BEM ESTAR NO TRABALHO: Um estudo com trabalhadores de uma rede cooperativista de trabalho médico

May 24, 2017 | Autor: R. Periódico dos ... | Categoria: Administração, Comportamento Organizacional, Saúde no Trabalho, Bem- estar no trabalho
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BEM ESTAR NO TRABALHO: Um estudo com trabalhadores de uma rede cooperativista de trabalho médico Fernanda Nogueira Coelho1 Andressa Hennig Silva2 Martiele Gonçalves Moreira3 Resumo Devido ao tempo de permanência diário dos indivíduos no ambiente de trabalho, tornase relevante buscar a felicidade, bem-estar e qualidade de vida neste ambiente, marcado por pressões empresariais, cumprimento de metas e exigências do mercado. Sendo assim, esta pesquisa pretendeu identificar a percepção do bem-estar no trabalho na ótica dos profissionais da Unidade Médica Beta, e ainda traçar o perfil sócio-demográfico dos respondentes. Este estudo configura-se como de abordagem quantitativa e caráter descritivo. Utilizando-se de uma survey, executada no local da pesquisa, onde se buscou identificar o estado de bem-estar dos colaboradores da Unidade Médica Beta. O método para a coleta de dados foi através de um questionário composto por 2 blocos: i) bemestar no trabalho e ii) perfil sócio demográfico. A população alvo desta pesquisa foram os colaboradores da empresa, dos quais, 65 participaram da pesquisa configurando-se a amostra do estudo. Adotaram-se técnicas estatísticas que foram estabelecidas a partir da formação adequada do instrumento. Utilizaram-se análises estatísticas através do uso do software SPSS versão 20.0, incluindo as seguintes técnicas: Estatística Descritiva e Alpha de Cronbach. Os colaboradores da Unidade Médica Beta se encontram satisfeitos e comprometidos com o seu trabalho, o qual envolve fatores como o grau de felicidade entre os colegas de trabalho e as emoções relativas ao relacionamento com a empresa (SIQUEIRA, 2008). Já, no que diz respeito ao envolvimento do colaborador, observa-se que estes não estão altamente envolvidos, o que tem relação com o grau de identificação com as tarefas executadas. Palavras-Chave: bem-estar no trabalho; saúde no trabalho; comportamento organizacional.

Abstract Because of the time of daily stay of individuals in the workplace, it is crucial to pursue happiness, well-being and quality of life in this environment, marked by business pressures, meeting goals and requirements in general. Thus, this research aimed to identify the perception of well-being at work from the viewpoint of professionals 1

Graduada em Administração na UNIPAMPA (Campus Santana do Livramento), [email protected]. 2 Doutoranda em Administração (PPGS/UFSM), Professora Assistente na UNIPAMPA (Campus Santana do Livramento), [email protected]. 3 Graduanda em Administração na UNIPAMPA (Campus Santana do Livramento), [email protected].

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Medical Unit Beta, and even trace the socio-demographic profile of respondents. This study appears as a quantitative and descriptive approach. Using a survey, performed at the research site, where it sought to identify the health status of the Medical Unit Beta employees. The method for data collection was through a questionnaire consisting of two parts: i) well-being at work and ii) socio-demographic profile. The target population of this research were company employees, of which 65 participated in the survey setting up the study sample. They were adopted statistical techniques that were established from the proper instrument training. They used statistical analysis by using SPSS version 20.0 software, including the following techniques: descriptive statistics and Cronbach's Alpha. The employees of Medical Unit Beta are satisfied and committed to their work, which involves factors such as the degree of happiness among colleagues and emotions concerning the relationship with the company (SIQUEIRA, 2008). Already, with regard to the involvement of employees, it is observed that these are not highly involved, which is related to the degree of identification with the tasks performed. Keywords: well-being at work; health; organizational behavior.

