Bacalhau em código bidimensional - uma visão, para melhor conhecer

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aργος argos Revista do Museu Marítimo de Ílhavo outubro 2015

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Museus e Património Marítimo Entrevista a Mário Ruivo A 21st Century Perspective for Maritime Museums Do fundo do mar: história natural marinha em portugal Arquivo fotográfico de Octávio Lixas Filgueiras

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argos Revista do Museu Marítimo de Ílhavo

edição | Câmara Municipal de Ílhavo/Museu Marítimo de Ílhavo CMI Avenida 25 de Abril | 3830-044 Ílhavo [email protected] | www.cm-ilhavo.pt MMI Avenida Dr. Rocha Madahil | 3830-193 Ílhavo [email protected] | www.museumaritimo.cm-ilhavo.pt produção e distribuição | Âncora Editora Avenida Infante Santo, 52 – 3.º Esq. | 1350-179 Lisboa [email protected] | www.ancora-editora.pt textos | © Álvaro Garrido, Ana Carvalho, Ângela Carvalho, Chan I Un, Denis-Michel Boëll, Fernando Correia, Ivone Batista, João Serrano, Jorge Branco, Luís Freitas, Márcia Carvalho, Mário Ruivo, Miguel Filgueiras, Nuno Miguel Costa, Nuno Silva Costa, Peter Neill, Roger Marcet, Rui Mello Freitas, Sarah Longair, Susana Taulé Piñol coordenação editorial | Álvaro Garrido apoio à coordenação | Nuno Miguel Costa, CIEMar-Ílhavo composição gráfica | Hugo Pequeno, Museu Marítimo de Ílhavo imagens: em todos os artigos, a proveniência das imagens estão assinaladas, sendo a responsabilidade dos próprios autores. capa: Dóri n.º 34 do Navio-motor “Ilhavense”, coleção Museu Marítimo de Ílhavo ISSN | 2183-0029 impressão e acabamento: Multitipo - Artes Gráficas, Lda. data: 21 de outubro de 2015, 14º aniversário da ampliação e remodelação do Museu Marítimo de Ílhavo

edição

produção e distribuição

Bacalhau em código bidimensional - uma visão, Fernando Correia*

para melhor conhecer

*Departamento de Biologia, Laboratório de Ilustração Científica, Universidade de Aveiro

Figura 1. Perceções da silhueta do bacalhau e correlações entre a forma processada e a original do animal em vida (© Fernando Correia)

Numa sociedade como a atual, em que a catadupa de informação é vertiginosa, cada vez mais o Homem se apoia naquilo que entra olhos dentro, isto é, naquilo que a visão revela. Na verdade, o evento da descoberta através da visão operacionaliza essencialmente três momentos sequenciais: o Olhar (dirigir a vista), o Ver (presenciar) e o Observar (analisar com atenção) e, nesse preâmbulo, o objeto é traduzido em luz (absorvida e refletida) e sua ausência (sombra), sinais ambivalentes que estimulam recetores fotossensíveis da retina do olho (humano ou outro) e permitem a interiorização das suas caraterísticas próprias e distintivas (forma, volume, cor, textura e padrão). Quase instantaneamente são lidos e codificados em impulsos nervosos que se dirigem, via nervo ótico, para a área do cérebro em que são descodificados e adquirem significado para o ser consciente — que assim sabe como interagir com aquele objeto em particular, ou situação/ação. Este fenómeno de tradução-codificação-descodificação-tradução é transversal a todos os animais dotados do sentido de visão e, entre estes, o ser humano destaca-se pela capacidade de levar a interação mais além, ao conseguir expressar a abstração desse pensamento (depois de mais maturado), ora oralmente, ora graficamente. É, talvez, na criação e no domar da imagem, primeiro mental, depois materializada através das suas mãos (expressão plástica), que o ser humano mais surpreende, ao tornar a imaterial Ideia, em algo novamente visível, capaz de fechar o ciclo: objeto>luz>ser consciente>ideia significante>ação>objeto significador (escultura, escrita, desenho ou pintura). Na realidade, a representação, limitada à figuração realista ou não, é um ato extraordinário, pois traduzido à letra é o tornar presente, novamente. Como ato consciente, revela, expõe, mostra e, por vezes, reproduz (produzindo novamente), a partir da etérea ideia, ou do Ideário. A luz, no exercício deste sentido da visão, é o veículo, e o sistema nervoso central o operacional que, na sua complexidade, lê, interpreta e transmuta num novo objeto, a realidade vivenciada e que estimulou o sentido. No meio-termo uma linguagem ou códigos, sua tradução e interpretação e, mais à frente, a expressão que lhe imprime solidez e existência. Entre outros, o registo gráfico (codificação em desenho reprodutivo da realidade ou simbólico, se imbuído da mais pura abstração, como seja a escrita) constitui assim um fenómeno cognoscitivo e retentivo que operacionaliza e facilita o entendimento/perceção da realidade e do con-

