BRASIL NOS BRICS: capítulo 5 - ENERGIA NUCLEAR NOS BRICS

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"Os pa.íses do BRTCS devem ser itbertos e incJus:ivos, realízando ativamente diálogos e intercâmbios com outros países e organizações internacionais, aumentando a representatividade e a inf1uência do grupo."

Xi Jinping "Cada um dos nossos países tem sua própria via de desenvolvimento, seu próprio modelo de oresoimento econômico, história e cultura Ticas. E é nesta diversidade, na convergência de diie:rentes tradições, que está (G\ força dos BRICS.J-' Wladmir Putin "Acredito que alcançamos hoje um.nivel no .qual devemos ter ainda mais ambição. Devemos nos concentrar etn.out.ros mecanismos mais tangíveis, fazendo que com que BRICS .seja uma plataforma de impacto. Temos de conceber o :futuro não só de nossos países, mas também do mundo como um todo." /

.

Narendra Moch ,/

PATROCfN IO

FEDERAÇÃO DE CÃMARAS DE COMÉRC IO E INDÚSTRIA DA AMÉR ICA DO SUL

REAliZAÇÃO GOVERNO

FEDERAL

'

r

SUMÁRIO . ........ 7

APRESENTAÇÃO . t.

O IMPACTO DO BRICS SOBRE A POLÍTICA INTERNACIONAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 WILUAJ.\IlS GONÇALVES

2.

ENERGIA E O BRICS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 DARC COSTA

3.

BRICS: UM NOVO FUNDO MONETÁRIO E UM NOVO BANCO DE DESENVOLVIMENTO . . . . . . 33 PAULO NOCUEIRA BATISTAJR.

4.

O BRASIL E OS BRlCS .

. . . . . . . . . . . . . . . . . 39

CARLOS LESSA

5.

ENER lA NU LEAR NOS BRlCS . . . . . . . . . . . . . . . 50 CARLOS FEU ALVIt--l E LEONMI DOS SANTOS GUIMARÃES

6.

O lMAGlNÁRIO NO BRAS[L E BRlCS . . . . . . . . . . . . 83 t--tARIA HERNANDEZ

7.

BRICS E A NOVA ORDEM MUNDIAL MULTIPOLAR . . . . 106 SEVERINO CABRAL

8.

BRIC{S): DE ACRÔNIMO A RFAUDADE? . . . . . . . . . . 115 CAIU OS i\. PRIMO BRAGA

9.

O PATRIMÔNIO, NOVO INDICADOR D E RIQUEZA PARA O BRICS . . . .

. . . . . . . . . .. 128

.J OS(: CA RLOS ALBANO DO AM ARANTE

1O. CIÊN CIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NA COOPERAÇÃO ENTRE OS BRICS UM NOVO PARADIGMA . . . . . .. .. . . . . . . . .. . 141 .J ONAT HAN TENN ENBAUM

-

APRESENTAÇAO

11. A COOPERA ÇÃO EM SAÚDE NO BRICS: UMA PERSPECTIVA ECONÔMICA E POLÍTICA BRASILEIRA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165 lti\PI lAEI. !'ADULA

12 . BRJCS, MER COSUL E BRASIL . . . . . . . . . . . . . . . . . L84 SAMUEJ. PI NI IEIIW C UIM/\ IZÃES

AUTORES. . . . . . . . . . .

. 200

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

. 205

VII CÚPULA DO BRICS- DECLARAÇÃO DE UFÁ.

. 21 7

UFÁ, RÚSS IA, 9 DE .JULH O DE 201 5

TA BELAS . . . . .

