BELMIRO FERNANDES PEREIRA, JORGE DESERTO (ed.), Symbolon III: Paz e Concórdia, Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto – E-dita, 2014, and BELMIRO FERNANDES PEREIRA, ANA FERREIRA (ed.), Symbolon IV: Medo e Esperança, Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto – E-dita, 2014.

May 24, 2017 | Autor: Ricardo Nobre | Categoria: Classical Studies
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NOVA SÉRIE

VOL. XLIV http://www.letras.ulisboa.pt

EVPHROSYNE R E V I S TA

DE

FILOLOGIA

CLÁSSICA

EVPHROSYNE

N O VA   S É R I E VOLUME XLIV

CENTRO DE ESTUDOS CLÁSSICOS ESTE VOLUME DE EVPHROSYNE TEM O APOIO DE:

FACULDADE DE LETRAS DE LISBOA

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EVPHROSYNE

EVPHROSYNE

R E V I S TA D E F I L O L O G I A C L Á S S I C A

R E V I S TA D E F I L O L O G I A C L Á S S I C A

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Centro de Estudos Clássicos - Faculdade de Letras

CENTRO DE ESTUDOS CLÁSSICOS FA C U L D A D E D E L E T R A S D E L I S B O A PT - 1600-214 LISBOA PORTUGAL e-mail: [email protected] sítio electrónico: http://www.tmp.letras.ulisboa.pt/cec

PT - 1600-214 LISBOA [email protected]

ORIENTAÇÕES PARA PREPARAÇÃO DE ORIGINAIS 01. Euphrosyne — Revista de Filologia Clássica, órgão do Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa, está aberta à colaboração da comunidade científica na área da filologia clássica, entendendo esta em sentido largo da diacronia da tradição, das áreas científicas específicas e respectivas disciplinas.

Directora

Maria Cristina Castro-Maia de Sousa Pimentel Comissão de Redacção

Abel do Nascimento Pena, Ana Maria Sanchez Tarrío, Arnaldo Monteiro do Espírito Santo, José Pedro Silva Santos Serra, Manuel José de Sousa Barbosa, Paulo Farmhouse Alberto, Vanda Maria Coutinho Garrido Anastácio Conselho Científico

Aires Augusto do Nascimento (U. Lisboa), Carlos Santini (U. Perugia), Carmen Codoñer Merino (U. Salamanca), Emilio Suárez de la Torre (U. Pompeu Fabra), Joël Thomas (U. Perpignan), José Manuel Díaz de Bustamante (U. Santiago de Compostela), Manuel Alexandre Júnior (U. Lisboa), Marc Mayer y Olivé (U. Barcelona), Paolo Fedeli (U. Bari), Thomas Earle (U. Oxford) Conselho de Arbitragem Científica

Alberto Bernabé Pajares (U. Complutense de Madrid), Ángel Urbán Fernández (U. Córdoba), Aurelio Pérez Jiménez (U. Málaga), María Adelaida Andres (U. Salamanca), Carlos Morais (U. Aveiro), Carmen Morenilla Talens (U. Valencia), Cristobal Macías Villalobos (U. Málaga), María Elisa Lage  Cotos (U. Santiago de Compostela), Eustaquio Sánchez Salor (U. Extremadura), Fabio Stok (U. Roma II – Tor Vergata), Federico Russo (U. Konstanz), Grant A. Nelsestuen (U. Wiscounsin), Graziana Brescia (U. Foggia), Gregorio Rodríguez Herrera (U. Las Palmas de Gran Canaria), Iñigo Ruiz Arzalluz (U. País Vasco), José María Maestre Maestre (U. Cádiz), Jesús-María Nieto Ibáñez (U. León), Joaquim Pinheiro (U. Madeira), Manuel Lopez Muñoz (U. Almería), Nuno Simões Rodrigues (U. Lisboa), Ramiro González Delgado (U. Extremadura), Richard Marshall (U. Oxford), Rosalba Dimundo (U. Bari), Rossana Guglielmetti (U. Milano), Santiago Lopez Moreda (U. Extremadura), Sebastião Tavares de Pinho (U. Coimbra), Silvana Rocca (U. Genova)

Tiragem 500 exemplares Depósito legal 178089/02 ISSN 0870-0133 PUBLICAÇÃO ANUAL SUJEITA A ARBITRAGEM CIENTÍFICA Referenciada em L’Année Philologique | Arts and Humanities Citation Index | Bibliographie internationale de l’Humanisme et de la Remanissance | CSA Linguistics and Language Behavior Abstracts | Dialnet | EBSCO | ERIH Plus | Latindex | Medioevo Latino | SCOPUS

