AVALIAÇÃO DAS INFORMAÇÕES SINTÁTICAS EM DICIONÁRIOS BILÍNGUES ESCOLARES

June 4, 2017 | Autor: Regiani Zacarias | Categoria: Lexicography, Dictionaries
Share Embed


Descrição do Produto

AVALIAÇÃO DAS INFORMAÇÕES SINTÁTICAS EM DICIONÁRIOS BILÍNGUES ESCOLARES Regiani Aparecida Santos ZACARIAS (UNESP/Assis)1

Resumo: A importância do uso dos Dicionários Bilíngues (DBs), na aprendizagem de idiomas, evidenciada em estudos e pesquisas de autores tais como Schmitz (2001), Humblé (2001), Zgusta (2006), Assirati (2002), Höfling (2006), Duran (2004 e 2008), faz crescer significativamente o interesse científico sobre estas obras. Nesse sentido, a metalexicografia – ou teoria lexicográfica – dos dicionários bilíngues contemporâneos, também chamados dicionários bilíngues das línguas modernas (Zgusta, 2006, p. 221) ou dicionários gerativos (Zgusta, 2006, p. 224), postula que os DBs devem oferecer o máximo de informações semânticas em língua materna, com o objetivo de facilitar a compreensão da língua estrangeira, objeto de estudo do consulente. É importante salientar, igualmente, que estas obras devem, também, oferecer informações sintáticas sobre a língua estrangeira, expressas na língua materna do consulente, com o intuito de auxiliá-lo no processo de produção dessa segunda língua (Tarp, 2009, p. 164). Desta forma, o presente trabalho apresenta uma pesquisa que avalia e apresenta os seguimentos informativos sintáticos, presentes na microestrutura dos três dicionários bilíngues escolares Português-Inglês mais utilizados no contexto de ensino e aprendizagem, em nosso país. Palavras chaves: lexicografia, dicionário bilíngue escolar, metalexicografia, informações sintáticas.

Introdução Os dicionários bilíngues (DBs) são obras lexicográficas apontadas como instrumento pedagógico de apoio ao ensino e aprendizado de idiomas estrangeiros. Este posicionamento é defendido por autores como Schmitz (2001), Humblé (2001), Zgusta (2006), Assirati (2002), Höfling (2006), Duran (2004 e 2008). Quando voltados para a aprendizagem, os DBs devem incluir características pedagógicas em suas macro e microestruturas2 e passam a ser intitulados dicionários bilíngues 1

Departamento de Letras Estrangeiras Modernas, Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Campus de Assis-SP. Email: [email protected] 2 Assumimos a definição de macroestrutura apresentada por Miranda (2006, p.262-263), que retoma a definiçãobase feita por Rey-Debove segundo quem a macroestrutura é o “conjunto de entradas de acordo com uma leitura vertical” como tudo aquilo que tem a ver com a progressão vertical do dicionário em resposta às perguntas: ● quantas unidades devem constituir o conjunto de entradas ordenadas? ● que tipo de unidades constituem ou podem constituir esse conjunto de entradas ordenadas? ● como dispor esse conjunto de entradas ordenadas? ● como resolver o problema da escolha entre formas mais legitimadas frente a outras menos legitimadas? Em relação à microestrutura nos aliaremos à definição apresentada por Rey-Debove (apud Welker, 2004, p.107) “conjunto das informações ordenadas de cada verbete após a entrada”.

Anais do XX Seminário do CELLIP – Centro de Estudos Linguísticos e Literários do Paraná CELLIP 25 anos | Londrina, UEL | 25 a 27 de outubro de 2011 ISSN 2175-2540

2 escolares (DBEs). A elaboração dos DBEs deve considerar os estudos sobre Metalexicografia Bilingue e Metalexicografia Pedagógica, para que estas obras possam atender, com eficiência, a função a que se destinam.

Lexicografia prática e Metalexicografia Wiegand (apud WELKER, 2008, p.15), ao que tudo indica, está entre os primeiros lexicógrafos a sugerir que se tentasse fazer uma distinção entre teoria e prática lexicográfica, ao explicar que a Lexicografia (ou Lexicografia prática) tem como objetivo a publicação de dicionários e que a Metalexicografia (ou Lexicografia teórica) refere-se ao estudo dos dicionários. A Metalexicografia sugere, segundo o autor, quatro campos de reflexão: a história da lexicografia, a teoria geral da lexicografia, a pesquisa sobre o uso de dicionários e a crítica de dicionários. Segundo Welker (2008, p.13): [...] a palavra lexicografia refere-se a duas atividades distintas, as quais, obviamente, resultam em produtos diferentes. Essas duas subáreas costumam ser designadas pelos termos lexicografia prática e lexicografia teórica. Na lexicografia prática, a atividade é a elaboração de dicionários, e os produtos são os dicionários. (...) Já na lexicografia teórica, cada vez mais chamada de metalexicografia, estuda-se tudo o que diz respeito a dicionários, e os produtos são os conhecimentos adquiridos e divulgados.

