AVALIAÇÃO ECOLÓGICO-ECONÔMICA DA COTONICULTURA NA REGIÃO DE RONDONÓPOLIS

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FARIA, A.M.M. Avaliação ecológico-econômica da cotonicultura na região de Rondonópolis.

Avaliação ecológico-econômica da cotonicultura na região de Rondonópolis Alexandre Magno de Melo Faria

RESUMO: O objetivo deste estudo foi avaliar os fluxos energéticos (inputs-outputs) da cotonicultura na região de Rondonópolis, bem como a capacidade de acumulação de capital. Foram utilizados dados fornecidos pela CONAB das safras de 2007/2008 a 2010/2011. O trabalho está baseado nos pressupostos da economia ecológica e do método de análise input-output. Os resultados indicaram uma relação output/input de 0,99 no período 2008-2011, representando uma ineficiência energética em agroecossistemas. Do ponto de vista econômico, a cotonicultura apresentou margem bruta média de 1,01 com prejuízos no biênio 2008-2009 e lucros no biênio 2010-2011. O principal fator responsável pelo elevado aporte de energia e pela reduzida capacidade de acumulação de capital é a dependência do consumo de fertilizantes e agrotóxicos. Conclui-se que a produção de algodão na região de Rondonópolis apresenta tendência de insustentabilidade energética e econômica no período analisado. Palavras-Chaves: cotonicultura; Rondonópolis; eficiência energética.

ABSTRACT: The aim of this study was to evaluate the energy flows (input-output) of cotton crop in the region of Rondonópolis as well as the ability to accumulate capital. We used data provided by the CONAB, from crop 2007/2008 until 2010/2011. The work is based on the assumptions of ecological economics and the method of input-output analysis. The results indicated an output / input relation of 0.99 in the period 2008-2011, representing an energetic inefficiency in agroecosystems. From an economic standpoint, the cotton crop had an average gross margin of 1.01, with losses in 2008-2009 and profits in the 2010-2011 biennium. The main factor responsible for the high energy input and the reduced ability of capital accumulation is the dependence of consumption of fertilizers and pesticides. It is concluded that cotton production in the region of Rondonópolis is unsustainable in the period analyzed. Key Words: cotton crop; Rondonópolis; energy efficiency

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1. INTRODUÇÃO

O consumo energético em sistemas de produção agrícola tem sido estudado como uma forma

de

identificar

padrões

de

sustentabilidade

(ALBUQUERQUE

et.al.,

2007a;

ALBUQUERQUE et.al., 2007b; BELTRÃO et.al., 1993; CARVALHO et.al., 2012; GAZZONI, FELICI e CORONATO, 2006; PIMENTEL et.al., 1973; PIMENTEL e PATZEK, 2005; RAO et.al., 1992; ROMERO, BUENO e ESPERANCINI, 2011; URQUIAGA, ALVES e BODDEY, 2004). Em geral, os sistemas produtivos muito intensivos apresentam altos inputs de energia conjugados com alta produtividade física e balanço energético negativo, enquanto que os sistemas de produção de subsistência ou menos intensivos tendem a ser mais positivos, com maior saída (output) do que entrada de energia (BOWMAN, 1980; HEITSCHMIDT, SHORT e GRINGS, 1996). O balanço energético tem como objetivo identificar os fluxos de energia, registrando a entrada total, saída total e eficiência energética. Quantificam-se os insumos inseridos no processo produtivo que são transformados em unidades de energia. A estimativa dos balanços energéticos é uma importante ferramenta no monitoramento da agricultura, principalmente as fontes exauríveis de energia (BUENO, CAMPOS e CAMPOS, 2000; CAMPOS e CAMPOS, 2004), buscando perceber a capacidade de reprodução do sistema no longo prazo. A avaliação da energia gerada nos processos agrícolas, independente se a produção seria utilizada para alimentação humana ou insumo industrial, permite verificar se o setor agrícola precisa de ajustamentos (CASTANHO FILHO e CHABARIBERY, 1983). A importância da análise do balanço energético é fornecer parâmetros necessários para mensurar, interpretar e subsidiar a tomada de decisões (COMITRE, 1993). Em uma investigação seminal na produção de milho nos Estados Unidos, avaliando a relação (kcal produzida)/(kcal consumida), Pimentel et.al. (1973) verificaram um saldo de 3,7 na safra de 1945 contra 2,8 na safra de 1970. Embora a produtividade física da milhocultura expandiu-se em aproximadamente 2,4 vezes entre as safras de 1945 e 1970, a média dos insumos energéticos utilizados elevou-se de 0,9 para 2,9 milhões de kcal por hectare (3,1 vezes). Estudos de eficiência energética no Brasil tem se concentrado nas culturas comerciais e especialmente nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Na região Centro-Oeste se verificam SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO RURAL online – v. 8, n. 4 – dez – 2014. www. inagrodf.com.br/revista

