Bioarqueologia: dos dados ao conhecimento. Desenvolvimento de um modelo de gestão de informação

June 1, 2017 | Autor: C. Barroso Cruz | Categoria: Bioarchaeology, Standards, Databases
Share Embed


Descrição do Produto

Bioarqueologia: dos dados ao conhecimento. Desenvolvimento de um modelo de gestão de informação Filipa Neto - [email protected] Cristina Barroso Cruz - [email protected] Ana Seabra - [email protected]

3. “O” projecto de 1. Enquadramento legal dos trabalhos antropológicos em contextos arqueológicos;

2. Arquivo da DGPC: “grey literature” e a dificuldade da sistematização dos dados

desenvolvimento e uso da Bioarqueologia para estudo das populações do passado em Portugal.

1. Enquadramento legal dos trabalhos antropológicos em contextos arqueológicos;

Sé de Lisboa

1. Direção-Geral do Património Cultural Decreto – Lei n.º 115/2012, de 25 de maio Missão e atribuições: Assegurar a gestão, salvaguarda, valorização, conservação e restauro dos bens que integrem o património cultural imóvel, móvel e imaterial do País Dar cumprimento às obrigações do Estado no domínio do inventário, classificação, estudo, conservação, restauro, proteção, valorização e divulgação do património cultural móvel, imóvel e imaterial Promover e assegurar o inventário geral do património cultural e o sistema de georreferenciação do património cultural arquitetónico e arqueológico

1. DGPC e Direções Regionais de Cultura A DGPC partilha competências na área da gestão e divulgação do património cultural com as DRC

Castelo dos Mouros, Sintra

Alto da Vigia, Sintra

2. Recomendações internacionais Cartas Internacionais e Convenções Europeias sobre Património 1969 - Convenção Europeia para a Proteção do Património Arqueológico 1987 – Carta Internacional para a Salvaguarda das Cidades Históricas

1990 – Carta Internacional sobre a Proteção e a Gestão do Património Arqueológico – ICOMOS 1992 – Convenção Europeia para a Proteção do Património Arqueológico – Conselho da Europa 1997 - Convenção Europeia Para a Proteção do Património Arqueológico (Revista) - Convenção de Malta 2000 – Carta de Cracóvia sobre os Princípios para a Conservação e o Restauro do Património 2005 - Convenção de Faro - Conselho da Europa

Convento de Cristo, Tomar

CItânia de Briteiros, Guimarães

3. Legislação sobre Património Cultural Português Lei de Bases do Património Cultural – Decreto-Lei n.º 107/2001, 8 de setembro Finalidades da proteção e valorização do património cultural Incentivar e assegurar fruição cultural a todos os cidadãos Intensificar e vivificar uma identidade cultural nacional comum e das comunidades regionais e locais a ela pertencentes

Fortalecer a consciência da participação histórica do povo português em realidades culturais de âmbito transnacional Penascosa, VNFC

3. Legislação sobre Património Cultural Português Património osteológico – um bem cultural? Todos os bens que, sendo testemunhos com valor de civilização ou de cultura portadores de interesse cultural relevante, devam ser objecto de especial protecção e valorização. … o conjunto de bens materiais e imateriais de interesse cultural relevante, mas também, quando for caso disso, os respectivos contextos que, pelo seu valor de testemunho, possuam com aqueles uma relação interpretativa e informativa. Banco de Portugal, LIsboa

Património Arqueológico

Osteoteca, DGPC

Banco de Portugal, LIsboa

4. Regulamento de Trabalhos Arqueológicos Decreto – Lei n.º 164/2014, 4 de novembro Artigo 11.º Escavação de contextos funerários 1 - Na escavação de contextos onde se presume a existência, ou sejam identificados, vestígios osteológicos humanos a equipa técnica integra, pelo menos, um especialista em antropologia física. 3 - A escavação dos vestígios osteológicos humanos deve garantir a sua integridade, evitando o seu desmembramento e a perda de informação científica. 4 - A autorização para escavação em cemitérios históricos, edifícios religiosos, respetivos adros e áreas envolventes deve ser fundamentada no seu valor científico e patrimonial, no interesse público da obra ou projeto e no parecer das entidades responsáveis. Mercado do Peixe, Torres Novas,

Vinha das Caliças Beja,

4. Regulamento de Trabalhos Arqueológicos Decreto – Lei n.º 164/2014, 4 de novembro Artigo 11.º Escavação de contextos funerários 5 - O relatório de trabalhos arqueológicos integra em anexo o relatório da responsabilidade do especialista em antropologia física, que contém toda a informação sobre a intervenção no terreno e a análise dos vestígios osteológicos, incluindo localização, descrição tafonómica e cronologia dos contextos, análise osteobiográfica de campo, inventário dos vestígios osteológicos recolhidos e registos gráfico e fotográfico.