o

••••••



••

o







o





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o

•••

24 7

Esre livro é o resulrado d:1 busca que realizamm de visões diwrs:1s subrl' :1 p arricipa~,·;Io du nosso pa1s nu bloco du · paí ·es quL· constituem o BRtl'S. Par:1 r:uuo, reuni mDs di versos renomados peusadore que vivem:i.1m :.1 disn1ss;lu da insen,:;lo internaciona l do Brasil. A parrir de suas diferenres t:"-pt:r Ltnuas cu mo acadêmicos e operadores de política inrernacional, logr:.1mus formar um quadro de amplas dimensões sobre esse exrraordinário grupo de Estados. Nosso propósiro foi dar ao leiror uma presença multifaceracb dos diversos aspec tos desse novo processo geopolírico, que revelam duas caracrerísticas de ext rema re levância. Uma, es rabelecer por objerivo a criação de uma o rdem inrcrnac ional fundada na mul ripolaridade. Ourra, o lugar do Brasil como protago nista desse processo, ao lado da Rússia, da Índia, da China e da África do Sul. Te mos ta mbém a pre rensão de preencher um vazio exisreme ua discus s}o sobre as relações inrernacionais e sobre a inser~ão inrernacional do Brasil . Por meio dos diferenres enfoques e ponros de visra dos organizadores e dos a urores convidados, propomos aos nossos leirores ir a lém do senso comum e reflerir sobre os desafios e as oporruniclades que a presença do Br~1sil no BR!CS oft:rece para a estrururação de uma ordem inrern:1cional capaz de ger~1r sulid,Hiedncle enrre os povos. o~

,

org:llli zadort· s.

ENERGIA NUCLEAR

NOS BRICS CARlOS FEU AlVIM E lEONAM DOS SANTOS GUIMARÃES

RESUMO É inequívoca a importância estratégica de o Brasil se manter ativo na ex plora ção dos usos pacíficos da energia nuclear, expandindo seu domí11 io tecnol ógico c capacidade indu strial insta lada nos diversos setores associados , como produção de radioisótOpos para med icina e inciCi stria, prod ução de combustíve l nuclear, propul são nuclear nava l e ge ração elétrica nuclear. Para isso, a coo pe ração de ntro elos BRI CS desponta como uma excelenre oportunidade.

INTRODUÇÃO Um aspecto pouco di sc utido so bre os BRICS é o faro de todo s os c inco países ter uma indú str ia nuclear dese nvolvida . Esse aspectO comum é pouco explorado nas disc ussões sobre as re lações intemas e exremas do g rupo com 0 resto do mundo. , ~geração cl_é rri ca n uclea r faz parte da matri z energética de Bra s il, Rú ss ia, lnd 1a, Chma e Africa do Sul com difere ntes graus el e co ntribui ção. Somado, 0 parq.ue de geração nucl ear elo BRfCS monta a 86 us ina s em operação (2 no Brasil, 34 na RC1 ss ia, 27 na China, 2 1 na Índia e 2 na Áfr ica do Sul), o que rep resenta 20% elo parque mund ial. O gr upo também rem 40 usina s em construção (1 no Bras il, 24 na C hina, 6 na Índia e 9 na Rússia) , o que rep resenta 60% elas usina s a entrar em operação ao lon go des ra década . Em termo s de ge ração líquida , e m 2014 o Brasil produziu 15.385 GW.h de eletricidade nucl ea r (2,86% do tc>ta l de ge ra ção nacional ), a RC1 ss ia , 169.049 C W.h

50

( ll> ,57%), a Índia, 33 .232 GW.h (3,53%), a China, L30 .5 tl0 GW.h (2,39%) e a Africa do Sul , L4. 749 GW.h (6,20%) 1• O projeto c construção das usinas russas são roralmenre auréH.-rones. O parque nuclear chinês se iniciou também de forma autócrom', porém a J1ina passou a adorar na década de l990 a política de adquirir usinas de outros p<

~

-10% -15%

Note-se na Figura 8 que, à exceção el o Brasil, a relação energia/PIB (PPC) dos BRICS fica bem acim a da médi a mundia l. Para Rússia, Índia e China, essa relação é decrescente, mostrando uma evolução ela composição do PIB desses países na direção de ativid ades menos intensivas em energia, enquanto para África do Sul e Brasil ela tende a ser estável. A menor intensidade energética el a economia brasileira é, em princípio, uma vantagem compara tiva no caminho do desenvo lvimento elo país. Pod e ser, por outro lado, um s intoma da chamada desindustrialização prematura da economia.

