CADEIA DE VALOR, PARTICIPAÇÃO E SUSTENTABILIDADE

July 12, 2017 | Autor: H. Pires dos Santos | Categoria: Participatory Action Research
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ESADR 2013 VII CONGRESSO APDEA – V CONGRESSO SPER – I ENCONTRO LUSÓFONO ECONOMIA, SOCIOLOGIA, AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO RURAL

CADEIA DE VALOR, PARTICIPAÇÃO E SUSTENTABILIDADE HENRIQUE P. SANTOS (1), ANA S. CARDOSO (2) Centro de Estudos de Recursos Naturais Ambiente e Sociedade i, in_Agri ii / Escola Superior Agrária / Instituto Politécnico de Coimbra / Campus da ESAC, Bencanta, 3040-316 Coimbra, Portugal. E-mail: (1) [email protected]; (2) [email protected] Resumo A inexistência de arenas onde, regularmente, empresários, cientistas, autarcas e cidadãos, reunindo representantes de todos os elos das cadeias de valor dos subsistemas Agroindustriais (as fileiras), debatam cenários evolutivos da actividade e do território onde operam, é uma lacuna que urge colmatar. Uma resposta adequada consiste na realização de ciclos de Sessões de Trabalho (ST) temáticas, assentes em princípios de equidade e empatia e com objetivos de transformação estrutural e pessoal, onde se discutem problemas e perspectivam soluções, e se delibera sobre os passos a tomar, os processos a estruturar e os recursos a mobilizar, agindo conjuntamente pela elevação do valor. O projecto in_Agri - Rede de Oficinas de Inovação para o Sector Agroindustrial, âncora do Cluster Agroindustrial do Centro, envolve 1 Centro de Investigação, 2 Escolas Superior Agrárias, 1 Incubadora em Tecnologias de Informação, Comunicação e Electrónica, e 1 Conselho Empresarial. O seu principal objetivo é melhorar a competitividade do sistema Agroindustrial na NUT II Região Centro, através de um mix de metodologias de acção participativa, que mobilizam a capacidade para inovar em rede instalada na Região, configurando respostas a problemas comuns, promovendo a interação entre o tecido produtivo, a ciência, a administração pública e a cidadania. Compreende a realização de 2 ciclos anuais de ST e respectivo acompanhamento para cada um dos 8 subsistemas considerados, Cereais, Mel e Produtos Silvestres, Hortícolas, Frutos e Flores, Vinho, Azeite, Lacticínios, Carne e Pescado, promovendo processos de aprendizagem social que apontam para uma transformação negociada das normas, regras e relações de poder, com vista a concretizar os princípios do desenvolvimento sustentável. Nesta fase piloto, as metodologias são testadas e é recolhida informação, o que permite estruturar uma abordagem evolucionária para a sua disseminação a nível nacional nas regiões de convergência Norte e Alentejo. A expansão desta operação está em curso, permitindo um crescimento consistente do valor com base nas reais necessidades da indústria, e a emergência e maturação do Sistema de Inovação sectorial respectivo. Palavras-chave: Sistema Agroindustrial, elevação do valor, participação. i

O CERNAS (PEst-OE/AGR/UI0681/2011) é financiado pela FCT, Fundação para a Ciência e a Tecnologia. ii O in_Agri (CENTRO-01-AC28-FEDER-004038; nº 3494), é financiado pelo Mais Centro/PORC/Portugal.

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1. Introdução A utilidade do tema aqui exposto consiste na elevação do valor nos subsistemas que estruturam o Sistema de Inovação Agroindustrial (SInA), operacionalizada através de um mix de metodologias de acção participativa (GTZ, 2007; Rist et al, 2007; ILO, 2009; UNIDO, 2011; GMC, 2012), envolvendo actores do SInA que, ao inter-relacionar diversas formas de conhecimento, mobilizam a capacidade para inovar instalada em torno de uma praxis que estrutura a Rede de Oficinas de Inovação (ROI).