6 - O especialista em antropologia física é solidariamente responsável com o diretor científico, nos termos do presente Regulamento, no que se refere aos contextos funerários e ao espólio osteológico humano, nomeadamente em relação à direção e reserva científica, entrega e aprovação de relatórios, publicação de resultados e depósito de espólio. Vinha das Caliças Beja,

4. Regulamento de Trabalhos Arqueológicos Decreto – Lei n.º 164/2014, 4 de novembro Artigo 18 .º Espólio Arqueológico 1 - O espólio proveniente de trabalhos arqueológicos é, nos termos da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, considerado património nacional. 3 - O diretor científico é o fiel depositário do espólio até ao seu depósito provisório na instituição proposta no relatório final ou determinada pela DGPC. Antropólogo responsável pelo espólio osteológico quando à sua guarda Melhorar a eficácia da gestão das coleções osteológicas Contribuir para a integridade do património osteológico humano Permitir o acesso à informação sobre as populações do passado Reservas e Osteoteca, DGPC

5. Circular normativa Circular N.º 1/2014 – Trabalhos de antropologia biológica em contextos arqueológicos Particularizar os procedimentos a aplicar na presença de vestígios biológicos humanos no âmbito de trabalhos arqueológicos.

Responsabilização e definição do papel do antropólogo biológico em trabalhos arqueológicos Definição de procedimentos e metodologias de exumação de vestígios osteológicos Indicação da documentação a produzir

6. Portal do Arqueólogo - Pesquisas de sítios arqueológicos - Georreferenciação de património arqueológico - Submissão de formulários diversos (PATA, PIPA) - Ficha de perfil pessoal Acesso a relatórios técnicos em formato digital (março 2016!)

http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/

2. Arquivo da DGPC: “grey literature” e a dificuldade da sistematização dos dados

Arquivo da DGPC: “grey literature” e a dificuldade da sistematização dos dados Proposta de Trabalho: Dar continuidade, de forma sistemática à inserção de dados no ramo de bioarqueologia colmatando a necessidade de inserção de dados Pesquisa de relatórios de antropologia presentes nos arquivos documentais da Direção Geral do Património e inserção da informação nos campos do ramo de bioarqueologia de forma a potenciar a gestão, pesquisa e acesso à informação constante nos mesmos.

Arquivo da DGPC: “grey literature” e a dificuldade da sistematização dos dados Questões identificadas Relatórios - Que tipo de relatórios inserir :

Dados

- relatórios finais;

- Estrutura da base – campos a reconsiderar; campos a inserir; campos a remover

- relatórios preliminares;

- Dados sobre material osteológico in situ?

- relatórios de escavação; - relatórios de acompanhamento); Terminologia - Relatórios antigos – incluir ou não? - Conciliar a informação a inserir na estrutura da base com a diversidade de terminologia empregue a qual varia não só com o contexto mas também com o autor;

Arquivo da DGPC: “grey literature” e a dificuldade da sistematização dos dados Questões identificadas

“Evolução” de uma Ficha de Registo de Campo

1967

1987

1991/1992

1992 - Presente

∞…

Arquivo da DGPC: “grey literature” e a dificuldade da sistematização dos dados “What is in a name?” exemplo sobre a utilização de alguns termos Termo

Significados Indivíduo + espaço

Enterramento

Tipo de deposição

Amostra: N=11; Relatórios 2000-2014;

Esqueleto

Região: Lisboa; Autores N= 9

Ato de enterrar Meio/ envolvente Ato de enterrar Inumação

Tipo de deposição Inumação

Depósito

Ato de enterrar

Utilização indiscriminada dos termos: - Utilizados como sinónimos - Como conceitos diferentes - Ambos

Arquivo da DGPC: “grey literature” e a dificuldade da sistematização dos dados Alguns exemplos de Bases de Dados existentes… - Bases de dados Grey-Literature - database of Irish Excavation Reports - Online AccesS to the Index of archaeological investigationS (OASIS) - Bases de dados /listagens de material osteológico - Anthropological Data And Management System (ADAM) - Outras bases de dados - Past People of Oxfordshire

- Bases de dados especificas a instituições/projetos - Standard Osteological Database (SOD) - Osteoware - Biological Anthropology Research Centre (BARC) - Wellcome Osteological Research Database (WORD) - The British and Irish On-line Database Index to Excavated human remainS (BODIES) - Medieval Monastic Cemeteries of Britain (1050-1600): a digital resource and database of excavated samples - Living with the Dead

Arquivo da DGPC: “grey literature” e a dificuldade da sistematização dos dados Uma Base dentro de uma Base – As vantagens do Endovélico

