Caderno de Resumos do IV Colóquio de Estudos Vikings e Escandinavos, UFPB, 2016

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IV Colóquio de Estudos Vikings e Escandinavos — Caderno de resumos UFPB, 19 a 21 de outubro de 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES Profa. Dra. Margareth de Fátima Formiga Melo Diniz (Reitora) Prof. Dr. Wilson Honorato Aragão (Diretor do Centro de Educação) Profa. Dra. Dilaine Sampaio (Chefe do Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões) Prof. Dr. Deyve Redyson Melo dos Santos (Chefe do Departamento de Ciências das Religiões) Profa. Dra. Fernanda Lemos (Coordenadora do Curso de Ciências das Religiões)

IV COLÓQUIO DE ESTUDOS VIKINGS E ESCANDINAVOS

COORDENAÇÃO GERAL Prof. Dr. Johnni Langer (UFPB/NEVE/Vivarium UFPB) Profa. Ma. Luciana de Campos (PPGL-UFPB/NEVE/CEIA)

COMISSÃO ORGANIZADORA Andressa Furlan Ferreira (PPGCR-UFPB/NEVE/Vivarium UFPB) Angela Albuquerque (PPGCR-UFPB/NEVE/Vivarium UFPB) Laura Maria da Silva Florentino (UFPB/Vivarium UFPB) Me. Leandro Vilar (PPGCR-UFPB/NEVE/Vivarium UFPB) Me. Pablo Gomes de Miranda (PPGCR-UFPB/NEVE/Vivarium UFPB) Me. Ricardo Menezes (UFPB/NEVE/Vivarium UFPB)

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COMISSÃO CIENTÍFICA Prof. Dr. Álvaro Bragança Júnior (UFRJ) Prof. Dr. Deyve Redyson Melo dos Santos (UFPB) Prof. Dr. Eduardo Fabbro (NEVE) Prof. Dr. Fabricio Possebon (UFPB) Prof. Dr. Hélio Pires (Universidade Nova de Lisboa/NEVE) Prof. Dr. João Lupi (UFSC) Prof. Dr. Johnni Langer (UFPB/NEVE/Vivarium UFPB)

APOIO ABHR (Associação Brasileira de História das Religiões) ABREM (Associação Brasileira de Estudos Medievais) Centro de Educação da UFPB PPGCR-UFPB (Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões da UFPB) VIVARIUM – Núcleo Nordeste

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APRESENTAÇÃO O Colóquio de Estudos Vikings e Escandinavos (CEVE), promovido pelo Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos (NEVE), teve início em 2012 na Universidade Federal Fluminense. Desde 2014, o evento vem sendo realizado anualmente na Universidade Federal da Paraíba. O objetivo principal do CEVE é a divulgação de pesquisas que envolvem estudos nórdicos medievais em nosso país, de modo a aproximar graduandos, pós-graduandos e professores empenhados nesse ramo do conhecimento. As atividades desta edição de 2016 têm como motivo central a religiosidade e os mitos nórdicos, refletidos nas crônicas, na literatura e na iconografia medieval. As atividades previstas são conferências, mesasredondas, minicursos, sessões de comunicação, oficina e apresentação de pôster, todas a respeito dessa temática. Reafirmamos o compromisso do grupo NEVE com o avanço e a consolidação de pesquisas sobre Escandinávia Medieval tanto no Brasil quanto na América Latina e países de língua portuguesa. O grupo NEVE também se preocupa em estimular novas pesquisas e novos parâmetros de investigação, além de fomentar o intercâmbio internacional com outros acadêmicos e centros de pesquisa, contribuindo, assim, na formação de novos escandinavistas.

Coordenação geral do IV CEVE

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CONFERÊNCIAS De Camelot aos fiordes da Escandinávia: caminhos e desvãos das letras arturianas no norte da Europa Prof. Dr. Marcus Baccega (UFMA)

Esta intervenção terá por objeto as traduções e adaptações da cultura escrita europeia continental produzida a respeito do Rei Artur, do Santo Graal e das aventuras dos Cavaleiros da Távola Redonda efetuadas entre os povos escandinavos. Enfoca-se o período da Era Viking (793—1066), bem como sua imediata posteridade, durante os quais as narrativas arturianas, sob a forma retórico-poética de crônicas (Historiae) advindas das Ilhas Britânicas, serão recepcionadas pelos germanos peninsulares e adaptadas à forma de sagas. Nosso intuito será analisar em que medida as Riddara Sögur (sagas de cavalaria) contribuíram para ressignificar a imagem do “rei” (kůningr) e torná-lo assimilável ao rex sacerdos cristão. Para tanto, serão discutidas questões heurísticas relativas às práticas escritas de tradição e adaptação de corpora continentais na Escandinávia viking. Palavras-chave: Matéria da Bretanha. Tradução/Adaptação. Riddara Sögur.

A linhagem na Saga de los Ynglingos Prof. Dr. Luciano José Vianna (UPE)

A linhagem é um dos principais temas de trabalho sobre os estudos medievais. A representação da linhagem nas fontes documentais e visuais já apresenta diversos trabalhos consolidados. A Saga de los Ynglingos (c. 1225), de Snorri Sturluson (c. 1178—1241), apresenta a sequência da linhagem dos Ynglingos abordando aspectos mitológicos, literários e históricos sobre os antigos povos escandinavos. O objetivo desta comunicação é analisar, a partir da relação entre o presente do autor da fonte e o passado abordado no documento, uma perspectiva adotada em diversos estudos de Gabrielle M. Spiegel sobre a historiografia medieval, as principais características atribuídas a cada membro da linhagem dos Ynglingos de acordo com as palavras de Snorri Sturluson. Além disso, também serão analisadas as principais funções da linhagem destacadas na Saga de los Ynglingos, com o intuito de se aproximar à representação do comportamento da mesma representada neste documento. Palavras-chave: Saga de los Ynglingos. Snorri Sturluson. Linhagem.