Figura 1: Sintonia dinâmica na quadrupla hélice

A consolidação dinâmica do SInA necessita de uma estrutura participativa, apta a responder às necessidades de aperfeiçoamento permanente na obtenção de valor, a ROI, que liga, articula e promove a interacção entre o tecido produtivo, a ciência, a administração pública e a cidadania (Fig. 1), focada que está na detecção de problemas de importância e na sua pronta correcção, construindo no seu processo soluções optimizadas para a criação de maior equilíbrio, resiliência e sustentabilidade no valor alcançado. Ao levar a ciência a constituir-se como uma apropriação da cidadania, esta metodologia promove a estruturação de uma administração colectiva para a evolução sustentável, através de trabalho transdisciplinar envolvendo interacção entre cientistas, especialistas e atores não-cientistas de cada sistema de criação de valor considerado (Hurni & Wiesmann, 2004). Idealmente, isto contribui para processos de aprendizagem social (Bouwen & Taillieu, 2004; Maarleveld & Dangb'egnon, 1999; Parson & Clark, 1995) que apontem para uma transformação negociada das normas, regras e relações de poder

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que regem o uso dos recursos naturais bem como dos artificiais, com vista a concretizar os princípios do desenvolvimento sustentável. Esta transformação consegue-se com a articulação de actores de cada subsistema considerado, estruturando sessões de trabalho orientadas, promovidas por equipas de facilitação, os Agentes da ROI que, numa base territorial interligada, estabelecem e animam os elos entre as componentes consideradas. Trata-se de promover e induzir a criação de uma malha de Agentes ROI que, sectorialmente, identificam e promovem o agendamento de processos de Investigação, Desenvolvimento e Inovação (IDI), utilizando os recursos da capacidade instalada, em resposta às necessidades detectadas de criação de valor e de sustentabilidade, através de processos de deliberação (ou seja, reflexão comum empenhada) entre diferentes categorias de atores, com base em princípios de equidade e empatia e com os objectivos de transformação estrutural e pessoal. É esta dupla transformação que vai permitir o desenvolvimento (sustentável) que os atores pretendem alcançar (Webler & Tuler, 2000), criando espaços de transformação de estratégia em acção comunicativa, através de um processo de definição conjunta de situações de acção relevante (Habermas,1984). Induz-se assim a inteligência colectiva para o crescimento do valor no SInA. Este foi o ponto de partida para o desenvolvimento do projecto in_Agri – Rede de Oficinas de Inovação para o Sistema Agroindustrial, uma operação piloto para teste e validação de metodologias, actualmente em curso ao abrigo do programa Mais Centro (CENTRO-01-AC28-FEDER-004038; nº 3494).

2. A Região Centro de Portugal Segundo o diagnóstico da fileira agro-alimentar realizado no âmbito do PROT Centro (CCDRC 2012a), os pontos fortes da Região Centro são o seu potencial de produção agro-pecuária, a história e tradição na exploração dos recursos marítimos, o elevado peso no emprego (especialmente da pecuária e das indústrias alimentares), a existência de unidades de I&D relevantes, e a diversidade dos produtos de qualidade e de excelência. Não obstante, subsistem debilidades ao nível do deficiente ordenamento do território, da pequena dimensão da propriedade, dos fracos níveis de associativismo, da lentidão na introdução da inovação e tecnologia na produção, do baixo nível de

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produtividade das empresas, associado ao envelhecimento da população agrícola e empresarial simultaneamente pouco qualificada, na excessiva pressão ambiental e na diminuição da capacidade pesqueira. No Censo de 2011 (INE), a Região Centro de Portugal tinha 2.327.026 habitantes (CCDRC 2012b) distribuídos de forma heterogénea, dos quais cerca de 70% vivem no litoral (a até 30 km da linha da costa) e os restantes, perto de 30%, no interior, numa área que representa mais de 75% do total da região (28 199 km2). Esta Região é extremamente variada em termos de paisagem, incluindo áreas classificadas, um património natural de elevado potencial económico e em parte por explorar. Isto é ainda mais notório ao ter em conta as características climáticas díspares das regiões atlânticas (mais húmidas), quando comparadas com as do interior montanhoso (mais secas). A economia regional assenta em actividades que dependem maioritariamente de recursos locais, ligadas ao sector primário, como a agricultura, silvicultura (a Região possui uma mancha de floresta contínua considerável) e pescas cuja capacidade de criação de valor precisa ainda de ser reforçada. O Centro de Portugal evidencia um conjunto de vários riscos no contexto das regiões europeias, demonstrando vulnerabilidades no que respeita a desafios presentes e futuros, tais como o declínio demográfico, a fragilidade face às alterações climáticas, a elevada dependência energética e a acentuada polarização social. Das 20 vulnerabilidades identificadas como críticas, a Região Centro está preparada para responder adequadamente a apenas 5, encontrando-se severamente debilitada nas 15 vulnerabilidades potenciais restantes (European Comission, 2011). A região ainda não está preparada para desempenhar o papel de actor global: a formação da sua população activa, em processo de envelhecimento, é deficiente e os movimentos de imigração não são bem acolhidos; as condições agrícolas e florestais são bastante vulneráveis face às mudanças climáticas, com o consequente aumento da dependência nos recursos hídricos e correspondente diminuição da procura turística estival; os problemas de saúde da população, associados a ondas de calor extremas cada vez mais frequentes, têm vindo a aumentar; a fraca capacidade de produção energética da região tornam-na bastante vulnerável a picos de consumo; a distribuição de rendimentos é muito desequilibrada, com fraca adaptação do mercado de trabalho, altos níveis de desemprego jovem e

