AVALIAÇÃO DE MERCADO PARA A REDE CANALIZADA DE GÁS NATURAL COM BASE NO CONCEITO DE DINÂMICA URBANA

July 23, 2017 | Autor: V. Meloni Massara | Categoria: Multi-criteria Decision Analysis infrastructure, Natural Gas
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Revista Brasileira de Energia, VaI. 14, N°. 1, 1° Sem. 2008, pp. 71-82

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AVALIAÇÃO DE MERCADO PARA A REDE

CANALIZADA DE GÁS NATURAL COM BASE

NO CONCEITO DE DINÂMICA URBANA

Vanessa Meloni Massara 1

Murilo Tadeu Werneck Fagá 1

Miguel Edgar Morales Udaeta 1

RESUMO

Este artigo tem como objetivo, identificar prioridades na expansão da infra­ estrutura de distribuição do gás natural. Propõe-se metodologia que utiliza matrizes considerando as relações entre a dinâmica urbana e as possibilida­ des do gás natural deslocar outras formas de energia final. Essas matrizes são compostas por informações sobre desenvolvimento social e urbano, custos de implantação da infra-estrutura e projeções do potencial de consu­ mo nos vários setores.O modelo objetiva propor a integração entre o perfil das cidades e a utilização do gás natural, com uma aplicação específica para a questão do mercado paulista. Como conclusão, ressalta-se a importância dos parâmetros urbanos no processo decisório sobre a ampliação da rede, através da análise de distritos do município de São Paulo. Palavras-chave: Energia, Gás Natural, Infra-Estrutura, Rede de Distribuição, Desenvolvimento Urbano

1 Programa Interunidades de Pós Graduação em Energia. PRH-04/ANP - PIPGE/IEE/USP. Endereço para correspondência: Rua Piauí, 1017 - Apto.32 São Caetano do Sul- SP. Cep 09541 - 150. E-mail: vmassara@ iee.usp.brTel: (1 1) 4226-3081

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ABSTRACT This paper aims at identifying expansion priorities for the natural gas infrastructure. A methodology is proposed using matrices that consider the relations between urban dynamics and the possibility natural gas might displace other types of final energy. These matrices are composed of social and urban developing data, gas distribution network implementation costs, and predicted consumption poten­ tials in the various sectors.The model intends to propose the integra­ tion between the cities profile and the natural gas uses, through the advance of natural gas in São Paulo as a specific case study. As con­ c1usion, the importance of urban parameters in the decision making process for the natural gas distribution expansion is emphasized though the analysis of the São Paulo districts. KeyWords: Energy, Natural Gas, Infrastructure, Distribution Network, Urban Development

(ndice de Atratividade

I

Uso Serviços

Uso comercial

~ 'I,

I

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Sl2 Planejamento urbano: -zoneamento -taxa de urbanização -uso do solo -lançamentos imobiliários -desenvolvimento urbano

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Figura 1. Os Sistemas de Informação para ê Iizado sob o conceito de dinâmica url

INTRODUÇÃO Considerando as possibilidades de atração (e repulsão) à rede de gás natural, geradas pelas vantagens competitivas inseridas no conceito de dinâmica urbana (FORRESTER, 1969; MASSARA, 2002; SEMPLA, 2006), propõe-se a seleção de parâmetros que possam intervir na implantação da rede de GN nas cidades brasileiras de perfil predominantemente urbano. A criação do modelo computacional (MASSARA, 2005) é sugerida como uma forma de embasar a análise teórica através de um estudo numérico segun­ do as interações entre os componentes selecionados, representados por quatro arquivos de informações - os bancos de dados (também denomina­ dos sistemas de informação), que permitirão classificar as células de estudo sob um "índice de atratividade" para a expansão da rede de distribuição do GN ou um "índice de adensamento'; no caso de locais com rede já instalada. Os 4 sistemas são resumidos na figura 1.

o Sistema 1 (SI1) agrupa indica

PLASA, 2004) que tratam da presença ( de água (AA), esgotos (CE) e iluminaçã mentos urbanos de transporte, saúde, c1usão social (IEX) e desenvolvimento I compreendidos neste trabalho como a

