Cap. 01 – Atmosfera
Principais autores: Johan C.I. Kuylenstierna and Trilok S. Panwar, Mike Ashmore, Duncan Brack, Hans Eerens, Sara Feresu, Kejun Jiang, Héctor Jorquera,Sivan Kartha, Yousef Meslmani, Luisa T. Molina, Frank Murray, Linn Persson, Dieter Schwela, Hans Martin Seip, Ancha Srinivasan, and Bingyan Wang.
Revisão: Michael J. Chadwick and Mahmoud A.I. Hewehy. Coordenação Geral: Volodymyr Demkine. Adaptação Brasileira: Ricardo Motta Pinto–Coelho.
Cap. 01
Os limites da sustentabilidade
Os gráficos mostram a evolução dos valores do comércio mundial volume (1985–2005), do Produto Total do Globo- GDP (1987– 2004), Emissões atmosféricas de CO2 (1990–2003) e a área total usada pelas atividades agrícolas (1987–2002). Os números ao lado das esferas terrestres representam a área disponível por habitante, em hectares.
O desenvolvimento humano atual aproxima-se perigosamente dos limites da capacidade de suporte do planeta terra.
O homem está mudando o clima.... A mudança climática é o maior desafio global. Impactos já são evidentes, e as mudanças na disponibilidade de água, segurança alimentar e aumento do nível do mar irão afetar drasticamente muitos milhões de pessoas. Gases de efeito estufa antropogênico (GEE), principalmente CO2, são os principais fatores de mudança. Os impactos das atividades humanas sobre o clima são visíveis e inequívocos. A temperatura média da Terra aumentou cerca de 0,74 °C durante o século passado. Os impactos desse aquecimento incluiem: (a) aumento do nível do mar, (b) aumento da frequência e intensidade das ondas de calor, (c) tempestades, inundações e secas. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) prevê aumentos entre 1,8 e 4 ° C para o século atual. Há uma preocupação crescente sobre a possibilidade de mudanças nos padrões de precipitação e disponibilidade de água, afetando assim a segurança alimentar. As principais mudanças são projetadas para as regiões, como a África, que são as áreas menos capazes de lidar com a questão. A elevação do nível do mar ameaça milhões de pessoas, os grandes centros econômicos nas zonas costeiras e a própria existência do pequeno é estados de terra. A busca da adaptação às mudanças climáticas é agora uma prioridade. Devemos estar preparados para adotar medidas drásticas para reduzir as emissões de carbono no setor de transportes, agronegócio e produção de energia.
Gases Efeito Estufa e o Aquecimento Global O maior impacto do homem sobre a biosfera refere-se às emissões de CO2 principalmente devido à queima de combustíveis fosseis. O gráfico ao lado ilustra as emissões desse gás por continentes. As cocentrações desse gás na atmosfera eram de 280 ppm antes da Revolução Industrial e agora atingem quase 400 ppm. A situação parece estar totalmente fora de controle já que, desde 1987 (linha tracejada branca), as emissões de CO2 derivadas dos combustíveis fósseis aumentaram 33%
Concentrações atmosféricas de CO2 nos últimos 10.000 anos.
Emissões de CO2 (per capta) por continentes, em 2003
Ciclo do Carbono O homem interfere nesse ciclo de modo muito importante seja pela emissão de carbono derivado da produção e queima de combustíveis fósseis, fabricação de cimento, bem como pelo aumento das emissões devida às atividades agro-pecuárias e através da produção de energia. Os oceanos são responsáveis pela manutenção (ainda que precária) do equilíbrio desse ciclo.
Taxas de redução de emissões de CO2 necessárias segundo três rotas previstas pelo acordo de Kyoto.
Escala de tempo para retorno ao equilíbrio para as emissões de CO2 e para conter e remediar o aumento do nível dos oceanos
Aumento da Temperatura Hoje, é inquestionável que existe um claro aumento das anomalias de temperaturas mais elevadas em todo o globo. O grande risco é estarmos entrando em uma faixa de variação que é irreversível.