texto sociocultural e/ou científico (conhecimento integrado), contribuindo sobremaneira para a construção do conhecimento humano desde os primórdios da história humana. Essa codificação, por sua vez, acompanha e evolui a compasso com o entendimento da perceção da realidade, seja ela orgânica ou outra, empírica ou científica (Correia & Fernandes, 2012). O desenho é pois código — em pontos, riscos e cor — que não só valoriza o conhecimento (seja do Eu, enquanto pessoa singular, seja da consciência do mundo além do indivíduo, ou não-Eu; Rodrigues, 2010), como se torna na sua vital memória. Como refere Stephen Gould: “Scholars are trained to analyze words. But primates are visual animals, and the key to concepts and theirs history often lies in iconography” (GOULD, 1992), pelo que o ser humano é, na sua essência, um ser visual e é através da sua visão que mais rapidamente consegue interagir com a realidade que o rodeia e estimula (graças aos mecanismos cognitivos com ela correlacionados e aprimorados ao longo da evolução). O bacalhau é um magnífico exemplo desta complexa interação, entre realidade exterior ao indivíduo pensante e sua codificação pela mente humana, na procura do fazer sentido. Para os iberos, a simples pronúncia do termo evoca de imediato e mentalmente numa silhueta que se pode traduzir geometricamente numa conjugação poligonal de dois triângulos geométricos (o da cauda em si e o de um corpo fusiforme escalado, do qual se subtraiu a cabeça). Ora esta forma não reproduz de todo a forma ou silhueta real do peixe vivo, mas a massificação da forma es1

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1. barbatana caudal 2. 3º barbatana dorsal 3. linha média 4. 2º barbatana dorsal

5. 1º barbatana dorsal 6. barbatana peitoral 7. barbatana pélvica

Figura2. Descodificar imagens e delas subtrair mais informações para além da identificação da espécie (© Fernando Correia)

BACALHAU EM CÓDIGO BIDIMENSIONAL

palmada permitiu-lhe ganhar identidade e duplo significado icónico, facilmente reconhecido na Ibéria e resto da Europa — é peixe e é bacalhau. E de tal forma está enraizada na cultura europeia (desde o final da Idade Média, em 1453; Correia, 2008) que o reconhecimento, através da carcaça conservada por salga e secagem, chega ao nível da identificação do género (Gadus sp.). A silhueta acaba assim por ser, por si só, um potente indutor visual, ganhando significado como ícone. Por outro lado, a mensagem nela contida pode ser ainda mais complexificada, a ponto de permitir distinguir não só entre duas espécies diferentes da mesma família dos gadídeos (analisando o padrão manchado da pele), como ainda providenciar a localização geográfica das águas territoriais em que foi capturado.