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dificuldades de acesso a serviços sociais, tais como de educação e de saúde pública, nas suas vastas e por vezes muito acidentadas áreas rurais. Deste modo, a Região do Centro insere-se numa periferia europeia altamente vulnerável; é uma região de convergência e o PIB per capita médio diminuiu em 5 % no período de 2000-2008 (CEP&C 2011), o que se acentuou consideravelmente até ao presente. Assim, esta é uma região predominantemente rural, parcial a totalmente desfavorecida (EC- DG RP 2010), onde menos de 20% da população dos 24 aos 64 anos detém formação superior (CEP&C 2011), mais de 60% tem apenas formação de ensino básico e mais de 16% da população, entre os 18 e os 24 anos, abandona a escola sem terminar o ensino secundário (EC- DG RP 2010). Adicionalmente, os serviços de formação ao longo da vida e de formação de adultos entre os 25 e 64 anos servem apenas 6% da sua população. A produtividade laboral é inferior a 67,8% do índice correspondente na EU-27 (2007) (EC- DG RP 2010) e 20% da população vive em risco de pobreza depois das transferências sociais (2008), enquanto cerca de 14% da população sofre de privações materiais severas. No entanto, esta região, de um modo geral, tem-se mostrado resiliente, enfrentando a actual conjuntura nacional com uma capacidade de resposta positiva. Em 2009, o Regional Innovation Scoreboard (Hollanders et al., 2009) classificou o desempenho da Região Centro como produtora de “inovação de médio a baixo calibre”, mas já em 2012 esse desempenho foi actualizado para ‘região seguidora de inovação’ (Hollanders et al., 2012), evidenciando uma melhoria promissora deste indicador. A tal não é estranha a textura de componentes críticos que actualmente engloba 9 Instituições de Ensino Superior, 14 Incubadoras de Empresas, 4 Centros Tecnológicos, 6 Parques de Ciência e Tecnologia, 4 Clusters e 5 Polos de Competitividade, 8 PROVERE e 70.000 Empresas que, para poderem revelar todo o seu potencial, necessitam ainda de se interligar estruturalmente, orientando esta capacitação regional na geração e na optimização dos processos de criação de valor e de promoção da sua sustentabilidade. Existe assim uma larga experiência acumulada na Região Centro de definição e implementação de estratégias de investigação e inovação que envolvem o sistema científico e tecnológico e o tecido empresarial, desde a concepção dos planos até à sua execução e avaliação.

3. Metodologia

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Para testar a metodologia foi estruturada uma parceria de base regional, envolvendo 1 Centro de Investigação, o CERNAS (Centro de Estudos de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade), unidade acreditada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), alojado em 2 Escolas Superior Agrárias dos Institutos Politécnicos de Coimbra (ESAC) e de Castelo Branco (ESACB), 1 Incubadora em Tecnologias de Informação, Comunicação e Electrónica, o Instituto Pedro Nunes (IPN) e 1 Conselho Empresarial, o CEC/CCIC (Conselho Empresarial do Centro/Câmara de Comércio e Indústria do Centro). A cada instituição foi atribuído um papel estratégico na articulação da rede de criação de valor. Assim, o CERNAS coordena e monitoriza os trabalhos, articulando uma Comissão Técnica e Científica que integra investigadores das ESAs e do IPN, responsáveis pela incorporação de conhecimento técnico e científico no processo de análise das cadeias de valor. O IPN estruturou uma plataforma de transferência de conhecimento, que serve de suporte para a dinamização da rede, promovendo a aproximação entre a I&DT e a realidade empresarial, e o CEC/CCIC assumiu a promoção e disseminação da operação junto do universo empresarial.

