BELCHIOR, Ygor Klain. Por que estudar a historiografia clássica ou o que os antigos têm para nos ensinar quando fazemos História?. Philía (UERJ). , v.1, p.3 - 3, 2016.

May 26, 2017 | Autor: Ygor Belchior | Categoria: Ancient History, Historiography, Historiografía
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jornal informativo de história antiga

ANO XVI

SUMÁRIO

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Editorial

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Por que estudar a historiografia clássica ou o que os antigos têm para nos ensinar quando fazemos história? Divulgação científica e História Antiga: o ‘Pipoca Clássica’ Bacharel Dayanne Dockhorn Seger

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Faltônia Betícia Proba: uma poeta cristã latina Graduado Rodrigo Conçole Lage

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www.philia.uerj.br

OUT / NOV / DEZ 2015

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Em entrevista ao PHILIA, Profª Drª MARTA MEGA, ressalta a INS 1519-6917 importância do uso correto do trimestrais desde 1998 conceito deedições Gênero nas pesquisas. EDIÇÃO Nº 56

As contribuições do estudo da História Clássica

Júlio César nas grandes e pequenas telas

Enquanto gênero literário antigo, o estudo da História pode nos ensinar para além daquilo que sempre foi reconhecido como herança primaz pela nascente História científica do século XIX: o método. Desde as primeiras produções com Heródoto e Tucídides existiram diversas maneiras de se fazer História. E o que estas Histórias têm a nos ensinar?

Desde a criação do cinema, os feitos de Júlio César tornaram-se um dos temas prediletos das produções ambientadas na Roma Antiga. Ao elencar alguns dos filmes e séries ambientados na Antiguidade, que retrataram Júlio César, serão destacadas algumas das transformações e permanências nos discursos produzidos sobre sua imagem.

Mest.ndos Andréa Leal e Felipe Nascimento

Doutorando Ygor Klain Belchior

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As Sexualidades no Contexto do Império Romano Cristão do Século IV: Reflexões sobre o Paradigma Monástico Doutorando Wendell dos Reis Veloso

romano em cena: Júlio César 7 Um nas grandes e pequenas telas Mestrando Victor Henrique da Silva Menezes

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Cursos & Notícias

Busto de Tucídides exposto no Pushkin Museum.

Estátua de Heródoto diante do Parlamento Austríaco.

Rex Harrison no papel de Júlio César em Cleópatra

Página 3

Página 7

coordenação e direção Prof.ª Dr.ª Maria Regina Candido

conselho editorial Anderson de A. M. Esteves - UFRJ Deivid Valério Gaia - UFPel Glaydson José da Silva – UNESP Gilvan Ventura da Silva – UFES

EVENTO CURSOS DE EXTENSÃO Confira os nossos próximos cursos! Visite www.nea.uerj.br. ENCERRADO!

ENCERRADO!

conselho consultivo Julian Gallego - Universidad Buenos Aires Ivan Esperança – UNESP Gilberto da Silva Francisco - UNIFESP

revisão Alessandra Serra Viegas - UFRJ Renan M. Birro - UFF

editorial e diagramação Andréa Magalhães da S. Leal - UERJ Felipe Nascimento de Araujo - UERJ NÚCLEO DE ESTUDOS DA ANTIGUIDADE

indexadores Sumarios.org / AWOL.

Rua São Francisco Xavier, 524 - Maracanã RJ Prédio João Lyra Filho, bloco A, sala 9030 Tel.: (21) 2334-0227 - Fax (21) 2284-0547

ENCERRADO!

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA VENDA PROIBIDA

JORNAL INFORMATIVO DE HISTÓRIA ANTIGA

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JORNAL INFORMATIVO DE HISTÓRIA ANTIGA ano xvi | OUT / NOV / DEZ 2015 | EDIÇÃO Nº 56

EDITORIAL

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esta edição o leitor percorrerá alguns dos diversos temas sobre a antiguidade pesquisada por doutorandos, estudante de antropologia, historiadores. Os dois primeiros artigos convergem-se na temática do fazer história e para quê? Reflexão sempre atual para aqueles que buscam a instrumentalização da História para o melhor conhecimento desta área.

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o primeiro artigo “Por que estudar a historiografia clássica ou o que os antigos têm para nos ensinar quando fazemos História? ”, de autoria do doutorando Ygor Klain Belchior pela USP, o leitor terá a oportunidade de compreender as contribuições que o estudo da História, enquanto gênero literário antigo, pode nos ensinar para além daquilo que sempre foi reconhecido como herança primaz pela nascente História científica do século XIX.

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o segundo artigo, de autoria da bacharela em antropologia com ênfase em arqueologia Dayanne Dockhorn Seger, pela Universidade Estadual de Pelotas, intitulado “Divulgação científica e História Antiga: O Pipoca Clássica”, o leitor conhecerá o projeto educacional voltado para a história da Antiguidade o qual disponibiliza filmes, documentários e séries televisivas que oferecem um caminho dinâmico ao passado e, como tal, são ferramentas especialmente poderosas para estabelecer a comunicação entre o

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Membro Editorial *

público e os pesquisadores da antiguidade.

