Metodologia de escolha de espécies para Pequenos Objetos de Madeira – POM Acabamento superficial Methodology of grading species for Small Wood Objects – SWO Surface finishing Gerson Henrique Sternadt –
[email protected] Analista Ambiental - Engenheiro Florestal – MS - Laboratório de Produtos Florestais – SFB SCEN trecho 2 lote 4 CEP 70818-900 Brasília - DF RESUMO Este artigo tem a intenção de propor uma metodologia para escolha de madeira para Pequenos Objetos de Madeira – POM quanto ao acabamento superficial. O trabalho começa com uma visão geral da trabalhabilidade em máquina de madeiras amazônicas, em particular e do seu conjunto, segundo testes e procedimentos adotados no LPF – IBAMA. Este estudo aborda 108 espécies de madeiras das regiões do Grande Carajás (PA), JuruáSolimões (AM) e Jamari (RO). Os testes referem-se à aplicação parcial da norma da ASTM D – 1666 -64 (Reaproved - 1976) nas operações de usinagem mais comuns da indústria madeireira e de pequenos objetos de madeira - POM tais como broca, plaina, lixa e torno. As madeiras apresentaram acabamento superficial de bom a excelente, 88% das espécies de madeira na operação de lixa, 67% na de torno, 82% na de broca e 54% na de plaina. As espécies que não trincam ao pregar são 58%. As madeiras de densidade básica classificada como muito-leve e leve não apresentam trincas por prego e o percentual de trincas aumenta gradativamente até incluir todas as madeiras pesada e muito-pesada. Em todos os testes de usinagem oito espécies de madeiras foram classificadas com avaliação excelente: abiurana – branca/jará (Pouteria sp.); goiabão (Planchonella pachycarpa Pires); matá-matá (Eschweilera longipes (Poit) Miers); parinari (Parinari excelsa Sabine); peroba-mico (Aspidosperma macrocarpum Mart); urucurana (Sloanea nitida G. Don); tanibuca (Buchevania grandis Ducke); tuturubá (Planchonella oblanceolata Pires). Esse estudo propôs um conceito de trabalhabilidade geral de acabamento da madeira em boa e ruim de trabalhar, contando unidades de pontos de usinagem onde consideramos os resultados que tiveram conceito de acabamento excelente nos testes de plaina, lixa, broca e de torno, e as madeiras que não trincam no teste de prego. As 108 espécies alcançaram 40% de “espécies boas de trabalhar”, com escore excepcional (1%), excelente (17%) e bom (22%) e; 60% de espécies “ruins de trabalhar” com escores de regular (31%) e ruim (19%). Palavras-chave: madeira, POM, análise, trabalhabilidade ABSTRACT This paper has been target to offer a method to choice the right wood to make Small Wood Object – SWO considering the surface finishing. This work stated with an overview of the machining workability from Amazonian’s woods, by species and in its set, second tests and procedures adopted by LPF - IBAMA. This study is about 108 wood species from Grande Carajás (PA), Juruá-Solimões (AM) and Jamari (RO). This test refers to the partial application of the standard ASTM D – 1666 -64 (Reproved - 1976) in the foremost operations of the woodworking and small wood objects industries like boring, planning, sanding and turning. The results showed wood’s with good surface finishing: 88% as excellent and good in sanding; 67% in turning; 82% in boring and 54% in planning. The species without splitting in nailing were 58%. The woods classified with very light basic weigh and light did not have splitting by nailing and the percentage of splitting is growing until include all heavy and very heavy woods. The interlocked grain was responsible for 38% of no splinting by nail, in contrast with 21% of straight grain. In all machining tests eight wood species were graded with excellent evaluation: abiurana – branca (Pouteria sp); goiabão (Planchonella pachycarpa Pires); matá-matá (Eschweilera longipes (Poit) Miers); parinari (Parinari excelsa Sabine); peroba-mico (Aspidosperma macrocarpum Mart); urucurana (Sloanea nitida G.
1
Don); tanibuca (Buchevania grandis Ducke); tuturubá (Planchonella oblanceolata Pires). This work produces a general concept of woodworking finishing in bad and good to work by counting units of point of the concept excellent in planning, sanding, boring and turning, considering all results and woods without splitting. Then it was established a score from zero to five, from very-bad to exceptional related to workability of the 108 wood species. Overall 40% of the species are graded “species good to work”, 1% with exceptional score, 17% excellent, and with good 22% and, 60% are “bad to work” with scores from regular (31%), bad (19%) and very bad (1%). Key words: wood, SWO, analyze, woodworking 1.