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reduzidos estudos de eficiência energética de agroecossistemas que possam subsidiar os programas de planejamento regional em direção ao desenvolvimento sustentável. A utilização do bioma cerrado como suporte para a produção de grãos e fibras não pode se basear somente em aspectos de produtividade e geração de valor, mas compreender se o sistema produtivo instalado tem características de manutenção de longo prazo. Um dos indicadores que podem auxiliar em compreensão mais holística desses sistemas se fundamenta justamente na eficiência energética. O estado de Mato Grosso é o maior produtor de soja, algodão, bovinos e girassol do Brasil. A cotonicultura, em especial, representa cerca de 50% da produção nacional desde 1998. Historicamente, a produção de algodão em Mato Grosso iniciou-se no município de Rondonópolis na década de 1930. Posteriormente, na década de 1990, a região de Rondonópolis 1 tornou-se a maior produtora de Mato Grosso, com cerca de 51% da produção mato-grossense e 26% da produção nacional no período 2008-2011. O processo produtivo tem características capital-intensivo, com robusta modernização tecnológica, seja mecânica, biológica ou química. A aplicação crescente de insumos industriais tem gerado questionamentos em relação à inserção de energia antropizada no agroecossistema (FARIA, 2003; FARIA, 2008; FARIA, 2012; FARIA e CAMPOS, 2012). Desta forma, este trabalho tem o objetivo de avaliar os fluxos energéticos (input-output) da cotonicultura na região de Rondonópolis, além estimar a sua margem bruta econômica.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Os conceitos de energia inseridos na economia foram feitos por Nicholas GeorgescuRoegen, considerado precursor da economia ecológica. A publicação de 1971 “The Entropy Law and the Economic Process” ligava a teoria econômica diretamente com a termodinâmica através da lei da entropia. A abordagem que é realizada traz a ecologia para dentro do sistema econômico, inserindo indicadores biofísicos na análise socioeconômica (CECHIN, 2010; CECHIN e VEIGA, 2010).

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Compreende os municípios de Rondonópolis, Itiquira, Pedra Preta, Alto Garças, Alto Araguaia, Alto Taquarí, Novo São Joaquim, Primavera do Leste, Campo Verde, Santo Antonio do Leste, Poxoréo, Dom Aquino, Jaciara, Juscimeira e Guiratinga, conforme Conab (2012). SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO RURAL online – v. 8, n. 4 – dez – 2014. www. inagrodf.com.br/revista

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Conforme mostra Georgescu-Roegen (2012), a lei da entropia pode ser vista como a mais econômica das leis físicas. Destaca-se que a noção de sustentabilidade se vincula à necessidade de considerar as ideias de irreversibilidade e limites nos sistemas produtivos. Neste sentido, a análise econômica com base no conhecimento ecológico identifica o sistema econômico como um subsistema de um maior que contém, impondo uma restrição absoluta à sua expansão. Encarando o processo econômico com esta visão, a economia ecológica implica uma mudança fundamental na percepção dos problemas de alocação de recursos e de como eles devem ser tratados, do mesmo modo que uma revisão da dinâmica do crescimento econômico (FARLEY e DALY, 2004; SICHE JARA, 2007). Neste sentido, a economia ecológica não rejeita totalmente os conceitos e instrumentos da economia convencional e da ecologia convencional. Com isso, de um lado pode-se encontrar na economia ecológica abordagens que utilizam formulações e ferramentas da economia ambiental e economia dos recursos naturais neoclássicos, baseados na valoração dos bens e serviços ambientais a partir das preferências e utilidades dos indivíduos, expressas em termos monetários (CECHIN e VEIGA, 2010). Do outro lado pode-se encontrar abordagens que buscam realizar análises do sistema econômico a partir de critérios estritamente ecológicos, para isso utilizando a energia como unidade geral de análise do sistema (ODUM, 1996). Contudo, pode-se reconhecer a insuficiência destes para, o propósito de uma análise integrada, apontando para a necessidade do desenvolvimento de novos conceitos e instrumentos. Deste modo, por ser um campo pluralista e transdisciplinar onde se encontram diversas (e mesmo divergentes) abordagens, uma diversidade de formas de como incorporar os princípios biofísicos são propostos, o que faz com que a economia ecológica mostre-se como um campo heterogêneo dentro de seu propósito comum (SICHE JARA, 2007). Resumidamente, a economia ecológica funda-se no princípio de que o funcionamento do sistema econômico deve ser compreendido tendo-se em vista as condições do mundo biofísico representados pelos fluxos de energia e de materiais que alimentam todos os empreendimentos para o funcionamento da economia. Uma vez que o processo econômico é um processo também físico, as relações físicas não podem deixar de fazer parte da análise do sistema econômico, o que a tornaria incompleta (SICHE JARA, 2007).