No Sistema 2 (SI2) são estudad bano (SÃO PAULO, 2002) que tem estn cidades. I'lestes parâmetros a célul'a de de ocupação residencial, comercial, de presentado pelo parâmetro uso do sole perspectiva de expansão, o zoneamen1 imobiliários (LI) da região em estudo, ( de Obras, devem ser equipados com in incrementando o uso desse energético com maior desenvolvimento urbano ([

Para o Sistema 3 (SI3) é organi: natural (IBGE, 2003; SEADE, 2006), por

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I célula de estudo ( UNIDADE

I I

--

índice de Atratividade

Uso Serviços

lTf

Uso comercial

I

-,

I QUARTEIRÃO I

BAIRRO DISTRITO MUNiCípIO

Uso industrial

Associar aos .] pontos cardeais

Uso residencial

.

Sistemas de Informação

~[

1

I ."

Sl1 Qualidade de

Vida:

-desenvovimento

humano

-exclusão social

-abastecimento de

água

-coleta de esgotos

-iluminação pública

SI2 Planejamento

'\

r

urbano: -zoneamento -taxa de urbanização -uso do solo -lançamentos imobiliários -desenvolvimento urbano

I

I



SI3 Projeções de

'\

Consumo de GN:

SI4 Indicadores da"" Obra Civil:

-renda familiar -densidade demográfica -estratificação de domicilias -estratificação de atividades

·distância da área já servida ·extensão das ruas -incidência de vias de tráfego intenso -densidade construida

,

~



índice de Adensamento

, 1 I

~

I

Figura 1. Os Sistemas de Informação para análise de mercado de gás natural cana­ lizado sob o conceito de dinâmica urbana. Elaboração: MAS SARA, 2005.

o Sistema 1 (SI1) agrupa indicadores sobre qualidade de vida

(EM­ PLASA, 2004) que tratam da presença de outras infra-estruturas como rede de água (AA), esgotos (CE) e iluminação pública (lP) e também de equipa­ mentos urbanos de transporte, saúde, representados pelos índices de ex· dusão social (lEX) e desenvolvimento humano (IDH) entre outros, que são compreehdidos neste trabalho como antecessores à rede de GN. No Sistema 2 (SI2) são estudados indicadores de planejamento ur­ bano (SÃO PAULO, 2002) que tem estreita ligação com o Plano Diretor das cidades. Nestes parâmetros a célula de estudo é caracterizada por seu perfil de ocupação residencia" comercial, de prestação de serviços e industrial re· presentado pelo parâmetro uso do solo (USres, UScom, USserv, USind) e sua perspectiva de expansão, o zoneamento (Z), bem como pelos lançamentos imobiliários (LI) da região em estudo, que pela determinação dos Códigos de Obras, devem ser equipados com instalações prediais para o gás natura" incrementando o uso desse energético e também pelas definições de áreas com maior desenvolvimento urbano (DU) e taxa de urbanização (TU). Para o Sistema 3 (SI3) é organizada a projeção de consumo de gás natural (IBGE, 2003; SEADE, 2006), por meio de fatores como a densidade

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demográfica (DD) e a renda familiar (RF), associada a estratificação domi­ ciliar (Eres) e de atividades econômicas (Ecom, Eserv, Eind), em níveis de detalhamento conforme a disponibilidade de informações desejada pelo usuário do modelo exemplificada na figura 2.

usos). Caso não haja informações sufi( terminam o índice de atratividade mas balham diretamente com projeção de usuário acessa o programa no nível dé informações sobre consumo de energi setor e verifica se possui os dados qUE automaticamente para o nível acima c dos dados e assim sucessivamente atÉ mar para a área de estudo:

INDÚSTRIA

fabricação de produtos do latidnio



O número de instalações indu~

Fabricação e refino de aç~c~r Fabricação de bebidas T~efação e moagem de café

Produção de conservas de frutas, legumes e v~etais

Figura 2. Exemplo da estratificação para a projeção de consumo de GN.

Elaboração: MA55ARA, 2005 com base no CNAE (IBGE, 2003).

