BITCOINS: FUNDAMENTOS PARA MINEIRAÇÃO DA CRIPTOMOEDA Jonatas Fonseca Passos¹, Fabio Daher2 , Rafael Miranda de Lima³, Mary Mitsue Yokosawa4 1
Afiliação: Fatec Cruzeiro – Prof. Waldomiro May
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Resumo Num cenário econômico globalizado é relevante pensar que se concebem novos mecanismos pelos quais a dinâmica comercial moderna possa desenvolver-se. As unidades monetárias fazem parte da história humana, e o homem valeu-se de uma vasta gama de elementos para representar valor no cambio de mercadorias. A moeda surgiu da necessidade da padronização de um instrumento único e comum para todos os tipos de transação. Para que possamos conceber como o Bitcoin, enquanto criptomoeda virtual, descentralizada e autônoma ganha relevância no contexto econômico atual, fazse necessário uma abordagem teórica conceitual. Compreendo que o conceito de moeda descentralizada apesar de incomum não é exclusivo do bitcoin. Entender como funciona o processo de criptografia distribuida do bitcoin e sua mensuração de valor, alem de como iniciar seu processo de mineração, faze-se vitais a compreensão do funcionamento desta moeda. Bitcoins: Fundamentos para mineiração da criptomoeda Palavras-chave moeda; economia; criptografia. Abstract In a globalized economic scenario is relevant to think that they conceive new mechanisms by which modern commercial dynamics can develop. The monetary units are part of human history, and the man drew on a wide range of elements to represent value in the exchange of goods. The money came from the need of standardization of a single, common tool for all transaction types. So we can conceive how Bitcoin as a virtual, decentralized and autonomous encrypted coin gains relevance in the current economic context, it is necessary a conceptual theoretical approach. I understand the concept of decentralized currency is unusual though not unique to bitcoin. Understand how the encryption process of the distributed bitcoin and its measurement value functions, in addition to how to start your mining process, make up the vital understanding of the functioning of this coin. Keywords currency; economy; encryption
1. Introdução Num cenário econômico globalizado, na qual a dinâmica do comercio ultrapassou a muito os limites geográficos, é relevante pensar que se concebem novos mecanismos pelos quais esta dinâmica possa desenvolver-se. Para tanto é interessante recobrar a origem do que hoje conhecemos como dinheiro. As unidades monetárias fazem parte da história humana, como reforçam Almeida et al (2011), sendo assim é interessante lembrar que desde de conchas, sal, feijões e até animais, o homem já valeu-se destes e de uma vasta gama de elementos para representar valor no cambio de mercadorias. A moeda como é conhecida segundo Kanczuk(apud Almeida et al, 2011) surgiu da necessidade da padronização de um instrumento único e comum para todos os tipos de transação, decorrente indubitavelmente do aumento da medida e diversidade dos bens comercializados. Para que possamos conceber como o Bitcoin, enquanto criptomoeda virtual, descentralizada e autônoma ganha relevância no contexto econômico atual, faz-se necessário uma abordagem teórica conceitual. Contudo além disso é crucial uma
alusão prática com relação aos processos que tangem a sua dinâmica de trabalho, de forma a alumiar o caminho para futuros projetos. 2. Fundamentação Teórica 2.1.Um conceito inovador mas não revolucionário Almeida et al (2011) refere-se a proposta de funcionamento do bitcoin traçando um paralelo histórico com o “duro”, antiga moeda espanhola, para elucidar o conceito de uma moeda global descentralizada. Segundo ele esta moeda, o duro, teve alta valorização no período da colonização européia nas Américas, valendo ressaltar que a razão de valor de uma moeda antes de tudo naquele período devia-se ao material da qual era feita. Tomando este conceito de estimativa de valor por material de composição é necessário recobrar que naquele período a monarquia espanhola imaginava ter encontrar no Novo Mundo uma fonte ilimitada de recursos minerais. Conseqüentemente a coroa espanhola cunhou moedas a uma escala inigualável resultando na afirmação desta unidade monetária, o duro, como a primeira moeda global. Este título não veio sem um preço, esta produção massiva de moedas gerou um fenômeno inflacionário denominado “revolução dos preços”, fruto da inexistência de uma entidade central que controlasse a circulação da moeda, que culminou em inúmeros efeitos colaterais econômicos e na desvalorização de materiais usados na época na cunhagem de moedas. Valendo-se destes argumentos históricos Almeida et al(2011) alude ao bitcoin como sendo uma proposta não tão “revolucionaria” de uma moeda que dispense a figura de um órgão regulador central. 