Até há poucos anos atrás, altura em que o bacalhau fresco ainda não tinha penetrado no nosso mercado, poucas pessoas havia que, olhando para a carcaça, conseguissem identificar e correlacionar a espécie com um exemplar vivo ou acabado de capturar dessas populações — com exceção de quem o pescasse ou o processasse nas fábricas de produção de bacalhau salgado, ou até de quem o estudasse (os investigadores). Ainda hoje, continuam a ser poucas aquelas que conseguem estabelecer uma correlação figurativa entre uma forma e a outra, apesar de os esforços desenvolvidos pelas unidades museológicas portuguesas (museus e/ou pequenos núcleos museológicos) ou da profusão, essencialmente, de fotografias sobre estes seres, ou ainda dos canais de disseminação de informação célere, como os propiciados

TIPOS

cauda

A escolha do “bacalhau” curado seco é por vezes um ato de fé ou uma aposta na máxima de que o preço mais caro traduz uma qualidade mais elevada. Por outro lado, o consumidor é por vezes confundido quando confrontado com bacalhau miúdo (≤ 0,5Kg) bacalhau corrente (0,5 a 1Kg) pilhas de outros peixes salgado, lado a lado com bacalhau crescido (1 a 2Kg) o bacalhau “legítimo”, mas que realmente não o bacalhau graúdo (2 a 3Kg) são. De facto, para além do bacalhau-do-atlântico (+) (Gadus morhua), bacalhau-do-pacífico (Gadus bacalhau especial (≥ 3Kg) macrocephalus) ou, embora mais raro no nosso mercado, o bacalhau-da-gronelândia (Gadus ogac), são ainda comercializadas nove espécies afins do “bacalhau”: o zarbo ou bolota (Brosme brosme), o paloco-do-pacífico ou escamudo-do-Alasca (Theragra chalcogramma), o paloco ou juliana (Pollachius pollachius), o lingue (Molva molva), o bacalhau-polar (Boreogadus saida), o bacalhau-do-Ártico (Eleginus navaga), a abrótea-do-alto (Phycis blennoides), a arinca ou alecrim (Melanogrammus aeglefinus), ou ainda o escamudo (Pollachius virens). CUSTO

(-)

escalar (dobra para a esquerda)

coluna vertebral (espinha)

ânus

cavidade abdominal

peritoneu

bacalhau-asa-branca (sem peritoneu, normalmente oriundo da Islândia)

face ventral

Estar atento à origem e designação é pois o primeiro passo para levar para casa o que verdadeiramente se veio comprar. Mas existem pequenas pistas que visualmente auxiliam a fechar ainda mais a escolha — como a forma da cauda, o modo como é escalado, a pigmentação ou, ainda, a cor da risca mediana (linha lateral; sempre branca nos bacalhaus do género Gadus). A imagem de uma carcaça é, em analogia, um código de barras bidimensional ou “QRC (Quick Response Code)” que pode ser esquadrinhado e lido pelos nossos olhos, processado pelo nosso cérebro, o qual computa e torna consciente a identificação descritiva da peça que temos à nossa frente, permitindo-nos a melhor e mais honesta escolha do bacalhau que servirá de base à iguaria gastronómica que tenhamos em mente...

face dorsal cauda (truncada e bordas esbranquiçadas)

cauda (truncada e bordas negras)

D1

D2

barbatanas dorsais (bordas esbranquiçadas)

D1 < D2

D2 > D1

linha lateral

D = diâmetro à segunda barbatana dorsal

pigmentação do dorso (tigrada)

pigmentação do dorso (esférica) dobra par a ES C AL

ESCA LA

ireita

da quer es

CANADÁ

dobra p ara ad

R

a

NORUEGA

AR

ISLÂNDIA

RÚSSIA, ALASCA, CANADÁ, E.U. AMÉRICA

asa ou aba

Bacalhau-do-atlântico (Gadus morhua)

Bacalhau-do-pacífico (Gadus macrocephalus)