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m seguida, o artigo “Faltônia Betícia Proba: uma poeta cristã latina”, de autoria de Rodrigo Conçole Lage, graduado em História pela UNIFSJ, busca apresentar aos leitores a vida e a obra da poeta cristã Faltônia Betícia Proba, descrevendo ao mesmo tempo sua técnica de composição, o centão, e apontando diferenças entre o pagão e o cristão.

produzidos sobre essa personagem, sua imagem no geral e sua masculinidade em particular.

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ssim, com esses artigos da edição nº 56, desejamos uma ótima leitura e que sirvam de inspiração para novas investigações!

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m seu quarto artigo, intitulado “As Sexualidades No Contexto Do Império Romano Cristão Do Século IV: Reflexões Sobre O Paradigma Monástico”, do doutorando Wendell dos Reis Veloso pela PPHR/UFRRJ, busca propor um questionamento partindo das referências contidas em Confessiones, pretendendo apontar o posicionamento do bispo Agostinho de Hipona sobre as sexualidades no século IV, a fim de refletir sobre a noção historiográfica de paradigma monástico.

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por fim, em seu último artigo “Um romano em cena: Júlio César nas grandes e pequenas telas, o mestrando, pela UNICAMP, Victor Henrique da Silva Menezes pretende elencar alguns dos filmes e séries ambientados na Antiguidade que retrataram uma personalidade muito utilizada pela mídia nos últimos tempos, o imperador Júlio César. Dessa forma, o artigo aborda algumas transformações e permanências nos discursos

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*Andréa Magalhães da Silva Leal Mestranda em História Política (PPGH/UERJ) Bolsista CAPES Pesquisadora NEA/UERJ.

*Felipe Nascimento de Araujo Mestrando em História Política (PPGH/UERJ) Bolsista CAPES Pesquisador NEA/UERJ

JORNAL INFORMATIVO DE HISTÓRIA ANTIGA ano xvi | OUT / NOV / DEZ 2015 | EDIÇÃO Nº 56

POR QUE ESTUDAR A HISTORIOGRAFIA CLÁSSICA OU O QUE OS ANTIGOS TÊM PARA NOS ENSINAR QUANDO FAZEMOS HISTÓRIA?

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Ygor Klain Belchior *

Resumo: Analisaremos as contribuições que o estudo da História enquanto gênero literário antigo pode nos ensinar para além daquilo que sempre foi reconhecido como herança primaz pela nascente História científica do século XIX: o método. Palavras-Chave: História, historia, historiografia.

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fazer História. Por isso, hoje falamos em termos de historiografias, como a persa, a hebraica, a judaica, a grega, a romana, a cristã e até mesmo a científica. Esta, por fim, a de nosso assunto de até então, não recebe um nome propriamente dito, como aqueles que se confundem com os povos que a escreviam, mas que pode muito bem ser entendida como uma historiografia ocidental moderna. Este mundo tecnicista, moderno e capitalista que a fez, mas ela não é, apesar das inúmeras tentativas de seus intelectuais, a única forma disponível. Além disso, em se tratando das historiografias antigas, é ainda possível afirmar que não existe uma matriz geral, aquela fundadora, que pela genialidade de seus fundadores desenvolveu um método e uma herança (Collingwood, 1972: 23-62). Pelo contrário, elas tomaram parte em um mundo interconectado, com muitas cidades, navegações e trocas de informações, até mesmo de histórias sobre o passado, como a épica de Hesíodo (116138) e a gênese bíblica (1,7), além dos dilúvios sumérios (ANET, 42) e o de Noé (Gênesis, 6, 7, 8). Ou seja, o panorama mais aceito que temos é tomar a nossa História como uma forma de fazer História que veio de muitas formas anteriores, haja vista que todas elas estiveram em contato umas com as outras, principalmente através de três delas, a grega (nossa origem ocidental), a persa e a judaica (Momigliano, 2004: 21-52). E o que estas Histórias têm a nos ensinar? Bem, a Busto de Tucídides exposto no Estátua de Heródoto diante do começar pela reflexão já Pushkin Museum. Parlamento Austríaco. apontada, mas que merece um enfoque de destaque: o método. 41-51). Formatar, comprimir, tornar Heródoto, Tucídides e Políbio foram muito didático e localizar cronologicamente. O importantes para uma historiografia passado, ou ao menos seu estudo moderna que se preocupava com a científico, é duro, tem normas, obedece às investigação e a exposição. E ela foi agências de fomento e tem uma heurística. sentida em passagens como esta: “até Mas, e se dissermos que “a” agora, tudo o que eu disse é o resultado da História nunca existiu? Não! Pois o que minha própria visão, julgamento e temos para sua História como um todo, investigação” (Her., Hist., 2, 99). A isso ao olharmos para ela em uma longa herança do método se encontra bem duração, desde as suas primeiras explicada. Mas este é apenas um produções, na Grécia de Heródoto e componente. Apesar desta apropriação, Tucídides (séculos V–IV a.C.), é a noção boa parte daquilo que os antigos de que existiram diversas maneiras de se apreciavam em História não era aquilo que

oje “a” História é uma ciência. Não é “a” história, “a” estória, “a” épica, “a” fábula, “a” lenda passada e cantada. Isto é, ela não é algo que se debruça apenas em coisas passadas, tendo o passado como cenário. Não, a História tem um método! Além disso, pode, sim, ser considerada um gênero literário diferente daqueles outros citados. Afinal, História é “a” História e não gostamos muito quando não historiadores fazem este tipo de exercício. Eles vendem, mas não são “a” História. Por fim, “a” História é escrita em forma narrativa e tem limites textuais (muito convencionais) em sua exposição e que tratamos de aprender desde os primeiros dias em nossas graduações (coisa moderna!). Plano, fichamento, pesquisa, método, projeto, relatório e banca. Não é à toa que um bom historiador diria que o exercício acadêmico que realizamos em nossas Universidades, e que tomamos como “a” História, pode ser muito bem problematizado através do conceito de formas, ou “fôrmas” (Guarinello, 2013:

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preocupava este resgate anterior e nem mesmo a ciência Histórica “dura”. É claro que falamos de sua parte de literatura ou até mesmo de poesia. Esta é uma crítica que pode ser retirada de Cícero (De oratore, 2, 56) quando este se refere que Tucídides, “é denso pela frequência de temas, que chega a fazer o número de palavras alcançar o número de pensamentos; de tal forma, além disso, é hábil e conciso com suas palavras”. Portanto, aqui entra a preocupação de outro mundo: o da oralidade. Dentro disso, o exercício de sua composição perpassava por outros caminhos e com finalidades muito distintas das da nossa História, como a preocupação em atingir a fides dos ouvintes com as suas palavras. Isto implica em composições com metodologias Históricas cunhadas através de metáforas, diálogos construídos, deuses, imagens e a condução dos eventos passados com a construção e um ethos para todas as personagens históricas que apareceriam na trama. A História, portanto, viveu em um mundo onde ela tinha que instruir, ser útil aos homens públicos e para a política de uma forma geral, fornecer exemplos a imitar, investigar e, principalmente, deleitar. Como dito por Tucídides, “tratase de aquisição para sempre, mais que de uma peça para um concurso, a ser ouvida de momento” (1, 22, 4). Não retiremos, pois, estas qualidades da nossa História! Bibliografia: COLLINGWOOD, R. G. (1972), A ideia de História. Lisboa: Editorial Presença. GUARINELLO, N. L. (2003), Uma Morfologia da História: as formas da História Antiga. Politeia, Vitória da Conquista, v. 3, n. 1, pp. 41-62. MOMIGLIANO, A. (2004), “A historiografia persa, a historiografia grega, a historiografia judaica”. In: As raízes clássicas da historiografia moderna. Tradução Maria Beatriz Borba Florenzano. Bauru: EDUSC. * Ygor Klain Belchior Doutorando em História Social pela Universidade de São Paulo, sob a orientação de Norberto Luiz Guarinello, membro do Laboratório de Estudos sobre o Império Romano (LEIR) e Professor de História Antiga na Universidade Federal de Ouro Preto.

JORNAL INFORMATIVO DE HISTÓRIA ANTIGA ano xvi | OUT / NOV / DEZ 2015 | EDIÇÃO Nº 56

DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E HISTÓRIA ANTIGA: O ‘PIPOCA CLÁSSICA’

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Dayanne Dockhorn Seger *

Resumo: Filmes, documentários e séries televisivas oferecem um caminho dinâmico ao passado e, como tal, são ferramentas especialmente poderosas para estabelecer a comunicação entre o público e os pesquisadores da antiguidade. Palavras-chave: Divulgação científica; Projetos de extensão; Cinema.

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uando estudamos a Antiguidade Clássica desde o Brasil, nos deparamos com um campo vazio no que concerne à divulgação científica da nossa área, atualmente inexistente nos meios de mídia social. Tendo em vista que o conhecimento e as representações do passado que criamos dizem respeito às tradições e heranças de grande parte da sociedade moderna ocidental, torna-se pertinente questionar por que as informações e interpretações que levantamos não circulam fora dos meios acadêmicos. Desse modo, proponho questionar qual a imagem apresentada de nossa posição enquanto pesquisadores, isto é, que sentido há para as pessoas quando nos intitulamos historiadores ou arqueólogos clássicos? A comunicação entre pesquisadores e público geral é um debate crescente e recorrente em diversas áreas e, na maioria das vezes, não encontra quaisquer resultados no sentido da maior e melhor difusão dos temas que estão sendo pesquisados na academia. Essa comunicação é frequentemente realizada por projetos de extensão que, além de estimularem a reflexão do próprio fazer científico, promovem a interação e a compreensão da ciência que está sendo trabalhada, incentivando a disseminação de informações científicas geradas pelos pesquisadores para a sociedade. Atualmente, tornou-se necessário justificar o trabalho arqueológico e histórico que realizamos, cobrindo o grande vazio que existe entre o que produzimos para “nossos pares” e o restante do público. Ao lidar com sociedades em um período cronológico muito distante do nosso, é imprescindível que explicitemos o modo como o passado, seus discursos e representações apresentam consequências, continuidades e quebras em relação às sociedades do presente. Temos o comprometimento social de fornecer significados, pertencimentos, espaços de inclusão para diversos grupos, no tempo e no espaço. Ao mesmo tempo, estamos próximos de símbolos, resquícios culturais, materiais, museus históricos, antropológicos e arqueológicos, séries, filmes e documentários que retratam a Antiguidade em diferentes interpretações e narrativas; todos estes servindo para demonstrar que há um interesse na experiência do passado, e que este tem algo a ensinar e, sobretudo, que diz respeito a nós e a nossa situação