2.2 O Funcionamento do Bitcoin Contudo o que é o Bitcoin? Segundo Karasinski (2014) Bitcoin pode ser definido como uma “moeda digital”. Contudo como abordamos anteriormente o fato de ser uma moeda não constitui por si só nada de inovador, sendo uma representação de valor. Contudo, ainda segundo Karasinski (2014), a característica mais anomaga e atraente do bitcoin é que este não é cunhado por um banco central, nem mesmo por um servidor, ele é totalmente descentralizado. Todo o operar dos bitcoins se dá por meio de sistemas distribuidos, peer-to-peer, e esses realizam a autenticação dos bitcoins existentes e dos que são “minerados”(processo que será explicado com mais detalhes no tópico seguinte. Para que possamos compreender melhor o funcionamento do bitcoin é interessante aludir a história do mesmo. As origens do Bitcoin nos remeteram a figura controversa e mitológica de Satoshi Nakamoto. Segundo History of Bitcoin(2014) este idealizou o conceito de funcionamento de uma criptomoeda descentralizada e publicou numa lista de discussões em 2007, desaparendo de cena no ano seguinte, fato que cria inumeras especulações sobre sua real identidade. Em meados de 2008 surgiu o primeiro site especializado em mineração e cambio de bitoins o Bitcoin.org. Mas no que consiste o funcionamento do Bitcoin? O bitcoin é uma criptomoeda, ou seja é uma combinação numerica fruto da resolução de um algoritmo complexo e robusto trabalho computacional, algoritmo esse denominado RSA. Cada bitcoin é composto de uma resolução unica deste algoritmo, que é validado dinamicamento por todos os dispositivos presentes na rede peer-to-peer, logo nunca existirão 2 bitcoins iguais, assim como a tiragem dos bitcoins é limitada ao numero de
resoluçõe spossiveis do algoritmo, no caso, segundo Karasinski (2014), 21 milhões de bitcoins.
Figura 1: Processo de Validação e Transação de Bitcoins Fonte: Bitcoin.org
Paralelo ao processo de validação, mas não menos importante, visto que sem ele não existiria sentido na existencia do Bitcoin, existe o sistema de transações. Este baseia-se primordialmente nas carteiras, estas funcionam de maneira similar a carteira deações na bolsa de valores, sendo que quando um bitcoin é transferido ele é transferido de uma carteira para outra. Karasinski (2014) salienta que todas as transações são publicas, ou seja, qualquer pessoa pode saber quando e quanto foi transferido de uma carteira para outra, contudo a identidade do detentor da carteira é secreta. As transações são realizadas em conexões criptografadas 2.3 Processo de Mineração de Bitcoins A “mineração” do Bitcoin baseia-se, segundo Bitcoin.org(2014) no processo de utilização de computadores para fazer cálculos matemáticos(processamento distribuído de dados) para a rede do Bitcoin (peers-to-peers), afim de confirmar transações e aumentar a segurança da própria criptomoeda. Como “aluguel” pelo processamento, uso dos serviços, os “mineiros” dos Bitcoins recebem uma participação na taxa de transação para as operações que eles confirmam (quando recebem a requisição) e enviam os Bitcoins recém-criados. A mineração é um mercado competitivo onde os rendimentos são divididos em função do número de cálculos efetuados(dados processados). Nem todos os usuários do Bitcoin fazem mineração e não se trata de uma maneira fácil de ganhar dinheiro. 3. Metodologia Neste trabalho buscou-se realizar, além do levantamento bibliográfico teórico, uma efetiva configuração de um sistema de mineração de Bitcoins, de forma a demonstrar como seriam os primeiros passos de uma pessoa que deseje se tornar um minerador. Foi realizado um passo a passo, de forma a mostrar da forma mais prática possível a realidade para aqueles que almejam iniciar a mineração. Tudo inicia-se na pagina do mantenedor da moeda Bitcoin.org, como ilustrado na Figura 2:
Figura 2: Página Oficial da Moeda Fonte: Os autores.
