BIBLIOTECAS PESSOAIS: A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

May 29, 2017 | Autor: G. Cavalcante Car... | Categoria: Leitura, Conhecimento, Biblioteca
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BIBLIOTECAS PESSOAIS: A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO Jessica Souza Ferreira33 Geórgia Gardênia Brito Cavalcante Glaísa Cardoso Rocha Odalice de Castro Silva (Orientadora) Universidade Federal do Ceará Resumo: Os livros comprovam e demonstram sua importância e necessidade no Mundo a cada dia, pois através deles são concretizados: sonhos, culturas, valores e sentidos. Desta forma, não há nada mais valioso que a conservação destes por meio das bibliotecas; cada escritor e leitor possuem e (ou) desejam ter esse tesouro. Assim, o presente artigo visa circular por este tema para provocar respostas aos questionamentos propostos e dialogar no espaço da leitura com conhecimento e propriedade, ressaltando a sua importância, especificamente respondendo aos seguintes desafios: O que significa uma biblioteca pessoal? Qual a sua importância? Como é formada? As metodologias empregadas para seu desenvolvimento são pesquisa, leitura sistemática e analítica, tendo como referência obras, relatos de autores importantes no universo literário e na bibliofilia, tais como: José Mindlin, Alberto Manguel e Jorge Luis Borges. Os resultados demonstram que a formação dos escritores está diretamente ligada às suas bibliotecas. Por fim, Alberto Manguel, (escritor nascido na Argentina e naturalizado canadense), em “Biblioteca à noite”, nos diz (ao falar sobre sua experiência e o labor de meio século para montar sua biblioteca pessoal) que “O amor às bibliotecas, como a maioria dos amores, deve ser aprendido”. Nosso propósito é levar aos jovens leitores o espaço dos livros e da leitura. Palavras-Chave: Biblioteca, Conhecimento, Leitura. Considerações Iniciais Desde o advento da leitura tem ocorrido sua valorização devido às competências benéficas para quem a cultiva como um hábito. O principal meio de propagar ou adquirir tal ato é por meio dos livros. Sem o livro, não teríamos chegado a conhecer a obra de filósofos, dramaturgos e cientistas da Antiguidade e da Idade Média. A invenção dos tipos móveis por Gutenberg no século XV, permitindo o surgimento do livro impresso, foi uma revolução comparável, e diria mesmo ate superior a que resultou da informática, pelo menos até agora (MINDLIN, 2004, p. 16).

Os livros são a fonte de conhecimento do passado, do presente e do futuro da humanidade; essa capacidade de apreensão temporal forte e viva está contida nas estantes das bibliotecas. Sua formação é peculiarmente voltada ao plano das escolhas, da 33

Jessica Souza Ferreira, Geórgia Gardênia Brito Cavalcante e Glaísa Cardoso Rocha são alunas em graduação do Curso de Letras da Universidade Federal do Ceará –UFC e participante do grupo de estudos Espaços de Leitura: cânones e bibliotecas, orientado pela Professora Doutora Odalice de Castro Silva.

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individualidade. Assim, nas bibliotecas estão presentes os mestres formadores, as crenças, os gostos, etc. Mindlin reitera em Loucura mansa, pequeno ensaio contido em A paixão pelos livros, e expõe sua visão enriquecedora acerca da dádiva do livro: “O livro informa, distrai, enriquece o espírito, põe a imaginação em movimento, provoca tanto reflexão como emoção, é, enfim, um grande companheiro.” (2004, p.15-16 ). O presente artigo visa desenvolver a temática das bibliotecas pessoais, pois, estas são provedoras de conhecimento, principalmente, para aqueles que têm na escrita uma significação de “cunho mágico”, os escritores. A biblioteca, fora da sua constituição física, é detentora de vários mistérios, dentre eles, a existência das preferências pessoais de seus leitores. Assim, estudaremos mediante alguns instigantes questionamentos: “O que significa uma biblioteca pessoal? Qual a sua importância? Como é formada?”, conseqüentemente, para despertamos nos jovens leitores a valorização do acervo de escritores, bem como o zelo pela leitura. A constituição do presente artigo caracteriza-se pela fundamentação teórica (com José Mindlin, Jorge Luis Borges, Alberto Manguel, dentre outros) e diálogo marcado pela defesa as bibliotecas tendo como evidência o desenvolvimento das perguntas citadas anteriormente. Assim, na conclusão há uma apologia em favor das bibliotecas pessoais como construtora do conhecimento e sua conservação, principalmente de escritores.