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A transferência de energia ao longo da cadeia alimentar de um ecossistema é chamada de fluxo de energia, porque de acordo com a lei da entropia, as transformações da energia são “unidirecionais” em contraste com o comportamento cíclico da matéria (ODUM e BARRET, 2008). As altas taxas de produção ocorrem quando os fatores físicos são favoráveis, em especial quando a energia de fora do sistema aumentam o crescimento ou as taxas de produção dentro do sistema. Esses subsídios de energia também pode ser o trabalho do vento e da chuva em uma floresta ou de combustíveis fósseis, a energia do trabalho animal ou humano usado no cultivo agrícola. A distribuição do uso de energia deve ser considerada na sustentabilidade dos agroecossistemas, pois ela está associada ao fluxo de matéria e renda dentro e entre sistemas. Isso implica que o fortalecimento relativo de um sistema produtivo resulta na fragilidade de outros, em função das relações de troca (ALTIERI e MASERA, 1997). A avaliação dos inputs energéticos das operações de cultivo é importante para estimar a energia investida no sistema de produção e identificar os pontos de desperdícios energéticos e os componentes que podem ser substituídos por outros de maior eficiência, além de melhorar a visibilidade sobre o balanço energético, edificando um novo suporte científico à produção de energia de forma sustentável.

3. METODOLOGIA

Os dados de aplicação de insumos da cotonicultura da região de Rondonópolis foram fornecidos pela CONAB (2012) e AMPA (2012). Os dados de produção de algodão por município foram coletados no IBGE (2012). Os trabalhos de Rao et.al. (1992), Beltrão et.al. (1993), Romero, Bueno e Esperancini (2011), Albuquerque et. al. (2007a), Albuquerque et. al. (2007b), Carvalho et.al. (2012) e Prates et.al. (2013) foram utilizados em comparação com as estimativas aqui produzidas. Para obtenção dos inputs de energia foram considerados os índices calóricos constantes em Albuquerque et.al. (2007a) das sementes de algodão, fertilizantes, inseticidas, herbicidas, fungicidas, mão de obra humana, consumo de diesel, dispêndio das máquinas movidas a motor (potência dividida em 100cv, 150cv, 160cv, 180cv e 225cv), abrangendo a totalidade das entradas SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO RURAL online – v. 8, n. 4 – dez – 2014. www. inagrodf.com.br/revista

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de energia no sistema de cultivo. Em 20 de fevereiro de 2013 foi realizada uma entrevista com o Engenheiro Agrônomo Emílio Araújo Pereira, Técnico do IMA/MT (Instituto Mato-grossense de Algodão, braço técnico da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão). As informações do agrônomo nortearam o entendimento da composição e inserção dos adjuvantes na mistura da calda de herbicidas, inseticidas e fungicidas. Para a obtenção dos outputs de energia do cultivo, foi considerado o índice calórico do algodão colhido (composição do capulho do algodão com 36% de pluma, 58% caroço e 6% resíduos) de 2.436 kcal/Tonelada (CASTANHO FILHO e CHABARIBERY, 1983), desconsiderando a palhada, talos e folhas por não serem comercializáveis. Para o cálculo da eficiência energética foi utilizado a seguinte fórmula:

𝐄𝐄 =

𝐎𝐔𝐓 ∑𝟖𝐢=𝟏 𝐈𝐍

onde, 𝐄𝐄 = eficiência energética, em kcal; 𝐎𝐔𝐓 = saídas de energia da cotonicultura, em kcal; ∑𝟖𝐢=𝟏 𝐈𝐍 = somatório das i entradas de energia na cotonicultura, em kcal, dos oito insumos identificados.

