BEHAVORISMO RADICAL, SOCIAL E METODOLÓGICO: DEFINIÇÃO

June 30, 2017 | Autor: Matheus Lacerda | Categoria: Behaviorism, Behaviorismo Radical, Social Behaviorism
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UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP) Instituto de Ciências Humanas (ICH) Curso: Psicologia Campus: Rangel

Behaviorismo Metodológico, Radical e Social Definição, características, semelhanças e diferenças

SANTOS 2014

UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP) Instituto de Ciências Humanas (ICH) Curso: Psicologia Campus: Rangel

Behaviorismo Metodológico, Radical e Social Definição, características, semelhanças e diferenças

Matheus R. T. Lacerda dos Santos – C24IEF-7

SANTOS 2014

BEHAVORISMO RADICAL, SOCIAL E METODOLÓGICO: DEFINIÇÃO, CONCEITO, SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS.

1. Behavorismo Metodológico. Definido por Watson como “A psicologia, de maneira como é vista pelo behaviorista, constitui um ramo puramente objetivo da Ciência Natural. Seu objetivo teórico é a previsão e controle do comportamento. A introspeção não é parte essencial de seus métodos... o behaviorista, em seus esforços para conseguir um esquema unitário das respostas animais, não reconhece uma linha divisória entre homem e a besta.” (Watson, "Psychology as the Behaviorist Views It", in: Psychological Review 20). O Behavorismo Metodológico surgiu no final do século XIX como crítica ás matrizes de pensamento Mentalistas e Introspeccionistas que norteavam a psicologia na época, em oposição ao Funcionalismo e Estruturalismo que tinham em comum a consciência como objeto de estudo, eis que o Behavorismo propõe ter o que se pode observar, o comportamento em si como corpo de estudo da psicologia (Watson, 1913). - Estudar o comportamento por si mesmo; - Opor-se ao mentalismo, e ignorar fenômenos como consciência, sentimentos e estados mentais; - Aderir ao evolucionismo biológico e estudar tanto o comportamento humano quanto o animal, considerando este último mais fundamental; - Adotar o determinismo materialístico; - Usar procedimentos objetivos na coleta de dados, rejeitando a introspecção; - Realizar experimentação controlada; - Realizar testes de hipótese de preferência com grupo controle; - Observar consensualmente.

- Evitar a tentação de recorrer ao sistema nervoso para explicar o comportamento, mas estudar atentamente a ação dos órgãos periféricos, dos órgãos sensoriais, dos músculos e das glândulas.

Com tudo isso, o ato da observação tornou-se algo fundamental para o estudo do Behavorismo, o comportamento é observável. Logo, para ser estudado, o comportamento deveria afetar os sentidos do outro, ser medido e analisado pelo outro por meio da observação. Em observação o que importa é a concordância entre os observadores, fazendo-se assim da observação uma medida científica rigorosa e expressa de uma verdade. Necessita também que seja registrada e analisada. Esta ênfase em todo um procedimento de medida e ideias comportamentalistas foram tidas por Behavorismo Metodológico, tendo Watson como seu principal precursor.

2. Behavorismo Radical. O comportamentalismo radical, que teve como principal estudioso Burrhus F. Skinner. Segundo ele, o behaviorismo não é a ciência do comportamento humano, mas sim sua filosofia. Tanto Skinner quanto Watson estudavam o mesmo objeto – o comportamento – porém de formas diferentes. O Behavorismo Radical, diferente do Behavorismo Metodológico (de Watson) dispensa o consenso público e não ignora a capacidade de auto-observação, mas questiona tudo o que é observado, tomando como verdade aquilo que o observador consegue observar de si mesmo (Não da forma introspectiva mentalista tradicional, mas sim por uma introspecção para o comportamento) “O behaviorismo radical não nega a possibilidade da AUTO-OBSERVAÇÃO ou do autoconhecimento ou sua possível utilidade, mas questiona a natureza daquilo que é sentido e observado. Restaura a introspecção, mas não aquilo que os filósofos e os psicólogos introspectivos acreditavam esperar e suscita o problema de quanto de nosso corpo podemos realmente observar” (Skinner, 2000).

Segundo Skinner na citação acima, o behaviorismo restaura um método de introspecção, porém diferente do usado antigamente, não para estudar a mente, mas sim para observar o próprio corpo e seu funcionamento. Isso vai contra o comportamentalismo metodológico – este que negava o método introspectivo – e só pode ser dado uma vez que o Radical não se valha do consenso público de observação, assim o próprio observador pode ser seu próprio objeto de estudo. Skinner também diferenciava o seu Behavorismo do de Watson pelo método de pesquisa. Enquanto o metódico Watson buscava pesquisas quantitativas, analisando diversos organismos várias vezes para criar uma estatística comparativa entre as respostas destes, o radical Skinner se focava intensamente no estudo minucioso de um único sujeito. Os comportamentos foram classificados por Skinner como: comportamentos reflexos, voluntários, comportamentos operantes e verbais. O comportamento reflexo é aquele em que o indivíduo age involuntariamente. Já o comportamento voluntário é uma ação consciente do indivíduo em relação a algum fato que ocorre no ambiente. O comportamento operante é aquele que tem o estímulo emitido pelo ambiente e este desencadeia um comportamento observável, e o comportamento verbal é uma forma de comportamento operante distinta, que age indiretamente sobre o meio, inicialmente sobre outros seres humanos.