  2. Os artigos poderão ser enviados por correio electrónico para [email protected] ou para a morada do Centro de Estudos Clássicos.   3. Os originais enviados para publicação devem ser inéditos e não estar submetidos a outra entidade editorial; serão remetidos à Direcção de Euphrosyne em forma definitiva e apresentados segundo as normas da revista. Os originais não serão devolvidos, assumindo-se que os autores conservam cópia dos mesmos. Os trabalhos considerados a publicação são sujeitos a arbitragem científica.   4. Serão aceites até 31 de Dezembro trabalhos para publicação no volume do ano seguinte; será dada informação sobre a aceitação da publicação até 30 de Abril do ano da publicação do volume.   5. O original será sempre apresentado electronicamente e em forma dupla: em documento de texto (Word/.doc(x) – pref.) e em PDF.   6. O artigo será encabeçado por: a) título (breve e explícito); b) nome e apelidos do autor; c) instituição académica ou científica a que está adstrito; d) endereço electrónico; e) resumo (não superior a 10 linhas) em língua inglesa; f) indicação de três palavras-chave em língua inglesa.   7. A extensão recomendada para os artigos é de 10 páginas, não devendo ultrapassar 20 páginas de A4, a corpo 12 e duplo espaço.  8. Sistema de notas: fim de artigo (endnotes); numeração automática seguida. Na publicação, as notas de artigo sairão em fundo de página (footnotes).  9. Sistema de referências: a) Não é permitida remissão para páginas do interior do artigo. b) Referências (em nota): Monografias: J. de Romilly, La crainte et l’angoisse dans le théâtre d’Eschyle, Paris, 1959, pp. 120-130 (casa editora mencionada apenas para edições antigas). Ou em 2.ª ref.: J. de Romilly, op. cit., p. 78. Revistas: R. S. Caldwell, “The Misogyny of Eteocles”, Arethusa, 6, 1973, 193-231 (vol., ano, pp.). Ou em 2.ª ref.: R. S. Caldwell, loc. cit. Obras colectivas: G. Cavallo, “La circolazione dei testi greci nell’Europa dell’Alto Medioevo” in J. Hamesse (ed.), Rencontres de cultures dans la Philosophie Médiévale – Traductions et traducteurs de l’Antiquité tardive au XIVe siècle, Louvain-la-Neuve, 1990, pp. 47-64. c) Abreviaturas: Seguir-se-ão as abreviaturas convencionadas por ThLL, para autores latinos; Liddel-Scott-Jones, para autores gregos; Année Philologique, para títulos de revistas; para as abreviaturas mais comuns: p. / pp.; ed. / edd.; cf.; s.u.; supra; op. cit.; loc. cit.; uid.; a.C. / d.C. (em redondo). d)  Citações: Devem ser colocadas entre comas “…” (não as de textos gregos); os itálicos serão utilizados apenas para sublinhar palavras ou pequenas frases; as citações em latim ou em grego serão breves. 10. Eventuais figuras ou imagens serão de qualidade gráfica (de preferência no formato TIF, com a resolução mínima de 200 p.p.), fornecidas em suporte electrónico (como os originais) e com a indicação precisa da referência no texto e na ordem assim como do título (devem ser acautelados os direitos de reprodução por parte do autor do artigo). 11. Aos autores não será fornecido mais do que um jogo de provas; estas deverão ser devolvidas num prazo máximo de 7 dias. Em princípio, não serão permitidas alterações ao original. 12. Aos autores será fornecido um exemplar do volume e a versão electrónica do respectivo artigo.

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NOVA  SÉRIE – VOLUME  XLIV

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Ocidente. Entre outras reflexões, isso permitiria: 1) desenvolver o papel que, na Idade Média, desempenharam as traduções para língua latina; 2) abordar as consequências do quase desaparecimento da língua grega do Ocidente durante a Idade Média, até ao seu renascimento no século XV; 3) valorizar, sobretudo a língua latina, enquanto língua em que se escreveram os principais tratados científicos, e não só, no Ocidente. O leitor poderá encontrar dois apêndices na parte final do livro (“Cultura humanística y cultura televisiva” e “Literatura y crisis de las Humanidades”), em que o A., na linha de outras reflexões, como por exemplo no livro Humanidades y Enseñanza (2002), é bastante crítico, sem ser catastrofista, em relação ao actual estado das Humanidades, tanto ao nível do ensino, quanto às políticas de publicação e divulgação de trabalhos científicos. O próprio processo de leitura tem sofrido várias alterações, mas a imagem parece estar a ganhar a batalha, contribuindo, segundo o A., para um retrocesso e uma desculturalização, em que o valor da palavra é cada vez menor. Importa, por isso, repensar o ensino da Língua e da Literatura, e, por conseguinte, reenquadrar o papel das Humanidades na nossa sociedade. Tal como em muitas obras desta natureza, em que é necessário definir uma estrutura diacrónica, nem sempre é fácil, por um lado, segmentar temáticas que estão directamente relacionadas, como o “Teatro”, a “Política” ou a “Retórica”, mas isso é feito, sobretudo, para facilitar a leitura e a compreensão de um público mais abrangente. A pensar, em especial, nesse leitor, valorizaria este livro se, no final, fosse indicada a bibliografia usada, bem como se tivesse sido integrado um índice de matérias e um outro de nomes, de modo a simplificar a consulta. Seria fácil indicar um ou outro autor, sobretudo na parte da Literatura Latina, que mereceriam ser referidos, mas não nos parece que isso diminua a qualidade, a utilidade e o interesse que este livro, inegavelmente, possui. As linhas mestras que o A. apresenta na introdução são cumpridas, uma vez que não só conduz o leitor por um rio literário, em que a palavra assume especial relevo, como o interpela com variadíssimas reflexões. Trata-se, pois, de um livro escrito com muita clareza e em que o A. não tem a pretensão de se alongar em pormenores filológicos. JOAQUIM PINHEIRO Universidade da Madeira [email protected]

