Bases institucionais da fragmentação: Eleições majoritárias e proporcionais simultâneas e estratégias partidárias no Brasil

As explicações institucionalistas sobre o formato dos sistemas partidários asseveram que eleições presidenciais e congressuais coincidentes, na presença de pequeno número candidatos presidenciais, reduz o número de partidos na disputa ao legislativo. Este artigo procura entender  as razões do aumento sistemático da fragmentação partidária no Brasil no período recente, não obstante a estabilização da competição presidencial em torno da bipolaridade PT-PSDB. Em primeiro lugar, aponta-se para um  efeito rabo-de-casaca difuso que permite aos partidos sem candidatos viáveis à presidência obter ganhos eleitorais participando de coligações na disputa presidencial. Em segundo lugar, a estrutura federativa possibilita aos partidos impulsionar as suas votações na eleição para a Câmara dos Deputados, independente do seu desempenho na disputa presidencial, apostando no lançamento de candidaturas competitivas (ou formando coligações) nos pleitos para governador. O artigo testa estas hipóteses por meio de uma série de modelos estatísticos que estimam os determinantes a votação nacional dos partidos em todas as disputas para Câmara dos Deputados entre 1994 e 2014.