3. Behaviorismo Social Vendo que as duas gerações anteriores do behaviorismo tinham caráter extremistas e fechadas em si, Arthur W. Staats teoriza um behaviorismo ideal que contradiz os seus precedentes. Staats parte do princípio de discordar de Skinner, este que coloca o homem como um receptáculo passivo de estimulação ambiental, não reconhecendo que o homem pode ditar-se o próprio comportamento mediante sua originalidade e personalidade. Tal nova teoria do comportamentismo social visa tratar o homem como diferente de um animal, considera a sua personalidade individual, sua criatividade e a possibilidade da originalidade num comportamento; o homem adulto gera combinações originais de

respostas e estímulos o dia todo, combinando, por exemplo, diferentes respostas que já conhece a diferentes estímulos que recebe. O behaviorismo em geral, tanto watsoniano quanto skinneriano, se distanciou das concepções humanas do homem, tratando-o apenas como um organismo que apenas reage a estímulos ambientais, este pragmatismo é questionado intensamente por Staats. Nas pesquisas vistas em laboratórios com animais pode ser visto que para eles, o passado condiciona o comportamento presente, como explicado pela Lei do Efeito (Thorndike, 1911). Por exemplo, um cachorro que recebeu comida ao obedecer a um comando, irá muito provavelmente repetir a resposta com base no seu condicionamento passado; diferente do homem que tem poder para representar o futuro em seu presente. O futuro de um homem pode ter efeito sobre seu comportamento presente. Mesmo que um homem planeje um acontecimento futuro contingente, este por sua vez pode acabar por se planejar e seguir uma linha de comportamentos devidos para que seu futuro desejado aconteça – mudando assim seu comportamento – mesmo que no final o futuro imaginado não ocorra. Logo, o comportamento de um homem está em parte também determinado por sua concepção de futuro. Contudo, deve-se atentar-se para não atribuir aos animais comportamentos conceituais do homem e vice-versa. O behaviorismo social além de tudo visa a divisão de homem e animal irracional, o homem como um ser social e racional que não pode ser somente generalizado como um animal que age puramente por instinto O behaviorismo social também tem a concepção do comportamento humano como baseado no estimulo que o individuo experimenta e ao mesmo tempo influenciado pela sua personalidade/natureza; o que contraria o radicalismo de Skinner, que diz que comportamento é externamente condicionado e somente isso. Seguindo a teoria Behaviorista Social, "Pode ser dito que o comportamento humano é aprendido, mas uma vez aprendido ele é causador do comportamento posterior assume, portanto, o papel de causa. Neste sentido, pode ser dito que o indivíduo causa o seu próprio comportamento" (STAATS, A.W. 1980)

Skinner, ao rejeitar que o homem é livre, rejeita juntamente o conceito de responsabilidade, tratando como se o comportamento de um homem fosse totalmente passível do ambiente, o que livra o individuo da culpa por atos indesejáveis tanto para ele como para os que o cercam, porém segundo Staats, um indivíduo não pode fugir à responsabilidade pelo seu comportamento, culpando o ambiente, pois ele produz os efeitos posteriores sobre os que o cercam e sobre a sociedade.

4. Bibliografia FIGUEIREDO, Luís Cláudio Matrizes do Pensamento Psicológico. 14. Ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2008. JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T. História da Psicologia: rumos e percursos. 2. Ed. Rio de Janeiro: Editora Nau, 2008 STAATS, A.W. Behaviorismo social: uma ciência do homem com liberdade e dignidade. Em: Arquivos brasileiros de psicologia 32(4): 97-116, 1980 MATOS, Maria Amélia (USP) O Behaviorismo Metodológico e suas relações com o Mentalismo e o Behaviorismo Radical. Em: Bernard Rangé (org) Psicoterapia comportamental e cognitiva: pesquisa, prática, aplicações e problemas. Campinas: Editorial Psy, 1995. SHULTZ, D. P.; SHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. 1. Ed. São Paulo: Cultrix, 1981. TERRA, Marcia. O Behaviorismo em discussão. 2003. Disponível em: . Acesso em: 26 AGO, 2014 VAZ, Michelle. Behaviorismo de Watson e Skinner. 2013. Disponível em: . Acesso em: 26 AGO, 2014

Behaviorismo

Metodológico.

2014.

Disponível

em:. Acesso em: 26 AGO, 2014

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