Embora alguns autores continuem utilizando o termo Lexicografia como unitermo para fazer referência à teoria e à prática, a distinção entre as designações Lexicografia e Metalexicografia cada vez é mais aceita e utilizada na literatura, como comprova a definição apresentada no site do GTLex – ANPOLL: A Lexicografia (...) se ocupa da descrição do léxico de uma ou mais línguas, a fim de produzir obras de referência, principalmente dicionários, em formato papel ou eletrônico, e bases de dados lexicológicas. Dessa Lexicografia prática distingue-se a Lexicografia teórica, ou Metalexicografia, que estuda todas as questões ligadas aos dicionários (história, problemas de elaboração, análise, uso).

Assim como a Lexicografia, a Metalexicografia ramifica-se em especialidades e estende-se, em suas pesquisas, para o estudo de todos os tipos de dicionários, mantendo o foco na finalidade para a qual o estudo está sendo realizado. Neste trabalho interessa-nos a Metalexicografia Bilingue e a Metalexicografia Pedagógica.

Anais do XX Seminário do CELLIP – Centro de Estudos Linguísticos e Literários do Paraná CELLIP 25 anos | Londrina, UEL | 25 a 27 de outubro de 2011 ISSN 2175-2540

3 Metalexicografia Bilíngue Os estudos em Metalexicografia Bilíngue sugerem que a elaboração de um DB deve, no entanto, seguir os princípios apontados por Kromann et al. (1989): 1.

princípio da equivalência.

2.

princípio da tradução.

3.

princípio dos pares de línguas.

4.

princípio ativo-passivo.

Estes princípios ditam os conceitos para a elaboração de DBs e norteiam os estudos e pesquisas em Metalexicografia. Dentre os princípios apresentados, destacamos o princípio ativo-passivo e suas implicações para a elaboração de dicionários. Segundo Kromann et al. (1989), este princípio considera que os dicionários bilíngues contemporâneos devem atender a duas funções: a função passiva (compreensão) e a função ativa (produção):  Dicionários ativos: elaborados para ajudar na tradução da L1 em L2.  Dicionários passivos, elaborados para ajudar na direção linguística oposta, ou seja, L1-L2. Ao considerar uma ou outra língua, como língua materna e língua estrangeira, em associação com o tipo de tradução a ser realizada, os autores afirmam que: 1. A seleção das informações a serem apresentadas, na macro e microestruturas, a partir da competência linguística e da finalidade de uso do dicionário são: produção ou recepção de língua. 2. Há o reconhecimento de 4 tipos de dicionários, a partir da competência linguística, L1 ou L2, e da finalidade de uso da obra, para produção (ativo) ou para recepção (passivo): 2 ativos (L1-L2/L2-L1) e 2 passivos (L1-L2/L2-L1), 3. A seleção dos lemas e equivalentes, a partir do tipo de dicionário considerado: passivo ou ativo. 4. A definição da macroestrutura, a partir do tipo de dicionário considerado: passivo ou ativo. 5. A definição da microestrutura, a partir do tipo de dicionário considerado: passivo ou ativo. 6. A metalinguagem em língua materna tanto no dicionário ativo como no dicionário passivo. Ao afirmar que o tipo de dicionário determina a macro e microestrutura, os autores esclarecem que os dicionários passivos devem apresentar macroestrutura com o máximo de

Anais do XX Seminário do CELLIP – Centro de Estudos Linguísticos e Literários do Paraná CELLIP 25 anos | Londrina, UEL | 25 a 27 de outubro de 2011 ISSN 2175-2540

