Bagdá Exige a Retirada das Tropas Turcas do Território Iraquiano

June 15, 2017 | Autor: Marli Barros Dias | Categoria: Ahmet Davutoğlu, Iraque, Turquia, Incursão Militar, Província de Nineveh, Haider al-Abadi
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Bagdá exige a retirada das tropas turcas do território iraquiano Author : Marli Barros Dias - Colaboradora Voluntária Sênior Categories : NOTAS ANALÍTICAS, POLÍTICA INTERNACIONAL, ORIENTE MÉDIO Date : 10 de dezembro de 2015

Na última sexta-feira, 4 de dezembro, um contingente de soldados turcos chegou ao norte do Iraque, na província de Nineveh, nas proximidades da cidade de Mossul, que está sob o controle do Estado Islâmico desde junho de 2014. O Governo iraquiano reagiu de imediato à incursão turca e a classificou como sendo “um ato hostil”. No sábado, dia 5, o Ministro das Relações Exteriores do Iraque convocou o Embaixador turco e exigiu que a Turquia retire imediatamente as suas tropas do território iraquiano. A chegada repentina do contingente militar turco, de 130 soldados e 25 blindados, provocou a rejeição do Iraque que não aceita a presença de tropas estrangeiras no país sem a expressa aprovação do Parlamento. Para o primeiro-ministro iraquiano Haider alAbadi, a entrada dos militares turcos representa “a violação da soberania iraquiana”. Por outro lado, para o Presidente do Iraque, Fouad Massoum, a ação da Turquia corresponde a “uma violação das normas e da lei internacionais”. Neste sentido, ele advertiu para o aumento das tensões na região. A Turquia alega que o envio de tropas para o Iraque faz parte de uma coordenação conjunta com os iraquianos no combate ao terrorismo. O Primeiro-Ministro Turco, Ahmet Davuto?lu, afirmou que os soldados estão em “um campo de treinamento para uma força de voluntários locais que luta contra o terrorismo”. A partir de informações da imprensa 1/2

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local, há indícios de que a Turquia agiu individualmente, embora Davuto?lu tenha afirmado http://www.jornal.ceiri.com.br que a atitude que preocupou o Governo iraquiano foi uma atividade rotineira de rotatividade das tropas, previamente definida para apoiar um acampamento, “a pedido do Governador de Mossul em coordenação com o Ministério da Defesa iraquiano”. Na segunda-feira, al-Abadi determinou o prazo de 48 horas para a Turquia retirar as suas tropas do norte do Iraque e o desrespeito a este ultimato poderá levar o seu país a recorrer ao Conselho de Segurança da ONU. A Turquia assegurou que, por enquanto, não enviará mais tropas para o Iraque. Contudo, a postura adotada pela Turquia em relação ao Iraque não está ligada a nenhuma coordenação com países estrangeiros. De acordo com as autoridades norte-americanas, este fato não está relacionado, por exemplo, com as ações da coalizão de países ocidentais liderada pelos EUA. A legitimidade da operação turca no Iraque tem gerado dúvidas na comunidade internacional e está sendo refutada pela Liga dos Estados Árabes, que demonstrou descontentamento ante a atitude de Ancara. O Secretário-geral da Liga dos Estados Árabes, Nabil Elaraby, reconheceu que a Organização não é capaz de tomar medidas para deter a penetração turca no Iraque, mas se manifestou para demonstrar que é desfavorável àquilo que ele considera ser uma intervenção, afirmando que “estamos falando sobre a implantação de tropas turcas no Iraque, o que supõe uma intervenção aberta”. Turquia nega a intenção de estar desrespeitando as leis internacionais e de que esteja planejando um ataque por terra contra o Estado Islâmico, bem como de criar um novo acampamento no Iraque. Conforme declarou Davuto?lu, “o campo de Bashika, 30 quilômetros a norte de Mossul, é um campo de treinos estabelecido em apoio dos voluntários que combatem o terrorismo. Não se trata de um novo campo [militar]”. Neste contexto, pesa sobre a Turquia a contestação iraquiana e de outros países da região, no que se refere à violação do Direito Internacional e a ameaça à soberania do Iraque. A permanência das tropas turcas naquele país poderá acelerar as tensões no Oriente Médio e, também, com o Irã, que condenou a intervenção militar turca no Iraque. O Vice-ministro das Relações Exteriores iraniano para Assuntos Árabes e Africanos, Hossein Amir-Abdollahian, considerou o evento desencadeado pela Turquia como sendo “injusto (...). Acreditamos que esta medida não contribuirá para erradicar o terrorismo, pelo contrário, ela vai intensificar o caos e insegurança prevalecente na região”. A hipótese de intensificação, ou redução, das inquietações regionais dependerá do acerto entre os iraquianos e os turcos, com a finalidade de desacelerar as possibilidades de um desentendimento regional no futuro próximo. ---------------------------------------------------------------------------------------------Imagem “Blindados turcos penetram na província iraquiana de Nineveh sem autorização deste país” (Fonte): http://cdn1.img.sputniknews.com/images/103129/15/1031291527.jpg

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