AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE BOAS PRÁTICAS DE PLANEJAMENTO EM EMPRESAS CONSTRUTORAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE

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AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE BOAS PRÁTICAS DE PLANEJAMENTO EM EMPRESAS CONSTRUTORAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE Bolsista: Raquel Hoffmann Reck Orientador: Carlos Torres Formoso

Introdução:

Objetivo O objetivo deste trabalho é refinar e aprimorar o índice de boas práticas do planejamento, através de um estudo quantitativo mais amplo em empresas construtoras.

Método

Figura 1

Esta pesquisa é dividida em três etapas. Na primeira etapa foi realizada a compreensão do indicador que é apresentada no quadro abaixo e foram estabelecidos critérios para o grau de maturação de cada prática. A segunda etapa foi a formalização de uma ferramenta de coleta de dados, dividida em Parte 1 Entrevista ao responsável pelo planejamento quatro partes (figura 1). Parte 2 Análise documental dos planos e lista de restrição A terceira etapa foi a Parte 3 Observação direta aos quadros de informações da obra coleta de dados em Parte 4 Atribuição dos pesos empresas que utilizam do sistema last planner, totalizando 23 obras de 12 empresas da Região Metropolitana de Porto Alegre (figura 2).

Figura 2

Bernardes (2001) desenvolveu um modelo de planejamento para micro e pequenas empresas da construção, que é baseado no sistema last planner de controle da produção. O last planner, proposto por Ballard (1994), é um sistema de planejamento que o plano mestre foca os objetivos e restrições globais do empreendimento. Já o plano intermediário especifica a forma de execução dos objetivos preestabelecidos. Por fim são decididos os trabalhos específicos ou atribuições que serão realizadas em um curto período de tempo. Nesse sistema de planejamento é compreendido que o controle tem papel principal, já que de uma semana para a outra espera-se que não se repitam os mesmos erros. No estudo de Bernardes (2001), foram identificadas um conjunto de práticas para avaliar o sistema de planejamento. Essas práticas foram aprimoradas no trabalho de Bulhões e Formoso (2005), que procurou adaptar o modelo de Bernardes (2001) ao contexto de diversos segmentos da construção civil, como: reforma, edificações residências, saneamento, rodoviária e industrial. Assim, o índice de boas práticas do planejamento e controle da produção (PCP) é composto por 15 práticas apresentadas no quadro abaixo.

Empresa

Ano de implementação do Last Planner

E

1998

A, C, D, F, G, H, I, J, K, L

2000 – 2005

B

2007

Índice de Boas Práticas do Planejamento e Controle da Produção: Plano de Médio Prazo: contem o horizonte de algumas semanas do plano de longo prazo e nesse plano são identificadas, analisadas e removidas as restrições das atividades. Há um controle e planejamento dos fluxos físicos da obra (atividades que não agregam valor) e o resultado deste plano é um banco de atividades sem restrições prontas para execução (figura 6).

Grau de Maturação de cada Prática

Pesos

Totalmente Implementada

1

Parcialmente Implementada

0,5

Não Implementada

0

Figura 6

Figura 3

O índice de boas práticas do PCP é composto por 15 práticas cujo objetivo é avaliar o grau de maturação de sistemas de planejamento. É realizada uma média ponderada a partir da atribuição dos pesos a cada prática (figura 3).

A seguir são relacionadas cada prática com os planos – longo, médio e curto – e ao processo de planejamento. Processo de Planejamento: as práticas relacionadas a este processo dizem respeito ao planejamento como um todo (figura 4).

Plano de Curto Prazo: neste plano é analisado o banco de atividades resultante do médio prazo com o que é possível realizar no período de uma semana, conforme os recursos disponíveis. O desempenho do sistema last planner é realizado através do Percentual de Pacotes Concluídos e são identificadas as Causas do não Cumprimento dos Planos (figura 7).