Figura 2: Ciclos operativos bianuais adoptados

As actividades do projeto envolvem 2 ciclos de Sessões de Trabalho (ST), de âmbito regional (Fig. 2), com os agentes das cadeias de valor do sistema agroindustrial (as fileiras) e com investigadores da especialidade onde, através de técnicas de geração de consensos, se evidenciam, agrupam e organizam grandes temas de problemáticas que

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afetam o sector. Na sua sequência, promove-se a auto-organização e o acompanhamento das equipas de projeto multidisciplinares e polisectoriais, que vão desenvolver essas transformações resolutivas, quer através de reuniões dedicadas a cada problemática detetada, quer através da plataforma de transferência de conhecimento dedicada a estas tarefas. Assegura-se assim que cada grupo de trabalho focal tem o devido acompanhamento técnico e científico para a conceção, o desenvolvimento e a comercialização das inovações resultantes dos múltiplos projetos gerados com esta operação. No final de cada ciclo, para promover o adensar da rede, são organizadas Sessões Plenárias, onde são apresentadas e discutidas as evoluções operacionais das atividades geradas neste processo. Estas Sessões, com a duração de um dia, têm também o intuito de promover a partilha de conhecimentos e experiências entre os participantes, através de debates e discussões orientadas fomentando a troca de contactos entre os intervenientes das diferentes cadeias de valor, induzindo a promoção de negócios e de trabalho colaborativo. Um seminário, onde será apresentada uma súmula do projeto e uma apresentação do estado da arte das metodologias participativas e da sua aplicação na aproximação da comunidade científica às empresas, conclui as actividades do projecto. As fileiras escolhidas tiveram em conta a representatividade dos sectores de atividade na Região do Centro, tendo sido considerados inicialmente 8 subsistemas: Cereais, Mel e Produtos Silvestres, Hortícolas, Frutos e Flores, Vinho, Azeite, Lacticínios, Carne e Pescado. Considerando as dinâmicas criadas ao longo do 1º ciclo de STs, algumas fileiras foram segmentadas. Isto sucedeu na fileira da Carne, que se dividiu em dois segmentos: o segmento denominado Carne, englobando os produtos cárneos de suínos, bovinos e pequenos ruminantes, e Aves e Ovos, um sector com especificidades que o diferencia do restante, e ocorreu igualmente com a fileira do Mel e Produtos Silvestres, que se dividiu em Mel, Medronho e Cogumelos Silvestres. Deste modo, o 2º Ciclo de STs teve um incremento, ao passar a considerar 11 subsistemas com potencial económico na Região. Durante o 1º Ciclo de STs, cada reunião temática, após abertura de integração dos participantes no contexto dos trabalhos, iniciou-se com a apresentação da Plataforma de Transferência de Conhecimento do in_Agri, (Ciência & Tecnologia/ Indústria & Sociedade), alimentada pela facilitação de fluxos de informação, de acesso livre, a que

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se seguiu uma breve apresentação do subsistema em causa, caracterizando a situação actual da actividade na Região, no País e no Mundo. Os trabalhos em si iniciam-se com uma sessão de geração de ideias promovida por brainstorming facilitada por um dinamizador, recorrendo ao uso de post-its de 3 cores e de quadros de suporte. Deste modo, a transmissão das mensagens realçando aspectos positivos do sector, debilidades ou problemas, soluções ou sugestões, faz-se pela escrita em post-its respectivamente verdes, laranjas e amarelos (Fig.3). Numa 2ª fase dos trabalhos, após o agrupamento e hierarquização das ideias, é aberto o debate oral para discussão das propostas de solução, para numa 3ª fase se estabelecerem e firmarem consensos. As sessões são encerradas com o agendamento dos trabalhos subsequentes.

