Atividade 7 artigo1

November 22, 2017 | Autor: Pedro Doin Kim | Categoria: N/A
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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

TEOLOGIA





PEDRO DOIN KIM








Atividade 7
Exegese do Antigo Testamento
Gênesis 1:1-5
Artigo









SÃO PAULO
18 de novembro de 2014
Pedro Doin Kim 41354966






Atividade 7
Exegese do Antigo Testamento
Gênesis 1:1-5
Artigo



Atividade para a disciplina de
Exegese do Antigo Testamento como parte
da avaliação referente ao 3º Semestre.







São Paulo
18 de novembro de 2014
Graduação em Teologia – CEFT/UPM
Exegese do Antigo Testamento
Prof. Dario Cardoso

Gênesis 1:1-5
No princípio Deus criou os céus e a terra.
Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
Disse Deus: "Haja luz", e houve luz.
Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas.
Deus chamou à luz dia, e às trevas chamou noite. Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o primeiro dia. (NVI)

Introdução

O livro de Gênesis num todo é considerado um dos livros mais importantes do Pentateuco por causa da sua incrível linguagem narrativa muito admirada por teólogos que dedicam boa parte dos seus estudos analisando todos os aspectos envolvidos neste livro. Pode-se dizer que os dois primeiros capítulos são os mais estudados dentro do livro de Gênesis, pois tratam especificamente da origem de todas as coisas.
Este artigo tem como o objetivo de estudar mais detalhadamente os dois primeiros versículos de Gênesis que carregam em si um grande siginificado tanto para o cristianismo quanto para o judaísmo.
A certeza de que Deus é soberano em todas as coisas criadas por Ele mesmo se provam apenas em poucas palavras contidas neste texto em estudo. O estudo deles fortalecem mais ainda o seu significado e a sua essência provando assim a importância para um bom entendimento esclarecido de Gênesis 1:1-2

Gênesis – O prólogo

O texto em estudo de Gênesis 1:1-2 carrega em si uma beleza única que descreve o poder de Deus na criação de todas as coisas em apenas poucas palavras.
No versículo 1, "No princípio Deus criou os céus e a terra", podemos ver que, sem precisar de um estudo mais aprofundado e detalhado do mesmo, Deus já existia antes de tudo, pois além de ser o primeiro nome próprio a ser citado como o sujeito da primeira sentença, foi Ele o autor que criou os céus e a terra e fez tudo existir. Podemos tentar explicar isso através de um pequeno e simples exemplo, e dizer que isso seria como "No começo do projeto, João criou todas as tabelas". Neste caso, João já existia, como pessoa, antes do projeto ter começado, não se pode dizer que João surgiu ao mesmo tempo em que o projeto começou a exisitir e criou todas as tabelas. Em outras palavras, apenas fazendo o uso da lógica dos fatos, o versículo 1 já nos mostra claramente que Deus já existia no princípio e foi Ele quem criou todas as coisas.
Segundo ARANA (2003, p. 25)
No Princípio, quando o céu e a terra, que não existiam, começaram a existir, quando ainda não havi sucedido nada que pudesse ser recolhido nas páginas dessa história, sucedeu aquilo que é o ponto de arranque dela toda: Deus, que existia desde sempre, antes daquele princípio, criou, chamou à existência o que não existia: o céu e a terra.
A expressão "No princípio" possui um um valor de importancia muito significativo indicando mais que uma simples indicação de tempo, marca o princípio de algo que reforça por si só o início de todas as coisas quando Deus já existia desde sempre.
O verbo "Criou", em habraico bara´ aparece apenas 36 vezes no Antigo Testamento, e significa sempre uma ação maravilhosa que somente Deus pode fazer. ARANA também afirma que Deus não necessita de nada para realizar a sua obra. Em cima desse verbo podemos citar brevemente sobre o conceito abstrato de "criação do nada" ("ex-nihilo"). Este conceito chegou na época helenística que tem como base o texto de 2Mac 7:28 afirmando que todas as coisas (luz, firmamento, luzeiros do céu, animais e o homem) acolhem a chamada de Deus para a existência. "A criação pela palavra assegura a diferença entre Criador e criatura, que não procede de Deus por emanação, mas pelo império de sua vontade." (ARANA, 2003, p. 29)
"Sem forma e vazia", em Hebreu, תֹ֙הוּ֙ וָבֹ֔הוּ. Os hebeus utilizam estas palavras para designar qualquer coisa que seja vazia e confusa, ou vaga e sem valor. Isso pode nos mostrar que, antes da ação divina, a terra era completamente inabitável estando assim vazia.
Em cima dessas duas palavras podemos também citar brevemente sobre a organização de Deus em cima da forma e conteúdo da terra que se ligam diretamente aos dois gêmeos negativos "sem forma e vazia". Podemos sintetizar conforme a tabela abaixo.

