Aula introdutória para a disciplina optativa da graduação: \"História e Imagem\". UFU, 2014.

August 5, 2017 | Autor: Guilherme Luz | Categoria: Art History, Painting, Images and history, Art Theory and Criticism
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História e Imagem – GHI059

Conceitos Essenciais: Introdução. Imitação e Expressão – Ideia e partes da pintura – Teologia da Imagem – Gêneros pictóricos.

Guilherme Amaral Luz © 2014

Imitação e Expressão  Aristóteles (arte como imitação da natureza): realiza-se conforme o movimento de criação da natureza e aperfeiçoa a ordem do cosmos;  Distinção medieval entre natura naturans e natura naturata. Primeira é a obra de Deus; a segunda, sua criação tal como é dada ao homem;  Imitação da natureza na cristandade: imitar, por meios humanos, a obra de Deus, tal como ela se manifesta no mundo;  Tríplice referência: artista destina-se a imitar a obra de Deus, imita-a tal como aparece em suas formas visíveis, volta-se para a ideia de “belo” (concepção platônica): manifestação visível do esplendor divino.

Imitação e Expressão  Advento da Estética na ordem do discurso sobre a arte na “modernidade” (a partir do século XVIII). Novas categorias contra os conceitos e topoi tradicionais: “sublime”, “subjetividade”, “autonomia da arte”, “sentido”...  Modernidade como “movimento emancipatório” em relação à tradição. Imitação aristotélica e ideia platônica serão tomados como obstáculos à verdadeira criatividade do artista;  O século XIX inventa as noções como “expressão”, “gênio” e “obra”, glorificadas diante de um caráter supostamente nocivo da imitação (exclusivamente entendida como cópia servil da natura naturata) e de uma compreensão da mesma como obstáculo teológico à criação do artista;

 Século XX, idade de ouro das teorias da interpretação, da estética e da história da arte como crônica.

TIZIANO Vecellio

(c. 1490, Pieve di Cadore - 1576, Veneza)

Madonna com Bambino (1565-70) Óleo sobre tela, 75 x 63 cm National Gallery, Londres

- Vincent Van Gogh (1853, Groot Zundert - 1890, Auvers-sur-Oise). Cadeira de Vincent com seu cachimbo (Dezembro de 1888), Óleo sobre tela: 92 x 73 cm. National Gallery, Londres (esquerda). - Vincent Van Gogh (1853, Groot Zundert - 1890, Auvers-sur-Oise). Cadeira de Gauguin (Dezembro de 1888), Óleo sobre tela: 91 x 72 cm. Rijksmuseum Vincent Van Gogh, Amsterdam (direita).

A Ideia e as Partes da Pintura  Platonicamente, ideia é algo fora do alcance sensível. Ciceronianamente, nunca está verdadeiramente encarnada nas obras;  Concorrência entre idealismo neoplatônico e conceitos de natureza e imitação aristotélicos;  Separação renascentista entre teoria e prática da pintura;  Busca de conciliação entre conceitos antigos e formas novas de pensamento e de inovações pictóricas;  Separação entre a ideia (apriorística) e o ato de pintar (Lomazzo): quadro como “tradução da ideia” – relações entre ideia e disegno;  Disegno como expressão do concetto que o artista tem em sua mente (Vasari);  Invenção do “ideal clássico” (século XVI e XVII) como arma de combate contra o “maneirismo final” e o “naturalismo caravaggesco” – Zuccaro, Bellori, Agucchi;

 Academicismo francês e as “regras” da pintura. Ideias sem fundamentação metafísica. “Idealismo normativo”.

VASARI, Giorgio (1511, Arezzo - 1574, Florença). Anunciação (1570-1). Óleo sobre painel de álamo: 157 cm de diâmetro. Móra Ferenc Múzeum, Szeged/Sérvia (direita). CARAVAGGIO, Michelangelo Merisi da (1571, Caravaggio - 1610, Porto Ercole). Óleo sobre tela: 73 x 100 cm. Collezione Bonello, Malta (esquerda).

Teologia da Imagem e Estatuto da Pintura  Questão teológica: definir o estatuto, o significado e as funções da imagem;

 Concílio de Niceia (787) e Concílio de Trento (1545-63). Questões: iconoclastia; se a representação de Deus e o problema da idolatria; as realidades visíveis e a descaracterização da fé;  Metafísica do belo, desenvolvida sem autonomia em relação a um sistema teológico;  Concepção de luz e caráter simbólico das cores;  Controle dos programas iconográficos e liberdade na execução;  Imperfeição da visão humana. Arte como vestígio, signo, símbolo, opaca e misteriosa, para tornar sensíveis as realidades mais elevadas da fé (anagogia / linguagem figural).

El Greco

(1541, Cândia – 1614, Toledo)

Pentecostes (c. 1600)

Óleo sobre tela: 275 x 127 cm Museu do Prado, Madri.

Os gêneros pictóricos  Até o século XIV: pintura narrativa ou icônica, representação de uma história ou evocação de personagem (geralmente com funções devocionais);

 Séculos XIV ao XVI: desenvolvimento de temas mais específicos em pintura: retratos, natureza morta, paisagem e pintura de gênero;  Nos séculos XVI e XVII: processos de especialização de pintores e também de cidades e regiões, em determinadas circunstâncias religiosas ou políticas, em gêneros;  Questões da legitimação, hierarquia e da tipologia dos gêneros nos tratados;  Século XVIII: declínio da ideia de superioridade da pintura sacra e da pintura histórica (narrativa);  Séculos XIX e XX (modernidade): crise da divisão da pintura em gêneros. Igualdade dos temas, tanto na abstração quanto na figuração.

ANDREA di Vanni d'Andrea (ca. 1332 - 1414, Siena)

Ascenção de Cristo (1355-60)

Têmpera sobre madeira: 68 x 28 cm Museu Hermitage, São Petersburgo.

ANGELICO, Fra

(ca. 1400, Vicchio nell Mugello - 1455, Roma)

Virgem da Humildade(1335-45) Têmpera sobre painel: 99 x 49 cm Fundación Colección Thyssen-Bornemisza, Pedralbes.

AELST, Willem van (1627, Delft, - ca. 1683, Amsterdam). Natureza morta de frutas (c. 1660). Óleo sobre tela: 47-52 cm. Coleção Privada (esquerda). BEUCKELAER, Joachim (1530 – 1574, Antuérpia). Cena de mercado (1563). Óleo sobre carvalho: 111 x 164 cm. Residenzgalerie, Salzburg.

POUSSIN, Nicolas (1594, Les Andelys - 1665, Roma). Paisagem com São Jerônimo (c. 1637). Óleo sobre tela: 155 x 234 cm. Museu do Prado, Madri.

PIERO DELLA FRANCESCA

(1416-1492, Borgo San Sepolcro)

Retratos de Federico da Montefeltro e sua esposa Battista Sforza (c. 1470)

Têmpera sobre painel: 47 x 33 cm (cada) Galleria degli Uffizi, Florença.

ARCIMBOLDO, Giuseppe (1526-1593, Milão)

Ar (1566)

Óleo sobre tela: 74 x 56 cm (cada) Coleção Privada.

Salvador Dali

(1904 – 1989, Figueres)

Aparição de um rosto e de um prato de frutas na praia (1938) Óleo sobre tela: 114,8 x 143,8 cm Wadsworth Atheneum, Hartford/EUA.

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