BANCOS DE DADOS GEOGRAFICOS NA ADMINISTRAÇAO PÚBLICA MUNICIPAL: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA-MG GEOGRAPHIC DATABASES APPLIED TO MUNICIPAL PUBLIC ADMINISTRATION: A CASE STUDY IN JUIZ DE FORA-MG

May 26, 2017 | Autor: Sandro Laudares | Categoria: Mobile GIS, WebGIS, Geographic Databases, Geographic Information Systems (GIS)
Share Embed


Descrição do Produto

BANCOS DE DADOS GEOGRAFICOS NA ADMINISTRAÇAO PÚBLICA MUNICIPAL: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA-MG GEOGRAPHIC DATABASES APPLIED TO MUNICIPAL PUBLIC ADMINISTRATION: A CASE STUDY IN JUIZ DE FORA-MG Eduardo de Oliveira PUC Minas, Prefeitura de Juiz de Fora Av: Dom José Gaspar, 500 Coração Eucaristíco - Belo Horizonte - MG - CEP 30535-901

[email protected] Sandro Laudares PUC Minas Av: Dom José Gaspar, 500 Coração Eucaristíco - Belo Horizonte - MG - CEP 30535-901

[email protected]

Resumo O objetivo deste artigo é demonstrar o uso de bancos de dados geográficos, apresentando a extensão espacial PostGIS e sua utilização no âmbito municipal, bem como possibilidades diversas de análise espacial, utilizando dados do tipo vetorial, “raster” e tabular para extração e/ou confecção de dados espaciais para alimentar com informações os diversos segmentos que integram a estrutura organizacional de uma prefeitura. Como produto final, as análises podem ser revertidas em uma inesgotável fonte de informações, com baixo custo de investimento para implantação. Com objetivos em análises macro, os dados podem ser obtidos gratuitamente em diversas fontes de dados no Brasil ou exterior. Para extração de informações mais detalhadas resta a alternativa de aquisição de imagens de alta-resolução. O resultado deste trabalho apresenta algumas informações úteis para a administração pública municipal, que podem ser extraídas das imagens de alta-resolução. Palavras-chave: Sensoriamento remoto, processamento de imagens, banco de dados geográfico, PostGIS, raster.

Abstract The aim of this paper is to demonstrate the use of geographic databases, presenting PostGIS spatial extension and its applicability to the municipal level, as well as the different possibilities of spatial analysis. Using sample data types such as vector, raster and tabular data to the extraction and / or generating of various spatial data with information aiming to feed different segments comprising the secretariat structure of a municipality. As a final product, the analysis of these data can be reversed into an endless source of information, with low investment cost for deployment. With goals in macro analysis free data can be obtained from various data sources in Brazil or abroad. For more detailed information there's an alternative that is the acquisition of high-resolution images. As one of the objectives of this study, we'll explore some useful information to public administration that may be extracted from high-resolution images. Keywords: Remote sensing, image processing, geographic database, PostGIS, raster.