ESTADO DA ARTE
A primeira constatação é de que não se tem dados de trabalhabilidade das espécies de madeira de modo comparativo e analítico. Falta análise em relação às outras propriedades da madeira como densidade, textura, grã e fendilhamento por prego (trinca). Não se tem critério de avaliação das madeiras que permitam encontrar a espécie para a indústria de Pequenos Objetos de Madeira - POM em produtos como artigos de adorno pessoal, artigos de mesa e cozinha, artigos esportivos, brinquedos, componentes de produtos e outros de acordo com as suas necessidades. A intenção desse estudo é contribuir com uma análise do comportamento da madeira em máquina e a proposição de um critério de escolha das madeiras brasileiras. Esse esforço é limitado pelo número de espécies (108), número de operações de usinagem realizadas (um teste de fendilhamento por prego e quatro de usinagem). No Laboratório de Produtos Florestais – LPF do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA foram estudadas 108 espécies de madeiras amazônicas quanto a sua trabalhabilidade, incluindo as operações de fendilhamento (trincas) por prego, em particular o seu acabamento superficial quando processadas em máquinas de plaina, lixa, broca, e de torno. Estas informações técnicas são importantes para a indústria de processamento secundário da madeira para escolher a espécie de madeira com propriedades adequadas ao produto POM. Exatamente neste particular, o usuário dessas informações necessita ter uma visão clara do conjunto de suas possibilidades de escolha de espécies de madeira que poderá atender as suas necessidades de uso nos quesitos trabalhabilidade. Este paper procura reunir as descrições das propriedades da madeira de forma organizada, em um formato que permita comparações e a formação de um juízo de valor que permita a sua interpretação, para resposta nos termos de madeira boa ou madeira ruim de trabalhar, ou seja, a trabalhabilidade geral. Considerando que a informação disponível sobre trabalhabilidade da madeira está em um contexto de caracterização da espécie, esse trabalho apresenta a trabalhabilidade em um formato que permite ver a sua posição em relação ao todo. Essa contribuição na interpretação da trabalhabilidade da madeira não deve de ser levada de maneira absoluta, mas com as restrições dos testes a que foram submetidas às madeiras, tendo-se em vista o uso final onde o acabamento superficial e o uso de pregos sejam importantes. 2.
MATERIAL E MÉTODOS
A origem dos dados das espécies de madeira desse trabalho foi do Laboratório de Produtos Florestais – LPF do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. O número de espécies analisadas foi de 108 espécies de madeiras amazônicas quanto a sua trabalhabilidade. A FIGURA 1 detalha a metodologia adotada no presente trabalho. Os métodos e procedimentos no estudo da trabalhabilidade executada no LPF–IBAMA foi conduzida de acordo com a norma ASTM D1666 (1976) com adaptações descritas em IBDF
2
(1997) e IBAMA (1988) e está disponível, juntamente com as demais propriedades das espécies de madeira no Banco de Dados do LPF – IBAMA no site http://www.ibama.gov.br/lpf/madeira. Conforme descrito nas publicações IBDF (1988) e IBAMA (1997) os estudos da trabalhabilidade referem-se ao acabamento superficial da madeira, nas operações mais comuns de usinagem na indústria de transformação secundária da madeira. Utilizou-se a furadeira horizontal (INVICTA, modelo RI-15 Ruby), plaina moldureira (SOLIMAQ, modelo PERFIMAQ), lixadeira de fita de carpintaria tipo traço (INVICTA, modelo ASTRAL), e o torno copiador semi-automático (LAMPE, modelo 85). As ferramentas de corte da madeira foram as de uso comum como brocas (SKF HSS e corte á direita) de 25 mm e 12 mm de diâmetro, lixas (CARBURUNDUM – CARBOMAPAN AX) de grana 80, rolo desintegrador (LEITZ) na plaina moldureira e bedame no torno (INDFEMA, modelo IF-120-03). Acrescentamos os resultados de fendilhamento prego, importante para quem utiliza o meio mais simples de ligação na montagem de produtos POM como caixas, cabides, expositores, e produtos onde se deseja fixar de maneira rápida e efetiva e, precisa saber se a madeira trinca ou não ao pregar. O teste de fendilhamento (trinca) por prego (15x15 com 35 mm e 2,4 mm de aço BTC claro 1008 a 10015), descrito por DAVIS (1982) não está em norma, e é um procedimento que caracteriza diversas espécies de madeiras folhosas. A metodologia do procedimento foi adotada pela da sua simplicidade, potencial de uso prático, facilidade de conferir os resultados, número de amostras pequeno e de fácil execução. O teste consiste em pregar com um martelo a um centímetro no lado da extremidade menor da tábua, no topo, a intervalos regulares de também um centímetro, prego suficiente para fixar uma tábua de espessura de dois centímetros. Observa-se então se o prego causou, ou não fenda (trinca) na madeira, e então, se constata o seu comportamento quanto ao fendilhamento por prego. Na Tabela 1 encontra-se o critério de avaliação da trabalhabilidade geral. O conceito geral de acabamento das madeiras foi feito somando as unidades de pontos de usinagem, quantos excelentes a espécie alcançou no testes e as madeiras que não trincam ao pregar. Assim, a espécie peroba-mico, que possui resultado excelente nos testes de plaina, lixa, broca e torno e não trinca ao pregar, soma cinco pontos, e por isso, recebe o conceito de excepcional (a pontuação varia de zero a cinco, de muito ruim a excepcional). Nesse ponto foi estabelecido o resumo final da trabalhabilidade, o conceito de trabalhabilidade geral – TG. A madeira excepcional, excelente e bom foi classificada como madeira boa de trabalhar e, a madeira de conceito regular, ruim e muito ruim, foi classificada como madeira ruim de trabalhar, conforme Figura 1. Tabela 1 Critério de avaliação da trabalhabilidade em máquina e fendilhamento por prego.
