Avaliação qualitativa da contaminação das águas de poço no bairro de Brasília, distrito de Caratateua

Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Naturais e Tecnologia Curso de Engenharia Ambiental

Immanuele Rodrigues de Oliveira José Marcelino de Oliveira Júnior Marco Antonio de Carvalho Adriano Nathália Obando Maia Mendes Ronaldo Darlan Gaspar Aquino

Avaliação qualitativa da contaminação das águas de poço no bairro de Brasília, distrito de Caratateua

Belém 2017

Immanuele Rodrigues de Oliveira José Marcelino de Oliveira Júnior Marco Antonio de Carvalho Adriano Nathália Obando Maia Mendes Ronaldo Darlan Gaspar Aquino

Avaliação qualitativa da contaminação das águas de poço no bairro de Brasília, distrito de Caratateua

Pré-projeto apresentado para avaliar a qualidade das águas subterrâneas no distrito de Caratateua. Orientadora: Andrea Fagundes

Belém 2017

1 INTRODUÇÃO A engenharia ambiental surgiu da necessidade de obter um gestor que interliga às áreas de ciências naturais, exatas e humanas para serem aplicadas na conservação do meio ambiente, melhoria da qualidade de vida do ser humano e otimização de projetos de forma sustentável. Um bom exemplo da união desses três setores é a implementação de fossas sépticas que são unidades preliminares de sedimentação e digestão de fluxo horizontal e contínuo, destinada ao tratamento primário dos despejos domésticos, sendo que seu fornecimento e instalação são em áreas desprovidas de serviço público de coleta e esgoto, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2011), cerca de 45,7% da população não é servida desses serviços, além de que a sua adoção como solução de tratamentos de efluentes é aplicável para contribuições com vazão de até 75.000 litros por dia, de acordo com a Norma NB-41. Essas fossas devem possuir uma manutenção periódica a cada um ou dois anos, dependendo de vários fatores externos e internos, que se não forem feitos de forma condizente aos padrões da NBR 7229, no qual informa ​o seu projeto, construção e operação de sistemas​, os riscos de contaminação aumentam em proporções alarmantes, tendo em vista que a disposição de efluentes não tratados provenientes de sistemas locais domésticos e em pequenas comunidades pode ocasionar a poluição das águas subterrâneas e superficiais com consequente risco à saúde dos seres humanos e do meio ambiente, segundo Tanner et al. (2012). Em via de regra as águas subterrâneas são de boa qualidade, com propriedades físico-químicas e bacteriológicas adequadas a diversos usos, incluindo o consumo humano, e por se encontrarem total ou parcialmente confinadas, são consideradas mais protegidas, pois o solo trabalha como um filtro, porém uma vez que se contamina são as mais difíceis de se recuperar, pois não estão sujeitas a autodepuração. A boa qualidade pode ser comprovada pelo uso expressivo de águas minerais e potáveis de mesa para consumo, a partir de poços. As águas subterrâneas podem ser captadas nos aqüíferos confinados ou 1

artesianos, que se encontram entre duas camadas relativamente impermeáveis, o que dificulta a sua contaminação, ou serem captadas no aqüífero não confinado ou livre, que fica próximo à superfície, e está, portanto, mais suscetível à contaminação. Em função do baixo custo e facilidade de perfuração, a captação de água do aqüífero livre, embora mais vulnerável à contaminação, é mais freqüentemente utilizada no Brasil, postula Foster (1993). Estimativas indicam a existência de pelo menos 400 mil poços no país, sendo utilizada intensamente para diversos fins, tais como abastecimento humano, irrigação, indústria e lazer. No Brasil, 15,6% dos domicílios utilizam exclusivamente água subterrânea, sendo representada como o principal manancial hídrico em várias regiões do país, segundo a Política Nacional dos Recursos Hídricos. Vista disso, a pesquisa tem como objetivo analisar a qualidade das águas subterrâneas no bairro de Brasília, localizada no distrito de Caratateua (Outeiro), Moreira (1966) postula que é uma ilha constituinte do arquipélago de ilhas situadas a nordeste de Belém, distante aproximadamente 18,80 km de Belém, possuindo uma população de de 90 mil habitantes, de acordo com a Prefeitura municipal de Belém (2011). O bairro de Brasília faz parte dos 8 bairros existentes no distrito, possuindo uma população de seis mil e vinte e nove pessoas e uma área de 2,7768 km² segundo a Prefeitura Municipal de Belém (2011), no qual foram notadas grande utilização de poços nesta região.

2

2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Analisar a qualidade das águas de poços do bairro de Brasília do distrito de Outeiro. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ● Verificar a possível contaminação dos poços por fossas sépticas; ● Identificar os possíveis contaminantes; ● Relacionar a qualidade das águas com a saúde da comunidade local; ● Analisar os parâmetros de potabilidade dos poços.

3 METODOLOGIA Para alcançar tais objetivos, delimitou-se a área do bairro de Brasília, onde foi percorrido toda o trecho destacado na imagem 1, fazendo análises cartográficas através dos programas Google earth-pro e do Qgis, e adotou-se como material teórico os estudos sobre parâmetros físico-químico pré determinados a partir de uma verificação na portaria Nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, normas brasileiras e política nacional dos recursos hídricos. Foram feitas também investigações

probabilísticas

e

estatísticas,

onde

utilizou-se

métodos

de

amostragem, no qual foram selecionados indivíduos da população de forma que todos tenham a mesma chance de participar do estudo, sendo modulada uma equação para determinar a quantidade de amostras utilizada na pesquisa como questionários, sendo empregado um nível de confiança de 90% e um erro amostral de 5%, fornecendo um total de 259 indivíduos. A pesquisa de campo foi composta por entrevistas com os moradores do bairro, além da aplicação de 259 questionários nas residências, no período de Março de 2017, no qual foi feita uma análise visual dos terrenos, assim como perguntas sobre os poços e fossas, de onde tiraram-se informações iniciais, podendo criar hipóteses sobre se há ou não uma possível contaminação.

