BASES DE DADOS NO JORNALISMO DIGITAL: A RESOLUÇÃO SEMÂNTICA NAS NOTÍCIAS E REPORTAGENS SOBRE O ATAQUE À MARATONA DE BOSTON

July 5, 2017 | Autor: Mariana Conde | Categoria: Online Journalism, Databases
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Performances Interacionais e Mediações Sociotécnicas Salvador - 10 e 11 de outubro de 2013

BASES DE DADOS NO JORNALISMO DIGITAL: A RESOLUÇÃO SEMÂNTICA NAS NOTÍCIAS E REPORTAGENS SOBRE O ATAQUE À MARATONA DE BOSTON1 Mariana Guedes Conde2

Resumo: Este artigo objetiva discutir o uso das bases de dados no jornalismo, especificamente em notícias e reportagens relativas ao ataque à Maratona de Boston, ocorrido em abril de 2013, publicadas no site O Globo e no produto original para tablet O Globo a Mais levando em consideração aspectos relativos à resolução semântica, ao paradigma do jornalismo digital em bases de dados (JDBD) e ao modelo da pirâmide deitada no que diz respeito à contextualização e aprofundamento do conteúdo jornalístico digital. Os resultados apontam que são variadas os formatos para visualização de dados utilizados e que novos elementos têm surgido para a construção das notícias e reportagens, além do material de arquivo. Esses dados que revelam aprofundamento e contextualização também predizem o processo de apuração observado através do uso de fontes variadas. Palavras-chave: base de dados, jornalismo digital, resolução semântica. Abstract: This article discusses the use of databases in journalism, specifically on news and reports about the attack on the Boston Marathon occurred in April 2013, published on the website O Globo and original product for tablet O Globo a Mais considering the aspects of semantic resolution, the paradigm of digital journalism in databases (DJDB) and the pyramid lying model related to contextualization and deepening of digital news content. The results shows that the formats for data visualization are diverse and new elements have emerged for the construction of news and reports, in addition to the archive material. These data reveals that deepening and contextualization also predict the journalistic investigation process by varied sources. Keywords: database, digital journalism, semantic resolution.

1

Artigo submetido ao NT – Sociabilidade, novas tecnologias e práticas colaborativas de produção de conteúdo do SIMSOCIAL 2013. 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas (PósCom) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). E-mail: [email protected].

1 INTRODUÇÃO

Os estudos das bases de dados no jornalismo calcados no paradigma Jornalismo Digital em Base de Dados - JDBD (Barbosa, 2007) têm abordado aspectos dentre os quais as especificidades que as bases de dados conferem ao jornalismo digital no que diz respeito a apuração, produção e distribuição de informações. O jornalismo digital e a sua organização em bases de dados pode potencialmente propiciar um aprimoramento do conteúdo jornalístico calcado na produção de notícias com informações mais completas, contextualizadas e aprofundadas. Este artigo busca discutir o uso das bases de dados no jornalismo digital sob os aspectos da resolução semântica e da contextualização e aprofundamento noticiosos por ela potencializados. Deste modo, buscamos destacar e esclarecer alguns pontos relativos à estrutura da notícia na mídia digital, alicerçada nas propriedades ou características do jornalismo digital e em valores jornalísticos como objetividade, concisão, apuração etc., tais como o paradigma da pirâmide deitada (CANAVILHAS, 2007). Metodologicamente,

partimos

do

conceito

de

resolução

semântica

de

e

funcionalidades e categorias do modelo de jornalismo digital em bases de dados já fixadas por Barbosa (2007) para observar notícias e reportagens na mídia digital. O corpus utilizado é composto por notícias e reportagens do site O Globo e do produto autóctone para tablet O Globo a Mais3 relativas ao ataque à Maratona de Boston, ocorrido em abril de 2013. Os dados foram coletados durante aquele mês.

