Bytes e Giz: A Informática como uma Ferramenta Educacional

June 15, 2017 | Autor: B. Rodrigues de O... | Categoria: Informatica, Educação, Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) na Educação
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ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL – ESAB CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM ENGENHARIA DE SISTEMAS BRUNO RODRIGUES DE OLIVEIRA

BYTES E GIZ A informática como uma ferramenta educacional

VILA VELHA – ES 2009

BRUNO RODRIGUES DE OLIVEIRA

BYTES E GIZ A informática como uma ferramenta educacional

Monografia apresentada a ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil, sob orientação do Prof. Dr. Maria Ionara Barbosa de Andrade Gonçalves.

VILA VELHA – ES 2009 2

BRUNO RODRIGUES DE OLIVEIRA

BYTES E GIZ A informática como uma ferramenta educacional

Aprovado em …... de …................ de 20

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VILA VELHA – ES 2009 3

Àquele que tem me guiado pelas veredas da justiça e pelos caminhos da sabedoria. Aos meus pais por sempre terem me incentivado aos estudos. Ao meu ETERNO AMOR, Camila... que com paciência

tem entendido

minha

dedicação na busca pelo aprendizado.

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AGRADECIMENTOS A toda equipe da ESAB e em especial a Profª. Maria Ionara pela orientação nesse trabalho.

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“A sabedoria enfado é da carne. Não há limites para fazer livros.” (Provérbios de Salomão, Bíblia)

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RESUMO

Este trabalho tem a intenção de mostrar a importância da utilização da informática como uma ferramenta educativa, que auxilia os professores na difícil missão de integrar os alunos contemporâneos nessa sociedade cada vez mais dinâmica e tecnológica. Partindo de várias pesquisas realizadas na temática informática educativa, chega-se a resultados importantes como o processo de formação dos docentes para atuarem nessa nova modalidade de ensino. Para isso alguns casos, onde teve-se a aplicação da informática no processo de ensino-aprendizagem, são analisados. Também são analisadas as opiniões contrárias a essa utilização da informática.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 09 I. A INFORMÁTICA E A EDUCAÇÃO...................................................................... 10 I. I. A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO..................................................................... 10 I. II. MOTIVOS PARA A UTILIZAÇÃO DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO............. 11 I.II. III. OS OPOSITORES DA INFORMÁTICA EDUCATIVA..................................... 15 II. FORMAÇÃO DOCENTE...................................................................................... 18 II. I. FORMAÇÃO EM INFORMÁTICA OU INFORMÁTICA EDUCATIVA................. 18 II. II. NECESSIDADE DE UM NOVO CURRÍCULO.................................................. 20 II. III. FORMAÇÃO CONTINUADA EM INFORMÁTICA............................................ 22 III. INICIATIVAS NA INFORMÁTICA EDUCATIVA................................................... 25 III. I. PROINFO.......................................................................................................... 25 III. II. PROGRAMA EDUCAÇÃO CONTINUADA EM INFORMÁTICA DO ESTADO DE SÃO PAULO.............................................................................................................. 25 III. III. PROJETO EUREKA........................................................................................ 27 III. IV. INICIATIVA PARTICULARES.......................................................................... 28 III. IV. I. O software Superlogo e o ensino de Geometria.......................................... 28 III. IV. II. Internet e comunicação............................................................................... 29 III. IV. III. Planilhas eletrônicas no ensino de Álgebra............................................... 29 III. V. COMPARAÇÕES DAS INICIATIVAS............................................................... 30 IV. ANÁLISE DE UM SOFTWARE EDUCACIONAL................................................ 35 IV. I. CONSIDERAÇÕES INICIAIS............................................................................ 35 IV. II. O SOFTWARE ANALISADO …....................................................................... 35 V. CONCLUSÃO....................................................................................................... 39 VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 40

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INTRODUÇÃO Uma das missões primordiais da educação escolar é preparar nossos jovens para a sociedade que vivemos. Para tanto essa deve estar em sincronia com as mudanças que essa sociedade experimenta, e consequentemente, pronta a adaptar-se as novas necessidades, construindo assim formas de dotar os alunos das habilidades indispensáveis para seu pleno desenvolvimento. A informática tem a cada dia mais mostrado sua importância para o exercício da cidadania. Devido a esse fato sua inserção nos processos de ensino-aprendizagem torna-se tão essencial. Mas para que ocorra essa inserção, inevitável é que os professores sejam capacitados para trabalharem com essa nova ferramenta; novas metodologias e conceitos.

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I. A INFORMÁTICA E A EDUCAÇÃO

I. I. A sociedade da informação

Pensemos numa situação hipotética na qual haja uma pane geral nos sistemas de informática... inesperadamente os computadores se rebelam e deixam de funcionar. Se estivéssemos no trabalho seríamos dispensados, já que todos nossos arquivos estão armazenados em computadores, sendo assim não poderíamos realizar nenhum atendimento nem mesmo os trabalhos internos. Em casa ficaríamos vagando de uma lado para o outro, sem televisão; sem computador; sem celular... Se precisássemos ir ao mercado comprar alguma mercadoria não seria possível, pois os preços estão armazenados em seus computadores; caso precisássemos ir até o banco sacar algum dinheiro os caixas automáticos também estariam indisponíveis já que são conectados a computadores também. Não haveria como utilizar o cartão de crédito também; O carro não poderia ser abastecido; Contas não poderiam ser pagas... Enfim, o mundo pararia juntamente com os computadores. Essa história, embora impossível de ocorrer, tem a finalidade de ilustrar nossa dependência da informática cada dia maior e mais evidente, e dos meios informatizados, das infovias1. Não queremos aqui discutir a possibilidade de vivermos sem a utilização dos meios informatizados, nem tampouco se tais meios são benéficos, e quais benefícios trazem. Nosso foco será na sua utilização como uma ferramenta educativa.

1 Via de comunicação entre computadores, utilizada para troca de informação.

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É inevitável em nosso dia a dia a utilização de algum meio informatizado, seja direta ou indiretamente. Somos dependentes desses meios para exercer nossos direitos e deveres. Da mesma forma, durante a Revolução Industrial as máquinas causaram uma dependência, embora com menos intensidade que a informática no que diz respeito a extensão de sua influência. Uma vez iniciada a inserção na sociedade de um novo meio tecnológico, não há mais volta. Porque, mesmo que queira-se abster dessa dependência da informática, há uma outra, e essa sim é inevitável: a dependência entre os seres humanos, entres seus serviços, a econômica e a cultural. E assim, acabamos por utilizar a informática por meio de terceiros. A informática é uma teia da qual não podemos mais escapar se quisermos usufruir daquilo que as evoluções humanas nos trouxeram. “No âmbito da globalização, a eletrônica, a informática e telecomunicação invadem as atividades e as relações de todo o mundo.” (IANNI, 2007). Não podemos mais pensar nossa sociedade sem a informática.