atual. Nessa perspectiva, em 2014, o Laboratório de Estudos sobre a Cerâmica Antiga (LECA-UFPel) iniciou o projeto de extensão Pipoca Clássica (Figura 1), que têm promovido sessões de filmes baseadas em temas da Antiguidade Clássica. Organizadas em ciclos temáticos (Figura 2), as sessões têm como objetivo promover o diálogo com áreas afins, divulgar o núcleo e as pesquisas sobre as culturas antigas ocorrendo na UFPel e principalmente estabelecer o espaço para o diálogo com o público extramuros por meio das apresentações cinematográficas e posterior discussão a respeito do filme e suas representações da cultura clássica. Ao longo de 2015, atividades que envolvem o público infanto-juvenil dentro das escolas têm sido pensadas de forma a inserir de forma dinâmica os conteúdos que estão sendo apresentados aos estudantes, por meio de oficinas, jogos e palestras seguidas pela exibição dos filmes, tais como as animações O Príncipe do Egito (1998) e Hércules (1997).

Figura 1 – O logo do projeto.

Figura 2 – O primeiro ciclo apresentado pelo Pipoca Clássica: O Trágico na Linguagem Cinematográfica.

O propósito de estudar as representações da Antiguidade no cinema geralmente vem ao encontro dos meios de divulgação científica de forma a compreender a percepção do público a respeito das sociedades antigas e, desse modo, interagir melhor com as audiências populares (MCGEOUGH, 2006: 173). Sabemos que o índice de reprodução das representações cinematográficas com temas versando sobre Arqueologia e História Antiga excede em muito o índice no qual o público experimenta essas disciplinas na realidade do seu trabalho dentro das universidades (HOLTORF,

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2007: 2). Os filmes oferecem ao público o passado como experiência; eles apresentam acontecimentos fechados dentro de uma sociedade estruturada e representativa, composta por um número limitado de atores sociais. As estruturas, relações e papéis sociais que se criam são muito parecidos com os nossos, independentes da mudança de valores, instituições e a cronologia recuada. Promove-se, assim, a empatia do público com o passado, que não se preocupa se os fatos são sustentados cientificamente mais do que pretende “vivenciar” uma boa narrativa, possivelmente com personagens, cenários e histórias de caráter histórico. Talvez mais do que qualquer outro meio, o cinema pode nos ajudar a melhorar a comunicação e o engajamento com o público, se soubermos como usá-lo (VAN DYKE, 2006: 374). Isto é, ao invés de rejeitar os filmes produzidos sobre a Antiguidade, rotulando-os como “falsos” e “a-históricos”, devemos abordá-los de modo a discutir suas percepções, representações e apropriações das culturas antigas. Como os roteiristas, diretores e atores projetaram aquele mundo? De onde vêm as narrativas das quais eles se utilizaram para a construção do roteiro do filme? Essas discussões geram a possibilidade de alcance e diálogo com diversas áreas dentro da universidade e com o público geral, que termina por experimentar esse passado muito mais através do que está sendo mostrado pelos meios cinematográficos, do que pelas pesquisas ocorrendo nos meios acadêmicos. Bibliografia Holtorf, C. (2007) Archaeology is a brand! Oxford. McGeough, K. (2006) “Heroes, Mummies, and Treasure: Near Eastern Archaeology in the Movies”, Near Eastern Archaeology, 69:174-185. Van Dyke, R. (2006) “Seeing the Past: Visual Media in Archaeology”, American Anthropologist, 108: 370-384. * Dayanne Dockhorn Seger Bacharel em Antropologia com linha de formação em Arqueologia pela Universidade Federal de Pelotas e pesquisadora do Laboratório de Estudos sobre a Cerâmica Antiga (LECA-UFPel) – [email protected]

JORNAL INFORMATIVO DE HISTÓRIA ANTIGA ano xvi | OUT / NOV / DEZ 2015 | EDIÇÃO Nº 56

FALTÔNIA BETÍCIA PROBA: UMA POETA CRISTÃ LATINA

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Rodrigo Conçole Lage *

Resumo: O objetivo desse trabalho é apresentar a vida e a obra da poeta cristã Faltônia Betícia Proba. Ao mesmo tempo, descrevemos sua técnica de composição, o centão, apontando diferenças entre o pagão e o cristão. Palavras chave: Faltônia Betícia Proba, Centão, Poesia Cristã.