Conceito de acabamento e aceite de prego (1)=(2) + (3) ou (4)
Número de conceitos excelente nos testes de plaina, lixa, broca e torno. (2)
excepcional excelente bom regular ruim muito ruim
4 4 ou 3 3 ou 2 2 ou 1 1 ou 0 0
Fendilhamento por prego: ausência ou presença de trinca: (não trinca) (1); presença (trinca) (0). (3) 1 1 ou 0 1 ou 0 1 ou 0 1 ou 0 0
3
Total de pontos (4) = (2) + (3)
5 4 3 2 1 0
Trabalhabilidade geral-TG - soma do conceito excelente, acabamento em máquina e fendilhamento (trinca) por prego (5) boa ruim
objetivo deste trabalho é fazer generalização do comportamento Características anatômicas, físicasuma e propriedades da madeira que influenciamda a madeira em trabalhabilidade da madeira Grã
- direita, - cruzada ou revessa
Densidade
Textura
- muito leve - leve - média leve - média pesada - pesada - muito pesada
- fina - média - média grossa - grossa
Testes de trabalhabilidade e critério de avaliação do acabamento da madeira processada em máquina Teste
- trinca por prego - lixa - plaina - broca - torno
Trinca por prego
Conceito de acabamento em máquina por teste – ASTM 1666 (1976)
- aceita (não fendilha, não trinca) - não aceita (fendilha ou trinca)
- muito ruim - ruim - regular - bom - excelente
Trabalhabilidade geral– inclui trinca por prego e acabamento em máquina
Conceitos criados para avaliar a trabalhabilidade geral da madeira em uma pontuação baseada número de acabamento excelente obtido nos testes em máquina e o teste de prego.
- muito ruim - ruim - regular
- bom - excelente - excepcional
- ruim Trabalhabilidade geral da madeira - TG - boa
Análise da trabalhabilidade
Procura de relações entre propriedades da madeira e a trabalhabilidade por meio de gráficos de freqüência
- trabalhabilidade geral - madeira boa e madeira ruim - acabamento por teste – muito ruim, ruim, regular, bom e excelente - influência da textura no acabamento - influencia da grã no acabamento - influencia da densidade básica no acabamento
Figura 1 – Metodologia utilizada nos estudos de trabalhabilidade.
4
Tabela 2. Lista resumo da trabalhabilidade de 108 espécies de madeiras amazônicas Nome científico
nome comum
textura
grã
plaina
lixa
torno
broca
d. básica
Teste prego
conceito TG
TG
Acacia polyphylla A.DC.
monjoleiro
média
direita
regular
bom
regular
excelente
médialeve
não trinca
regular
ruim
Acioa edulis Prance
castanha-demédia cutia
cruzada ou revessa ruim
bom
excelente excelente
médiapesada
trinca
regular
ruim
Acioa sp.
castanha-demédia cutia
cruzada ou revessa bom
excelente
excelente excelente
médiapesada
trinca
bom
boa
Allantoma lineata (Mart. ex Berg) Miers
seru
fina
direita
bom
regular
excelente bom
médialeve
não trinca
regular
ruim
Anacardium microcarpum Ducke
cajuaçú
média
direita
ruim
bom
sem dados
bom
leve
não trinca
ruim
ruim
Anacardium tenuifolium Ducke
cajuí
média
direita
ruim
ruim
sem dados
muito ruim
leve
não trinca
ruim
ruim
Andira surinamensis (Bondt) Pulle
andirá-uxi
grossa
cruzada ou revessa ruim
excelente
bom
excelente
médiapesada
não trinca
bom
boa
Apuleia molaris Spruce ex Benth.
garapeira
média
cruzada ou revessa ruim
excelente
excelente excelente
médiapesada
não trinca
excelente
boa
Aspidosperma desmanthum B.. Ex U. A.
araracanga
média
cruzada ou revessa excelente
bom
excelente excelente
médiapesada
não trinca
excelente
boa
Aspidosperma macrocarpon Mart.
peroba-mico fina
cruzada ou revessa excelente
excelente
excelente excelente
médialeve
não trinca
excepcional
boa
Beilschmiedia brasiliensis (K.) K.
anoerá-ferro média
cruzada ou revessa ruim
regular
excelente excelente
médialeve
trinca
regular
ruim
Bowdichia nitida Spruce
sucupirapreta
média
cruzada ou revessa regular
bom
excelente excelente
médiapesada
trinca
regular
ruim
Brosimum acutifolium sb. interjectum Berg
mururé
média
cruzada ou revessa excelente
excelente
bom
excelente
médiapesada
não trinca
bom
boa
Brosimum rubescens Taub.