Feedbacks positivos para o aumento da temperaturas na Terra 1- O aumento do vapor de água na atmosfera
1
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3
2- Derretimento de geleiras e diminuição da superficie da Terra coberta com neve.
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4- A única maneira de combater esses “sinergismos” é diminuindo as emissões de CO2.
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4
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3- Derretimento do “permafrist” na Sibéria com liberação de enormes quantidades de metano (CH4)
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Pinto-Coelho, R.M. & K. Havens. 2014. Crise nas Águas. Educação, ciência e governança, juntas, evitando conflitos gerados por escassez e perda de qualidade das águas. Recóleo Editora, Belo Horizonte, (MG). ISBN 978-85-6150205-8, 162 pgs.
Distribuição Global de Geleiras e Glaciares
A maior parte das geleiras e calotas polares estão diminuindo rapidamente de tamanho
Pinto-Coelho, R.M. & K. Havens. 2014. Crise nas Águas. Educação, ciência e governança, juntas, evitando conflitos gerados por escassez e perda de qualidade das águas. Recóleo Editora, Belo Horizonte, (MG). ISBN 978-85-61502-05-8, 162 pgs.
Pinto-Coelho, R.M. & K. Havens. 2014. Crise nas Águas. Educação, ciência e governança, juntas, evitando conflitos gerados por escassez e perda de qualidade das águas. Recóleo Editora, Belo Horizonte, (MG). ISBN 978-85-61502-05-8, 162 pgs.
Balanço de massa de uma geleira nos EUA
Degelo sazonal da calota de gelo na Groenlândia.
Pinto-Coelho, R.M. & K. Havens. 2014. Crise nas Águas. Educação, ciência e governança, juntas, evitando conflitos gerados por escassez e perda de qualidade das águas. Recóleo Editora, Belo Horizonte, (MG). ISBN 978-85-61502-05-8, 162 pgs.
O Clima muda, os ecossistemas sofrem e a festa continua .... O homem vem falhando na luta contra as emissões de gases de efeito estufa ao longo das últimas duas décadas. Já em 1987, o Relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Comissão Brundtland ) alertava para o aumento acentuado e contínuo das emissões de CO2 e CH4.A resposta global ao Protocolo de Kyoto está longe de ser adequada. Estudos recentes mostram que o custo total de medidas para mitigar a mudança climática corresponderiam a uma pequena fração da economia global. É urgente Integrar as questões climáticas no planejamento do desenvolvimento, especialmente em setores tais como energia, transportes, agricultura , florestas e desenvolvimento de infra-estrutura, tanto a nível de políticas quanto de implementação. Da mesma forma, as políticas que facilitem a adaptação às alterações climáticas nos setores vulneráveis, como a agricultura, são cruciais para minimizar os impactos negativos.
O Ozônio é um problema tanto na troposfera (excesso) quanto na estratosfera (falta)
- Os poluentes orgânicos persistentes de economias industriais acumulam no Ártico, afetando as pessoas que não são responsáveis pelas emissões. O "buraco" sobre a Antártida na camada de ozônio estratosférico aumenta os níveis de radiação ultravioleta na região é hoje a maior de sempre. Emissões de substâncias que empobrecem a camada de ozono (ODS) têm diminuído ao longo dos últimos 20 anos, no entanto, a preocupação com o estado do ozônio estratosférico ainda persiste. - O ozônio troposférico (pouco acima do nível do solo) está aumentando em todo o hemisfério norte. Esse é um poluente regional, afetando a saúde e as culturas humanas. - Medidas de prevenção evitando a destruição do ozônio estratosférico foram tomadas por alguns países industrializados. Essas ações foram fundamentais para causarem reduções na produção e consumo de ODS. Embora as emissões de ODS tenham diminuído ao longo dos últimos 20 anos, estima-se que a camada de ozônio sobre a Antártida não recuperará totalmente até que entre 2060 e 2075, assumindo o pleno cumprimento do Protocolo de Montreal.
Protocolo de Montreal Um dos sucessos mais importantes já obtidos no controle de emissões de gases pelo homem foi a redução na fabricação dos gases que afetavam a camada de ozônio. Esse sucesso foi obtido a partir de um acordo internacional, o Protocolo de Montreal.
