Brandão, F. & Costa, C. (2008) Novas dinâmicas e novas formas de gestão para o sector do turismo ao nível local: o caso da criação de Observatórios Regionais de Turismo.

July 15, 2017 | Autor: Filipa Brandão | Categoria: Tourism Statistics, Destination Management, Tourism Competitiveness
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Novas dinâmicas e novas formas de gestão para o sector do turismo ao nível local. O Caso da Criação de Observatórios Regionais de Turismo Filipa Brandão1 Carlos Costa

Resumo: As novas dinâmicas que influenciam o desenvolvimento do sector do turismo, resultantes de factores relacionados com a procura e a oferta turística, bem como com questões de conjuntura económica e sócio-cultural, têm vindo a conduzir ao aumento da competitividade entre os destinos turísticos e à necessidade de implementar novos modelos de planeamento e gestão das áreas destino. O surgimento de estruturas de gestão em rede e DMO’s vem responder a estes novos desafios do sector. Contudo, é necessário que a actuação destes organismos se suporte em processos de gestão proactivos e bem informados, decorrendo daqui a importância da criação de Observatórios do Turismo que produzam informação de gestão relevante e rigorosa que apoiem os processos de tomada de decisões políticas e estratégicas para a área-destino. Foi neste contexto que se desenvolveu o estudo apresentado, cujos objectivos passaram por caracterizar a utilização actual de estatísticas do turismo por parte dos stakeholders do sector, a percepção da sua eficácia para a gestão dos destinos e empresas, a avaliação das principais necessidades de informação e, finalmente, identificar um modelo de funcionamento para um Observatório do Turismo de base regional.

1. Introdução

No âmbito do reconhecimento das novas dinâmicas que afectam, actualmente, o sector do turismo, surgem novas tendências ao nível dos modelos de gestão e planeamento dos destinos turísticos, que

Filipa Brandão Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial Universidade de Aveiro Campus Universitário de Santiago 3810-193 Aveiro E-mail: [email protected] Carlos Manuel Martins da Costa Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial Universidade de Aveiro Campus Universitário de Santiago 3810-193 Aveiro E-mail: [email protected]

Citar como: BRANDÃO, F. & COSTA, C. (2008). Novas dinâmicas e novas formas de gestão para o sector do turismo ao nível local: o caso da criação de Observatórios Regionais de Turismo. In: CAVACO, C. (ed.) Turismo, Inovação e Desenvolvimento - Actas do I Seminário Turismo e Planeamento do Território. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa, 255-280.

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permitem que estes se dotem de importantes mecanismos e instrumentos de gestão sustentável e de manutenção de níveis de competitividade no mercado global.

Estas tendências assentam, cada vez mais, em formas de gestão participada, crescentes níveis de colaboração e criação de estruturas em rede que permitem a gestão dos destinos turísticos em torno de metas comuns a todos os stakeholders. Estas estruturas, que se materializam em Destination Management Organisations (DMO’s), têm vindo a emergir e a confirmar a sua relevância, ao mesmo tempo que acompanham a importância concedida aos destinos turísticos de base regional e local, uma vez que estes se posicionam como ponto central de avaliação dos impactes da actividade turística e de implementação da política de turismo estabelecida (WTO, 2005).

Para que estas estruturas de gestão consigam responder aos recentes desafios e aos crescentes níveis de competitividade do sector, é necessário que exista um conhecimento rigoroso do sistema turístico que permita avaliar o desempenho e evolução dos destinos e empresas que o integram, de forma a que os gestores consigam desenvolver decisões e respostas informadas e pro-activas adaptadas às conjunturas que vão emergindo. Neste contexto, destaca-se o papel desempenhado pelos Observatórios do Turismo, que através da produção e disseminação, não apenas de informação estatística, mas de informação de gestão, se posicionam como importantes ferramentas de apoio à gestão e planeamento dos destinos turísticos.

2. Dinâmicas do sector do turismo… novas tendencias… novas necessidades

As novas dinâmicas que têm vindo a caracterizar a evolução do sector do turismo irão introduzir profundas alterações na gestão e no planeamento dos destinos turísticos. Questões como a transformação das tendências demográficas e dos padrões de consumo conduzirão à necessidade de inovar ao nível dos produtos turísticos e das actividades propostas, as alterações climáticas, resultantes do aquecimento global, começam a alterar a atractividade de diversos destinos turísticos.

A crescente importância da segurança e a necessidade de incorporar noções de ética e sustentabilidade no planeamento e gestão dos destinos turísticos, através da criação de produtos turísticos diferenciados, organizados e sustentáveis que potenciem o desenvolvimento regional e a prosperidade a longo prazo, são, igualmente, questões às quais o novo consumidor, mais exigente e informado, está cada vez mais atento e, portanto, posicionam-se como factores diferenciadores para a competitividade dos destinos. Por outro lado, a globalização, a liberalização e a desregulamentação 2

dos mercados turísticos tem vindo a conduzir a um aumento da competitividade entre os destinos, sendo que esta competição já não acontece apenas entre destinos que gozem de uma relativa proximidade uns dos outros, mas sim entre destinos localizados em qualquer ponto do globo (Buhalis e Costa, 2006 a, b).

O aumento da competitividade torna necessário a melhoria dos níveis de conhecimento e da monitorização do sistema turístico. Para tal, deve existir informação de apoio à tomada de decisões, que forneça indicações susceptíveis de promover respostas proactivas às alterações que se processam no meio. Neste contexto, a interacção entre empreendedores e académicos, centros de investigação, observatórios e “think tanks” permite a produção de informação essencial para a produção de instrumentos de gestão adequados e para a transferência de conhecimento para os seus principais utilizadores, trazendo claras vantagens competitivas às organizações turísticas dos sectores público e privado (Buhalis e Costa, 2006 a, b).

Estas dinâmicas no sector do turismo têm feito com que o planeamento e gestão tenham vindo a operar transformações que acompanham este desenvolvimento do sector. De facto, os modelos anteriores existentes nesta área demonstram serem incapazes de incorporar estas novas tendências emergentes.

Até meados da década de 70, a teoria e prática do planeamento estavam dominadas pelo paradigma dominante nas fases clássica e racional, que advogava que o planeamento era uma actividade técnica neutra, desenvolvida numa abordagem lógica e determinística e defendendo que o sector privado se deveria manter arredado do processo, para que não influenciasse a tomada de decisões a seu favor. De facto, até esta altura, não se pode falar em planeamento turístico, uma vez que este é considerado no âmbito do planeamento urbano. A expansão do sector do turismo é, assim, liderada pelo sector privado que, devido à exclusiva preocupação com o lucro a curto prazo, introduz processos de desordenamento conhecidos (Pearce, 1991; de Kadt, 1979; Mathieson e Wall, 1982). A partir da década de 70, a teoria e prática do planeamento entram numa nova fase, acompanhando as profundas alterações observadas no sector, nomeadamente o seu grande e rápido crescimento e a tomada de consciência dos impactos sociais, culturais e ambientais negativos observados em vários destinos, sem qualquer sustentabilidade ao nível do seu desenvolvimento (Costa, 2001a).