2 BASES

DE

DADOS

E

RESOLUÇÃO

SEMÂNTICA:

DELIMITAÇÕES

CONCEITUAIS E ASPECTOS RELEVANTES

A história do jornalismo na web passa por quatro fases distintas: a primeira ou fase da transposição, onde os produtos oferecidos constituíam reproduções dos jornais impressos; a segunda ou fase da metáfora, na qual os produtos para web começaram a experimentar alternativas e potencialidades oferecidas pela rede onde, mesmo ainda sendo cópia do impresso, pôde-se perceber a presença de links, o e-mail passou a ser utilizado como meio de 3

O "Globo a Mais" foi o primeiro vespertino para tablet do Brasil e um dos primeiros do mundo. Lançado em janeiro do ano passado, o jornal é publicado de segunda a sexta-feira, a partir das 18h.

comunicação entre jornalista e leitor e o hipertexto começou a ser explorado; e a terceira fase, caracterizada pela exploração das características da web, na qual surge o webjornalismo a partir de iniciativas empresariais e editoriais de criação de produtos exclusivos para a internet com a exploração de forma mais completa das potencialidades oferecidas pela web (MIELNICZUK, 2003; PALACIOS, 2003). O modelo de Jornalismo Digital em Base de Dados (JDBD) surge durante a transição entre a terceira (Mielniczuk, 2003; Pryor, 2002) e a chamada quarta e atual geração de evolução, onde as bases de dados atuam também como um elemento estruturante (BARBOSA, 2007; BARBOSA, 2008; BARBOSA, RIBAS, 2008; BARBOSA, MIELNICZUK, LARRONDO, 2008). Segundo Barbosa (2008), a denominação Jornalismo Digital em Base de Dados baseia-se nas funcionalidades asseguradas pelas bases de dados para a construção e gestão de produtos jornalísticos digitais, estruturação e apresentação de conteúdos nos cibermeios, mais à frente apresentadas. Briggs (2007, p.48) aponta que os bancos de dados presentes em diversos websites de jornais são utilizados não apenas em coberturas jornalísticas, mas que cooperam na adoção de novos formatos de narrativa jornalística como, por exemplo, o “formato alternativo de narrativa jornalística” para coberturas básicas, onde a reportagem ou artigo é dividida em partes de leitura fácil e tituladas com expressões do tipo “O que aconteceu”, “O que significa” ou “Próximos Passos”. No entanto convém lembrar que as bases de dados, mesmo não constituindo um meio de comunicação em si, são remediadas4 no sentido de que a internet garante a elas novas técnicas e linguagens para sua construção e aplicação – na produção, coleta de informações, divulgação de conteúdo – e que serão remediadas em função dos seus usos no jornalismo digital (BARBOSA, 2004b).

A adoção de bancos de dados bem como dos chamados bancos de dados inteligentes e dinâmicos pode favorecer a inovação, permitindo a exploração de novos gêneros, a oferta de conteúdo mais diverso, a disponibilização/apresentação das informações de maneira diferenciada, mais flexível e dinâmica, além da produção descentralizada outra das características que o jornalismo digital de terceira geração deve contemplar (BARBOSA, 2004b, p. 5).

4

O termo remediação (remediation) compreende o processo de renovação de velhos conteúdos efetuado pelos novos meios, de modo que alguma ligação permaneça entre os novos e os velhos meios podendo ocorrer em diferentes níveis, tais como: uma melhoria em relação ao meio anterior ou, em casos mais profundos, uma absorção do meio anterior pelo atual digital (BOLTER; GRUSIN, 1999). O autores destacam que o meio antigo permanece de alguma forma, pois o novo meio depende sempre do anterior.

Machado (2004, p.301) aponta que as bases de dados possuem as seguintes funções: 1) de formato para a estruturação da informação, 2) de suporte para modelos de narrativa multimídia e 3) de memória dos conteúdos publicados. O autor afirma serem os bancos de dados um novo formato no jornalismo digital e que é provavelmente no âmbito da construção das narrativas que o uso dos bancos de dados juntamente com os recursos de multimidialidade, hipertextualidade e interatividade5 podem contribuir para as diversificação e diferenciação do conteúdo jornalístico digital de terceira geração (MACHADO, 2004a, 2004b, 2006). De modo complementar ao que foi exposto acima, trazemos o conceito de resolução semântica (FIDALGO, 2003, 2004, 2007) o qual no jornalismo digital inclui a estrutura organizativa, o formato e os modos de apresentação de uma notícia, além das noções de baixa e alta resolução, através das quais se pode perceber o nível de densidade informativa de uma notícia. Visando compreender como as bases de dados contribuem para o jornalismo, Fidalgo (2007) analisou as especificidades destas para organização e estruturação de informações na mídia digital através do conceito de resolução semântica, de onde vem que

A resolução semântica de uma notícia aumentaria na medida em que o seu cruzamento com outras notícias, fossem elas de que tipo fossem, desse origem a novos dados, só acessíveis através desses cruzamentos de informação. Dito de um modo muito simples, significa que, pelo lado da classificação externa, a resolução semântica de uma notícia depende dos seus diferentes contextos, temporal, geográfico, histórico, cultural, social, económico e espiritual. Cabe à base de dados tornar visíveis esse contextos através da manifestação das relações efectivamente existentes e possíveis da notícia com todas as outras notícias (FIDALGO, 2007, p.108, grifo nosso).