INTRODUÇÃO No atual mundo corporativo, marcado por pressões empresariais, cumprimento de metas e exigências em geral, o ambiente organizacional torna-se cada vez mais competitivo e desafiador. Tendo em vista que os indivíduos passam muitas horas de seus dias no ambiente de trabalho, torna-se relevante buscar a felicidade, bem-estar e qualidade de vida neste ambiente. Segundo Tamayo (2004), o período dedicado ao trabalho é um tempo valoroso para a vida do ser humano, consiste em um elemento importante para o desenvolvimento do bem-estar e contentamento individual. Ao longo dos anos, as pesquisas na área de comportamento organizacional, estão recebendo maior importância por parte da academia e dos gestores. Essas pesquisas têm como propósito estudar os elementos que influenciam a relação indivíduo-organização. Os gestores organizacionais identificam que grande parte do êxito de uma empresa está na troca reciprocamente benéfica entre seus líderes e colaboradores, no qual a organização tem a finalidade de progredir no mercado em que atua e os indivíduos buscam uma base emocional e valorização pelos serviços prestados (BASTOS; COSTA, 2001). É fundamental que as organizações procurem promover o bem-estar do colaborador na empresa, pois o indivíduo satisfeito sente-se mais interessado e motivado, tornando-se engajado e desenvolvendo suas tarefas com maior eficiência. Com isso, ao trazer como objeto de análise, colaboradores de uma rede cooperativista 119

médica, têm-se que considerar o cenário vivenciado por este segmento. Equilibrar as vertentes sociais e econômicas inerentes ao cooperativismo se torna um grande desafio para as redes, sendo que estas sofrem constantes pressões do mercado pela inovação dos serviços, ponto crucial para a manutenção da rede no mercado (PASCUCCI; CASTRO; ROCHA, 2006). Dessa forma, ainda na visão dos autores supracitados, é necessário criar estratégias competitivas de permanência no mercado, investindo em ações que destaquem a rede cooperativista. A adaptação do profissional ao trabalho é fundamental para o seu bem-estar, pois assim, presenciam diferentes indicadores de contentamento e comprometimento no trabalho (WARR; INCEOGLU, 2012) e, consequentemente, o rendimento da rede cooperativista será impactado positivamente. Neste contexto, no qual, é necessário trabalhar com constantes inovações e estratégias competitivas, sendo primordial contar com a dedicação e bem estar dos colaboradores para que a rede se mantenha no mercado e ainda, cresça, o problema central desta pesquisa configura-se assim: Qual a percepção de bem-estar no trabalho dos colaboradores da Unidade Médica Beta? Para tanto, pretende-se identificar a percepção de bem-estar no trabalho na ótica dos profissionais da Unidade Médica Beta, e ainda traçar o perfil sócio-demográfico dos mesmos.

1 REFERENCIAL TEÓRICO Neste capítulo, abordam-se os conceitos necessários para a compreensão da temática que compõem o estudo, a saber: bem-estar no trabalho e suas dimensões. 1.1 BEM-ESTAR NO TRABALHO Os indivíduos vêm passando por diversas instabilidades no ambiente de trabalho como, aumento da competitividade, pressões dos gestores para cumprimento de metas e alto nível de desemprego, assim, prejudicando um bom relacionamento entre o colaborador e empresa. À vista disso, líderes percebem a influência do bem-estar na produtividade do colaborador, no clima entre os colegas e em diversas situações laborais. Pesquisas estão sendo realizadas com o objetivo de distinguir a correlação das emoções sentidas pelo trabalhador e como estas prejudicam a saúde e seu desenvolvimento na organização (MAKIKANGAS; KINNUNEM, 2003).

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Atualmente, parte dos teóricos concorda que o bem-estar refere-se a uma teoria ampla, com inúmeras características e com uma estabilidade significativa com o passar do tempo. A teoria sobre bem-estar no trabalho define-se como uma área produtiva de pesquisa ao longo dos anos (GRANT; CHRISTIANSON; PRICE, 2007). Assim se torna de grande importância saber que hoje existem distintas opiniões que emergem entre os doutrinadores e estudiosos sobre o tema em tela, com isso discute-se a visão de diferentes autores. Bem-estar nas organizações é caracterizado pela realização dos objetivos, satisfação e felicidade na prática das tarefas profissionais, e define-se em dois princípios: a gratificação e o descontentamento. A gratificação seria o reconhecimento individual, possibilidade de ser promovido, condecorações pelos serviços prestados e ser bem retribuído financeiramente; já o descontentamento seria a insatisfação do indivíduo pela falta de capacidade e experiência na execução de seu trabalho, baixa remuneração e receio de não conseguir atingir as metas determinadas pela empresa. Ainda que o descontentamento pertença ao conceito, sendo analisado pelo extremo oposto, salienta-se os indicadores de satisfação e contentamento pessoal, que auxiliam para que as organizações progridam no mercado de trabalho (PAZ, 2004). O ambiente laboral é um lugar importante para a rotina dos trabalhadores, pois eles passam grande parte do seu tempo nesse espaço. Por conseguinte, é necessário atentar para prevenir possíveis doenças advindas do ambiente de trabalho, procurando promover o bem-estar dos profissionais. É comprovado que os funcionários logram grande proveito do bem-estar no trabalho, uma vez que tenham reconhecido que influenciam positivamente na execução das atividades da empresa (HARTER et al., 2003). Assim, os trabalhadores que desenvolvem o sentimento de bem-estar no trabalho podem ser mais dinâmicos, eficientes e competentes (FREDRICKSON, 1998). Para Siqueira e Padovan (2004) bem-estar no trabalho está baseado em três aspectos que serão considerados neste estudo: satisfação no trabalho, envolvimento no trabalho e comprometimento organizacional afetivo, conforme Figura 01. Estas três dimensões demonstram as ligações positivas, tanto com as atividades laborais quanto com a empresa (SIQUEIRA; GOMIDE, 2004).