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PALESTRAS DE MESAS-REDONDAS

MESA-REDONDA 1: CRISTIANIZAÇÃO DA ESCANDINÁVIA MEDIEVAL Coordenação: Prof. Dr. Deyve Redyson Melo dos Santos (UFPB)

Cristianização da Noruega: as marcas de uma guerra civil Me. Munir Lutfe Ayoub (MAE-USP/NEVE)

O presente trabalho pretende analisar a cristianização da Noruega entre os séculos XII e XIII, período de guerras civis que formaram o reino norueguês. Tomaremos, para a compreensão desse processo, a articulação entre cultura, religião e relações sociais e teremos como principal objetivo a busca pela compreensão do processo que construiu e ordenou o funcionamento dessa sociedade, abrangendo um conjunto de práticas e expectativas, de maneira a articular a existência humana e sua percepção de si e do mundo. O processo de cristianização será compreendido sob a longa duração, na qual se deu a incorporação e a formação da religião cristã, que foi formada pelas oposições e alianças sociais que eram próprias de cada contexto histórico e que, de maneira nenhuma, existiu como um aspecto puro e inviolável. O estudo da cristianização deve levar em consideração uma série de combinações de fatores, como políticos e econômicos, sendo compreendida como um processo de formação não apenas religioso, no sentido moderno de sua compreensão, mas também social, que a evidencia como elemento dinâmico envolvido em relações globais na formação de visões de mundo que se desenvolviam e se adaptavam pela associação desses múltiplos aspectos em um jogo de aceitação e recusa das compreensões culturais, da relação entre os homens e da relação entre estes e a natureza. O vértice espaço-temporal que abrange a Noruega tem início em nosso trabalho no século XII, delimitado pelo conflito de Harald Gille com Magnus Sigurdsson, iniciado em 1134, que tinha como mote principal o domínio da coroa. Abrangeremos, no entanto, nosso trabalho até o século XIII devido à continuidade das sucessivas disputas que deu a cristianização os elementos catalisadores de sua formação e que necessitam ser compreendidas para que o processo seja questionado e problematizado. Palavras-chave: Cristianização. Guerra civil. Noruega.

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A construção da ekklésia islandesa por meio da Jóns saga helga Me. André Araújo de Oliveira (PPGH-UFMT/NEVE)

A Jóns saga helga, saga do santo Jóns, é uma narrativa da vida do santo bispo Jóns, do seu nascimento até sua morte, narrando a sua atividade episcopal para a construção e consolidação da ekklésia cristã no norte da Islândia. Jóns Ögmundarsson (1052—1121) foi o primeiro bispo da diocese de Hólar e assim teve um contato contínuo com os elementos não cristãos ainda remanescentes na região norte da ilha. A Islândia foi cristianizada oficialmente na assembleia geral de 999, contudo, a decisão oficial não influenciou todas as regiões da ilha, onde a conversão viria posteriormente. A saga apresenta o posicionamento do bispo perante os confrontos religiosos de sua época, nos quais ele necessitou colocar-se antagonicamente à religiosidade pré-cristã. Todavia, nem todos os elementos da religiosidade nórdica foram estigmatizados. No processo de adaptação do cristianismo à sociedade local, agregou-se elementos externos ao cristianismo para uma maior aceitação nesse meio. Os elementos que não puderam ser aproveitados pelo cristianismo foram suprimidos. Um dos exemplos mais marcantes na documentação é a alteração do nome dos dias da semana, de modo que não possuíssem mais o nome dos deuses da religiosidade nórdica, como a alteração do dia de Odin, Óðinsdagr, para miðvikudagr, o dia no meio da semana. Neste trabalho, buscaremos focar no processo de sedimentação da identidade cristã na sociedade islandesa, utilizando, para tal, a Saga do santo Jóns. Como ferramentas para análise, será utilizado o estudo do discurso e os conceitos de identidade, propostos por Tomás Tadeu da Silva, e hibridização cultural de Peter Burke. Palavras-chave: Cristianização. Islândia. Bispo.

Profecias do Passado: a realidade da representação e a estética literária cristã na Þiðranda þáttur og Þórhalls Me. José Lucas Cordeiro Fernandes (UECE/NEVE)

A análise deste trabalho foca na realidade da representação literária de uma fonte islandesa medieval, na qual buscamos analisar uma parte da estética cristã no texto e o jogo de disputa no imaginário religioso contido em tal obra. Nesse sentido, veremos o jogo entre o passado e o presente, analisando os elementos de composição da narrativa, ao pensarmos o tempo narrado e o tempo da escrita, assim como explorando elementos de “realidade da representação”, “narrativa” e “energia social” como conceitos chaves. Trabalharemos diretamente com várias sagas de família, Íslendigasögur, pondo-as em correlação com alguns contos, þættir, produzidos entre os séculos XII e XIV na Islândia,

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com o intuito de fazer alguns apontamentos sobre a construção do gênero literário e do mundo da cultura escrita, apesar de focarmos na análise do Þiðranda þáttur og Þórhalls (aproximadamente, século XIII—XIV). O trabalho busca trazer uma ligação do aporte metodológico da Nova Escandinavística com a Cultura Escrita, intentando relacionar esses dois métodos e criar uma perspectiva diferente sobre a fonte. Dessa forma, buscamos também dialogar com a História Cultural, trazendo o pensar sobre a realidade da representação e o seu jogo para com a realidade como uma forma diferenciada de se pensar o texto literário medieval. Palavras-chave: Sagas de islandeses. Imaginário. Cristianização.

MESA-REDONDA 2: LITERATURA NÓRDICA E SAGRADO Coordenação: Prof. Dr. Fabrício Possebon (UFPB)

Das espadas e dos teares: interfaces entre o mundo bélico e o mundo feminino na literatura nórdica medieval Ma. Luciana de Campos (PPGL-UFPB/NEVE/CEIA)

Algumas personagens femininas da literatura nórdica são descritas como mulheres hábeis: no manuseio de suas rocas de tear ou na destreza com as espadas. Uma dessas mulheres-personagens é Brunhilde, apresentada como uma valquíria que desobedece às ordens de Odin. Ela é apaixonada por Sigurd, a ponto de morrer junto com ele, e é uma habilidosa artesã que encanta a todos, que admiram seus trabalhos com a lã e a lançadeira. A personagem da Volsunga Saga é apresentada como uma exímia tecelã que, diante de seu tear, faz com que seus dedos passeiem pela urdidura dos fios e, jogando a lançadeira, construa um belo tecido. Ao mesmo tempo, Brunhilde é a valquíria de gênio rebelde e apaixonado que porta a Lana e a espada, utilizando-as com habilidade. O mundo doméstico e o mundo bélico são harmônicos no cotidiano da personagem, sem deixá-la no papel de total submissão — como trovejam algumas teóricas acerca dos trabalhos domésticos — ou ser a mais destemida guerreira nos campos de batalha, como exigem outras tantas. A nossa análise será pautada no caráter dual dessa personagem tão instigante e cativante sem, portanto, escarnecer ou ovacionar um dos dois papéis. Nós nos concentraremos em apontar que a personagem desempenha esses dois papéis com desenvoltura: a da valquíria tecelã. Palavras-chave: Literatura medieval. Feminino. Marcialidade.