BELMIRO FERNANDES PEREIRA, JORGE DESERTO (ed.), Symbolon III: Paz e Concórdia, Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto – E-dita, 2014. 94 pp. ISBN 978-989-8648-36-5 BELMIRO FERNANDES PEREIRA, ANA FERREIRA (ed.), Symbolon IV: Medo e Esperança, Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto – E-dita, 2014. 114 pp. ISBN 978-989-8648-37-2 Dando continuidade ao trabalho desenvolvido em anos anteriores sobre a reflexão acerca de conceitos de Amor e Amizade (2009) e Inveja e Emulação (2010) em autores greco-latinos, em 2014 a Faculdade de Letras da Universidade do Porto deu à publicidade duas novas obras: uma dedicada ao tema Paz e Concórdia e outro ao Medo e Esperança. São os volumes III e IV da colecção Symbolon. No texto que apresenta o primeiro deles, Jorge Deserto, um dos organizadores (com Belmiro Fernandes Pereira), traça o perfil semântico dos conceitos que dão título ao volume: em grego, eirene (antónimo de polemos) significa não só “a pontual ausência da guerra, mas uma ausência de conflito duradoura e constante”; em latim, pax (ao qual poderia juntar-se, por associação, o conceito de otium) “transporta consigo a mesma

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ideia de duração e solidez” (p. 6). Por seu lado, homonoia (antónimo de stasis) define-se enquanto “pensamento igual, maneira igual de pensar”, “conjugação de pensamentos ou sentimentos, união, unanimidade, harmonia de espíritos”, “confluência de vontades, de união” (p. 7); em latim, o termo concordia (literalmente “corações que batem em sintonia”) “tem uma raiz mais orgânica [do que em grego], visceral, proveniente daquilo que, em nós, funciona para lá da nossa vontade e é tão natural como respirar e, por isso, estar vivo”. O autor explicita, ainda, que tal “sincronia orgânica, pela própria referência ao coração, convoca, inevitavelmente, a noção de ritmo, aquele a que o coração bate, aquele que se conjuga para que [se] unam também as vontades e os pensamentos” (p. 7), ligando este ritmo à harmonia da música. O ensaio de Marta Várzeas, “Paz e Concórdia em Homero”, explora os conceitos num poema violento como a Ilíada. Sem reduzir paz e concórdia a duas palavras, M. Várzeas apresenta uma reflexão contextualizada dos conceitos ao associar o tema da honra ao combate e à luta (discorrendo sobre a forma como eles são negativamente descritos por epítetos), bem como ao modo como os heróis matam e são mortos. A guerra, sendo sofrimento e destruição, conhece igualmente gestos de compaixão e grandeza, como demonstra o último episódio do poema: a entrega do corpo de Heitor a Príamo e as tréguas daí resultantes para os funerais são “o maior indicador de uma mensagem de paz” (p. 18) da Ilíada. Porque os Atenienses da época clássica viviam frequentes momentos de conflitos bélicos, Jorge Deserto (“Paz e Concórdia em Aristófanes”) sublinha como a paz e a concórdia (e a guerra) faziam parte dos tópicos literários do século V e defende que três comédias de Aristófanes (Os Acarnenses, Paz e Lisístrata) dão conta de “três momentos distintos de um conflito que se arrastou penosamente por vários anos” (p. 23). As reflexões desenvolvidas, de âmbito histórico, cultural, literário e até moral, são bastante informativas e muito claras, característica do estilo de J. Deserto, que no termo do ensaio salienta a actualidade da lição aristofânica acerca da futilidade da guerra. (Importa uniformizar no texto formas que nele convivem, provindas de normas ortográficas distintas, como “acção” e “ação”, “directamente” e “diretamente”, “reflectia” e “refletia”, entre outras.) Se são frequentes narrativas de batalhas e guerras, a teorização sobre guerra e paz é, lembra Ana Lúcia Curado (“Paz e Concórdia em Isócrates – Ideias e Conjecturas”), muito rara na Antiguidade. Com efeito, sendo um estado desejado, a paz não foi teorizada senão em poucos momentos da literatura grega, de que são exemplo Areopagítico e Sobre a Paz, de Isócrates, entendidos como “manual de boa conduta moral e de diplomacia política”, “destinado a um estado democrático” (p. 37). Nesse sentido, o segundo texto é suficientemente importante para que a A. submeta a sua estrutura a uma análise: na introdução, numa captatio benevolentiae, o orador reconhece a dificuldade em defender a paz num mundo que facilmente avança para a guerra; depois de identificar problemas e as “vantagens materiais e éticas” da paz (p. 40), Isócrates pode fazer as suas propostas que contrariam a “política imperialista” ateniense (p. 42), que é o motivo da sua presente ruína, apontando meios concretos de a solucionar, entre os quais a colaboração de outros oradores (p. 45). Em “Concórdia e Paz no Tratado da República de Cícero”, Francisco de Oliveira lê o diálogo ciceroniano sobre a forma de organização do estado na perspectiva da defesa da harmonia entre diferentes povos e a importância da escolha de um sistema político que garanta essa estabilidade. O A. percorre os passos (constantemente citados em latim, acompanhados de tradução) em que a concórdia (primeira parte) e a paz (segunda) são argumento para alcançar a felicidade comum, conduzindo o leitor pela sólida reflexão política e retórica de Cícero. Resultando na deposição de armas que opuseram, durante décadas, os cidadãos romanos, o regime augustano constituiu um apaziguamento geral que muitos escritores latinos exaltaram, e que vai muito além da famigerada propaganda política de Augusto. É em tal contexto que Virgílio compõe a Eneida, um poema que é (também) a glorificação da paz e concórdia que Roma impôs aos povos que veio a dominar, como Cláudia Teixeira