Figura 3. Arquétipo do bacalhau-do-atlântico (Gadus morhua) em ilustração ictiológica (© Fernando Correia)

pela Internet. Sendo que apesar de ser um peixe profusamente utilizado na gastronomia portuguesa, uma das mais ricas e diversificadas da Europa, a verdade é que a razão que melhor justifica este facto é a de não existir nas águas marinhas da nossa Zona Económica Exclusiva, ou seja, não faz parte dos nossos recursos naturais faunísticos marinhos, nem como autóctone, nem como alóctone (exótico introduzido, como as carpas dos nossos rios, por ex.). Percebe-se assim porque é que este animal raramente era ilustrado, quer fosse acompanhando textos antigos (em xilo ou cuprogravuras, em clara tipologia de ilustração editorial), ou até em registos mais recentes (como anúncios de produtos comerciais, como era o óleo de fígado de bacalhau em tempos tão em voga no século passado e o flagelo de tantos petizes lusos). Mas das várias tipologias de ilustração aquela que mais sobressai e cuja função ainda se mantém atual e com utilidade é, sem dúvida, a sua representação em ilustração científica — uma das mais sublimes e enfáticas formas de codificar extensas quantidades de informação e conhecimentos científicos. A ilustração científica (IC) constitui um domínio gráfico que concilia a ciência (confere a matéria, o contexto e o discurso a codificar graficamente, i. e, substância) e a arte (cria a forma que encapsula a informação cientifica numa imagem gerada pelo desenho, ou seja, dita e escreve o código gráfico, enfaticamente traduzido em retórica visual). Com base nestes dois ditames e campos do saber, origina-se um modelo de comunicação único, de caráter visual e não polissémico no entendimento, de índole mais próxima da metodologia científica (investigativa e analítica, meditada, intencional, mediadora), do que da manifestação artística (Correia, 2011). O seu propósito e função (mais representativa, honesta e próxima da realidade palpável ou conhecida, do que expressiva — em suma, ver para crer) é a resposta inteligente á necessidade de traduzir o conhecimento em constructos nucleares (blocos de conhecimento para a construção da identidade de um objeto conceptual ou ação/fenómeno), que ao serem de natureza imagética, tornam a as-

similação e posterior integração no léxico mental, mais imediatos, eloquentes e funcionais. Consolidando o conhecimento existente e/ou favorecendo a construção de um novo, a imagem astuciosamente desenhada é a estratégia concebida para melhor aprender e apreender, intencionalmente otimizada para seres de interação predominantemente visual com o mundo exterior. Nestes termos, a IC é assim um modelo de comunicação, capaz de narrar de modo mais eficaz a complexidade da vida (biosfera) e dos elementos inorgânicos (litosfera), entre outros fenómenos carentes de abstração (modelos teóricos, teses, etc.). Faz-se uso da sedução e pragmatismo da imagem desenhada: clarificando, complementando e suplementando o discurso científico descritivo/discursivo (Correia, 2009, 2013; Correia

& Fernandes, 2012). Ilustrar o bacalhau através da IC é entrar num dos seus subdomínios — a ilustração ictiológica, que responde à ilustração zoológica — com regras e convenções muito próprias, de tal forma que permitam a correta diagnose e identificação da espécie, ­— [sem influência da cultura, proveniência geográfica, perceções individuais ou idiomáticas de quem a observa (analisa)], como também diferenciá-la, em termos comparativos, com outras morfologicamente similares. Nessa parametrização, funcional e utilitária, entra a orientação do corpo do peixe (sempre da direita para a esquerda, por forma a que cabeça esteja apontada para a direção da luz que