1. Introdução

O uso de bancos de dados geográficos vem sendo amplamente estudado e divulgado por diversos pesquisadores e profissionais das áreas de geotecnologia. A proposta deste trabalho é apresentar algumas funções destes bancos de dados e suas possíveis aplicações no setor público municipal, que é carente em informações atualizadas e precisas, além de explorar funções de pesquisa do tipo “raster” e vetorial, sendo que a primeira é relativamente nova em se tratando de aplicações com bancos de dados espaciais, especificamente a extensão espacial PostGIS, do gerenciador de banco de dados PostgreSQL. A extensão espacial PostGIS tem sido utilizada para auxiliar nos trabalhos de levantamento de informações relevantes a base de dados cadastral do município de Juiz de Fora-MG. Propostas para correção utilizando dados obtidos com esta extensão espacial estão sendo estudadas. Informações antes necessárias para atualização de tal base necessitavam de análise e intervenção manual lote a lote do município. Com base na nova proposta, os dados poderão ser atualizados com o auxílio de informações espaciais e analisados de forma semiautomática, reduzindo a interferência humana no processo. A crescente demanda por informação espacial esbarra no custo, muitas vezes proibitivo, na aquisição dos dados em alguns municípios. A capacidade de arrecadação, a infraestrutura existente, a mão de obra qualificada para o estudo, a necessidade de processamento e análise dos dados reduz as possibilidades de utilização eficaz de dados disponíveis aos municípios de forma gratuita a partir das diversas fontes existentes. Manter a base de dados cadastral atualizada hoje demanda grande esforço. Estratégias devem ser desenvolvidas para que sejam encontrados cada vez menos problemas provenientes de erros humanos, que levam a perda de arrecadação, acarretando divulgação de dados errados tanto aos setores que se utilizam destes quanto para os contribuintes. E por que não utilizar um ferramental e até dados disponíveis gratuitamente? A introdução de tais possibilidades pode gerar um fluxo mais constante na atualização de informações vitais, tais como ao setor de fiscalização municipal que pode concentrar esforços em áreas de maior crescimento urbano. Com base em informações espaciais, estudos viários, estudos socioassistenciais podem tirar vantagem da disponibilidade de dados espaciais para os diversos fins a que se destinam. A partir da necessidade de se obter, de forma sistemática, dados espaciais para as mais variadas aplicações, a utilização de um ferramental voltado para o setor público municipal se faz necessária. Os aplicativos existentes muitas vezes não contam com tais capacidades, pois somente há poucos anos viabilizou-se o acesso a

imagens de alta resolução e periódicas. Mesmo imagens de média resolução são boas fontes de dados para os municípios que necessitam fazer trabalhos de monitoramento de grandes áreas, como no caso dos municípios amazônicos que tem grandes extensões de terra e grandes áreas para monitorar desmatamento, municípios costeiros podem utilizar também tais imagens para monitorar a qualidade das águas. Outras informações, tais como ocupação do solo, não podem ser fornecidas a partir de tais imagens e a verificação em imagens de melhor resolução é necessária. Utilizar banco de dados para extração e análise de dados espaciais pode ser a princípio trabalhoso por não contar com ferramentas gráficas, mas torna o trabalho em alguns casos muito mais produtivo, sendo que estas rotinas podem ser implementadas de forma sistemática em aplicações (web, por exemplo). O usuário não necessita ter conhecimento prévio sobre geotecnologias para realizar tal tarefa, mas muitas vezes reconhece o benefício de possuir tal informação em mãos. Estas informações são relevantes para a boa administração de um município, evitando desperdícios e auxiliando na fiscalização diária, áreas como saúde, educação, obras e fazenda podem ser beneficiar de forma direta com dados espaciais e a análise destes. Manter uma base cadastral atualizada com estas informações é um dos benefícios. Evitam-se fraudes e podem ser utilizadas para justiça fiscal. O objetivo principal deste trabalho é explorar a utilização da extensão espacial PostGIS para obtenção de informações relevantes de bases de dados vetoriais (ou “raster”) existentes. O software livre é visto em alguns momentos como sendo desnecessário na administração pública municipal, visto que os dados até hoje foram criados e mantidos com softwares proprietários na Prefeitura de Juiz de Fora-MG por exemplo. Segundo KRIEGEL et al., a quebra do paradigma que software livre não tem capacidade de geração de informação confiável começa a ser modificada com a utilização destes estudos para a criação de informações novas e antes não exploradas (KRIEGEL et al., 2003): 

Comparação automática da existência de edificações em lotes

cadastrados como lotes vagos na base de dados. 

Determinação da interseção das curvas de nível e logradouros, para

criar perfil ou visualização tridimensional do terreno. 

Extração de informação por processamento digital de imagens.

As informações que serviram de subsídio para este trabalho foram adquiridas no ano de 2007. Com a grande capacidade de análise que pode ser implementada pela extensão espacial do PostgreSQL, denominada PostGIS, algumas das funções

básicas são exploradas, demonstrando um novo patamar de extração e análise de informações espaciais.

2. Referencial Teórico Com o rápido e contínuo crescimento da demanda por informações georeferenciadas segue o desenvolvimento dos bancos de dados geográficos e seus sistemas de gerenciamento. Cada vez mais as aplicações de geotecnologia tem tornado mais rápida a curva de aprendizado dos iniciantes no mundo dos chamados “SGBDs Espaciais”.