Faremos usos das apropriações apresentadas por Mielniczuk et al (2010) de uma atualização do conceito de resolução semântica para desenvolvimento das discussão e análise propostas neste artigo realizadas por Barbosa (2007) e Canavilhas (2007, 2008).

5

Juntamente com a personalização, a memória e atualização contínua, constituem elementos que conferem especificidades para o jornalismo digital (Bardoel & Deuze, 2000; Palacios, 1999, 2002).

3 RESOLUÇÃO

SEMÂNTICA

NO

JORNALISMO

DIGITAL:

DESDOBRAMENTOS E APROPRIAÇÕES Barbosa (2007) delimita 18 funcionalidades6 e 7 categorias7 descritivas para o Modelo JDBD, sendo que as funções destacadas estão relacionadas à gestão interna dos produtos jornalísticos, aos processos de apuração e contextualização, à estruturação das informações, à composição das peças informativas, à recuperação das informações à apresentação dos conteúdos. Para este artigo elegemos quatro dessas funcionalidades, a saber: 1) Conformar padrões novos para a construção das peças informativas; 2) Permitir usos e concepções diferenciadas para o material de arquivo; 3) Garantir a flexibilidade combinatória e o relacionamento entre os conteúdos; e 4) Orientar e apoiar o processo de apuração, coleta, e contextualização dos conteúdos. A justificativa da escolha se dá pelo objetivo do trabalho que é discutir a resolução semântica no jornalismo digital perpassando questões acerca da estrutura do conteúdo jornalístico e conceitos como os de contextualização e aprofundamento de informações, de onde vem o “modelo” de pirâmide deitada que pretende atuar em conformidade com o conceito de resolução semântica e agrega algumas das funcionalidades aqui apresentadas. Quanto às categorias, acreditamos que o inter-relacionamento/hiperlinkagem e as densidade informativa e temática ajudam na construção das relações propostas para contemplar o objetivo desse artigo. A sucessão de informações na notícia digital, segundo Fidalgo (2004), pode ser melhor compreendida através do conceito de resolução semântica, pois tal contínuo de informações

6

A saber: 1 - Indexar e classificar as peças informativas e os objetos multimídia; 2 - Integrar os processos de apuração, composição e edição dos conteúdos; 3 - Conformar padrões novos para a construção das peças informativas; 4 - Agilizar a produção de conteúdos, em particular os de tipo multimídia; 5 - Propiciar categorias diferenciadas para a classificação externa dos conteúdos; 6 - Estocar o material produzido e preservar os arquivos (memória), assegurando o processo de recuperação das informações; 7 - Permitir usos e concepções diferenciadas para o material de arquivo; 8 - Garantir a flexibilidade combinatória e o relacionamento entre os conteúdos; 9 - Gerar resumos de notícias estruturados e/ou matérias de modo automatizado; 10 - Armazenar anotações semânticas sobre os conteúdos inseridos; 11 - Habilitar o uso de metadados para análise de informações e extração de conhecimento, seja por meio de técnicas estatísticas ou métodos de visualização e exploração como o data mining; 12 - Ordenar e qualificar os colaboradores e “repórteres cidadãos”; 13 - Orientar e apoiar o processo de apuração, coleta, e contextualização dos conteúdos; 14 - Regular o sistema de categorização de fontes jornalísticas; 15 - Sistematizar a identificação dos profissionais da redação; 16 Cartografar o perfil dos usuários; 17 - Transmitir e gerar informação para dispositivos móveis (celulares, computadores de mão, iPods, entre outros); 18 - Implementar publicidade dirigida (BARBOSA, 2007). 7 A saber: dinamicidade, automatização, inter-relacionamento/hiperlinkagem, flexibilidade, visualização, densidade temática e densidade informativa (BARBOSA, 2007).