I. II. Motivos para a utilização da informática na educação

Em 1981 foi realizado o I Seminário de Informática Educativa. Deste encontro surgiram vários projetos com o objetivo de criar pólos de estudos nas universidades para desenvolverem pesquisas sobre as aplicações da informática à educação. De posse das experiências acumuladas com tais projetos o governo iniciou um novo programa em 1997 denominado PROINFO – Programa Nacional de Informática na 11

Educação. Em São Paulo foi lançado, em 1998, o programa “A escola de cara nova na era da informática”. Através desse programa cerca de duas mil escolas montaram salas ambiente de informática. Essas iniciativas demonstram que há uma preocupação sobre a utilização da informática na educação e que esta é viável e praticável. Porém, a informática não deve ser inserida nas escolas apenas porque está impregnada em todos os setores da sociedade e a escola não poderia ficar fora dessa tendência. Tampouco por temermos que os alunos atraídos pelas suas mágicas2 prefiram-na à educação tradicional. Nem mesmo, devido a fome que os sistemas educacionais tem por métodos modernos 3 de ensino que vez por outra surgem, prometendo resolver os problemas da educação. A escola não tem que estar na moda, no sentido de quem esta usando um vestido moderno ou de quem tem um telefone celular de última geração. O que interessa para a escola é conseguir seus objetivos: formar integralmente seus educandos, capacitando-os para que se insiram ativamente no mundo, a fim de que sejam protagonistas de sua própria vida e agentes de mudança da realidade. Devemos considerar a incorporação das tecnologias da informação e comunicação dentro da seguinte perspectiva: Podem os computadores nos ajudar a conseguir a formação integral e a promoção social de nossos educandos? Se a resposta for positiva devemos nos esforçar para que estejam presentes em nossa sala de aula. Assim saberemos que não fazemos isso para estarmos na moda ou sermos 'modernos'. Faríamos, conscientemente, para que nossos centros educacionais cumpram melhor sua missão ao dispor desses novos recursos. (LIANO e ADRIÁN, 2006, p. 29) O reconhecimento de uma sociedade cada vez mais tecnológica deve ser acompanhado da conscientização da necessidade de incluir nos currículos escolares as habilidades e competências para lidar com as novas tecnologias. No contexto de uma sociedade do conhecimento, a educação exige uma abordagem diferente em que o componente tecnológica não pode ser ignorado. (MERCADO, 2002, p. 11)

2 Por essa expressão quero denotar o surgimento frequênte de novas tendências da internet, que pouco tempo depois de surgirem já estão sendo utilizadas por quase todos os usuários da rede. 3 Me refiro a algumas teorias pedagógicas da moda: “pedagogia do prazer”

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A utilização da informática como uma ferramenta para a educação, e não apenas sua inserção nas escolas4, deve focar, como dito acima, a capacitação dos alunos para que possam atuar na sociedade de forma ativa, ou seja, exercerem sua cidadania plenamente, pois “É dever da escola ensinar o aluno a ser um espectador ativo, um explorador autônomo e um autor da comunicação midiática” (GOUNNET, p. 50, 2004). Formar não apenas receptores de informações sem nenhum censo crítico, mas cidadãos capazes de atuar ativamente nessa sociedade modificando-a para ser mais igualitária; ensinar os alunos a administrar as informações disponíveis, transformando-as em conhecimentos úteis que geram novos conhecimentos, numa cadeia cíclica, onde cada aluno é parte essencial, sendo transmissor e receptor; construtor e crítico. Apoiando essa concepção Mercado (2002, p. 11): As novas tecnologias e o aumento exponencial da informação levam a uma nova organização do trabalho, em que se faz necessário: a imprescindível especialização dos saberes; a colaboração transdisciplinar e interdisciplinar; o fácil acesso a informação e a consideração do conhecimento como uma valor precioso, de utilidade na vida econômica.

A informática aliada a educação tradicional pode sim abrandar as desigualdades sociais, como mencionado acima. Pois dada a democracia da informação que a internet propicia, seja um cidadão rico ou pobre, que tenha acesso a essa rede, as mesmas informações estarão disponíveis a ambos, o que torna-a, através da internet, um meio de tornar a competição pelo emprego e a ascensão ao mercado de trabalho e a qualificação profissional mais acessíveis, e para alguns alcançáveis. Aprender a aprender e saber pensar, para intervir de modo inovador, são as habilidades indispensáveis do cidadão e do trabalhador modernos, para além dos meros treinamentos, aulas, ensinos, instruções. (COX, apud DEMO, 2008, p.28).

Entender conceitos da informática e saber a maneira de utilizá-la para o bem próprio e alheio, para o aperfeiçoamento, a qualidade de serviços, o desenvolvimento 4 Existe a inserção na informática nas escolas para sua administração. Situação esta que não compete ao nosso estudo.

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intelectual, a pesquisa, a crítica, etc., deve ser a intenção da utilização da informática como uma ferramenta da educação tradicional. Apoiando essa idéia Cox (2008, p. 21) explana: “[...] uma forma do ser humano vencer a transitoriedade do momento em que vive é se redescobrir como artífice do meio [...]”. A sociedade atual passa por profundas mudanças caracterizadas por uma profunda valorização da informação. Na chamada sociedade da informação, processos de aquisição do conhecimento assumem um papel de destaque e passam a exigir um profissional crítico, criativo, com capacidade de pensar, de aprender a aprender, de trabalhar em grupo e se conhecer como indivíduo. Cabe a educação formar esse profissional e para isso, esta não se sustenta apenas na instrução que o professor passa ai aluno, mas na construção do conhecimento pelo aluno e no desenvolvimento de novas competências, como: capacidade de inovar, criar o novo a partir do conhecido, adaptabilidade ao novo, criatividade, autonomia, comunicação. É função da escola, hoje, preparar os alunos para pensar, resolver os problemas e responder rapidamente as mudanças contínuas. (MERCADO, 2002, p. 12 e 13)

A informática possibilita isso aos seus usuários. Podemos criar documentos bem formatados; apresentações animadas e com gráficos; criar banco de dados sobre determinadas pesquisas; interagir com comunidades distantes; criar fóruns de discussões; home pages com conteúdos diversos; painéis de propagandas, e tudo com qualidade profissional, mesmo sem sermos especialistas nessas áreas, bastando apenas certa prática. E é esse dinamismo que a informática propicia-nos, que a torna uma ferramenta tão importante para a educação. Cox (2008, p. 56-72) enumera alguns dos benefícios que a informática educativa proporciona: “desenvolvimento da linguagem e da escrita”, “favorecimento do desenvolvimento

da

cidadania”,

“favorecimento

da

interdisciplinariedade”,

“preparação para o mundo do trabalho”, “estímulo para o aluno participar da escola” e “promoção da interação dos agentes escolares”. Porém não basta que a informática seja utilizada para auxiliar a aprendizagem de determinados conteúdos; é necessário, antes de mais nada, que os alunos tenham domínio da informática. Antes de aprendermos escrever uma palavra precisamos conhecer as letras; antes de efetuarmos uma adição necessário é conhecer e entender os símbolos matemáticos para tal. 14

Esforços vãos terão os professores ao tentarem aliar a informática com o ensino de determinada disciplina, se os alunos pouco ou nenhum conhecimento/prática tiverem para operar um computador. Sendo assim, é vital uma disciplina nas escolas que se responsabilize por dotar os alunos dos conhecimentos de informática necessários para seu desenvolvimento escolar e também social, como referido acima. Entretanto, A informática é um recurso a serviço da aprendizagem e desenvolvimento dos educandos e não um conteúdo que precisamos aprender. Assim, a proposta visa aprender a usar o computador, ao invés de aprender algo sobre a própria informática. Este enfoque funcional é apropriado para a formação básica e geral dos educadores e educandos, ao passo que a aproximação entre aprendizagem e informática poderá ser entendida como uma alternativa vocacional, que se desenvolve mediante atividades complementares, como centros de computação, ou que se ofereça como uma alternativa posterior à educação básica. (LIANO e ADRIÁN, 2006, p. 48).