Entre os sistemas mais conhecidos temos o Oracle Spatial,

SQLServer, PostgreSQL/PostGIS e o MySQL Spatial. Destes, os dois primeiros são softwares proprietários, e os outros são livres, o último é mais facilmente encontrado em hospedeiros gratuitos, podendo ser utilizado para pequenas aplicações web que necessitem manipular informações espaciais, mas como ainda não apresenta a mesma gama de funcionalidades que o PostgreSQL/PostGIS, decidimos concentrar esforços para explorar este, por conter maior quantidade de tutoriais e suporte a softwares para a visualização e análise dos resultados, tais como QGIS e GVSIG. O aprendizado sobre consultas em um banco de dados não apresenta dificuldades, pois diversos livros e tutorias disponíveis são uma fonte abundante de informações, alguns com foco mais teórico outros em uma abordagem mais prática. O usuário iniciante não sentirá dificuldades em iniciar seus estudos escolhendo assim a linguagem mais favorável ao aprendizado do SQL. Dentre as práticas mais comuns para o aprendizado de SQL, os vídeo-cursos são uma opção bastante atraente, pois ao contratar algum destes, além de todo o suporte, o usuário ainda terá uma certificação no assunto. Para quase todo o material de referência deste trabalho deverá ser feita analogia destes resultados com as possíveis aplicações em um município devido à pouca informação disponível sobre o suporte matricial (WKT raster) da extensão PostGIS. Foram utilizadas imagens de alta resolução para extração de informações pertinentes aos trabalhos realizados. Exemplos: ocupação urbana, cadastro territorial, etc. Os tópicos abordados por este trabalho visam o melhor aproveitamento da extensão espacial PostGIS, utilizando o mesmo em aplicações de processamento digital de imagens, sensoriamento remoto e análises espaciais diversas (Vinhas; Ferreira, 2013). O projeto de um sistema de informação requer, como passo inicial, a escolha das entidades e tipos de dados a serem representados e, se possível, a descrição organizada destas entidades por meio de conceitos. Esta descrição forma uma

ontologia de aplicação, definida como “um conjunto de conceitos compartilhados por uma comunidade” (STONEBRAKER et al., 1995). O cruzamento dos dados do tipo “raster” e vetor para extração de contornos de edificações por exemplo deve ser avaliado quando estes são de fontes e datas diferentes (Lima; Costa; Santos; Queirós, 2008). A avaliação das técnicas e algoritmos aplicados para extração das informações deve ser cuidadosamente analisada para a correta

escolha

dos

mesmos

(Centeno;

Botelho,

2005). A

integração

de

funcionalidades de processamento digital de imagens com a extração de dados das imagens disponíveis aos usuários não precisa necessariamente depender de softwares desktop para avaliação das mesmas (Maciel; Vinhas; Câmara, 2015), as funções disponibilizadas no PostGIS permitem a integração das mesmas a aplicativos web (Macário; Nakai; Cruz; Pereira, 2015).

3. Metodologia Para exemplificar os problemas em que podem ser utilizados dados vetoriais e do tipo “raster”, foram utilizados também alguns dados disponíveis gratuitamente nas diversas fontes existentes. Na medida da necessidade destes dados os endereços da fonte de informação serão disponibilizados ao longo do texto. O software QGIS foi utilizado para visualização dos resultados e apreciação da entrada de dados. Algumas imagens poderão ser geradas a partir deste aplicativo, com exceção daquelas que serão geradas diretamente a partir das consultas espaciais. Algumas imagens foram disponibilizadas para demonstração ao longo do desenvolvimento deste trabalho de modo que o leitor fique sempre familiarizado com os locais de estudo. As etapas seguirão um grau de dificuldade crescente, onde algum conhecimento sobre bancos de dados faz-se necessário. Para a interpretação dos dados, a simplicidade e didática na forma de apresentação será priorizada, de forma a deixá-los o mais claro possível para que não haja dúvidas quanto a finalidade

e

análise dos resultados, sejam eles tabulares, vetoriais ou “raster”. Com a utilização de um banco de dados específico para cada problema a ser estudado pode-se fazer uma grande variedade de estudos fornecendo informações mais precisas, atuais e com fluxo constante. A sequência de estudos proposta segue: 1.

Explorar consultas básicas de um banco de dados (PostgreSQL).