Dinâmica sazonal do “buraco” do ozônio estratosférico na Antártida
Ozônio na Troposfera As concentrações do ozônio na troposfera estão associadas ao homem. O ozônio é formado em complexas reações fotoquímicas e é bastante prejudicial a saúde humana. O aumento desse tipo de ozônio está associado a inflamações respiratórias, aumento das taxas de mortalidade infantil e também queda na produção de alimentos.
As atividades humanas nos EUA geram ozônio que se espalha por boa parte do oceano Pacífico.
Médias anuais das concentrações de ozônio na troposfera para o ano 2000 como resultado de várias simulações.
Como fazer para evitar o Caos? O rápido crescimento da demanda de energia, transporte e outras formas de consumo continua a resultar em poluição do ar, e são responsáveis pelo crescimento absoluto - sem precedentes – das emissões antrópicas de GEE. Desde que a Comissão Brundtland enfatizou a necessidade urgente de lidar com esses problemas, a situação mudou, em alguns casos, para melhor, mas em outros, para pior. A população está aumentando, e as pessoas usam a energia baseada em combustíveis fósseis cada vez mais para consumir mais bens e viajar mais, as pessoas cada vez mais usam carros como o seu modo de transporte favorito. A aviação está crescendo rapidamente e o aumento do comércio, como parte da economia globalizada, leva ao crescimento no transporte de mercadorias por via marítima. Todas as pressões acima estão sendo um pouco compensadas pelo aumento da eficiência e / ou pelo uso de novas tecnologias. É evidente que uma mudança de paradigma requer muito mais liderança e colaboração.
Gases Efeito Estufa Aumento Populacional
Transporte
Consumo
Energia
O uso da energia no contexto das metas do Milênio (MDG) Estudos da UNEP indicam que o aumento do consumo de combustíveis fósseis necessário para que sejam atingidas as metas do milênio (MDG goals) não chega a 1,0% das emissões de CO2 atuais. Esse aumento será destinado a melhorar as condições de vida de bilhões de pessoas que vivem muito próximo ou abaixo da linha da pobreza (uso de fogão a lenha, falta de acesso à eletricidade em casa e falta de acesso ao transporte público eficiente e de qualidade para o trabalhador e seus filhos e dependentes).
Uso de energia por US 1.000.- PNB em cada continente (Ano Base: 2000).
Fontes de energia usadas em escala global em 1987 e 2004
É notável que a humanidade tem usado cada vez mais energia, principalmente a energia proveniente do petróleo, carvão (mineral e vegetal) e do gás natural. É digno de se mencionar o uso quase que imperceptível da energia solar e eólica sendo que é importante a quantidade de energia fornecida pelos biocombustíveis (etanol e biodiesel).
Quais são os principais poluentes da atmosfera? Do ponto de vista de saúde púbica, a maioria das agências reguladoras considera os seguintes poluentes como os mais importantes: teor de partículas em suspensão (TPS), dióxido de enxôfre (SO2), ozônio na troposfera (O3), chumbo (Pb). No Brasil, por exemplo, ainda temos que melhorar muito os índices de partículas em suspensão em nossas cidades, particularmente as partículas menores do que 10 µm (PM10) e do que 2,5 µm (PM2.5). Os poluentes do ar são chamados de primários quando o homem já os emite na forma em que são encontrados na atmosfera. Os poluentes secundários tais como o O3 são formados a partir de poluentes primários tais como o SO2, NOx e NH3 e outros compostos voláteis (VOC´s).
As partículas em suspensão contém compostos tais como os nitratos, amônio, carbono orgânico e poeira do solo que, por sua vez, contém uma diversidade de elementos químicos (Al, Fe, Si, etc).
Existe, ainda, uma categoria especial de poluentes do ar que incluem os metais pesados, os VOC´s (benzeno, tolueno, etc.), os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAH´s) e os poluentes orgânicos persistentes (POP´s) tais como a dioxina e os furanos. Todos eles são originados principalmente pela queima de combustíveis fósseis. A amônia e o metano, por sua vez, tem origem nas atividades de criação de animais ou na agricultura.