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A palavra mágica: aspectos do medievo nórdico na poesia de Jorge Luis Borges Profa. Ma. Fernanda Cardoso Nunes (UECE)

O medievo nórdico foi para Jorge Luis Borges uma fonte inesgotável de fascínio e influência literária. O autor argentino se distingue por ser um dos primeiros escritores de língua espanhola a se interessar pela literatura medieval escandinava. Traduções diretas de poemas escandinavos para o castelhano, fortuna crítica sobre esses poemas, contos e mesmo a escrita de um manual introdutório (Literaturas germánicas medievales) vão se tornar uma constante na sua vasta obra. Os elementos da mitologia nórdica, descobertos através da leitura das sagas islandesas, marcaram profundamente seu fazer literário, dando-lhe a consciência do valor “íntimo e mágico” (HADIS, 2011, p. 65) do idioma escandinavo. Ou seja, o valor mágico da palavra, algo caro às culturas nórdicas. Este trabalho objetiva analisar a obra de Borges observando as marcas do medievo nórdico na sua poesia, tendo como fontes primárias os poemas “Snorri Sturluson (1179—1241)”, “À Islândia”, “Einar Tambarskelver”, “Midgarthormr” (BORGES, 1999; 1999a; 2001), dos livros O outro, o mesmo (1964), O ouro dos tigres (1972), A moeda de ferro (1976), História da Noite (1977), e Os Conjurados (1985). Utilizaremos como fundamentação teórica os textos dos seguintes autores: Hadis (2011); Brjlak (2011); Campos e Langer (2005); Jónsdóttir (1995); Langer (2015) e Pineyro (1999). É importante ressaltar que Borges se interessaria pelo idioma escandinavo antigo através de seus estudos sobre o anglo-saxão, bem como pelo seu interesse acerca dos seus antepassados de origem inglesa. Com esta pesquisa, pretendemos resgatar e analisar os aspectos nórdicos da poesia borgiana e sua ressignificação na literatura hispano-americana contemporânea. Palavras-chave: Poesia hispano-americana. Jorge Luis Borges. Medievo nórdico.

Do arquétipo mitológico nórdico à literatura moderna: uma análise de “A lenda de Sigurd e Gudrún”, de J.R.R. Tolkien Letícia Santos (PPGL-UFPE)

De origem oral, o mito enquanto forma simples, desde os primórdios das mais variadas culturas, revelou-se como um elemento fundamental no processo de formação das civilizações humanas. Tendo em vista esse fator inegável, Mircea Eliade (2016) chega a referir-se a ele como um “ingrediente vital” (p. 23), que tem como principal função a orientação do homem de modo geral e, por isso, possui um caráter indispensável à humanidade. Ao emergir em determinada civilização, uma narrativa mítica responde a necessidades presentes no seu

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local de origem e carrega as marcas do tempo em que fora criada. O mito ao qual temos acesso atualmente e que, na concepção de André Jolles (1976) deixou de ser mythe e converteu-se em mythus, que é a sua forma atualizada, a qual tem por característica fundamental ser um registro escrito e não unicamente oral, vem acompanhado de uma preocupação com a elaboração linguística da narração ausente nele enquanto forma simples. A mitologia nórdica, a qual conhecemos hoje, foi preservada em grande parte nas Eddas em prosa e poética, que tiveram justamente esse papel de registrar a poesia antiga do povo que a compôs e resguardá-la do esquecimento. No mesmo período de compilação desses textos, emergem as sagas, que, além de fatos históricos, não deixam de propagar aspectos de origem lendária. Inspirado em obras desses dois gêneros, tanto a Edda em verso quanto a Völsunga saga, que conservam em si a história de um grande guerreiro e da irmã de Gunnar, Gudrún, J. R. R. Tolkien, em pleno século XX, fez sua própria adaptação e releitura de ambos os mitos não só no tema, mas também na forma de composição. Esse trabalho pretende, a partir da comparação entre a obra tolkieniana “A Lenda de Sigurd e Gudrún” com a tradição literária à qual ela se interliga e dos pressupostos teóricos de André Jolles (1976) e Mircea Eliade (2016), no que se refere à abordagem da noção de mito, e de C. G. Jung (2014) e E. M. Meletínski (2002), no tocante à abordagem dos arquétipos mitológicos e de suas reapropriações, refletir sobre o modo como se dá a retomada desses temas pelo autor. Será dada ênfase tanto à reelaboração do conteúdo quanto à forma da obra de Tolkien frente às suas fontes. Palavras-chave: Mito nórdico. Arquétipo. J. R. R. Tolkien.

MESA-REDONDA 3: PERSPECTIVAS DA MITOLOGIA NÓRDICA Coordenação: Profa. Dra. Maria Lúcia Abaurre Gnerre (UFPB)

Mitos celestes nórdicos: fontes e historiografia Prof. Dr. Johnni Langer (UFPB/NEVE/Vivarium UFPB)

Nosso intento básico é fornecer um pequeno panorama das investigações mais recentes sobre o tema da mitologia celeste nórdica. Apontaremos algumas fontes primárias literárias e folclóricas, além de conceder alguns parâmetros analíticos de autores como Etheridge, DuBois, Sigurdsson, Ogier e Knight, além de nossos estudos publicados em periódicos recentemente. A Escandinávia Medieval conservou algumas narrativas mitológicas sobre a abóbada celeste, além de diversas referências sobre Astronomia em crônicas e sagas islandesas. Existem mais dúvidas do que certezas com relação ao conhecimento

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astronômico nórdico na Era Viking. Muitas fontes precisam ser exploradas, assim como algumas narrativas míticas precisam receber melhores análises em relação a outros referenciais, como a cosmologia, a cosmogonia, a cultura material e religiosa, entre outros aspectos. Palavras-chave: Etnoastronomia. Escandinávia Medieval. Mitologia Nórdica.