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Figura 01- Modelo teórico de bem-estar no trabalho- BET

Fonte: Siqueira (2009, p.250)

O fenômeno caracterizado de satisfação no trabalho é definido como o grau de felicidade nos relacionamentos entre os colegas de profissão já, o envolvimento com trabalho é o grau de identificação com as tarefas realizadas e o comprometimento organizacional afetivo são as emoções positivas ou negativas que o funcionário poderá ter em relação à empresa (SIQUEIRA, 2008). Estas dimensões são abordadas separadamente a seguir. 1.1.1

Satisfação no trabalho

O constructo sobre satisfação no trabalho tem incentivado pesquisadores a realizarem diversos estudos, com a intenção de aprimorar este conceito, e assim obter uma visão mais definida sobre o comportamento dos indivíduos neste ambiente (SIQUEIRA; GOMIDE, 2004). Os autores supracitados relatam que a satisfação pode ser caracterizada por diversas situações, relacionadas a vários elementos da prática laboral capazes de desencadear nas pessoas sentimentos distintos, satisfação e insatisfação (olhar multidimensional). De acordo com essa visão, muitas situações do ambiente organizacional são consideradas como fatores de satisfação, sendo os mais citados, os cargos de líderes, boa comunicação entre gestores e colaboradores, efetivação, estabilidade, companheirismo entre os colegas de equipe e boa remuneração. Corroborando, Ferreira (2016) acredita que a satisfação do trabalhador é um dos maiores desafios para os gestores, pois, há um grande nível de subjetividade e depende da interpretação de cada colaborador. Ainda conforme o autor, a satisfação depende da autoavaliação do trabalhador sobre o seu trabalho, envolvendo questões pessoais difíceis de serem analisadas. Para Freire (1998) satisfação no trabalho é um sentimento que envolve características afetivas, ou seja, refere-se às ações do colaborador em seu V.10, nº1, jan./abr. 2017.

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período laboral, acumulando pensamentos, sentimentos, envolvimento e análises que definem seu desempenho. Conforme o referido autor, a definição de satisfação no trabalho está ligada a concepções de moral e envolvimento no trabalho, pois estão relacionados a emoções positivas, que irão ser assimiladas pelo colaborador em seu ambiente laboral. A satisfação deve ser compreendida como uma conduta, a qual relata a observação feita pelo profissional, quanto ao seu ambiente laboral, no que se refere às características afetivas e cognitivas. A prática laboral afeta o bem-estar dos indivíduos, pelo motivo de que as experiências ocorridas no trabalho ultrapassam o ambiente profissional e afetam outras áreas do cotidiano do indivíduo (DANNA; GRIFFIN, 1999). 1.1.2

Comprometimento organizacional

Ao passo que a satisfação no trabalho caracteriza os sentimentos dos colaboradores, o comprometimento organizacional afetivo faz uma definição mais vasta da proporção em que o indivíduo se identifica e busca dedicar-se ao seu trabalho (ROTHBARD; PHILLIPS; DUMAS, 2005). Conforme Silva, Vieira e Rodrigues (2014) o comprometimento através do enfoque afetivo, envolve um conduta ativa dentro da organização em que o indivíduo trabalha. Ocorre alto grau de identificação com a organização, sendo que, “seu comprometimento se baseia em seus sentimentos, sua aceitação das crenças e valores da organização” (SILVA; VIEIRA; RODRIGUES, 2014, p. 177). O comprometimento com a empresa é uma prática de desempenho pessoal, consequente do vínculo colaborador-organização, resultando em uma ligação forte do funcionário com o estabelecimento. O trabalhador que se apresenta para uma empresa com diversos propósitos e habilidades, havendo um ambiente organizacional onde haja a possibilidade de comprometimento deste, resultará em uma relação benéfica para ambas as partes (BASTOS, 1996; FREIRE, 1998). 1.1.3

