Cabeço do Outeiro | Lousada - Um Núcleo Rural da Idade Moderna

August 11, 2017 | Autor: Joana Leite | Categoria: Historia Local, História Local e Regional, Fontes Para a História Local, Idade Moderna
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Cabeço do Outeiro " Lousada
Um Núcleo Rural da Idade Moderna
Manuel Nunes1 " Joana Leite2 " Paulo Lemos3
As circunstâncias fortuitas que propiciaram a descoberta desse habitat prenderam-se com a abertura de uma estrada local que expôs parte dos vestígios arqueológicos, impondo-se desde logo a necessidade de uma intervenção arqueológica de emergência (Fig.1).
No concelho de Lousada, freguesia de Nespereira (Distrito do Porto), foi descoberta, em 2005, uma ocupação doméstica balizada entre os séculos XVII-XVIII que possibilitou determinar algumas características particulares locais da vivência rural em plena Idade Moderna.

Circunstâncias da descoberta
Figura 1. Localização administrativa com pormenor do sítio no início dos trabalhos Arqueológicos.
Figura 2. Diacronia ocupacional do Cabeço Outeiro (CBO).
A sondagem realizada revelou uma sucessiva e intensa ocupação do espaço num horizonte cronológico que recua até à Idade Moderna (Fig.2). O momento histórico que preserva os seus traços ocupacionais mais característicos e estruturalmente articulados é o correspondente aos sécs. XVII-XVIII. Os trabalhos de escavação revelaram um espaço dividido em áreas com funcionalidades definidas de que se destaca uma área de apoio alimentar, ligada à confecção de alimentos, atestada pela abundante presença de fragmentos de panelas de cerâmica preta e outros utensílios domésticos como malgas e tigelas de louça vermelha associados a uma unidade estratigráfica de clara exposição directa e prolongada ao fogo e uma outra área funcional destinada à circulação, materializada por um piso de tijolos (Fig.3a e 3b) em bom estado de conservação e uma zona coberta (possível alpendre), a avaliar pela organização dos buracos de poste detectados.

Dinâmica ocupacional
Figura 3a e 3b. Piso em Tijolo e pedras (séc. XVII) com pormenor de tijolo.
No sentido de complementar os dados disponíveis e enriquecer a compreensão do sítio do Cabeço do Outeiro no contexto local, procurou-se ainda o cruzamento com as fontes históricas do arquivo particular da Casa do Cáscere (proprietária do terreno em questão) e com os resultados obtidos no acompanhamento arqueológico das obras de remodelação do Salão Paroquial de Nespereira, uma edificação coeva do Cabeço do Outeiro e fisicamente próxima.

Fontes Históricas
Relativamente à olaria preta, destinada à confecção de alimentos, destaca-se um conjunto de bordos de panela com caneluras produzidos no centro Oleiro de Gondar-Amarante, adaptados à cobertura com um testo. Do centro produtor do Prado, recolheram-se dois exemplares, ainda em cerâmica preta, que se destacam pelo acabamento: um fragmento de pança com várias concavidades repletas de moscovite (Fig.4) (3º quartel do séc. XVII) e um fundo de tigela de paredes finas e suavemente brunidas (2ª metade do séc. XVII).

Espólio exumado
Entre a cerâmica vermelha, destacam-se as tigelas do centro de produção Aveiro-Ovar e as asas perfuradas de cântaro do centro de produção do Prado (Fig.5) (meados do séc. XVII). Com presença vincada no contexto ceramológico, as faianças indiciam a presença de um núcleo familiar com algum prestígio económico e social. O aparecimento de faiança, materializada por fragmentos com decoração tipo "rendas", "contas", filetes de dupla linha a azul e em policromado (tipo brioso), remete-nos para o período entre o 1º e o 3º quartel do séc. XVIII (Figs.6 e 7). Foram ainda recolhidos diversos objectos em metal, entre os quais uma medalha de cobre de meados do séc. XVII (Fig.8) e uma navalha (Fig.9).
BIBLIOGRAFIA
AMORIM, I. (1998). A olaria de Aveiro, no século XVIII: continuidade e desenvolvimento. In Olaria: Estudos Arqueológicos, Históricos e Etnológicos, Nº 2. Barcelos: Câmara Municipal de Barcelos, p.70-80.
ARAÚJO, A. (1998). As Louças de Prado: Notas para a história da louça preta. In Olaria: Estudos Arqueológicos, Históricos e Etnológicos, Nº 2. Barcelos: Câmara Municipal de Barcelos, p.29-49.
BARREIRA, P.; DORDIO, P.; TEIXEIRA, R. (1997). O ciclo da louça - A presença de louça preta no mercado do Porto (séc. XVI-XVIII). In A louça preta em Portugal: olhares cruzados. Porto: CRAT, p.87-93.
BARREIRA, P.; DORDIO, P.; TEIXEIRA, R. (1998). 200 anos de cerâmica na Casa do Infante: do séc. XVI a meados do séc. XVIII. In 2as Jornadas de Cerâmica Medieval e Pós-Medieval. Tondela: Câmara Municipal de Tondela, p.145-184.
DORDIO, P. (1999) - Louça de cozinha da época moderna descoberta em escavações arqueológicas no Porto. In Actas do IV Encontro de Olaria Tradicional de Matosinhos. Matosinhos: Câmara Municipal de Matosinhos, p. 46-51.
FERNANDES, I. M. (1997). Os centros produtores. Sua geografia - Locais de produção. In A louça preta em Portugal: olhares cruzados. Porto: CRAT, p.28-33.
FONTES, L.; FERNANDES, I. M. (1998). Peças de louça preta decoradas com moscovite encontradas nas escavações arqueológicas do Mosteiro de S. Martinho de Tibães. In 2as Jornadas de Cerâmica Medieval e Pós-Medieval. Tondela: Câmara Municipal de Tondela, p.355-363.
REAL, L. M. (et. al) (1995). Conjuntos cerâmicos da intervenção arqueológica na Casa do Infante – Porto: elementos para uma sequência longa – séculos IV-XIX. In 1as Jornadas de Cerâmica Medieval e Pós-Medieval. Tondela: Câmara Municipal de Tondela, p.171-186.
Figura 4. Fragmento cerâmico com aplicações de
moscovite (séc. XVII)
Figura 5. Bordo/asa perfurado do centro de produção do Prado.
Figuras 6 e 7. Fragmentos de faiança ("rendas" à esquerda e "contas" a policromático à direita).
Figura 8. Medalha em cobre (séc. XVII).
Ficha Técnica: Desenhos de Campo: Luís Sousa e Carlos Gonçalves " Desenho de espólio: Carlos Gonçalves " Fotografia de Campo: Manuel Nunes, Joana Leite, Luís Sousa e Carlos Gonçalves " Fotografia de Espólio: Joana Leite (Cerâmica) e Jorge Nunes (Medalha)
1 Arqueólogo. Câmara Municipal de Lousada " 2 Arqueóloga " 3 Arqueólogo
Figura 9. Lâmina de navalha em ferro com dois apliques em cobre (séc. XVIII).
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