A fúria cósmica no Ragnarök: um estudo sobre o poema Völuspá Angela Albuquerque de Oliveira (PPGCR-UFPB/NEVE/Vivarium UFPB)

Esplendorosos corcéis promoviam a fuga de Mani (Lua) e Sól (Sol), que constantemente eram perseguidos pelos lobos Hati e Skoll. Este trabalho pretende explorar elementos simbólicos a respeito dos mitos pré-cristãos da religiosidade nórdica, no tocante à fúria cósmica que atinge a abóboda celeste no evento de Ragnarök, encontrada no texto medieval Völuspá da Edda Poética, da literatura nórdica do século XIII. O objetivo central desse estudo é analisar a Era de Lobos (Fénrir, Skoll e Hati), identificada nesse poema como desencadeadora do caos cósmico. Fénrir é o lobo que irá devorar Odin, o deus supremo do panteão nórdico. Skoll e Hati são reconhecidamente os perseguidores de Sól e Mani desde o princípio da criação do universo nórdico, devorando-os no Ragnarök. Assim sendo, os lobos são apresentados nesse evento como de caráter negativo, causadores da morte cósmica. Postula Brandão (1986) que os mitos narram histórias que buscam refletir um modo de significação, um sýmbolon, indo além da construção coletiva de uma cultura, perfazendo a delineação do mapa do tesouro cultural, realimentando e expandindo a consciência coletiva. Desse modo, não devem ser definidos pelo objeto de sua mensagem, mas a partir de como essa se expressa. Como fonte primária, recorreremos ao primeiro poema do manuscrito Codex Regius (1270), o Völuspá (“A visão da adivinha”), do século X, que narra sobre a desintegração no céu escandinavo, a “Era de lobos”. Também recorreremos à Edda Menor ou Edda em Prosa (1220), escrita pelo poeta do medievo islandês, historiador e político Snorri Sturluson, fundamentada na Edda Poética, que, no Gylfaginning (ou “A alucinação de Gylfi”), versa sobre essa temática na narrativa da vinda de Gylfi, rei dos suecos, a Asgard, morada dos deuses. Esse personagem faz perguntas e ao longo do diálogo obtém respostas às suas indagações, método próprio do medievo. Utilizaremos como referencial teórico as ideias de Bernárdez (2010), Brandão (1986), Davidson (2004) e Langer (2005; 2006; 2012; 2013), constituindo um arcabouço teórico condutor do trabalho. Palavras-chave: Mitologia nórdica. Fontes literárias nórdicas. Fúria cósmica.

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As reinterpretações do mito de Balder no jogo Bayonetta Me. Leandro Vilar (PPGCR-UFPB/NEVE/Vivarium UFPB)

As artes a partir do século XIX foram um dos grandes meios pelos quais a mitologia de distintos povos passou a ser conhecida pelo grande público através do teatro, ópera, pintura e escultura. No século XX, tivemos o cinema, os desenhos, os quadrinhos e, no final deste, os videogames. Atualmente, no século XXI, a indústria de jogos eletrônicos movimenta um mercado bilionário e de gigantesco público. Nesse caso, alguns jogos tendem a usar elementos de mitologia para formar seus enredos, como no caso da série Bayonetta, a qual, lançada em 2009, apresenta um enredo baseado em elementos sobre bruxaria, cristianismo e mitologia nórdica. A proposta deste trabalho é analisar como o mito de Balder foi reinterpretado nesse jogo, o qual procurou recontar alguns aspectos da história desse deus nórdico. Para isso, recorremos à Edda poética e Edda em prosa, fontes fundamentais para se conhecer o mito de Balder, e usamos estudiosos como Dumézil (1992), Davidson (2004), Bernardez (2004) e Lindow (2001) para realizar as interpretações sobre o mito. Palavras-chave: Balder. Mitologia nórdica. Videogame.

MESA-REDONDA 4: PERSPECTIVAS DE RELIGIOSIDADE E FOLCLORE NÓRDICO Coordenação: Prof. Dr. Matheus da Cruz e Zica (UFPB)

Reavaliando o mito da Caçada Selvagem segundo a balada Ólavur Riddararós Me. Pablo Gomes de Miranda (PPGCR-UFPB/NEVE/Vivarium UFPB)

O objetivo da nossa comunicação é apontar o espaço dos seres sobrenaturais na cultura escandinava referente ao mito da Caçada Selvagem, tendo como preocupação o conjunto de baladas encontradas na cultura oral e escrita da Baixa Idade Média (posteriores ao século XIV e XV), buscando traçar os desdobramentos do mito desde a Era Viking até a modernidade, preocupações apresentadas em todas as edições passadas deste Colóquio. A Ólavur Riddararós, compreendida dentro da tradição de baladas do tipo Elveskud (e suas contrapartes Elvehøj e Älvefärd), é relativamente popular entre os países escandinavos e narra o infortúnio de um homem que encontra uma elfa durante sua viagem, sendo raptado por ela no dia anterior ao seu casamento. Nosso

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argumento é que as representações tardias de certos seres sobrenaturais ligados a forças ctônicas e aos mortos possuem conexões com o mito citado (em especial os elfos), logo, procuramos oferecer uma reflexão que avalie de modo palpável a paisagem maravilhosa que compõe as narrativas em torno da Caçada Selvagem. Palavras-chave: Folclore. Mitologia. Caçada Selvagem.

Do cavalo e do bode: imaginário da peste negra no folclore escandinavo medieval Andressa Furlan Ferreira (PPGCR-UFPB/NEVE/Vivarium UFPB)

A pandemia da peste negra, cujo período crítico abarcou aproximadamente os anos 1347—1350, dizimou uma parte considerável da população europeia, constituindo, segundo Franco Jr. (2001), a “maior catástrofe populacional da história ocidental”. Essa doença veio do Leste para a Europa e se difundiu de três formas: bubônica, pneumônica e septicêmica. Embora seja difícil obter estatísticas precisas acerca dos danos causados pela peste, Timothy Tangherlini (1988, p. 178) estima que, na Escandinávia, a taxa de mortalidade teria sido em torno de 25%. A peste negra afetou não somente questões de saúde, economia e densidade populacional, mas também de religião e de cultura. Diante do terror da peste, cujas causas eram até então desconhecidas, diversas lendas acerca de aparições relacionadas à praga pulularam. Alguns animais, principalmente os de fazenda, assumem lugar entre as muitas representações da chegada da peste que figuram no imaginário medieval. De acordo com Tangherlini (1988), as lendas que incluem animais em suas narrativas, relacionados à vinda da peste, frequentemente evocam a forma do cavalo e também do bode. Por meio dessas lendas, torna-se possível identificar, no período histórico abordado, um caráter negativo atribuído à figura dos referidos animais. Nesse sentido, o presente trabalho tem o intuito de averiguar as formas do cavalo e do bode, que simbolizam a chegada da peste negra, no folclore da Escandinávia nos séculos XIV e XV, para que se possa pensar aspectos do imaginário que incorporavam o medo frente a essa enfermidade avassaladora na Idade Média Tardia. Para tanto, serão utilizadas obras de Le Goff (1994), Kvideland e Sehmsdorf (1999), Derry (2000), Franco Jr. (2001), Benedictow (2004), Almeida (2009) e Kvartič (2012). Palavras-chave: Peste negra. Imaginário. Folclore.