Fonte: OMS, 2006.
Poluentes da Atmosfera SPM SO2
PHA´s
NO2
POP´s
Poluentes
NH3
VOC´s CO Pb O3
Legenda: SPM: particulas em suspensão, SO2: óxido de enxôfre, NO2: óxido de nitrogênio, NH3: amônia, CO: monóxido de carbono, O3: ozônio, POP´s: poluentes orgânicos persistentes (ex: dioxinas, furanos), PAH´s: hidrocarbonetos poliaromáticos, VOC´s: compostos orgânicos voláteis (ex: benzeno, tolueno, xilenos).
Os tigres asiáticos estão se asfixiando.... Mais de 2 milhões de pessoas em todo o mundo deverão morrer prematuramente, a cada ano, devido à poluição do ar interior e exterior. Embora a qualidade do ar melhorou drasticamente em algumas cidades, muitas áreas ainda sofrem com a poluição do ar excessiva.
A poluição do ar diminuiu em algumas cidades, em diferentes partes do mundo, através de uma combinação de melhoria de tecnologia e medidas políticas. No entanto, o aumento da atividade humana está compensando parte dos ganhos. A procura de transporte aumenta a cada ano, e é responsável por uma parte substancial do nível de emissões antrópicas de GEE. Muitas pessoas, especialmente na Ásia, onde estão as cidades mais poluídas, ainda sofrem com níveis muito elevados de poluentes no ar que respiram, particularmente a partir de partículas muito finas, o principal poluente atmosférico que afeta a saúde humana. Isso também está relacionado com a expansão industrial maciça em muitas cidades asiáticas que estão produzindo bens para a economia global. Esta poluição também reduz a visibilidade, criando neblina urbana e regional.
Poluentes da atmosfera, tempo médio de residência e a escala de tempo de seus impactos sobre a biota.
A poluição doméstica é importante em países pobres Muitas comunidades pobres ainda dependem da biomassa tradicional e do carvão para cozinhar. A saúde das mulheres e das crianças em particular sofre como resultado da poluição do ar interior. Cerca de 1,6 milhões de pessoas devem morrer prematuramente a cada ano devido a esse tipo de poluição. Muitos poluentes atmosféricos , incluindo enxofre e óxidos de nitrogênio aceleram os danos aos materiais, incluindo edifícios históricos. O transporte a longa distância de uma variedade de poluentes do ar continua a ser um motivo de preocupação para a saúde humana e dos ecossistemas e para a prestação de serviços ecossistêmicos.
Estimativas globais de doenças atribuídas à poluição doméstica (uso de lenha para o preparo de alimentos).
A – Poluição doméstica Fonte: GEO 4
O número de automóveis não para de crescer...
Intensidade de uso versus número per capta de veículos em 58 regiões metropolitanas em todo o globo.
Espaço na cidades requerido para ser transportar o mesmo número de pessoas com automóveis, ônibus e bicicletas.
As cidades, em todo o mundo, tornam-se, cada vez mais, reféns dos automóveis. Eles ocupam todos os espaços, aumentam a violência urbana, isolam o cidadão do mundo ao redor, exigem altos investimentos em infra-estrutura de transporte, poluem a atmosfera, geram ruídos e muita poluição sonora e, sobretudo, não solucionam a questão do transporte nas grandes cidades.
Estimativas globais de doenças atribuídas à poluição urbana causada por indústrias e pelos veículos movidos principalmente a diesel ou gasolina.
B – Poluição fora das residências
Poluição por Partículas em Suspensão Os impactos dessa forma de poluição sobre a saúde humana irão depender muito das características físicas e químicas das partículas inaladas. O tamanho da partícula é muito importante porque, quando elas são maiores do que 10 µm, elas não entram nos pulmões e têm um curto tempo de residência na atmosfera. Por isso, o cuidado deve ser maior com partículas menores do que esse limite. O interesse recente tem recaído principalmente nas partículas ultrafinas, ou seja, aquelas menores do que 0,1 µm. Essas partículas são normalmente insolúveis em água e podem passar dos pulmões para o sangue. Apesar dos avanços da medicina, são ainda escassos os estudos sobre os efeitos dessa forma de poluição sobre os seres humanos. Sabe-se apenas que os efeitos podem ser sérios e, muitas vezes, ligados a doenças que comumente afetam todos nós tais como o câncer, ataques cardíacos ou problemas neurológicos severos. Fonte: Lippman, 2003; Pope and Dockey, 2006.