Não há contradição nos dizeres acima. LIano e Adrián defendem o ensino da informática, porém não em seus aspectos técnicos e funcionais, mas sim na sua utilização, seu manejo. É inconcebível a idéia de utilizar uma ferramenta para auxiliar o ensino, se esta ferramenta antes não tiver sido conhecida pelos alunos através de sua utilização. Porque se de outra forma fosse, além dos professores se preocuparem com o ensinamento de sua disciplina também preocupar-se-iam com o ensino da informática, ou seja, o professor despenderia tempo que seria ocupado para outro fim na instrução de conceitos e procedimentos que o aluno já deveria conhecer. Em síntese, o ensino da informática deve preceder sua utilização como ferramenta a outras disciplinas. Está contemplado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em seu parágrafo segundo do artigo primeiro: “A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e a prática social”. Segundo Borba e Penteado (2003):

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No momento em que computadores, enquanto artefato cultural e enquanto técnica, ficam cada vez mais presentes em todos os domínios da atividade humana, é fundamental que eles também estejam presentes nas atividades escolares.

Atualmente o pleno exercício de nossa cidadania somente poderá dar-se com a utilização da informática, seja direta ou indiretamente, mesmo que a utilizemos apenas em épocas de eleição. Por conseguinte, a escola que deseja formar integralmente seus alunos para o “mundo do trabalho” e a “prática social”, deverá assumir a responsabilidade (com cuidado, ânimos controlados, projetos sistemáticos) de integração da informática como uma ferramenta educativa. Não como um fim, mas um meio. Viajar pelas pelas estradas digitais aos mundos virtuais, que são reais no seu poder de transformação da realidade, conduzirá, os cidadãos formados pelas escolas, mais rapidamente e com menos sofrimento ao nosso novo mundo.

I.III. Os opositores da informática educativa

Não resta dúvida que a informática deve ser utilizada como uma ferramenta educacional, embora existam aqueles que defendem que sua utilização poderia causar a mecanização do ensino onde o computador faria todo o trabalho. Porém, este raciocínio é extremista. Não é simplesmente instalar computadores em sala de aula e deixar que os alunos ordenem o que fazer. É uma utilização consciente; projetada; elaborada para maximizar a aprendizagem ao mesmo tempo que forma o aluno e dota-o da capacidade de utilizar esta mídia em seu cotidiano. De forma nenhuma deve ser delegado a informática o papel do professor nas 16

escolas de ensino básico; pelo contrário, a utilização da informática deve essencialmente contar com sua participação e controle. A trecho de LIano e Adrián (2006, p.51) abaixo, resume esta idéia:

[…] Compete aos educadores tomar as decisões pedagógicas acertadas com respeito a como e quando inserir a tecnologia nos meios de ensino. Os educadores devem determinar, em primeiro lugar, o que cada criança precisa aprender, e depois oferecer as ferramentas que permitam que atinjam esse objetivo. Esse 'para que' dependerá, então, das prioridades educativas do educador e das transformações que deseje desenvolver nos processos de ensino. Trata-se, pois, de pensar o que queremos fazer com nosso educandos, para depois utilizar as metodologias e recursos para consegui-lo.

E ainda por Cox (2008, p.53): Antes dos recursos computacionais serem, efetivamente, dispostos no ambiente educacional escolar, é absolutamente necessário avaliar se esse proceder pode contribuir a melhoria da qualidade das atividades desenvolvidas na escola; portanto faz-se preciso avaliar, cuidadosamente, a viabilidade da inserção dos computadores da sala de aula.

E segundo Bettega (2004, p. 13) “Cabe ao professor permanecer como agente de formação indispensável a experiência educativa do aluno e não ser apenas um transmissor de informação e habilidades necessárias a essas aquisições.” Não é difícil entender a resistência de determinados educadores sobre a informática. Bettega apud Lévy (2004, p.17) esclarece isto: É certo que a escola é uma instituição que há cinco mil ano se baseia no falar/ditar do mestre, na escrita manuscrita do aluno e, há quadro séculos num uso moderado da impressão. Uma verdadeira integração da informática (como do audiovisual) supõe o abandono de um hábito antropológico mais que milenar, o que não pode ser feito em alguns anos.

Porém todas as revoluções são encaradas com desconfiança por alguns olhares. Há aqueles que sentem-se confortáveis como estão e não pretendem mudar. Outros, mais entusiastas, embarcam logo e encaram a mudança sem resistir.

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Aqueles que se opõe a utilização da informática na educação acham-na inadequada às escolas, esquecem que este pensamento faria as demais tecnologias também inadequadas. Se a informática não serve aos propósitos da educação também não serviriam o livro didático; os retroprojetores; televisão; DVD; as calculadoras; a lousa e o giz; e nas palavras de Borba e Penteado (2003, pg. 12): […] será que o aluno deveria evitar o uso intensivo de lápis e papel para que não fique dependente dessas mídias?. Em geral, as pessoas ficam perplexas diante de tal questão. 'Como assim?' Parece que não consideram o lápis e o papel como tecnologias, da mesma forma que o fazem com o computador.

Não há diferenças funcionais nos propósitos destas tecnologias. Todas tem o mesmo objetivo: auxiliar a educação. Apesar de algumas, como os computadores, televisão, DVDs, também serem utilizadas em outras finalidades. No entanto, todas essas tecnologias podem ser utilizadas de forma que iniba o raciocínio, os questionamentos, abafe as críticas e siga pelo caminho mais fácil: a simples e ingênua recepção da informação sem preocupação com sua utilidade na vida comum, suas aplicações; o que causaria sua não transformação em conhecimento, daí teria-se a pseudo-impressão de estar educando, quando na verdade estaríamos apenas criando cidadãos que precisariam de aprender a aprender na prática do cotidiano: no seu local de trabalho, numa entrevista para emprego, num vestibular. Sabemos, por exemplo, que não há problema em efetuar cálculos utilizando uma calculadora, alias é até mais aconselhável dependendo da situação. Ou corrigir um texto utilizando do mecanismo do software processador de textos; da mesma forma, aprende-se a palavra correta da maneira tradicional e com o apoio do computador, e é esta a intenção. Uma escola que desdenhe essa tecnologia, a informática, não estará preparando seu aluno para a realidade social e do trabalho. Devemos ressaltar que não há ingenuidade da parte dos defensores da utilização da

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informática como ferramenta educativa. Seu uso pode criar vícios e as facilidades que traz pode muito bem estimular a renúncia camuflada dos educadores, que entregariam suas responsabilidades aos computadores. Os vícios podem ser vistos como uso constante da sala de informática como forma de prender a atenção dos alunos para aqueles conteúdos mais enfadonhos ou fingir que se ministra algum conteúdo quando na verdade os alunos acessam a internet. Porém todas as tecnologias e metodologias de ensino podem gerar problemas se utilizadas da forma incorreta, ou para substituir o papel do professor. As tecnologias determinam como nossa sociedade se comporta, como respondem aos problemas cotidianos; sejam elas de pouca ou grande aplicabilidade, da modas ou démodés, com tecnologia de última geração ou não. Devemos extrair o melhor de cada uma delas para a formação integral de nossos alunos e sua respectiva integração a sociedade.