Fundamentação Teórica

A sociedade é vinculada à informação de diversas ordens, mas tal elemento, na atualidade tecnológica, passa pelo processo de grande escala desta com escassa qualidade e veracidade duvidosa das informações e conhecimento. Tal fato pode ser atestado pelo advento da utilização dos recursos tecnológicos, sem um sistema de avaliação dessas informações, com o visível crescimento de aparelhos que possibilitam o usuário, conectado à internet, a ter acesso a diversidade de conhecimento, atualidade e a facilidade em adquirir textos literários em sites, blogs, o que põe em risco, em determinadas situações, a veracidade e propriedade dessas informações. Há também, relacionado ao tempo, o deslocamento de preferências presente na modernidade enriquecida, por exemplo, pelo uso desordenado de sites de relacionamento e televisão, Oposto a esse fato, existe, há muito tempo, um lugar que armazena informações seguras, múltiplas vivências, metaforicamente chamado de biblioteca. Por definição

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terminológica de Silveira Bueno, este termo define-se: “s.f. Coleção de livros dispostos ordenadamente para estudo e consulta.” (BUENO, 2001, p.120). Esse espaço de leitura, constituído de estantes, transmite um grande fluxo de fatos e ações inapreensíveis por um todo, pois está fora do nosso alcance a compreensão dos efeitos totais que causam no seu detentor. Por esses fatores, dentre outros mais, biblioteca é um tema que necessita ser mais valorizado; devemos realizar atos de significativa apreciação desta em diversos aspectos para que não haja sua destruição, desvalorização ou perda, pelas futuras gerações. Portanto, o recorte temático do presente artigo é bibliotecas pessoais. Essa escolha foi realizada, pelos motivos já citados, mas também para promover um novo olhar para esse importante espaço físico que contribui para a construção do conhecimento de quem o cultiva. Assim sendo, uma biblioteca pessoal é um ambiente, podendo ser físico, ou puramente psicológico, dotado de misteriosas influências, resultado de relações que produzem alento aos cultivadores. Cada pessoa tem esse espaço, mas recortado pelas suas próprias vivências, ou seja, a biblioteca pessoal é sujeita ao peculiar. Mediante a prévia definição, para elucidar com sua própria vida o sentido das palavras acima, é importante citar em primeiro lugar um famoso bibliófilo brasileiro. Este foi dotado de paixão e constante consciência de seu papel como facilitador da cultura, do conhecimento no Brasil, tudo advindo dos livros e de sua alma dedicada. É importante citar a sua biblioteca Brasiliana, doada em vida como tesouro do Brasil e preservada pela Universidade de São Paulo (USP). Este se chama José Mindlin, formado em advocacia, empresário e bibliófilo nasceu em São Paulo (1914) e faleceu em na mesma cidade em 2010. Suas palavras em Uma vida entre livros: Reencontros com o tempo (1997), um livro dotado de prefácio com esclarecedoras palavras de Antonio Candido sobre a personalidade e vida de José Mindlin, transmitem ao leitor a realidade de sua vida, pois este não só foi um “leitor onívoro” e bibliófilo, mas também cultivador de seus próprios sonhos e realidades através dos livros e da leitura, acarretando a formação de sua biblioteca pessoal, que pelas suas próprias palavras: “deve andar por volta de trinta mil volumes, e possivelmente mais ainda.” (1997, p.137) Assim: O amor ao livro e o hábito da leitura vêm de longe e constituem um dos interesses centrais de minha vida. Esses interesses poderiam ter sido atendidos sem que tivessem resultado numa biblioteca de proporções talvez excessivas, se eu me tivesse sempre

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limitado aos livros que conseguisse ler, comprando um livro de cada vez, e só comprando o seguinte depois de ter lido o anterior. Mas não foi o que aconteceu, e não creio que tenha acontecido a ninguém que eu conheça, e que realmente goste de livros. O livro exerce uma atração multiforme, que vai muito além da leitura, embora esta seja um ponto de partida fundamental (1997, p.15).