2.

Explorar funções espaciais vetoriais e a extensão WKT Raster da

extensão espacial PostGIS. 3.

Criar consultas de maior complexidade para obtenção de informações

do tipo “raster” e vetorial. 4.

Criar funções para tornar a entrada e saída de dados mais simples (a

partir de algumas das consultas apresentadas). Para o item 1, são realizadas as etapas iniciais de aprendizado sobre SQL e suas particularidades, testando as mais variadas formas de seleção dos dados sem preocupação com as possíveis aplicações geográficas que estes podem atender. No Item 2, a proposta visa estudar as funções que exploram os dados vetoriais e “raster”, iniciando nas mais simples aplicações para verificar as relações espaciais que podem existir entre as feições estudadas. Ao iniciar o estudo proposto no item 3, iniciamos a construção do conhecimento relativo a extração de informações contidas nas diversas relações espaciais aprendidas no item 2 e agrupando estas funções em scripts, de forma a obter dados mais trabalhados e com menor possibilidade de erros. O item 4 é a continuidade do desenvolvimento mais avançado dos scripts anteriormente escritos; transformando os mesmos em formas de utilização menos trabalhosas ao usuário, podendo os mesmos ser utilizados com maior desenvoltura e possibilitando o uso em outras funções ou scripts mais complexos. Sem a etapa de criação de funções alguns trabalhos podem ser muito mais árduos, pois exigirá análise ou manipulação dos dados fora do âmbito da linguagem SQL, o que dificulta a automatização de alguns processos, tais como a criação de gráficos a partir dos dados obtidos em uma consulta.

4. Desenvolvimento 4.1 Carga dos dados do tipo vetorial De posse dos dados vetoriais e matriciais procede-se à carga dos dados de duas formas distintas. Após todo o processo de instalação, que não será descrito aqui, utilizou-se os aplicativos disponíveis no sistema para realizar a carga destes dados. Primeiro selecionou-se todos os dados do tipo vetorial para carga, para isto foi criado antecipadamente um banco de dados “imagens. 4.2 Carga de dados do tipo “raster” Neste processo foram carregados a imagens de satélite dos anos de 2010 e 2011, que formam a imagem mais recente disponível na Prefeitura de Juiz de Fora.

4.3 Informações preliminares dos dados Abaixo temos o exemplo de alguns dados armazenados no banco de dados “imagens”.

Figura 1: Feição de lotes e seus identificadores únicos e os “centerlines” logradouros. Fonte: Prefeitura Municipal de Juiz de Fora, 2010/2011

A feição de logradouros mostrada acima foi extraída do site (OpenStreetMap). Como é parte deste trabalho a utilização de dados públicos, demonstra-se aqui uma opção viável de utilização destas informações.

Figura 2: Área selecionada para exportação dos dados de logradouros. Fonte: OpenStreetMap

4.4 Consultas geográficas Uma das tarefas mais utilizadas em qualquer trabalho da área de geoprocessamento é realizar o recorte de um vetor ou imagem “raster”. Para exemplificar esta funcionalidade, segue abaixo um recorte das curvas de nível no município de Juiz de Fora, feito a partir de um vetor. Na imagem também temos as feições de lotes. Esta tarefa serve para duas atividades diferentes, a primeira é reduzir a quantidade de dados a ser trabalhada pelo usuário, a outra é a criação de uma

imagem com menor poluição visual e menor tamanho, demonstrando maiores detalhes de uma determinada região. Para criar a feição de curvas de nível reduzida foi utilizada a seguinte consulta: select row_number() over() as gid, elevation, st_intersection(a.geom,b.geom) as geom from recorte a, t_2000 b where st_intersects(a.geom,b.geom);

Figura 3: Imagem com recorte da feição de curvas de nível. Fonte: Dados da Pesquisa/ Prefeitura Municipal de Juiz de Fora, 2010/2011

Figura 4: Pontos de interseção das curvas de nível com a feição de logradouros. Fonte: Dados da pesquisa. Prefeitura de Juiz de Fora, 2010/2011.

