AS RELAÇÕES ENTRE A MASCULINIDADE E A ALIMENTAÇÃO, ESPECIALMENTE NA ÍNDIA

August 13, 2017 | Autor: E. Simões Flório ... | Categoria: Sexismo, Exploração Animal, Feminismo Vegano
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AS RELAÇÕES ENTRE A MASCULINIDADE E A ALIMENTAÇÃO, ESPECIALMENTE NA ÍNDIA

Natalia Fernanda Ramos de Oliveira 1 Eduardo Simões Flório de Oliveira2 Resumo: O sexismo sustenta uma cultura de seres vivos transformados em mercadoria, pois o próprio patriarcado é sinônimo de exploração, e não existe modo mais aceito e praticado de exploração do que o dos animais e do meio ambiente. Na sociedade indiana não é diferente, e este trabalho investiga a relação entre a exploração das mulheres indianas e dos animais, mais especificamente na alimentação. Assim como o consumo de carne, o papel subserviente das mulheres é glorificado e seus benefícios são muito mais exaltados do que suas desvantagens. O sistema que gera a violência às mulheres, o sexismo, é o mesmo que sustenta a exploração exacerbada dos animais. As análises feministas das metáforas da natureza usadas pelos primeiros cientistas modernos revelam a visão sexualizada que os cientistas tem da natureza e, portanto, dos animais. E para este trabalho foram utilizados estudos fundamentais de autores clássicos, aliados à minha experiência durante o tempo como professora na Índia. Palavras-chave: Sexismo; exploração animal; carnistas; feminismo vegano.

A desvalorização das mulheres e a dominação social masculina continuam a prevalecer na Índia e são características muito fortes e determinantes dessa sociedade. As mulheres naquele país geralmente são vistas como fardos, o sexo mais fraco, e merecedor de um status social inferior em relação aos homens. Isto conduziu a problemas sociais e econômicos graves que marcam profundamente a sociedade indiana. E analisando a alimentação tipicamente indiana, é fato que devido principalmente à religião hinduísta, até hoje o vegetarianismo é predominante culturalmente na Índia. E estes dois fatores, o sexismo e o vegetarianismo, são fundamentais para entender como algumas culturas funcionam. Na cultura ocidental, as verduras, os legumes e outros alimentos que não a carne são considerados comida de mulher, e por isso os homens os repudiam, já que o consumo de carne costuma significar um símbolo masculino de poder e dominação. Consumir carne nas sociedades tecnológicas sempre foi considerado algo dotado de status social e reforçava a hierarquia de raça, classe e sexo, como constata Carol J. Adams: No século XIX os defensores da superioridade branca apoiavam a carne como um alimento superior. Os “trabalhadores do cérebro” precisavam de carne magra como principal componente de sua refeição, mas as classes “selvagens” e “inferiores” da sociedade podiam viver exclusivamente de alimentos mais ordinários – isso de acordo com George Beard, um médico do século XIX especializado em doenças de pessoas da classe média. (...) Para ele, bem como para muitos outros, os cereais e as frutas estão abaixo da carne na escala da 1 2

Instituto Paranaense de Ensino – Maringá, Brasil. Universidade Estadual de Maringá – Maringá, Brasil.

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evolução, e por isso são os alimentos adequados às outras raças e às mulheres brancas, que também pareciam estar mais abaixo na escala evolutiva. 3 (ADAMS, 2012, p. 64)

A sociedade em geral, constituída por animais humanos, tende a dar menos ênfase ou até desconsiderar o sofrimento animal no lugar do sofrimento humano, como se um fosse mais importante que o outro. Segundo Wiche and Herring, a tortura ou destruição de um animal de estimação pertencente a certa pessoa, é considerada uma forma deliberada de violência emocional à essa mesma pessoa4. Ou seja, somente a pessoa humana é capaz de sofrer, enquanto os animais não humanos não possuem tal capacidade e podem assim serem “utilizados” de acordo com as necessidades da pessoa. Cada cultura percebe e trata os animais de maneiras distintas. Enquanto no Ocidente os animais não humanos foram historicamente tratados como seres inferiores, e separados entre “animais de companhia” e animais para consumo ou chamados “animais de corte”, no Oriente eles são vistos como parte integrante de um plano universal, onde inclusive possuem classes de distinção social ou de divindades. Dessa forma, a domesticação dos animais não humanos foi realizada de acordo com a utilidade que cada um poderia ou não proporcionar aos animais humanos. No caso da Índia, alguns animais são considerados sagrados no hinduísmo, levando inclusive à proibição do abate destes em alguns estados. Contudo, após a colonização inglesa, globalização, instalação de inúmeras multinacionais no país, entre outros fatores, a própria cultura indiana sofreu adaptações importantes modificando as tradições mais antigas do país, como do consumo de carne. A Índia sempre foi um país majoritariamente ovo-lacto vegetariano, como indica o mapa de consumo de carne no mundo do ano de 2008:

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ADAMS, Carol J. A Política Sexual da Carne: A relação entre o carnivorismo e a dominância masculina. Tradução de Cristina Cupertino. São Paulo: Alaúde Editorial, 2012. 350 p. Título original: The Sexual Politics of Meat. 4 WICHE, V. R., & Herring, T. Perilous rivalry: When siblings become abusive. Lexington, MA: Lexington Books, 1991.

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World meat markets at a glance - FAO World Food Outlook (Jan-Apr 2008)

Essas recentes alterações culturais causaram a “ocidentalização” dos indianos mais abastados, pois é certo que os homens com maior acesso à educação de boa qualidade e com melhores condições financeiras, acabaram cedendo ao ocidente em certos aspectos culturais, comportamentais e a seus cosumos. Estes querem se tornar “homens modernos”, principalmente aqueles que eram de uma casta inferior, mas graças ao desenvolvimento financeiro individual, e geralmente após ter estudado no exterior e vivenciado uma cultura cosmopolita e tecnológica, agora tem acesso aos restaurantes da moda e hotéis de luxo. Por isso estes homens acreditam que a carne é o melhor significante de sua liberdade e modernidade, certeza de virilidade, e o proibido passa a ser algo velho e ultrapassado do qual não faz mais parte. Assim o aumento do consumo de carne é bem maior entre os homens, que admiram o sexismo e justificam o fato de comer carne como sendo uma atitude “naturalmente masculina”, do mesmo modo que a caça ou assassinato e tortura de animais. Segundo uma recente reportagem do The New York Times, criminosos passaram a agir durante as noites nas principais cidades indianas, para roubar o gado que costuma perambular pelas ruas livremente. Uma boa parte desse gado advém do abandonado por produtores ou criadores de gado para leite, e quando esse não tem mais serventia, simplesmente o abandona à sua própria sorte. Esses bezerros e vacas ficam vagando pelas ruas comendo lixo e sobras de comida, e à noite são roubados por gangues organizadas que transportam esses animais em caminhões sem qualquer tipo de segurança para o gado, e depois são vendidos para abatedouros clandestinos nas vilas próximas. A maior parte dessa carne incidida da ilegalidade acaba indo parar no prato dos indianos ricos que querem provar sua virilidade para a sociedade de forma cruel e ilegal, demonstrando inclusive seu poder e influência. Em contrapartida, uma pesquisa realizada pelo jornal indiano Times of India, constatou que o consumo de carne é definitivamente um dos maiores símbolos do patriarcado, resultante de sua aliança de longa data com a masculinidade, poder e virilidade. Entre as pessoas questionadas nessa mesma pesquisada sobre consumir animais, os homens afirmaram que ‘se a carne tem um gosto tão bom, porque não comê-los’, enquanto as mulheres são totalmente relutantes em grande parte delas, dizendo ‘não ter coragem’ para comer animais5. De acordo com o último censo oficial realizado pelo governo indiano em 2011, 80,5% da população é hindu, 13,4% é muçulmana e o restante (6,1%) é de outras religiões. Visto que o 5

ANI. “Men think eating meat makes them more manly”. The Times of India, Delhi, 23/11/2012. Life & Style, disponível em: http://articles.timesofindia.indiatimes.com/2012-11-23/man-woman/35318636_1_meat-consumptionvegetarian-men-manhood. Acessado em 14/05/2013 às 23:50.