Envolvimento no trabalho

Segundo Kanungo (1982) o envolvimento com o trabalho é uma condição cognitiva de reconhecimento psicológico, consequência de uma avaliação que compreende a concepção de cada pessoa sobre a possibilidade da prática laboral satisfazer suas necessidades. O autor menciona também, que o envolvimento é

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resultante do método de interação e estão consequentemente ligadas as necessidades internas e externas das pessoas. Nas visões de Brief e Weiss (2002) o termo bem-estar no trabalho aparece em diversas pesquisas, fundamentado na literatura de emoções e sentimentos. Através dessas pesquisas verificou-se que a vivência de sentimentos de afeto é mais do que satisfação nas atividades laborais. A experiência de emoções positivas e sentimentos de felicidade podem ser caracterizados como os reais motivos do bem-estar no trabalho ou indicadores dele. Para Sekaran (1992) em uma pesquisa realizada com foco no impacto da percepção individual sobre o bem-estar, com o objetivo de melhorar o clima organizacional, no setor de recursos humanos em uma instituição, constatou-se que indivíduos casados tendem a ter um maior nível de bem-estar do que pessoas solteiras, divorciadas ou viúvas. Entre os indivíduos que não estão casados, aqueles que se relacionam com alguém demonstram um grande nível de bem-estar, pois a presença de um parceiro pode significar maior chance de suporte social (DIENER et al., 1999). Dessa forma, finalizam-se os conceitos e abordagens sobre o tema aqui discutido, e passa-se para a metodologia adotada para o cumprimento dos objetivos. 2

METODOLOGIA Este estudo configura-se como de abordagem quantitativa e caráter descritivo. A

pesquisa descritiva tem como finalidade discernir, de forma mais clara possível, a certeza com que um fenômeno acontece, sua ligação com as pessoas, sua natureza e seus aspectos (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2010). Caracteriza-se como um survey, executada em uma unidade da cooperativa de serviços médicos, e para fins de preservar a identidade da organização, foi denominada de unidade médica Beta, na qual se buscou identificar a percepção de bem-estar dos colaboradores. Segundo Fink (1995) a survey é adequada como forma de pesquisa quando se pretende saber as repostas de questões como “quanto?”, como? “o quê”? isto é, quando o ponto de interesse é saber “ o que está ocorrendo?” ou “por que e como isso está ocorrendo?” e quando o foco de interesse está acontecendo atualmente ou em um passado recente. A organização é o maior sistema de assistência médica do Brasil, e também a maior rede cooperativista de trabalho médico do mundo, existente em 84% do território nacional. Atualmente é constituída, por 349 unidades cooperativas médicas, que atendem aproximadamente 19 milhões de clientes em todo o país. O sistema obtém 31% do mercado no Brasil em V.10, nº1, jan./abr. 2017.