4 palavras-entrada possível, porque o usuário não possui competência na LE, origem da busca (por ex: inglês) e, portanto, necessita que variantes como sinônimos, regionalismos e formas irregulares de verbos sejam lematizadas. O estudante do 6º ano, por exemplo, que está iniciando os estudos em inglês precisará da palavra-entrada ‘is’, ‘are’, ‘was’ e não apenas ‘be’. Já nos dicionários ativos, a quantidade de palavras-entrada não precisa ser tão completa, porque a competência linguística em LM, origem da busca (por ex: português) servirá de apoio para a busca e compreensão das informações. Com relação à microestrutura, a situação se inverte. Os dicionários passivos – que partem da LE para a LM e auxiliam na função de recepção - não precisam apresentar muitas informações nos verbetes, devido ao amplo conhecimento da LM, língua de destino, que é suficiente para orientá-lo, não sendo, portanto, necessário, apresentar muitos equivalentes, exceto em que há divergência de sentidos. O conhecimento em LM, aliado a um determinado contexto, ajudará a escolher o equivalente mais apropriado. Já os dicionários ativos – aqueles que partem da LM para a LE e que auxiliam na função de produção - devem apresentar verbetes, com mais informações linguísticas sobre a LE, como as diferenças de significados (ex: birthday x anniversary), equivalentes parciais (ex: valentine) e o máximo de informação gramatical e sintática possível. Tarp (2009:164) salienta que estas obras devem, também, oferecer informações sintáticas sobre a língua estrangeira, expressas na língua materna do consulente, com o intuito de auxiliá-lo no processo de produção dessa segunda língua. Informações sintáticas e gramaticais são mais necessária do que se imagina WIEGAND (1985 apud Welker, 2009), pois esclarecerão as possibilidades sintáticas da palavra e auxiliarão na formação de frases mais bem elaboradas e adequadas ao padrão linguístico da LE. Em especial, nos dicionários ativos, os equivalentes devem ser acompanhados de informações gramaticais e de frases que indiquem diferentes funções sintáticas, quando existentes. As informações gramaticais podem ser apresentadas, na forma de comentários, no corpo dos verbetes, ou de identificadores, nas palavras-entradas dos dicionários. Quando adequadas às necessidades dos usuários, as informações sintáticas e gramaticais atuam como indicadores e diferenciais, para a compreensão e produção na língua alvo. Ao oferecer este conhecimento, o DB indica especificidades da língua alvo de busca e pode sanar dúvidas, resultantes da relação da sintaxe da L1 com a sintaxe da L2, colaborando, assim, no processo de aprendizagem.

Anais do XX Seminário do CELLIP – Centro de Estudos Linguísticos e Literários do Paraná CELLIP 25 anos | Londrina, UEL | 25 a 27 de outubro de 2011 ISSN 2175-2540

5 Metalexicografia Pedagógica Os estudos em Metalexicografia Pedagógica salientam a importância de elaboração de dicionários que estejam alinhados às necessidades dos aprendizes. Estes dicionários devem ser caracterizados, por suprir as necessidades dos aprendizes, através de informações lexicográficas que possam aumentar o conhecimento e/ou auxiliar na comunicação, ou seja, nas atividades de recepção e produção de textos ou mesmo na tradução, Tarp (2006). Neste contexto, os dicionários português-inglês escolares, elaborados para aprendizes brasileiros, devem oferecer informações sintáticas e gramaticais junto com os equivalentes em inglês. Tais informações devem basear-se nas possíveis dificuldades do aprendiz ao fazer uso do equivalente na produção em inglês.

Avaliação das informações gramaticais e sintáticas em três dicionários bilíngues escolares português-inglês Considerando-se a importância das informações sintáticas e gramaticais para que o DB ativo possa, efetivamente colaborar com no processo de produção de L2, avaliamos três dicionários bilíngues português-inglês, selecionados a partir do ranking dos dicionários bilíngues escolares português-inglês mais vendidos pela Livraria Saraiva. São eles: 1. Longman Dicionário Escolar (LDE) 2. Dicionário Oxford Escolar (DOE) 3. Michaelis Dicionário Escolar (MDE) Por questões de espaço, apresentaremos a avaliação de sete verbetes, selecionados por resultarem em equivalentes com especificidade gramatical e/ou sintática, em inglês:



Verbetes: ‘ser’ e ‘estar’

Em inglês, o equivalente ‘to be’ é um verbo que assume formas diferentes nos tempos presente (am, is, are), passado (was, were) e futuro (will be). É um verbo que, também, equivalente ao verbo ‘estar’. Além de verbo de ligação estes verbos desempenham a função sintática de verbo auxiliar nas frases interrogativas e negativas. O conhecimento das diferentes formas assumidas por este verbo, bem como o seu uso são, geralmente, difíceis para o aluno.