Com a falência do planeamento clássico e racional e com as evidências dos impactos negativos observados em diversos destinos turísticos surgem, nos anos 80, novas abordagens capazes de combinar formas adequadas de planeamento e organização do território com os objectivos de lucro 3

do sector empresarial. Neste contexto, destacam-se alguns modelos e abordagens de referência, tais como o modelo PASOLP (Baud-Bovy), ou as propostas de Mathieson e Wall, Murphy, Gunn ou Getz, conforme revisto em Costa (1996), que vieram enquadrar o desenvolvimento de um turismo sustentável, capaz de garantir benefícios económicos a longo prazo, sem colocar em causa o ambiente físico e social dos destinos turísticos e trazendo as comunidades locais para o processo de planeamento. Seguindo estas premissas, destaca-se ainda, no início da década de 90, o modelo de Inskeep (1991), que se centra no planeamento e gestão dos recursos físicos, sociais e económicos do destino, tendo como enfoque central o planeamento do território e incluindo o “elemento institucional” no processo, trazendo à discussão o conceito de “governância”.

Face às novas dinâmicas que caracterizam a evolução e o desenvolvimento recente do sector do turismo, surgem, no início do século XXI, novos modelos de gestão e planeamento das áreas-destino, onde se registam tendências similares às observadas nos anos 80 e 90, embora com abordagens adequadas à realidade actual com que se os destinos se deparam. O modelo de Ritchie e Crouch (2003) apoia-se num conjunto de factores e determinantes que sugerem uma abordagem integrada para a gestão e planeamento do turismo. O modelo estrutura-se em função de cinco categorias de factores que permitem atingir este objectivo, que se encontra condicionado pelas vantagens comparativas (recursos existentes) e pelas vantagens competitivas (processos que permitem a utilização e maximização dos recursos). Para os autores, a gestão, política, planeamento e desenvolvimento do destino devem articular-se com os recursos e atracções centrais (motivação principal da visita) e de apoio (base sobre a qual a indústria do turismo se pode estabelecer com sucesso). À gestão do destino, cabe equacionar as actividades necessárias à implementação das orientações formuladas ao nível da política, planeamento e desenvolvimento, sendo ainda condicionada por um conjunto de determinantes “qualificadoras” e “amplificadoras” (capacidade de carga, localização, segurança, etc.), que irão afectar a competitividade do destino no que se relaciona com a sua escala, limite ou potencial.

Buhalis e Costa (2006 a, b) sugerem que as recentes alterações do sector devem constituir um motivo para uma reformulação da forma como os negócios e as empresas são geridos, de forma a acompanharem as novas tendências e a manterem-se competitivos. As novas motivações ao nível da procura, a criação de novos produtos emergentes e as recentes tendências verificadas na oferta do sector reflectem a existência de realidades emergentes, conduzindo à necessidade de conceber novas dinâmicas ao nível da gestão dos destinos e das empresas turísticas. Para que se possam manter competitivos, é fundamental conhecer e avaliar as novas tendências que caracterizam o

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sector e implementar formas de gestão dinâmicas assentes em ferramentas eficientes e eficazes (Figura 1).

Figura 1 – Tourism Futures Framework

Fonte: Buhalis e Costa, 2006 a, b

Uma das estratégias passíveis de combater os novos desafios que se avizinham, consiste na implementação de uma abordagem que assente numa gestão eficaz dos destinos turísticos. Neste âmbito, há que ter em conta a importância crescente dos destinos turísticos de base local (município ou agrupamento de municípios), considerando que estes constituem o ponto central de avaliação da actividade turística, do desenvolvimento de produtos turísticos e de implementação da política de turismo (WTO, 2005). Segundo a Organização Mundial do Turismo, os destinos de base local constituem “um espaço físico (...) que inclui produtos turísticos, tais como serviços de apoio e atracções e recursos turísticos. Possui limites físicos e administrativos que definem a sua gestão, imagens e percepções que definem a sua competitividade no mercado. Os destinos turísticos locais incorporam vários stakeholders, frequentemente incluindo a comunidade receptora, e podem agrupar-se de forma a constituirem destinos de maior dimensão” (WTO, 2005:28). Mais ainda, há que salientar a necessidade de cooperação regional e entre os sectores público e privado, bem como o desenvolvimento da investigação sobre o turismo o que, aumentando os níveis de conhecimento sobre o sector, permitirá a criação de políticas mais eficazes de gestão dos destinos.

3. Nova economia para o sector do turismo e governância 5

O sector do turismo terá, inevitavelmente, que, a curto prazo, se adaptar às novas realidades emergentes. O número de chegadas internacionais de turistas deverá ascender aos 1.6 mil milhões, em 2020 (UNWTO, 2007). Não obstante, nem todos os destinos turísticos beneficiarão deste crescimento. É necessário implementar estratégias que lhes permitam competir globalmente, adaptando-se às novas tendências do mercado e às novas formas de gestão dos destinos e da base económica do sector que neles se localiza.

Os transportes, alojamento e restauração deverão continuar a constituir-se como os subsectores mais significativos em termos de consumo turístico e, como tal, serão os mais atractivos para os investidores. Contudo, a “indústria do lazer” irá assumir um papel central ao nível da atractividade e do sucesso dos diferentes destinos turísticos, constituindo-se como uma forte motivação no processo de selecção dos mesmos. Os destinos de sucesso serão, assim, aqueles que conseguirem oferecer diversidade, qualidade e autenticidade no âmbito das actividades de lazer. A indústria do lazer irá tornar-se no “elemento dinâmico” do sector, responsável pela atracção de visitantes, enquanto que o alojamento e restauração se assumirão como o “elemento estático”, responsáveis pelo apoio e pela qualidade do meio onde as experiências acontecem (Costa, 2005; Costa e Buhalis, 2006), conforme representado na Figura 2.

Figura 2 – Dinâmica da atracção de turistas

Fonte: Costa, 2005

Num contexto de elevada competitividade, será a capacidade de oferecer experiências de lazer únicas e diferenciadas que permitirá criar oportunidades económicas para que as empresas e os 6

destinos turísticos evidenciem crescentes vantagens competitivas, garantindo a prosperidade económica do sector.

Estes e outros negócios turísticos deverão ser geridos em interligação com o território onde se inserem, com o objectivo de atingirem metas económicas comuns e um crescimento e desenvolvimento sustentáveis do destino. É, neste âmbito, essencial a identificação da rede de stakeholders do sector (visão holística do destino turístico) e a consciencialização de que constituem um sistema (abordagem sistémica do turismo), que as relações e interacções que se desenvolvem entre si têm elevada importância na organização da política e estratégia do destino e que os níveis de colaboração verificados são fundamentais para a determinação da sua competitividade.

Como resultado das novas dinâmicas que tendem a caracterizar o sector do turismo de forma cada vez mais significativa, observa-se uma dificuldade crescente para as PME’s em competirem de forma isolada nos mercados, sendo afectadas por alterações quantitativas e qualitativas ao nível da procura, que podem limitar a sua prosperidade e competitividade. É, desta forma, necessário que estas se dotem de mecanismos que garantam o seu crescimento externo, para assim ultrapassarem as desvantagens inerentes à sua reduzida dimensão. É fundamental repensar as estruturas económicas e organizacionais existentes, segundo o paradigma da integração e cooperação regional.