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planos de saúde e já ganhou prêmios como o plano de saúde em que os brasileiros mais confiam 14 vezes seguidas pela pesquisa Marcas de Confiança e segundo a pesquisa nacional do Instituto Datafolha, a empresa é pelo vigésimo terceiro ano seguido a marca Top of Mind, quando refere-se a plano de saúde. Ressalta-se que o estudo foi executado em uma das unidades da organização. O método para a coleta de dados foi através de um questionário, o qual foi aplicado pessoalmente pelos pesquisadores na Unidade Médica Beta. O questionário está composto por 2 blocos: i) bem-estar no trabalho e ii) perfil sócio demográfico. No primeiro bloco encontra-se o Inventário de Bem-estar no Trabalho (IBET-13) tendo como base o modelo constitutivo de (BET) criado juntamente por Siqueira e Padovan (2008) e os três constructos de suas dimensões construídos/validados por Siqueira (1995, 2008). Contém 13 questões e tem por objetivo compreender o nível de bem-estar dos profissionais, as questões estão baseadas na escala tipo Likert, de 5 pontos, variando de 1 (discordo totalmente) a 5 (concordo totalmente). O IBET-13 foi elaborado para analisar um estado psicológico caracterizado como bem-estar no trabalho, no qual, como já abordado neste estudo, refere-se a um estado mental psicológico positivo composto pela relação de constructos também positivos, são eles: satisfação no trabalho, engajamento no trabalho e comprometimento organizacional afetivo. A população alvo desta pesquisa foram os colaboradores da Unidade Médica Beta, a qual está composta por 77 profissionais que foram devidamente convidados a responder o questionário. O cálculo amostral foi realizado manualmente aplicando-se 5% de erro e 95% de confiança, obtendo um resultado de 65, o que corresponde à amostra desta pesquisa. Sendo o instrumento quantitativo, utilizaram-se as técnicas estatísticas que foram estabelecidas a partir da formação adequada do instrumento. Após a coleta de informações, os dados foram tabulados no software Excel e passaram por análises estatísticas através do software SPSS (Statiscal Package for the Social Sciences) versão 20.0, incluindo as seguintes técnicas: Estatística Descritiva e Alpha de Cronbach. A estatística descritiva compreende a investigação, interpretação e levantamento de elementos numéricos (REIS, 1996) fazendo uso de médias, medianas e desvios-padrão. Também se utilizou na pesquisa a técnica de Alpha de Cronbach que define-se como uma enumeração de dados utilizada para verificar a confiabilidade da consistência interna de uma escala, isto é, para analisar a amplitude com que os elementos de uma técnica estão correlacionados (CORTINA, 1993). 125

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APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Neste capítulo apresentam-se os dados que foram obtidos através da aplicação

dos questionários. Primeiramente, será apresentada o perfil da amostra, seguido da análise do bem-estar no trabalho. 3.1 PERFIL DA AMOSTRA A pesquisa foi aplicada a 65 colaboradores da Unidade Médica Beta, e a partir dos dados foi possível identificar o perfil dos respondentes, o qual pode ser melhor visualizado na Tabela 01. Cabe ressaltar, que os questionários foram autoaplicáveis, o que deixa o respondente livre para somente responder o que se sentir a vontade. Dessa forma, nenhuma das variáveis abaixo alcançou 100% dos respondentes. Tabela 1 – Perfil dos Entrevistados Variáveis Gênero

Estado civil

Filhos

Idade

Escolaridade

Renda

Cargo

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Alternativas Masculino Feminino Solteiro (a) União Estável Casado (a) Separado(a)/Divorciado(a) Viúvo (a) Sim Não Até 24 anos Entre 25 e 35 anos Entre 36 e 46 anos Mais de 47 anos Ensino Fundamental Ensino Médio Superior Incompleto Superior Completo Pós-graduação Até R$ 1.600,00 Entre R$ 1.601,00 e 3.000,00 Mais de 3.001,00 Administrativo Atendimento Cadastro Comercial Enfermagem Espaço vida Farmácia Faturamento Financeiro Fisioterapia Med.ocupacional

Frequência 21 42 20 11 28 2 2 32 32 6 24 19 10 2 15 19 17 7 9 10 6 2 4 1 5 2 1 7 2 1 4 2

Percentual (%) 32,3 64,6 30,8 16,9 43,1 3,1 3,1 49,2 49,2 9,2 36,9 29,2 15,4 3,1 23,1 29,2 26,2 10,8 13,8 15,4 9,2 3,1 6,2 1,5 7,7 3,1 1,5 10,8 3,1 1,5 6,2 3,1

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Revista FOCO. ISSN: 1981-223X PA Recepção Saúde ocupacional Secretaria Servente Serviços gerais TI Sim Função de Chefia Não Até 5 anos De 6 a 16 anos Tempo de Serviço De 17 a 27 anos Mais de 27 anos Fonte: elaborado pelos autores, com base nos dados da pesquisa.

1 1 1 1 1 3 1 9 44 23 25 9 2

1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 4,6 1,5 13,8 67,7 35,4 38,5 13,8 3,1