Figura 3: Metodologia das 1as Sessões de Trabalho temáticas adoptada no in_Agri

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Ao longo deste frutuoso mas árduo processo de expressão, selecção e validação de ideias, algumas podem associar-se ou divergir, outras podem cair por inviabilidade ou por desinteresse, e outras novas ideias podem surgir. Umas equipas avançam mais depressa, outras necessitam de reflectir melhor os conceitos em que trabalham, umas trabalham com mais autonomia, outras exigem um maior acompanhamento ao longo da maturação do processo. Este compreende 6 partes (I a VI), em passos sequenciais (Fig.4).

Figura 4: Síntese do processo

Os consensos gerados (I), para que evoluam para propostas de projecto candidatáveis a financiamento (IV) exigem um acompanhamento que passa pela realização de reuniões focais (II&III), com grupos mais restritos de subscritores dos consensos. No decurso deste processo participativo, promove-se o pensamento crítico elaborando o Racional para a Acção (porquê, para quê, que consequências) (II.1), através da apresentação dos benefícios e das desvantagens associados ao desenvolvimento do projecto (na economia, na tecnologia, no ambiente, na comunidade e na sustentabilidade) e são constituídas Equipas de Trabalho (II.2), atribuindo papéis aos seus membros e determinando as lideranças (II.3). Os projectos são estruturados (III.1) com objectivos, métricas, orçamento e prazos, e o processo é calendarizado por níveis estratégicos de ação e de prioridades, para apresentação de candidaturas para investimento, preenchendo-se então os formulários de candidatura adequados (III.2). Depois de submetidos (IV.1), os projectos aprovados (IV.2) são operacionalizados (V) para que a obtenção de resultados (VI) permita a sua validação pela comunidade e o mercado. A fase de elaboração do Racional para a Acção (II) consiste em precisar a justificação para os diferentes conjuntos de ações que se evidenciarem fundamentais, determinantes do crescimento do valor daqueles produtos neste território. Assim, é fundamental

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precisar os contornos das operações que envolve, i.e., saber porque é necessária essa transformação e quais a suas consequências, benéficas e nefastas. Consequências benéficas da ação: as vantagens das consequências da ação

Para que serve? Porque está interessado(a) nela? Quanto custa, é cara? É difícil de atingir? Demora muito tempo a obter?

Sustentabilidade do valor na cadeia

Qual(is) a(s) sua(s) vantagem(ns)? E inconvenientes? São muitos? A quem de destina? Quem ganha com esta ideia? E ganha o quê? E quem perde?

Equilíbrio ambiental

Integração na comunidade

Insustentabilidade do valor na cadeia

Eficiência tecnológica

Benefício económico

Consequências benéficas da ação Consequências nefastas da ação

Desintegração da comunidade

Desequilíbrio ambiental

Prejuízo económico

Ineficiência tecnológica

Consequências nefastas da ação: as desvantagens das consequências da ação

Figura 5: Racional para a ação – processo de análise dos consensos.

De forma a facilitar esta reflexão são fornecidas fichas com as questões apresentadas na figura 5, para além do material inicialmente distribuído.

4. Operacionalização do in_Agri Como foi atrás explicitado, esta operação piloto decorre numa região de convergência, a NUTS II do Centro de Portugal, portanto, uma região carente de iniciativas que promovam o seu pleno desenvolvimento, unindo actores chave para a elevação do valor do sistema agroindustrial numa perspectiva de sustentabilidade em rede.

4.1. Sessões realizadas A localização escolhida para a realização das Sessões teve em conta a distribuição da representatividade dos diferentes subsistemas na Região Centro (Fig. 6) e tentando percorrer de forma inclusiva todo o território.

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Pinhel

1 Ílhavo

Viseu Guarda

2 N O S

0

25 km

Montemor -o-Velho

Sem

3

4

Anadia E

Oliveira Luso do Hospital Pampilhosa da Serra

Fundão

SP

Coimbra

5 Proença-a-Nova Castelo Branco

Leiria

7

6 Seminário

Mação Alcobaça

Sessões Plenárias

Sem SP

Peniche

Análise das Cadeias de Valor

8 NUTS III (proposta da CCDRC 2014/2020)

Sessões de Trabalho

2012

2013

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

Região de Aveiro Dão-Lafões Beiras e Serra da Estrela Região de Coimbra Beira Interior Sul Médio Tejo Região de Leiria Oeste