conduru
média
cruzada ou revessa ruim
excelente
excelente excelente
médiapesada
não trinca
excelente
boa
Brosimum utile (H.B.K.) Pittier
garrote
média
cruzada ou revessa regular
bom
sem dados
leve
não trinca
ruim
ruim
Buchenavia grandis Ducke
tanimbuca
média
cruzada ou revessa excelente
excelente
excelente excelente
médiapesada
trinca
excelente
boa
5
sem dados
Tabela 2. Continuação lixa
torno
broca
d. básica
prego
conceito TG
TG
cruzada ou revessa bom
excelente
bom
excelente
médiapesada
trinca
regular
ruim
média
cruzada ou revessa regular
excelente
excelente excelente
médiapesada
não trinca
excelente
boa
camaçari
média
cruzada ou revessa regular
excelente
regular
bom
médialeve
não trinca
regular
ruim
Cariniana micrantha Ducke
jequitibárosa
média
direita
excelente
bom
bom
excelente
médialeve
trinca
regular
ruim
Caryocar glabrum (Aubl.) Pers.
pequiarana
média
cruzada ou revessa excelente
ruim
bom
bom
médialeve
não trinca
regular
ruim
Caryocar villosum (Aubl.) Pers.
pequiá
média
cruzada ou revessa regular
regular
ruim
excelente
médialeve
não trinca
regular
ruim
Cassia fastuosa Willd.
canafístula
médiagrossa
cruzada ou revessa regular
excelente
excelente excelente
médiapesada
trinca
bom
boa
Castilla ulei Warb.
caucho
média
cruzada ou revessa regular
regular
sem dados
ruim
leve
não trinca
ruim
ruim
Cedrela odorata L.
cedro
média
direita
bom
bom
bom
regular
leve
não trinca
ruim
ruim
Cedrelinga catenaeformis Ducke
cedrarana
grossa
direita
bom
excelente
bom
bom
médialeve
trinca
ruim
ruim
Clarisia racemosa Ruíz & Pav.
guariúba
média
cruzada ou revessa bom
excelente
regular
bom
médialeve
trinca
ruim
ruim
Copaifera multijuga Hayne
copaíba
média
direita
regular
excelente
ruim
ruim
leve
não trinca
regular
ruim
Copaifera sp.
copaibarana média
direita
excelente
excelente
sem dados
ruim
leve
não trinca
bom
boa
Couepia robusta Huber
abiurana
média
cruzada ou revessa excelente
excelente
bom
bom
pesada
trinca
regular
ruim
Croton palanostigma Klotzch
sangrad´agua
média
direita
excelente
regular
muito ruim
leve
não trinca
bom
boa
Dacryodes spp.
breumanga
média
cruzada ou revessa regular
excelente
regular
excelente
médialeve
não trinca
bom
boa
Dialium guianense (Aubl.) Sandwith
jataipeba
média
cruzada ou revessa muito ruim bom
regular
excelente pesada
trinca
ruim
ruim
Nome científico
N. comum
textura
grã
Buchenavia sp.
tanimbuca
média
Buchevania capitata Eichl.
tanimbuca
Caraipa densiflora Mart.
plaina
excelente
6
Tabela 2. Continuação lixa
torno
broca
d. básica
prego
conceito TG
TG
cruzada ou revessa bom
bom
ruim
regular
leve
não trinca
ruim
ruim
média
cruzada ou revessa bom
excelente
excelente excelente
médiapesada
não trinca
excelente
boa
média
cruzada ou revessa regular
excelente
excelente excelente pesada
trinca
bom
boa
médiaexcelente pesada
trinca
regular
ruim
Nome científico
N. comum
textura
grã
Dicorynia guianensis Amsh.
angélica
grossa
Diplotropis purpurea var. leptophylla (K.) A.
sucupiraterra-firme
Dipteryx odorata (Aubl.) Willd.
cumaru
plaina
Eschweilera cf. fracta R. Kanuth.
matamatá
média
direita
excelente
regular
bom
Eschweilera longipes (Poit.) Miers.
matamatá
média
direita
excelente
excelente
excelente excelente
médiapesada
trinca
excelente
boa
Euxylophora paraensis Huber
pauamarelo
média
direita
ruim
excelente
excelente excelente
médiapesada
não trinca
excelente
boa
Ficus insipida Wiild.
caxinguba
média
cruzada ou revessa muito ruim bom
sem dados
não trinca
regular
ruim
Goupia glabra Aubl.
cupiúba
média
cruzada ou revessa bom
bom
excelente excelente
médiapesada
trinca
regular
ruim
Guatteria poeppigiana Mart.
envira – preta
média
direita
regular
sem dados
muito ruim
leve
não trinca
ruim
ruim
Hura crepitans L.
açacu
média
cruzada ou revessa ruim
regular
sem dados
bom
leve
não trinca
ruim
ruim
Hymenolobium cf. pulcherrimum Ducke
angelimpedra
grossa
cruzada ou revessa bom
excelente
excelente excelente
médialeve
não trinca
excelente
boa
Hymenolobium nitidum Benth.
angelimpedra
grossa
cruzada ou revessa ruim
bom
bom
excelente
médialeve
não trinca
regular
ruim
Hymenolobium petraeun Ducke
angelimpedra
grossa
cruzada ou revessa regular
excelente
excelente excelente
médialeve
não trinca
excelente
boa
Laetia procera (Poepp.) Eichler
paujacaré
média
cruzada ou revessa bom
bom
excelente excelente
médiapesada
não trinca
bom
boa
Licania gracilipes Taub.