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demonstra em “Pax e concordia na Eneida de Virgílio”. Depois de fazer algumas considerações sobre conhecidos versos que representam a predestinação romana para governar o outro (a bem ou a mal: Eneida 6, 851-853), C. Teixeira convoca momentos do poema em que a harmonia entre povos é impressa no carácter dos Romanos, em particular na “descrição da história recente do povo etrusco (8, 481-493)” (p. 67) e em “três narrativas civilizacionais”: “morte de Caco”, “origem da cidade” de Roma e a “ecfrasis do escudo de Eneias” (pp. 68-72). O último texto deste volume, de Jorge A. Osório, trata da “Paz e Concórdia em Erasmo”, em cuja obra se patenteia um conhecimento enorme, o que dificulta a sistematização do pensamento deste humanista. Ainda assim, o A. organiza um corpus de diversos passos, que comenta, em que Erasmo se mostra contra a guerra e a violência em diferentes momentos da vida e atendendo a distintos contextos. No volume IV de Symbolon, sobre Medo e Esperança, o texto prefacial In Limine, de Belmiro Fernandes Pereira, define os sentidos de phobos e elpis na Retórica de Aristóteles e de metus e spes na obra de Cícero, associando-os claramente a questões discursivas, filosóficas e religiosas. Eles representam, afinal, “emoções suscitadas pelo futuro, paixões retóricas e (…) políticas” (p. 6), motivação suficiente para a leitura do conjunto de textos que se seguem. “Medo e Esperança em Ésquilo: o caso de Os Persas”, de José Pedro Serra, começa por descrever o significado de “esperança”, cuja importância na tradição cristã não tem paralelo na Antiguidade Grega. O A. apresenta a “fórmula genérica” com que define a tragédia e, dentro desses contornos, defende: “Dos três tragediógrafos, é Ésquilo o que mais alargadamente forja o aspecto cósmico do įȡ઼ȝĮ, da acção” (p. 12). Depois de um exemplo colhido em Prometeu Agrilhoado, J. P. Serra centra-se n’Os Persas (pp. 14 ss.), sublinhando, em alguns excertos (sempre citados em grego, acompanhados de tradução, excepto em rodapé), como sentimentos de insegurança, presságios ou ilusões prefiguram os conceitos de medo e esperança, os quais “atravessam Os Persas, não como tema fundamental da tragédia, mas como voz emotiva e grave que, orientada com mestria dramática, acompanha a génese e a eclosão do trágico” (p. 14). No estudo “Medo e Esperança em Tucídides: dois factores dinâmicos de progresso e de história”, Maria de Fátima Silva reconhece que, na obra deste historiador, o medo é o estímulo da primeira evolução civilizacional (p. 20), seguindo-se “uma inevitável hierarquização política”, em que os mais fortes submetem os mais fracos (p. 21). A A. ilustra como Tucídides desenvolve, ao longo do livro I, os tópicos e argumentos da “arqueologia” da História da Guerra do Peloponeso, confirmando que o medo é um sentimento impulsionador da guerra. Depois de comentar brevemente a influência de Aristóteles na obra do historiador de Queroneia, Ana Ferreira (“Medo e Esperança como condicionantes da actuação do homem de estado em Plutarco”) estuda como a figuração de três estadistas atenienses (Péricles, Nícias e Alcibíades) depende do medo, do qual a A. aproxima a audácia ou a coragem: “quer a audácia quer o medo acabam por ser defeitos que não devem caracterizar o político” (p. 41). Especialista no estudo do autor a que dedica o seu texto, Paulo Sérgio Margarido Ferreira (“Medo e Esperança na obra de Séneca”) relaciona um conjunto de manifestações culturais (um documentário e uma música) e científicas (os trabalhos de Egas Moniz e de António Damásio) modernas com o entendimento que os estóicos tinham das emoções e de que modo elas são potenciadas pela razão. Na obra filosófica e dramática de Séneca encontram-se diversos exemplos de como o medo (um affectus na doutrina estóica) actua sobre o comportamento humano (de que são exemplo personagens como Édipo). Por seu lado, a esperança concorre para “refrear o medo” (p. 68). Na Antiguidade Tardia, Paula Oliveira e Silva procura as respostas a “Medo: de quê? Esperança: como?” na obra de Santo Agostinho (em particular, Confissões, Diálogo sobre o Livre-Arbítrio, A Verdadeira Religião e A Cidade de Deus) e conclui que estas categorias caracterizam a mundividência do autor, em muito influenciado pelo pensamento platónico, ciceroniano ou senequiano, e surgem como orientadoras do caminho do Homem.