Os inputs (𝐈𝐍) são as entradas de energia responsáveis pelos insumos utilizados na análise e os outputs (𝐎𝐔𝐓) representam o algodão produzido, entre as safras de 2007/2008 e 2010/2011. A metodologia de análise da eficiência energética baseou-se nos trabalhos de Rao et.al. (1992), Schroll (1994), Romero, Bueno e Esperancini (2011), Facual (2006), Albuquerque et. al. (2007a), Albuquerque et. al. (2007b), Odum e Barrett (2008), Cechin e Veiga (2010) e Abrapa (2011). Os dados para a elaboração do balanço energético advêm de fontes secundárias, com o incremento de entrevista realizada com a finalidade de refinar o método de tratamento dos dados obtidos para a análise. O coeficiente energético é uma importante ferramenta utilizada por vários pesquisadores como instrumento para estudos dos modelos que são adotados para a produção agrícola. A unidade de medida utilizada no trabalho foi quilocaloria (kcal) para se normalizar a mesma base de medida. Foi realizado somatório dos valores energéticos de cada insumo utilizado no cultivo SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO RURAL online – v. 8, n. 4 – dez – 2014. www. inagrodf.com.br/revista

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do algodão, que formam o coeficiente de entrada de energia no sistema. A distinção de cada insumo proporcionou que se observasse a participação de cada item e a possibilidade de destacar os fatores que causam maior impacto no contexto da cotonicultura. O índice energético considerado como patamar de sustentabilidade da produção agrícola é dado por Schroll (1994). Schroll afirma que para cada unidade energética (kcal) que é inserida no sistema, é necessário que saiam duas unidades energéticas (kcal) para que o sistema produtivo seja considerado sustentável. A abordagem de Schroll indica uma relação de 𝐄𝐄 de no mínimo 2,00 para ser considerado um sistema sustentável do ponto de vista energético. Por sua vez, foi calculada a margem bruta econômica, visando perceber a capacidade de reprodução social do sistema através da razão entre o valor bruto da produção e o custo médio, conforme equação:

𝐌𝐁 =

𝐑𝐓 𝐂𝐓

onde, MB = margem bruta econômica por hectare, em R$; RB = receita bruta total da cotonicultura por hectare, em R$; CT = custo total da cotonicultura por hectare, em R$.

O sistema econômico opera baseado em custos de oportunidade, que são alternativas possíveis à alocação dos recursos. Usualmente, a taxa de juros básica da economia é a referência do custo de oportunidade do capital. Desta forma, a margem bruta de qualquer empreendimento deve superar a taxa de juros básica da economia para que o investimento na atividade produtiva seja atrativa, pois a MB refere-se somente à receita líquida, ainda não sendo considerada a taxa de lucro. A taxa de lucro somente é encontrada quando se calcula a razão entre a MB e o capital total investido (K). A taxa de lucro deve, no mínimo, se igualar à taxa básica de juros da economia para que seja um empreendimento atrativo ao capital K. Caso a MB não supere a taxa básica de juros, o empreendimento encontra-se abaixo do custo de oportunidade do capital K. No ano de 2008 a taxa de juros anual foi de 11,82%, seguida de uma taxa de 9,50% em 2009, de 9,37% em 2010 e de 11,04% em 2011 (BRASIL, 2014). Esperar-se-ia que a margem bruta superasse esse patamar em cada safra. SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO RURAL online – v. 8, n. 4 – dez – 2014. www. inagrodf.com.br/revista

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Considerando a eficiência energética (EE) e a margem bruta (MB) da cotonicultura, o sistema produtivo deve ter taxa de acumulação média conjugada com limites biofísicos e termodinâmicos que sustentem a sua manutenção no longo prazo. Se a escala da economia não respeitar os limites biofísicos e a formação de entropia, mais rapidamente a base de sustentação da sociedade será deplecionada (SACHS, 2003; GEORGESCU-ROEGEN, 2012).