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hinduísmo preconiza o vegetarianismo e, ainda, consideram a vaca como o elemento mais sagrado da religião, é de esperar que a Índia seja um país extremamente preocupado com esses animais. Mas não é o que realmente acontece, pois, apesar de o abate de bovinos ser proibido em quase todos os estados, as vacas são exaustivamente exploradas, até a morte, na indústria de laticínios. E quando os produtores de leite percebem que o bezerro não lhe trará lucro, ou então quando a vaca deixa de dar leite, são imediatamente abandonados. A despreocupação com o sofrimento animal ocorre quase que na mesma proporção da despreocupação com o sofrimento da mulher, a diferença é de que com o primeiro é mais aceitável pela sociedade. A teoria de que os comedores de carne tem intelecto superior aos vegetarianos fundamentou a conquista e colonização de várias culturas pelos ingleses, como explica Carol J. Adams. Essa ideia sustentou o domínio britânico sobre outros povos por muito tempo, justificando que “Os hindus e os chineses comedores de arroz, assim como os camponeses irlandeses que comem batata, são dominados pelos ingleses bem alimentados e desse modo permanecem”6. Deste modo, a discriminação racial e de gênero só se perpetua na medida em que desvalorizam as peculiaridades de cada cultura ou consideram determinado povo inferior por causa de sua alimentação, relacionando a fatores inexistentes e que são utilizados apenas para justificar a dominação sobre o outro porque este seria mais “fraco” e precisa ser conquistado. Isso aconteceu tanto com os povos colonizados pela Inglaterra (como a Índia) quanto com as mulheres, que se viram marginalizadas por preferir vegetais ao invés de carne, o alimento masculino e viril. Carol J. Adams explica: O racismo se perpetua toda vez que se considera a carne a melhor fonte de proteína. A ênfase sobre as forças nutricionais da proteína animal distorce a história da dieta de um grande número de culturas em que pratos completos de proteína eram feitos à base de legumes e grãos. As informações sobre esses pratos são neutralizadas por um permanente empenho cultural e político no consumo de carne. (ADAMS, 2012, p. 66)

Durante o tempo que passei na Índia, tive a oportunidade de vivenciar vários tipos de famílias e castas distintas. Mas uma coisa é certa naquele país, a mulher é sempre colocada em segundo plano em quase todos os assuntos e deve ser a administradora da casa, apenas. Somente os homens devem trabalhar fora para sustentar a família, e as meninas e mulheres ficam responsáveis pela manutenção da limpeza do lar e por vezes das ruas também, já que gari ou limpadores de latrina devem ser obrigatoriamente do sexo feminino.

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BEARD, George M. Sexual Neurasthenia: It’s Hygiene, Causes, Symptoms and Treatment with a Chapter on Diet for the Nervous. Nova York: Arno Press, 1972.

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Por ser uma cultura fortemente patriarcal, as indianas são submetidas às vontades dos maridos, pais e irmãos, e obrigadas a cozinhar o alimento de todo dia. Porém, ainda é costume que em casa eles comam alimentos vegetarianos porque as mulheres são relutantes em cozinhar ou comer animais, e quando os homens querem comer carne procuram em restaurantes ou fast food, cada dia mais comum também na Índia. Outro dado importante é sobre o aumento da violência doméstica. Ao mesmo tempo em que aumentou o consumo de carne, foi possível perceber que cresceu o número de ocorrências em violência contra a mulher. A carne é um símbolo masculino, e os homens se sentem mais viris e poderosos justificando que ao consumir esse tipo de alimento possuem mais energia e, com isso, reforçam seu papel de dominador sobre as mulheres e animais, meros produtos sob seu jugo. Segundo uma pesquisa realizada nos Estados Unidos sobre violência doméstica, a violência mais branda foi prevalente em relação à violência severa em todas as categorias, e a agressão psicológica foi mais elevada do que a física. Entre os autores das agressões, a prática de violência contra a mulher e a criança e o abuso de animais era mais comum do que a prática de apenas um tipo de agressão. E não houve grandes distinções entre as práticas de agressão por gênero nos outros tipos de violência, com a diferença que o homem é o responsável mais comum de abuso ou tortura animal7. As mulheres e a fome As mulheres representam mais de 40 por cento da mão-de-obra agrícola nos países em desenvolvimento. A discriminação por motivos de gênero fomenta a subnutrição e a marginalização das mulheres. Muitas vezes, as práticas discriminatórias em comunidades rurais geram desequilíbrios na distribuição de alimentos dentro da família de tal forma que geralmente as mulheres e as meninas têm acesso a alimentos menos nutritivos e em menor quantidade. (FAO). O déficit nutricional provocado nas mulheres indianas merece destaque, e tem provocado diversos problemas de saúde entre elas, além da subnutrição e uma taxa de mortalidade infantil elevada. Primeiramente, constata-se uma grande diferença na saúde da mulher em relação ao homem na Índia, mesmo sendo os meninos que naturalmente tem menor resistência na infância por questões biológicas, como constata a OMS (Organização Mundial da Saúde):