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Os animais cosmológicos na Edda de Snorri Me. Ricardo Wagner Menezes de Oliveira (UFPB/NEVE/Vivarium UFPB)

Escrita na Islândia no início do século XIII por Snorri Sturluson, a Edda é tradicionalmente reconhecida como a melhor sistematização dos mitos nórdicos. Também conhecida como Edda em prosa, essa obra literária utilizouse da forte tradição oral islandesa para registrar na escrita o riquíssimo conteúdo mitológico pré-cristão escandinavo preservado por gerações. As histórias preservadas nesse manuscrito também podem indicar características dos ritos, magia e cosmovisão dos povos nórdicos. Em meio às narrativas de criação do mundo e dos seres, genealogias e aventuras dos deuses e descrições do cosmo, a Edda de Snorri apresenta uma enorme quantidade de personagens, entre elas, criaturas fantásticas, animais, deuses e humanos, que participam de forma direta ou indireta dessas histórias e que tanto fornecem significados a elas quanto são carregados simbolicamente por essas narrativas. Este trabalho busca realizar um apanhado geral dos animais presentes nos relatos de Snorri e identificar quais as suas relações com a cosmologia nórdica, investigando a simbologia do animal em um diálogo com fontes outras, como sagas diversas e estelas funerárias gotlandesas. Para tanto, utilizaremos a tradução da Edda em prosa por Jesse Byock como fonte principal de análise, dialogando com estudos de escandinavistas como Aleksander Pluskowski, Anne-Sofie Gräslund, Ulla Loumandd e Johnni Langer. Dessa forma, objetivamos vislumbrar, por meio de um rico cruzamento de fontes e reflexões acadêmicas, alguns dos principais elementos da cosmovisão do escandinavo medieval. Palavras-chave: Simbologia animal. Eddas. Cosmologia.

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MINICURSOS

O mito e o rito nas sociedades pré-cristãs da Escandinávia

Ministrantes: 

Me. Pablo Gomes de Miranda (PPGCR-UFPB/NEVE/Vivarium UFPB)



Me. Munir Lutfe Ayoub (MAE-USP/NEVE)



Me. Ricardo Wagner (UFPB/NEVE/Vivarium UFPB)

Menezes

de

Oliveira

O minicurso tem como objetivo apresentar olhares sobre as relações entre o mito e o rito nas sociedades escandinavas pré-cristãs utilizando fontes escritas e cultura material nas suas discussões. Discutiremos as funções do mito na sociedade escandinava, suas representações e significados nas comunidades nórdicas, com ênfase no período da Era Viking, e o rito enquanto ressignificador das relações humanas e sobrenaturais nas complexas interações entre os indivíduos e suas comunidades, além de suas atitudes perante o sagrado. O confronto da cultura material com a escrita é pertinente para entendermos o dinamismo e o alcance de tais interações na construção das relações do homem com o sagrado nas religiosidades escandinavas pré-cristãs. Realizaremos também uma investigação dos simbolismos religiosos nos monumentos de pedra erguidos durante a Era Viking, e, para tanto, utilizaremos como objeto central de estudo a iconografia presente nas estelas escandinavas, fazendo um diálogo entre estas representações imagéticas e as fontes literárias da mitologia nórdica, bem como outras fontes pertencentes à multiplicidade das religiosidades nórdicas pré-cristãs.

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Cristianização e cultura medieval da Escandinávia

Ministrantes: 

Me. José Lucas Cordeiro Fernandes (UECE/NEVE)



Me. André Araújo de Oliveira (PPGH-UFMT/NEVE)



Andressa Furlan Ferreira (PPGCR-UFPB/NEVE/Vivarium UFPB)

Este minicurso tem como objetivo expor a relação dialógica entre o cristianismo e tradições nórdicas nos séculos XII-XVI, a fim de discutir aspectos do imaginário social em diferentes contextos, exemplificados pela literatura e por afrescos de igrejas escandinavas. Será ministrado por três professores e, portanto, foi dividido em três unidades: 1) O imaginário literário nórdico acerca da cristianização; 2) A hibridização do cristianismo islandês; e 3) A bruxaria na confecção da manteiga. Na primeira unidade, o professor José Lucas C. Fernandes analisará como foi construído o imaginário da cristianização nas íslendingasögur (sagas de família), promovendo uma análise da estética literária cristã dentro das narrativas, assim como a compreensão das mudanças de cultura escrita como instrumentos para o cristianismo. Na segunda unidade, o professor André A. de Oliveira discutirá as biskupasögur (sagas dos bispos), de modo a ressaltar a fricção cultural entre a religiosidade nórdica e o cristianismo islandês, resultando em um hibridismo religioso, que proverá frutos para o desenvolvimento do cristianismo local. Na terceira e última unidade do minicurso, a professora Andressa F. Ferreira abordará afrescos de igrejas da Suécia e da Dinamarca produzidos aproximadamente entre 1470 e 1500, em conjunto com lendas folclóricas escandinavas, tendo como ênfase temática práticas de bruxaria relacionadas à produção da manteiga. As três unidades contemplarão discussões acerca do imaginário social medieval, bem como seu impacto nas expressões culturais e relações sociais. Como eixo de trabalho, serão utilizadas teorias do imaginário propostas por Roger Chartier (1990), Jacques Le Goff (1994) e Hilário Franco Jr. (2010). Entre as referências específicas a serem utilizadas no decorrer do minicurso, teremos Lönnroth (1976), Ross (2000), Sigurðsson (2004), Strömbäck (1975), Vésteinsson (2000), Myrdal (2008), Mitchell (2011) e Hourihane (2012).