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para verificar a eficiência energética na cotonicultura da região de Rondonópolis é preciso considerar que para a implantação da monocultura em larga escala foi necessária a alteração do bioma local, o que gerou impacto negativo nas populações de faunísticas, florísticas e de micro-organismos. No lugar de um sistema biológico complexo, foi instalado um agroecossistema homogêneo. O modelo de agricultura utilizado na região de Rondonópolis exige o uso intensivo de tecnologia mecânica, biológica e química. A mecanização reduz o tempo de trabalho e a necessidade de uso intenso de mão-de-obra. A tecnologia biológica refere-se ao uso de sementes híbridas e transgênicas, adaptadas à mecanização, produtividade esperada e às tecnologias químicas. Por fim, a tecnologia química é utilizada para controlar o ataque de espécies predadoras e competitivas, além de corrigir o pH e a fertilidade do solo. Para estimar o balanço energético da cotonicultura, foram consideradas as energias materializadas em mercadorias como fertilizantes, combustíveis, agrotóxicos e máquinas, além da energia humana e das sementes. Não foram incorporadas as energias livres do sol, da chuva, do vento e das atividades geotérmicas. Na Tabela 1 estão apresentadas as participações relativas de cada insumo na composição energética dos inputs da cotonicultura. As fontes renováveis de origem biológica representam apenas 2% do total das entradas de energia, com o trabalho humano sendo infinitesimal. Em contraste, a cotonicultura depende mais de fontes fósseis, como o óleo diesel. Este ítem de insumo representa 6% das entradas de energia. Quanto mais se aprofunda os processos de mecanização, maior tende a ser a demanda deste insumo. Por fim, foi identificada uma grande dependência de insumos industriais, que representam 92% das fontes energéticas. Os fertilizantes representam 60% e os agrotóxicos 32%. Estes insumos representam o ápice da industrialização SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO RURAL online – v. 8, n. 4 – dez – 2014. www. inagrodf.com.br/revista

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da agricultura (PEREIRA, 1995; PEREIRA, 2007), pois buscam anular a formação de entropia no sistema.

Tabela 1. Participação dos insumos na cotonicultura na região de Rondonópolis, 2008 a 2011 . Safras

Maquinário

Mão-de-obra

Sementes

Diesel

Agrotóxicos

Fertilizantes

Total

2008-2011

0%

0%

2%

6%

32%

60%

100%

Fonte: Elaborada pelos autores a partir de dados da CONAB (2012).

Os dados da Tabela 2 demonstram o quantum de energia inserida no sistema cotonícola a partir da estrutura de aplicação de insumos. Foram necessários 9,4 milhões de kcal de energia por hectare para se produzir algodão dentro do paradigma tecnológico implantado na região. Como comparativo, Rao et.al. (1992) estimaram a necessidade de 10,4 milhões de kcal/hectare na cotonicultura de Hisar, no estado indiano de Haryana. Na cotonicultura de Nioaque/MS foram necessários 4,9 milhões de kcal/hectare e em Itaquiraí/MS foram 5,5 milhões de kcal/hectare, conforme Albuquerque et.al. (2007a). Albuquerque et.al. (2007b) identificaram a necessidade de 13,4 milhões de kcal/hectare na cotonicultura de Naviraí/MS e de 19,0 milhões de kcal/hectare em Maracaju/MS. Romero, Bueno e Esperancini (2011) encontraram aporte de 12,3 milhões de kcal/hectare na cotonicultura de Leme/SP, além de uma inserção de 1,7 milhão de kcal/hectare na cotonicultura de San Juan, no Paraguai. Nas safras 2008-2011 de algodão em Mato Grosso, Prates et.al. (2013) estimaram um aporte de 7,5 milhões de kcal de energia por hectare na região de Campo Novo do Parecis. Percebe-se que a maior inserção de energia na cotonicultura da região de Rondonópolis encontra-se justamente na aplicação de fertilizantes e de agrotóxicos. O uso de fertilizantes está atrelado tanto à baixa composição de matéria orgânica no solo do Cerrado quanto a exaustão do solo pelas sucessivas safras. O uso de agrotóxicos refere-se à forte homogeneização do ambiente, com perda de complexidade biológica que favorece a proliferação de espécies que predam o algodoeiro. Em ambos os casos, os custos de produção se elevam pela perda da força produtiva da natureza, que tensionam mais ainda pela inserção crescente de energia exógena para equilibrar as contradições endógenas (FARIA e CAMPOS, 2012). SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO RURAL online – v. 8, n. 4 – dez – 2014. www. inagrodf.com.br/revista

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Além disso, percebe-se a reduzida necessidade de energia objetivada em trabalho humano, que apresenta contribuição infinitesimal ao processo produtivo. Destaca-se que a cotonicultura se baseia mais em processos industriais e de fontes exógenas de energia do que em fontes endógenas à região.