Arquivo da DGPC: “grey literature” e a dificuldade da sistematização dos dados

N.º de registos no Endovélico 1200 1000 800 600 400 200 0 esqueletos

N.º registos

esqueletos 1135

sem inf 176

Adultos

femininos 205

não adultos Adultos 919

não adultos 216

indeterminados282 masculinos 256

Determinação Sexual adultos

3. O projecto de desenvolvimento e uso da Bioarqueologia para estudo das populações do passado em Portugal.

3. O projecto Resultados à análise dos relatórios antropológicos de campo Cruz, 2012 Incompletos

Grupo de bioarqueologia, 2013 - 2016

S/ elementos tafonomia

Foco nas questões da biologia do esqueleto

Ficha de campo / Local de depósito

Completos

3. O projecto Recolha de dados a partir da leitura de relatórios

Uniformidade

Acessibilidade

Conteúdo

Conhecimento

Forma

Sistematização da informação

Conceitos

Limitações ao potencial informativo e científico da “grey literature” e do espólio osteológico humano

Limitações a um estudo sobre as populações do passado; Limitações da investigação nos campos de especialidade da Antropologia biológica (Paleopatologia); Limitações na identificação de manifestações culturais/práticas funerárias.

3. O projecto O acesso facilitado a dados de bioarqueologia uniformizados irá permitir a identificação de eventuais

padrões: Saúde e doença Migratórios Demográficos Geográficos Sociais Culturais ...

3. O projecto

Será uma base de dados de bioarqueologia necessária? Roberts 'Health and disease in Britain', Edit by Charlotte Roberts & Megan Cox. 2003

Mays Guidelines to the Standards for Recording Human Remains. Edit by Megan Brickley and Jacqueline I McKinley. 2004

Giesen Curating human remains: caring for the dead in the UK. Edit by Myra Giesen, 2013

3. O projecto

Dificuldades de manter uma base de dados

3. O projecto Parceria DGPC + ICArHEB (UAlg)

Bioarchaeological working group

2012

2013

2014

2015

2016

3. O projecto Parceria DGPC + ICArHEB (UAlg) Promover uma reflexão epistemológica sobre a bioarqueologia em Portugal

Desenvolver um glossário terminológico para a bioarqueologia

Definir procedimentos de registos de campo

Criar critérios para uniformização dos conteúdos dos relatórios Uniformizar dados da bioarqueologia Potenciar o módulo da bioarqueologia do Endovélico

Análise quantitativa e qualitativa de dados Identificação de padrões biológicos e socioculturais

Estudar as populações do passado a partir dos dados da bioarqueologia

Open access

Criar uma estrutura nacional para estudo e conservação do espólio osteológico humano

Referências Cruz, C. 2011. Viver a morte em Portugal: o potencial informativo dos relatórios antropológicos de campo (1994-2007). PhD dissertation in Biological Anthropology. Univ. of Coimbra Cruz, C., et al. (2015) Piecing together terminology in Bioarchaeology: defining concepts. CHNT19, Wein, Austria. November 3-5, 2014 IPA. 2002. Endovélico - Sistema de Gestão e Informação Arqueológica. Revista Portuguesa de Arqueologia. 5(1):277-283 Giesen, M. (ed.) 2013. Curating Human Remains Caring for the Dead in the United Kingdom. Suffolk: Boydell & Brewer. pp: 1-12 Giesen, M, White, L. 2013. 1. International perspectives towards human remains collection. In: (ed.) Giesen, 2013, pp: 13-24 Giesen, M, et al. 2013. 5. Dead and forgotten? Some observations on human remains documentation in the UK. In: (ed.) Giesen, 2013. pp: 53-64 Mays, S. 2002. 14. After bone report: the long-term fate of the skeletal collection. In: (eds) Mays, S, Brickley, M, Dodwell, N. Human bones from archaeological sites: guidelines for producing assessment documents and analytical reports. London: BABAO. pp: 46-47 Mays, S. 2010. Human osteoarchaeology in the UK 2001-2007: a bibliometric perspective. Int J Osteoarchaeol. 20:192-204 Neto, F, Seabra, A. (in press) What to do with Data? The application of an Information system for the collection of anthropological and funerary data from archaeological sites. CHNT19, Wein, Austria. Neto, F, Duarte, C. 2013. Questions surrounding the management of human osteological remains from archaeological contexts. I BAM, University of Coimbra, Portugal Redfern, R, Bekvalac, J. 2013. The Museum of London: an overview of policies and practice. In: (ed.) Giesen, M. Curating Human Remains Caring for the Dead in the UK. Suffolk: Boydell & Brewer. pp: 87-98 Roberts, C, Cox, M. 2003. Health and disease in Britain: from prehistory to the present day. Gloucester: Sutton Publishing Roberts, C, Mays, S. 2011. Study and restudy of curated skeletal collections in bioarchaeology: a perspective on the UK and the implication for future curation of human remains. Int J Osteoarchaeol. 21:626-630

Fotografias da autoria de IPPAR; DGPC; Arqueohoje

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.