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entre as poetas cristãs da antiguidade temos uma, Proba, cujo nome aparece no décimo segundo verso do único poema de sua autoria que chegou até nós: o Cento Virgilianus de laudibus Christi. Ele foi o primeiro centão cristão virgiliano, o que o torna importante dentro da história da literatura cristã. Proba foi uma poeta cristã latina do século IV d. C.. Ela também escreveu, antes de se converter ao cristianismo,1 o Constantini bellum adversus Magnentium, um poema que narrava a guerra entre o imperador Constantino II e o usurpador Magnentio. A menção ao próprio nome gera um problema a respeito de sua identidade. Segundo Márcio Meireles (2010: 58), temos o fato de que “ao menos duas mulheres com o mesmo nome, e pertencentes à mesma família, Petronii Probi, uma aristocrática família pagã, podem ser identificadas como a referida escritora”. Uma foi Faltônia Betícia Proba, esposa de Clódio Celsino Adelfo, prefeito de Roma em 351, cuja data de nascimento é comumente situada na primeira metade do século (305306/320-322) e seu falecimento é situado na secunda metade (353366/372). Não se sabe também quando se converteu, mas alguns situam sua conversão no ano 362. Seu marido, os dois filhos (Quintus Clodius Hermogenianus Olybrius e Faltonius Probus Alypius) e sua neta também se converteram posteriormente. Além das informações sobre sua família, ela foi muito versada no grego e no latim, além de conhecer os escritores clássicos. A outra seria “Anícia Faltônia Proba, amiga de Agostinho de Hipona e de João Crisóstomo. De fato, esta Proba pertenceria à mesma família de Faltônia Betícia, sendo sua neta e mulher de Sexto Petrônio Probo, procônsul da África em 358 e cônsul em 371” (JÚNIOR, 2010: 59). O poema de Proba é um centão. Esse termo não se refere a um gênero

literário, mas a uma técnica de composição na qual os versos de poemas (ou trechos de obras em prosa) são utilizados para a composição de uma nova obra, cujo conteúdo é diferente da obra original. Eles estão presentes na literatura tardia grega e latina e são divididos em duas categorias: os pagãos e os cristãos. No que diz respeito aos pagãos, Luis Parra García (1999: 365, tradução nossa) afirma que “o centão nasce como uma obra destinada ao entretenimento, à paródia, em definitivo, a provocar o riso dos ouvintes”. Já os cristãos tem outra natureza. Eles contam a história de Jesus Cristo, transformando-o em um personagem épico, e as histórias do Velho e do Novo Testamento. Uma particularidade do centão latino é o fato de que todos os poetas utilizaram versos das obras de Virgílio. O poema tem recebido diferentes nomes nos manuscritos e edições do texto, tais como De laudibus Christi, Cento Virgilianus Probae, Liber Cento Probae, Versus Probae, Opus Probae Matronae, Cento Probae e Carmen Sacrum. É composto de 694 hexâmetros retirados dos livros Eneida, Bucólicas e Geórgicas, sendo que alguns nomes bíblicos foram incluídos em alguns versos. Por outro lado, alguns episódios bíblicos sofreram alteração para se adequar aos versos. A data de sua composição é incerta, mas os críticos normalmente a situam entre 355-370. No que podemos chamar de a primeira parte do poema temos uma espécie de prefácio e invocação a Deus (v. 1-55), uma versão latina do Gênesis, que vai da criação ao dilúvio (v. 56318), e um resumo da saída dos hebreus do Egito, descrita no Êxodo (v. 319332). No que seria sua segunda parte, temos um novo prefácio (v. 319-332), uma série de episódios do Novo Testamento referentes à vida de Cristo (v. 346-676) e, por fim, o epílogo (v. 677-694). Mas outros o dividem em:

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Dedicatio ad Theodosium Augustum, Praefatio, Pars prima: De Vetere Testamento, Pars secunda: De Novo Testamento e Precatio. Além dos poemas citados, alguns afirmam que teria composto também outro centão que utilizava versos da Ilíada, o Cento Homericus, que também estaria perdido. É preciso destacar o fato de que seu poema foi criticado e condenado por alguns teólogos, em diferentes ocasiões, devido ao conteúdo heterodoxo. Mas, por outro lado, foi muito lido e imitado posteriormente. Bibliografia: GARCÍA, Luis Parra (1999). Pervivencia del centón en el Renacimiento: Cento ex Virgilio Gallus de Lelio Capilupi. Cuadernos de Filología Clásica. Estudios Latinos 16: 363-411. Disponível em: . JÚNIOR, Márcio Meirelles Gouvêa (2010). Carmen Sacrum de Proba. Revista Nuntius Antiquus 5: 57-68. Disponível em: . OCAÑA, Antonio Cortijo (2012). Sor Juana y Proba. Un modelo de translatio. Mirabilia 15: 202-226. D i s p o n í v e l e m : .

* Rodrigo Conçole Lage Graduado em História (UNIFSJ). Especialização em História Militar (UNISUL), em andamento.

JORNAL INFORMATIVO DE HISTÓRIA ANTIGA ano xvi | OUT / NOV / DEZ 2015 | EDIÇÃO Nº 56

AS SEXUALIDADES NO CONTEXTO DO IMPÉRIO ROMANO CRISTÃO DO SÉCULO IV: REFLEXÕES SOBRE O PARADIGMA MONÁSTICO

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Wendell dos Reis Veloso*

Resumo: Partindo das referências contidas em Confessiones, pretendemos apontar o posicionamento do bispo Agostinho de Hipona sobre as sexualidades no século IV, a fim de refletir sobre a noção historiográfica de paradígma monástico. Palavras-chave: Século IV; Agostinho de Hipona; Sexualidades.

