V ENCAQUI Encontro Capixaba de Química – SBQ/ES
Avaliação espacial e temporal dos valores de DBO no rio São Mateus
Bianca Coppo Venturin¹* (IC), Letícia Mothé do N. Rodrigues¹ (IC), Samara
Oliveira Sacht¹ (IC), Aloísio José B. Cotta² (PQ)
[email protected]
1. Estudante de Engenharia Química do CEUNES; 2. Professor do Departamento
de Ciências Naturais do CEUNES
Palavras Chave: matéria orgânica, rio São Mateus, demanda bioquímica de
oxigênio.
Introdução
A poluição do meio ambiente têm se tornado assunto de grande interesse
público, dada a percepção de que a falta de saneamento básico impacta, de
forma significante, a qualidade e a disponibilidade da água para
abastecimento da população. Em particular, quando mesmo corpo hídrico que é
explorado para abastecimento é também o receptor dos efluentes urbanos
ainda em sua forma bruta. Situação essa que ocorre no município de São
Mateus-ES, a qual como as demais cidades dessa bacia hidrográfica, ainda
não possui estação de tratamento de esgoto. Sendo o rio São Mateus e seu
afluente, rio Abissínia, destino final do esgoto doméstico sem qualquer
tratamento. Para avaliar os impactos causados pelo lançamento desses
efluentes no rio São Mateus, alguns parâmetros são monitorados, dentre
eles, a demanda bioquímica de oxigênio (DBO), a qual consiste na medida da
quantidade de oxigênio consumido pelas bactérias para a degradação da
matéria orgânica. Como o esgoto doméstico possui elevado teor de material
orgânico biodegradável, a estabilização deste pode consumir grande parte do
oxigênio dissolvido (OD) nas águas. O que compromete a dinâmica dos
ecossistemas aquáticos, prejudicando seriamente a população que se vale
deste recurso (Sperling, 2005). Pelo exposto, a avaliação espacial e
temporal dos valores de DBO no rio São Mateus constitui o foco deste
trabalho.
Metodologia
Uma série de dados de 2007 a 2013, obtidos em campanhas trimestrais, para o
rio São Mateus em pontos (antes de cidade e na cidade de São Mateus-ES),
divulgados pelo IEMA (Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos
Hídricos) do ES, foram utilizados nesta avaliação. Bem como dados gerados
em pesquisas próprias, desenvolvidas em 2015, em dois pontos do rio São
Mateus, um antes e outro após o rio passar pela cidade, compõe os dados que
embasam esta avaliação. No CEUNES, as amostras de água foram analisadas
conforme instrui a norma NBR12614, para determinação da DBO5,20.
Resultados e Discussão
Com as amostragens realizadas em 2015, observou-se que a água do rio no
ponto antes da cidade apresenta valores de DBO5,20 em torno de 2 mg/L e
entre 2 a 3,6 mg/L para o ponto após cidade. Ambos, acima do valor proposto
por Esteves (1988) para águas não poluídas, as quais geralmente apresentam
DBO5,20 < 2mg/L. Os 78 dados de DBO5,20 divulgados pelo IEMA, foram usados
para construir o gráfico de frequência, Figura 1, mostrado abaixo.
Os dados relativos ao trecho do rio da entrada ao centro da cidade
(descritos como na cidade) apresentam maiores valores de DBO do que o ponto
antes da cidade. Isto se deve ao lançamento de esgoto doméstico não
tratado, que elevam a carga orgânica presente nas águas. O que têm graves
consequências, dado o significativo potencial de consumo do oxigênio
dissolvido, verificados nos pontos próximos a cidade. Os maiores valores de
DBO foram registrados no período chuvoso o que pode estar relacionado à
ressuspensão de sedimentos de fundo ricos em material biodegradável.
Figura 1. Distribuição percentual dos valores de DBO5,20 (mg/l) para o rio
São Mateus.
Conclusões
A elevação dos valores de DBO nas águas do rio São Mateus reflete os
impactos antrópicos sobre a qualidade das águas e demonstram uma urgente
necessidade de preservação deste recurso natural.
Referências
ESTEVES, F.A. Fundamentos de Limnologia. Rio de Janeiro: Editora
Interciência, 1988.
SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos.
UFMG. 3ª edição, 2005.
NBR 12614. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Águas - Determinação
da demanda bioquímica de oxigênio (DBO) - Método de incubação (20°C, cinco
dias)