Mortes prematuras devidas à poluição atmosférica (PM10) fora das residências (principalmente aquela devida aos automóveis e demais veículos).
As partículas em suspensão na atmosfera e que são menores do 10 µm são associadas a várias doenças e devem ser monitoradas nas grandes cidades ou em locais onde existam densidades elevadas de seres humanos e de animais.
SOx
Asia Europa
NOx
Estimativas das médias anuais de partículas em suspensão (PM10) em cidades com mais de 100.000 habitantes para o ano de 1999.
Poluição do Ar (Europa) A despeito das reduções na poluição atmosférica, essa forma de poluição ainda traz grandes riscos à saúde humana mesmo em áreas mais desenvolvidas tais como na Europa. As principais ameças vêm do uso intensivo do automóvel graças às suas emissões de PM10, PM2.5, VOC´s, O3, SO2 e NOx .
Concentrações médias anuais de poluentes atmosféricos (µg.m-3) em algumas cidades selecionadas em vários continentes.
Concentrações médias anuais de poluentes atmosféricos (µg.m-3) em algumas cidades selecionadas em vários continentes.
Valores Médios de PM10 em (µg/m3) em algumas cidades da Ásia em 2002
Poluição Atmosférica Ela afeta tanto a saúde humana, quanto a dos animais e também o crescimento de plantas tais como o trigo. No exemplo abaixo, o trigo teve seu crescimento muito prejudicado (-40%) ao ser submetido ao ar de regiões poluídas do Paquistão.
Distribuição Global de óxidos de enxôfre (SOx) no diesel em 2007
Parte 1
Parte 2
Distribuição global (menos as Américas) da contaminação por SOx no Diesel, em 2007
Associações entre problemas ambientais e o bem-estar da sociedade
Impactos nos Ecossistemas
Má qualidade do ar
Impactos no Bem Estar
Saúde
Alimento
Segurança
Sócio-economia
Outros
Doenças cardíacas e respiratórias, asma, mortes prematuras
Queda na produção e aumento de preços
Aumento de conflitos
Diminuição de florestas e outros ecossistemas
Corrosão de materiais
Queda no Turismo e aumento de desastres naturais Queda no Turismo (ex.)
Queda na pesca
Queda na biodiversidade
Aumento nas despesas com saúde e controle de poluição Aumento nos custos de operação e manutenção Aumento no custo da água potável
Acidificação
Eutrofização
Água de má qualidade e doenças de veiculação hídrica
Queda no Turismo, aumento do stress urbano
Fator
Depleção Ozônio (estratosfera) Até 1987 2007 Importante Redução per capta
Mudanças Climáticas
Poluição Atmosférica
Até 1987 Importante
2007 Ainda mais importante
Até 1987 Importante (áreas urbanas)
Agricultura
Negligenciável
Ainda mais importante
Emissões de NH4 Ainda mais e Pesticidas importante
Deflorestamento
Negligenciável
Ainda mais importante
Indústria
Maior emissor
Importante (emissões NH4 e NO2) Importante (emissões de CO2) Importante
Emissões de COx, Ainda mais PM e NOx importante (Fogo) Importante Algum decréscimo
Eletricidade
Negligenciável
Transporte
Relevante
Consumo (Básico)
Relevante
Declínios generalizados
Pequena contribuição
Média contribuição
Importante
Consumo (Luxo) Inovação Científica
Importante
Declícios
Importante
Moderado
Alguns progressos
Rede políticoinstitucional
Apenas inicial
Soluções importantes já presentes Grandes avanços
Progressos na eficiência energética Ainda mais importante
Ainda mais importante Progressos na geração de energia Melhorias consideráveis
População