Vinho

Lacticínios

Cereais

Azeite

Carne

Pescado

Aves e Ovos

Hortícolas, Frutos e Flores

Mel

Mel e Medronho

Cogumelos

Medronho

Figura 6: Localização e ano de realização das Sessões de Trabalho do in_Agri

Até ao final do 2º trimestre de 2013 foram desenvolvidas 18 Sessões de Trabalho, a que se associaram 8 Reuniões Focais. No início de cada ST é distribuída uma pasta a cada um dos participantes, cujo conteúdo difere do 1º para o 2º ciclo de trabalho. No primeiro caso, cada pasta continha o programa da Sessão, uma brochura de apresentação do projecto, um caderno de trabalho e um questionário de avaliação da ST, para preencher no final dos trabalhos. O caderno compreende uma breve introdução do subsistema em causa, esquemas com as cadeias de valor e sistemas tecnológicos respectivos, e folhas para preenchimento orientado, durante a fase de geração de ideias, bem como uma lista com as entidades convidadas a participar na Sessão. Tratando-se do 2º ciclo, para além dos documentos citados, são incluídas fichas de trabalho, tantas quantos os consensos gerados na 1ª ST, um formulário de apreciação dos consensos para preenchimento, onde é solicitado aos participantes que ordenem, segundo as suas preferências, as prioridades que lhes atribuem para dar continuidade às linhas de trabalho previamente subscritas e um

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questionário para preencher logo no início, relativo à motivação e expectativas sobre o decurso do dia. Os cadernos de trabalho distribuídos no 2º ciclo (de STs) estão estruturados de forma diferente dos anteriormente descritos: estes iniciam-se com um resumo do projecto de uma forma global e um ponto de situação relativamente ao subsistema a que se referem, seguindo-se uma descrição dos consensos gerados e do racional para a acção de cada um deles, tão desenvolvido quanto for o grau de maturidade em que se encontra.

4.2. Participação A divulgação nas STs é efectuada por convite dirigido a representantes de todos os elos das cadeias de valor de cada subsistema considerado para a Região Centro, constituindo uma base de dados construída com a colaboração de todos os parceiros do projecto. A par do convite directo, por e-mail, telefone ou fax, as sessões são publicitadas nas página web e Facebook do projecto. Assim, no 1º ciclo e no 2º ciclo, respectivamente, estiveram presentes 69 e 87 representantes de Empresas, 85 e 70 Investigadores, para um total de 32 e 40 elementos de

Instituições

(Direcções

Regionais,

Autarquias,

Associações

Profissionais,

Associações de Desenvolvimento e ONG’s), sendo que houve indivíduos presentes em mais que uma sessão, embora em reduzido número.

1º Ciclo de ST’s (2012)

2º Ciclo de ST’s (2013)

Cogumelos Medronho Mel Mel e Produtos Silvestres Hortícolas, Frutos e Flores Aves e Ovos Carne Pescado Cereais Azeite Vinho Lacticínios

Cogumelos Medronho Mel Mel e Produtos Silvestres Hortícolas, Frutos e Flores Aves e Ovos Carne Pescado Cereais Azeite Vinho Lacticínios 0

10

Emp

20

Inv

30

40

50

60

0

10

Emp

Inst

20

Inv

30

40

50

60

Inst

Emp: Empresas; Inv: Investigadores; Inst: Instituições

Figura 7: Número de participantes por tipologia de agente de inovação nos 1º e 2º ciclos de STs

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Os gráficos anteriores (Fig.7) representam a participação absoluta nas diferentes Sessões durante os 2 ciclos. Verificou-se que no 1º ciclo de ST’s, os subsistemas Mel e Produtos Silvestres (34), Carne (31) e Cereais (32) foram os que reuniram maior número de participantes, e o Pescado o menor número (14). No 2º ciclo, sobressai o interesse que a ST do Medronho suscitou, reunindo um total de 53 participantes, dos quais 39 foram empresas, bem como a sessão dos Cogumelos onde, para um total de 29 participantes, metade (14) foram representantes empresariais. Novamente o Pescado é o subsistema que reúne o menor número de participantes (15). A Figura 8 mostra a participação relativa das tipologias Empresas, Investigadores e Instituições em cada uma das sessões dos 2 ciclos de trabalho. 1º Ciclo de ST’s (2012)

2º Ciclo de ST’s (2013)

Cogumelos Medronho Mel Mel e Produtos Silvestres Hortícolas, Frutos e Flores Aves e Ovos Carne Pescado Cereais Azeite Vinho Lacticínios