Neste contexto, e considerando que a estrutura económica do sector do turismo é maioritariamente composta por PME’s e por estruturas organizacionais de natureza mais “achatada”, a identificação de clusters de produtos e a criação de parcerias e redes entre os sectores público e privado assumem-se como veículos privilegiados para o desenvolvimento de vantagens competitivas regionais (Breda et al., 2005). Além de trazer grandes vantagens competitivas às PME’s do Turismo, a aplicação da teoria das redes, permitindo identificar as inter-relações existentes entre a administração pública, as empresas turísticas e a comunidade, apresenta um enorme potencial para orientar a política e prática da gestão e planeamento dos destinos turísticos.

O estabelecimento de redes permite associar duas ou mais organizações envolvidas em relações de longo prazo e que trabalham em conjunto para atingir um objectivo comum (Thorelli, 1986; Jarillo, 1993, cit in Costa, 1996), podendo observar-se ao nível dos destinos ou de estruturas económicas (Cooper e Hall, 2008). Existindo esta inter-relação e inter-dependência entre as organizações turísticas do sector público e privado, verificam-se as condições necessárias para que a governância do destino se desenvolva através do estabelecimento relações institucionais (i.e. estruturas e

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processos) apropriadas à gestão do turismo, dos seus impactos positivos e negativos e dos interesses dos diversos stakeholders envolvidos (Dredge et al., 2006).

Contudo, a territorialização desta abordagem só será possível através da criação de organizações de gestão dos destinos turísticos cujo funcionamento se regule pelo princípio de cooperação horizontal entre todos os stakeholders do sector, orientadas para a prossecução de objectivos de desenvolvimento sustentável comuns.

As DMO’s (Destination Management Organizations) assumem-se como estruturas organizacionais modernas, adaptadas aos novos desafios do sector, capazes de implementar uma gestão que se apoia na criação de net works, que se consubstancia na criação de parcerias estabelecidas entre agentes do sector público, privado e das organizações sem fins lucrativos. Estas estruturas apresentam um elevado potencial para uma gestão mais eficiente e eficaz dos destinos, dado que na base da sua filosofia organizacional estão conceitos e práticas orientadas para a gestão inteligente das organizações, em que os actores se associam de uma forma flexível e ajustada aos problemas em causa, e procuram soluções diferenciadas e ‘unique’ para os problemas, de forma a contribuir para um crescimento sustentado e de aprendizagem progressiva (self-learning organisations).

Estas organizações têm vindo a emergir em diversos países e a fortalecer o seu papel, uma vez que os destinos turísticos estão actualmente cada vez mais proactivos na dinamização e gestão dos benefícios resultantes do desenvolvimento do sector (Ritchie e Crouch, 2003). O seu principal objectivo é o da promoção, da cooperação e da procura de estratégias comuns. Para tal, dever-se-á formular estratégias, representar os interesses dos diversos stakeholders, coordenar as actividades desenvolvidas, lançar acções de marketing concertadas, identificar e desenvolver produtos (Heath e Wall, 1992, cit in Presenza et al., 2005).

A coordenação horizontal dos stakeholders, assume-se como a competência central das DMO’s, de forma a garantir o sucesso das várias áreas de intervenção, com vista a uma adequada gestão e desenvolvimento do turismo local. De facto, a implementação de modelos de governância desta natureza assume-se como um dos principais facilitadores da criação de estruturas em rede que distribuem os níveis de poder e de influência ao nível da organização e gestão do destino turístico. É, assim, perceptível a necessidade de abordar de forma integrada as recentes tendências de planeamento, gestão e organização dos destinos turísticos, para que estes apresentem um desenvolvimento sustentável, dotados de instrumentos e processos que os tornem capazes de se afirmarem como competitivos e de enfrentarem os recentes desafios do sector. 8

A convergência dos diferentes interesses públicos e privados no planeamento e gestão do turismo obriga a que os processos relacionados devam ser rigorosos e bem informados, transparentes e baseados em inputs provenientes dos vários stakeholders do sector. Deve, desta forma, existir informação contínua e fiável, gestão da informação e do acesso à mesma e partilha de informação e de experiências entre todos os actores da rede que integram o destino turístico. Será, desta forma, possível desenhar estratégias que prospectivem a mudança, respondam aos desafios e desenhem um futuro positivo e sustentável.

4. Necessidades de informação para o sector do turismo

Comparativamente com outros sectores da actividade económica, a gestão do turismo confronta-se com um conjunto de objectivos e problemas complexos, resultantes da sua rápida evolução e da sua inter-relação com diversos sectores da actividade económica, com os sistemas ambiental e sóciocultural, bem como aspectos vários resultantes da inter-dependência entre os vários elementos do sistema turístico. De forma a conseguirem enfrentar os desafios que se avizinham, os gestores das empresas e destinos necessitam de ter um conhecimento rigoroso não apenas do sector do turismo em si, mas também da forma como a indústria, os processos e sistemas devem ser analisados e organizados (Buhalis e Costa, 2006 b).

Para se gerir adequadamente o sector do turismo torna-se essencial criar formas claras, objectivas e concisas de avaliar a performance e a evolução do desenvolvimento do sector. A definição e utilização de indicadores de gestão adequados são componentes centrais do processo de planeamento e gestão dos destinos turísticos, uma vez que estes tornam possível a monitorização das alterações de uma forma contínua e consistente, clarificam objectivos, apoiam o processo de tomada de decisão e permitem identificar antecipadamente a necessidade de alterar as orientações da política de turismo definida. Em países onde o turismo assume uma expressão considerável e onde existe uma forte concentração geográfica da actividade em termos regionais, os Observatórios do Turismo têm vindo a emergir e a afirmar-se como um importante elemento de gestão e planeamento do sector (Massieu, 2006).

À semelhança do quem tem vindo a acontecer com as DMO’s, também os Observatórios do Turismo têm vindo a emergir, devido ao reconhecimento da importância da produção de informação para o planeamento e gestão do turismo, necessidade sentida tanto pelas organizações do sector público, 9

como pelas do sector privado. Os Observatórios do Turismo são já uma realidade em vários destinos, sejam de âmbito regional ou nacional. Neste contexto, destaca-se o trabalho desenvolvido pelos Observatórios do Turismo da Côte d’Azur (França), de Rimini (Itália) bem como o do extinto Observatório Nacional do Turismo de Portugal (2001-2003). A identificação de lacunas existentes ao nível da produção de estatísticas do turismo e a consciencialização das necessidades dos seus utilizadores conduziu a que estes organismos tenham vindo a estruturar o seu funcionamento no sentido de produzirem indicadores e informação de gestão que permitem aumentar o conhecimento do sector e a estabelecerem-se como plataformas de conhecimento no apoio à tomada de decisões de política e estratégia para as áreas-destino e empresas turísticas.