Dia
Forma
Dia
Conteúdo pleno
1
Luz e Trevas
4
Luzeiros do dia e noite
2
Mar e céus
5
Peixes e aves
3
Terra
6
Animais e homem
Tabela 1: esquema explicativo da ordem dos dias na criação do mundo
É impressionamente ver como Deus resolveu criar todas as coisas de forma bem organizada e estruturada criando primeiro a forma, o ambiente, e depois preenchendo esta forma com o conteúdo respectivo. Em outras palavras, Deus cria a sua obra prima com toda a sua sabedoria de maneira bem planejada desde o princípio.
Segundo ARANA (2003, p.26)
Não podia ser habitada porque estava toda coberta pelo oceano primitivo, o tehom (que recorda, por etimologia, a brava deusa Tiamat da Babilônia). As aguas que agora fluem pelos rios e as que cobrem os mares, e as que estão em cima do firmamento, estavam todas conecentradas nesse oceno primitivo que cobria toda a terra. O nome hebraico não conserva nenhum resquício mítico: significa simplesmente uma inundação, como a que secede por uma enchente ou um dilúvio.
"Abismo" (tehom) poderia estar ligado a deusa Tiamat, mas aqui se trata do literalmente oceano que ARANA nomeou por "oceano primitivo". Podemos assim entender que a terra não podia ser habitada uma vez que estava totalmente coberta por águas primitivas e sem vida.

Mensagem para época

Podemos dizer que através do conteúdo acima descrito resumidamente sobre os versículos 1 e 2, a essência da mensagem para época em que se ouviu pela primeira vez esta história sobre a criação do mundo, seria de mostrar a grandiosidade do poder de Deus sobre a criação. Deixar de maneira bem clara evidente que somente Deus existia antes de tudo ser criado afirma de maneira única a sua majestade e poder sobre todas as coisas criadas por Ele. Uma vez que isso fora exposto ao seu povo escolhido, faria com que todos o adorassem conforme o desejo de Deus.
Ler estes versículos e dizer que não foi Deus quem criou todas as coisas seria totalmente ilógico, pois a criação, tudo o que existe, por si só testifica a existência de um Deus todo poderoso. Assim, mesmo que uma pessoa da época não acreditasse em Deus, bastaria ela refletir sobre como tudo começou, que ao menos ela chegaria a uma conclusão de que de fato existe um ser supremo.
Outro ponto que podemos comentar é sobre a soberania de Deus sobre quaisquer outros deuses da época afirmando que foi somente um Deus quem criou os céus e a terra sem a intervenção ou cooperação com outros deuses.
Vale também citar que toda a história da humanidade e o destino de Israel como benção para todos os outros povos não teria sentido se não fosse a ação criadora de Deus desde o princípio da criação.

Traduções possíveis

Considerando os versículos 1 e 2 não podemos deixar de comentar sobre suas possiveis traduções. Gramaticalmente, duas construções entre os versículos são possíveis:
"No princípio Deus criou os céus e a terra. Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. Deus disse: Haja Luz...."
"Quando Deus começou a criar o céu e a terra, (ora, a terra estava sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas) Deus disse: Haja Luz...."
A segunda construção não significa que a terra "sem forma e vazia" não foi feita por Deus, mas sim apenas significaria que a criação ainda teria que ser finalizada. Em outras palavras, esta construção (b) mostra que o versículo 2 estaria descrevendo a terra resultante da ação criadora do versículo 1, que em seguida Deus estaria dando forma a ela. Já a primeira construção, que é a mais familiar, afirma inequivocadamente a verdade, que enquanto Deus não falou, nada existiu na terra.

Teologias e teorias

A teologia relacionada com Gênesis 1:1-2 possui vários pontos de vistas relacionados a criação com teorias das mais variadas. Seguem resumidamente as teologias e teorias envolvidas com apenas estes dois versículos.
Teoria do evolucionismo – novas epécies surgem a partir da contínua sobrevivência e reprodução dos indivíduos que melhor se adaptaram no seu ambiente particular
Teologia evolucionista – teologia daqueles que adotam a teoria do evolucionismo e matem a sua postura teísta aceitando os pontos da teoria do evolucionismo que estão compatíveis com a teologia.
Teoria do intervalo – esta teoria diz que os dois primeiros versículos de Gênesis são como são. Eles parecem que são contínuos, mas entre eles na verdade existe um longo e indeterminado período no qual a destruição de um mundo original e o desdobramento das eras geológicas estão localizadas
Teoria do criacionismo – afirmam que a teoria do evolucionismo é impossível e que os dias mencionados em gênesis são literalmente dias de 24 horas.
Criacionismo progressivo – diz que Deus criou o mundo direta e deliberadamente. Os dias são interpretados como eras geológicas

Essas teorias e teologias referentes ao texto em estudo nos levam a uma conclusão de que com o passar dos anos, várias teorias novas foram se formando com os avanços tecnológicos, científicos e filosóficos. Grupos de cristãos vão se modelando e se simpatizando com as teorias e teologias que mais fazem sentido para elas. Assim, é possível afirmar que todas elas possuem seus pontos vulneráveis que de um modo ou de outro fazendo com que de fato elas não passem de teorias.
A teologia em si tenta tratar este assunto da forma mais exegética possível e mesmo assim, sempre elas podem apontar para outras maneiras possíveis de traduções e interpretações uma vez que o vocabulário hebreu é bastante limitado em relação as outras diversas línguas, e uma palavra pode ter vários significados diferentes.