Tabela 2. Eficiência energética da cotonicultura na região de Rondonópolis: 2008 a 2011 . Safra

Input (kcal)

Output (kcal)

Eficiência Termodinâmica (Out/In)

9.135.000

0,96

9.500.400

1,00

2009/2010

9.692.844

1,02

2010/2011

9.385.908

0,99

2007/2008 2008/2009

9.499.242

Fonte: Elaborada pelos autores a partir de dados da CONAB (2012).

Os dados da Tabela 2 demonstram o quantum de energia presente no sistema cotonícola após o processo de trabalho. A produtividade da cultura oscilou nas quatro safras analisadas, partindo de um output de 9,1 milhões de kcal/hectare em 2007/2008, passando por 9,5 milhões de kcal/hectare em 2008/2009, subindo a 9,6 milhões de kcal/hectare em 2009/2010 e chegando em 9,3 milhões de kcal/hectare na safra de 2010/2011. Como comparativo, Rao et.al. (1992) estimaram uma formação energética de 9,3 milhões de kcal/hectare na cotonicultura de Hisar, no estado indiano de Haryana. Na cotonicultura de Nioaque/MS foram gerados 5,4 milhões de kcal/hectare e em Itaquiraí/MS também foram 5,4 milhões de kcal/hectare, conforme Albuquerque et.al. (2007a). Albuquerque et.al. (2007b) identificaram a geração de 8,4 milhões de kcal/hectare na produção cotonícola de Naviraí/MS e de 8,0 milhões de kcal/hectare em Maracaju/MS. Romero, Bueno e Esperancini (2011) encontraram formação de 8,8 milhões de kcal/hectare na cotonicultura de Leme/SP, além de 5,2 milhões de kcal/hectare na cotonicultura de San Juan, no Paraguai. Nas safras 2008-2011 de algodão em Mato Grosso, Prates et.al. (2013) estimaram saídas de 9,5 milhões de kcal de energia por hectare na região de Campo

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Novo do Parecis em 2007/2008, subindo a 9,9 milhões em 2008/2009, caindo a 8,5 milhões em 2009/2010 e finalizando com 8,6 milhões de kcal de energia por hectare. Ainda com base na Tabela 2, observa-se o balanço energético da cotonicultura na região de Rondonópolis entre as safras de 2007/2008 e 2010/2011, com média de 0,99 no período³. O maior saldo ocorreu na safra 2009/2010, com uma eficiência energética positiva de 1,02. Na safra 2008/2009 a eficiência foi de 1,00. Na safra 2007/2008 houve balanço negativo de 0,96 e na safra 2010/2011 o balanço foi de 0,99.Não se pode afirmar estatisticamente em uma tendência de queda ou elevação da eficiência energética. O que se pode afirmar é que os resultados estão abaixo do índice considerado sustentável (2,0 kcal de saída/entrada) por Schroll (1994). Com os inputs constantes nas quatro safras, o fator que está contribuindo com a oscilação do balanço energético é a inconstância nas saídas de energia. A eficiência média da cotonicultura obtida nos quatro períodos analisados na região de Rondonópolis se assemelha aos resultados de Prates et.al. (2013), que encontraram eficiência média de 1,21 na cotonicultura na região de Campo Novo do Parecis nas safras 2007/2008 a 2010/2011. Rao et.al. (1992) analisaram a eficiência da produção de algodão em Hisar, no estado indiano de Haryana, com resultados de 0,89 de eficiência energética, descontando a formação de palhada. A irrigação consumiu cerca de 30% da energia de entrada, sendo que a mão de obra inseriu apenas 6% da energia no sistema produtivo indiano. Beltrão et.al. (1993) constataram que a cotonicultura arbórea no Nordeste, com base em empreendimentos familiares, alcançou balanço energético positivo de 10,96. Tanto no algodoeiro arbóreo tradicional quanto no precoce, a eficiência energética é menor no primeiro ano do ciclo, com valores de 5,02 e 5,13 respectivamente. No algodoeiro arbóreo precoce a eficiência energética máxima ocorre no segundo e terceiro anos do ciclo, com média de 14,74. No algodoeiro arbóreo tradicional, de ciclo médio-longo, o balanço energético atingia 20,0 no quinto ano do ciclo, um dos maiores valores registrados na agricultura mundial à época. Percebe-se que o sistema cotonícola de Rondonópolis e região está em um patamar bastante baixo em relação à cotonicultura nordestina familiar da década de 1990. Albuquerque et.al. (2007a) estimaram a eficiência energética da cotonicultura em sistema familiar nos municípios de Nioaque e Itaquiraí, em Mato Grosso do Sul. Em Nioaque a eficiência foi de 1,10 e em Itaquiraí de 0,99, sendo a inserção de fertilizantes o principal insumo energético SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO RURAL online – v. 8, n. 4 – dez – 2014. www. inagrodf.com.br/revista