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GUPTA, Maya E. Understanding The Links Between Intimate Partner Violence And Animal Abuse: prevalence, nature, and function. 2006. 175 p. Dissertation Submitted for Doctor Of Philosophy - University Of Georgia, Athens, Georgia.

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Globalmente, as meninas são menos propensas a morrer antes dos cinco anos que os meninos e podem ter alguma vantagem sobre eles. Entretanto, em alguns poucos países (incluindo China e Índia), as taxas de mortalidade em crianças menores de cinco anos são mais altas entre as meninas do que entre os meninos. Resultados de pesquisas domiciliares nos últimos 20 anos indicam que a desvantagem feminina tendeu persistir na Índia e pode ter piorado em outros países como o Nepal e o Paquistão. (UNIFEM, 2009, p. 21)8

Na Índia esse quadro das chances de sobrevivência até os 5 anos se inverte para as meninas por conta da cultura sexista, do aborto ou mesmo assassinato de meninas pela família. Dado o desenvolvimento internacional e fazendo referência à palavra genocídio, os demógrafos já utilizam o conceito de "generocídio", ou seja, o assassinato pelo gênero. Como é destacado no seguinte relatório: Nos primeiros momentos da transição da saúde, mulheres e crianças enfrentam altos níveis de mortalidade, frequentemente vinculados a deficiências nutricionais, água não potável e saneamento precário, fumaça de combustíveis sólidos utilizados na cozinha e para aquecimento e a falta de cuidados durante a infância, gravidez e parto. Estes riscos tradicionais não somente provocam dano direto à saúde de mulheres como têm impacto adverso na saúde da geração seguinte. Mulheres com nutrição deficiente, doenças infecciosas e acesso inadequado à atenção à saúde tendem a ter bebês com baixo peso ao nascer, cujas chances de sobrevivência são comprometidas. (UNIFEM, 2009, p. 7)

Ou seja, embora a menina se beneficie de uma série de vantagens biológicas em termos de sua sobrevivência e saúde, na Índia ela enfrenta desvantagens sociais, culturais e baseadas no gênero que colocam sua saúde em risco.

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Mulheres e saúde: evidências de hoje, agenda de amanhã. Brasil: Organização Mundial da Saúde, 2011. ISBN 978-857967-059-6

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The global burden of disease: 2004 update. Geneva, World Health Organization, 2008.

Neste mapeamento da distribuição dos óbitos da população feminina no mundo, a Índia fica em segundo lugar com 40% a 59% do total de óbitos das mulheres por doenças transmissíveis e condições maternas, perinatais e nutricionais. Isso é reflexo da opressão e preconceito construído historicamente mais forte na Índia onde a mulher é privada de seus direitos mais básicos à saúde, sobretudo um alimentação nutricionalmente equilibrada, assim revertendo ate mesmo uma questão no âmbito bioimunológico pois "... as meninas são menos propensas a morrer antes dos cinco anos que os meninos e podem ter alguma vantagem sobre eles. Entretanto, em alguns poucos países (incluindo China e Índia)..." (UNIFEM, 2009, p. 21) como é evidenciado no mapa. Além de tudo, sabe-se que as mulheres e as meninas indianas sempre são as últimas a comer, e nas famílias de baixa renda elas são obrigadas a ceder seu alimento ao homem da casa e aos filhos homens, ficando com o que sobra quando sobra. De acordo com a UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher), as consequências sociais de uma sociedade com excesso de homens em relação às mulheres são devastadoras. Além do sexismo incipiente, que discrimina as mulheres por deixar a família após o casamento e não poder o levar o empreendimento dessa adiante, existe o fato de que a violência