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o século IV, verifica-se a aproximação entre a facção cristã que saiu vencedora no Concílio de Nicéia em 325 e a romanitas, processo este que possibilitou o surgimento da christianitas ou ecclesia, ao menos enquanto projeto de poder – muito mais do que uma realidade institucional coesa. Entretanto, as elites episcopais – representantes autorizados da ecclesia – paulatinamente intentaram a manutenção do dominium, inclusive normatizando aspectos diversos da vida social, fossem eles objetivamente ligados aos atos sexuais e aos desejos, ou mesmo aqueles os quais eles ligavam à sexualidade de maneira menos direta, tais como hábitos de sono e de alimentação (Brundage, 1990: 86). Em texto clássico publicado na metade da década de 1980, o historiador irlandês Peter Brown argumenta que a sistematização de uma cultura austera sobre o corpo e a sexualidade para o credo niceno se deu a partir do monacato oriental. O autor tem como essência de sua argumentação a diferenciação entre Oriente e Ocidente acerca do que ele denomina de paradigma monástico, uma moral ascética propagada pelos monges do deserto. Peter Brown chama atenção para o fato de que as escolhas divergentes feitas nas diferentes regiões do Mediterrâneo na Antiguidade Tardia anunciariam os contornos de duas sociedades diferentes: estas se relacionariam de maneira diferenciada com a vida citadina e a sua antítese, o deserto, e também se distinguiriam no tocante ao exercício do poder clerical das cidades (Brown, 2009: 269). Sobre o paradigma monástico, ele assevera que este teria imposto uma pesada carga sobre o casamento – chegando mesmo a colocar um ponto de interrogação na possibilidade de uma vida matrimonial em harmonia com a vida de devoção ao deus cristão; sobre as relações sexuais no interior deste, assim como sobre o papel da sexualidade na pessoa humana (Brown, 2009: 268). Para os bispos gregos, o impulso sexual seria sempre potencialmente atuante para o mal em todas as situações

sociais que reunissem homens e mulheres (Brown, 2009: 272), isto porque na concepção destes homens do Oriente a sexualidade teria sido outorgada ao homem após a queda, sendo uma das penas desta (Brown, 2009: 278). Entretanto, esta dinâmica das sexualidades humanas se apresentaria de maneira diferenciada no Ocidente, assim como alguns autores exerceriam muito mais influência do que outros sobre este assunto. No Mediterrâneo ocidental este papel teria cabido ao bispo Agostinho de Hipona (354-430), o forjador da versão alternativa do paradigma monástico que se imporia aos bispos cristãos nas províncias do Ocidente após o fim da parte ocidental do Império, assim como caracterizar-se-ia por uma visão menos negativa do sexo (Brown, 2009: 277). No entanto, as referências encontradas nos escritos agostinianos do século IV não corroboram a hipótese descrita nos parágrafos anteriores. Diferente desta abordagem que estende o posicionamento de Aurélio Agostinho sobre as sexualidades, característico do século V, a toda a sua vida de eclesiástico, a análise da obra Confessiones (397) – talvez sua obra mais importante dentre as produzidas no século IV – nos permitem aproximar o posicionamento do bispo de Hipona – membro proeminente da elite episcopal e uma das “vozes autorizadas” do credo niceno – do paradígma monástico oriental, mais austero. Tal diferenciação se explica substancialmente por conta da vivência de Agostinho como um maniqueu durante nove anos anteriores à sua conversão ao catolicismo. O maniqueísmo distingue-se por uma relação de bastante rigidez com o corpo e as sexualidades. Na obra “Confissões”, a qual contemporaneamente poderíamos caracterizar como biográfica, o bispo faz recorrentes menções às suas experiências sexuais pré-conversão, associando-as sempre ao pecado. Por exemplo, no livro dois da obra em questão, o eclesiástico aborda o conselho paulino direcionado às comunidades cristãs de Corinto para que mantivessem a castidade o máximo

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possível. Segue afirmando que deveria atentar-se a tais palavras devido à existência do que o bispo denomina de “tribulações da carne”, o que podemos entender como os “problemas” colocados pelos desejos de ordem sexual; nesta mesma parte de suas confissões, partindo das proposições paulinas, Agostinho afirma categoricamente que estaria bem mais feliz se tivesse vivido toda a sua vida em castidade (Confissões, Parte 1, Livro 2, Capítulo 2, p. 48). Em livro posterior, nosso autor confessa que ao colocar-se contrário aos conselhos de seu amigo Alípio para não se casar, agia “como um doente que, ao lhe tocarem na ferida, repele a mão que liberta a cura” (Confissões, Parte 1, Livro 6, Capítulo 12, p. 134). Os apontamentos feitos permitem desconsiderarmos Agostinho de Hipona como um divergente dentre os pensadores patrístisticos e a maneira que estes pensavam as sexualidades. Depreende-se, portanto, que, ao menos no século IV, o que Peter Brown denomina de versão ocidental do paradígma monástico é inexistente. Bibliografia: Agostinho, S. (2011), Confissões. Petrópolis/Rio de Janeiro. Brown, P. (2009), “Antiguidade Tardia”, in P. Veyne (Org.), História da Vida Privada I: do Império Romano ao Ano Mil. São Paulo, 213-284.Brundage, J. (1990), Law, Sex, and Christian Society in Medieval Europe. Chicago/London.