Este método combina informações sobre consumo de energia e planejamento urbano. I\los últimos níveis (4 e 5) o modelo exige a carac­ terização amostrai de indústrias, comércio, serviços e residências, para um levantamento minucioso de dados físicos do imóvel, do consumo de outras fontes de energia e do número de equipamentos que podem ser converti­ dos ao gás natural. Porém o modelo prevê também a projeção de consumo indireta baseada nas características de uso e ocupação do solo expressas pela hipótese de que, quanto maior o número de domicilios, estabeleci­ mentos comerciais/prestação de serviços e instalações industriais alocadas na célula em estudo, maior é a atratividade de implantação da rede cana­ lizada de gás natural. Neste caso sugere-se a inserção pelo usuário de um peso externo que é multiplicado ao valor já digitado em função do número de unidades, para diferenciar os ramos de atividade que são mais propícios à utilização do gás natural ou que por outros motivos são mais atraentes· para a concessionária. Propõe-se que a utilização do programa sempre tenha início no nível 5 (4 para residências) que utiliza a verificação in loco de cada unida­ de, segundo amostragem. Neste caso, a entrada dessas características faz um "Iooping" dentro do programa, ou seja, se repete tantas vezes quantas forem as unidades amostrais digitadas, sempre relacionada ao grau de es­ tratificação anterior (o grau 3 para residências e o grau 4 para os outros

• O número de estabelecimentc viços •

O número de domicílios

Assim como para os outros par referentes a cada fator são somados in rede de GN dentro da célula de estudo, cial, C-comercial, S-serviços e I-industri

O Sistema 4 (SI4) apresenta pc sentam indicadores de custo da obra ci para a implantação dos dutos subterrâ vir da última área servida (D), a soma c estudo (ER) e o plano de interdição da mento das vias de grande tráfego na rede. O parâmetro DC representa a dei drados de construção pela área de estu de edificações por tipo de uso do sole assim a necessidade de ramificar a re< onerosa (caso dos usos residencial, con exemplo, na predominância do uso ind

METODOLOGIA

A metodologia baseada em inc tem como objetivo desenvolver procE orientar a expansão e o adensamento c

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usos). Caso não haja informações suficientes os graus iniciais também de­ terminam o índice de atratividade mas com menor precisão, já que não tra­ balham diretamente com projeção de consumo de energia. Desta forma o usuário acessa o programa no nível da pesquisa in loco, trabalhando com informações sobre consumo de energia, equipamentos e características do setor e verifica se possui os dados questionados. Em caso negativo, passa automaticamente para o nível acima onde é exigido menor detalhamento dos dados e assim sucessivamente até chegar ao nível 1 onde basta infor­ mar para a área de estudo: • O número de instalações industriais • O número de estabelecimentos comerciais e de prestação de ser­ viços • O número de domicílios Assim como para os outros parâmetros já descritos, todos os pesos referentes a cada fator são somados indicando o "índice de Atratividade" à rede de GN dentro da célula de estudo, segundo os usos do solo (R-residen-, cial, C-comercial, S-serviços e l-industrial). O Sistema 4 (SI4) apresenta parâmetros que indiretamente repre­ sentam indicadores de custo da obra civil (SÃO PAULO, 2006; SEADE, 2006), para a implantação dos dutos subterrâneos como a distância da área a ser­ vir da última área servida (D), a soma da extensão de ruas para a célula de estudo (ER) e o plano de interdição da vias (T) que é baseado no levanta­ mento das vias de grande tráfego na região onde deve ser implantada a rede. O parâmetro DC representa a densidade construída em metros qua­ drados de construção pela área de estudo, visando apontar a concentração de edificações por tipo de uso do solo (DCres, DCcom, DCserv e DCind) e assim a necessidade de ramificar a rede, tornando sua implantação mais onerosa (caso dos usos residencial, comercial e serviços) ou não (como por exemplo, na predominância do uso industrial).

METODOLOGIA A metodologia baseada em indicadores urbanos (MASSARA, 2005) tem como objetivo desenvolver procedimentos que permitam analisar e orientar a expansão e o adensamento da rede física de gás natural canaliza­

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do dentro de um município através da análise conjunta dos setores de con­ sumo com base na dinâmica urbana que determina a expansão do sistema de rede de gás natural em áreas metropolitanas. A modelagem sistêmica dos fatores envolvidos foi elaborada atra­ vés das seguintes etapas: Identificação, caracterização e sistematização dos principais fatores intervenientes com base no conceito de dinâmica urbana (confor­ me descrito na introdução). •

Definição das células de estudo conforme a disponibilidade de in­ formações sobre os parâmetros.