Aplicação

O texto de Gênesis 1:1-5, mais específicamente os dois primeiros versos, mostram, de certa forma, o primeiro cenário da criação. Em outras palavras, podemos considerar como um prólogo da hítoria de Deus. O seu uso principal se volta para a confirmação absoluta da existência de Deus antes do princípio da criação e que a terra fora criada para ser modelada conforme a vontade de Deus nos dias que se seguem da criação.
Mostrar o poder e a soberania de Deus sobre todas as coisas através desses dois versículos, é mais do que o suficiente uma vez que no final, tudo o que foi criado, tudo será resumido em "o céu e a terra".
É correto afirmar também que estes dois versículos são um dos mais lidos pelos cristãos devotos ou não considerando que uma grande porcentagem de pessoas que um dia se desafiram para uma leitura bíblica, devem ter lido estes versículos e isso também acaba se refletindo em estudos bíblicos mais aprofundados sobre a criação em escolas dominicais.

Conclusão

Podemos concluir então que este texto de Gênesis 1:1-5 possui em si um grande valor para o cristianismo e judaísmo uma vez que afirmam e confimam a soberania de Deus sobre todas as coisas visíveis e invisíveis criadas por Ele mesmo, tudo para nos revelar aquilo que com nossa própria sabedoria e conhecimento limitados não poderíamos descobrir sozinhos. Todas as coisas que foram criadas nos 6 dias com o uso da palavra de Deus se tornam um grande testemunho do poder infinito de Deus sobre tudo o que existe. A sua soberania se torna inegável.
Os dois primeiros versículos, por mais que possam causar algumas outras traduções e interpretações, são muito reveladores quando passam por uma exegese bem elaborada e detalhada, por esse motivo vale ressaltar a grande importância da exegesse dos textos bíblicos, não apenas de Gênesis. Podemos dizer que com a exegese desses textos é possivel visualizar o quão profundo e revelador um texto pode ser com apenas poucas palavras.















Referências

KIDNER, Derek. Gênesis: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1979. 208 p.
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IBÁÑEZ ARANA, Andrés. Para compreender o livro do Gênesis. São Paulo: Paulinas, 2003. 666 [4] p
CALVINO, João. Genesis. Carlisle: Banner of Truth Trust, 1992. 523 p.
BOICE, James Montgomery. Genesis: an expositional commentary. Grand Rapids: Baker Books, 1999. 3 v.
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IBÁÑEZ ARANA, Andrés. Para compreender o livro do Gênesis. São Paulo: Paulinas, 2003. 666 [4] p. 26
IBÁÑEZ ARANA, Andrés. Para compreender o livro do Gênesis. São Paulo: Paulinas, 2003. 666 [4] p. 28
IBÁÑEZ ARANA, Andrés. Para compreender o livro do Gênesis. São Paulo: Paulinas, 2003. 666 [4] p. 28
"eu te suplico, meu filho, contempla o céu e a terra e observa tudo o que neles existe. Reconheceque nao foi de coisas existentes que Deus os fez." (2Mac 7:28)
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CALVINO, João. Genesis. Carlisle: Banner of Truth Trust, 1992. P.73
IBÁÑEZ ARANA, Andrés. Para compreender o livro do Gênesis. São Paulo: Paulinas, 2003. 666 [4] p. 26
KIDNER, Derek. Gênesis: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1979. P.43
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IBÁÑEZ ARANA, Andrés. Para compreender o livro do Gênesis. São Paulo: Paulinas, 2003. 666 [4] p. 24
"o aceano personificado e rival dos deuses do mito sumério-acádio da criação" (KIDNER. 1979, p.42)
IBÁÑEZ ARANA, Andrés. Para compreender o livro do Gênesis. São Paulo: Paulinas, 2003. 666 [4] p. 24

KIDNER, Derek. Gênesis: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1979. P.41.
IBÁÑEZ ARANA, Andrés. Para compreender o livro do Gênesis. São Paulo: Paulinas, 2003. 666 [4] p. 25
KIDNER, Derek. Gênesis: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1979. P.41.
BOICE, James Montgomery. Genesis: an expositional commentary. Grand Rapids: Baker Books, 1999. 3 v. p. 41-48
BOICE, James Montgomery. Genesis: an expositional commentary. Grand Rapids: Baker Books, 1999. 3 v. p. 49-55
BOICE, James Montgomery. Genesis: an expositional commentary. Grand Rapids: Baker Books, 1999. 3 v. p. 56-62
BOICE, James Montgomery. Genesis: an expositional commentary. Grand Rapids: Baker Books, 1999. 3 v. p. 63-71
BOICE, James Montgomery. Genesis: an expositional commentary. Grand Rapids: Baker Books, 1999. 3 v. p. 72-79
IBÁÑEZ ARANA, Andrés. Para compreender o livro do Gênesis. São Paulo: Paulinas, 2003. 666 [4] p. 25




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