Cogumelos Medronho Mel Mel e Produtos Silvestres Hortícolas, Frutos e Flores Aves e Ovos Carne Pescado Cereais Azeite Vinho Lacticínios 0%

20%

Emp

40%

Inv

60%

80%

100%

0%

20%

Emp

Inst

40%

Inv

60%

80%

100%

Inst

Emp: Empresas; Inv: Investigadores; Inst: Instituições

Figura 8: Distribuição dos participantes por tipologia de agente de inovação no 1º ciclo de ST. Verifica-se que, mesmo em termos relativos, há uma consistência entre os 2 ciclos no peso das diferentes tipologias. Observa-se que durante o 1º ciclo de STs, nos subsistemas Cereais, Carne, e Mel e Produtos Silvestres as empresas representam mais de 40% dos participantes (47%, 45% e 44% respectivamente), enquanto no das Hortícolas, Frutos e Flores, as empresas só representam 22% do total de participantes. Quanto ao 2º ciclo de STs, as empresas ultrapassam os 40% de participantes nos subsistemas Medronho, Cogumelos, Cereais e Carne (74%, 48%, 47% e 45% respectivamente). Então, foi o subsistema Mel a agregar menor peso de empresas (22%).

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5. Acompanhamento Está a ser desenvolvida uma ferramenta online para o acompanhamento e aconselhamento

permanente

do

desempenho

do

Projecto

inAgri,

podendo

adicionalmente servir para outros projectos ou Sistemas de Acções. O seu conceito analítico é estruturado com o conjunto de variáveis adoptadas no modelo dos sistemas de acções intencionais desenvolvido por Quintanilla (1998, 2005), na sequência dos trabalhos de T. Kotarbinski (1965, 1967) e M. Bunge (1979,1999), assumindo o conceito de "praxiologia como teoria geral da ação humana" (Quintanilla, 2005), sendo o seu objetivo ?o bom trabalho técnico, eficiente”, servindo esta ciência para ?dar indicações e advertências a qualquer trabalho importante para que atinja o máximo de eficácia" [Quintanilla (2005) cit. Kotarbinski (1965)]. Esta aproximação, geradora de indicadores económicos, tecnológicos, ambientais, de coesão social e de sustentabilidade do valor em consequência das acções promovidas com os projetos, estrutura, acompanha e orienta as equipas de trabalho, instruindo a retroação mais apropriada, quantitativa e qualitativamente, visando a obtenção dos melhores resultados no mais curto intervalo de tempo. Deste modo, assegura-se a maior autonomia na gestão das actividades de cada equipa de projecto gerado no curso da operação, promovendo a automatização do acompanhamento das suas acções, e auxiliando a equipa do in_Agri nas orientações a que tenham de proceder na facilitação das tarefas dessas equipas, visando o seu sucesso pleno. Para utilizar esta ferramenta é apenas necessário o registo online sem nenhum custo associado, sendo o acesso livre.

6. Resultados Durante o 1º ciclo de STs foram identificados e discutidos 69 temas de interesse colectivo que evoluíram para 54 consensos no 2º ciclo de sessões. O gráfico seguinte (Fig.9) evidencia essa tendência, sendo que, não estando ainda concluído o 2º ciclo, apenas falta realizar a ST referente ao subsistema do Vinho. A ausência de dados no 1º ciclo referentes aos subsistemas Aves e Ovos, Mel, Medronho e Cogumelos deve-se à desagregação destes sectores anteriormente referida.