Partindo da unidade de estudo, os dados vão sendo armazenados conforme o detalhamento desejado pelo usuário, caminhando para células maiores até chegar à área do município. A introdução das células de estudo deve ser uma entrada variável, pois determina quantas vezes o programa deverá repetir cada entrada de um parâmetro para o preenchimento do banco de dados. Os nomes da células devem ser digitados (bairro, distrito, quarteirão...) criando uma lista que deve ser associada as zona da cidade (os pontos cardeais). Escolhida uma célula de estudo, esta será o padrão. A mistura de diferentes escalas geográficas não é recomendada. Uma vez digitada a lista de células de estudo, esta automaticamente se repete no passo seguinte que corresponde ao preenchimento do banco de dados. •

Sistematização dos parâmetros: consiste no preenchimento de informações sobre os quatro sistemas de informação (através de coleta de informações junto as Prefeituras, IBGE e no caso de São Paulo, a Fundação SEADE) constituindo um "banco de dados':



Hierarquização de parâmetros quantitativos e qualitativos através da atribuição de uma escala de priorização que unifica a dimensão de todos os indicadores avaliados na unidade de análise para que pos­ sam ser tratados matematicamente. A escala de hierarquização esco­ lhida é a do método de análise hierárquica (SAATY, 1980), que permi­ te a verificação entre os algoritmos desse método e o da proposta de modelagem, segundo a associação apresentada na tabela 1.

Tabela 1. Adaptação da escala

I

Escala Semântica Baixa atratividade à implantaçã

1

Baixa a Média atratividade à implant'

2

Média atratividade à implantaçã

3

Média a alta atratividade à implanta,

4

Alta atratividade à implantação

5

A escolha por 5 intervalos é f L cas coleta das na SEADE (2006), IBGE que usam em geral, como divisão de·

que facilita a associação da escala sem~ valores numéricos obtidos em fontes c

Antes da conversão em escala, E os parâmetros na mesma unidade, assi maticamente os parâmetros em porcer pesos, calcula-se 5 intervalos numérico sua amplitude numérica. Vale ressaltar, vidual de seus valores extremos para a I •

Aplicação do algoritmo para o fórmula matemática para detE média da soma simples de toe metro por célula de estudo qu oficiais da Prefeitura de São Pal atratividade é utilizado para a natural inexiste ou está em fase as possibilidades de cálculo do temas de Informação ou por Cc

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Tabela 1. Adaptação da escala AHP ao estudo do gás natural. Faixa

Escala

Escala Semântica para o Gás NatUral

AHP

1

Baixa atratividade à implantação da rede (ou ao adensamento)

1

2

Baixa a Média atratividade à implantação da rede (ou ao adensamento)

3

3

Média atratividade à implantação da rede (ou ao adensamento)

5

4

Média a alta atratividade à implantação da rede (ou ao adensamento)

7

5

Alta atratividade à implantação da rede (ou ao adensamento)

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Elaboração: MASSARA, 2005.

A escolha por 5 intervalos é fundamentada nas informações bási­ cas coletadas na SEADE (2006), IBGE (2003) e prefeituras (SEMPLA, 2006) que usam em geral, como divisão de tabelas e mapas, 5 agrupamentos, o que facilita a associação da escala semântica para análise da rede de GN aos valores numéricos obtidos em fontes oficiais. Antes da conversão em escala, é necessária a transformação de todos os parâmetros na mesma unidade, assim, o modelo deve transformar auto­ maticamente os parâmetros em porcentagem. A seguir, para a atribuição de pesos, calcula-se 5 intervalos numéricos para cada parâmetro com base em sua amplitude numérica. Vale ressaltar que cada fator exige um cálculo indi­ viduai de seus valores extremos para a composição das 5 faixas. •

Aplicação do algoritmo para o cálculo do índice de Atratividade: a fórmula matemática para determinação do índice compreende a média da soma simples de todos os pesos atribuídos a cada parâ­ metro por célula de estudo que é baseada no algoritmo de índices oficiais da Prefeitura de São Paulo (SEMPLA, 2002; 2006). O índice de atratividade é utilizado para a análise de locais onde a rede de gás natural inexiste ou está em fase inicial de expansão. A tabela 2 mostra as possibilidades de cálculo do índice de Atratividade: Geral, por Sis­ temas de Informação ou por Categorias de Ocupação do Solo.