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Figura 4. Painel mural dos principais gadídeos do mundo (© Fernando Correia)

se convencionou em IC: um único foco, do canto superior esquerdo, descendo em diagonal para o canto inferior direito, da superfície onde se vá desenhar), a morfometria correlacionada e a morfologia externa do corpo (com ou sem escamas, padrão das mesmas ou da pele, ornamentação e cor) e também da cabeça, bem como a disposição, número e forma dos elementos propulsores ou equilibrantes — as barbatanas (com distinção do número de raios duros/espinhos e moles, e suas bifurcações) — e ainda elementos recetores de estímulos (que podem estar ao longo do corpo, como sejam aqueles dispostos na linha lateral; por vezes, uma simples variação do número de escamas aqui presentes transporta-nos para uma outra espécie diferente da desejada, em termos taxonómicos). Uma IC, por definição, nunca é a de um indivíduo representativo da espécie (tal como acontece num instantâneo fotográfico), mas sim um modelo construído, ou arquétipo, que idealmente tem a capacidade de honestamente representar a realidade estudada cientificamente. É pois um mosaico gráfico que integra o observável e a própria interpretação honesta da observação, codificado num sistema de linhas e cores. Este tipo de imagens, graças a essa inequívoca formatação representativa (assente numa sistematização universalmente validada pelo corpo académico, que atesta a correção científica da informação contida nessa unidade imagética) e ao potencial comunicacional proporcionado pela

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própria imagem assim construída (tendo como base a ilustração, enquanto técnica), tem a capacidade intrínseca de extravasar largamente o campo editorial (ditado pelos livros e revistas da especialidade), ganhando assim uma nova dimensão e profundidade no discurso expositivo, como aquele que é patente no Aquário dos Bacalhaus do Museu Marítimo de Ílhavo. Aqui a instrução ocorre ao ritmo de cada um, sem tutor mais que o próprio visitante, suportada pelo momento lúdico da descoberta conseguida através da exploração da imagem mural, da procura da familiaridade das formas (pela comparação entre os arquétipos desenhados que titulam as espécies e aquelas outras imagens retidas nas memórias dos visitantes ou que se vislumbram nos próprios aquários). Sendo que a componente descritiva é minimizada, aprender através das imagens torna-se assim um ato imersivo e natural, universalizante e de não exclusão (entre visitantes mais literatos, menos ou até de iletrados), que também se torna prazeroso, através do deleite que o visionamento da realidade natural (os peixes vivos e a nadar nos aquários) e aquela outra, já interpretada pelo investigador/ilustrador científico, proporcionam. Numa visita a este espaço, graças também e em muito à imagem ilustrada, entra-se conhecedor (pelo menos que é um peixe...), mais sai-se com maior ilustração e ainda mais ilustre no código que afinal o(s) bacalhau(s) esconde(m)...

Bibliografia Correia, F. (2007). Bacalhau, Príncipe no mar, Rei na mesa. Revista Vega 30: 24-38 Correia, F. (2009). Ilustração Científica – desenhar o saber e o saber do desenho. Rev. Biologia & Sociedade, nº 8: 39-41. CORREIA, F. J. (2011). A Ilustração Científica — “santuário” onde a Arte e a Ciência comungam. Visualidades (Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás; Brasil), V. 9, nº 2, p. 221-239. CORREIA, F. J. (2013). Desenho Científico — o outro lado da comunicação científica/Scientific Illustration – the other side of scientific communication. Linha do Horizonte, n3; Faculdade de Arquitetura/FAUTL, p. 1853. Correia, F. & Fernandes, A. S. (2012). DESENHAR PARA (RE)CONHECER: O PAPEL DA ILUSTRAÇÃO CIENTÍFICA NAS MISSÕES CIENTÍFICAS DO ESPAÇO LUSÓFONO. Atas do Congresso Internacional “Saber Tropical em Moçambique: História, Memória e Ciência”, Lisboa, IICT – AHU, 24- 26 DE OUTUBRO DE 2012 GOULD, S. 1992. Bully for Brontosaurus: Reflections in Natural History. New York: W. W. Norton & Company. RODRIGUES, L. - Desenho, criação e consciência. Lisboa: Bond (Ed. bicho do mato), 2010. 407 pp. ISBN: 978-989-8060-11-2

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