No caso do Observatório Nacional do Turismo efectuou-se a selecção dos indicadores de recolha e análise de informação a partir da metodologia da Conta Satélite do Turismo, que delimita o sector em sete actividades características: (i) alojamento; (ii) restauração e bebidas; (iii) transporte de passageiros; (iv) operadores turísticos, agências de viagens e guias-intérpretes; (v) rent-a-car; (vi) serviços culturais; e (vii) serviços recreativos e outros de lazer, demarcando-se de abordagens passadas que privilegiavam informação relativa ao alojamento e aos transportes. A concretização desta abordagem, materializada na criação de um Barómetro Nacional do Turismo, permitiu avaliar as dimensões da oferta, da procura e os impactos resultantes desta interacção (ver Figura 3 e Quadro 1). Figura 3 – Estrutura do Barómetro Nacional do Turismo Análise Quantitativa

Análise Qualitativa Inquéritos Qualitativos

Oferta

Procura

1. Alojamento 2. Restauração e Bebidas

Indicadores de Sensibilidade

3. Transportes de Passageiros

Painel de Agentes do Sector do Turismo (Público e Privado)

4. Agências de Viagens e Guias Intérpretes 5. Aluguer de Transportes sem condutor 6. Serviços Culturais

Indicadores de Impacto

Painel de Peritos do Sector do Turismo

7. Serviços Recreativos e outros de Lazer Elemento Estático

Elemento Dinâmico

Elemento Consequente

Elemento de Interpretação e Verificação

Fonte: Costa, 2002

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Quadro 1 – Variáveis analisadas para concretizar os Indicadores de Sensibilidade e os Indicadores de Impacto Indicadores de Sensibilidade

Variáveis analisadas

Sazonalidade

Dormidas em todos os meios de alojamento

Motivações

Férias; Negócios; Outros

Férias dos Portugueses

Índice do gozo de férias dos portugueses; Índice do gozo de férias dos portugueses fora da residência habitual

Dependência face aos cinco principais mercados emissores

Dormidas em todos os meios de alojamento

Quotas de mercado por NUTS II

Dormidas em todos os meios de alojamento

Entradas gerais de visitantes residentes no estrangeiro

Tempo médio de permanência Imagem de Portugal segundo os visitantes residentes no estrangeiro

Indicadores de Impacto

Variáveis analisadas

Índice de Preços no Turismo Pessoal ao Serviço

Receitas Totais/Médias

Preços médios

Gastos médios

Pessoal ao serviço em todos os subsectores do turismo Pessoal ao serviço em cada um dos subsectores do turismo Receitas em todos os subsectores do turismo Receitas em cada um dos subsectores do turismo Preços em todos os subsectores do turismo Preços em cada um dos subsectores do turismo Turistas Excursionistas

Despesa pública na área do turismo Investimento privado na área do turismo

Investimento privado em todos os subsectores do turismo Investimento privado em cada um dos subsectores do turismo Fonte: Adaptado de Costa, 2002

Tendo em vista objectivos de natureza regional, os Observatórios da Côte d’Azur e de Rimini produzem informação de gestão para o sector do turismo, cujo nível de aplicação se destina a unidades territoriais locais municipais (“comunas”). O sucesso destes observatórios e a evolução do trabalho que tem sido desenvolvido confirmam a importância da gestão do sector do turismo a nível regional, tendo em vista os seus impactes locais, permitindo perceber as particularidades e o desempenho das actividades turísticas dentro dos mesmos. Além dos indicadores habituais relativos à oferta turística (capacidade de alojamento, taxas de ocupação), e à procura (hóspedes, dormidas, mercados de origem, sazonalidade) dos meios de alojamento, são considerados ainda alguns segmento de mercado e de produto específicos, tais como o MICE/Turismo de Negócios, mercado residencial, desportos de inverno, visitas a familiares e amigos, bem como a outras actividades características do sector e frequentemente negligenciadas pelos organismos oficiais de produção

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estatística: serviços culturais e recreativos, transportes de passageiros, restauração e agências de viagens.

A realização de estudos qualitativos detém, para estes organismos, uma importância particular, sendo realizados com frequência. Estes permitem documentar o perfil e motivações dos visitantes e a sua percepção relativamente à qualidade dos serviços prestados. Note-se que a realização de estudos de natureza qualitativa tem vindo a ser referida como uma das principais necessidades de informação sentidas pelos principais agentes do sector.

Reconhecendo a importância do turismo, na dimensão que se relaciona com o seu impacte económico na região e para as comunidades locais, são ainda apurados indicadores de natureza económica: preços, mercado de trabalho, receitas do sector, despesas dos visitantes, situação também prevista pelo Observatório Nacional do Turismo ao nível da análise dos indicadores de impacto.

É de referir que os objectivos que regulam o funcionamento destas estruturas se relacionam intimamente com as lacunas observadas ao nível da produção estatística nos respectivos destinos. É essencial que a informação produzida aconteça em tempo útil, permitindo que os gestores possam ser mais proactivos do que reactivos e, quando tal aconteça, que lhes permita a implementação de respostas informadas e adequadas aos problemas e situações. É ainda fundamental a existência de programas de avaliação que transformem ‘simples’ dados estatísticos em importante e útil informação de gestão, fornecendo um input significativo para a concepção da política e estratégia regional do turismo.

Contudo, a informação existente ignora, frequentemente, as necessidades específicas dos gestores das empresas e dos destinos, ou, então, encontra-se inacessível. Alguns autores identificaram o papel que a informação desempenha no âmbito da gestão e do aumento da competitividade dos destinos turísticos e especificaram os tipos de informação a recolher, produzir e disseminar de forma a melhorar a oferta de informação à gestão do sector e a maximar a sua utilização enquanto elemento central da concepção da política, estratégia e dos processos de gestão dos destinos turísticos.

Ritchie e Crouch (2003) defendem a integração da componente de produção de informação e pesquisa na Gestão do Destino Turístico (DMO’s), visando a utilização efectiva de sistemas que forneçam aos gestores informação orientada à compreensão das necessidades dos visitantes e ao 12

(consequente) desenvolvimento de novos produtos (Figura 4). Esta dimensão envolve ainda a monitorização da satisfação dos visitantes e do desempenho global da indústria do turismo, devendo ser complementada com estudos e projectos que produzam informação especializada no âmbito da tomada de decisões específicas. As DMO’s devem ainda assumir a responsabilidade de disseminar e facilitar o acesso à informação produzida. Existem dois fluxos diferenciados ao nível da informação e pesquisa que devem ser gerados e geridos: Fluxos de Entrada e Fluxos de Saída. Os primeiros relacionam-se com a informação fornecida às DMO’s, posteriormente transformada em informação de gestão, para que estas possam funcionar de forma mais competitiva e sustentável e enquadramse em duas categorias distintas: monitorização (informação recolhida numa base contínua) e pesquisa (informação recolhida periodicamente em função das necessidades que surgem). Os fluxos de saída assentam em informação a ser fornecida aos stakeholders do sector do turismo. Figura 4 – Gestão do processo de informação e pesquisa pelas Destination Management Organizations (DMO’s)

Fonte: Ritchie e Crouch, 2003:209

Na sequência da constatação da importância da informação no processo de gestão e da competitividade dos destinos turísticos, Heath (2005) sugere um sistema de gestão de conhecimento

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e informação (TourGate Knowledge Management System) com base nas necessidades identificadas ao nível dos stakeholders e que configura a estrutura geral esquematizada na Figura 5.