não se adequa ao modelo da pirâmide invertida de estruturação do texto jornalístico tal qual empregada nos meios tradicionais. Apesar das perguntas do lead serem respondidas em uma notícia online, mediante base de dados a “continuidade de informação” pode ser feita de um modo diferente e não segundo a estrutura hierárquica da pirâmide invertida (FIDALGO, 2004, p. 05; 2007, p. 95). Essa reformulação passa a ser baseada na definição dos campos de classificação num processo determinado pela estrutura da base de dados, ou seja, “o formato que se terá é aquele em que as notícias são dadas de forma lacunar, deficiente - num primeiro momento - para, em seguida, serem complementadas, modificadas e até corrigidas” (MIELNICZUK et al, 2010, p.3). Utilizaremos as funcionalidades relativas à conformação de novos padrões para a construção de peças informativas e à orientação e apoio do processo de apuração, coleta e contextualização de conteúdo. De acordo com Barbosa (2008), as bases de dados suportam a produção das chamadas hipernarrativas. O conceito, apresentado por Lev Manovich (2001), associa os conceitos de hipertextualidade e multimidialidade. A hipernarrativa possui uma existência material – base de dados – e uma desmaterializada – o sintagma – e são construídas a partir de blocos de informações. A construção é guiada pelo leitor que pode interferir na sequência da narrativa e construir uma linearidade particular, numa estrutura multilinear (PALACIOS, 1999, p.4), graças à hipertextualidade, ou seja, à presença de links nas notícias. Para Mielniczuk (2003) os caminhos oferecidos pelo hipertexto permitem que diferentes leitores, ainda que diante do mesmo hipertexto, tenham ao final lido textos distintos, o que contribui para o processo de personalização da notícia. A personalização neste aspecto refere-se, portanto, à configuração do produto jornalístico de acordo com os interesses particulares do usuário, ou seja, a interação do leitor com a publicação onde este elege o seu próprio percurso de leitura, o que se dá por meio do hipertexto. Baseado no exposto, Canavilhas (2001) afirma que a capacidade de conduzir a própria leitura leva o leitor a assumir um papel proativo na notícia ao estabelecer a sua própria pirâmide invertida. Canavilhas (2007, 2008) considera a resolução semântica, em uma arquitetura de quatro níveis de informação, na definição do nível de contextualização, no qual é acrescentada “mais informação sobre cada uma das questões fundamentais, com links documentais e links de definição. A partir deste nível aumenta a resolução semântica da notícia (Fidalgo, 2004), com links para blocos de informação internos (arquivo) (CANAVILHAS, 2008, p.159).

Baseado na organização da notícia em blocos de informação com links, característico do jornalismo na web, o autor nos traz então o conceito de pirâmide deitada. O modelo da pirâmide deitada a notícia evolui em níveis de leitura desde um primeiro nível com informações essenciais até um quarto nível com informações mais detalhadas, assemelhando-se ao perfil de uma pirâmide horizontal onde a base representa um volume maior de informação. Na acepção de Canavilhas (2007), “a quantidade (e variedade) de informação disponibilizada é variável de referência, com a notícia a desenvolver-se de um nível com menos informação para sucessivos níveis de informação mais aprofundados e variados sobre o tema em análise” (p.36). Estes níveis estariam assim definidos: a unidade base (lead, que deve responder o essencial: o que, quando, quem e onde), o nível de explicação (que complementa a informação essencial do lead e deve responder ao por que e ao como, complementando a informação essencial), o nível de contextualização (mais informação em diferentes formatos) e o nível de exploração (com ligação ao arquivo da publicação e/ou arquivos externos8). Já nos referimos aqui ao nível de contextualização e a sua relação com o conceito de resolução semântica que se dá através da ligação para blocos de informação internos (arquivo). Nos trabalhos desenvolvidos (2008a, 2008b) temos duas acepções que podem ser complementares no que concerne ao nível de contextualização da pirâmide deitada, respectivamente: 1) mais informação em outros formatos (imagem, áudio, vídeo, som); 2) mais informação através de links para arquivos internos, o que o equipara com o nível de explicação também apresentado. A relação com a primeira funcionalidade destacada, portanto, se estabelece aqui juntamente com a apropriação do conceito de resolução semântica por Canavilhas (2007, 2008) e as categorias de densidade informativa e densidade temática: segundo Barbosa (2007) a pirâmide deitada permite organizar as peças informativas em conformidade com o conceito de resolução semântica (FIDALGO, 2004). As densidades informativa e temática, respectivamente, estão relacionadas às complementações, alterações, contextualizações e aprofundamentos possibilitados pela sucessão de notícias no meio digital e às novas