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O último texto do volume, da autoria de Carlos Morais, “Antígona, ‘a razão suprema da liberdade’: intertexto e metateatro na recriação de Carlos de la Rica (1968)”, revela como no século passado um dramaturgo espanhol se apoderou da heroína da cultura grega para defender a liberdade e a democracia, explorando aspectos políticos da obra (censurada e apenas publicada em 1980) do antifranquista Carlos de la Rica. Finalmente, uma nota para a bibliografia: é preciso rever a opção de reunir as referências bibliográficas no fim do livro. É possível que assim se evite a repetição de alguns títulos (visto que cada ensaísta trata de um autor diferente, não julgo que houvesse repetições numerosas), mas separa-se de um texto académico a bibliografia que o ajudou a formular as ideias expressas. Também por motivos de economia, os editores (de acordo com muitas normas de citação anglo-saxónicas que somos diariamente obrigados a usar) não incluem nas referências bibliográficas informação sobre as casas editoras, mas a verdade é que sem elas não haveria livros. RICARDO NOBRE Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa [email protected]

CRISTINA SANTOS PINHEIRO, ANNE MARTINA EMONTS, MARIA DA GLÓRIA FRANCO, MARIA JOÃO BEJA (coords.), Mulheres: Feminino, Plural, Funchal, Nova Delphi, 2013. ISBN 978-989-747-002-8 A história das mulheres em geral, a história dos papéis sociais a que estas puderam ter acesso, e o estudo das representações de que foram objecto, a cada momento, na longa duração da História constituem ainda, apesar da aparente abundância de trabalhos que lhes têm sido consagrados desde os anos 70 do século XX, um território mal conhecido. Esta afirmação é especialmente aplicável ao caso português, por um lado, devido ao momento relativamente tardio em que estes temas começaram a despertar a atenção da academia (no final dos anos 80 do século XX), e, por outro, dado o facto de a sua adopção como área de investigação ter sofrido, desde então, avanços e recuos, pese embora os esforços recorrentes levados a cabo por grupos de investigação em diversas Universidades do país (Universidade Aberta, Universidade Nova, Universidades de Coimbra, Porto e Lisboa) para cimentar e legitimar os chamados “Estudos sobre as Mulheres” e a “História Cultural das Mulheres” enquanto áreas de pesquisa dignas de atenção, crédito e de investimentos simbólico e material. A obra que aqui se recenseia resulta, como se indica no prefácio, de uma selecção de trabalhos apresentados ao encontro internacional com o mesmo título que teve lugar no Funchal em 2011, tornado possível graças à cooperação, com a entidade organizadora (o Centro de Competências de Artes e Humanidades da Universidade da Madeira), de cinco instituições de três países diferentes: Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa, Centro de Comunicação e Cultura da Universidade Católica Portuguesa, Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra, Centro de Investigação Judaísmo e Feminilidade da Universidade de Santiago de Compostela e Universidade Estadual do Rio de Janeiro. O conjunto dos textos escolhidos e publicados no volume, organizados em dois grandes núcleos temáticos intitulados Representações e Vivências, oferece um amplo e variado panorama de possibilidades de abordagem da questão feminina que vale, quer pela novidade dos resultados das pesquisas individuais dos seus autores, quer pelo esforço de cruzamento de saberes e de metodologias de análise que conferem a esta obra colectiva um carácter verdadeiramente interdisciplinar, quer ainda pelo acentuar da longevidade e da “antiguidade” ou, se quisermos, “precocidade” no âmbito da História da Cultura Ocidental,

I COMMENTATIONES Antígona: luzes e sombras – ANA PAULA PINTO .................................................................

9

Qui sont les rotae dans les Res Rusticae (II, 1, 5) de Varron? – MARCEL MEULDER ........

31

Athènes historique, Athènes éternelle. Le regard de Plutarque sur la ville et ses monuments – FRANÇOISE FRAZIER ............................................................................

65

La mirada de Plutarco: significados y funciones de su testimonio visual en las Vidas Paralelas – CARLOS ALCALDE-MARTÍN ........................................................................

83

Tra Costantinopoli e Vivarium: fonti greche e fonti latine nel Commento ai Salmi di Cassiodoro – PATRIZIA STOPPACCI ..............................................................................

103

Los progymnasmata de Aftonio publicados por Palmireno en 1552: estudio de un ejemplar localizado en la Biblioteca Nacional de Portugal – M.A VIOLETA PÉREZ CUSTODIO ...................................................................................................................

127

En la estela de Horacio: una epístola latina inédita de Giacinto Frangipane – EDUARDO DEL PINO GONZÁLEZ ...............................................................................

153

Los progymnasmata en los Praeceptionum rhetoricarum libri V et exercitationum libri II de Georg Henisch: fuentes y materiales – GREGORIO RODRÍGUEZ HERRERA

173

Entre a fidelidade às origens e o contexto interpretativo: duas adaptações portuguesas contemporâneas da tragicidade ambígua de Antígona – MARIA JOSÉ FERREIRA LOPES .......................................................................................................

189

II STVDIA BREVIORA El análisis de los datos sobre la religión prehelénica: una cuestión metodológica – MARCELLO TOZZA .......................................................................................................

211

Sobre la prudencia de un Cicerón demasiado hábil: De inventione 1, 49, 91 a propósito de Cornelia, madre de los Gracos – MARC MAYER Y OLIVÉ ..............................

223

Virgil’s Smooth-Talking Pygmalion and Jerome’s Commentaries on Mordiloquent Minor Prophets – NEIL ADKIN ..................................................................................

235

La reacción cristiana ante el ȀĮIJ੹ȋȡȚıIJȚĮȞ૵Ȟ de Porfirio de Tiro – INMACULADA RODRÍGUEZ MORENO ..................................................................................................

239

El viaje de Trezenzonio a la isla de Solistición. Refacción de material y distintos niveles de sentido – JOEL VARELA RODRÍGUEZ ..........................................................

253

426

RERVM INDEX

La Austriaca siue naumachia de Francisco de Pedrosa y la propaganda al servicio del poder – JUAN CARLOS JIMÉNEZ DEL CASTILLO ............................................................