Problemas com brometo de metila Negligenciável
Grande declínio na produção de ODS Negligenciável (?) Declínio acentuado
Importante Importante
Importante mas com algum progresso Ainda mais importante Ainda mais importante
2007 Ainda mais importante
Importante
Variável
Emissões de PB, CO e NOx
Variável mas com pioras regionais Ainda mais importante (áreas rurais) Ainda mais importante Melhorias significativas em vários campos Progressos em vários países
Importante
Progressos apenas nos países desenvolvidos
Opções de políticas visando a mitigação da crise ambiental. Natureza Políticas Redução na emissão de gases Internacional GHG Regional
Medidas 356 países da EC aceitaram o Protocolo de Kyoto 14 estados dos EUA adotaram as resoluções do Centro Global de Mudanças Climáticas – 2007
Local
650 administrações municipais em todo o mundo já adotam o programa CCP – Cities for Climate Protection
Setor Privado Medidas Regulatórias
Energia – processos Energia Renovável Materiais Biocombustíveis e outros Reciclagem
48 companhias dos EUA adotaram as regras rígidas de emissões de GHG da USEPA (2006) Novos padrões da indústria e do consumo Novos padrões da indústria e do consumo Novos padrões da indústria e do consumo Novos padrões da indústria e do consumo Novas leis, inovação tecnológica e novos impostos
Economia
Taxação
Taxas do carbono, Taxas de Poluição, Taxas sobre Combustíveis
Subsídios
Subsídios para novos equipamentos na indústria, etc.
Acordos e compromissos
Acordos internacionais, nacionais, inter-setoriais visando a adoção de novas tecnologias em determinadas cadeias produtivas. Novos padrões, novas taxas que incentivem a indústria a adotar as inovações tecnológicas disponíveis e padronizadas.
Tecnologia
Novas Tecnologias
Outros
Sequestro de Carbono
Obrigações para transferência de tecnologias, etc.
Crescimento da consciência ambiental
ONG´s, Midia, ações educativas em diversos setores da sociedade.
Acordos internacionais mais recentes para a redução dos poluentes da atmosfera. Acordo- Ano
Protocolo
Substância
Cobertura Geográfica
Acordo internacional de poluição do ar – LRTAP (1979)
Protocolo de Aahus (1998)
Metais pesados (Cd, Pb e Hg) POP´s
UNECE (ex. 2005-2011 USA e Canadá)
Redução das emissões para valores antes de uma data combinada e variável para cada caso
UNECE (ex. 2004-2005 USA e Canadá)
Redução ou mesmo a eliminação das descargas de POP´s (Dioxina, furanos, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos
Protocolo de Gothenburg (1999)
SOx, NOx, VOCs e NH4
UNECE (ex. 2010 USA e Canadá)
Corte nas emissões de SOX de 63% e de NOx em 41% e de VOC em 40% e de amônia de 17%
Convenção de Viena (1985)
Protocolo de Montreal (1987)
Global
2005-2010
Todos os países se comprometem a eliminar a produção de CFC em 1 de janeiro de 2010
Convenção da ONU sobre Mudanças ClimáticasUNFCCC, (1992)
Protocolo de Kyoto (1997)
ODS (substâncias que afetam a camada de ozônio) Emissões de GHG (CO2, CH4, N2O, HFCs, PFCs, SF6)
36 países aceitaram as metas
2008-2012
Os países se comprometem a cortar a emissão de GHG em 5% a partir de 1990 (países da ANNEX) ou a partir dos anos 2008-2012 (demais)
POP´s
Global
Protocolo de Aahus (1998)
Convenção de Estocolmo, 2000
Ano-Alvo
Metas
Reduzir ou eliminar os agentes mais perigosos POP´s (12 agentes principais).