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Guerra, cultura e religião entre os germanos-escandinavos

Ministrante: Prof. Me. Sandro Teixeira Mota (ECEME)

A proposta é buscar entender a relação entre dois importantes aspectos na vida das sociedades germânicas entre os séculos IV e XI, a religião e o fenômeno da guerra e como tal relação produziu transformações políticas, econômicas e mesmo sociais nestes povos, em face do uso da força para atividades de natureza diversa, como expedições de saque até a conquista e colonização de terras pela Europa e América. Tais conquistas não geraram mudanças apenas nos campos citados, mas na própria forma de conduzir a guerra, por fatores técnicos ou táticos, ou ainda como também a questão religiosa através do contato e da conversão destes povos ao Cristianismo. Portanto, para se ter um adequado tratamento do tema do minicurso, é necessária também a conjugação de disciplinas como a História Militar, a Antropologia, a Ciência Política, sem obviamente abrir mão das fundamentais contribuições da Arqueologia para a correta compreensão da manifestação beligerante dos povos germânicos em reflexão com as teses que explicam como e porque a guerra ocorre nas sociedades humanas. Palavras-chave: Guerra. Religião. Germanos. Escandinavos.

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OFICINA

Oficina de Ensino Religioso: História Viva (Living History) aplicada à Escandinávia medieval Ma. Luciana de Campos (PPGL-UFPB/NEVE/CEA)

“História Viva” (Living History) é uma atividade que incorpora ferramentas históricas, atividades e indumentária da época escolhida para se representar em uma apresentação interativa que busca proporcionar aos observadores e participantes uma sensação de voltar no tempo. Embora não necessariamente busquem reviver um evento específico na história, “história viva” é semelhante a, às vezes, incorpora uma encenação histórica. A “História Viva” é um meio educacional muito utilizado atualmente por museus de história, locais históricos, escolas e grupos de reconstituição histórica para mostrar ao público ou seus próprios membros determinadas áreas da história, tais como estilos de roupas, passatempos e artesanato, ou para transmitir simplesmente um sentido da vida cotidiana de um determinado período da história. O folclore é um aspecto importante da “História Viva”, pois fornece narrativas ou aspectos do cotidiano que merecem ser representados para que os espectadores possam ter um contato mais próximo com o período histórico que está encenado. Quer se trate de um intérprete que represente a história de um personagem histórico passado, quer se discuta uma superstição, crença ou um determinado aspecto religioso — geral ou específico — de uma sociedade, essa representação permite ao público observar o passado não somente como nomes em um compêndio, mas como pessoas reais. Nessa oficina, voltaremos nossa atenção para os aspectos da religiosidade nórdica medieval para que possam ser utilizados como recurso didático pelos professores de Ensino Religioso nos Ensinos Fundamental e Médio. Palavras-chave: Ensino. História Viva. Religiosidade.

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COMUNICAÇÕES

SESSÃO 1: AS SAGAS ISLANDESAS EM VÁRIOS OLHARES Coordenação: Me. André Araújo de Oliveira (PPGH-UFMT/NEVE)

A análise da Ynglinga saga como fonte: primeiros passos Thiago Moreira Monte (UFC)

O estudo da Idade Média no Brasil sempre sofreu inúmeras dificuldades, principalmente no meio acadêmico, local onde em teoria seria ideal para fomentar debates e proporcionar novas interpretações, às vezes parecendo construir uma barreira para direcionar o estudante a uma pesquisa solitária. Quando o estudante se interessa por estudar novas temáticas em uma instituição engessada, a dificuldade é imensa. O estudo da cultura escandinava, por ser uma temática diferenciada, era recebido com resistência, e as principais justificativas para isso dizem respeito às fontes primárias: existe fontes para estudá-las? Esse trabalho visa à exposição e análise de uma fonte literária utilizada para o estudo da Escandinávia Medieval, as sagas islandesas, refletindo a saga como categoria de fonte e observando como a religiosidade nórdica se apresenta ao longo do texto. O objeto utilizado para análise é a Ynglinga saga, uma compilação de histórias acerca de antigos reis escandinavos, sendo estes descendentes dos antigos deuses nórdicos: Odin, Thor e Freyr; além de suas crenças que, no corpo da fonte, tentam explicar e racionalizar as origens dos povos suecos e noruegueses, além de suas linhagens reais. A saga em questão foi reunida por Snorri Sturluson no século XIII na volumosa obra “Heimskringla”. Uma questão importante, e já serve de análise, é que as sagas foram compiladas séculos depois do fim das invasões vikings, sendo reunidas por indivíduos de forte orientação cristã, religião esta que foi perseguida na Era Viking. A versão utilizada nesse trabalho é a edição de Santiago Ibánez Lluch, que traduziu do islandês antigo para o castelhano. Para complementar a análise, utilizamos textos de autores escandinavistas como Johnni Langer, Árman Jakobsson e Margaret Clunies Ross e autores complementares, como Antonio Celso Ferreira. Palavras chaves: Fonte histórica. Religiosidade. Ynglinga saga.

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As aventuras de Fridthjóf, o valente Laura Maria da Silva Florentino (PPGL-UFPB/Vivarium UFPB)

O presente artigo tem por finalidade apresentar para o público atual “A saga de Fridthjóf, o valente” (Friðþjófs saga hins frœkna), obra anônima traduzida por Santiago Ibañez Llunch, que está contida em La saga de Fridthjóf el valiente y otras sagas islandesas, a qual é considerada uma fornaldarsögur, ou seja, uma narrativa lendária do século XIII, que relata as aventuras fantásticas de um dado herói (Fridthjóf) da Era Viking (séculos IX ao XI), que desafia grandes nomes da sociedade de sua época, por causa de seu sentimento amoroso por Ingeborg. Embora não desempenhe o mesmo valor histórico e moral das islendingasögur (sagas de família), as fornaldarsögur exerce importante papel no âmbito dos estudos nórdicos de nossa atualidade, pois nos fornece uma gama de interessantes materiais de cunho literário, ético e mesmo ideológico acerca da época em que foram não só elaborados, como também retratados. Lembramos que, embora La saga de Fridthjóf seja uma composição islandesa que apresenta o território norueguês como cenário, percebemos que ela se espelha em grande parte na escrita europeia continental, pois se aproxima bastante da produção das novelas de cavalaria, que tinham por função entreter, sobretudo, o público aristocrata daquela época. Apesar disso, vemos que La saga de Fridthjóf trata-se de uma narrativa clara, linear e direta, que mescla prosa e poesia em seu interior. Permeada de ação e magia, a saga em questão é um convite chamativo àqueles que desejam se debruçar sobre o modo de vida dos povos da Islândia medieval. Palavras-chave: Saga. Fornaldarsögur. Islândia medieval.

