BESSADA, D. F. A. ; FORATO, Thaís C. M. . Alquimia Newtoniana e Gravitação Universal. 13o. Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia: Caderno de Resumos. São Paulo: EACH/USP, 2012. v. 1. p. 209-209.

October 5, 2017 | Autor: T. Cyrino de Mell... | Categoria: Historia da Ciência, Gravitação Universal
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Goff ao período que se estende dos séculos XII ao XIII, e como esta fase era caracterizada no aspecto sociocultural, destacando para as oscilações entre a idade das trevas e a idade de ouro, e caracterizar o período de bonança que existiu em meio aos períodos sombrios, os quais por muitas vezes é lembrado com maior ênfase. Reconhecendo a contribuição sociocultural da sociedade medieval dos séculos XII e XIII na produção do conhecimento das mais diversas áreas, e na possibilidade de realizar novas abordagens em torno da produção do conhecimento científico as quais podem ser realizadas a partir deste reconhecimento, abordando também a definição ‘Idade Média de Longa Duração’ atribuída por Le Goff ao reconhecer a importância do período como sendo um período de elaboração e construção do mundo moderno. Observamos neste estudo a relação da instituição religiosa, no caso a igreja católica na organização do cotidiano da sociedade e no uso da Sagrada Escritura como eixo norteador, com o desenvolvimento do conhecimento científico neste período. Alquimia newtoniana e Gravitação Universal Dennis Fernandes Alves Bessada (UNIFESP), Thaís Cyrino de Mello Forato (UNIFESP) O profundo envolvimento de Isaac Newton (1642-1727) com a alquimia, atestado por correspondências com seus contemporâneos e manuscritos que contém bem mais de 1 milhão de palavras, têm levado historiadores da ciência a propor uma estreita relação entre concepções alquímicas de Universo e sua filosofia natural. Dentre tais conexões, uma tem nos chamado a atenção, em especial: a possibilidade de que certas concepções alquímicas se apresentem como opção para a explicação da queda dos corpos. Dentro do ideário alquímico havia a possibilidade de um espaço transmitindo uma ação entre os corpos, ou seja, a ideia de forças agindo à distância. Tal concepção teria permitido que Newton elaborasse sua Gravitação Universal para explicar tanto a queda dos corpos atraídos para sobre a superfície da Terra, quanto às interações entre a Terra e a Lua ou entre os demais corpos do sistema solar. Quando publicou os Principia, Newton foi criticado por alguns contemporâneos que perceberam tais idéias implícitas, e alegavam serem essas forças inspiradas nas antipatias (repulsão) e simpatias (atração) da literatura oculta da Renascença. De fato, segundo Dobbs, Newton havia se inspirado na tradição alquímica. Com seus experimentos ele buscava penetrar na essência da matéria, e, com isso, poder entender como diferentes objetos se atraíam entre si. Além da alquimia, outros saberes tidos como “superstições” pela historiografia positivista do século XIX recrudesceram no século XX, pois a releitura de fontes primárias evidencia que muitos dos filósofos naturais seiscentistas se dedicaram a estudos que permitiam uma interpretação metafísica da natureza. O artigo “Newton e as flautas de Pã” de Piyo Rattansi, por exemplo, retrata essa visão historiográfica, defendendo que os estudos de Newton ligados à teologia ou ao neoplatonismo, inspirados na prisca sapientia, tinham a mesma importância, para ele, que suas investigações experimentais em filosofia natural. Outros filósofos naturais do período também acreditavam que os antigos já conheciam as verdades sobre o funcionamento do mundo, mas essa sabedoria prístina havia sido perdida ou corrompida ao longo do tempo, por interesses políticos dos grupos que detinham o poder. O recorte estabelecido para este trabalho visa estudar uma possível conexão entre o conceito de ação à distância adotado por Newton, conforme explicitado em seus Principia, com as concepções metafísicas contidas na obra máxima da Filosofia Oculta do período, The Three Books on Occult Philosophy, de Heinrich Cornelius Agrippa, de 1533, que sintetiza todo o conhecimento mágico-hermético-alquímico-cabalístico adquirido até então. Visamos contribuir, assim, no sentido de complementar os pioneiros estudos de Betty Dobbs sobre a Filosofia Natural de Newton e a Alquimia, estendendo a análise para outros autores ocultistas do período. Uma religião científica? O método subjetivo comtiano Gustavo Biscaia de Lacerda (UFPR) Este artigo apresenta a proposta de “religião científica” de Augusto Comte, pelo viés do seu “método subjetivo”, bem como algumas de suas mais importantes conseqüências. Nosso argumento central é que o “método subjetivo”, conferindo centralidade às “Ciências Humanas” (Moral e Sociologia), em detrimento das “Ciências Naturais”, subordina o “método objetivo” e, sem negar a base racionalista e empírica das ciências naturais, permite uma perspectiva totalizante denominada por Comte de “religiosa”, condensada na "Religião da Humanidade". Constituindo propriamente um pensamento “sistêmico” e “multifacetado”, não foi sem razão que Angèle Kremer-Marietti chamou a obra comtiana de “caleidoscópica”, em que sempre a partir de um ponto do sistema chega-se a outros aspectos do sistema, estabelecendo-se novas relações. Dessa forma, a “religião científica” proposta por Comte tem conseqüências variadas: por um lado, estabelece o primado da visão de conjunto sobre as vistas parciais, ao mesmo tempo que a preponderância afetiva sobre a inteligência (embora sem negar, em absoluto, a razão); por outro lado, reorienta os esforços teóricos e epistemológicos das diversas ciências particulares (como, por exemplo, sublinhado por Canguilhem a propósito da Biologia), que passam (i. e., devem seguir) os critérios da visão de conjunto. Além disso, o método subjetivo e a religião positiva têm conseqüências

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