' j,

BRASIL NOS BRl CS

Cham a a a tenção o q ue ocorre u com a R úss ia, o nde a recessão p ós-sov iética a umento u os gastos de energia po r produto, havend o um a rec uperação nos a nos seguin tes. Um a umento geral da ineficiência é esperado em perío dos recess ivos. A posição sing ula r do Brasil de aprese ntar uma eficiência energética superi or à dos países desenvolvid os é intrigante e co loca em cheque a bo rdagens co nservacionistas que costumam projetar uma redu ção significa ti va desse indi ca dor no fmur o. A Fig ura 9 co mpara o consumo ele energia brasileiro p or PIB (PPC) com o utros países e regiões ele referência, repetindo a comparação com a OECD, já indica da na figura anterior.

~EVO LU ÇÃO DO CO EF ICIEN TE ELETRICIDADE/PIS DOS SR ICS 27% OECD

55% _ BRlCS

COMPA RAÇÃO COM O UTROS PAÍSES OU REG IÕ ES DO COMPORTAMENTO DO CONSUMO DE ENERG IA/ PIS (PPC)

0,25

0,2

~ 0,15

22

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"" 2 V)

fr 0,1

Estados Unidos Mundo

OCDE União Europei a Brasi l

:,:

0,05

o 1990

1995

2000

2005

2010

Fome: B ~ n co Mundial

A intensid ade ele uso ela energia elétrica é também um indica dor importante para ava liar o mercado futuro ela energia nuclear. N a Figura 10, mostra-se a evolu ção elo consumo ele eletricicl acl e/PIB (PP C) para os cinco países e a O CDE.

A an álise da Figura 10 mostra q ue a razão eletricid ade/PIE tem a tend ência de se manter relativamente estável em cada país. A intensidade el e uso é significa tiva mente maior para a África do Sul el o que pa ra os outros países. Isso deve es tar correlacionado com a importância das ativid ades minerais naquele país. N ota-se aind a o efeito do período recessivo na Rú ssia pós -reformas, cujo auge corresponcle com o pico ele ineficiência . Brasil e Índia apresentam coeficientes muito baixos de utilização de energia elétrica por PIB rela ti va mente aos o utros BRI CS e à O CD E. Nos 21 anos a presentado s, a intensidade elo uso de eletricid ade do Brasil cresce u 12% e se aproxim a lentamente da intensidade de seu uso pela O CDE que, por sua vez, ca iu 9% no mesmo períod o. Também neste caso, as ind icações elo comportam ento histórico sã o ele que não se deve esperar mudanças dra máticas nesse coefi ciente, que provavelm ente crescerá nas próximas déca das , pelo ménos se aproximando el o valor atual da O CDE. A Ta bela 3 apresenta os valores econ ômicos e energéticos a qui discutidos. A Ta bela 4 mostra a participação de cada grupo nos itens da Ta bela 3. A O CDE é resp onsá vel por metade do PIB m undial e metade el o consumo ele eletricidade e 81 % da energia nuclear. Os BRICS representavam em 2011 28% do PIB (em PPC), 36,5% el a energia e só 12% el a energia nuclear para 44 % da pop ulação mundial. A participação na emissão el e C0 2 proveniente elo uso ela energia já é de 38%, superando a ela O CDE, qu e é ele 37% .

1-:Nic ltCI.~

GI\ASIL. NOS BIUCS

mDm PR IN CIPA IS VA RIÁVE IS ECONÔM ICAS E EN ERGÉTICAS PO R G RUPO DE PA ÍSES 2011 (COM EXqt:ÇÃO DE C02 201 0)

OCDE

45.246

5.305

10.205

2.087

12.592

1.249

BRICS

26. 018

4.620

6.913

322

12.916

3.071

Para o desenvo lvim ento da energia nuclear, todavia, é o aumento da elem anda ele energia elétri ca e da própria energia co mo um todo o fa tor ma is determina nte. Nesse pa rticular os BRICS são responsáveis, nos últimos dez anos, por 72% do crescimento da energia e 63% el o crescimentO do consumo de eletricidade . Es ta proporção é superior a sua participação no crescimento el o PIB (47%) e ela pop ulação m undial (34%). O dinamismo do crescimento econômico aliado ao maior conteú do energético justifica essa prepond erância no cresc ime n to da energ ia e el a eletricidade no m undo, que corresponde a cerca ele 2/3 do to tal.