A Verdade das Ficções: uma análise da Verdade Sincrética e da Ficção Latente na Brennu-Njáls saga (séc. XIII) Me. José Lucas Cordeiro Fernandes (UECE/NEVE)

Buscamos neste trabalho dialogar sobre a construção da produção das sagas de islandeses ou sagas de família — Íslendingasögur —, intentando perceber elementos da construção do sentimento de veracidade e identidade para o leitor islandês medieval. Nossa fonte faz parte de um corpus literário produzido entre os séculos XII e XIV, sendo um acontecimento único no que tange à literatura medieval. Nesse cenário, o século XIII é de grande produção, no qual a BrennuNjáls saga ou “Saga de Njáll do Incêndio”, é produzida, sendo considerada por muitos como um dos maiores épicos da literatura medieval. Sobre os múltiplos aspectos de sua produção e do âmbito do mundo escrito islandês, nós focaremos em pensar dois conceitos para demonstrar como uma construção

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literária se modela (consciente ou inconscientemente) para gerar um sentimento de verdade sobre a sua narrativa: Verdade Sincrética, de Steblin-Kamenskij (1973), e os debates sobre Ficção Latente. Buscaremos realizar uma desconstrução da fonte, no intento de realizar um trabalho que vai na contramão de uma Weltanschauung feita por alguns leitores modernos das sagas de islandeses. Acreditamos que tal desconstrução é importante, haja vista a constante popularização do mundo nórdico como um todo, e que realizar trabalhos que foquem em se afastar de aportes anacrônicos podem vir a contribuir socialmente no que reflete o campo temático. Usaremos como aporte teórico os elementos postulados por Roger Chartier, ao pensarmos as representações e sua realidade, visto que focaremos em um pensar da História Cultural. Metodologicamente, usaremos percepções de construção do artefato cultural escrito, vendo traços de Análise do Discurso e da Cultura Escrita, no intento de realizar um trabalho mais conciso e com objetivos claros a serem alcançados em seu curto espectro de realização. Palavras-chave: Verdade Sincrética. Ficção Latente. Sagas de islandeses.

SESSÃO 2: ESCANDINÁVIA: PERSPECTIVAS MULTICULTURAIS Coordenação: Me. Pablo Gomes de Miranda (PPGCR-UFPB/NEVE/Vivarium UFPB)

Alteridade à mesa: a alimentação entre o Sámi e a construção da diferença Vítor Bianconi Menini (UNICAMP)

O ato de cozinhar, desde o século XVIII, é visto como aquilo que nos torna humano. Comer, portanto, se encontra na fronteira entre a necessidade e satisfação: a passagem do natural para o cultural. Permeado por vínculos psico, bio e fisiológicos, o ato alimentar passou a ser entendido pela sociologia como aquilo que é capaz de definir a cultura. Como apontado por Claude Fischler, há uma gramática culinária que faz parte da alimentação e do espaço social dessa manifestação cultural; compreender o que se julga como comestível, os modos de fazer, os espaços culinários, rituais de consumo e o gosto se tornou um caminho para entendermos diferentes sociedades. Podemos encontrar vários exemplos desse tipo de exercício: atuais ou elaborados no passado por outras razões. Utilizando a ideia de Fischler, de que o ato alimentar é fundador da identidade coletiva, distinção e de alteridade, esta comunicação tem como objetivo analisar, a partir de uma leitura sócio-histórica, a construção da alteridade e da diferença pelo viés alimentar das obras “Lapponia” de Johannes Schefferus de 1673. É importante notar, ainda, que sua forma discursiva e

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estrutura remetem aos relatos de viagens produzidos durante a Modernidade que, de forma geral, são um processo de tradução em andamento. No entanto, faz-se necessário entendermos — como nos lembra Cristina Pompa — o contexto de produção da obra, o lugar dos atores sociais, a identificação de conflitos e considerarmos os ajustes dos interesses individuais ou de grupos sobre a obra e a produção da alteridade para conseguirmos entender as relações de domínio e força que estão em jogo nesse encontro cultural entre o “eu” e o “outro”. Palavras-chave: Lapônia. Alimentação. Alteridade.

“À Tuonela, À Terra da Morte”: considerações iniciais sobre os aspectos da morte na Kalevala e no folclore finês Marcos Saulo de Assis Nóbrega (UFCG)

Os estudos referentes à morte, bem como à cultura material e à sacralidade — características inerentes a essa temática — revelaram-se nas últimas décadas um importante campo de estudo, que, mesmo sendo um fato natural, tem em todas as culturas aspectos ligados à experiência como o sagrado. A partir século VII d.C., início do meu recorte temporal, temos na Finlândia as mais consideráveis e maduras referências culturais dessa sociedade. Observamos, a partir de Pentikäinen (1989), que, nesse mesmo período, os cânticos populares e a poesia popular encontram-se em seu estágio mais original e que futuramente fornecerão uma das bases da epopeia da Kalevala oitocentista de Elias Lönnrot (2007). Ainda possuindo esse aspecto muito arraigado no folclore local, sem influência ainda do cristianismo, a cultura finesa desenvolveu um imaginário muito original sobre a morte; sob influência ainda do xamanismo, a morte era evento que representava um misto de medo/horror e uma projeção de heroísmo. O folclore finlandês é riquíssimo em personagens, tramas, lugares e sensibilidades e em diversos momentos possui correlações diretas com o folclore sámi, carélio e estoniano. Dado isto, é necessário lançar algumas considerações sobre o mesmo, para assim compreender onde está o verdadeiro limite entre poesia popular e romantismo oitocentista, como salientou Honko (1990). Dessa forma, a presente proposta busca analisar o imaginário em torno da morte para a cultura finesa, compreender o histórico da formação folclórica sob alguns direcionamentos histórico-metodológicos a partir de Pentikäinen (1989) e limites interpretativos em Honko (1990), e, por fim, lançar algumas considerações sobre a décima sexta estrofe da Kalevala, na qual é narrada a travessia de Vainamoinen — figura central da Kalevala — pela obscura região de Tuonela. Trata-se, assim, de um estudo inicial, com conclusões ainda parciais, originado, porém não realizado, durante o período de pesquisa e escrita do trabalho de conclusão de curso.

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Palavras-chave: Finlândia. Kalevala. Folclore.