Anais do XX Seminário do CELLIP – Centro de Estudos Linguísticos e Literários do Paraná CELLIP 25 anos | Londrina, UEL | 25 a 27 de outubro de 2011 ISSN 2175-2540

6 Tabela 1 - Informações gramaticais no verbete ‘ser’ •

LDE

Verbete: ser

Algumas, nos

Formas dos tempos verbais

exemplos Particípio no

Formas nominais

exemplo

DOE

MDE

Não

Não

Não

Não

Pessoas e respectivas

Algumas, nos

Sim, algumas, nos

formas am, is, are

exemplos

exemplos

Pessoas e respectivas

Algumas, nos

formas was, were

exemplos

Estruturas interrogativa,

Sim, nos

negativa, afirmativa.

exemplos.

Não Presente e passado

Não

nos exemplos.

Afirmativa e interrogativa nos

Não

exemplos.

Tabela 2 - Informações gramaticais no verbete ‘estar’ LDE

• Verbete estar

DOE

Algumas, nos

Formas dos tempos verbais

exemplos. Sim, nos

Formas nominais

exemplos.

Pessoas e respectivas formas

Algumas, nos

am, is, are

exemplos.

Pessoas was, were

Sim, nos exemplos.

MDE Não

Algumas, nos exemplos.

Sim, nos exemplos.

Não

Algumas, nos exemplos.

Não

Não.

Não

Estruturas interrogativa,

Sim, nos

Afirmativa e interrogativa,

negativa, afirmativa.

exemplos.

nos exemplos.

Os

dicionários

consultados

trazem

informações

gramaticais

Não

superficiais,

disponibilizadas de maneira indireta, ou nenhuma informação, no caso do MDE. Os exemplos de uso são insuficientes e não são apresentados de forma pedagógica.

Anais do XX Seminário do CELLIP – Centro de Estudos Linguísticos e Literários do Paraná CELLIP 25 anos | Londrina, UEL | 25 a 27 de outubro de 2011 ISSN 2175-2540

7 •

Verbetes ‘poder’ e ‘dever’

Em inglês, os equivalentes destes verbos são os verbos ‘modais’ can e must. Os verbos modais em inglês possuem características gramaticais e sintáticas peculiares e diferentes da língua portuguesa. As informações sobre os verbos modais e sobre o seu uso são relevantes para a produção de L2. Os verbos modais, por exemplo, são seguidos de infinitivo sem to e não variam a forma.

Tabela 3 - Informações gramaticais no verbete ‘poder’ • Verbete: poder Explicação do uso sintático Exemplos de uso nota explicativa sobre modais

LDE DOE

MDE

Sim

Não

Não

Sim

Sim

Sim

Não

Sim, sobre o significado. Remete aos verbetes can e may, do dicionário inglês-português que explicam os modais.

Não

Tabela 4 - Informações no verbete ‘dever’ • Verbete: dever Explicação do uso sintático Exemplos de uso nota explicativa sobre modais.

LDE DOE

MDE

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Não

Não, mas remete ao verbete de must, que explica os modais.

Não

As informações gramaticais e sintáticas sobre os equivalentes modais são apresentadas, principalmente nos dois primeiros dicionários avaliados. Não há, em nenhum dos dicionário nota explicativa ou comentário que indica estes equivalentes, como modal ou que esta é uma modalidade de verbo, com características especiais, em inglês.



Verbetes ‘ter’ e ‘existir’

O consulente precisa ser informado que a estrutura verbal there to be é o equivalente mais comumente utilizado para o verbo ter, no sentido de existir e equivalente de existir.

Anais do XX Seminário do CELLIP – Centro de Estudos Linguísticos e Literários do Paraná CELLIP 25 anos | Londrina, UEL | 25 a 27 de outubro de 2011 ISSN 2175-2540

8 Tabela 5 - Informações gramaticais na palavra-entrada ‘ter’ • Verbete: ter

LDE DOE MDE

Equivalente there to be

Não

Não

Não

Exemplos de uso de there to be Não

Não

Não

Nota explicativa

Não

Não

Tabela 6 - Informações na palavra-entrada ‘existir’ • Verbete: existir

LDE DOE

Equivalente there to be

Sim

MDE

Sim, apenas com exemplo. Não

Exemplos de uso de there to be Sim

Sim

Não

Nota explicativa

Não

Não

Sim

Observamos que os verbetes trazem a informação sobre o uso de there to be no verbete ‘existir’. Porém, no verbete ‘ter’ não há referência a esta estrutura e ao seu uso.



Verbete ‘criança, criançada’

Em inglês, o equivalente child possui plural irregular children, esta informação deve ser apresentada ao consulente aprendiz.