Na figura 4 é possível visualizar os pontos onde as curvas de nível fazem interseção com os logradouros. Isto é útil para uma análise preliminar de implantação de rede de águas pluviais, procurando o melhor caminhamento para a drenagem, reduzindo

custos

e

impactos

no

trânsito

por

ocasião

de

realização

do

empreendimento. Da mesma forma que utiliza-se as funções para manipular dados vetoriais é possível que sejam realizadas operações com imagens “raster” e para isto é necessário criar a função para extrair os resultados do banco de dados com maior facilidade. Para tornar mais fácil a visualização dos resultados sem a necessidade de software específico tais como ArcGIS e QGIS, podem ser realizadas consultas espaciais.

A primeira ação a ser tomada é o recorte da imagem utilizando um vetor que neste caso será a camada de lotes. Nesta feição temos um campo chamado “loteid” que podemos ver na Figura 1 no centro de cada lote. Portanto a consulta de recorte da imagem ficou: drop table if exists img_puc; create table img_puc as select row_number() over()::integer as rid, st_union(st_clip(rast,b.geom)) as rast from imagem a, lotes b where st_intersects(a.rast,b.geom) and b.loteid = XXX; UPDATE img_puc SET rast = st_band(rast, ARRAY[3,2,1]); select write_file(st_astiff(rast), 'c:/temp/puc/img_puc'||'.tiff') from img_puc; Quadro 01: Linha de comando para consulta espacial no PostGIS. Fonte: Dados da pesquisa. Prefeitura de Juiz de Fora, 2010/2011.

Antes da extração da imagem é utilizado o comando “update” do campo “rast” da tabela que acaba de ser criada. O motivo para tal é que as imagens foram criadas com as bandas RGB trocadas (para a imagem de 2010/2011). Como resultado temos os recortes abaixo:

Figura 5: RGB321 Figura 6: RGB123 Figura 7: RGB234. Fonte: Dados da pesquisa. Prefeitura de Juiz de Fora, 2010/2011.

Tais dados podem ainda ser utilizados para obter outras informações dos dados “raster”, tal como o NDVI - Normalized Difference Vegetation Index, que é um índice que analisa a condição da vegetação no campo através de sensoriamento remoto. Podemos ver o resultado na imagem abaixo. No quadro 02 abaixo) segue a sequência de consultas utilizadas. drop table if exists ndvi; create table ndvi as SELECT row_number() over() as rid, loteid, ST_MapAlgebra( ST_MapAlgebra(rast, 4, rast, 3, '[rast1] - [rast2]', '32BSI'), ST_MapAlgebra(rast, 4, rast, 3, '[rast1] + [rast2]', '32BSI'), '[rast1] / [rast2]', '32BF') as rast FROM img_2011; SELECT write_file(ST_AsTIFF(st_colormap(a.rast,'bluered'), array[1,2,3]), 'C:/Temp/puc/ndvi.tiff') FROM ndvi a;

Quadro 02: Consultas espaciais para demonstração de NDVI. Fonte: Dados da pesquisa

Figura 8: NDVI. Fonte: Dados da pesquisa. Prefeitura de Juiz de Fora, 2010/2011.

Para obtenção de um histograma da imagem acima, o comado aplicável pode ser: SELECT (ST_Histogram(rast,1)).* FROM NDVI; Tabela 1 Resultado do histograma (alguns dados foram suprimidos desta tabela). Fonte: Dados da pesquisa. Prefeitura de Juiz de Fora, 2010/2011.

min

max

count

percent

-0.986394584178925 -0.86950633302331

484 0.0223062033367131

-0.86950633302331 -0.752618081867695 -0.752618081867695 -0.63572983071208

1492 0.0687620978892064 51 0.00235044704581067

-0.63572983071208 -0.518841579556465

160 0.00737395151626878

De posse destas informações podemos iniciar um estudo mais aprofundado das funções de análise espacial do PostGIS e criar scripts ordenando as informações de acordo com a necessidade. A seguir é demonstrado o protótipo desenvolvido para a extração de dados vetoriais a partir da imagem, e com isto determinar a existência ou não de edificações. Abaixo podemos ver na interface os parâmetros que podem ser ajustados para a extração das informações. O mesmo encontra-se em fase de desenvolvimento e testes e poderá vir a ser utilizado como ferramenta auxiliar a tomada de decisão em relação à tarefa de busca de imóveis edificados em uma determinada região.