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verificado. Albuquerque et. al. (2007b) avaliaram a eficiência energética da cotonicultura em Naviraí em Mato Grosso do Sul, com resultado negativo de 0,63. Os mesmos autores chegaram em uma eficiência energética de 0,42 na cotonicultura de Maracaju, em Mato Grosso do Sul. Para os autores, o uso intensivo de fertilizantes químicos comprometeu significativamente o saldo energético dos dois sistemas produtivos. A cotonicultura da região de Rondonópolis assemelha-se aos resultados encontrados em Mato Grosso do Sul. Segundo o trabalho de Romero, Bueno e Esperancini (2011) em Leme, São Paulo, foi obtida uma eficiência energética de 0,71 na cotonicultura. No mesmo trabalho, os autores encontraram eficiência energética de 3,04 na cotonicultura de San Juan (Paraguai). A cotonicultura em Leme utiliza ampla mecanização, com maior utilização de óleo diesel, inseticidas e fertilizantes. Na cotonicultura de San Juan, os insumos mais energéticos também são óleo diesel e fertilizantes. Contudo, pode-se verificar grandes diferenças. O processo produtivo no Paraguai está mais próximo de um sistema familiar, enquanto no Brasil o processo produtivo se assemelha a um sistema típico de industrialização da agricultura. A participação energética da mão de obra em San Juan alcançou 4,88%, enquanto em leme foi de 0,25%. Os resultados apresentados indicam sistemas heterogêneos em relação à eficiência energética. De acordo com o limite mínimo proposto por Scrholl (1994), apenas a cotonicultura nordestina da década de 1990 e a produção de algodão en San Juan no Paraguai apresentam-se patamar de sustentabilidade. Os demais sistemas precisariam de ajustes estruturais para manutenção de longo prazo. O maior responsável dos inputs de energia na cotonicultura na região de Rondonópolis fica a cargo dos agroquímicos utilizados. Esse quadro indica a necessidade de refletir sobre o modelo produtivo estabelecido em Mato Grosso, com baixa alocação de trabalho e dependência exógena de energia, podendo potencializar tensões de médio e longo prazo que inviabilizem a produção regional em bases competitivas. O caos criativo (CASTELLS, 2000) que estruturou a cotonicultura atual em Mato Grosso, substituindo a antiga produção familiar pela atual baseada em empreendimentos capitalistas, precisa de ajustamentos e um novo caos criativo em direção a um processo mais próximo da sustentabilidade energética. Pode-se avaliar também a margem bruta (MB) da cotonicultura em Rondonópolis e região, buscando perceber sua capacidade de manutenção em um sistema econômico SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO RURAL online – v. 8, n. 4 – dez – 2014. www. inagrodf.com.br/revista

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competitivo. Com dados da CONAB foi realizada a análise da MB. Independente da inflação, os dados nominais podem indicar a capacidade de acumulação de capital e as possibilidades de manter-se competitivo em relação ao custo de oportunidade do capital aplicado. Os dados da Tabela 3 demonstram que na safra de 2007/2008 a margem bruta de 0,85 foi incapaz de garantir acumulação de capital compatível com a taxa de juros básica da economia nacional, que foi de 11,82%. Na verdade, ocorreu um processo de desacumulação de capital, com prejuízo econômico. Esse fenômeno também ocorreu na safra 2008/2009, porém com menor intensidade, haja vista que a MB foi de 0,90 frente uma taxa de juros básica de 9,50%. Na safra 2009/2010 a cotonicultura alcançou uma MB de 1,18 frente a uma taxa de juros de 9,37%. Coincidiu-se a maior MB da série com a menor taxa de juros, indicando uma possível capacidade de acumulação frente ao custo de oportunidade do capital aplicado. Porém, na safra 2010/2011 a MB recuou a 1,12 e a taxa de juros básica se elevou a 11,04%, indicando um provável ponto de nivelamento ou mesmo uma desacumulação, pois na MB não está computado o capital fixo aplicado. Depreende-se que nas quatro safras visualizadas, apenas em 2009/2010 houve uma conjuntura econômica compatível com uma taxa de acumulação de longo prazo, safra que coincidentemente ocorreu o único balanço energético positivo.