caraiperana
média
cruzada ou revessa regular
excelente
excelente excelente pesada
trinca
bom
boa
Licania oblongifolia Standl.
mucucurana média
cruzada ou revessa bom
regular
bom
excelente pesada
trinca
ruim
ruim
Maclura tinctoria (L.) D. Don ex. Steud
amoreira
cruzada ou revessa ruim
excelente
excelente excelente
médiapesada
não trinca
excelente
boa
média
regular
7
excelente leve
Tabela 2. Continuação lixa
torno
broca
d. básica
prego
conceito TG
TG
cruzada ou revessa bom
bom
regular
muito ruim
médialeve
não trinca
ruim
ruim
média
cruzada ou revessa excelente
excelente
bom
regular
médialeve
trinca
regular
ruim
média
cruzada ou revessa regular
bom
ruim
bom
leve
não trinca
ruim
ruim
maçarandub fina a
direita
bom
excelente
excelente excelente pesada
trinca
bom
boa
Marmaroxylon racemosum (D.) Killip. Ex R.
angelimrajado
média
direita
bom
excelente
excelente excelente
médiapesada
trinca
bom
boa
Micrandra rossiana R.E.Schult.
seringarana
fina
direita
regular
excelente
excelente regular
médialeve
trinca
regular
ruim
Micropholis guianensis (A.DC.) Sub. guianensis
abiuranabranca
média
direita
excelente
excelente
bom
excelente
médialeve
trinca
bom
boa
Micropholis mensalis (Boehni) Aubrév.
abiuranabranca
fina
cruzada ou revessa excelente
excelente
regular
excelente
médialeve
trinca
bom
boa
Mouriri callocarpa Ducke
miraúba
fina
cruzada ou revessa bom
bom
excelente excelente pesada
trinca
regular
ruim
Myrocarpus frondosus Allemão
bálsamo
média
cruzada ou revessa ruim
regular
excelente excelente
médiapesada
trinca
regular
ruim
Nectandra cuspidata Nees & Mart.
canela
média
cruzada ou revessa regular
regular
ruim
ruim
leve
não trinca
ruim
ruim
Ocotea costulata (Nees) Mez
abacatirana
média
cruzada ou revessa regular
bom
excelente bom
leve
não trinca
regular
ruim
Ocotea fragrantissima Ducke
louropreto
média
cruzada ou revessa regular
bom
excelente
muito ruim
médialeve
não trinca
regular
ruim
Ocotea sp.
lourocumaru
média
cruzada ou revessa regular
regular
ruim
regular
leve
não trinca
ruim
ruim
Ormosia nobilis (Tul.) Tul.
tento
grossa
cruzada ou revessa ruim
bom
bom
excelente
médialeve
não trinca
regular
ruim
Ormosia coccinea (Aubl.) Jack.
tento
grossa
cruzada ou revessa ruim
bom
bom
excelente
médialeve
não trinca
regular
ruim
Nome científico
N. comum
textura
grã
Macrolobium acacifolium (Benth.) Benth.
arapari
média
Macrolobium sp.
araparirana
Macrosamanea pedicellaris (DC.) Kleinh.
ingá-deporco
Manilkara huberi (Ducke) Chevalier
plaina
8
Tabela 2. Continuação Nome científico
N. comum
textura
grã
plaina
lixa
torno
broca
d. básica
prego
conceito TG
TG
Osteophloeum platyspermum (A.DC.) Warb.
ucuubarana
média
direita
excelente
bom
bom
regular
leve
não trinca
regular
ruim
Parahancornia amapa (Huber) Ducke
amapáamargoso
fina
cruzada ou revessa excelente
bom
regular
bom
leve
não trinca
regular
ruim
Parinari excelsa Sabine
parinari
média
direita
excelente
excelente excelente
médiapesada
trinca
excelente
boa
Parkia gigantocarpa Ducke
favabolota
média
cruzada ou revessa ruim
ruim
sem dados
muito ruim
muitoleve
não trinca
ruim
ruim
Parkia oppositifolia Spruce ex Benth.
faveira
média
cruzada ou revessa regular
excelente
sem dados
ruim
leve
não trinca
regular
ruim
Parkia velutina R. Benoist
paricá
média
direita
muito ruim regular
sem dados
regular
médialeve
não trinca
ruim
ruim
Peltogyne cf. subsessilis W.Rodr.
roxinho
média
direita
regular
bom
bom
excelente
médiapesada
trinca
ruim
ruim
Peltogyne paniculata Benth.
roxinho
média
cruzada ou revessa regular
excelente
excelente excelente pesada
trinca
bom
boa
Pouteria anomala (Pires) T.D.Penn.
rosadinho
fina
direita
bom
bom
excelente bom
médiapesada
trinca
ruim
ruim
Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk.
abieiro
média
cruzada ou revessa bom
bom
excelente excelente pesada
trinca
regular
ruim
Pouteria guianensis Aubl.