Palacios (2003) aponta como memória “a possibilidade de disponibilização online de toda informação anteriormente produzida e armazenada, através de arquivos digitais, com sistemas sofisticados de indexação e recuperação de informação” (p.25), possibilitada pela potencial ausência de limites físicos na web. 8

tematizações, que fogem às mais comuns (como política, esportes, economia) possibilitadas pelo uso das bases de dados. Sabemos que o aumento da resolução semântica também está associado ao cruzamento de informações em bases de dados capazes de gerar frequentemente novas informações com valor noticioso (FIDALGO, 2007, p.107), o que nos aponta que estas relações, alicerçadas nos diversos contextos de uma notícia, surgem a partir de outras notícias (anteriores ou não) e que a base de dados será responsável por originar e tornar visíveis novos dados a partir destes. A partir daqui trazemos as funcionalidades relacionadas aos usos e concepções diferenciados para o material de arquivo e a flexibilidade combinatória entre os conteúdos a fim de gerar novos dados e novas informações, como exposto, e que também estão na pirâmide deitada. A outra funcionalidade destacada aqui – orientar e apoiar o processo de apuração, coleta e contextualização de conteúdos – diz respeito ao emprego das bases de dados como fontes no jornalismo, o que será retomado mais à frente. A categoria “hiperlinkagem” perpassa os aspectos mencionados relativos a hipertextualidade, hipernarrativa e incorporação de material de arquivo em diferentes formatos.

4 APROFUNDAMENTO E CONTEXTUALIZAÇÃO NO JORNALISMO

Autores como Teun Van Dijk (1996) reconheceram na estrutura do texto jornalístico (ou no discurso da notícia) estruturas fixas relacionadas aos contextos social, cultural e cognitivo vigentes, o que resultou em um modelo de notícia baseada em um caráter estrutural (temático e esquemático), constituindo-se como uma das bases teóricas principais para o estudo da estrutura do texto jornalístico, em especial a notícia. Os esquemas para a estrutura da notícia do jornal impresso de Van Dijk (1996) nos trazem elementos que podem ser relacionados com os presentes na pirâmides invertida e deitada. Sabemos que não há consenso sobre que elemento do lead deve vir primeiro na notícia, este variando conforme o grau de relevância atribuído a cada “pergunta”. Os esquemas que apresentam a pirâmide invertida colocam o lead no topo, seguido do sublead, de dados secundários e de informações “menos importantes” que devem ficar para o último parágrafo. O sublead prediz um aprofundamento do lead ao responder as perguntas “como” e “por que”.

Na pirâmide deitada percebemos um esquema semelhante ao da pirâmide invertida no qual o primeiro nível, ou a unidade base, corresponde ao lead e deverá responder ao essencial: o que, quando, quem e onde. Esta unidade base pode ser uma hard news e evoluir ou não para um formato mais elaborado. O nível seguinte, nível de explicação, corresponde ao “como” e ao “por que” e completa a informação essencial sobre o acontecimento (CANAVILHAS, 2006). Nossa primeira inferência é que a pirâmide invertida encontra-se na pirâmide deitada, ou seja, os primeiros níveis correspondem aos itens “mais relevantes” do acontecimento e a contextualização deve ocorrer durante todo o processo. É importante ressaltar que elementos como

