Avaliação de impactes antrópicos em sedimentos recentes
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Workshop Antropicosta Iberoamerica 2010. CD-ROM
TÍTULO: AVALIAÇÃO DE IMPACTES ANTRÓPICOS EM SEDIMENTOS RECENTES AUTORES: Maria de Fátima Duarte de Araújo, Ana Catarina Murteira Corredeira, Marta Guimarães Santos, João Manuel Alveirinho Dias TEMA: Modificações no registro sedimentar RESUMO: Os rios Minho, Douro, Tejo e Guadiana nascem em Espanha e desaguam na zona costeira portuguesa, no Oceano Atlântico, estabelecendo todos eles em troços distintos uma parte da fronteira entre Portugal e Espanha. As descargas e a quantidade de sedimentos transportados por estes rios para os estuários e plataforma continental adjacente têm sido drasticamente modificados, devido ao aumento crescente das actividades antrópicas, nas quais se incluem a construção de barragens, as actividades mineiras e a urbanização. As respectivas bacias hidrográficas apresentam características muito distintas. Assim, a região Noroeste Ibérica é caracterizada por uma forte implantação industrial, actividades agrícolas diversificadas e uma elevada densidade populacional. A região central do país é atravessada (E‐W) pelo maior rio da Península, o Tejo, em cujo estuário se encontra a região mais densamente povoada do território nacional e onde está concentrada uma das maiores regiões industriais (cintura industrial de Lisboa). O rio Guadiana percorre a região sudoeste da Península (N‐S), uma região relativamente árida atravessada pela Faixa Piritosa Ibérica, onde ao longo do ano ocorrem grandes variações de clima e consequentemente de caudal. Os estuários do Minho, Douro e Guadiana estão expostos directamente à ondulação dominante, embora esta seja muito mais forte a Norte, contrariamente ao Tejo que apresenta um estuário protegido. Na desembocadura destes rios localizam‐se depósitos de sedimentos finos, que na região NW Ibérica apresentam uma forma alongada e estão orientados a Norte. A compreensão da origem e mecanismos de dispersão e deposição dos sedimentos finos depositados na plataforma tem sido alvo de estudos multidisciplinares, nos quais se tem incluído de uma forma sistemática a geoquímica (Araújo et al., 2002; Burdloff et al., 2008; Corredeira et al., 2008; Machado et al., 2005 e Paiva et al., 1997). Neste trabalho, pretende‐se associar características específicas destas grandes bacias Ibéricas, designadamente litologia, caudais, clima e as diferentes actividades humanas, com a composição química do material depositado na plataforma continental adjacente. METODOLOGIA Analisaram‐se amostras de sedimentos finos amostrados nos estuários e ao longo da plataforma portuguesa, na região adjacente à desembocadura dos rios Minho, Douro, Tejo e Guadiana. Determinaram‐se elementos maiores, menores e traço por espectrometria de São Paulo, Iguape e Cananéia – Brasil – de 27 de março a 01 de abril de 2010
fluorescência de raios X, dispersiva de energias, utilizando um espectrómetro KEVEX 771, segundo os procedimentos descritos em Araújo et al., 2002. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos permitiram caracterizar a origem, bem como avaliar alguns dos mecanismos de transporte e dispersão dos sedimentos depositados. Na zona costeira norte (Minho/Galiza) o rio Douro parece ser a grande fonte dos sedimentos finos depositados ao longo da plataforma. Contudo, e embora existam actividades agrícolas intensas ao longo da bacia (região do vinho do Porto) e uma elevada densidade populacional (incluindo a cidade do Porto, a 2ª cidade do país), não se identificam quaisquer sinais de contaminantes nos sedimentos finos da plataforma. Na região Oeste, os sedimentos apresentam níveis apreciáveis de contaminantes (Cr, Cu, Zn e Pb), devido às muitas indústrias implantadas, desde há décadas, no estuário do Tejo e às descargas de efluentes urbanos. A influência da litologia da bacia é visível através da presença de teores elevados de Al, Ca e Sr nos sedimentos. Na região SW Ibérica, existem teores elevados de Al, Si e Fe devido à presença de aluminossilicatos e óxidos de ferro. Determinaram‐se também concentrações elevadas de Cu, Zn e Pb, associáveis aos sulfuretos e resíduos minerais provenientes da extracção mineira que se desenvolve, há muito, na Faixa Piritosa Ibérica. AGRADECIMENTOS Este trabalho beneficiou da execução de projectos financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (CRIDA ‐ PLE/8/00; JNICT/DGA PEAM/P/GAG/226/93; JNICT PMCT/P/MAR/706/90) e pela Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA TC/POR/7/003). M.S. agradece o financiamento da FCT concedido através da bolsa SFRH/BPD/27213/2006. BIBLIOGRAFIA Araújo, M.F.; Jouanneau, J.‐M.; Valério, P.; Barbosa, T.; Gouveia, A.; Weber, O.; Oliveira, A.; Rodrigues, A.; Dias, J.M.A. (2002). Geochemical Tracers of Northern Portuguese Estuarine Sediments on the Shelf. Progress in Oceanography, 52, 2‐4, pp. 277‐297.
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D. Burdloff, M.F. Araújo, J.‐M. Jouanneau, I. Mendes, A.M. Monge Soares, J.M.A. Dias. Organic carbon sources to the Northern and Southwestern Portuguese shelf sediments. Applied Geochemistry, 23 (2008) 2857–2870. C. Corredeira, M.F. Araújo, J.‐M. Jouanneau (2008). Copper, zinc and lead impact in SW Iberian shelf sediments: An assessment of recent historical changes in Guadiana river basin, Geochemical Journal, 42 (2008) 319 – 329. Machado, A.; Rocha, F.; Araújo, M.F.; Vitali, F.; Gomes, C.; Dias, J.A. (2005). Geochemical Characterisation of Surficial Sediments from the Southwestern Iberian Continental Shelf. Ciencias Mariñas, 31, 1B, pp. 161‐177. Paiva, P.; Jouanneau, J.‐M.; Araújo, F.; Weber, O.; Rodrigues, A.; Dias, J.M.A. (1997). Chemical Characterisation of the Sedimentary Formation on the Portuguese Shelf Adjacent to Tagus River. Water, Air and Soil Pollution, 99, pp. 507‐514.
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