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ve

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Tabela 2. Resumo do algoritmo para o índice de Atratividade. .~==

-== Indices p-or Sistemas de Informa"".•=,ão===,..........,~..,...==~~

Tabela 3. Resumo do algoritmo pa Indice pelo Método 1 - Consideran IRES = (número unidades - número unidades

IQV = IEX+IDH+AA+EC+IP IPU = USres+UScom+USserv+USind+Z+DU+L1res+L1serv+TU IPC = DD+RF+Eres+Ecom+Eserv+Eind

ICOM = (número unidades - número unidadE ISERV (número unidades - número unidade

IOC = D+E+T+DCres+DCcom+DCserv+DCind Indice Geral

UND = (número unidades - número unidad Igeral = (IRES+ICOM

Indice p,!lo MétodQ 2 - Conslder IRES = (Volume estimado - Volume ICOM = (Volume estimado - VolumE

Igeral = IQV+IPU+IPC+IOC _ _...:.índices ~or Categorias de OcuR ção do Solo IRES = IEX+IDH+AA+CE+IP+USres+Z+DU+L1res+TU+DD+RF+Eres+D+E+T+DCres

ICOM = IEX+IDH+AA+CE+IP+UScom+Z+DU+Z+TU+DD+RF+Ecom+D+E+T+DCcom

ISERV IEX+IDH+AA+CE+IP+USserv+Z+DU+L1serv+TU+DD+RF+Eserv+D+E+T+DCserv

ISERV (Volume estimado - Volum

UND = (Volume estimado - Volum

Igeral= (IRES+ICOM-fi

UND = USind+Z+Eind+D+DCind

Elaboração: MASSARA, 2005. Nota: A média é calculada sempre em função do número de parâmetros efetivamente digitados. Vide siglas na introdução.

• Aplicação do algoritmo para o cálculo do índice de Adensamento: é utilizado para o estudo de áreas onde a rede já foi ínstalada, visan­ do apontar as possibilidades de incrementar o uso da rede existen­ te. Esse índice é vinculado ao Sistema de Informações "Projeção de Consumo de GN" (e portanto não utiliza os outros sistemas, confor­ me mostra a figura 1). Assim para chegar neste cálculo, o usuário necessariamente deve antes preencher dados referentes ao siste­ ma 3. O índice pode ser calculado através de 2 métodos: - Método 1: o adensamento é representado pela subtração entre o número total de unidades e o número de unidades efetivamente já conectadas à rede de GN, entendendo-se como "unidades" o número de domicílios, estabeleci­ mentos comerciais, de prestação de serviços e instalações industriais. - Método 2: o índice é calculado através da inserção de informações para o nível 5 de estratificação, usando estimativas de conversão de outras fon­ tes de energia para o gás natural, comparada ao volume já vendido pela concessionária distribuidora de gás natural por uso do solo. Nesse caso é necessário trabalhar com unidades amostrais. Para cada um dos dois métodos é possível calcular 4 diferentes ín­ dices de Adensamento, conforme mostra a tabela 3. O resultado das sub­ trações positivo, indica que há adensamento.



Atribuição da escala ordinal às lor calculado dos índices, (salvo ver os volumes estimados por u seja, a maior média indica o pril1' ou seja:

- Elaboração do ranking de atratividadt gorias de ocupação do solo): correspor células de estudo em função do valor o tividade.

- Elaboração do ranking de adensament< ção): corresponde a ordenação classifica ção do valor obtido no cálculo do índic utilizado o nível 5 de projeção e se pretE •

Aplicação do algoritmo para o cálculo é necessário o uso da I projeção de consumo em mel pela faixa tarifária da concessio Neste item propõe-se a verifica< que não é exatamente o lucro c tributações e outros descontos da relação entre o volume cons ra mais precisa, o cálculo do fe dos encargos (receita líquida).