Esse trecho se justifica pela bela definição do impulso formador espiritual e ritualístico, como a “posse” continua de livros, leituras e conhecimento, advindo possivelmente pela curiosidade e um querer peculiar. É claro o significado das bibliotecas pessoais, e quanto à questão da sua importância, temos que sua raiz principal é o livro. Porque sem este não haveria o espaço que está sendo defendido, nem pelos meios físicos (como poderia haver estantes cheia de histórias e estórias sem os livros?) e nem pelo aspecto psicológico (como poderia haver a influência entre autores se não houvesse livros? Mindlin afirma sobre “a raiz das bibliotecas”: “O livro é lido para eternizar a memória.” (1997, p.107) E, também, a partir dessa sentença podemos compreender o vínculo das influências com o papel das bibliotecas pessoais. A organização de uma biblioteca pessoal transforma a vida de quem a cultiva. Essa veracidade é constada através da voz de escritores, críticos, estudiosos e leitores que buscam, através da citação, fazer com que sua biblioteca pessoal cative quem os escuta, para também compartilharem, ou não, do mesmo “mundo”. Pessoa ímpar para exemplificar com sua vida e trabalho, chama-se Alberto Manguel, (editor, tradutor, escritor e ensaísta nascido em Buenos Aires, mas, atualmente, naturalizado canadense, com seu campo de estudos voltado, principalmente, para bibliotecas e leitura) tal fato justifica-se pelos constantes citações realizadas, expondo o nome dos seguintes escritores: Jorge Luis Borges, Robert Louis Stevenson, Lewis Carrol, dentre outros. Para os leitores de Manguel, são claras as influências sugeridas em seus ensaios, que são frutos de suas experiências de leituras e pesquisa. Isso demonstra que a importância das bibliotecas pessoais constitui um reflexo formador e analítico da personalidade de quem o detém. Essas extensões muitas vezes apresentam se na infância e adolescência, visto dessa forma Mindlin explica que: “Não importa o que se leia de início, porque, uma vez criado o gosto, ele se refina. É mais fácil, evidentemente, promover a leitura na infância ou na juventude do que na idade adulta” (1997, p.190). E, ainda quanto às influências, podemos adquiri-las esta por meio de nossos ancestrais (vinculados ao fator genético, ou puramente pelo hábito de sugestivo da “imitação”), como ocorreu com Anna Fadiman, Alberto Manguel e Jorge Luis Borges. Citando este último, referindo-se a tal fato: “Em casa, tanto o inglês como o espanhol eram Anais do I Encontro de Estética, Literatura e Filosofia – ENELF – ISSN 2359-2958

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comumente usados. Se me pedissem para nomear o acontecimento mais importante de minha vida, eu diria a biblioteca de meu pai. Na realidade, às vezes penso que nunca me perdi fora daquela biblioteca.” (FONSECA, 1987, p.16). Sendo assim, esse registro memorial segue as palavras de Anne Fadiman, escritora, diretora e professora americana, em Ex-libris: confissões de uma leitora comum, que aborda a importância temporal da constituição das bibliotecas pessoais para a vida, pois se cercam de fatos que muitas vezes fogem da nossa memória, ou, também, das vidas sujeitas ao cotidiano: Eles [os livros] registram a passagem do tempo real, e porque nos lembravam de todas as ocasiões em que tinham sido lidos e relidos, também refletiram a passagem das décadas precedentes. Os livros escreveram a historia da nossa vida e, à medida que se acumularam nas estantes (e no parapeito das janelas, e debaixo do sofá, e em cima da geladeira), tornaram-se capítulos dela. Como poderia ser diferente? (FADIMAN, 2002, p.9).

Por meio desse espírito de influências, é importante o seu sentido físico, ou seja, como é formada a biblioteca pessoal. Logo, de acordo com as palavras de Plínio Doyle (bibliófilo brasileiro e advogado, nasceu e faleceu no Rio de Janeiro (1906-2000) quanto ao início da formação de seu “espaço de vida literária”: “Ainda tenho em minha casa a estante de ferro com cinco prateleiras onde guardava meus primeiros livros.” (2004, p.53) Essa exposição de uma forma geral, transmite a importância do espaço físico (com prateleiras, luzes confortáveis, a existência ou não de móveis, quadros) ligados à primeira experiência de formação da biblioteca pessoal, da qual podemos considerar pelo depoimento, inesquecível. Fato marcante para Mindlin, quanto à constituição física de sua biblioteca pessoal, são as primeiras compras de livros, iniciadas ainda na infância, “Compro livros desde os sete ou oito anos de idade, embora só em 1927 tenha começado a freqüentar sebos.” (1997, p.47) E, como dica de bibliófilo: Não há grande segredo em reunir muitos livros. Mas é preciso saber o que se quer, estudar e conhecer livros, ler catálogos (...), garimpar sempre, viver de olhos abertos, explorar todas as oportunidades, porque nunca se sabe o que pode urgir e, finalmente, ter sorte, se é que a sorte existe. A gente procura o livro e o livro procura a gente. (1997, p.54).

E categoricamente também diz: “não me lembro bem como foi a decisão, de formar a biblioteca.” (1997, p.57). No tempo, a biblioteca foi crescendo, a ponto de minha mulher dizer que não somos nós que temos a biblioteca: ela é que nos tem. Mas insisto sempre em dizer que o que temos

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não é uma coleção, e sim uma biblioteca. As coleções vão se formando dentro dela, mas o interesse básico é o da leitura. Uma vez lido um livro, se deu prazer, procuram- se outras obras do mesmo autor, depois as primeiras edições e assim, irresistivelmente, as coleções vão se formando. Mas não tem sentido colecionar livros, se antes disso não tiver surgido o interesse pelas obras. (1997, p.53-54).