Tabela 7 – Informação gramatical na palavra-entrada ‘criança’ • Verbete: criança(s)

criança

criança criançada criançada

Nota sobre plural irregular Não Indicação por abreviação. Não

Não

Não

Verbo que segue (plural)

Não

Não

Exemplos de uso

Não Não

Não

Não

Não

Não

Não há indicação sobre o plural irregular do equivalente, informação que é importante para o aprendiz para a produção em inglês.

Conclusão Observamos que os dicionários bilíngues avaliados possuem algumas características pedagógicas em relação à macroestrutura que apresentam, como por exemplo, palavrasentrada em cor azul e as mais frequentemente utilizadas em cor vermelha, além de quadros com notas explicativas sobre cultura, diferenças semânticas e uso. Nos dicionários LDE e

Anais do XX Seminário do CELLIP – Centro de Estudos Linguísticos e Literários do Paraná CELLIP 25 anos | Londrina, UEL | 25 a 27 de outubro de 2011 ISSN 2175-2540

9 DOE a inclusão de figuras também é uma tentativa de tornar as informações mais acessíveis ao consulente aprendiz. Na microestrutura percebemos a preocupação com a apresentação clara e didática dos equivalentes e de suas acepções, com exemplos em língua inglesa e em língua portuguesa. Destacamos que o LDE e o DOE incluem um guia de estudos, com informações sobre vocabulário, gramática, escrita e outras. Infelizmente, apesar das inovações apresentadas e que caracterizam a natureza pedagógica dos DBs escolares, avaliadosestas obras mostram-se inadequadas quanto às informações gramaticais e sintáticas que apresentam. De acordo com os estudos metalexicográficos, os equivalentes em L2 devem ser acompanhados de informações gramaticais e sintáticas que possam colaborar na função de produção linguística. Deve-se entender que o consulente aprendiz, busca o equivalente em inglês, mas que desconhece, também, as demais informações a respeito do mesmo. Estudos metalexicográficos que possam colaborar para a melhoria das informações gramaticais e sintáticas nos dicionários portuguêsinglês devem ser priorizados.

Referências:

ASSIRATI, Elaine Therezinha. Uma análise crítica de dicionários escolares bilíngues inglês/português-português/inglês adotados no Brasil e o ensino de língua inglesa nas escolas brasileiras. Tese (Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa). Araraquara: UNESP, 2002. DURAN, Magali Sanches. Dicionários Bilíngues pedagógicos: reflexões, análise e propostas. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos). Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto. 2004. _______________. PARÂMETROS PARA A ELABORAÇÃO DE DICIONÁRIOSBILÍNGUES DE APOIO À CODIFICAÇÃO ESCRITA EM LÍNGUAS ESTRANGEIRAS.Tese IBILCE, 2008. HARTMANN, R. R. K. Teaching and Researching Lexicography. Essex: Pearson Education, 2001. HÖFLING, C Traçando um perfil de usuários de dicionários – estudantes de Letras com Habilitação em Língua Inglesa: um novo olhar sobre dicionários para aprendizes e a formação de um usuário autônomo. Tese (Doutorado em Linguística e Língua portuguesa). Universidade estadual paulista Júlio de Mesquita Filho, Araraquara. 2006. HUMBLÉ, P. Dictionaries and Language Learners. Frankfurt: Haag + Herchen, 2001.

Anais do XX Seminário do CELLIP – Centro de Estudos Linguísticos e Literários do Paraná CELLIP 25 anos | Londrina, UEL | 25 a 27 de outubro de 2011 ISSN 2175-2540

10 KROMANN et al. Principles of Bilingual Lexicography. Wörterbücher, Dictionaries, Dictionnaires, p. Berlin; New York; de Gruyter, 1989. MIRANDA, F. B. O que é macroestrutura no dicionário de línguas? In: As Ciências do Léxico Vol. III. pp. 261-272. Campo Grande: Ed.UFMS, 2007. SCHMITZ, J. R. A problemática dos dicionários bilíngues. As Ciências do Léxico, p.161170, Campo Grande, 2001. TARP, S. Lexicografia de aprendizaje. Cadernos de Tradução. Florianópolis: UFSC, 2006. ______. The foundations of a theory of learner’s dictionaries. Lexicographica, n.25, p.156168. 2009. WELKER, H. A. Lexicografia Pedagógica. Brasília, DF, Thesaurus, 2008. WELKER, H.A. Página Pessoal. 2009. Disponível em: http://www.let.unb.br/hawelker/Wiegand.html acesso em 28/02/2011 15:40 ZGUSTA,L. Lexicography Then and Now – Selected Essays. Lexicographica Series Maior, n.129, 2009.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.