Nesta página existe a opção download, onde encontra-se a “Bitcoin Wallet”, onde os usuários da moeda podem inserir e retirar seus valores adquiridos ou gerados. Como ilustrado na figura 3:
Figura 3: Escolhendo a “Bitcoin wallet”. Fonte: Os autores
Bitcoin Wallet: é o software de armazenamento oficial dos Bitcoins conforme Bitcoin.org(2014). Com características multiplataforma, possui para cada sistema um software homologado. Com os mesmos são possíveis acessar as “wallets” por qualquer dispositivo conectado à internet e realizar operações. No caso experimental, utilizamos a “Bitcoin wallet” do Multibit, por ser a ter compatibilidade com o Microsoft Windows, ilustrado nas figuras 4:
Figura 4: Página oficial do Multibit. Fonte: Os autores No software da “Multibit Bitcoin Wallet”, ilustrado na figura 5, há a cotação em tempo real do Bitcoin(USD -> BTC ).
Figura 5: Multibit em execução Fonte: Os autores Processando os Bitcoins: De acordo com o triplemining.com(2014), com a finalidade de aumentar a performance da mineração de Bitcoins, criaram-se alguns grupos(pools) que interligam o processamento de máquinas ao redor do mundo para diminuir o tempo de mineração e aumentar o rendimento médio. No caso experimental, utilizamos o TripleMining, ilustrado na figura 6, o pool que pagam por menor Bitcoin minerado(0,01),além de ser o pool de maior acesso e maior ganho compartilhado dentre os pools credenciados.
Figura 6: TripleMining Fonte: Os Autores
Cadastrado em algum pool, ou realizando mineração sem nenhum deles, a utilização do GUIMiner na mineração é crucial, é por ele que os processos à serem minerados chegarão à máquina , serão executados e contabilizados para gerar os rendimentos, constata guiminer.org(2014).
Figura 7 : GUIMiner Fonte: Os autores
Software GUIMiner - interface principal, Opção “Server” destinada a seleção do pool à ser utilizado. Por meio destes recursos demonstrados foi possível iniciar o processo de mineração de bitcoins, entretanto as baixas configurações de hardware, próprias dos desktops e notebooks usuais não nos permitiram ter grandes ganhos. Mas o objetivo de demonstrar quais seriam os primeiros passos para aquele que deseja se tornar um Minerador de Bitcoins foi alcançado.
7. Conclusão O objetivo deste artigo nem de longe foi esgotar o assunto, mas sim abrir possibilidades para que trabalhos futuros, mas aprofundados, a respeito deste tema possam ser desenvolvidos. Contudo alguns resultados puderam ser obtidos, em nosso levantamento bibliográfico foi possível compreende o conceito de uma moeda descentralizada, e que a concepção de uma moeda virtual não é algo tão alienado a realidade humana. Além disso foi possível demonstrar o quão simples é na verdade iniciar o processo de mineração de Bitcoins e que a razão custo beneficio deste processo precisa ser melhor quantificada, não demonstrando ter resultados exorbitantes a curto prazo. Referências ALMEIDA, Derick; REVERBEL, Paula; COSTA, Ana Clara. Bitcoins: uma viagem louca ao passado das moedas. Jul. 2011. Disponível em: . Acesso em: 14. Mar. 2014. BITCOIN.ORG. Bitcoin is an innovative payment network and a new kind of money. [S.l.:S.N.]: 2008. Disponível em: . Acesso em: 02. Abr. 2014. HISTORY OF BITCOIN. The world's first decentralized currency. [S.l.:S.N], 2014. Disponível em: < http://historyofbitcoin.org/>. Acesso em: 08. Abr. 2014. KARASINSKI, Vinicius. Tecmundo Explica: como funcionam as Bitcoins? 18. Mar. 2014. Disponível em: < http://www.tecmundo.com.br/bitcoin/52445-tecmundoexplica-como-funcionam-as-bitcoins-video-.htm> . Acesso em: 08. Abr. 2014. VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez; NEVES, Silvério das. Introdução a Economia. São Paulo: Frase Editora, 2009.