265

La apología de la Biblia Regia escrita por Benito Arias Montano: un documento en paradero desconocido – ANTONIO DÁVILA PÉREZ .....................................................

279

El descenso al infierno del Ovidio de Vintila Horia en la novela Dios ha nacido en el Exilio. Diario de Ovidio en Tomis – ALEJANDRO MARTÍNEZ SOBRINO ....................

291

III VARIA NOSCENDA Iscrizioni romane di tradizione manoscritta: il codice epigrafico di Aquiles Estaço – ALEJANDRA GUZMÁN ALMAGRO ................................................................................

307

IV LIBRI RECENSITI a)

Edições de texto. Comentários. Traduções. Estudos Linguísticos

ESQUILO, Tragedias IV: Coéforos. Euménides, introducciones y texto por Francisco Rodríguez Adrados, traducciones y notas por Esteban Calderón Dorda – RUI MIGUEL DUARTE ........................................................................................................

323

SÓFOCLES, Icneutas, os sátiros rastreadores: fragmentos de um drama satírico reconstituído para a contemporaneidade com base nos aparatos de Stefan Radt e Hugh Lloyd-Jones. Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa (org.) – SOFIA FRADE ...........

324

MARÍA TERESA GALLEGO PÉREZ, Vida y muerte en el Corpus Hippocraticum – MARIA JOSÉ MENDES E SOUSA ..............................................................................................

325

POLYBIUS, The Histories, vol. VI: books 28-39, translated by W. R. Paton, revised by Frank W. Walbank and Christian Habicht; Unattributed fragments, edited and translated by S. Douglas Olson – RUI MIGUEL DUARTE ..........................................

326

MARCO TERÊNCIO VARRÃO, Das coisas do campo. Tradução, introdução e notas de Matheus Trevizam – MANUEL JOSÉ DE SOUSA BARBOSA ...........................................

327

VIRGÍLIO, Geórgicas I. Org. Matheus Trevizam, traduções de António Feliciano de Castilho e Matheus Trevizam – ANA FILIPA GOMES FERREIRA .................................

329

TIBULO, Poemas (Cantos de Amores). Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André – LUÍS CERQUEIRA...........................................................................................

330

FRANCESCO CITTI, Cura sui. Studi sul lessico filosofico di Seneca – ANA FILIPA SILVA .......

331

SANDRINE DUBEL (ed.), JACKIE PIGEAUD (postfac.), Lucien de Samosate. Portrait du Sophiste en Amateur d’Art – NUNO SIMÕES RODRIGUES ...........................................

332

RERVM INDEX

427

JUAN ANTONIO LÓPEZ FÉREZ (ed.), Galeno. Lengua, composición literaria, léxico, estilo – INMACULADA RODRÍGUEZ MORENO ..........................................................................

334

S. DOUGLAS OLSON (ed.), Athenaeus: The Learned Banqueters. Volume VII: Books 13, 594b-14 – FOTINI HADJITTOFI ..............................................................................

336

CALCIDIO, Traducción y Comentario del Timeo de Platón. Introducción, traducción y notas de Cristóbal Macías Villalobos – INÊS BOLINHAS ..........................................

337

NONNUS OF PANOPOLIS, Paraphrasis of the Gospel of John XI. Edited by Konstantinos Spanoudakis – FOTINI HADJITTOFI ............................................................................

339

ENARA SAN JUAN MANSO, El Commentum Monacense a Terencio – EFTYCHIA BATHRELLOU ..............................................................................................................

340

Navigatio sancti Brendani, Alla scoperta dei segreti meraviglosi del mondo, edizione critica a cura di Giovanni Orlandi e Rossana E. Guglielmetti, introduzione di Rossana E. Guglielmetti, traduzione italiana e commento di Giovanni Orlandi – ARNALDO DO ESPÍRITO SANTO ..................................................................................

342

D. JERÓNIMO OSÓRIO, Opera Omnia. Tomo II: Epistolografia. Estabelecimento do texto latino por Sebastião Pinho e António Guimarães Pinto. Introdução, tradução, notas e comentários de António Guimarães Pinto – MARIA LUÍSA RESENDE .........

343

D. JERÓNIMO OSÓRIO, Opera Omnia. Tomo III: Comentários aos Provérbios de Salomão. Estabelecimento do texto latino por Sebastião Pinho e António Guimarães Pinto. Introdução, tradução, notas e comentários de António Guimarães Pinto – MARIA LUÍSA RESENDE ............................................................................................

344

b)

Literatura. Cultura. História

ANTÓNIO JOSÉ GONÇALVES DE FREITAS, Os Deuses e a Origem do Mundo – MARIA JOÃO CORREIA SANTOS ........................................................................................................

345

FRANCO MONTANARI, STEPHANOS MATTHAIOS, ANTONIOS RENGAKOS, Brill’s Companion to Ancient Greek Scholarship, vol. 1: History. Disciplinary profiles; vol. 2: Between theory and practice – NEREIDA VILLAGRA ................................................................

346

RICHARD BOUCHON, P. BRILLET-DUBOIS, NADINE LE MEUR-WEISSMAN (eds.), Hymnes de la Grèce Antique. Approches littéraires et historiques. Actes du Colloque international de Lyon, 19-21 juin 2008 – ABEL N. PENA.....................................................

351

ANDRÉ LAKS, ROSSELLA SAETTA COTTONE (dir.), Comédie et philosophie. Socrates et les ‘Présocratiques’ dans les Nuées d’Aristophane – RUI MIGUEL DUARTE ....................

