As unidades calco-dolomíticas do Jurássico Inferior da região de Penela: primeiras evidências marinhas da Bacia Lusitânica

May 29, 2017 | Autor: L. Dimuccio | Categoria: Sedimentary geology and stratigraphy
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Res umos

Geologia no Outono

“A geologia sedimentar de Penela. Singularidades e semelhanças no contexto da evolução do Oceano Atlântico”

Resumos

Coordenadores Luís Vítor Duarte Sérgio Sêco Ana Caniço

Penela – 1 de outubro de 2016

A geologia sedimentar de Penela. Singularidades e semelhanças no contexto da evolução do Oceano Atlântico

Organização MARE-Centro de Ciências do Mar e Ambiente e Departamento de Ciências da Terra, Universidade de Coimbra Município de Penela

Apoios Associação Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia CEGOT - Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território Dalhousie University Universidad Complutense de Madrid

Ficha técnica Título: “A geologia sedimentar de Penela. Singularidades e semelhanças no contexto da evolução do Oceano Atlântico” Coordenadores: Luís Vítor Duarte, Sérgio Sêco, Ana Caniço ISBN (versão digital): 978-989-97997-2-1

A geologia sedimentar de Penela. Singularidades e semelhanças no contexto da evolução do Oceano Atlântico

As unidades calco-dolomíticas do Jurássico Inferior da região de Penela: primeiras evidências marinhas da Bacia Lusitânica Luca A. Dimuccio CEGOT - Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território, Universidade de Coimbra, Colégio de S. Jerónimo, 3004-530 Coimbra, Portugal ([email protected])

Na região de Penela, as primeiras evidências de sedimentação marinha da Bacia Lusitânica correspondem a um conjunto de unidades calco-dolomíticas da base do Jurássico Inferior, aflorantes ao longo de uma faixa meridiana que localmente atinge uma largura de cerca 5-6 km, em claro domínio proximal (Dimuccio, 2014). Com base na descrição de algumas centenas de afloramentos, onde se destaca a realização de 21 colunas estratigráficas de pormenor, sucessivamente utilizadas num exercício de correlação, consegue-se propor um quadro litostratigráfico formal (formações e, quando possível, membros) para a sucessão calco-dolomítica local (Dimuccio et al., submetido). Apresentam-se todos os elementos que permitem definir (estratigraficamente) e caraterizar (de um ponto de vista sedimentar) duas formações: a Formação de Coimbra, de idade Sinemuriano inferior à base do Sinemuriano superior, com uma espessura local da ordem dos 60±20 m, predominantemente dolomítica a calco-dolomítica e pouco ou nada fossilífera; e, por cima, a Formação de S. Miguel, de idade Sinemuriano superior a base do Pliensbaquiano, com espessura da ordem dos 40±10 m, de natureza mais calco-margosa (quando não dolomitizada), por vezes bastante fossilífera e bioturbada (Fig. 1). Para a Formação de Coimbra justifica-se a sua subdivisão em dois membros: o Membro de Vila Seca (Sinemuriano inferior), na base, e o Membro da Casa do Sal (base do Sinemuriano superior), no topo, separados por uma superfície de descontinuidade que localmente denota um caráter erosivo, com indícios de exposição subaérea de muito curto prazo (intermitente/efémera) e micro-paleocarsificação incipiente (Dimuccio et al., 2014; Dimuccio & Cunha, 2015). Com uma aparente monotonia litológica e estratonómica, este corpo lítico essencialmente sinemuriano acaba por evidenciar um padrão bastante complexo (em afloramento), apontando para uma sucessão carbonatada estratificada em que existe uma grande variabilidade de fácies/microfácies devido à alternância (por vezes com organização cíclica) entre ambientes/subambientes de sedimentação supra/inter/submareais (Dimuccio, 2014), num contexto mais geral de sistema deposicional, que vai desde uma planície de maré semiárida e evaporítica essencialmente restrita (dolomítica), até à parte interna, muito pouco 7

A geologia sedimentar de Penela. Singularidades e semelhanças no contexto da evolução do Oceano Atlântico profunda e de baixo gradiente, de um sistema de rampa carbonatada. Corpos brechificados estratiformes (tempestitos/sismitos), por vezes, estão associados a estruturas deformativas sinsedimentares (slumps, com vergência para W a NW), mostrando a importante atividade de falhas N-S e NNE-SSW, durante o Sinemuriano (Dimuccio et al., 2014; Dimuccio, 2014). Referências Bibliográficas Dimuccio, L.A., 2014. A carsificação nas colinas dolomíticas a sul de Coimbra (Portugal centro-ocidental). Fácies deposicionais e controlos estratigráficos do (paleo)carso no Grupo de Coimbra (Jurássico Inferior). Tese de Doutoramento em Geologia, especialidade de Geodinâmica Externa, não publicada, Departamento de Ciências da Terra, Universidade de Coimbra, 435 p. Dimuccio L.A. & Cunha, L., 2015. Os tempos da carsificação nas Colinas dolomíticas a sul de Coimbra (Portugal centro-ocidental). In: Zêzere, J.L., Trindade, J., Bergonse, R., Garcia, R.A., de Oliveira, S.C., Pereira, S., (eds.), Associação Portuguesa de Geomorfólogos, Vol. IX, 19-27. Dimuccio, L.A. Duarte, L.V. & Cunha, L., 2014. Facies and Stratigraphic Controls of the Palaeokarst Affecting the Lower Jurassic Coimbra Group, Western Central Portugal. In: Rocha, R.B., Pais, J., Kullberg, J.C., Finney, S., (eds.), Strati 2013. First International Congress on stratigraphy. At the cutting edge of Stratigraphy. Springer Geology, XLV, 787-791. Dimuccio, L.A., Duarte, L.V. & Cunha, L., submetido. Definição litostratigráfica da sucessão calco-dolomítica do Jurássico Inferior da região de Coimbra-Penela (Bacia Lusitânica, Portugal). Comunicações Geológicas.

Fig. 1 – Perfil litostratigráfico composto e sintético das Formações de Coimbra e S. Miguel no domínio proximal da Bacia Lusitânica. Evidenciam-se alguns dos principais marcadores cartográficos de fácil identificação no campo (in Dimuccio et al., submetido). 8

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