Figura 5 –Estrutura base do Tourgate Knowledge Management System

Informação sobre recursos Informação macroeconómica Acessos a planos estratégicos nacionais, regionais, locais Informação sobre nichos de mercado e segmentos com interesses especiais

Oportunidades de investimento empresarial

Informação sobre mercados

TourGate Knowledge System (Maioritariamente electrónico, mas também em suporte papel) Acedido via: Internet E-mail Telefone Fax Directo

Acesso a oportunidades de formação

Informação sobre concorrentes Acesso a casos de estudo de “boas práticas”

Acesso a recursos financeiros

Acesso a bases de dados de turismo

Acesso a estudos de viabilidade, planos de marketing, legislação

Fonte: Adaptado de Heath, 2005:22

Outros autores destacam, ainda, a importância da informação no contexto do conhecimento da realidade e das dinâmicas dos destinos turísticos. Inskeep (1991) enquadra a importância da informação no contexto do seu modelo orientador do processo de planeamento turístico. O autor propõe uma fase inteiramente dedicada à pesquisa de informação sobre o fenómeno turístico, que constituirá uma base importante de todo o processo que se virá a desenvolver. Sem a recolha de informação apropriada, o processo de planeamento do turismo em determinada região, esteja esta já turisticamente desenvolvida ou não, poderá ser posto em causa, uma vez que não existirão dados que fundamentem as medidas e acções a serem propostas.

Qualquer processo de gestão ou planeamento de um determinado destino turístico deverá basear-se num sistema contínuo de recolha, tratamento e análise de um leque de informação variada sobre o fenómeno turístico, seja esta qualitativa ou quantitativa, integrando um sistema de informação global que constitua a base para a tomada de decisão relativos às empresas ou aos destinos turísticos.

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4.1 A necessidade de informação de gestão ao nível local

A reacção dos governos dos diferentes países à evolução do turismo caracterizou-se pelo facto de estes se dotarem com estruturas organizacionais e administrativas vocacionadas essencialmente para a atracção de um cada vez maior número de visitantes, sem denotarem grandes preocupações com o impacte económico, sócio-cultural e ambiental criado ao nível dos destinos turísticos. De facto, os impactes da actividade turística manifestam-se essencialmente ao nível regional/local (Costa, 1998, 2004; WTO, 2005) sendo, assim, perceptível a importância da existência de organizações de gestão de destinos (ver secção 3) regionais e cuja actuação assente na monitorização do sector do turismo a este nível de desagregação geográfica, como base para a formulação de políticas, para apoio à gestão da área-destino e das empresas que nela se localizam e para o desenho de um processo de planeamento que se deve assumir como rigoroso e baseado em informação consistente e adequada.

Frequentemente, a informação estatística disponível em Portugal não permite que se conheça, com rigor, a dimensão dos impactes gerados pelo turismo. O conhecimento do sector baseia-se em indicadores macro, faltando informação relativa ao seu comportamento numa óptica local e regional (Costa, 2004). A maioria das regiões integra diversos centros de actividade turística e muitas delas registam pouca ou nenhuma homogeneidade em termos de mercados, produtos ou desenvolvimento da área-destino. A informação de nível regional reveste-se de uma importância fundamental para a administração do sector a nível nacional, mas não no que concerne à sua gestão em termos regionais, locais ou de empresas individuais (Carson et al., 2007).

Os destinos turísticos de base local devem assumir um papel relevante na gestão do turismo, nomeadamente através de estruturas em rede, desenvolvidas em torno de alguns aspectos relevantes, tais como, a criação de uma nova política para o sector, gerindo e planeando o seu desenvolvimento através da inventariação da oferta, da definição de capacidades e limites de utilização, da análise das motivações da procura e da definição de produtos que estejam em sintonia com a oferta e objectivos de desenvolvimento local. Por outro lado, se os impactes do turismo se traduzem a nível regional/local, a gestão dos recursos, equipamentos e infra-estruturas deverá ser realizada a este nível. Para tal, é fundamental a recolha e produção de informação estatística de base e de informação de apoio aos investidores (Costa, 2004). A existência de processos de recolha e disseminação de informação a nível local permitem ainda a percepção das diferenças de fluxos de visitantes e da performance do sector do turismo dentro de uma região, pelo que possui uma 15

importância superior para a gestão do turismo a nível regional, local e empresarial, face a informação de natureza macro-económica (Carson et al., 2007). Desta forma, a implementação de organismos de recolha e produção de informação, como são os Observatórios do Turismo, revestem-se de grande importância, especialmente no que se relaciona com questões relativas à economia do sector (ver secção 3) e à necessária reformulação das ferramentas de gestão das empresas e negócios em resultado das novas dinâmicas que afectam o turismo (ver secção 2).

A crescente importância que o turismo tem vindo a desempenhar ao nível local, bem como a maior intervenção dos munípios no planeamento e gestão do sector do turismo, resultantes das novas tendências emergentes no sector, tornam inevitável a existência de processos de recolha e disseminação de informação sobre o sector do turismo a nível local, que permita a gestão, planeamento e formulação de políticas adequadas à realidade e aos desenvolvimentos observados. Neste âmbito, os Observatórios do Turismo desempenham um papel fundamental, posicionando-se como ferramentas de apoio à gestão e à competividade dos destinos. Torna-se, contudo, essencial compreender as necessidades de informação dos principais agentes do turismo, de forma a adequar o funcionamento do Observatórios à realidade regional.

Neste âmbito, foi desenvolvido um estudo que incidiu sobre a região de Aveiro, tendo sido inquiridos os membros da Comissão Regional de Turismo da Rota da Luz. Este estudo partiu do pressuposto que, para se desenvolver e implementar um Observatório do Turismo de base regional, seria fundamental conhecer, em primeiro lugar, os principais hábitos de consulta e utilização de estatísticas do turismo, nomeadamente em termos da sua periodicidade, desagregação territorial da informação, e principais subsectores, indicadores e variáveis mais consultadas. O segundo objectivo passou por caracterizar a eficácia do actual sistema de produção de estatísticas do turismo, identificando os factores que podem ser melhorados. Em terceiro lugar, e com uma dimensão fundamental para o estudo, foram identificadas as principais necessidades de informação dos actores do turismo da região. Finalmente, entendeu-se essencial compreender de que forma de deveria estruturar um Observatório do Turismo de nível regional/local. Para tal, avaliou-se esta questão em termos de três vertentes fundamentais: (i) vertente formal – estrutura e organização; (ii) vertente política – orientação estratégica e objectivos; e (iii) vertente técnica – áreas técnicas de intervenção (Brandão, 2007).

16

4.1.1 Caracterização da Utilização Actual de Informação Estatística Tal como foi referido anteriormente, um dos objectivos iniciais incluía a identificação dos hábitos actuais de utilização de informação estatística do sector do turismo. Verificou-se que 35,3% dos inquiridos consulta informação regularmente (numa base mensal ou semanal) e a maioria das consultas efectuadas são de informação desagregada ao nível da Região de Turismo (82,4%) e do Concelho (64,7%), tendo as opções NUT I, II e III obtido taxas de resposta significativamente mais reduzidas. Note-se que os elementos inquiridos são os principais agentes do sector do turismo na região e a expressividade da taxa de respostas positivas a estes itens (região de turismo e concelho) vem confirmar a necessidade de existência de indicadores de gestão rigorosos, coerentes e pertinentes, que possam apoiar a formulação de políticas e estratégias e o processo de tomada de decisão.