353

VICTORIA WOHL, Euripides and the Politics of Form – SOFIA FRADE .................................

354

JUAN ANTONIO LÓPEZ FÉREZ, Mitos en las obras conservadas de Eurípides. Guía para la lectura del trágico – JOSÉ VELA TEJADA .................................................................

356

JOSIAH OBER, The Rise and Fall of Classical Greece – SOFIA FRADE ..................................

357

428

RERVM INDEX

ROBERT MAYHEW, The Aristotelian Problemata Physica. Philosophical and Scientific Investigations – BERNARDO MACHADO MOTA ............................................................

358

ANDRÉ HURST, Dans les marges de Ménandre – EFTYCHIA BATHRELLOU ............................

360

JOAQUIM S. PINHEIRO, Tempo e espaço da paideia nas Vidas de Plutarco – RAMIRO GONZÁLEZ DELGADO ..................................................................................................

362

JOSEPH GEIGER, Hellenism in the East. Studies on Greek Intellectuals in Palestine – FOTINI HADJITTOFI .....................................................................................................

364

GESINE MANUWALD, ASTRID VOIGT (eds.), Flavian Epic Interactions – ANA MARIA LÓIO ...

365

YVAN NADEAU, Dog Bites Caesar! A Reading of Juvenal’s Satire 5 (with Horace’s Satires I, 5; II, 5; II, 6; Epistles I, 1; I, 16; I, 17) – MARIA CRISTINA PIMENTEL ...................

368

ANDREA LAI, Alle nozze dello Sposo. Gregorio Magno commentatore del ‘Cantico dei cantici’ e le sue fonti – AMÉRICO PEREIRA .................................................................

369

CÉCILE BOST-POUDERON, BERNARD POUDERON (eds), Les Hommes et les Dieux dans l’ancien roman. Actes du colloque de Tours, 22-24 octobre 2009 – GIUSEPPE CIAFARDONE ...............................................................................................................

370

CRISTINA-GEORGETA ALEXANDRESCU (ed.), Cult and votive monuments in the Roman Provinces, Proceedings of the 13th International Colloquium on Roman Provincial Art (Bucharest, Alba Iulia, Constanta, 27th May – 3rd June 2013 – within the framework of Corpus Signorum Imperii Romani) – MARIA JOÃO CORREIA SANTOS ......................................................................................................................

371

ROSARIO MORENO SOLDEVILA, JUAN MARTOS (eds.), Amor y sexo en la literatura latina – MARIA JOÃO CORREIA SANTOS .................................................................................

374

JUAN ANTONIO LÓPEZ FÉREZ (ed.), La comedia griega en sus textos. Forma (lengua, léxico, estilo, métrica, crítica textual, pragmática) y contenido (crítica política y literaria, utopía, sátira, intertextualidad, evolución del género cómico) – JOSÉ VELA TEJADA ..............................................................................................................

375

JOËL THOMAS, Mythanalyse de la Rome Antique. Pref. Paul Veyne – NUNO SIMÕES RODRIGUES ................................................................................................................

378

ALINE ESTÈVES, JEAN MEYERS (eds.), Tradition et innovation dans l’épopée latine, de l’Antiquité au Moyen Âge – LUÍS M. G. CERQUEIRA ..................................................

380

ARNAUD PERROT (ed.), Les Chrétiens et l’Hellénisme. Identités religieuses et culture grecque dans l’Antiquité tardive – RUI MIGUEL DUARTE ...........................................

381

STÉPHANE RATTI, Antiquus error: Les ultimes feux de la résistance païenne ‘Scripta uaria’ augmentés de cinq études inédites – MARIA JOÃO CORREIA SANTOS..........................

383

ANTÓNIO MANUEL LOPES ANDRADE, CARLOS DE MIGUEL MORA, JOÃO MANUEL NUNES TORRÃO (coords.), Humanismo e ciência. Antiguidade e Renascimento – LUANA GIURGEVICH ...............................................................................................................

384

RERVM INDEX

429

BELMIRO FERNANDES PEREIRA, Retórica e Eloquência em Portugal na Época do Renascimento – MARIA LUÍSA RESENDE..............................................................................

386

ALEJANDRO COROLEU, Printing and Reading Italian Latin Humanism in Renaissance Europe (ca. 1470 – ca. 1540) – MARIA LUÍSA RESENDE .............................................

387

A. CASTRO SANTAMARÍA, J. GARCIA NISTAL (coords.), La impronta humanística (ss. XV-XVIII), saberes, visiones e interpretaciones – MADALENA BRITO..................

388

JERRY TONER, Homer’s Turk: How Classics Shaped Ideas of the East – RUI CARLOS FONSECA ....................................................................................................................

390

SERGIO AUDANO, Classici lettori di classici. Da Virgilio a Marguerite Yourcenar – GIUSEPPE CIAFARDONE ...............................................................................................

391

TIMOTHY SAUNDERS, CHARLES MARTINDALE, RALPH PITE, MATHILDE SKOIE (ed.), Romans and Romantics – RICARDO NOBRE ............................................................................

398

FRANCISCO RODRÍGUEZ ADRADOS, El cuento erótico griego, latino e índio. Ilustrações de Antonio Mingote – HITESHKUMAR PARMAR ..............................................................

401

FRANCISCO RODRÍGUEZ ADRADOS, El Río de la Literatura. De Sumeria y Homero a Shakespeare y Cervantes – JOAQUIM PINHEIRO..........................................................

