da Rádio, como forma de aliviar o estrangulamento financeiro das rádios locais Proposta da APR: novo enquadramento a partir do fator geográfico e demográfico (modelo misto)

Comunitárias: ruído e silêncio na Península Ibérica O caso português

Comunitárias: ruído e silêncio na Península Ibérica O caso espanhol Nos finais da década de 70, depois da saída de Franco e no quadro da influência promovida pelas rádios livres de Itália e França, nascem as primeiras comunitárias em Espanha O movimento de anti-globalização, que se iniciou em Seattle, em 1999, foi aproveitado por grupos e micro-organizações, então apoiadas em fenómenos tecnológicos avançados que contagiaram certos movimentos sociais (García, 2013) Mais recentemente, a crise económica deprimiu os avanços registados no Terceiro Setor, entre o desaparecimento de emissoras com apoios municipais ou mesmo cortes do Governo às comunidades autónomas. Em 2015, o Ministério da Indústria divulgou a intenção de proibir estas iniciativas.

Comunitárias: ruído e silêncio na Península Ibérica COMUNIDADE AUTÓNOMA

FM

APENAS ONLINE

Andaluzia

9

Por apurar

Aragão

6

Por apurar

Astúrias

5

Por apurar

Baleares

1

1

Canárias

6

Por apurar

Cantábria

Por apurar

Por apurar

Castilla La Mancha

5

Por apurar

Castilha y León

10

Por apurar

Catalunha

13

1

Por apurar

Por apurar

6

Por apurar

La Rioja

Por apurar

Por apurar

Madrid

15

4

Murcia

3

1

Navarra

2

Por apurar

País Basco

11

Por apurar

Valência

8

1

Ceuta

Por apurar

Por apurar

Melilla

Por apurar

Por apurar

TOTAL

101

8

Extremadura Galiza

Fontes: Red de Medios Comunitários, 2013 García García, 2013

Comunitárias: ruído e silêncio na Península Ibérica O caso galego

2006 - Rede Galega de Rádios Livres e Comunitárias (REGARLIC)

A Kalimera

Cuac FM

Radio Clavi

Rádio Filispim

Radio Piratona

Radio Ronkudo

Santiago de Compostela

Corunha

Lugo

Ferrol

Vigo

Corme

107.9 FM

103.4 FM

103.0 FM

93.9 FM

106.0 FM

106.1 FM

Contínua

Contínua

Contínua

Contínua

Descontínua

Contínua

FM Streaming

FM Streaming

FM

FM Streaming

FM Streaming

FM

Projetos sociais

Festa Hortera Projeto Cárcere

La Resistance Isto é Galego Encuentro 14 Los jóvenes y el tercer sector de la comunicación en España

OPAíí (Ondas Para Activazom da Informazom Independente)

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Espaços online

Site Facebook

Site Facebook Twitter Google +

Localidade Frequência Emissão Transmissão

Fonte: Elaboração própria

Festa Hortera

Blogue

Blogue Facebook

Site Facebook Twitter

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Comunitárias: ruído e silêncio na Península Ibérica O caso galego

As comunitárias na sua extensão online – redes sociais

Seguidores nas redes sociais 0 0

Radio Ronkudo

308

Radio Piratona

Rádio Filispim

0

Radio Clavi

0 0

422 1237

Cuac FM

2171 0

A Kalimera 0 Fonte: Elaboração própria

2369

1299 500

1000 Twitter

1500

2000

Facebook

Número de seguidores nas redes sociais das emissoras analisadas [a 30 de junho 2015].

2500

Esboço de um projeto piloto Aproximação à ideia de rádios comunitárias em Portugal

Dinamização de uma infraestrutura mediática radiofónica de emissão exclusivamente online

Identificação de colaboradores e interessados

Breve formação teórica e prática

Implementação de rádios comunitárias online

Definição de uma política editorial

Organização de condições técnicas e logísticas

As rádios comunitárias entre o ruído e o silêncio: ecos da implementação a nível internacional e o vazio legal em Portugal FÁBIO RIBEIRO [email protected] Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) Universidade do Minho

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