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II. FORMAÇÃO DOCENTE I. I. Formação em informática ou informática educativa

Concluímos no capítulo anterior ser o conhecimento em informática indispensável para a plena formação dos alunos. Mas para que essa pártica seja concebível em nossas escolas, necessário é que os professores sejam dotados destes conhecimentos. Cox (2008, p.109), falando sobre a capacidade de intervenção dos agentes educacionais quando da inserção de computadores no ensino afirma que:

[…] Para intervir, os professores, assim como os outros agentes educacionais, precisam dispor de conhecimentos e habilidades específicas. Precisam, dentre outras coisas, conhecer as ferramentas computacionais que podem ter serventia a sua prática educacional escolar e saber explorar os instrumentos de informática de modo que atendam aos objetivos educacionais.

A utilização da informática na educação não dispensa conhecimento prévio para sua utilização. Não é um equipamento simples como um ar-condicionado, por exemplo, que pode facilmente ser operado. Mesmo que fosse, sua aplicação, tão simples quanto um ábaco, não devemos esquecer que seu propósito é o da formação de alunos, por isso, sua utilização deve ser pensada crítica e reflexivamente; projetada e testada. Não deve, em hipótese alguma, apenas ser visto como um aparelho eletrônico desvinculado de seu objetivo primordial para os educadores: a formação integral de seus alunos. Antes de investigarmos como deve dar-se a formação de professores em informática, devemos fazer a distinção entre formação em informática e informática educativa, definindo-as. 20

A formação em informática, então, compreenderia a aprendizagem da estrutura e funcionamento de um computador, tanto naquilo concernente ao hardware como software, desde seus aspectos eletrônicos até os lógicos; da programação a execução de instruções pelo usuário. Já a formação em informática educativa focalizaria a aprendizagem dos softwares que podem ser utilizados como auxiliares no ensinamento de determinadas disciplinas

e

suas

respectivas

utilizações

para

propósitos

exclusivamente

educacionais bem como, avaliação e projeção da viabilidade de uso; análise da eficiência e potencialidades das suas aplicações; reflexão crítica sob a ótica pedagógica. Porém antes de iniciar-se nas instruções da informática educativa, necessário é um prévio conhecimento, pelo menos básico, da informática. Há ainda algo mais importante que distingue as definições de formação em informática. Devemos destacar que a atitude do aprendiz depende essencialmente da finalidade da aprendizagem, porque as prioridades e os focos são distintos. Em nosso caso, a atitude é a intenção, visão e projeção do formando em informática educativa. Se a essa é ministrada, todos os conceitos e recursos aprendidos devem ser projetados para sua posterior utilização na escola. Esses conhecimentos adquiridos devem ser pautados numa pedagogia do ensino. Bettega (2004, p. 61) comentando sobre os módulos estudados no programa de formação continuada da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, relata:

Módulo I (30 horas): Conhecimentos básicos de Informática na Educação; esse curso visou dar noções básicas de manejo de computadores, e de utilização de Word, PowerPoint, Excel. Embora seja um curso básico ele é voltado para a educação, pois sua apostila possui textos como interpretação de música na Internet.

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Em todo o momento do processo educativo em informática, deve-se ter em mente seu objetivo exclusivamente educacional. Esta aprendizagem tem a característica particular de ser direcionada ao aluno, ou seja, o professor não aprende para seu uso pessoal; nem para obter gratificações adicionais, embora isso possa ocorrer. Ele aprende com o objetivo de melhorar a qualidade do fazer pedagógico, pois

Uma educação pautada nesta perspectiva tem a função de levar o aluno adiante, porque quanto mais se aprende, mais se desenvolve mentalmente, se o educador assumir o papel de mediador de formação do conhecimento. Para isto esse profissional deve ter clareza que toda sua atividade tem caráter educativo construtivo. (MERCADO, 2002, p. 188).

Então, quando um software qualquer é ensinado, o professor deve enxergar neste sistema computacional suas relações com as disciplinas que ele ensina. Deve, de imediato, visualizar suas aplicações em sala de aula; os possíveis exemplos de uso e outras perspectivas devidas a sua vivência particular. Ou nas palavras de Bettega (2004, p.50):

É necessário que, no processo de formação, articule-se prática, reflexão, a investigação e conhecimentos teóricos requeridos para promover uma transformação na ação pedagógica. Como parte do processo, deve-se possibilitar que o professor em formação vivencie situações em que a informática seja usada como recurso educacional, a fim de entender o que significa o aprendizado por meio da informática, qual é seu papel como educador nessa situação e que metodologia é mais adequada a seu estilo de trabalho.

Aqui encontramos a diferença maior entre a formação em informática e informática educativa: a atitude do formando, e a consequente idealização das aplicações daquilo que lhe é ensinado. Há ainda outro fator importante. A formação em informática educativa deve ser diferenciada, pois o docente esta sendo ensinado para ensinar. “É preciso formá-los do mesmo modo que se espera que eles atuem” (MERCADO, 2002, p. 15). Os professores, nesta formação, aprenderão a utilizar ferramentas computacionais 22

elaboradas para o ensino, e como utilizá-las critica e racionalmente. Porém, ao utilizarem a informática no ensino, e não sendo focado a ferramenta em si, mais sim o processo cognitivo que esta proporciona, essa é utilizada para alcançar determinado objetivo educacional, ou seja, ela é um meio e não o fim de uma proposta pedagógica. Podendo também ocorrer o oposto, quando o sistema computacional é focado, e ensinado seus princípios. Nesse caso, deseja-se preparar o educando para algum fim específico. No entanto, ao educador cabe decidir se deverá também especializar-se também na formação de informática, embora não seja “necessário que o professor seja um informata completo, que seja analista de sistemas ou programador; para o docente basta tomar o assento de usuário crítico e consciente dos recursos da informática.” (Cox, 2008, p.110).

I. II. Necessidade de um novo currículo

Já que este saber em informática educativa tem-se tornado cada dia mais necessário no currículo dos professores, é preciso que as Universidades se aparelhem para oferecer também esta formação.