Pelas considerações de Anne Fadiman podemos compreender o peculiar, a formação, as influências, o mistério e o valor das bibliotecas pessoais: Sempre acreditei que a biblioteca de cada um contém uma Estante Excêntrica. Nela repousa uma pequena e misteriosa coleção de volumes, cujos assuntos não têm a menor relação com o restante da biblioteca, embora, numa investigação mais detalhada, revelam um bocado sobre seu dono. (FADIMAN, 2002, p.27).

Ou seja, nas estantes encontram-se a materialização da personalidade do leitor para além do ser físico, lá existe a revelação misteriosa do poder das bibliotecas.

Considerações Finais

As bibliotecas pessoais constituem um verdadeiro registro pessoal e, para a humanidade, é clara a sua importância vinculada aos livros e à leitura. Elas constituem um espaço físico e psicológico, que percebemos por meio das influências. Como demonstrado, essa temática é constantemente carregada de propósitos renovadores que em nada pretendem ser esgotados ou fatigados. Como explicitado durante o artigo, com constantes depoimentos pessoais, tais como os de Alberto Manguel, Jorge Luis Borges, José Mindlin, Anne Fadiman, Plínio Doyle; a formação dessas importantes pessoas está, principalmente, vinculada às suas bibliotecas, apesar da peculiaridade de gostos. Respectivamente: Alberto Manguel, em seus ensaios, transmite suas influências exercidas pelo trabalho voluntário de leitura para Borges, de seu pai, dentre outros. Borges foi influenciado pela biblioteca de seu pai, pela suas constantes viagens, pela leitura de As mil e uma noites; esses elementos fizeram parte da composição de sua biblioteca e de seus gostos pessoais. A biblioteca de José Mindlin foi a representação de seu interior, o que pode ser atestado através de seus escritos, tendo como fundador o seu gosto pessoal pela descoberta de outros mundos com a leitura e o amor aos livros. Anne Fadiman em seu conjunto de ensaios, intitulado Ex-libris: confissões de uma leitora comum, relata a sua vivência com os livros influenciada pela biblioteca de seus pais, pelos vários livros amontoados até em locais peculiares, que passou a adquirir o gosto e sua formação. E, Plínio Doyle, advogado bibliófilo, teve seu despertar através da paixão pela leitura. Anais do I Encontro de Estética, Literatura e Filosofia – ENELF – ISSN 2359-2958

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A biblioteca pessoal consolidou a construção do conhecimento dessas pessoas citadas, na medida em que consideram seu acervo não somente como um espaço físico, mas também, imaterial, cheio de valores, choque, aventuras, aprendizado. Concluindo através das palavras de José Mindlin: Em relação aos livros, não tenho o fetiche da propriedade. Sinto-me mais como um depositário do que um proprietário, usufruindo, é verdade, o prazer que eles proporcionam, mas visando preservar uma herança do passado, e conservar o que se faz de bom agora, com o propósito de transmitir tudo isso para o futuro. Tenho procurado desenvolver uma atividade cultural em várias frentes, facilitar aos estudiosos a pesquisa na biblioteca, promover edições de obras úteis e reedição de outras esgotadas que considero importantes. Desenvolver, em suma, em trabalho que é uma das minhas razões de ser na vida. (1997, p.213-214).

Desse modo, a voz de Mindlin funde-se a de todos que buscam por meio das bibliotecas conduzirem jovens e futuros leitores para a realidade que os livros, sua valorização e conservação proporcionam ao passado, presente e futuro da humanidade.

Referências

BONNET, Jacques. Fantasmas na biblioteca: A arte de viver entre livros. Tradução de Jorge Coli. 1. ed. Civilização Brasileira, 2013.

BUENO, Silveira. Minidicionário da língua portuguesa. Ed.rev. e atual. FTD, 2001.

DOYLE, Plínio. Amigo dos livros. In: RIBAS, Martha. Org. Julio Silveira. A paixão pelos livros. 1.ed. Casa da Palavra, 2004, p.53-60.

FADIMAN, Anne. Ex-Libris: confissões de uma leitora comum. Tradução Ricardo Quintana. Jorge Zahar Editor, 2002.

FONSECA, Cristina. O pensamento vivo de Jorge Luis Borges. Martin Claret, 1987.

MANGUEL, Alberto. Biblioteca à noite. Tradução de Samuel Titan Jr. Companhia das Letras, 2006.

MINDLIN, José. Uma vida entre livros: Reencontros com o tempo. 1.ed. Edusp, 1997

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______. Loucura mansa. In: Org. Julio Silveira e Martha Ribas. A paixão pelos livros. 1. Ed. Casa da Palavra, 2004, p.15-16.

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