No sentido de avaliar em que áreas incide a consulta de estatísticas do turismo, recorreu-se à metodologia proposta pela Conta Satélite do Turismo, que delimita o sector através das actividades consideradas características: serviços de alojamento, restauração e bebidas, transportes de passageiros, agências de viagem, operadores turísticos e guias-intérpretes, serviços culturais, serviços recretivos e outros de lazer (WTO et al., 2001). As principais conclusões e implicações para estruturação e funcionamento do Observatório do Turismo são apresentadas na Figura 6: Figura 6 - Caracterização da utilização actual de estatísticas do turismo A maior parte dos inquiridos (35,3%)

O Observatório deverá produzir informação numa base mensal,

consulta informação regularmente

elaborar um relatório anual, bem como estudos pontuais no âmbito de

(mensal/semanal)

necessidades específicas.

O nível territorial que mais figura nas estatísticas consultadas é a Região de

A produção de informação pelo ORT deve centrar-se nestas

Turismo (82,4%) e o Concelho

dimensões, não invalidando a produção num âmbito mais vasto.

(64,7%). Os subsectores do alojamento,

O ORT deverá preocupar-se em produzir informação que permita

serviços culturais, recreativos e de

avaliar

lazer são os mais consultados.

características definidas pela OMT.

sector

de

forma

holística,

através

das

actividades

No sentido de se avaliar em que áreas incide a consulta de estatísticas do turismo, recorreu-se à metodologia proposta pela Conta Satélite do Turismo, que delimita o sector através dos serviços de alojamento, restauração e bebidas, transportes de passageiros, agências de viagem, operadores turísticos e guias-intérpretes, serviços culturais, serviços recretivos e outros de lazer (WTO et al., 17

2001). Verificou-se que os dados relativos ao subsector do Alojamento se posicionam como sendo os mais consultados (88,2%). Seguem-se os serviços culturais e dos recreativos com, respectivamente, 64,7% e 61,8%. Os subsectores Restauração e Bebidas, Transportes, Agências de Viagens, Operadores de Serviços e Guias-Intérpretes e Rent-a-car surgem como os menos consultados, o que resultará do facto de os dados estatísticos correspondentes serem praticamente inexistentes ou não disponíveis (ver Figura 7).

Figura 7 – Consulta de Estatísticas do Turismo por Subsectores (%)

61,8%

Serviços Recreativos e de Lazer

64,7%

Serviços Culturais Rent-a-Car AV's, OT's e Guias Transportes Restauração

5,9% 20,6% 29,4% 38,2%

Alojamento

88,2%

No que concerne aos indicadores e variáveis estatísticas habitualmente mais consultadas, destacamse os relacionados com a oferta de serviços culturais dos concelhos, com 55,9% de respostas, enquanto que ao nível da desagregação para a Região de Turismo, esta informação adquire uma representatividade bastante inferior. De facto, a tutela das Câmaras Municipais sobre grande parte destes equipamentos leva a que exista uma maior monitorização dos mesmos a nível concelhio. Por outro lado, o acesso a dados sobre a procura dos serviços culturais a nível local regista valores inferiores (41,2%), o que poderá resultar da falta de metodologias de recolha e tratamento dos dados respectivos.

A consulta de estatísticas relativas aos Hóspedes e Dormidas nos meios de alojamento assume também valores representativos, especialmente ao nível da Região de Turismo (52,9% e 58,8%, respectivamente), sendo que, para os concelhos, os valores observados são ligeiramente mais baixos (50% para os Hóspedes e 47,1% para as Dormidas). Do total de inquiridos, 52,9% consulta estatísticas relativas à capacidade de alojamento (traduzida pelo número de estabelecimentos, quartos e camas) dos concelhos, valor que se reduz para 44,1% ao nível da Região de Turismo.

18

Globalmente, exceptuando os indicadores relativos aos hóspedes e dormidas, é mais elevada a consulta de informação relativa à oferta do que à procura turística, consequência da concentração das operações estatísticas nesta área. Segundo o INE, 73,3% das operações estatísticas do turismo incidem sobre a oferta do sector e incidem essencialmente no alojamento (50% do total) (INE, 2002).

É de salientar que os hábitos de consulta manifestados neste contexto não correspondem às necessidades de informação que são percepcionadas pelos inquiridos. De facto, verifica-se que, frequentemente, as variáveis e indicadores mais consultados não correspondem aos considerados como sendo mais importantes para a gestão do destino e das empresas nela localizadas (ver Quadro 2). Tal acontece porque a informação necessária não existe ou os indivíduos desconhecem a sua produção, não tendo acesso à mesma.

4.1.2 Percepções relativamente à eficácia da produção de estatísticas do turismo

No que se relaciona com a percepção relativamente à eficácia da actual produção e disseminação de estatísticas do turismo, na óptica da gestão e competitividade do destino e das empresas nele localizadas, verifica-se que 82,4% dos inquiridos não consideram que os processos de recolha e as operações que deles resultam sejam eficazes, essencialmente devido aos seguintes factores: (i) a informação é insuficiente; (ii) existe quebra nas séries temporais; (iii) a informação não se encontra devidamente disponibilizada; (iv) as metodologias utilizadas não são fiáveis; (v) os dados encontramse desactualizados; (vi) os dados recolhidos não prestam informação sobre o desenvolvimento de novos produtos/novos mercados; (vii) a informação recolhida não permite ter uma visão prospectiva sobre a evolução e futuro do sector. De acordo com os os recentes modelos de gestão dos destinos turísticos (ver secção 4), é fundamental a existência de informação que apoie a tomada de decisões de política e estratégia rigorosas, informadas e proactivas.

Assim sendo, a informação recolhida permite concluir que os actuais domínios de intervenção e tarefas desempenhadas pelo ORT deverão, num futuro próximo, adequar-se às necessidades e expectativas dos actores locais do turismo, permitindo ultrapassar as lacunas identificadas e que constituem fortes obstáculos à utilização de dados estatísticos como informação de gestão, com claras consequências ao nível da implementação dos recentes modelos de gestão dos destinos, uma vez que estes prevêem o recurso a informação na delineação das políticas e estratégias adequadas à realidade e como resposta aos novos desafios que se colocam à competitividade do sector (ver secção 4). 19

4.1.3 Identificação das principais necessidades de informação

Após a caracterização dos hábitos de utilização de estatísticas do turismo por parte dos inquiridos e a identificação das principais lacunas, é fundamental avaliar-se as necessidades de informação dos mesmos. Um Observatório Regional do Turismo deve ter como um dos seus principais objectivos a sua proximidade aos destinatários da informação, uma vez que se pretende que este se posicione como um instrumento de apoio aos processos de gestão e planeamento do destino turístico e das empresas e que melhore os seus níveis competitividade. Desta forma, é fundamental que as novas operações estatísticas sejam coerentes com as principais necessidades de informação dos actores locais do turismo. Note-se que, no âmbito do estudo realizado, 97% dos inquiridos consideraram que a criação de um Observatório do Turismo desta natureza seria muito importante ou importante.