* Wendell dos Reis Veloso Licenciado e Bacharel em História pela Universidade Gama Filho; Mestre em História pelo PPHR/UFRRJ; Doutorando em História pelo PPHR/UFRRJ; pesquisador PLURALITAS/UFRRJ; Professor Tutor Presencial da graduação EAD do consórcio UNIRIO/CEDERJ/UAB.

JORNAL INFORMATIVO DE HISTÓRIA ANTIGA ano xvi | OUT / NOV / DEZ 2015 | EDIÇÃO Nº 56

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UM ROMANO EM CENA: JÚLIO CÉSAR NAS GRANDES E PEQUENAS TELAS Victor Henrique da S. Menezes * Resumo: Pretende-se elencar alguns dos filmes e séries ambientados na Antiguidade que retrataram Júlio César. Serão destacadas algumas das transformações e permanências nos discursos produzidos sobre sua imagem no geral, e sua masculinidade em particular. Palavras-chaves: Júlio César, Cinema, Televisão.

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esde a criação do cinema, os feitos de Júlio César tornaram-se um dos temas prediletos das produções ambientadas na Roma Antiga. Aparecendo pela primeira vez no ano de 1907 em A morte de Júlio César (Marie-GeorgesJean-Méliès, França), César esteve presente em pelo menos seis filmes produzidos nas três primeiras décadas do século XX por países como Itália, Inglaterra e EUA. Já nessas primeiras cinebiografias houve uma intencional e marcada remoção de sua suposta “imoralidade sexual” (WYKE, 2006: 179) narrada por poetas e biógrafos antigos como Caio Valério Catulo e Caio Suetônio Tranquilo. Nos filmes estadunidenses do período, em particular, nota-se a preocupação em extirpar das representações de César toda e qualquer proclividade sexual pouco convencional. Por mais que a história de César pudesse remeter a certo paradoxo, ora herói, ora vilão da República, esta ambivalência não poderia resvalar no ideal de masculinidade do início do século. Nesse momento, inimigo ou não da República, César não poderia ser uma figura que poria em risco a santidade do casamento ou da paternidade, instituições tidas como intocáveis à grande parte da sociedade norte-americana do período (WYKE, 2006: 180). Os filmes produzidos entre os anos 1930 e 1950, inspirados muitas vezes na peça The Tragedie of Julius Caesar (1599) de Shakespeare, mantiveram a imagem do general como líder excepcional e admirável, preocupado mais com a política do que com relações amorosas. Mesmo aqueles que retrataram a vida de Cleópatra e o seu relacionamento com César – como Cleópatra (Cecil B. DeMille, EUA, 1934) e César e Cleópatra (Gabriel Pascal, Reino Unido, 1945) –, representaram-no como um homem já maduro, político experiente, piedoso, e que aceitava a morte com serenidade (LAPEÑA, 2007: 11). É somente no filme Cleópatra de Joseph Mankiewicz (EUA-RU-Suíça, 1963), que se pode observar a apresentação de um novo Júlio César. Nessa produção, interpretado pelo britânico Rex Harrison, César foi representado como um homem de meia-idade dotado de astúcia, segurança e aguçado senso de humor, mas, capaz de medidas enérgicas quando os interesses de Roma eram ameaçados. Sua figura, partilhando do ideal masculino

Imagem 01. Rex Harrison no papel de Júlio César em Cleópatra (Dir. Joseph Mankiewicz, RU-EUA-Suíça, 1963)

heteronormativo da década de 1960, exsudava respeitabilidade. Houve nesse momento, ainda, espaço para sua capacidade de s e d u ç ã o irresistível. Característica essa que definiria sua imagem

cinematográfica pelas próximas décadas sem significativas transformações. Em séries televisivas César marcou presença a partir dos anos 1990, como em: Xena: a Princesa Guerreira (Robert Tapert e John Schulian, Nova Zelândia, 19952001), Cleópatra (David Connell, EUAAlemanha, 1999), Júlio César (Uli Edel, EUA, 2002), Roma (Bruno Heller, John Milius e William MacDonald, EUA-RUItália, 2005-7) e Spartacus (Steven DeKnight, EUA, 2010-13). Nessas produções, todavia, as representações canônicas de César como excelente líder militar e político não sofreram transformações. O que passaram por leves alterações, em especial nas duas últimas produções, foram as representações de sua masculinidade. No seriado Roma há alguns diálogos que induzem a uma possível proclividade bissexual do general – em especial em alusões aos favores sexuais oferecidos a ele por seu sobrinhoneto Otávio –, como especulara Suetônio (Div. Aug. 68). As especulações, contudo, não se concretizam nas cenas. Em Spartacus, César, interpretado pelo australiano Todd Lasance, foi representado como um jovem aventureiro, vaidoso, impetuoso, trapaceiro e vingativo. Além de apresentá-lo jovem, característica que havia aparecido anteriormente apenas nos filmes Spartacus (Stanley Kubrick, EUA, 1960) e Júlio César contra os piratas (Sergio Grieco, Itália, 1962), essa série ainda trouxe uma cena em que César foi vítima de um estupro perpetrado pela personagem de Tiberius, filho de Crassus. Se o seriado de DeKnight dialogou com uma longa tradição de apresentação de César como um grande general, ele também rompeu com algumas interpretações canônicas acerca da personagem.