OUTROS

22. 023

2.79 1

3.212

175

8.10 7

2.645

PAPEL DA EN ERGIA NUCLEAR NA GERAÇÃO

MUNDO

93.287

12.716

20 .330

2.584

33 .615

6.965

ELÉTRICA DOS BRICS

?-:~~·· ' . ·. ~~ -"""''&' ~1,

PARTICIPAÇÃO N O MUNDO

OCDE

49%

42%

50 %

81%

37%

18%

BRICS

28%

36%

34%

12%

38%

44%

OUTROS

24 %

22%

16%

7%

24%

38%

MUNDO

100%

100 %

100 %

100%

100 %

100%

À exceção da Rússia, as contribuições nucleares são pequenas nos dema is pa íses do gru po, porém encontra m-se em sign ificativo crescimento na Chi na e Ín dia, com mui tas novas usinas em construção e entrand o em operação. Em termos el e participação na energia n uclear, os BRICS têm aind a uma pa rticipação modesta ele 12% em 201 2 no consumo de energia e 15% na po tência in stalada. Em termos ele usinas em construção, n o enta nto, a p articip ação do s BRI CS a tinge 55% (o u 59%, se incluíd a Taiwan na China). A fo rte participação dos BRICS, em termos de potência das usinas em construção, é co mparada com a participação atu al ele potência ins talada, com o é mostrado na Figura 11. N o Brasil e África do Sul, o crescimento da participação nuclear deverá ser modera do e até decrescente, como ocorreu até o fin al da década de 2010.

~~ COMPA RAÇÃO DA PA RT ICIPAÇÃO DOS BRICS N A PO TÊN CI A INSTA LA D A E NA EM CONSTRU ÇÃO .

~mJ CRESCIME NTO EM 1O AN O S

27% Taiwan, China OCDE

7.148

31

1081

-192

-2 19

84

BRI CS

13.873

2039

3853

123

6070

264

OUTROS

8.632

768

11 80

16

2957

437

MUNDO

29 .653

2838

6113

-54

88 08

785

NU

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_ó!.,

1975

1980

1985

1995

1990

2000

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FONTES GERADORAS DE ELETR ICIDADE NA ÁFR ICA DO SU L

4.000

c

Carvão

80 %

1975

1980

1985

1990

1995

2000

2005

2010

1\RASIL. NOS BI\ICS

ENEI\C IA NUC LEAR NOS UIU(:S

100 %

I

90% c 80%

""...~ "~o

Carvão

70% 60%

~ 50%

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40 %

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30%

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O utros Renováveis

- 20% H id ro

10%

....···....····························· 0%~~ . •~>~.>~.·~--~~~·.~V>~~.v~~~.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ .•

1970

1975

198 0

1985

1990

1995

2000

2005

2010

EVOL UÇÃO DA TEC NOLOGIA E IN D ÚSTRiA N UCLEAR NA RÚSSiA E CHI NA Send o R úss ia e China os dois países dos BRICS qu e apresenta m o m a ior d esenvo lvimen to no setor da energia nuclear, analisaremos a evolução dessa indústri a nesses p aíses em m aior profundid ade. Abord arem os a seguir Índ ia e Áfri ca do Sul. O utro artigo a borda o Brasil em maior p rofund idade 16 ·

RÚSSIN 7 O desenvolvimen to da indústria nuclear russa es tá intimam ente liga do aos progressos em P& D e desco bertas neste campo. A energia nuclear russa inicio u-se com a fund açã o de do is institutos de pesq uisa - o Instituto Nacio nal de Tecn o logias de Raio-X (19 18) e o Instituto Khlopin Radium (192 1) . Desde então a Rússia desen vo lveu um sistema sofistica do de institu ições de P& D incluind o desde estud os fund am entais até a constru ção de protó tipos. N as d éca d as de 5 0 e 6 0 a Rú ss ia tom o u m edidas p ara conq uistar a lidera nça n o dese nvoivim ento d a energia nuclea r civil ao mesmo tempo em q ue se to rna va p o tên cia mundi a l nucl ea r. Desen vo lve u do is gr and es projetos, um proveniente da tecno logia p ara a produção de p lutônio m ilitar (reator m o der a d o a grafite e r efri ge r ado a ág ua- RBMK ) e outro d as un ida d es de 16 Guimarães, Leonam dos Santos, News and Views: N uclear Power in Brazil , Brazilia n Journal of Ph ysics, September 2011, Volume 41, lssue 2-3, pp 107-112, disponível em https://www. academia.ed u/4 163819/Nuclear_Power_i n_Brazil , consu ltado em 16/05/2015. 17 Nuclear Power in Russia, disponível em ht tp://www.wo rl d-n uclea r. org/info/Country-Profiles/ ,._ __ ____ : __ r.. r I n ____ :_