Neste contexto, revelou-se essencial explorar a relação quantitativa entre as variáveis e indicadores considerados prioritários para a gestão do destino e das empresas turísticas e a consulta habitual dos mesmos em termos da desagregação ao nível da Região de Turismo e do Concelho. Para isso, cruzaram-se as respostas aferidas para as variáveis e indicadores que obtiveram as ocorrências mais elevadas, uma vez que estes lideram as necessidades observadas (ver Quadro 2).

A percentagem de indivíduos que não consultam habitualmente os indicadores e variáveis considerados mais necessários é bastante elevada na maior parte dos itens em análise, destacandose aqueles de natureza mais qualitativa, tais como a imagem que os turistas têm da região, o seu perfil, motivações ou satisfação (a taxa de indivíduos que considera os indicadores necessários mas não os consulta excede os 90%). De facto, há uma grande carência de estudos desta natureza aplicados à região, especialmente se considerarmos a importância atribuída actualmente a este tipo de questões, fundamentais para se adequar a oferta à procura existente e potencial. As novas dinâmicas do sector do turismo, tais como a alteração das tendências demográficas e dos padrões de consumo, resultantes das novas motivações manifestadas por um novo turista mais exigente e mais informado (ver secção 2), são questões às quais os actores do sector do turismo se mostram sensíveis, pelo que consideram que a existência de estudos qualitativos é de extrema importância para uma correcta e adequada gestão do destino turístico. Esta situação vem de encontro ao sentimento de ineficácia das actuais estatísticas do turismo referidas pelos inquiridos, que reivindicam a necessidade de estudos de ordem mais qualitativa, bem como às necessidades de informação identificadas pelo INE (2003).

20

Quadro 2 – Relação entre as variáveis e indicadores estatísticos considerados mais necessários para a gestão dos destinos e a consulta habitual dos mesmos

Indicador/ Variável

Indivíduos que consideram o indicador/variável necessário (%)

Indivíduos que consideram o indicador/variável necessário, mas que não o consultam habitualmente (%) Região de Turismo

Concelho

Motivações dos turistas

97,1%

93,9%

93,9%

Informação relativa a produtos turísticos específicos

97,1%

93,9%

87,9%

Hóspedes

94,1%

46,9%

46,9%

Dormidas

94,1%

40,6%

59,4%

Sazonalidade da procura turística

94,1%

71,9%

65,6%

Satisfação dos turistas

94,1%

96,9%

93,8%

Perfil dos turistas

94,1%

96,9%

90,6%

Informação relativa à importância económica do turismo

94,1%

93,8%

93,8%

Taxa de ocupação dos meios de alojamento

91,2%

51,6%

48,4%

Imagem da Região segundo os visitantes residentes no estrangeiro

91,2%

90,3%

90,3%

Nacionalidade dos turistas/ Quota de mercado

88,2%

56,7%

66,7%

Procura de serviços culturais

88,2%

83,3%

56,7%

Ainda significativamente elevada (superior a 90%) é a taxa de indivíduos que não consulta informação sobre a importância económica do turismo bem como a que diz respeito a produtos turísticos específicos. De facto, a quase total ausência de estudos desta natureza é igualmente reconhecida pelo INE (2002) no contexto do diagnóstico realizado à produção de estatísticas do turismo em Portugal. A necessidade de criação de produtos turísticos diferenciados como resposta aos recentes desafios do sector do turismo e à elevada competitividade que se tem vindo a sentir, conforme referido na secção 2, torna imperativo a realização de estudos rigorosos que avaliem as motivações dos consumidores e as realidades regionais, no sentido de se desenvolverem produtos turísticos diferenciados e competitivos.

Os serviços culturais, recreativos e outros de lazer assumem também uma importância significativa para os inquiridos, bem como as variáveis e indicadores relacionados com os hóspedes, dormidas e taxa de ocupação registados nos meios de alojamento e com a sazonalidade da procura turística. A grande maioria dos inquiridos atribuiu uma importância significativa às actividades culturais, recreativas e de lazer, o que demonstra a sua sensibilidade à questão de que a indústria do lazer será uma componente central para a atractividade, diferenciação e sucesso dos destinos turísticos (ver secção 3). 21

No que se relaciona com a importância atribuída pelos inquiridos à produção de estatísticas por subsectores do turismo, o Alojamento surge em primeiro lugar, com uma média de 4,79 (entre 1 e 5). A produção de estatísticas ao nível dos serviços culturais (4,44) e das agências de viagens, operadores turísticos e guias intérpretes (4,24) obtém também valores significativos no contexto das necessidades de informação estatística. Os restantes subsectores, apesar de apresentarem valores mais reduzidos, possuem uma média superior a 3. A menos significativa pertence aos serviços de aluguer de transporte sem condutor (3,24).

Figura 8 – Grau de importância atribuído à produção de estatísticas por subsector do turismo

4,79

Alojamento 3,82

Restauração

3,97

Transportes

4,24

AV's, OT's e Guias Rent-a-Car

3,24 4,44

Serviços Culturais Serviços Recreativos e de Lazer

3,38

4.1.4 Estruturação e Modelação do Observatório Regional do Turismo

A conceptualização do modelo para o Observatório do Turismo desenvolveu-se, conforme referido, em torno de três vertentes: formal, política e técnica. No que se relaciona com a vertente formal, o objectivo fundamental foi perceber quais as opiniões dos inquiridos relativamente às entidades que devem integrar a estrutura do Observatório. As que recolheram maior número de respostas positivas foram as Instituições de ensino superior/unidades investigação e a Região de Turismo (ambas com 100%), Câmaras Municipais e associações empresariais regionais do sector (registando 97,1% cada), o Turismo de Portugal (91,2%) e a gestão dos museus ou de outras atracções culturais (91,2%). O Instituto Nacional de Estatística obteve 88,2% de respostas, o que vem, apesar da ineficácia da produção de estatísticas do turismo reconhecida pela maioria dos inquiridos, confirmar a sua importância neste contexto, quanto mais não seja ao nível da cooperação técnica, conforme verificado ao nível de observatórios do turismo de referência, tal como o Observatório do Turismo de Rimini (Itália), ou para obtenção de informação secundária, como observado para o extinto Observatório Nacional do Turismo (ver secção 4).

22

A elevada ocorrência de respostas ao nível dos itens unidades de investigação, instituições de ensino superior e Câmaras Municipais vai de encontro ao observado na estrutura formal do Observatório Nacional do Turismo, cuja interacção com estas entidades desempenhava um papel central no seu funcionamento. Quanto à articulação com o governo central que, no âmbito do ONT, se efectuava através do Ministério da Economia/Secretaria de Estado do Turismo, esta deverá acontecer, segundo 91,2% dos inquiridos, através do Turismo de Portugal, comparativamente com 44,1% que seleccionaram a opção da Secretaria de Estado do Turismo. A importância atribuída pelos inquiridos à participação activa dos municípios e das instituições de ensino superior é também comum à estrutura observada para o Observatório do Turismo de Rimini, sendo a ligação ao poder local de tal forma importante que surge como um dos objectivos estratégicos deste organismo.