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Tabela 3. Resumo do algoritmo para o índice de Adensamento. _____---:I:.:;,n;::d.ice elo Método 1 - Considerando ape as número de unidades IRES = (número unidades - número unidades ligadas

à rede) '. Peso Extra residencial

ICOM = (número unidades - número unidades ligadas à rede) '. Peso Extra comercial ISERV (número unidades - número unidades ligadas à rede) * Peso Extra serviços IIND = (número unidades -I')úmero unidades ligadas à rede)

* Peso Extra industrial

Igeral = (IRES+ICOM+ISERV+IIND) /4

Indice e

Método 2 - Considerando volumes de convers· o

IRES = (Volume estimado - Volume já comercializado) residencial ICOM= (Volume estimado - Volume já comercializado) comercial ISERV (Volume estimado - Volume já comercializado) serviços IIND = (Volume estimado - Volume já comercializado) industrial Igeral = (IRES+ICOM+ISERV+IIND) /4 Elaboração: MASSARA, 2005.



Atribuição da escala ordinal às células de estudo conforme o va­ lor calculado dos índices, (salvo nos casos onde o usuário pretenda ver os volumes estimados por unidade) em ordem decrescente, ou seja, a maior média indica o primeiro lugar e assim sucessivamente, ou seja:

- Elaboração do ranking de atratividade (geral, por sistemas ou por cate­ gorias de ocupação do solo): corresponde a ordenação c1assificatória das células de estudo em função do valor obtido no cálculo do índice de Atra­ tividade. - Elaboração do ranking de adensamento (geral ou por categorias de ocupa­ ção): corresponde a ordenação c1assificatória das células de estudo em fun­ ção do valor obtido no cálculo do índice de Adensamento salvo quando é utilizado o nível 5 de projeção e se pretende verificar volumes individuais. Aplicação do algoritmo para o cálculo da Receita Bruta: para esse cálculo é necessário o uso da célula de estudo "unidade" onde a projeção de consumo em metros cúbicos deve ser multiplicada pela faixa tarifária da concessionária por tipo de ocupação do solo. Neste item propõe-se a verificação do valor ganho através da tarifa, que não é exatamente o lucro da concessionária de gás, por incluir tributações e outros descontos, mas que possibilita a visualização da relação entre o volume consumido e o valor a pagar e de manei­ ra mais precisa, o cálculo do faturamento associando a existência dos encargos (receita líquida).

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VC

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Para que os cálculos sejam feitos, o usuário deve inserir o valor já calculado para o volume de GN (se tiver determinado o índice de atrativida­ de) e também o volume efetivamente comercializado (somente se estiver desejando relacionar dados oriundos do cálculo de adensamento) e tam­ bém a tarifa fixa e móvel (no caso do retorno por tarifa) ou os encargos fixo e móvel (no caso do faturamento), porém é necessário que cada categoria de uso do solo seja feita individualmente já que o valor das tarifas varia segundo os usos do solo. Este item está em desenvolvimento. • Validação do modelo de apoio a tomada de decisão para o planeja­ mento da expansão da rede canalizada de GN através de dois mé­ todos: - Método 1: Comparação dos resultados obtidos através do modelo com àqueles obtidos pela metodologia de análise hierárquica; - Método 2: estudos de caso em municípios do Estado de São Paulo e com­ paração entre o resultado obtido através do modelo e o mapeamento da rede já implantada.

Tabela 4. O Ranking Geral de atratividac ção de gás r

Distrito Ipiranga Tatuapé Penha Vila Matilde Socorro Vila Formosa

sul leste leste leste sul leste

Os primeiros colocados, são dis' sidencial, maior liberdade de zoneame já servidas e é claro, tem maior projeç~ concentram menor renda, uso residenci' comercial, serviços e industrial. Os últim terísticas do grupo intermediário, estão E à expansão e portanto, de pequeno desE

CONCLUSÕES ESTUDO DE CASO Para estudo de caso foram selecionados 6 distritos de diferentes zo­ nas da capital paulista com as mais variadas características. Alguns deles já possuem a rede de gás natural de forma pontual, porém todos podem ser considerados no estágio de expansão, já que nenhum deles está completa­ mente servido. A opção de avaliação é o ranking geral visando simplificar a demonstração. A tabela 4 apresenta o ranking de atratividade à expansão da rede obtido com o uso do protótipo. Como respaldo de validação da base metodologia, o resultado foi comparado à atual condição da rede e com indicativos de expansão e respondeu de forma satisfatória.