404

BELMIRO FERNANDES PEREIRA, JORGE DESERTO (ed.), Symbolon III: Paz e Concórdia; BELMIRO FERNANDES PEREIRA, ANA FERREIRA (ed.), Symbolon IV: Medo e Esperança – RICARDO NOBRE............................................................................................

405

CRISTINA SANTOS PINHEIRO, ANNE MARTINA EMONTS, MARIA DA GLÓRIA FRANCO, MARIA JOÃO BEJA (coords.), Mulheres: Feminino, Plural – VANDA ANASTÁCIO ....................

408

Il senso del Medioevo: In memoriam di Claudio Leonardi, a cura di Antonella Degl’Innocenti, Donatella Frioli, Paolo Gatti, Fabrizio Rasera – MANUEL JOSÉ DE SOUSA BARBOSA ....................................................................................................

410

LUIS MIGUEL PINO CAMPOS, GERMÁN SANTANA HENRÍQUEZ (eds.), ȀĮȜઁȢ țĮ੿ ਕȖĮșઁȢ ਕȞȒȡ. ǻȚįĮıțȐȜȠȣ ʌĮȡȐįİȚȖμĮ. Homenaje al Professor Juan Antonio López Férez – NUNO SIMÕES RODRIGUES....................................................................................................

412

IÑIGO RUIZ ARZALLUZ (coord.), Estudios de Filología e Historia en Honor del Profesor Vitalino Valcárcel, 2 vols., edição de Alejandro Martínez Sobrino, Maria Teresa Muñoz García de Iturrospe, Iñaki Ortigosa Egiraun e Enara San Juan Manso – MARIA FERNANDES .....................................................................................................

413

SALVADOR LÓPEZ QUERO, JOSÉ M.ª MAESTRE MAESTRE (eds.), Studia Angelo Vrbano Dicata – ANDRÉ SIMÕES ............................................................................................

418

CRISTÓBAL MACÍAS VILLALOBOS, JOSÉ M.ª MAESTRE MAESTRE, JUAN F. MARTOS MONTIEL (eds.), Europa Renascens. La Cultura Clásica en Andalucía y su proyección europea – ANDRÉ SIMÕES ..........................................................................................

420

Este XLIV volume da Nova Série de Euphrosyne foi composto, impressso e encadernado em Braga, nas Oficinas da PUBLITO – Estúdio de Artes Gráficas, Lda. Dezembro de 2016

EVPHROSYNE R E V I S TA D E F I L O L O G I A C L Á S S I C A Centro de Estudos Clássicos - Faculdade de Letras PT - 1600-214 LISBOA [email protected]

ARTICLE SUBMISSION GUIDELINES 1. Euphrosyne — Revista de Filologia Clássica, the peer journal of the Centre for Classical Studies, publishes papers on classical philology and its disciplines (including classical reception and tradition). 2. Papers can be sent to [email protected] or to the Centre for Classical Studies’ post mail. 3. Papers submitted: must be original; cannot be yield to other entity; must be sent in their definite version; have to be presented according to these guidelines; will not be returned to the author. Papers will be submitted to peer reviews. 4. Papers will be accepted until 31st of December in the year previous to publication; an acceptance notification will be sent to the author until 30th of April in the year of publication. 5. Originals must always be submitted in double electronic format (Word/.doc(x) and PDF). 6. Papers must have: a) title (short and clear); b) author’s name and surname; c) author’s academic or scientific institution; d) author’s email; e) abstract (10 lines) in English; f) three key-words in English. 7. Recommended size is 10 pages and never more than 20 A4 pages (font size 12, double spaced). 8. Notes: endnotes, with sequential numeration. When published, these will be converted to footnotes. 9. References: a) Remissions to pages within the paper are not allowed. b) Note references: Books: J. DE ROMILLY, La crainte et l’angoisse dans le théâtre d’Eschyle, Paris, Les Belles Letres, 1959, pp. 120-130; 2nd reference: J. DE ROMILLY, op. cit., p. 78. Journals: R. S. CALDWELL, “The Misogyny of Eteocles”, Arethusa, 6, 1973, 193-231 (vol., year, pp.). 2nd reference: R. S. CALDWELL, loc. cit. Multi-author volumes: G. CAVALLO, “La circolazione dei testi greci nell’Europa dell’Alto Medioevo” in J. Hamesse (ed.), Rencontres de cultures dans la Philosophie Médiévale — Traductions et traducteurs de l’Antiquité tardive au XIVe siècle, Paris, Les Belles Letres, 1971, pp. 47-64. c) Abbreviations: to Latin authors will be followed ThLL conventions; Liddel-Scott-Jones will be used to Greek authors; Année Philologique to abbreviate journal titles; common abbreviations: p. / pp.; ed. / edd.; cf.; s.u.; supra; op. cit.; loc. cit.; uid.; a.C. / d.C. (roman). d) Quotations: Must be marked by quotes “…” (but not in Greek); italic is used to highlight words or short sentences; quotations in Latin or Greek must be brief. 10. Images must have quality (preferably in TIF format, minimum resolution 200 p.p.), provided in electronic format, with the precise indication of where they must be placed in the text, and who is their author. The author is responsible for obtaining any copyrights needed. 11. The author will not be provided with more than one set for review, which has to be returned within a week period. Originals cannot be modified. 12. Authors will receive a physical copy of the volume and the electronic version of their paper.

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