* Os doze POP´s mais perigosos: PCBs (polychlorinated biphenyls), dioxins, furans, aldrin, dieldrin, DDT, endrin, chlordane, hexachlorobenzene (HCB), mirex, toxaphene, heptachlor. Sources: UNECE 1979–2005, Vienna Convention 1987, UNFCCC 1997, Stockholm Convention 2000
Progressos alcançados e fatores-chave para a gestão dos problemas ambientais da atmosfera (1987-2007) Fator de Sucesso
Problema
Avaliação Econômica
Negociação
Solução
Ozônio (Estratosfera) Mudança Climática 1987 2007 1987 2007 Confiança na Ciência Aceito e reconhecido Problema ainda existe Primeiros Reconhecido publicamente mas sob controle sinais da amplamente ameaça potencial Benefícios Socais são Medidas caras mas Custo das medidas foi Poucas Numerosos estudos superiores aos custos viáveis reduzido informações existentes disponíveis Capacidade de Liderança Lideranças iniciais dos n.d. n.d. Processo complexo EUA e da EU com vários atores envolvidos e interesses não declarados.
Poluição Atmosférica 1987 2007 Publico Problema reduzido mas reconhece o persiste alguns casos problema de solução complicada
Tratados com Protocolos Protocolos existem Objetivos e Rigorosos mas com medidas ainda insuficientes.
Primeiras medidas (UNFCCC, 1992 e o Protocolo de Kyoto, 1997) Base legal para a efetiva redução das emissões dos GHG a partir de 2008-2012. 166 países ratificaram o P. Kyoto.
Poucas ações em Harmonização entre os nível nacional ou padrões e as regional. tecnologias.
UNFCCC, 1992. Protocolo de Kyoto, 1997.
Convenção LRTAP e outros acordos UNECE CLRTAP regionais. (1979) Protocolo UNECE para SO2 e NOx O desafio é a disseminação de soluções (tecnológicas, institucionais) em escala global.
Protocolos foram corrigidos e as ações são suficientes.
Inexistente
Implementaç Suporte financeiro, ão e Controle Fundos e Instituições Confiáveis
Início do esquema em Implementação em n.d. operação. escala global, com 191 países ratificando a maioria dos tratados.
Tratados
Diplomacia Eficiente
Convenção de Viena (1985) Protocolo de Montreal (1987)
Perspectivas
Liderança Política e Controles Eficientes
Quatro grandes emendas ao protocolo de Montreal com grande sucesso alcançado. Desenvolvimento de alternativas viáveis e combate ao comércio ilegal. Ex: Trabalho com brometo de metila.
n.d.
O risco de efeitos irreversíveis está crescendo. Necessidade urgente de melhorar e universalizar o protocolo de Kyoto.
Várias opções tecnológicas
As reduções daqui para frente irão custar muito mais caro Maioria das Mudança de foco para ações a escala regional em concentradas ao alguns casos para a nível nacional. escala global.
Nível nacional
Variável com grande harmonia das ações em escala regional com a comunidade internacional.
Tab. 2.2 – Associações entre problemas ambientais e o bem-estar da sociedade (parte II) Mudanças de Estado
Impactos no ambiente e ecossistemas
Impactos no bem estar da sociedade em geral Saúde
Poluição não-doméstica Alimento
Sócio Economia e Segurança
Ozônio na Troposfera
Perda dos serviços dos eco sistemas e da biodiversidade
Inflamações respiratórias. Aumento das taxas de mortalidade.
Diminuição da produção agrícola. Diminuição da renda. Diminuição dos dias trabalhados.
Metais pesados, PAH´s e VOC
Piora da qualidade do ar
Aumento dos casos de câncer
Contaminação dos alimentos.
Aumento dos gastos com a saúde.
POP´s
Contaminação dos ecossistemas (bioacumulação na cadeia alimentar)
Diminuição na segurança alimentar e nos níveis de saúde.
Queda na produção de pescado.
Perda de eficiência na cadeia da pesca. Aumento das vulnerabilidades dos povos em altas latitudes.
Impactos às comunidades afetadas.
Aumento das taxas de mortalidade infantil e materna.
Outros
Poluição doméstica Ar tóxico
Aumento na temperatura Eventos extremos GHG
Aumento da temperatura sup. Oceano
Mudanças Climáticas Mortes devidas ao stress Aumento do risco de térmico. eventos de fome. Aumento de doenças Diminuição da produção tropicais e mediadas por de alimentos em zonas vetores. áridas e semi-áridas.