Tabela 3. Margem bruta da cotonicultura na região de Rondonópolis: 2008 a 2011. Safra

Receita total em R$/hec

Custo total em R$/hec

Margem bruta

2007/2008

3.990,00

4.678,00

0,85

Margem bruta (%) -15,00%

2008/2009

4.799,00

5.318,00

0,90

-10,00%

9,50%

2009/2010

5.897,00

4.993,00

1,18

18,00%

9,37%

2010/2011

5.005,00

4.467,00

1,12

12,00%

11,04%

Taxa de juros 11,82%

Fonte: Elaborada pelos autores a partir de dados da CONAB (2012).

O quadro da cotonicultura na região de Rondonópolis indica a necessidade de reflexão dos indicadores energéticos e econômicos. Em uma visão de longo prazo, toda a cadeia produtiva deste segmento pode ser desestruturada, com perda de capital, desemprego e falências. A sustentabilidade refere-se a uma necessidade de incorporar o princípio da precaução. Neste caso, a precaução está relacionada à dependência de energia exógena SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO RURAL online – v. 8, n. 4 – dez – 2014. www. inagrodf.com.br/revista

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materializada em agrotóxicos e fertilizantes. Deve-se aceitar o princípio da precaução e rever o modelo de produção instalado na região. A enorme antropização do ambiente, com redução da biodiversidade e uso intensivo do solo estão gerando necessidades de aporte de insumos sem a contrapartida da produtividade em ascensão. Caso as condições edafoclimáticas pressionem ainda mais as condições de produção cotonícola, os custos ecológicos (FARIA e CAMPOS, 2012) tendem a se exacerbar e tornar a produção de algodão insustentável em condições de concorrência competitiva.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos em relação à cotonicultura na região de Rondonópolis apresentam uma eficiência energética em média de 0,99 no período 2007-2011, abaixo do que Schroll (1994) considera como índice tendencialmente sustentável de sistemas agrícolas de 2,00 kcal de saldo energético. Assim como a cotonicultura da região de Campo Novo do Parecis (PRATES et.al., 2013)e de Mato Grosso do Sul apresentada por Albuquerque et.al. (2007a) e Albuquerque et.al. (2007b) se apresentam com índices abaixo da sustentabilidade. O trabalho apresentado por Romero, Bueno e Esperancini (2011) indicam uma cotonicultura com balanço energético negativo em Leme, mas positivo em San Juan no Paraguai. Trabalhos mais antigos indicam produção com balanço positivo no Nordeste do Brasil (BELTRÃO et.al., 1993) e negativo na Índia (RAO et.al., 1992). Esse contraponto revela problemas estruturais no cultivo do algodão na região de Rondonópolis, que traz consigo uma grande dependência de insumos exógenos à região. Com o índice médio de 0,99 apresentado, caracteriza-se na cotonicultura local um nível de entropia que deve ser considerado nas decisões empresariais e de planejamento regional. Esse nível de desorganização endógena crescente pode impactar nos custos de produção da cotonicultura, conforme analisado por Faria e Campos (2012). Os resultados obtidos mostram um sistema de cultivo insustentável e com necessidades de intervenção dos órgãos de planejamento regional e do setor produtivo para que seja viabilizada a sua produção. A análise permite também a identificação da dependência de fertilizantes e agrotóxicos, sendo os maiores responsáveis pelos inputs energéticos do modelo cotonícola. Com SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO RURAL online – v. 8, n. 4 – dez – 2014. www. inagrodf.com.br/revista

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a identificação dos principais fatores que causam a baixa eficiência energética do cultivo, permite-se a adoção de medidas de ajuste para manutenção de longo prazo das estruturas produtivas locais, evitando ou minimizando crises sociais e econômicas pela percepção antecipada de ajustes de gestão.

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