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p r opulsão nava l, tal com o nos Es tados Un idos (a séri e VVER- p ress uri zad o e refriger ado e moderado a água) . O primeiro rea tor n uclea r prod utor de eletri cidade no m und o a ser ligado à rede el e distribu ição fo i um reator russo de 5 MWe, em 1954 18 Os dois primeiros reatores comerciais russos iniciaram operação em 1963-64 . Em m ea dos da década de 198 0 a Rússia tinh a 25 usinas nucleares em op eração . M uitos rea tores de p esq uisa foram co nstruíd os n as déca das de 50 e 60. Em 1998 mais ele 60 rea tores não m il itares ele pesq uisa e teste estavam op eracionais na R ússia, ma is três em ant igas repú blicas Soviéticas e m ais oito em o utros luga res. O acidente n uclea r de Cherno byl, qu e aconteceu em 1986, foi o res ultado ele proj eto ele rea to r contend o fa lhas e q ue era operado por pessoa l que não estava adequa dam ente tre in ado. Foi uma consequ ência direta el o isolam ento res ultante ela G uerra Fria e el a fa lta de qu a lquer cultura el e segura n ça . Após o acidente ele Chernob yl, h o uve uma gra nde m udança na cultura do establishment nuclear civil russo, pelo m enos no nível das cen tra is. No início el a déca da el e 90 vá ri os program as ocidenta is de ass ist ên cia relativos a qu estões el e segurança alteraram fund am enta lmente a m aneira como as co isas er am fe itas n o bloco orienta l, inclu ind o a p rópria Rú ss ia . Deficiências d e pro jeto e de operação foram san adas e então se iniciou uma cultura de segura nça . A Rússia também desenvolve u uma linha ele rea tor es ráp idos p ar a ge rar eletricidade. A Rosenergoatom, companhia esta tal que opera as usinas nucleares na Rússia, está p laneja ndo a produção de usinas nucleares flutu antes para a bastecer de eletricidade as cidades situ adas na costa norte do país. As usinas nucleares russas com 34 rea tores em op eração totaliza nd o 24. 164 MWe são: c

4 VVER-44 0/23 0 iniciais (rea tores a ág ua press uri za da).



2 VVE R -440/213 intermediários.



11 VVER-1000 r ecentes.

o

13 RBMK (reatores a ág ua leve e grafite - LWGR), agora existentes ap enas n a R ússia .

"

4 reatores pequenos BWR m oder ados a grafit e p ara cogeração .

o

1 rea tor r ápid o breeder BN-600.

A geração ele eletricidade n a Rússia, como fo i visto, tem forte predominância ele en ergias fósseis (67, 4 % ) e a nuclear participa com 16,4 % (da dos ele 2 011 do Banco Mundial).

