Bordieu e a Sociologia da Educação.

June 19, 2017 | Autor: P. da Silva Pereira | Categoria: Sociologia, Sociologia da Educação, Educação, História
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Universidade Estadual do Maranhão Centro de Estudos Superiores de Imperatriz Departamento de História e Geografia

FELIPE JOSÉ DA SILVA PIMENTEL PEDRO DA SILVA PEREIRA DIEGO DA SILVA ARAÚJO

"Bordieu e a Sociologia da Educação"

Imperatriz – Maranhão 2015

Bordieu e a Sociologia da Educação

Biografia acadêmica Pierre Bourdieu nasceu em Denguin, em 1º de agosto de 1930. Morreu em Paris, em 23 de janeiro de 2002. Foi um sociólogo francês com trajetória como direitor, em 1965, da VI Seção da École pratique des hautes études, que em 1975 se tornou École des hautes études en sciences sociales, continuando como membro intengral após integrar no Collège de France, em 1982, onde se aposentou em 2001. Dirigiu, a partir de 1968, no Collège de France, o Centro de Sociologia Européia. Como veterano da Assembleia de Professores, presidiu a cerimônia consagrada à eleição do presidente da École, em junho de 2000. Um ano antes de sua morte, em 2002, presidiu a Assembleia para a eleição anual dos diretores.

Introdução à teoria geral bourdieusiana. Bourdieu nos seus estudos sociais, voltou-se para o campo da socialização e seus aspectos fundamentados na desigualdade social. Incorpora em suas teorias os mecanismos de segregação institucional e a relação individuo e sociedade, a partir da reprodução da estrutura social. O autor elabora uma significativa tendência sociológica que observa os individuos e sociedade como interdependentes de condicionamentos materiais simbólicos e físicos. Segundo Bordieu, a posição social de cada individuo não é definida pelo acumulo de capital financeiro, mas que há sob o sujeito um condicionamento histórico e cultural. A partir disso, o sociólogo elabora três conceitos fundamentais para a interpretação da sociedade, são eles: campo, habitus e capital cultural. A seguir procuraremos descrever estes conceitos em forma de tópicos. 

Campo é o conceito de um espaço social em que há uma lógica de funcionamento próprio, com hierarquias e disputas internas. Há vários campos sociais, mas todos seguem esta mesma caracteristica e mesmo havendo uma relação entre si. Há uma estruturação que lhes dão objetivos específicos, ou seja, não são comuns entre si, mas também não são conflitantes. Essa estrutura é estabelecida pelos autores, tomando como referência o exterior à este campo e seu interior.



Habitus é, a grosso modo, a incorporação da estrutura social pelo indivíduo. Ou seja, nossa forma de agir e reagir no mundo é baseado em preferências e detestações que são constituídas socialmente, e nisso há a reprodução da lógica social de modos de perceber, pensar e agir. A transposição dos condicionamentos sociais para o indivíduo, faz com que ele mesmo tenha seu modo de reproduzir a estrutura social, o que lhe dá condições de se encaixar no mundo e dá importância para isso.



Capital Cultural é sob este conceito que Bourdieu procura distinguir de capital financeiro e capital social. Entre diplomas, proximidades com a cultura "erudita" e boas maneiras, Bordieu demonstra que há uma relação entre capital cultural e as desigualdades escolares. Como a escola é um espaço segregador e seletivista, quem tiver mais "competências" tem maior possibilidade de ascenso social. Ou seja, estudantes da classe média e da classe média alta, por terem contato com a "alta cultura letrada", as artes e a erudição, algo tranferido pelo seio familiar, lhes dão diferenciação em relação aos estudantes que tem uma formação reduzida neste campo. Por fim, se cria a "necessidade cultural" por meio da escola, mas não lhe é dada subsidios para satisfazê-la.

Aplicação na Sociologia da Educação Para Bordieu, a escola funciona como um mecanismo opressor e elitista, distanciando as culturas específicas (elitista, média, de massa). A cultura é fundamental para o processo de dominação. A cultura da classe dominante é imposta como sendo o padrão de uma sociedade, o que leva as classes subalternizadas à naturalizar sua condição por serem deficientes de capital cultural e não por imposição da classe dominante puramente. A instituição escolar desempenha um papel fundamental para o aprofundamento das desigualdades. Ou seja, a escola não realiza o papel de libertação dos indivíduos, mas de conservação da estrutura social vigente. Mantendo a dominação dos dominantes sobre os dominados (classes populares), reproduzindo a cultura da situação e reforçando o caráter de classe da educação, pois seleciona o acesso à cultura segundo a origem de classe. Assim, a instituição escolar é vista pelo autor, como um local de trasferência de visão de mundo comum à uma classe para se fazer filtro de percepção, apreciação e ação na sociedade, por via da internalização da cultura dominante. Nesta via de esquematização é possível afirmar que há uma transposição das relações de dominação e de submissão que torna

carismático um sistema que incorpora uma estrutura social desigual. Portanto, o sistema educativo reforça a divisão na sociedade e seleciona os "capacitáveis" de "receberem" cultura, o que gera um capital diferenciado para outros que inserem sua posição social como se fossem predestinados.

Considerações finais O sociólogo francês, Pierre Bordieu, fez destaque entre os mais notáveis pensadores da educação. Tornando-se leitura indispensável para quem quer compreender as estruturas das relações de dominação, institucionalizada ou não, na sociedade. É salutar sua esquematização de análise de estudos sociológicos, que em linhas gerais é de: analisar os mecanismos propriamente pedagógicos por meio dos quais a escola contribui para reproduzir a estrutura das relações de classes reproduzindo a desigual repartição entre as classes do capital cultural (Bourdieu, 1975, p. 222).

Referência bibliográfica: FERREIRA, N. Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 28., pp. 111-125. 2002. SETTON, Maria da Graça J. Revista Brasileira de Educação v. 14. n. 41. 2009. ______________________.

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introdução

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http://revistacult.uol.com.br/. Web. 16 de Novembro de 2015. HEY,

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http://revistacult.uol.com.br/. Web. 16 de Novembro de 2015.

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