abiurana
média
cruzada ou revessa excelente
excelente
excelente bom
pesada
trinca
bom
boa
Pouteria macrophylla (Lam.) Eyma
tuturubá
média
direita
excelente
excelente excelente pesada
trinca
bom
boa
excelente
médiaexcelente excelente pesada
trinca
excelente
boa
médiapesada
trinca
ruim
ruim
fina
excelente
ruim
Pouteria oblanceolata Pires
tuturubá
direita
excelente
Pouteria obscura (Huber) Baehni
maragonçalo fina
cruzada ou revessa excelente
bom
regular
Pouteria pachycarpa Pires
goiabão
média
cruzada ou revessa excelente
excelente
excelente excelente
médiapesada
trinca
excelente
boa
Pouteria sp.
jará
fina
direita
excelente
excelente
excelente excelente
médiapesada
trinca
excelente
boa
Pterocarpus sp.
envirapreguiça
fina
direita
muito ruim bom
não trinca
regular
ruim
9
sem dados
bom
excelente leve
Tabela 2. Continuação lixa
torno
broca
d. básica
prego
conceito TG
TG
cruzada ou revessa regular
regular
ruim
excelente
médialeve
não trinca
regular
ruim
fina
direita
excelente
excelente
bom
excelente
médialeve
não trinca
excelente
boa
burraleiteira
média
direita
bom
regular
sem dados
sem dados
leve
não trinca
ruim
ruim
Simarouba amara Aubl.
caxeta, marupá
média
direita
excelente
excelente
muito ruim
excelente leve
não trinca
excelente
boa
Sloanea nitida G.Don
urucurana
média
direita
excelente
excelente
excelente excelente pesada
trinca
excelente
boa
Sloanea sp.
urucurana
média
direita
bom
bom
regular
excelente pesada
trinca
regular
ruim
Spondias lutea L.
cajá
média
direita
regular
bom
sem dados
regular
leve
não trinca
ruim
ruim
Sterculia apeibophylla Ducke
axixá
grossa
direita
bom
bom
sem dados
bom
leve
não trinca
ruim
ruim
Stryphnodendron pulcherrimum (Wiild.) Hochr.
favabranca
média
cruzada ou revessa regular
bom
ruim
excelente
médialeve
não trinca
regular
ruim
Tabebuia cf. incana A.Gentry
ipêamarelo
média
cruzada ou revessa bom
excelente
excelente excelente
médiapesada
trinca
bom
boa
Tabebuia sp.
ipê
média
cruzada ou revessa bom
excelente
excelente excelente
médiapesada
trinca
bom
boa
Tachigali alba (Ducke)
tachipreto
média
cruzada ou revessa muito ruim bom
regular
muito ruim
leve
não trinca
ruim
ruim
Tachigali cavipes (Spruce ex Benth.) Macbr.
tachibranco
média
cruzada ou revessa regular
regular
bom
ruim
muitoleve
não trinca
ruim
ruim
Tachigali sp.
taxi
média
cruzada ou revessa ruim
regular
ruim
ruim
leve
não trinca
ruim
ruim
Terminalia cf. argentea Mart. & Zucc.
cuia
média
cruzada ou revessa muito ruim ruim
excelente excelente
médiapesada
não trinca
regular
ruim
Tetragastris panamensis (Engl.) Kuntze
barrote
média
cruzada ou revessa regular
excelente
excelente excelente
médiapesada
trinca
bom
boa
Vatairea guianensis Aubl.
favaamargosa
grossa
cruzada ou revessa regular
bom
bom
médialeve
não trinca
ruim
ruim
Nome científico
N. comum
textura
Qualea dinizii Ducke
mandioqueir média a-escamosa
Rauvolfia paraensis Ducke
perobad`água
Sapium marmieri Huber
grã
plaina
10
bom
Tabela 2. Continuação lixa
torno
broca
d. básica
prego
conceito TG
TG
cruzada ou revessa bom
bom
bom
excelente
médiapesada
trinca
ruim
ruim
grossa
cruzada ou revessa bom
excelente
ruim
excelente
médialeve
não trinca
bom
boa
envirola
média
direita
ruim
bom
bom
muito ruim
leve
não trinca
ruim
ruim
Virola surinamensis (Rol.) Warb.
virola
média
direita
bom
bom
ruim
ruim
médialeve
trinca
muito ruim
ruim
Vochysia ferruginea Mart.
canjerana
média
direita
bom
excelente
regular
bom
leve
não trinca
regular
ruim
Zanthoxylon regnelianum Engl.
maminhadeporca
média
direita
bom
excelente
ruim
excelente leve
não trinca
bom
boa
Zizyphus itacaiunensis Fróes
mariapreta
fina
cruzada ou revessa bom
excelente
bom
excelente
médiapesada
não trinca
bom
boa
Zollernia paraensis Huber
pau-santo
fina
cruzada ou revessa regular
excelente
excelente excelente
muitopesada
trinca
bom
boa
Nome científico
N. comum
textura
grã
Vatairea sericea Ducke
angelimamargoso
médiagrossa
Vataireopsis speciosa Ducke
faveiraamargosa
Virola carinata (Benth.) Warb.