Se educar é preparar o indivíduo para enfrentar o amanhã, resulta em uma exigência social da introdução das novas tecnologias em todos os níveis escolares, adequando-se a cada um tanto os conteúdos como a metodologia. A consequência imediata será a necessidade de desenvolver uma plano de formação de professores adequado a nova realidade sócioeducacional. (MERCADO, 1999, p. 100)

A Universidade é um ambiente embrionário, capaz de sintetizar todas as substâncias indispensáveis para a completa formação do professor. Esse ambiente, onde as outras disciplinas básicas estão sendo ensinadas, torna-se 23

o mais propício para a inserção da informática educativa, pois dessa forma, aprende-se desde cedo a mesclá-la juntamente com os demais conhecimentos, e utilizá-la para aproveitar o máximo de cada área, e como uma ferramenta que auxilia o educador a alcançar certos objetivos, que se de outra forma procedesse, não lograria tanto êxito, e ainda, proporciona mais agilidade para certas tarefas mecânicas (repetitivas). Isto impede que a utilização da informática como apoio a educação seja encarada por alguns com descrédito ou desconfiança naquilo que concerne a sua eficiência no processo ensino-aprendizagem. Porque depois que os professores já estão acostumados a determinadas metodologias de ensino, as novas que surgem causam certo desconforto, pois novamente ele terá que lidar com algo desconhecido, que por conseguinte o tirará de seu estado de tranquilidade e certeza para uma atmosfera de dúvidas e suspeitas. Esse sentimentos que afloram, fazem por vezes com que os professores se defendam atacando de forma irracional as novas metodologias, e resistindo a sua adesão como ferramenta do ensino. Um outro problema citado por Bettega (2004, p.79) pode ser amenizado se introduzido o ensino de informática educativa nas Universidades:

[…] existe muita expectativa dos professores quando inicial um curso de Informática, pois imaginam ou esperam, no decorrer do curso, ou mesmo em seu final, estar totalmente seguros para utilizar as salas ambientes de Informática. Porém, isso nem sempre ocorre, mesmo que o curso seja muito bom. A segurança na utilização da Informática no processo ensinoaprendizagem é uma conquista gradativa […]

Assim, se a informática educativa é ensinada juntamente com as demais disciplinas de um curso de formação de professores, eles teriam percorrido, durante o curso, um caminho mais longo ao lado da informática, consequentemente estariam também mais familiarizados com as mudanças que comumente ocorrem, além das habilidades mais desenvolvidas para testar e implantar projetos bem como analisar criticamente a implantação desdes sob diferentes óticas. Daí, os professores

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ingressariam nas escolas com o aparato necessário para o pleno desenvolvimento de suas atividades e expectativas. Esta mudança no currículo traria outras vantagens mais: não seria necessário que os professores depois de formados, precisassem procurar cursos de capacitação em informática educativa, e também o governo pouparia gastos com a formação de professores da rede de ensino público. Embora a educação continuada seja necessária, devidos a dinâmica que o conhecimento tem tomado em nossos dias, porém esta é para todas as disciplinas e não somente a informática. Em apoio a este ideal temos Mercado (2004, p. 43):

Várias experiências de formação de professores para uso de computadores na educação, desenvolvidas no Brasil, reforçam a importância de que os processos de capacitação docente para o uso de novas tecnologias observem algumas diretrizes importantes, envolvendo aspectos relacionados tanto a macro como a micro-planejamento. Dentre eles destacam-se: 1) Integração teoria e prática – um dos aspectos fundamentais é não dissociar a ferramenta de sua utilização pedagógica, trabalhando a relação teoria-prática como uma unidualidade, para que não se perca a visão de multidimensionalidade, da complexidade do fenômeno educativo. […] 4) Interdisciplinariedade – um currículo aberto, interpretativo, que permite desenvolver a capacidade de organizar, combinar, inquirir, a partir de uma estrutura aberta, admite que os pensamentos se conectem entre si, compreende as inter-relações existentes [...]

Podemos então concluir que é imprescindível que haja nas universidades nos cursos responsáveis pela formação de professores, uma disciplina que cuide de dotá-los dos conhecimentos essenciais para que possam utilizar a informática eficientemente como uma ferramenta educacional.

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I. III. Formação continuada em informática

Os conhecimentos adquiridos pelos professores em sua formação na universidade, bem como as didáticas e métodos de ensino, não estão sujeitos a estagnação. Embora certos conhecimentos tenham a característica de estarem, de certa forma, acabados, como o são comumente alguns do ramo da matemática, física e outras disciplinas da área de ciências exatas, certamente outros se adicionam a esses permitindo que novos sejam construídos. Isso evidência que esse dinamismo do conhecimento e de suas formas de ensino-aprendizagem existem em todas as esferas do conhecimento. Devido a esse fato, faz-se necessário que o professor seja submetido, constantemente, a atualizações, a formação contínua. Pois, Independentemente das condições nas quais efetuou a formação inicial e da situação da escola em que leciona, o professor precisa ter continuidade nos estudos, não apenas para ficar atualizado em sua área, mas pela própria natureza do fazer pedagógico. (BETTEGA apud BARILLI, 2004, p.38)

A informática educativa também carece de formação continuada. Pois ela é “impreterível à formação docente, em virtude da necessidade de acompanhar a dinâmica característica da área de informática” (COX, 2008, p. 112). É muito comum a adaptação dos softwares às novas tecnologias que surgem e também as novas metodologias de desenvolvimento. Isso ocasiona que por vezes os softwares passam por mudanças internas quase imperceptíveis aos seus usuários, como aquelas relacionadas a segurança, melhoria de algorítimos, etc.; e noutras vezes, mudanças estruturais que podem alterar a maneira de operar o software, e consequentemente, de ensinar por meio dele.

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Os professores que se utilizam destas ferramentas em sua metodologia de ensino devem estar atentos a essas mudanças, que deve-se enfatizar, não são simplesmente caprichos de programadores, mas sim, faces antes não vislumbradas por seus idealizadores e/ou desenvolvedores. Tais mudanças sempre buscam a melhoria tanto dos processos que envolvem software e hardware, como aqueles que envolvem, no presente caso, o ensino. Além do mais, àqueles professores que não tiveram acesso a informática educativa durante seu período de formação acadêmica, conseguem encontrar nos cursos sequênciais de formação continuada o suprimento exigido para o desenvolvimento de suas atividades pedagógicas com a utilização da informática. Dando força a esse raciocínio podemos citar Mercado (2002, p. 15):0 Com as novas tecnologias, novas forma de aprender, novas competências são exigidas, novas formas de realizar o trabalho pedagógico são necessárias e fundamentalmente, é necessário formar continuamente o professor para atuar neste ambiente telemático, em que a tecnologia serve como mediador no processo ensino-aprendizagem.

A formação continuada, então, pode ser vista como um processo de retro-formação. Segundo Collares e Moyses (apud Barilli, 1998), existe um distanciamento singular entre a formação inicial do professor e sua atuação prática diante das demandas educacionais de seus contexto profissional. (BETTEGA, 2004, p.41)

Na prática e no cotidiano dos professores, uma realidade diferente daquele vislumbrada na universidade se apresenta. Isso força-os a adaptar seus conhecimentos e metodologias, o que gera novos conhecimentos e metodologias. Num determinado período ele terá acumulado essas informações, e somado a isso sua vivência no ambiente escolar mais alguns outros conhecimentos transmitidos pelos colegas de profissão. Quando da participação desse professor num curso de formação continuada, seu aproveitamento será diferente daquele da universidade, pois agora este conhece os caminhos por onde passam o ensino-aprendizagem, e sabe como esse se dá na 27

prática, no dia-a-dia; o que dá certo e o que não dá. E é isso que a formação continuada deve proporcionar: o aperfeiçoamento do conhecimento. Embora nem sempre isso ocorra, como podemos ver no comentário de Bettega (2004, p.46) referindo-se ao que falta na formação continuada para os professores, relata que esta deve “trazer para os cursos toda a experiência cultural e prática que já possuem e tornar esses encontros um aprimoramento dessa massa de conhecimento”. Outro aspecto que a formação continuada pode aflorar é o pensar do processo educacional de forma crítica e reflexiva, mas agora analisado por quem conhece esse mundo por ter pisado nele, e não apenas, por ter ouvido falar, como ocorre na época da universidade. Sua importância é inegável, pois essas atitudes tem o poder de amadurecer o professor profissionalmente e permitir que este compartilhe sua visão, agora mais nítida, dos processos de ensino-aprendizagem, e também auxiliao no direcionamento e focalização dos conhecimentos mais vitais, maximizando assim sua (re)aprendizagem.