Figura 7

Formalização do processo de PCP Utilização de dispositivos visuais para disseminar as informações no canteiro Análise crítica do conjunto de dados

Figura 4

Planejamento e controle dos fluxos físicos Padronização (rotinização) do planejamento de médio prazo Remoção sistemática das restrições

Figura 5

Plano de Longo Prazo: contem objetivos e metas de todo o empreendimento e restrições globais (figura 5). Utilização de indicadores para avaliar o cumprimento de prazo da obra Elaboração de um plano de longo prazo transparente Atualização sistemática do plano mestre para refletir o andamento da obra

Tomada de decisão participativa nas reuniões de curto prazo Padronização (rotinização) das reuniões de curto prazo Definição correta dos pacotes de trabalho Realização de ações corretivas a partir das causas do não cumprimento dos planos Inclusão no plano de curto prazo pacotes de trabalho sem restrições Programação de tarefas suplentes

100%

65,6%

60%

52,9% 53,6%

40% 20%

Gráfico 1

80%

84,1%

100,0% 90,0% Gráfico 2 90,0% 83,3% 83,3% 66,7% 80,0% 73,3% 73,3% 73,3% 66,7% 63,3% 66,7% 66,7% 66,7% 70,0% 63,3% 63,3% 53,3% 56,7% 60,0% 60,0% 60,0% 53,3% 53,3% 50,0% 50,0% 50,0% 43,3% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% Obras A1 B1 B2 B3 C1 C2 C3 C4 C5 D1 D2 D3 E1 F1 F2 G1 G2 H1 I1 I2 J1 K1 L1

Índice de Boas Práticas

O gráfico 1 mostra o percentual obtido pelas práticas relacionadas aos planos e processo de PCP. O gráfico 2 representa o percentual obtido por cada empresa e obra. Já o gráfico 3 apresenta a distribuição das atribuição dos pesos e percentual de cada prática.

Práticas Implementadas

0%

Programação de tarefas suplentes - 21,7% Curto Médio Longo PCP Remoção sistemática das restrições - 37,0% Elaboração de um plano de longo prazo transparente - 39,1% Utilização de indicadores para avaliar o cumprimento de prazo da obra - 47,8% Padronização (rotinização) do planejamento de médio prazo - 60,9% Planejamento e controle dos fluxos físicos - 60,9% Tomada de decisão participativa nas reuniões de curto prazo - 63,0% Inclusão no plano de curto prazo pacotes de trabalho sem restrições - 71,7% Atualização sistemática do plano mestre para refletir o andamento da obra - 73,9% Definição correta dos pacotes de trabalho - 73,9% Utilização de dispositivos visuais para disseminar as informações no canteiro - 80,4% Realização de ações corretivas a partir das causas do não cumprimento dos planos - 80,4% Padronização (rotinização) das reuniões de curto prazo - 82,6% Análise crítica do conjunto de dados - 84,8% Gráfico 3 Formalização do processo de PCP - 87,0%

Práticas Parcialmente Implementada 2 15 6 6 8 6 13

4

1

5 6

16 15 11 16 16 16 18 17

Práticas Não Implementadas 17 7 11 9 2 8 18 17 1 6 4 4 12 5 5 6 3 6

0 0

0 2 2 1 2 0

Conclusões: Os resultados mostram que apenas sete obras reseberam o grau abaixo de 60 %, mesmo utilizando o sistema last planner há algum tempo (mais de cinco anos). Observando as práticas, apenas quatro delas apresentam índices abaixo de 50 %. Estas são: Programação de tarefas suplente, .

XXII Salão de Iniciação Científica SIC 2010

Remoção sistemática das restrições, Elaboração de um plano de longo prazo transparente e Utilização de indicadores para avaliar o cumprimento de prazo da obra. Nas empresas analisadas o processo de PCP e planos de curto prazo estão bem estruturados, comparando com o plano de longo e médio. Núcleo Orientado para Inovação da Construção

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

BALLARD, G. The last planner. In: SPRING CONFERENCE OF THE NORTHERN CALIFORNIA CONSTRUCTION INSTITUTE, 6., 1994, Monterey, CA. Proceeding... Monterey, CA: LCI, 1994. BERNARDES, M. M. S. Desenvolvimento de um modelo de planejamento e controle da produção para micro e pequenas empresas de construção. 2001. 310 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. BULHÕES I. R.; FORMOSO C. T. O papel do planejamento e controle da produção em obras de tipologias diferentes. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GESTÃO E ECONOMIA DA CONSTRUÇÃO, 4., 2005, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: Antac, 2005.

Resultados

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Rio Grande do Sul

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