18 Nuclear power plants world-wide, disponível em http ://www.euronuclear.org/info/encycloped ia/n/

ENERC; iil Kli C I.EiiR NOS m\I CS

Ufti\ SIL NOS fl ltiCS

A p ro pulsão nuclea r to rno u-se técnica e econo mica mente essencia l na Rúss ia Ártica o nd e co ndi ções de op eração es tão a lém da capacid ade de q uebra-gelos con vencionais. A potência necessár ia para qu ebrar gelo com 3 metros de grossura conjugada com dificuldades de rea bastecimento de combustível são fa tores significantes. A frota n uclear a umento u a navegação na rota do Ma r do Norte de dois para dez meses por ano e no ártico Oc identa l, du ra nte o ano tod o. O q uebra-gelo Lenin foi o primeiro navio de superfície de prop ulsão nuclear e permanece u em serviço por 30 anos (1959-89). Entre o acidente de Chernobyl e meados ela década de 1990 somente um a usina nucl ear foi comiss io nada. Refo rmas econômicas qu e se seguiram após o co lapso el a União Soviética provoca ram a carência de fundos para o desenvolvimento nuclear e vá rios proj etos foram paralisados. No fi nal ela década el e 199 0 exportações de reatores para o Irã, China e Índia fo ram negociadas e o progra ma de construção ele rea tores domésticos foi revitalizacl o. A po lítica russa é a ele usar o máximo possível o urânio recicl acl o e eventualm ente ta mbém usar plutônio em combustível de óxido misto (M OX) . M ui tas das instalações do ciclo elo combustível fo ra m origin almente desenvolvidas p ara uso militar e, portanto, estão loca liza das em cidades anteri ormente fec hadas. As instalações ele conversão e enriquecimento fo ram ass umiel as por uma subsidiária el a Atomenergoprom . Em 2 010, o govern o aprovou um programa federal feito para tra zer uma platafo rma para a indústria nuclear baseada em reatores rápid os com um ciclo fec hado. A Rússia é líder mundial em tecnologia deste tipo ele rea tor. A Rússia está enga jada nos mercados internacionais de energia nuclear, bem a lém ele seus tradicio nais clientes el e pa íses elo leste europeu. Um passo importa nte nesse sentido foi a criação da companhi a Rosatom Overseas, subsidiá ria da holding Rosa tom , que é responsável por implementar pro jetos sem ciclo el o combustível em m ercados extern os, forn ecendo também produtos, serviços e tecnologias da indústria nuclear russa . A Rússia tem reser vas ele urânio economicamente viáveis qu e represe nta m cerca ele 10% das reservas mundia is razoavelmente asseguradas. O país tem q uatro plantas de enriqu ecimento de urânio , fazend o a exportação el e serviços ele enriqu ecimento desde 1973. Entre seus clientes es tão países da Europa ocidental. Eles exportam também radioisótopos para os vá rios usos . A Rússia, a partir de 199 2, a bandonou a difusão gasosa em fa vor do uso de ultracentrifugação . A Rosa tom é uma companh ia holding integrada verticalmente que assumiu a indústria n uclear ela Rússia em 200 7, oriunda da Agência Federal de Energia Atômica . Esta última tinha sido formada a partir do Mini stério ele Energia Atômica em 2004, o qu al por sua vez sucedeu um m inistério Soviético na área. As pa rtes civis da indústria, com uma históri a de mais de 60 anos, estão conso lidada s na JSC AtomEnergoProm (AEP).

A missão da Rosatom é manter os interesses nacionais relativos à defesa, segura nça nuclea r e energia nuclear através da li dera nça globa l em tecnologias ava nçadas, competência e inovação. A Rosato m ta mbém é responsável pelas o brigações in te rn acio na is re lativas ao regime de não proliferação de energia e mate ri a is n uclea res. É ela tam bém que gara nte a exec ução da políti ca de estado e mantém a unida de de gerencia mento da energia nuclea r, o funcio namento estável do complexo industria l nucl ea r, o comp lexo de arm as nu clea r es e a seg ura nça n uclea r e r adiológica . A di visão de armamentos da Rosa tom tem vários centros fe dera is no país . Em associação com o M inistério de Defesa Russo, estes centros implementa m a política nacio nal de dissuasão n uclear. O ciclo de combustível nuclear é representado p or um sistema de companhias q ue estão conectadas po r um flu xo de material nuclea r. Este sistema inclui: minas de urânio; fá bricas de processam ento, co nversão e enriquecimento de urânio; produção ele combustível nuclea r; insta lações de armazena mento de comb ustível usado e sítios de disp os ição ele rejeitos . Com esse sistema integrado, a Rosatom fo rnece um conj unto de produtos e ser viços. A divisão de engenharia oferece soluções a brangentes de engen ha ria que incluem proj eto de equipamento, pro dução, fornecimento, instalação e ma nutenção de usinas nucleares e convencionais. A d ivisão reúne mais de 40 companhias de engenharia e P& D da Rúss ia, na República T checa, H ungria e outros países. Seus equipamentos estão instalados em mais de 20 pa íses . A Rostechnadzor - Federal Environmental, Indu strial and Nuclear Supervision Service of Russia - é uma instituição executiva federal que exerce as funções de ela boração e imp lementação no controle regulató ri o e lega l da po lítica do estado na esfera industrial e supervisã o nuclear, segura nça dos usos da energia a tô mica (exce to em a t ivid a des de desenvo lvimen to, fa bricação, teste, operaçã o e disposição de armas nucleares e instalações nucleares militares ), além de supervisã o ele outras áreas industriais. Não é uma agência especificamente nuclear, m as de segurança na indústria. O presid ente da Ros technadzo r é, pela legislação que esta beleceu o sistem a, " nomea d o e demitid o pelo governo da Federação Russa" (decreto governamental no 401 de 30 de julho de 2004 )19 . Em 2 00 8 a agência p asso u à subordinação do Ministério el e R ecursos Na tura is e Me io Ambiente (M inistry o f Natura l R esources And Environment - MIN PIORODY), que ass umiu p arte das atribuições antes delegadas àqu ela agência.