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III. INICIATIVAS NA INFORMÁTICA EDUCATIVA

III. I. Proinfo

O PROINFO (Programa Nacional de Informática na Educação), lançado pela Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC), trata-se de uma iniciativa do Governo Federal contando com o apoio dos Governos Estaduais e Municipais. Esse programa é resultados das experiências acumuladas com programas anteriores como, Educom, Formar e Proninfe. Seu objetivo é “possibilitar a criação de uma nova ecologia cognitiva, com a formação de ambientes de aprendizagem informatizados direcionados a uma educação cidadã.” (MERCADO, 2004, p. 116), ou ainda, “estimular e dar suporte para a introdução de tecnologia informática nas escolas do nível fundamental e médio de todo o país.” (BORBA e PENTEADO, 2003, p. 20). Através desse programa 2000 escolas foram equipadas com equipamentos de informática e mais de 20 mil professores participaram de cursos de formação nos mais de 244 Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE). Segundo Mercado (2007, p. 52): “Pela proposta do Proinfo a capacitação dos professores para uso das TIC 5 implica redimensionar o papel que o professor deverá desempenhar na formação do cidadão do século XXI”.

5 Significa Tecnologias da Informação e Comunicação

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III. II. Programa Educação Continuada em Informática do Estado de São Paulo

Em parceria com o Proinfo a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo elaborou o projeto Educação Continuada em Informática Educacional para os professores da rede pública do estado. Através desse programa, em 2004, foram instalados mais de 28 mil computadores, distribuídos em mais de 2.000 salas de ambiente de informática. Essas salas à época eram utilizadas por mais de 3 milhões de alunos e 160 mil professores. Bettega (2004, p. 54) enumera alguns aspectos exigidos para a implementação do programa: a) Aquisição e distribuição de equipamentos: foram adquiridos computadores e periféricos, como impressoras, escaners, webcams, e demais equipamentos necessários para uma boa sala ambiente de Informática. […] b) Infra-estrutura física: Sala ambiente de informática – uma escola para receber computadores, deve preencher os seguintes requisitos, vontade da comunidade escolar e espaço físico de, no mínimo, 36 m². c) Análise, aquisição e distribuição de programas aplicativos educacionais: São enviados as escolas os chamados programas aplicativos básicos, como sistema operacional, planilha eletrônica, editor de texto, banco de dados e aplicativo de apresentação. Também são enviados as escolas programas aplicativos educacionais previamente analisados pela Secretaria de Educação por professores do Núcleo de Informática. […] d) Acesso a internet: […] e) Infra-estrutura para capacitação dos professores: Para introduzir o programa de Formação Continuada em Informática Educacional, é preciso um lugar apropriado, o mais próximo possível do local de trabalho e moradia dos docentes. Foram criados para isso 50 Núcleos Regionais de Tecnologia Educacional (NRTE) […] f) Capacitação dos professores em informática educacional: [...]

Os cursos para formação de professores nos anos de 2000 e 2001 foram de responsabilidade das Diretorias de Ensino que, escolhiam os professores 30

multiplicadores com base em seu currículo e em projetos que já tivesse desenvolvido na área de informática. Foram ministrados dois módulos, sendo que o primeiro tratava de informática básica e o segundo de alguns aplicativos educacionais. Apesar do projeto não ter conseguido atender todos os professores o número de inscritos entre 2000 e 2002 cresceu em mais de 450 professores, enquanto que aqueles que puderam ser atendidos não ultrapassou a marca de 200. Depois dos cursos uma nova situação era presenciada nas escolas, conforme relata Bettega (2004, p. 76): Percebemos que os professores começaram a utilizar mais a sala de ambiente de Informática de suas escolas, inicialmente para aplicar e realizar as tarefas solicitadas pelos professores multiplicadores, porém continuaram a fazê-lo depois com seus alunos. Isso ocorria mais nas escolas escolhidas como polos ou naquelas em que professores coordenadores e diretores participavam das oficinas de Informática Educacional.

Segundo Bettega(2004, p.78) esses cursos na avaliação dos professores ajudava a desmistificar o uso do computador e também valorizava o professor pela oportunidade de fazer o curso. Um outro aspecto positivo relatado pelos professores foi que “o grupo aproveitava melhor o curso quando a maioria tinha mais domínio do computador”. Isso destaca o que já havíamos mencionado acima: a necessidade de conhecer de forma não superficial a informática.

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III. III. Projeto Eureka

Em 1989 resultado de uma convênio entre a prefeitura de Campinas/SP e a UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) deu-se início a estruturação do projeto Eureka. A primeira preocupação deste projeto foi a formação dos professores da rede regular de ensino e suplência do ensino fundamental. A proposta do projeto não era apenas a inserção de computadores em salas de aula, “mas propunha uma nova filosofia para

o

trabalho

pedagógico

construindo

uma

instância

efetiva

de

interdisciplinariedade” (PAGNEZ, 2006, p. 4). Duas fases foram vivenciadas pelo projeto: de 1990 à 1995, envolvendo a implantação e o projeto piloto; 1995 à 1997, tratando da elaboração de sua documentação e preparação para expansão para todas as escolas do município. Descreveremos abaixo, na íntegra, a análise de Pagnez (2006, p. 10) sobre a aplicação do projeto. Constatamos, pela análise dos dados, que havia uma diferença fundamental na forma como o projeto tratava a formação e a ansiedade dos professores em relação à formação no uso da tecnologia. Os problemas gerados referentes à parte técnica e prática, foram impedimento para a efetividade do projeto, como formação continuada em serviço. O projeto pretendia implantar a tecnologia como ferramenta para o trabalho pedagógico, mas os professores sentiam a necessidade de dominar a ferramenta. […] Pretendia, também, oferecer o apoio técnico-prático por meio de um órgão da Prefeitura, fato que nunca se efetivou. Em muitas das reuniões os professores apenas discutiam como resolver problemas técnicos no laboratório e nas máquinas, situações para as quais não haviam recebido nenhuma formação. Fundamentalmente, essa categoria expressa que os cursos de formação não atendiam às expectativas dos professores, comprometendo o trabalho no Laboratório de Informática Educativa (LIED) nas escolas, devido à insegurança decorrente da falta de conhecimento. Foi documentado nos planos de trabalho que o projeto não pretendia formar

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especialistas em informática, mas sim formar profissionais capazes de utilizar o computador como ferramenta pedagógica, mas este objetivo não foi atingido. As categorias Infra-estrutura e Burocracia demonstram os limitantes vivenciados pelo projeto, os quais determinaram o fim de uma proposta teórico-metodológica estruturada que no momento em que deveria passar para a prática deturpou-se e desestruturou-se.