Figura 9 Protótipo com imagem do lote e feição vetorial extraída da imagem de 2010/2011. Fonte: Dados da pesquisa. Prefeitura de Juiz de Fora, 2010/2011.

Figura 10: Imagem do lote e vetor de edificações extraídas a partir da nuvem de pontos do ano de 2007. Fonte: Dados da pesquisa. Prefeitura de Juiz de Fora, 2007.

Como podemos observar, apesar de não apresentar exatidão milimétrica, as figuras 9 e 10 apresentam certa concordância em relação às feições vetoriais. A feição de edificações foi adquirida pela PJF-Prefeitura de Juiz de Fora - no ano de 2007, juntamente com uma imagem aérea de todo o perímetro do município (rural e urbano com resolução de 20 cm). As imagens apresentadas neste trabalho e que foram utilizadas para a extração das informações mencionadas são imagens orbitais dos anos de 2010/2011 (rural e urbano com resolução de 60 cm).

5. Análise dos resultados e discussão Verificou-se que certas ações de análise dos dados foram benéficas em relação à economia de tempo na obtenção dos mesmos. Não foi realizado um estudo sobre o impacto de consultas mal formuladas que resultam em perda de tempo no processamento. Restringiu-se a área de estudos a loteamentos onde as áreas envolvidas eram maiores, em relação à grande maioria dos lotes do município de Juiz de Fora, pois assim tem-se a garantia de uma imagem de boa visualização por parte do leitor, ainda não foram realizados testes em áreas de grande densidade habitacional. Ao longo do desenvolvimento das diversas consultas foi possível observar aspectos negativos quanto à construção dos dados. Falta de padronização prejudica a elaboração de certas análises espaciais e consequentemente os dados resultantes. Um estudo mais amplo sobre alguns assuntos ainda pode ser feito, pois neste campo ainda existem muitos pormenores a serem explorados com maior detalhamento. Temas que mais chamam atenção são os dados que envolvem manipulação de imagem “raster” em bancos de dados geográficos, e tais análises devem ser exploradas com maior frequência em um futuro próximo, pois softwares

proprietários que fazem estes tipos de análise normalmente tem preços elevados e impossibilitam sua aquisição por parte de municípios de pequeno porte. Um dos grandes problemas enfrentados no desenvolvimento deste trabalho foi a pouca bibliografia voltada para utilização de técnicas e funções espaciais em bancos de dados geográficos voltadas para resolução de problemas no âmbito municipal, visto que a grande maioria dos trabalhos na área de geoprocessamento é direcionada para estudos de grandes regiões como bacias hidrográficas e gestão ambiental. No decorrer do desenvolvimento, experimentaram-se diversas possibilidades de utilização das funções espaciais para explorar os dados, tais como o laser scanner, que continham informação de altura das edificações, mas na feição de edificações este dado não constava. Foi realizada a tarefa de introduzir tal informação para detecção de edificações de maior porte, visando atualizar a base cadastral. A extração e manipulação de informações de imagens orbitais e vetoriais por meio de banco de dados ainda não faz parte do cotidiano de muitos profissionais da área de geoprocessamento, pois para tal é necessário um conhecimento prévio que muitas vezes não é passado ao longo dos cursos de graduação. Esta deficiência leva a um atraso e a falta de visão das possibilidades de utilização de uma ferramenta tão poderosa como o software utilizado neste trabalho – PostGIS. Para viabilizar o suporte e divulgação de práticas e aplicações deste software, foi criada uma comunidade sobre PostGIS na rede social Facebook (PostGIS Brasil), e em aproximadamente um ano foi atingido um total de 273 membros sendo que parte destes membros são estrangeiros e encontraram o grupo através de divulgação em outros grupos da área de geoprocessamento. Em comparação a um software mais conhecido como QGIS (ambiente gráfico) que também conta com grupos na mesma rede social o número de membros é surpreendentemente maior, contando com 5202 membros na mesma data. Outro grupo, denominado ArcGIS-Brasil conta com 4176 membros.