consequências,

avaliação,

circunstâncias,

contexto,

eventos

anteriores

e

motivação/explicação já eram tidos por Van Dijk (1996) como elementos estruturais da notícia9. O conceito de contextualização da pirâmide deitada pode ser relacionado ao de background trazido por Van Dijk (1996) no diagrama representativo da estrutura esquemática da notícia do qual fazem parte as circunstâncias, história, contexto e eventos anteriores do acontecimento. O background deve fornecer os contextos social, político e histórico10 ou a condição geral dos eventos. Pode ser do tipo histórico, quando organiza eventos do passado e do presente; tratar de eventos prévios, ou seja, que precedem o evento principal e é tomado como causa ou condição deste; e o contexto, que organiza a informação sobre a ocorrência noticiada, sendo o evento principal o elemento significativo. A afirmação de Lage (1997) de que no processo de hierarquização do texto não há descontextualização do fato, o contexto surge após o relato do mais importante também nos leva a pensar nesse termo quando tratado dentro da pirâmide deitada. Mar de Fontcuberta (1999, p. 62-63) aponta que um acontecimento se faz “num determinado contexto (geográfico, histórico etc.) que ajuda à sua compreensão”, e que os contextos são múltiplos. Segundo ela, “a contextualização é de dois tipos: diacrônica (explica a sucessão de fatos anteriores à notícia e com ela relacionados) e sincrônica (explica as circunstâncias geográficas, políticas, sociais etc., em que se produziu a notícia)”. Na mídia digital grande parte da contextualização diacrônica ocorre através de ligações hipertextuais para material de arquivo, o mesmo podendo ocorrer para parte de contextualização sincrônica. 9

Ver Diagrama representativo da estrutura temática de uma notícia (macrossemântica) e Diagrama representativo da estrutura esquemática da notícia (macrossintaxe) em Van Dijk (1996). 10 Organizando as informações históricas (eventos do passado) relacionadas à notícia, foca na história não recente da situação atual e seus acontecimentos, ela não pode ser o evento principal (VAN DIJK, 1996).

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ANÁLISE DE ALGUNS ELEMENTOS DO CORPUS: O ATAQUE À MARATONA DE BOSTON

O corpus deste trabalho é composto por notícias e reportagens publicadas durante o mês de abril de 2013 no site O Globo (globo.com) e no Globo a Mais relativas ao ataque à maratona de Boston, nos EUA. O Globo a Mais, vespertino para tablets publicado de segunda a sexta-feira, traz reportagens, principais notícias do dia, dicas culturais, colunas, galeria de imagens, constituindo-se em um produto exclusivo para os dispositivos móveis com sistema IOS. Em abril de 2013, o produto foi premiado no concurso The Best of Digital Design na categoria de portfólios de Olimpíadas 2012 por excelência digital. Durante a 117º edição da Maratona de Boston em 15 de abril de 2013, três pessoas morreram e 176 ficaram feridas após duas explosões junto à linha de chegada, sendo considerado este o pior atentado desde os ataques da Al Qaeda em 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. As explosões ocorreram no momento em que milhares de corredores terminavam a 117ª edição da maratona, considerada a mais antiga do mundo, disputada desde 1897, e com cerca de 27 mil participantes. Além da concentração de atletas e espectadores devido à prova, a biblioteca pública de Boston e hotéis de quatro e cinco estrelas ficam localizados nas imediações. Devido à extensão do corpus – especialmente no que se refere às notícias da web – optamos por destacar elementos isolados que julgamos interessantes e pertinentes à discussão proposta, sem pretensões de analisar a qualidade da cobertura ou algo equivalente.

5.1 NOTÍCIAS DA WEB: COBERTURA DO SITE OGLOBO.COM No dia 18 de abril, a matéria da Reuters intitulada “Polícia busca ao menos 2 homens vistos em fotos de atentado em Boston”, publicada no site do Globo, revela o uso de dados – fotografias dos possíveis suspeitos – pelo jornalismo como forma de auxiliar a investigação e o perigo que envolve a divulgação de dados falsos ou imprecisos neste sentido. Fotos postadas pelo New York Post mostravam possíveis suspeitos do atentado. Um caso semelhante ocorreu na sequência de um atentado na Olimpíada de Atlanta, em 1996, no qual o segurança Richard Jewell foi preso e acabou se mostrando inocente.

Um aspecto interessante observado na cobertura dos ataques à maratona de Boston é o uso das fontes em matérias como “As histórias de cinco vítimas dos atentados em Boston”11 e “Relatos de testemunhas dos atentados em Boston”12. A diversidade das fontes, neste caso, e os recursos utilizados para o tratamento de informações (Figura 1), certamente conferem um aumento da resolução semântica da notícia ao predizer uma apuração mais rica e maior aprofundamento do acontecimento e estarem geralmente em “veja também”.

Figura 1 - Uso das fontes na cobertura da web

Figura 1 - O testemunho de um participante da maratona serve como informação para contextualizar e aprofundar as notícias da web sobre o ataque à maratona de Boston.