O modelo baseado em indicadc sultados coerentes quando testado em c monstrando ser uma ferramenta de cálc compreensão e utilização como auxiliar I sobre a expansão e adensamento da re cidades brasileiras;

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem o apoio c ANp, da Financiadora de Estudos e ProjE ência e Tecnologia - MCT por meio do P ANP para o Setor Petróleo e Gás - PRH-A

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VOl. 141 N° 1 11°SEM.l2DDS





Tabela 4. O Ranking Geral de atrativídade à expansão da rede de distribui­ ção de gás natural.

~r



Distrito

Zona

o a a

Ipiranga Tatuapé

sul leste leste

Penha Vila Matilde Socorro Vila Formosa

leste sul leste

I eral 6,1 6,3 5,9 4,7 5,4 5,6

RanIdn 20 10 30 60 50 40

Os primeiros colocados, são distritos com maior verticalização re­ sidencial, maior liberdade de zoneamento, estão mais próximos à áreas já servidas e é claro, tem maior projeção de consumo de GN. Os demais concentram menor renda, uso residencial horizontal e pouca concentração comercial, serviços e industrial. Os últimos na classificação além das carac­ terísticas do grupo intermediário, estão em área com restrições ambientais à expansão e portanto, de pequeno desenvolvimento urbano.

CONCLUSÕES O modelo baseado em indicadores urbanos tem apresentado re­ sultados coerentes quando testado em cidades do Estado de São Paulo, de­ monstrando ser uma ferramenta de cálculo de bom grau de precisão, fácil compreensão e utilização como auxiliar no processo de tomada de decisão sobre a expansão e adensamento da rede canalizada de gás natural nas cidades brasileiras:

AGRADECIMENTOS Os autores agradecem o apoio da Agência l\Jacional do Petróleo ­ ANP, da Financiadora de Estudos e Projetos - FII\JEP e do Ministério da Ci­ ência e Tecnologia - MCT por meio do Programa de Recursos Humanos da ANP para o Setor Petróleo e Gás - PRH-ANP/MCT.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EMPRESA METROPOLITANA DE PLAI\JEJANlEI\JTO. O perfil institucional da Região Metropolitana de São Paulo. São Paulo, EMPLASA, 2004. FORRESTER, J. W.. Urban Dynamics. Cambridge, M.I.T. Press, 1969. 285p. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATrSTICA. Cadastro Nacional das Atividades Econômicas (CNAE). Rio de Janeiro, 2003. Cd-rom. FUNDAÇÃO SISTEMA ESTADUAL DE ANÁLISE DE DADOS. Pesquisa Muni­ cipal Unificada. São Paulo, SEADE, 2006.43p. MASSARA, V.M. A Dinâmica Urbana na Otimização da Expansão da In­ fra-Estrutura de Gás Natural. São Paulo. Texto de Qualificação (Doutorado em Energia). Programa Interunidades de Pós Graduação em Energia da Uni­ versidade de São Paulo, 2005. 78p. MASSARA, V.M. O perfil da infra-estrutura no Município de São Paulo e sua relação com as transformações de uso do solo: o centro expandido e a região de São Miguel Paulista. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2002. 178p + CD-rom. SAATY,T. lhe Analytic Hierarchy Process: Planning, Priority Setting, Re­ source Allocation. Londres, McGraw-Hill, 1980.320p. SÃO PAULO (CIDADE) - SECRETARIA MUNICIPAL DE: PLANEJAMENTO UR­ BANO. Dinâmica Urbana. São Paulo, 2006.33p. SÃO PAULO (CIDADE) - SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO UR­ BANO. Plano Diretor estratégico do Município de São Paulo 2002-2012. São Paulo, 2002. Cd-rom.

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