plaina
A densidade básica das espécies de madeiras na Tabela 2 destina-se a auxiliar a interpretação dos resultados de trabalhabilidade, uma tentativa de relacionar com o acabamento superficial. Esse estudo não pretende propor uma classificação para uso geral da densidade da madeira, a não ser aqui e, optou-se por esses termos por serem de uso corrente entre marceneiros e madeireiros. Foram usados os seguintes intervalos para cinco classes de densidades básicas para amadeira:
11
• Muito leve ≤ 0,34 g/cm³. • Leve 035 ≤ 0,49 g/cm³. • Média-leve 0,5 ≤ 0,64 g/cm³. • Média-pesada 0,65 ≤ 0,79 g/cm³. • Pesada 0,80 ≤ 0,94 g/cm³. • Muito-pesada > 0,95 g/cm³. Foram incluídas na Tabela 2 as propriedades da madeira de textura nas categorias de fina, média, média-grossa e grossa e a grã da madeira nas divisões de grã cruzada ou revessa e grã direita, com o objetivo de analisar a sua influência no acabamento e trabalhabilidade da madeira. A grã foi simplificada para efeito de comparação e facilidade de análise onde se manteve a grã direita e todas as demais ficou na categoria cruzada ou revessa. Os resultados de trabalhabilidade das 108 espécies de madeiras amazônicos apresentados na TABELA 2 são indicativos para uma primeira informação quanto à usinagem da espécie na plaina, na lixa, no torno e em broca. A intenção é permitir ao usuário situar-se quanto ao comportamento da espécie em máquina no aspecto de acabamento superficial. A análise dos dados de trabalhabilidade da Tabela 2 foi feita com auxílio do programa de estatística SPSS 15.0. 3.
RESULTADOS
Na Figura 2 estão comentadas as possíveis relações entre as propriedades da madeira de densidade básica, textura, grã e os testes de trabalhabilidade em máquina de plaina, lixa, broca e torno, bem como o teste de fendilhamento por prego. Na TABELA 3 temos a avaliação do acabamento superficial realizado no LPF, de 108 espécies de madeira processadas em plaina, lixa, broca e torno, as oito espécies abaixo relacionadas obtiveram acabamento excelente em todos os testes: propositalmente incluímos na TABELA 3 a classe de densidade básica para evidenciar o fato de que quase todas as espécies com melhor acabamento superficial são de elevada densidade básica. A única espécie menos densa é a peroba-mico (Aspidosperma macrocarpum Mart.), médioleve, está na classe de densidade básica entre 0,50 a 0,65g/cm3. TABELA 3 Madeiras que apresentaram melhor acabamento superficial. NOME POPULAR
NOME CIENTÍFICO
CLASSE DE DENSIDADE BÁSICA (DB)
ACEITE DE PREGO
abiurana - branca goiabão matá-matá parinari peroba-mico
média-pesada média-pesada média-pesada média-pesada média-leve
não aceita não aceita não aceita não aceita aceita
urucurana tanimbuca
Pouteria sp. Planchonella pachycarpa Pires Eschweilera longipes (Poit) Miers Parinari excelsa Sabine Aspidosperma macrocarpum Mart. Sloanea nitida Buchevania grandis Ducke
pesada média-pesada
tuturubá
Planchonella oblanceolata Pires
média-pesada
não aceita aceita, exceto nos cantos. não aceita
12
TEXTURA fina média média-grossa grossa
TRABALHABILIDADE GERAL
boa
ruim
TEXTURA médiagrossa
fina
média
grossa
TEXTURA médiagrossa
fina
média
DENSIDADE BÁSICA leve muito-leve média-leve muito-pesada média-pesada pesada
TRABALHABILIDADE GERAL boa ruim direita
3
cruzada ou revessa
4
5
cruzada ou revessa pesada
grossa
1
direita
direita 0
0
cruzada ou revessa
cruzada ou revessa 1
0
direita
pesada
média-leve
muito-leve
pesada
média-leve
muito-leve
pesada
média-leve
muito-leve
pesada
média-leve
muito-leve
pesada
média-leve
muito-leve
pesada
média-leve
muito-leve
pesada
média-leve
muito-leve
pesada
média-leve
muito-leve
DENSIDADE BÁSICA
muito-pesada
0
2
cruzada ou revessa muito-leve
GRÃ
direita
0
GRÃ
Nº ESPÉCIES
cruzada ou revessa 0 6
direita
10
8
cruzada ou revessa média-pesada
cruzada ou revessa
17
direita
3
DENSIDADE BÁSICA
direita 0 5
15
direita
2
14
cruzada ou revessa média-leve
cruzada ou revessa
20
6
direita
7
4
direita 13
cruzada ou revessa
12
direita
leve
25
muito-pesada pesada média-pesada média-leve leve muito-leve
muito-pesada pesada média-pesada média-leve leve muito-leve
muito-pesada pesada média-pesada média-leve leve muito-leve
muito-pesada pesada média-pesada média-leve leve muito-leve
muito-pesada pesada média-pesada média-leve leve muito-leve
muito-pesada pesada média-pesada média-leve leve muito-leve
muito-pesada pesada média-pesada média-leve leve muito-leve
muito-pesada pesada média-pesada média-leve leve muito-leve
cruzada ou revessa 0 0
5
10
15 200 5 Nº ESPÉCIES
10
15
20
DENSIDADE BÁSICA
Figura 2 (a) - Trabalhabilidade geral e densidade básica e textura