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É perceptível, portanto, que o cinema e a televisão fazem escolhas acerca de quais histórias de César advindas da Antiguidade devem ser levadas às telas. Histórias como aquelas narradas por Suetônio em que se dizia que César fora “o homem de todas as mulheres e a mulher de todos os homens” (Suet. Div. Jul. 52, 6), que tivera relações sexuais com o rei Nicomedes da Bitínia (Div. Jul. 2, 1) e que dera o comando das legiões que ficaram em Alexandria ao seu prostituto, exoletus (Div. Jul. 76, 7), ainda não foram levadas às telas. Quando muito, o que se mostrou foram as suas paixões por matronas romanas (Div. Jul. 50, 1) e belas rainhas (Div. Jul. 52, 1); ainda essas, no entanto, foram retratadas apenas quando não mais feriam a moral e os bons costumes da época de execução das produções. As escolhas feitas acerca do que se representar da vida de César dizem muito sobre a imagem que foi construída dele na modernidade, e, mais ainda, dos contextos em que foram produzidas. Tentar entendê-las e questioná-las, no contexto atual em que vivemos, torna-se um desafio importante e necessário ao historiador preocupado com as recepções da Antiguidade no mundo contemporâneo. Bibliografia: SUETÔNIO. O divino Júlio. Tradução de Antonio da Silveira Mendonça. São Paulo: Estação Liberdade, 2007. LAPEÑA, Óscar. Hacia un pasado común. El cine y la uniformización de la Antigüedad Clásica. Apuntes para su estudio. Méthodos – Revista Electrónica de Didáctica del Latín, 2007, p. 1-15. WYKE, Maria. “Caesar, Cinema and National Identity in the 1910s”. In WYKE, M. (Org.) Julius Caesar in Western Culture. Blackwell Publishing Ltd. 2006, p. 170-189.

* Victor Henrique da Silva Menezes Mestrando em História Cultural pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Orientador: Prof. Dr. André Leonardo Chevitarese. Contato: [email protected]

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JORNAL INFORMATIVO DE HISTÓRIA ANTIGA ano xvi | OUT / NOV / DEZ 2015 | EDIÇÃO Nº 56

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LANÇAMENTO DE PUBLICAÇÃO

XIV ENCUENTRO INTERNACIONAL DE ESTÚDIOS CLÁSSICOS

O NEA agradece ao Prof. Dr. Victor Hugo pelo convite à diretora Profª Draª Maria Regina Candido para participar da publicação “Mujeres en Grecia y Roma y su transcendencia: diosas, heroínas y esposas”, com o artigo “A iniciação da mulher grega como sacerdotisa de Hécate a partir da imagem do vaso intitulado “Retorno de Perséfone”, organizado pela Universidad Nacional Autónoma de México.

A diretora do NEA, Profª Drª Maria Regina Candido, e as professoras Katia Pozzer (UFRS), Maria do Carmo (UERJ), Miriam Lourdes (UERJ) e Maria de Fátima Sousa da Universidade de Coimbra participaram do XIV Encuentro Internacional de Estúdios Clássicos, organizado pela Universidade Gabriela Mistral, em Santiago do Chile, no mês de outubro de 2015.

V FORUM DE DEBATES DE HISTÓRIA ANTIGA E MEDIEVAL Entre o período de 17 e 31 de outubro, ocorreu o V Fórum de Debates de História Antiga e Medieval com a apresentação dos projetos de pesquisa dos alunos do CEHAM para a Banca Avaliadora. Congratulações a todos os participantes!

PESQUISADORES NEA PASSAM EM MESTRADO NA UERJ A Coordenação do NEA UERJ informa com muito orgulho que o nosso Felipe Mancha N. de Araujo alcançou a primeira colocação na Seleção de Mestrado da UERJ. Congratulações a Marcelo Mello que alcançou a segunda colocação com os Gladiadores e parabens para Andrea Leal que tambem foi aprovada (10,0 na entrevista) no Mestrado de História Antiga da UERJ.

CONFRATERNIZAÇÃO NEA 2015 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO

No dia 23 de dezembro, a equipe de pesquisadores do NEA reuniuse para a confraternização anual, comemorando as conquistas de mais um ano de muito trabalho e desejando um ano novo como novos desafios e próspero para todos.

- 800 palavras ou 5000 caracteres com espaço; - Biografia resumida do autor; - Resumo (35 palavras ou 230 caracteres com espaço) - 03 palavras-chaves; - 02 Imagens com referência; - 01 Foto do autor de rosto; - Fonte: Tahoma 9, espaçamento entre linhas simples; - 03 Referências bibliográficas. COMO CITAR O PHILÍA POZZER, K. M. P. Banquetes, Recepções e Rituais na Mesopotâmia. Philía: Jornal Informativo de História Antiga, Rio de Janeiro, Ano XIII, n. 37, p. 5-6, jan./fev./mar. 2011. Obs.: Destacar APENAS o título do periódico. R454

Catalogação na Fonte UERJ/Rede Sirius/CCS/A Philía: jornal informativo de história antiga. – vol.1, n.1 (1998) - . – Rio de Janeiro: UERJ/NEA, 1998 – v. : Il. Trimestral. ISSN 1519-6917

1. História antiga – Periódicos. I. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Núcleo de Estudos da Antiguidade. CDU 931 (05)

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