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14 12 10 8 6 4 2 0

nº Consensos 1º Ciclo

nº Consensos 2º Ciclo

Figura 9: Evolução do número de consensos no final de 2 ciclos de STs As diferenças quanto ao número de consensos que se observam nos diferentes subsistemas, e que no caso particular dos Lacticínios é muito acentuada, é explicada pelo facto de alguns dos temas terem vindo a ser agrupados, condensando-se em grandes problemáticas que passam a englobar vários dos consensos anteriormente subscritos. Simultaneamente, alguns temas tratados no 1º ciclo são descartados, quer pela perda de interesse por parte dos seus subscritores em lhes dar continuidade, quer por se tornarem desajustados, neste último caso porque os problemas que propunham resolver já não existem ou deixaram de ser prementes, como se verificou com as alterações no mercado do leite de vaca. O aprofundamento destes trabalhos prossegue ao longo de 2013, tendo até à data sido aprovados 3 projectos de IDI (FCT: PTDC/AGR-FOR/3746/2012; Proder nº 45961; Proder nº 43748), no valor global de 357.838 €, superior ao investimento aprovado (286.585 €), representando um efeito multiplicador de 1,25 ao fim do 3º semestre de actividade. Mais decorrem reuniões focais visando a constituição de uma Cooperativa e do Agrupamento de Produtores do Medronho, a criação de uma marca diferenciadora da qualidade dos produtos do Baixo Mondego (Arroz Carolino e outros produtos), a negociação para a criação de circuitos de escoamento alternativos para produtos de hortofrutícolas da Beira Interior, bem como de variados projectos de IDI em copromoção com empresas de todos os sectores atrás referidos, sendo de esperar que o investimento em IDI captado no termo da operação venha a crescer consideravelmente, estando ainda por determinar o efeito multiplicador em inovação e criação de valor função dos resultados obtidos com os projectos em processo de formulação e já em

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curso. A par dos consensos são levantadas outras necessidades relacionadas com formação e informação, a que os investigadores têm procurado dar resposta, por exemplo, com cursos de formação técnica autofinanciados (Formulação de regimes alimentares para vacas leiteiras/ESA-IPCB - Lacticínios).

7. Discussão Para todas as STs é convidado a participar um elevado número de Empresas, Empreendedores e Instituições que desenvolvem actividade na Região Centro, mas a resposta de manifestação de interesse em participar tem sido muito variável entre os diferentes subsistemas. Verifica-se que as actividades onde as cadeias de valor estão mais estruturadas e há mais tempo (Vinho, Carne, Lacticínios e Azeite), existe uma grande incidência sobre as dinâmicas de mercado: novos produtos, novos processos, novos mercados, certificações e referenciais de qualidade diferenciadora, etc. Já em sectores mais “jovens”, como é o caso dos Cogumelos Silvestres ou do Medronho, a incidência dos interesses consensuais orienta-se prioritariamente para a produção primária. Nestes, observam-se níveis de desorganização elevados e dificuldade no acesso a informação especializada. Aqui, a partilha de ideias e soluções entre participantes, as questões colocadas à comunidade científica presente nas STs e os contactos que se estabelecem revelam-se imprescindíveis para a melhoria da sua actividade. Em todos os subsectores são apontados problemas específicos relacionados com a produção, como pragas, doenças e factores de produção, com a transformação visando a obtenção de novos produtos e com a comercialização, ambicionando canais de escoamento mais vantajosos e o acesso a novos mercados de exportação. No entanto, os problemas relacionados com a organização dos produtores e com a colocação dos produtos no mercado são recorrentes, em todas as ST realizadas.

8. Trabalho futuro Na sequência do projecto in_AGRI (dimensão Piloto), surgiu o interesse dos parceiros em alargar o consórcio a outras entidades (Instituto Politécnico de Bragança e Universidade de Évora), candidatando o projecto ROIn_Agri - Dinamização da Rede de

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Oficinas de Inovação para o sector Agroindustrial - à Fase II do Sistema de Apoio a Ações Coletivas (SIAC). Assim, a ampliação da sua escala de aplicação territorial às regiões NUTS II Norte, Centro e Alentejo permitirá a disseminação e o aperfeiçoamento evolutivo das suas metodologias, provocando um efeito multiplicador do valor do Sistema Agroindustrial nestas regiões de convergência.

9. Conclusões Potenciar todas as sinergias pela mobilização da inteligência coletiva para o crescimento do valor nos sistemas de produção, estruturando o desenvolvimento e a afirmação de dinâmicas criativas no Sistema Agroindustrial, apoiando a geração e a recombinação cruzada de novas ideias disruptivas, de inovação pela aplicação de conhecimento pluridisciplinar, é uma consequência das operações que este processo envolve. Através desta estrutura operacional, estimula-se a interdependência de agentes cognitivos múltiplos, para inter-relacionar diversas formas de conhecimento numa perspetiva construtivista, tornando possível a “aprendizagem de ciclo duplo” (Maarleveld e Dangb'egnon, 1999), onde o foco está na transformação, inovação e criação de novos arranjos estruturais e intra e inter-institucionais que tenham em conta princípios de sustentabilidade.

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