Na editoria Mundo (seção “infográfico”) do site O Globo foi criado um especial intitulado “O mapa da caçada aos suspeitos de Boston”13 com os seguintes itens: Suspeitos, com nomes, informações e situação (capturado ou não, morto) dos principais suspeitos do atentado; Caçada, com um mapa contendo indicações sobre local da explosão, de assaltos, perseguições e outros confrontos; e Cronologia, com listagem dos acontecimentos desde o dia 18 de abril de 2013, dispostos em uma linha de tempo interativa, na qual o leitor tem uma visão geral dos acontecimentos arranjados por dia e por hora (Figuras 2 e 3). Este especial surge muitas vezes durante a cobertura como notícias relacionadas ou “veja também”. Outros elementos infográficos fizeram parte da cobertura do ataque: o “Veja o local da explosão da fábrica de fertilizantes no Texas” e “Pressão e explosão”14 (Figuras 4 e 5).

11

Disponível em: http://oglobo.globo.com/mundo/as-historias-de-cinco-vitimas-do-atentado-em-boston-8130224 Disponível em: http://oglobo.globo.com/mundo/relatos-de-testemunhas-na-maratona-de-boston-8122512 13 Disponível em: http://oglobo.globo.com/infograficos/explosoes-boston-suspeitos/ 14 Disponível em: http://oglobo.globo.com/infograficos/atentado-boston-pressao-explosao/ 12

Os infográficos são percebidos aqui como um formato alternativo para apresentar um fato jornalístico através de dados presentes no mapa e na linha do tempo, utilizados no processo de apuração e produção de outras notícias para o próprio site, de onde vem o cruzamento e combinação entre informações para gerar novos dados e elementos como estes. A disposição do mapa e da cronologia/linha do tempo, especificamente, permite ao leitor a visualização dos contextos principalmente geográfico e cultural, ampliando a resolução semântica e resultando em complemento e contextualização da informação. O mapa interativo localiza geograficamente diversos acontecimentos como roubo de veículos, perseguição e captura de suspeitos (Figuras 4 e 5). A possibilidade de contextualização geográfica através de links internos, como por exemplo, com o infográfico “O local da explosão na maratona de Boston” (Figura 4) surge já no início da cobertura15, no dia 15 de abril de 2013. A cronologia situa os acontecimentos em ordem de ocorrência e permite uma visualização mais geral dos fatos. Somado a isso, matérias como “Maratona de Boston é a mais tradicional do mundo”16 também contextualizam temporal e historicamente o evento.

Figura 2 - O mapa da caçada aos suspeitos de Boston (Caçada)

Figura 2 - Mapa publicado na seção "infográfico" da editoria Mundo no site O Globo.

Na notícia “Google lança site especial para ajudar a identificar vítimas de explosões em Boston” disponível em: http://oglobo.globo.com/mundo/google-lanca-site-especial-para-ajudar-identificar-vitimas-de-explosoes-emboston-8122291 16 Disponível em: http://oglobo.globo.com/blogs/pulso/posts/2013/04/15/maratona-de-boston-mais-tradicionaldo-mundo-493474.asp 15

Figura 3 - O mapa da caçada aos suspeitos de Boston (Cronologia)

Figura 3 - Cronologia publicada na seção "infográfico" da editoria Mundo no site O Globo.

Figura 4 - O local da explosão em Boston

Figura 4 - Mapa interativo apontando o local da explosão em Boston publicado no site O Globo.

Figura 5 - Mapa da explosão da fábrica de fertilizantes do Texas

Figura 5 - Mapa interativo com dados sobre a explosão de uma fábrica no Texas publicado no site O Globo.

Outro exemplo interessante da coberta de O Globo na web é a criação de uma página intitulada “Caçada em Boston - Acompanhe os acontecimentos de Boston em tempo real”17 onde foi disponibilizado o feed do Twitter e um Live Blog, além de vídeos sobre os principais acontecimentos. Além disso, a divulgação da criação de um site para ajudar na identificação de vítimas e fornecimento de informações sobre elas18, o Google Persona Finder19.

5.2 REPORTAGENS NO TABLET: COBERTURA NO GLOBO A MAIS

Na cobertura de O Globo a Mais percebemos cinco reportagens sobre os ataques à maratona de Boston publicadas durante o mês de abril intituladas Lições de Nova York/ Para não repetir NY, de 16/04; Terror em família/Pesadelo americano, de 19/04; Semana do medo, de 19/04; Sete dias, sete dúvidas/Um ataque, sete dúvidas, de 22/04 e Todo mundo em pânico, de 23/0420.