Aumento das vulnerabilidades.
Outros impactos em mulheres e crianças.
Aumento das vulnerabilidades. Aumento do gasto com refrigeração. Perda da eficiência econômica em muitos locais.
Risco de extinção de comunidades. Aumento das vulnerabilidades de populações mais pobres.
Variação da precipitação Degelo Acidificação dos oceanos
Diminuição dos ODS Variação dos níveis de ODS
Aumento da radiação UV-B Buraco de ozônio nos polos
Câncer na pele Danos aos olhos Danos nos sistemas imunológicos
Ozônio na estratosfera Impactos na cadeia Diminuição no tempo ao ar livre. planctônica com redução Aumentos nos gastos de na pesca prevenção a exposição a rad. UV. Diminuição na produção de alimentos
Aquecimento global
Legenda: GHG: gases formadores do efeito estufa; POP´s: poluentes orgânicos persistentes; ODS: substâncias que interferem na camada de ozônio (ex: CFC), PAH: hidrocarbonetos poliaromáticos, VOC: compostos orgânicos voláteis.
18
Soluções em Desenvolvimento Legenda 1 -Contaminação microbiológica 2 - Vazamento de óleo 3 - Poluição do ar nas cidades 4 - Florescimento de algas 5 - Contaminação local por tóxicos 6 - Fragmentação 7 - Destruição de habitats 8 - Colapso na pesca 9 - Espécies exóticas 10 - Chuva ácida 11 - Degradação de solos 12 - Ozônio na troposfera 13 - Depressão do ozônio na estratosfera 14 - Sobre-exploração da água doce 15 - Acidificação dos oceanos 16 - Extinção de espécies 17 - POP´s 18 - Aumento do nível do mar 19 - Mudanças climáticas
19
17 12 10
11 15
6
7
8
16
9
13 3
4
5
1
14 Ar Água
2
Soluções Existentes Problemas Reversíveis
Solo Problemas Irrevesrsíveis
Pinto-Coelho, R.M. & K. Havens. 2014. Crise nas Águas. Educação, ciência e governança, juntas, evitando conflitos gerados por escassez e perda de qualidade das águas. Recóleo Editora, Belo Horizonte, (MG). ISBN 978-85-61502-05-8, 162 pgs.
Poluição do ar e Mudanças no Clima: existe uma saída? Poluição Os mecanismos existentes para combatê-la são adequados, enquanto a gestão da qualidade do ar em muitas partes do mundo, exige o reforço dos recursos institucionais, humanos e financeiros para a implementação. Onde a poluição do ar foi reduzida, os benefícios econômicos associados superaram os custos da ação.
Mudança do Clima Para a mudança climática, abordagens mais inovadoras e eqüitativas para mitigação e adaptação são cruciais e elas vão exigir mudanças sistêmicas nos padrões de consumo e de produção. Muitas políticas e tecnologias necessárias para combater as emissões de gases de efeito estufa e poluentes atmosféricos estão atualmente disponíveis e são rentáveis. A verdade é que apenas alguns países têm adotado de modo mais intenso tais modificações. É mais do que claro que temos que exigir de nossas autoridades mais esforço e dedicação nesse aspecto. Políticas e Leis Inovadoras
Monitoramento e Controle
Inovação Científica e Tecnológica
Mudanças de hábitos de Consumo
Melhoria da Qualidade do Ar e Mitigação do Efeito Estufa
Governança Internacional - ONU Comissão em Des. Sustentável
Assembléia Geral
Regime do Desenvolvimento
Regime do Meio Ambiente
UNEP
AMA
PDNU
FMI
(MEA)
(UNDP)
(IMF and other)
Grupo da ONU para a Gestão Ambiental
FAO, UNESCO, OMS
Grupo da ONU para o Desenvolvimento
Regime do Comércio
OMC (WTO and other)
Conselhos Executivos
Muito Obrigado ! Prof. Dr. Ricardo Motta Pinto-Coelho LGAR – ICB - UFMG
Para outras informações LGAR-ICB-UFMG Sala I3 254 Telefone: 031 3409 2574 E-mail:
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