Conforme os dados apresentados na tabela 01 a amostra foi composta por um número maior de pessoas do sexo feminino (64,6%) enquanto que (32,3%) são do sexo masculino. Dados que condizem com o levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), o qual mostra que aumentou o número de mulheres no mercado de trabalho entre 2010 e 2012. De acordo com o IBGE, em 2012 ocorreu um aumento de 9,5% no número de mulheres que exercem atividades laborais em relação a 2010. Verifica-se também, que a maioria dos colaboradores são casados (43,1%) e possuem idade entre 25 e 35 anos (36,9%), e aproximadamente metade (49,2%) dos respondestes têm filhos. No que se refere à escolaridade a maioria dos trabalhadores está cursando o ensino superior (29,2%). Tratando-se da renda, a maioria (15,4%) dos respondentes recebe entre R$1.601,00 e R$3.000,00 e a maior parte dos funcionários (10,8%) estão localizados exercendo suas atividades na farmácia da organização. Grande parte dos entrevistados não possui cargo de chefia (67,7%) e quanto ao tempo de serviço, 38,5% colaboradores mantém-se de 6 a 16 anos prestando serviços para a empresa, observa-se que existe baixa rotatividade dos colaboradores, isso pode ser um indicio de boas condições de trabalho, pois segundo Lauer (2009) baixo nível de rotatividade em uma organização é um indicador de saúde organizacional. Posteriormente a apresentação do perfil sócio demográfico dos respondentes, caracteriza-se no tópico a seguir, a apresentação e análise dos resultados da escala de bem-estar no trabalho. 3.2 ESCALA BEM-ESTAR NO TRABALHO (IBET-13) A escala de Bem-Estar no trabalho foi proposta por Siqueira (2008), neste primeiro momento será analisado o grau de confiabilidade da escala na amostra do 127

estudo, bem como a comparação com a escala original. A tabela 02 apresenta os resultados do Alpha de Cronbach. Tabela 02 – Escala IBET-13 Alpha de Cronbach (Amostra)

Fatores

Confiabilidade

1- Compromisso e 0,905 Excelente Satisfação 2- Envolvimento com 0,805 Muito Bom o Trabalho Fonte: elaborado pelos autores, com base nos dados da pesquisa.

Alpha de Cronbach (Original)

Confiabilidade

0,92

Excelente

0,87

Muito bom

O Alpha de Cronbach analisa o nível em que os dados de um instrumento estão correlacionados entre si (PASQUALI, 2009). De acordo com os resultados da tabela 02, verifica-se que o fator compromisso e satisfação obteve índice de 0,905 conforme Field (2009) configura-se como confiabilidade excelente, sendo que na escala original os autores obtiveram Alpha de (0,92) representando assim valores próximos, enquanto que o fator envolvimento com o trabalho apresentou Alpha de 0,805 tendo uma confiabilidade muito boa, da mesma forma como na escala original, na qual o valor de Alpha para esse fator foi de (0,87). Segundo Field (2009) os resultados na Alpha de Cronbach entre 0,5 e 0,7 são considerados índices ruins, resultados entre 0,7 e 0,8 são bons, resultados entre 0,8 e 0,9 são ótimos e resultados superiores à 0,9 são excelentes, desse modo prossegue-se a análise das médias, medianas e desvio padrão dos dois fatores. Tabela 3 – Média, Mediana e Desvio Padrão Fator Média Mediana 1- Compromisso e 4,0498 4,1111 Satisfação 2- Envolvimento com o 3,2885 3,5000 Trabalho Fonte: elaborado pelos autores, com base nos dados da pesquisa.

Desvio Padrão

CV

0,61142

15,09%

0,83178

25,29%

Uma das técnicas mais simples utilizadas em estatística é a média, pois ela representa um resumo de elementos numéricos, a média é uma medida hipotética que pode ser calculada para todos os grupos de dados (FIELD, 2009). Nota-se que os trabalhadores demonstram um alto nível de compromisso e satisfação (4,0498) com uma média alta (SIQUEIRA, 2014). No estudo realizado em 181 servidores da ANEEL por Homrich (2014) que foi utilizada Escala Bem-estar no Trabalho- EBET de Paschoal e Tamayo (2008) indicou que o fator satisfação teve a maior média (3,01) entre os outros fatores, com isso V.10, nº1, jan./abr. 2017.