·19 Covernment O(The Russian Federation, Ordinance No . 401.2004. Federa l Environmenra l, Ind ustr ia l And N uclear Su pervision Service, d isponíve l em http://en. gos nadzo r. ru/activiry/ ,...,...],....;.,,~ ; .,,.,r ] , ,; ].., .,.

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III(ASII. NOS lliUCS

EN ERGI A N UCLEAR NOS lli\ IC:S

A Rúss ia es tá plan eja ndo o desenvo lvim en to el e rese rvas de ó leo e gás no Ártico. Dev ido às severas condições climáticas e a demanda ele energia inerente a essa exploração, a energia nuclear será usa da para navios e centra is nucleares flutu antes. O p ro tótipo el e uma central fluwante está sendo construído e mai s outras quatro estão planejada s. As centrais el e 70 MW terão 2 . rea tores a bordo de plataformas de aço gigantes e permitirão perfurações necessárias para exp lorar os mais remotos campos de óleo e gás situados nos mares el e Barents e Kara. O navio deverá armaze na r seu próprio rejeito e combustível e sua revisã o será fe ita a ca da 12 ou J 4 anos. Além disso, projetistas russos estão desenvolvendo um submarino a propu lsão n ucl ear com equipamentos de perfuração que poderiam perfurar 8 poços de uma só vez.

CHINA2° O desenvolvimento ela energia nuclear civil na Chin a começou na déca da de 1970. A primeira usina de potência foi construída nos a nos 80 e iniciou sua operação no início de 1990. Mas o ritrho el e desenvolvimento ela geração núcleo elétrica não foi particularmente rápido até há alguns anos quando o governo da China mudou a po lítica de energia nuclear el e desenvolvimento " moderado" para "ativo" . O desenvolvimento ela parte civil ela energia nuclear na China pod e ser cliviclicl o em estágios. Primeiro estágio (1985-2005): construção el o primeiro protótipo de usina nucleoe létrica e introdução e tra nsformação ela tecnologia internacional de energia nuclear; introd ução de tecnologia e reatores externos nas décadas de 1980- 1990 (tecnologias francesa, russa e canadense); transforma ção e inovação para desenvolver se us p róprios reatores nas déca das el e 1990 e 2000. Segundo estágio (2005-2010): construção ace ler ada de reatores com tecno logia transformada e introduçã o de nova tecnologia e transformação; 34 unidades aprovadas, mais proj etos em construção, grandes investimentos não somente para usinas, mas também para fabricação e P&D; nova e avança da geração de reatores. Terceiro estágio (a partir de 2011 ): desenvolvimento, transformação e inovação seguros e contínuos de tecnologia para melhorar ca pacid ade; tecnologia s provadas e maduras de segurança são priorid ades; manutenção de inves timentos contínuos e escala de construção; transformação e loca lização de nova tecnologia; localização de fa br icação; desenvolvimento de marca própria chinesa para competição e venda em mercados internacionais. A China definiu os seguintes pontos como sendo elementos-cha ve de sua po lítica energética. Note-se qu e, apesar do fo co nacio na l desses elementos, a cooperação internacional é encorajada . 20 N uclear Power in Ch ina, dispo nível em http://www.world-nuclear.org/i nfo/Counrr y- Profi les/ rn .. nrrio:>c_A

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