Figura 2 (b) - Trabalhabilidade geral e grã e densidade básica TRINCA DE PREGO
TESTE DE PREGO não trinca trinca 13
direita
16
cruzada ou revessa
17
0 0
direita
GRÃ
direita
3
cruzada ou revessa
15 2 2
7
direita
10
cruzada ou revessa direita
0
direita
0
cruzada ou revessa
cruzada ou revessa
0
direita
direita
0
cruzada ou revessa
1
cruzada ou revessa
1
0
pesada
1
muito-leve
muito-pesada muito-leve
0
média-leve
boa média-pesada
média-pesada
muito-leve
13
média-leve
6
leve
média-pesada
10
média-leve
2 4
pesada
0
leve
6
pesada
0
muito-pesada
TRABALHABILIDADE GERAL
cruzada ou revessa
3
6
1
muito-pesada
GRÃ
direita
6
cruzada ou revessa
trinca
pesada
leve
DENSIDADE BÁSICA
cruzada ou revessa
direita
DENSIDADE BÁSICA
cruzada ou revessa
não trinca
muito-pesada
0
muito-pesada muito-leve
2
muito-leve
0
ruim
direita
0
4 8
média-pesada
direita cruzada ou revessa
pesada
4
média-leve
25 20 15 10 5 0 5 10 15 20 25 Nº ESPÉCIES
17
leve
25 25
20
15
10
média-pesada
7 4
média-leve
0
leve
5 0 5 Nº ESPÉCIES
10
15
20
25
Figura 2 (d) Trabalhabilidade geral, grã e teste de prego (trinca por prego) Figura 2 (d) Trabalhabilidade geral, densidade básica e prego. Figura 2 Nas figuras acima está algumas relações de propriedades de grã, textura, densidade básica, teste de prego e trabalhabilidade geral.
13
3. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES • • • •
•
• • •
•
•
•
• •
Todas as madeiras de densidade básica muito-leve e leve não trincam ao pregar. Todas as madeiras de densidade básica pesada e muito-pesada trincam ao pregar. As madeiras de densidade básica média-leve e média-pesada podem ou não trincar por prego. O número de espécies que não aceitam prego, ou aceitam parcialmente é elevado e se justifica a busca, por parte da indústria metalúrgica e o comércio, a de pregos especiais ou sistemas de fixação mais adequados para se trabalhar à madeira brasileira que se trinca ao pregar. O estabelecimento de um conceito de trabalhabilidade geral- TG de acabamento, onde se considera os resultados excelentes dos testes de plaina, lixa, broca, torno e do aceite de prego, contando pontos, forma um escore único de usinagem, classificando as madeiras em boas e ruins de trabalhar, se mostrou útil para resumir e estabelecer um comparativo, um juízo da trabalhabilidade entre as espécies para pequenos objetos de madeira - POM. o A identificação da espécie de madeira com a melhor desempenho de trabalhabilidade é positiva de amplo uso prático. Das 108 espécies de madeira estudadas quarenta por cento foi considerada boa de trabalhar e sessenta por cento foi ruim de trabalhar. A textura média tem 60% mais madeira ruim que a boa de trabalhar. o À medida que aumenta a densidade básica de madeira de textura média a trabalhabilidade geral melhora. Quanto à influência densidade básica na trabalhabilidade geral observa-se que a madeira ruim de trabalhar se dispõe, quanto à freqüência, em ordem decrescente: leve, média-leve, médio-pesada e pesada. o As boas de trabalhar se concentram na densidade básica médio-pesada, seguido de longe pela média-leve e pesada. Quando se considera a trabalhabilidade geral-TG em relação à textura e a densidade básica notam-se a concentração das espécies na textura média e a aglomeração de espécies boas de trabalhar na densidade médio-pesada e as madeiras de TG ruim, na densidade básica leve e média-leve. o O número de amostras na textura médio-grossa, grossa e fina foi insuficiente. Quando se considera a trabalhabilidade geral- TG em relação á densidade básica e a grã notam-se a concentração das espécies boas de trabalhar na densidade básica média-pesada e média-leve na grã cruzada revessa e as de TG ruim incluem a densidade básica leve. o Toda a madeira boa de trabalhar e densidade básica leve são de grã direita. o O número de amostras na densidade básica muito-leve, muito-pesada e pesada foi insuficiente. Identificaram-se oito espécies de madeiras com acabamento excelente em todos os testes (plaina, lixa, broca e torno) e, somente a peroba-mico Aspidosperma macrocarpum Mart aceita prego e está na faixa de densidade básica média-leve, concluindo-se como a espécie que apresenta melhor desempenho nos testes realizados. Recomenda-se utilizar técnicas de medição do acabamento com instrumentos como rugosímetro. Recomenda-se utilizar mais amostras de madeira que incluam números significativos de indivíduos em cada categoria de textura, grã, densidade básica para melhor verificar a sua influência na trabalhabilidade geral.
14
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