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verifica-se que os colaboradores obtêm uma percepção maior de progresso e comprometimento na empresa, bem como os resultados aqui encontrados. Quanto ao fator envolvimento com o trabalho, apresentou média aproximada de 3,2885 que é considerado um índice médio conforme Siqueira (2014), resultado que mostra certa indiferença dos colaboradores com o envolvimento nas atividades laborais, em função do valor 3 na escala de 5 pontos indicar nem concordo, nem discordo, dado que indica que a empresa pode investir em ações que estimulem mais os profissionais, buscando assim maior envolvimento dos funcionários com a empresa. Resultado este, que se relaciona com um estudo aplicado em 148 das Unidades de Saúde da Família (USF) do município de João Pessoa, no qual foi utilizada a Escala de Envolvimento com o Trabalho- EET, constatou-se que a maior parte dos colaboradores se identifica com as atividades exercidas, porém não estão muito envolvidos com as tarefas laborais, o que pode ocasionar o falta de comprometimento com o trabalho a ser desempenhado (ROSENTOCK, 2011). No que se refere a mediana no fator compromisso e satisfação a mediana corresponde a 4,1111 e no envolvimento com o trabalho 3,5000. Tratando-se do desvio padrão, o fator envolvimento com o trabalho apresenta um elevado nível de divergência entre as respostas com 0,83178 e no fator compromisso e satisfação também, porém um nível de divergência menor com 0,61142 de desvio padrão. O motivo pelo qual as pessoas variam suas respostas pode ser pelo fato de que em alguns setores da empresa, os profissionais estão mais envolvidos, comprometidos e satisfeitos com suas atividades do que em outros, visto que houve diversidade nas respostas nos setores da organização, e por mais que a empresa seja o conjunto de todos os setor e indivíduos que a compõe, estando respaldadas sob as mesmas normas e políticas, as respostas podem variar de acordo com o setor que o indivíduo estiver alocado, pois por mais que estejam sob as mesmas políticas, as relações interpessoais se configuram de forma diferente, conformo o local de trabalho que o colaborador esta alocado. Assim, nada mais a ser analisado, passa-se para as considerações finais dessa investigação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo foi realizado com objetivo de identificar a percepção dos profissionais da Unidade Médica Beta em relação ao bem-estar no trabalho, na 129

perspectiva de que o ambiente cooperativista médico poderia, ou não influenciar, no bem estar dos colaboradores da unidade da rede. Para tal, buscou-se compreender o contexto de trabalho da organização, e através do instrumento de pesquisa, investigar a percepção dos colaboradores sobre a variável de estudo. Com a finalidade de responder ao objetivo, primeiramente foi necessário caracterizar o perfil sócio-demográfico dos respondentes. Foi possível identificar que a empresa possui um maior número de profissionais do sexo feminino, casados e com uma idade entre 25 e 35 anos, caracterizando um capital humano jovem. No que se refere à escolaridade, a maioria dos respondentes está cursando ensino superior, apenas metade dos colaboradores têm filhos, e a maioria não possui cargo de chefia. E tratandose do tempo de serviço prestados à empresa, grande parte dos profissionais permanece de 6 a 16 anos na organização, com isso percebe-se um baixo nível de rotatividade dos colaboradores na empresa, o que pode tendenciar suas percepções. Dessa forma, foi possível alcançar o objetivo geral, o qual verificou que os funcionários demonstram um elevado nível de compromisso e satisfação, e no fator envolvimento com o trabalho identificou-se certa indiferença dos colaboradores com o envolvimento nas atividades laborais. Fato curioso, visto que, estes colaboradores se encontram na unidade, em média, há 6 anos, desconsiderando uma relação de tempo e envolvimento com o trabalho. Assim, responde-se ao problema inicial da pesquisa, a saber: Em que estado de bem-estar se encontram os colaboradores da Unidade Médica Beta? Os colaboradores da Unidade Médica Beta se encontram satisfeitos e comprometidos com o seu trabalho, o qual envolve fatores como o grau de felicidade entre os colegas de trabalho e as emoções relativas ao relacionamento com a empresa (SIQUEIRA, 2008). Já, no que diz respeito ao envolvimento do colaborador, observa-se que estes não estão altamente envolvidos, o que tem relação com o grau de identificação com as tarefas executadas. Com isso, a elaboração do vigente estudo, mostra que além dos objetivos terem sido alcançados, estes auxiliarão como embasamento para futuras discussões do assunto em questão, tanto como para o ambiente corporativo, como para meios acadêmicos. Como limitação deste estudo, é que mesmo usando de dados estatísticos, os resultados não podem ser generalizados para todos os colaboradores da organização estudada, visto que é uma organização de grande porte, sendo que a gestão varia conforme as unidades. Diante do exposto, apresenta-se como sugestão para estudos futuros, pesquisas com maior profundidade e conhecimento sobre a relação dessa dimensão utilizando-se

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de outras formas de análise. Sugere-se ainda, replicar esse estudo em outras realidades, profissões e organizações de outros ramos.

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