3

Imagem 1: Área de estudo

O estudo foi realizado no polígono indicado dentro das coordenadas X: 48°28'40.07"O

Y: 1°16'10.19"S;

X: 48°28'23.26"O

Y: 1°16'29.13"S;

X:

48°28'22.52"O

Y: 1°16'34.84"S;

X: 48°28'31.19"O

Y: 1°16'48.76"S;

X:

48°28'50.74"O Y: 1°16'28.14"S.

4 RESULTADOS ESPERADOS Através dos estudos realizados no distrito de Caratateua (Outeiro) no bairro de Brasília, espera- se encontrar resultados que através dos questionários e análises possam comprovar a existência de certo tipo de contaminação nas águas de poços utilizadas pela população local. Pelo que se pode observar, a maioria da população ainda usa águas subterrâneas como fonte principal para abastecimento da casa e para consumo humano, neste último com auxílio de filtro acoplado nas torneiras. Em casas mais distantes do centro o posto de saúde disponibiliza frascos de hipoclorito que são adicionados periodicamente no

poço artesiano, tendo em vista que neles foi

constatado o menor uso de água mineral comprada. Nas regiões mais centrais, a 4

minoria usa água encanada. A partir disso, foi colocado em pauta a distância entre a fossa e a localização do poço, dentro das casas a distância é adequada, segundo o determinado pela ABNT, em torno de 15 a 20 metros. No entanto o problema reside na vizinhança, de modo que o tanque séptico de um morador é próximo ao poço de outro. Em frente a todas as casas que possuem uma vala ou pequeno córrego apresentaram grande quantidade de caramujo grande africano. O ambiente proporcionado por Outeiro é excelente para a proliferação dessas pragas: Quente, úmidos, com sombra e rico em matéria orgânica. ​Esse caracol pode transmitir ao ser humano o verme ​Angiostrongylus cantonensis causador de ​meningite​, por ser o hospedeiro natural dele. Esse tipo de meningite ocorre principalmente na Ásia, porém, há notificação de casos em Cuba, Porto Rico e Estados Unidos. Apesar disso.O Caracol Africano também é responsável indireto pela potencial transmissão da ​Febre amarela​ e da ​Dengue​. Doenças causadas por água contaminada por fossas não serão eliminadas, ​

mesmo que o líquido seja filtrado. Porém, segundo Pacheco, a fervura da água a 100 graus celsius, por cinco minutos, reduz a infectividade por criptosporídios. O criptosporídio é definido como "terrível" pelo professor. Pode causar diarréia crônica, persistente no ser humano. "Em pacientes aidéticos ou imunodeficientes, o criptosporídio é capaz de invadir vários órgãos e ser fatal. Atualmente é considerado patógeno emergente pelo aumento do número de casos relatados em humanos", logo foi estreitamente alertado aos moradores para realizarem a fervura da água para seu uso alimentar. 5 CRONOGRAMA Data

Atividade

31/03/2017

aplicação de questionário

Tempo de duração

9:00 - 12:00

5

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MEDEIROS, A. M. de S. Aspectos geográficos da Ilha de Caratateua. Belém: IDESP - Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 1971. (Série Monografias, 7) BRANCO, S. M.. Água: origem, uso e preservação. São Paulo: Moderna, 1993. MOREIRA, E. Belém e sua expressão geográfica. Belém: Imprensa Universitária, 1966. Conheça

a

Ilha.

Disponível

em

: Acesso em: 01.04.2017 FERREIRA, C. A. C.; BORDALO, C. A. L. Os desafios do saneamento básico na Ilha de Caratateua (Belém-Pará), 2010. Companhia Estadual de habitação e obras públicas. Fossas sépticas. Disponível em: Acesso em: 01.04.2017 Olho de notícias do caderno universidade USP parte ambiente. Disponível em: Acesso em: 01.04.2017 ABNT, Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final dos

efluentes

líquidos

-

Projeto,

construção

e

operação.

Disponível

em: Acesso em: 01.04.2017 Marisa

Grando,

nbr7229.

Disponível

em:

Acesso

em:

01.04.2017 Ministério

da

saúde,

Portaria

2914.

Disponível

em:​http://site.sabesp.com.br/uploads/file/asabesp_doctos/kit_arsesp_portaria2914.p df​> Acesso em:01.04.2017 Prefeitura Municipal de Belém, Anuário Estatístico do Município de Belém. Disponível

em:

Acesso em: 01.04.2017

6

SUMÁRIO 1

INTRODUÇÃO ​………………………………………………………………………1

2

OBJETIVOS​………………………………………………………………………….2

2.1

OBJETIVO GERAL………………………………………………………………….3

2.2

OBJETIVOS ESPECÍFICOS……………………………………………………..3

3

METODOLOGIA​……………………………………………………………………..3

4

RESULTADOS ESPERADOS​……………………………………………………..4

5

CRONOGRAMA​……………………………………………………………………..5

6

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS​………………………………………………6