III. VI. Iniciativa particulares

Acima descrevemos duas iniciados do Estado juntamente com algumas instituições educacionais na implantação da informática educativa. Essas iniciativas abrangeram várias escolas e mobilizaram um contingente bem maior de profissionais. Agora apresentaremos alguns projetos elaborados por professores, ou grupos desse, no âmbito das algumas poucas escolas. Este projetos foram descritos por Cox (2008).

III. VI. I. O software Superlogo e o ensino de Geometria

O software Superlogo é uma versão em português do software Logo. Para ser mais exato, Logo é uma linguagem de programação, porém essa tem características que a torna útil para promover a aprendizagem de matemática. Esse software é mais utilizado para abordar conceitos espaciais, embora haja a possibilidade de explorar uma infinidade de situações. O projeto foi desenvolvido com alunos de 4ª série do ensino fundamental com o objetivo de aprofundar conceitos de geometria aprendidos em sala de aula. 33

As atividades se desenvolveram na seguinte forma: os alunos utilizavam o laboratório de informática a cada 15 dias desenvolvendo atividades relacionadas a desenhos de figuras geométricas com o intuito de encontrar algumas propriedades dessas figuras. Também no mesmo período os professores se reuniam para preparar as atividades . Nas avaliações feitas pelos professores concluíram que os alunos construíram seu próprio conhecimento, e que as comparações e referências realizadas durante as atividades ampliaram o conhecimento de geometria dos alunos.

III. VI. II. Internet e comunicação

Esse programa teve por objetivos extrair matérias quaisquer de um determinado jornal e relaciona-las aos conhecimentos que eram aprendidos na escola, incentivando os alunos a leitura e escrita de textos jornalísticos, contando com a participação dos professores na codificação dessas informações. Também foram oferecidas sugestões de atividades para os professores trabalharem com todas as disciplinas escolares incentivando a interdisciplinariedade. No final um banco de textos foi organizado por área temática, com o intuito de auxiliar pesquisas futuras. Houve também reuniões com os professores o que possibilitou a troca de experiências. Para a realização do projeto foi disponibilizado aos professores, através da internet, as matérias previamente selecionadas pelos coordenadores do projeto e também sugestões de atividades relativas a elas.

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Ao final de cada semestre uma edição de um jornal escolar era o resultado do projeto. Esse jornal era distribuído a todas as escolas participantes. O projeto foi avaliado positivamente pelos professores, superando, em muito, as espectativas de seus idealizadores. Houve participação da maioria dos alunos que enviaram poemas, textos, reportagens e entrevistas para serem publicados no jornal. Ainda sobre a avaliação do projeto Cox (2008, p. 89) relata que: “O resultado obtido com o projeto é fascinante por ser imponderável e imprevisível: uma escola lançou um livro de poesias que surgiu a partir dos textos dos alunos”.

III. VI. III. Planilhas eletrônicas no ensino de Álgebra

Foram dois os objetivos desse projeto: primeiramente reverter um fato que se manifesta na aprendizagem da resolução de equações do primeiro grau, onde os alunos decoram certos procedimentos para encontrar sua solução, porém geralmente não conseguem contextualizar esse conhecimento; o segundo, estudar funções por meio de softwares de planilhas eletrônicas, enfatizando as relações de generalização e representação gráfica. Primeiramente foram propostos alguns problemas aos alunos dos quais foram extraídas expressões matemática que possibilitassem sua resolução. Essas expressões, posteriormente, eram inseridas no software, o que possibilitava a construção de tabelas que evidenciavam as relações de dependência entre as variáveis que constavam nessas expressões. Por último eram elaborados gráficos com bases nas informações obtidas nas tabelas de relações. 35

Os professores constataram em suas avaliações que a utilização do software de planilhas eletrônicas, que promove uma reflexão maior sobre os conceitos de variáveis e constantes, desenvolveu no aluno um conhecimento/prática mais abrangente sobre funções, pois os alunos podem facilmente alterar alguns parâmetros

da(s)

expressão(ões)

inseridas

no

software,

alterando

assim

automaticamente os valores das tabelas e o gráfico, algo que seria muito trabalhoso se feito manualmente, e desta forma a pesquisa, observação e reflexão, podem ser estimuladas, e mais tarde, juntamente com o professor, experimentar conclusões e formalizar suas descobertas.

III. V. Comparações das iniciativas

Podemos observação nos dois projetos citados, o da Secretaria de Educação do Estado e São Paulo e o Projeto Eureka, a importância do conhecimento prévio em informática. No primeiro foi mencionado pelos professores que as turmar de formação que aproveitaram melhor os cursos, foram aquelas em que os formandos tinham uma experiência maior com a informática. Enquanto no segundo projeto foi enfatizado que uma das causas do projeto não ter sido bem sucedido, foi o fato de os professores não terem conhecimentos de operacionalização do computador. Essa importância do conhecimento de informática básica foi vislumbrado pelos idealizadores do projeto da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, pois como podemos perceber, os primeiros módulos da formação dos professores foram dedicados a esse fim. Essa formação foi considerada tão essencial que tornou-se um requisito para a implantação do projeto nas escolas.

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Outro aspecto que podemos extrair dessa comparação comum a ambos os projetos, é a questão da infra-estrutura. Podemos notar que ela é um requisito essencial para que as escolas do projeto atendido pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, e foi também uma fator de impedimento do sucesso do Projeto Eureka, pois como já mencionado, muitas vezes não era possível a realização de certas atividades devido a problemas técnicos nos equipamentos de informática. Ressaltamos aqui a importância de um profissional especializado na manutenção de computadores nessas salas de ambiente de informática, ou então, a capacitação dos professores para tal, embora esta segunda opção seja a menos aconselhada, pois esse raciocínio poderia ser estendido as demais mídias utilizadas nos processos de ensino-aprendizagem, como televisão, projetos, etc. Concordando com esse faceta da inclusão do computador nas escolas, podemos citar Borba e Penteado (2003, p. 25):

Um técnico em informática deveria fazer parte do quadro de funcionários da escola. Não é possível desenvolver qualquer atividade com computadores que apresentam problemas com o monitor que não liga, a impressora que não imprime, conflitos de configuração de rede, os softwares desaparecem e ou vírus atacam. É preciso um suporte constante.

Da análise das iniciativas mais isoladas, as dos professores ou grupo deles, podemos constatar ali o resultado dos projetos anteriores a esses, que mesmo com seus problemas conseguiram que germinassem suas idealizações. Isso demonstra a evolução da informática educativa, que esta galgando seu espaço de forma sistemática e reflexiva, e esse fato faz com que a sua utilização como uma ferramenta educacional seja a cada época mais viável que a anterior. Se essa tendência prosseguir, logo teremos a utilização cotidiana dos computadores no ensino das mais diversas disciplinas, com aplicações mais precisas e amenização dos problemas ocorridos nos projetos iniciais. Ainda mais porque os 37

cursos de formação de professores terão que adaptar-se a essa nova realidade e necessidade da educação, e esses novos professores, que tiveram contato com a informática muito mais cedo que os professores atuais, apoiarão sua utilização no ensino. Esse profissionais enquadrar-se-ão perfeitamente na descrição de Cox (2008, p. 117): É preciso: competência para educar-se continuamente em acompanhar a dinâmica da atualidade; domínio da informática para evitar subutilização e/ou supervalorização, aversão e/ou endeusamento dos recursos disponibilizados por ela; disposição para estudar tendo em vista a necessidade de educação continuada e “conquista” das ferramentas computacionais; capacidade de ousar para quebrar as amarras das especificidades das formações educacionais tradicionais [...]