17

Disponível em: http://oglobo.globo.com/mundo/cacada-em-boston/ Disponível em: http://oglobo.globo.com/mundo/google-lanca-site-especial-para-ajudar-identificar-vitimas-deexplosoes-em-boston-8122291 19 Disponível em: http://google.org/personfinder/2013-boston-explosions 20 Os dois títulos separados por barra distinguem o título da capa e da reportagem interna. 18

A reportagem “Para não repetir Nova York”, de capa, traz um infográfico animado sobre as possíveis causas do ataque: Maratona de suspeitas. Seis fotografias ilustram elementos que podem ter motivado o ataque em Boston, como dia de impostos e protestos (dia anterior) e independência de Israel e dia do patriota. É importante frisar aqui que as reportagens do Globo a Mais têm trazido links que remetem aos conteúdos da web, a partir do que se podem pensar os conceitos apresentados, como resolução semântica, contextualização de informações, pirâmide deitada etc. Figura 6 - Maratona de suspeitas

Figura 6 - Infográfico com possíveis causas do ataque à maratona.

A reportagem “Pesadelo americano”, da capa do dia 19/04, faz uma relação entre o chamado “sonho americano” que motiva os imigrantes a tentar a vida nos EUA e o fato de dois desses imigrantes, irmãos chechenos, serem suspeitos dos ataques. A reportagem dedicase à vida dos rapazes, a família, o país de origem e a caçada pelos Estados Unidos, além de links para outras notícias na web. Há uma galeria de imagens com treze fotografias, documentos (como o histórico escolar de um deles) e cartazes de “Procura-se”. Aqui há uma contextualização social e cultural, permitida até mesmo pela linha editorial do produto, que se propõe a ser também mais reflexivo e analítico. No mesmo dia 19, o Globo a Mais publicou uma linha do tempo 21 que abrangeu a semana em que ocorreram os ataques, de segunda a sexta-feira (15 a 19/04), destacando acontecimentos relacionados tais como a caçada pelos dois jovens suspeitos do ataque, as 21

A nomeação do formato vem do próprio produto.

cartas com veneno endereçadas a Obama e a explosão de uma fábrica no Texas. A linha do tempo interativa trouxe pequenos textos e imagens sobre histórias, momentos, recomendações acerca dos fatos.

Figura 7 - Linha do tempo: Semana do medo

Figura 7 - Linha do tempo publicada no Globo a Mais do dia 19 de abril de 2013. A linha passa na horizontal e as colunas rolam na vertical.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os elementos apontados neste estudo para ilustrar o uso e a visualização de dados no jornalismo digital nos mostram uma infinidade de opções para a produção de conteúdo jornalístico e o aprofundamento e contextualização deste conteúdo. O próprio ambiente da web potencializa a inter-relação e o cruzamento de notícias e informações ou dados, o que é capaz de aumentar a resolução semântica de uma notícia e ocorre com frequência no caso observado. Quanto ao uso dos links, principalmente os internos – que remetem a conteúdo do próprio site – devemos ressaltar que a simples presença deles não indica necessariamente a contextualização de um acontecimento, pois podem apenas estar relacionados a uma mesma seção de notícias.

Os mapas, os relatos e os infográficos observados no corpus aumentam a resolução semântica ao propiciar principalmente a contextualização dos acontecimentos e a visualização de dados apurados. No entanto, é relevante pensar conceitos como contextualização e aprofundamento, por exemplo, bastante amplos e que precisam ser melhor trabalhados quando tratamos de “mais informação”, que é o que a pirâmide deitada propõe haver na leitura de uma notícia na web. Em todos estes aspectos retratados com base na cobertura dos ataques à maratona de Boston percebemos elementos capazes de ilustrar o que foi discutido no aporte teórico utilizado para este artigo. A facilidade de compor novos formatos não é uma novidade na na mídia digital, especialmente na web. No entanto, é valido observar como isso ocorre em produtos como o Globo a Mais, com edições fixas e fechadas, mas que fazem cada vez mais uso de links externos para notícias ou especiais da web e a evolução do uso de elementos textuais ou não para o aumento da resolução semântica tanto na web quanto em dispositivos móveis.

Referências

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