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contra a mulher aumenta exponencialmente, em vários sentidos, tanto físico, quanto psicológico, social e cultural. Evidenciando esse expropriação nos mais variados ambitos podemos analisar os dados abaixo, é possível perceber a falta de acesso das mulheres à educação durante o período pesquisado, por consequência a cultura, a ao convívio social que o espaço escolar proporciona e muitos outras da formação intelectual dos ser humano e o mais greve sem qualquer tipo de evolução em um recorte maior de tempo deste acesso. Em 2006 a taxa de analfabetismo era 23,1% para os homens, porém para as mulheres a porcentagem é significativamente mais elevada na realidade o dobro 46,6% e na tabela do ano de 2010 somente, ocorre uma ligeira melhora na parte inferior do quadro onde indicam os analfabetos homens: 110.643.001, enquanto as mulheres são 193.503.861, ou seja, maior quantidade novamente reforçado esse estagnação ao longo do tempo.

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Referências ADAMS, Carol J. A Política Sexual da Carne: A relação entre o carnivorismo e a dominância masculina. Tradução de Cristina Cupertino. 1ª Edição. São Paulo: Alaúde Editorial, 2012. 350 p. Título original: The Sexual Politics of Meat. ANI. Men think eating meat makes them more manly. The Times of India, Delhi, 23/11/2012. Life & Style, disponível em: . Acesso em: 14/05/2013. BEARD, George M. Sexual Neurasthenia: It’s Hygiene, Causes, Symptoms and Treatment with a Chapter on Diet for the Nervous. Nova York: Arno Press, 1972. GUPTA, Maya E. Understanding The Links Between Intimate Partner Violence And Animal Abuse: prevalence, nature, and function. 2006. 175 p. Dissertation Submitted for Doctor Of Philosophy University Of Georgia, Athens, Georgia. FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. The State of Food And Agriculture. Rome, 2011. 160 p. HAREL, Naama. Vegetarianism as Feminism: Meat as a symbol of male domination. Anonymous for Animal Rights. Disponível em: < http://anonymous.org.il/art494.html.>. Acesso em: 20/03/2013. HARRIS, Gardiner. For New Breed of Rustlers, Nothing Is Sacred. The New York Times, Delhi, 26 de Maio de 2013. World, Asia. KHEEL, Marti. Nature Ethics: An Ecofemist Perspective. 2ª Edição. Washington DC: Rowman & Littlefield Publishers, 2007.

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LEVAI, Laerte F. Direito dos Animais. 2ª Edição. Campos do Jordão, SP: Editora Mantiqueira, 2004. Mulheres e saúde: evidências de hoje, agenda de amanhã. Brasil: Organização Mundial da Saúde, 2011. ISBN 978-85-7967-059-6 PEMMARAJU, Gautam. Good Food vs Bad Food. Open Magazine, Delhi, 26 de Maio de 2010. Essays. WICHE, V. R., & Herring, T. Perilous rivalry: When siblings become abusive. Lexington, MA: Lexington Books, 1991.

The links between Manhood and Food that the men eats, particularly in India

Astract: Sexism supports a culture of living beings turned into a market product, as the patriarchy itself is synonymous of exploitation, and there is no way most accepted and practiced of exploitation from the animals and the environment. In Indian society is no different, and this paper investigates the relationship between the exploitation of Indian women and animals, specifically in food. As well as consumption of meat, the subservient role of women is glorified and its benefits are more exalted than their disadvantages. The system that breeds women’s violence, sexism, is the same that supports exacerbated exploitation from animals. Feminist analyzes of metaphor’s nature used by the early modern scientists, have been revealed the scientist’s view were sexualized nature and therefore the animals. And for this work were used fundamental studies of classical authors, together with my experience as a teacher in India, in December /2012 and January/2013. Keywords: Sexism; animal exploitation; meat eater; vegan feminism.

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