À semelhança daquela que se entende ser a estrutura adequada ao funcionamento das DMO’s, também um Observatório do Turismo deve representar os diversos stakeholders do sector (através da integração de organismos públicos, privados e comunidade), nomeadamente para a concepção da sua política de actuação, de forma a que os outputs deste organismo sustentem a tomada de decisão no âmbito dos interesses e objectivos comuns a todos eles. Mais ainda, é fundamental garantir a participação de todos os interessados, no sentido de garantir uma rigorosa ‘alimentação’ das bases de dados, bem como a transferência do conhecimento produzido para que este possa servir de base para a implementação das soluções diferenciadas para os problemas, o que se espera de uma DMO (ver secção 3).

Quanto à vertente política, foi apresentada uma listagem com um conjunto de potenciais objectivos estratégicos que um observatório do turismo pode assumir. Aqueles que registaram médias mais elevadas ao nível das respostas foram: 

Disponibilização regular de informação estatística;



Acompanhamento das tendências do sector;



Possuir uma base de dados em actualização constante;



Garantir a fiabilidade, coerância e pertinência da informação;



Facilitar o acesso à informação produzida.

Não é suficiente a produção de variáveis estatísticas que apenas indicam o estado da actividade ao nível da oferta e da procura turística, é necessária a disponibilização de indicadores que permitam uma gestão efectiva do sector ao informarem sobre as consequências do desenvolvimento da

23

actividade turística, conforme a estrutura delineada para o Barómetro Nacional do Turismo (ver secção 4, Figura 3).

A análise das áreas técnicas de intervenção relaciona-se com o apuramento das atitudes e opiniões dos inquiridos face aos domínios de intervenção mais prioritários e à área geográfica de intervenção. O domínio considerado mais prioritário, é o relacionado com a criação de indicadores de gestão e barómetros que meçam a evolução do turismo. Esta observação remete-nos directamente para a necessidade e sensibilidade dos actores do turismo da região de Aveiro face à existência de mecanismos e processos de monitorização e avaliação do sector do turismo, que possam funcionar como meios de apoio à gestão e à tomada de decisão. O Observatório Nacional do Turismo, através da criação do Barómetro Nacional do Turismo e da delineação da sua estrutura em termos dos indicadores e variáveis a produzir (ver secção 4, Figura 3), apresenta uma das soluções possíveis à concretização deste domínio de intervenção. A produção e difusão de informação estatística do turismo e a realização de estudos apresentam-se como os dois domínios seguintes em termos de prioridade, confirmando-se, assim a já referida necessidade de estudos relevantes, mais específicos, adaptados à realidade regional e de ordem mais qualitativa, especialmente no que se relaciona com a caracterização da procura turística actual e potencial.

No que concerne à área territorial de intervenção, o estudo realizado permite concluir sobre a importância da monitorização da actividade turística não apenas no território da Região de Turismo da Rota da Luz, mas numa região alargada àquele que é considerado o seu Território Pertinente a Norte (que se estende até à Grande Área Metropolitana do Porto) e a Sul (incluindo a região da Bairrada, Anadia, Mira e Luso). Esta situação remete-nos para a importância da monitorização da actividade turística não apenas no território correspondente à Região de Turismo da Rota da Luz, mas numa região de influência mais alargada, onde se identificam claras sinergias em termos de produtos turísticos oferecidos e de fluxos de visitantes, não se esgotando nos limites administrativos existentes. Conforme defendido por Buhalis (2000), os destinos turísticos podem constituir conceitos perceptuais interpretados de forma subjectiva pelos turistas, não estando obrigatoriamente relacionados com as fronteiras administrativas. Como tal, há que considerar o território numa óptica espaço-produto, de forma a conceber produtos válidos e adequadamente estruturados (Costa, 2001b). Assim, facilmente se entende que a monitorização do sector deva acontecer segundo estes paradigmas, considerando as dinâmicas existentes entre a Região de Turismo e o território envolvente que manifeste complementaridade a nível dos produtos oferecidos e de fluxos turísticos. Conforme referido por um dos inquiridos no âmbito desta investigação, o Observatório a criar “deve ser temático e não meramente geográfico”. 24

5. Conclusão As novas dinâmicas e tendências ao nível dos padrões actuais de consumo, das novas tecnologias aplicadas ao sector, da globalização e liberalização dos mercados e os recentes desenvolvimentos ao nível da base económica do sector do turismo conduziram ao inevitátel aumento da competitividade entre os destinos turísticos. Esta condição implica que, para que os destinos se mantenham competitivos, necessitem de introduzir inovação e diferenciação nos territórios, bem como melhorem os níves de conhecimento e monitorização do sector do turismo. Para tal, é fundamental que existam sistemas de recolha, processamento e disseminação de informação de apoio à gestão e tomada de decisão.

Estes sistemas, frequentemente materializados em Observatórios do Turismo, apoiam, efectivamente, as actividades de planeamento e gestão estratégicos, não apenas das empresas turísticas, mas também, e essencialmente, das recentes estruturas de gestão de destinos turísticos que têm vindo a emergir, as DMO’s, ou Destination Management Organisations. De facto, as DMO’s, consubstanciadas em formas de gestão participada e networks, conjugam os esforços de todos os stakeholders do sector e trabalham para atingir objectivos comuns, visando sempre a sustentabilidade do desenvolvimento do turismo na região. É, neste contexto, essencial a existência de informação de gestão que suporte decisões rigorosas e informadas, condição que garante o maior sucesso da actuação destas organizações.

De facto, quando inquiridos relativamente à importância da criação de um Observatório Regional de Turismo, os membros da Comissão Regional de Turismo da Rota da Luz consideraram, na sua maioria, como “muito importante”. A actual produção de estatísticas e informação de gestão sobre o sector do turismo apresenta lacunas significativas. Factores como a insuficiência da informação produzida, a quebra de séries temporais, a disponibilização adequada da informação, a actualização dos dados e a fiabilidade das metodologias utilizadas foram apontados como as principais defiências observadas. Por outro lado, a informação existente não satisfaz plenamente as necessidades dos seus utilizadores. De acordo com o mesmo estudo, existe uma grande carência de informação de natureza regional/ local, ao nível de variáveis e indicadores qualitativos (tais como a imagem da região, o perfil, motivações ou satisfação dos turistas), bem como estudos ao nível de produtos turísticos específicos, sobre a importância económica do sector do turismo, informação relativa aos subsectores do turismo usualmente menos abordados (serviços culturais, recreativos e de lazer, agências de viagens, operadores turísticos e serviços de guias-intérpretes e restaruração), para além dos mais tradicionais, relacionados com o alojamento. Finalmente, confirma-se a importância do 25

âmbito territorial de intervenção a nível regional/ local, abordando não as delimitações geográficas resultantes de divisões administrativas instituídas, mas sim analisando o território turístico em função das dinâmicas e sinergias em termos de produtos turísticos e fluxos de visitantes.

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