6. Conclusão O estudo busca integrar funcionalidades de processamento digital e análise espacial para extração de atributos contidos nas feições vetoriais e matriciais. A abordagem simplista utilizada aqui visa mostrar que as possibilidades de utilização destas funções espaciais são diversas; e que apresentam bom desempenho, baixo tempo de aprendizado e possibilidade de integração com linguagens de programação. A possibilidade de utilização de dados de diversas fontes diferentes, gratuitas ou não, fornece aos usuários uma ampla fonte de informação que, se bem avaliada,

pode fornecer por um longo período de tempo; dados que irão desde simples aspectos físicos do ambiente ao redor, até importantes mudanças ocorridas no entorno dos municípios. Certos aspectos dos levantamentos envolvidos podem mostrar aos usuários outros meios de obtenção de informações que podem ser cruzadas com as informações tradicionais e estas análises podem render aos municípios possibilidades tais como; aumento da arrecadação sem aumento de taxas, pois uma base de dados atualizada gera justiça fiscal aos contribuintes que mantém em dia seus tributos. Dentre tantas possibilidades que este ferramental proporciona vale ressaltar que tais dados podem ser utilizados de forma a coibir certas ações que ao longo dos anos podem prejudicam os municípios, como desmatamentos, poluição de mananciais que são utilizados para abastecimento, implantação de loteamentos irregulares entre outros. Nas várias facetas que podem ser exploradas com a utilização destes tipos de dados, os estudos ambientais, sócio educacional, planejamento urbano, saúde pública, riscos geotécnicos. Estes e outros aspectos podem receber um grande apoio com dados geográficos pertinentes a boa administração municipal.

Referências CENTENO, Jorge; MIQUELES, Máximo. Extração de Edificações em Ambientes Urbanos Utilizando Imagem de Alta Resoluçao e Dados do Laser Scanner. Curitiba: UFPR, 2005. CENTENO, Jorge; BOTELHO, Mosar Faria. Identificação de Edificações Presentes em Imagem de Alta Resolução Utilizando Redes Neurais e Dados do Laser Scanner . Curitiba: UFPR, 2004. KRIEGEL, H.-P.; PFEIFLE, M.; POTKE, M.; SEIDL, T. Spatial Query Processing for High Resolutions. In: 8th International Conference on Database Systems for Advanced Applications (DASFAA’03). Kyoto, Japan, 2003. Lima, Kleber Carvalho; COSTA, Flávia da Silva; SANTOS, Jémison Mattos dos; QUÉIROS, Maurílio. Análise multitemporal do uso e ocupação do solo nos municípios de Conceição do Coité e Valente – Bahia. Geografia. Ensino & pesquisa, v. 1, p. 1063-1078, 2008. MACIEL, Adeline Marinho; VINHAS, Lúbia; CÂMARA, Gilberto. Aplicação de técnicas de processamento digital de imagens usando a extensão espacial PostGIS Raster em imagens de sensoriamento remoto. São José dos Campos, INPE, 2015. MACÁRIO Carla Geovana do N.; NAKAI, Alan Massaru; CRUZ, Sergio Aparecido B.; PEREIRA, Thiago de Siqueira. Integrando dados Raster à Plataforma da Embrapa de dados de Recursos Naturais dos Biomas Brasileiros: avaliação do uso da extensão PostGIS Raster. Recife: UFPE, 2004. STONEBRAKER, M.; ROWE, L. A.; HIROHAMA, M. The implementation of Postgres. IEEE Transactions on Knowledge and Data Engineering, v. 2, n. 1, p. 125-142, mar. 1990. VINHAS, Lúbia; FERREIRA, Karine Reis. Explorando a extensão WKT Raster do PostGIS para armazenamento e manipulação de imagens de sensoriamento remoto. São José dos Campos: INPE, 2013.

PostGIS Manual.< http://postgis.net/documentation/ >.Acesso em: 03/02/2015. QGIS Download. < http://www.qgis.org/en/site/ >. Acessado em: 05/02/2015. Leaflet documentação.< http://leafletjs.com/ >. Acessado em: 04/05/2015. Turfjs documentação.< http://turfjs.org/ >. Acessado em: 13/06/2015. GnuPlot documentação.< http://www.gnuplot.info/>. Acessado em: 15/06/2015. EPSG documentação.< http://www.epsg.org/ >. Acessado em: 15/06/2015. Smathermather’s Weblog.. Acessado em: 20/07/2015.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.