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VI. ANÁLISE DE UM SOFTWARE EDUCACIONAL

VI. I. Considerações iniciais

Devemos inicialmente destacar que a literatura para a análise de softwares educacionais é bastante escassa, dessa forma tentamos aqui esboçar uma análise modesta mas que seja eficaz. A análise de um software educacional pode ser feita sob três perspectivas: do aluno, do professor e dos desenvolvedores. Cada um desses agentes tem papeis bem distintos para uma avaliação de um software educacional. Um professor espera que um determinado software aborde as práticas de determinada teoria pedagógica e que sirva para a ministração do conteúdo que leciona, que tenha procedimentos de avaliação da aprendizagem dos alunos e que não exija do professor conhecimentos técnicos de informática demasiados, etc. Já para o aluno o software deve ser atrativo e estimulante, de fácil manuseio. Para os desenvolvedores importaria as regras de Engenharia de Software para análise da qualidade do software. Sendo assim a análise que estaremos realizando será sob a perspectiva do professor, por ser mais propícia e construtiva para o conteúdo que até aqui abordamos.

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VI. II. O software analisado

Nesta análise nos restringiremos a algumas características mais utilizadas do software, pois uma análise completa seria demasiadamente longa. O software analisado está disponível no site http://math.exeter.edu/rparris/, e seu nome é WinPlot. Foi desenvolvido pelo Professor Richard Parris da Philips Exeder Academy. Seu tamanho é inferior a 2 MB. Não é necessário processo de instalação, bastando descompactá-lo e executá-lo. Está disponível para todas a versões do Windows. Foi traduzido para o português pelo professor Adelmo Ribeiro de Jesus. O principal objetivo é auxiliar na construção e análise de gráficos de funções matemáticas. Ao iniciarmos o programa no menu “Janela” temos as opções para criação de gráficos: 2-dim e 3-dim, que correspondem a gráficos de 2 e 3 dimensões respectivamente. Abordaremos nesse trabalho apenas os gráficos de 2 dimensões. Ao escolher a opção 2-dim veremos uma janela semelhante a figura abaixo. Na opção “Explicita” podemos definir uma função f(x) e também configurar algumas opções como espessura e cor da linha do gráfico, e também podemos definir o intervalo da função escolhendo os valores máximos e mínimos que x pode assumir e marcando “travar intervalo”. Esta opção é bastante útil para o professor de matemática que esteja trabalhando a construção de gráficos com seus alunos. Pois pode facilmente alterar uma constante ou o produto desta por uma variável e instantaneamente observar a alteração do gráfico. Nos casos de comparações de funções, estas se tornam bem simplificadas, já que no software na tela de “Inventário” (Crtl + I) há a opção “dupl” que tem como 40

objetivo duplicar o gráfico de uma função. Assim não é necessário digitar a função novamente. Abaixo ilustramos os gráficos de funções f(x) = x^2 + x + 1, g(x) = x^2 - x + 1 e h(x) = x^2 - x - 1 numa comparação, onde pode-se verificar o que acontece quando mudamos os valores dos coeficientes de uma função quadrática da forma geral Q(x) = ax^2 + bx + c.

O tempo economizado nessas construções que o software proporciona pode ser muito bem aproveitado na análise de uma quantidade maior de funções. Além do que, o próprio aluno pode fazer certas observações obtendo assim conclusões que seriam mais trabalhosas e levariam mais tempo a serem descobertas. Também é possível obter gráficos de somas, divisões, potências, produto de duas funções acessando o menu “Dois” indo até a opção “Combinações”. O procedimento é bem simples, bastando escolher as função que se deseja combinar. No entanto a descrição do menu, a saber, “Dois”, não faz sentido para as opções que lá existem. Uma descrição melhor deveria ser elaborada para versões posteriores do software. O mesmo vale para o menu “Um”. Nesse menu há uma opção bastante rápida para obter pontos extremos do gráficos. Basta acessar a opção “Extremos” e escolher a função que se deseja visualizar os pontos extremos. Deixamos por aqui

a

apresentação

das características do

software

por

considerarmos suficientes para as considerações que faremos. Embora possa ser questionada essa facilidade que o software proporciona, no sentido de que o aluno estaria apenas inserindo valores, devemos destacar que

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nesse momento faz-se de vital importância o direcionamento do professor. Este software facilita enormemente a encontrar conclusões que se tentadas através simplesmente de lápis e papel acabaria por não ocorrer, ou ainda pior, o professor diria como são as propriedades e isto seria tomado como certo pelos alunos. Já por meio do software o aluno pode fazer experimentos com uma infinidade de valores o que proporciona a descoberta de certas propriedades pelo aluno pelo seu próprio mérito. Em relação ao layout do software, este poderia ser mais atrativo, contendo ícones, sugestões de ferramentas. Embora para um adulto, no caso o professor, isso possa ser irrelevante, para uma aluno seria um fator maior de motivação. A ajuda disponível é muito escassa. Isso inviabiliza a aprendizagem solitária de algum professor que deseja aprender o software, forçando a recorrer a cursos que podem não ser comuns em sua região. No site, a documentação do software também é muito escassa, na verdade trata-se apenas de uma descrição bem resumida de suas funcionalidades. Dessas forma, uma documentação mais abrangente é necessária para a melhora da qualidade desse software. Nos aspectos ligados ao tema abordado, o software é bastante abrangente. Em relação ao público ao qual é destinado seu conteúdo, este pode ir desde o ensino médio até a pesquisa em pós-graduação.

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VI. CONCLUSÃO

Podemos notar que a utilização da informática como uma ferramenta educativa será cada dia mais comum em nossas escolas. Mesmo que ainda existem oposição, aos pouco a mentalidade dessas pessoas se adaptarão a essas nova necessidade da educação, devido ao crescente número de projetos que apóiam esse uso. Embora ocorram problemas das mais variadas formas, temos que considerar que estamos vivendo um processo de aprendizagem. Não há receitas prontas nem modelos de eficácia certa. A educação é um processo muito melindroso, sensível as mais pequenas interferências. Essa utilização da informática auxiliando o ensino, apesar de ter-se iniciado a mais de 20 anos, encontra-se ainda num estágio de adolescência. Muito há o que se fazer. Muitas devem ser as pesquisas realizadas. Notei no decorrer da pesquisa desse trabalho, que há ainda uma carência sobre a eficácia das iniciativas de utilização da informática no ensino. Faltam ainda medidas quantitativas.Também a de ser considerado vital para esse processo de inserção de computadores no processo-ensino aprendizagem, a formação de professores para que possam lidar com as novas metodologias que surgem. Necessário se faz um novo processo pedagógico. Novos materiais didáticos. Mais recursos humanos. A elaboração de currículos específicos. Porém esse fato deve ser considerado, principalmente, pelos cursos de formação de professores, para que não seja necessário que depois de formados ainda tenham que adaptar-se a essa nova realidade. A informática é uma ferramenta educacional que deve ser utilizada pelos professores com a mesma frequência que esses utilizam as demais ferramentas necessárias aos processos de ensino-aprendizagem.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Disponível

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