Os desafios em ensinar a civilização Viking nas escolas: o silenciamento dos manuais didáticos José Walter Cracco Junior (UFMS)

Este trabalho tem como objetivo analisar algumas coleções de livros didáticos de História, destinados ao 1º ano do Ensino Médio, visando perceber os discursos e concepções acerca dos conceitos da Idade Média. Neste sentido, perceber como consideram os eventos e processos históricos, muitas vezes diminuídos e selecionados a partir de perspectivas e ideologias na produção do próprio material. Por conseguinte, escolhemos analisar livros didáticos das coleções “A Escrita da História”, “Caminhos do Homem”, “História para o ensino médio” e “História em movimento”. A partir destes, percebemos alguns silenciamentos aos mais variados acontecimentos que marcaram os cerca de dez séculos, um silenciamento em especial nos chamou à atenção: por que os povos nórdicos não aparecem nas abordagens? E, quando aparecem, como é o caso dos vikings? São tratados de maneira subjetiva ou então chamados de bárbaros? Desta maneira, é a partir de tais inquietações que nos munimos de alguns teóricos da educação, como: Jörn Rüsen (2006; 2009), Isabel Barca (2012), Moraes (2008), entre outros. E, do próprio contexto medieval: Franco Jr. (2001; 1991), Le Goff (2007), Ronaldo Amaral (2014), Johnni Langer (2012), em busca de possíveis esclarecimentos, pois, estes autores contribuem com a leitura dos textos, as interpretações dos fragmentos de fontes que, por vezes, integram os livros didáticos, às indicações de filmes e documentários, bem como das imagens contidas nos livros didáticos, sobre os vikings e até mesmo sobre o silenciamento e os discursos “generalizantes”. Portanto, como fonte primeira de análise neste trabalho utilizou-se os manuais didáticos e, a partir das lacunas encontradas, partimos para uma rediscussão das mesmas. Assim, aumentando a discussão de um conteúdo pouco enfatizado, mas totalmente visceral quando se aborda a Idade Média, sobretudo a Escandinávia medieval e suas múltiplas facetas. Palavras Chave: Manuais didáticos. Vikings. Idade Média.

SESSÃO 3: ASPECTOS DA MITOLOGIA NÓRDICA Coordenação: Me. Ricardo Wagner Menezes de Oliveira (UFPB/NEVE/Vivarium UFPB)

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A cruz de Gosforth: intericonicidade, o crepúsculo dos deuses e o uso da mitologia nórdica na cristianização da Nortúmbria Poliana de Oliveira Gomes (UFRGS)

A cruz de Gosforth é uma escultura do tipo high-cross de meados do século X (c. 920—950), localizada a noroeste da Inglaterra, região que pertenceu ao antigo reino da Nortúmbria e recebeu assentamentos noruegueses no século IX. Seu programa iconográfico é resultado da confluência da tradição escultórica anglosaxã com elementos da arte escandinava, hiberno-saxã e cristã continental. Tal fusão evidencia a presença de intericonicidade e uma intrincada justaposição entre elementos da mitologia nórdica, celta e cristã. A face leste mostra a crucifixão de Cristo — embora não haja cruz e a iconografia apresente discrepâncias relevantes em relação aos dois programas mais frequentes na arte cristã. As demais faces da obra contêm diversas cenas que integram o mito do Ragnarök — em particular a Gigantomaquia —, apresentadas de forma complexa e não linear, em uma organização repleta de contrastes e paralelos que exigem uma abordagem reflexiva e intertextual para sua interpretação. A cruz como árvore da vida, uma representação comum já na iconografia paleocristã, funde-se, em Gosforth, com a cosmogonia nórdica, através da Yggdrasil, sua axis mundi. O uso de iconografia pagã para expressar ideias cristãs é um poderoso registro visual da retórica utilizada no processo de cristianização dos imigrantes escandinavos na região da Nortúmbria. A escultura é ainda registro do surgimento de uma nova tradição figurativa, uma variação estilística regional (do Borre escandinavo) adaptada à nova realidade social e que refletia o gosto da elite colonizadora. Desta forma, a cruz de Gosforth revela-se um monumento de grande relevância, em especial por constituir uma narrativa visual do mito escatológico axial do cânone nórdico séculos antes de sua compilação escrita no Vǫluspá. Palavras-chave: Escultura anglo-escandinava. Mitologia nórdica. Iconografia.

Sons of Odin: as ressignificações da mitologia nórdica no álbum Gods of War — Manowar Wesley Avelar (UFMA)

Embora hoje se tenha a ideia de que a música produzida pelos compositores seja inserida em um contexto apenas ficcional, com liberdade de tratamento sobre os temas escolhidos por estes, muitos compositores, fazendo parte da banda como vocalista, instrumentalistas ou compositores para estas, têm uma considerável pesquisa acerca do tema trabalhado em suas letras. A quantidade

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de bandas que têm no teor de suas produções temas históricos é realmente grande, considerando uma vasta produção feita pelas bandas de metal dos anos 1980, em que muitas se preocuparam em fazer estudos para caracterizarem melhor, em termos históricos, suas composições. A música é meio de comunicação e difusão de discursos que nunca podem ser caracterizados como neutros, pois, no seu teor, possuem uma grande carga ideológica, dando um princípio para estudos sobre o autor, como nacionalidade, podendo influenciar diretamente no sentido pelo qual a mensagem da sua composição será veiculada ao ouvinte. Partindo dessa premissa, esta pesquisa propõe um estudo das representações da mitologia nórdica nas músicas do álbum Gods of War, da banda estadunidense Manowar, cujo gênero musical é o Power Metal (uma vertente, ramificação ou subgênero do Heavy Metal), fazendo confronto entre essas ressignificações nas letras e outros aspectos com as fontes primárias, as Eddas Poética e Prosaica. Como metodologia, empregamos os estudos de representação e apropriação histórica de Roger Chartier, reflexões historiográficas sobre fontes audiovisuais de Marcos Napolitano e os estudos sobre mitologia nórdica de Johnni Langer. Palavras-chave: Representações. Mitologia nórdica. Power Metal.

Ferro, fogo e magia: um estudo sobre as representações e ressignificações dos ferreiros da mitologia escandinava na HQ “Os Julgamentos de Loki” Michel Roger Boaes Ferreira (UFMA)

Este trabalho tem como objeto de análise os anões ferreiros presentes na HQ “Os Julgamentos de Loki” da editora Marvel. O trabalho do ferreiro apresenta características muito marcantes que dão a essa atividade um forte caráter mágico e sagrado que foi bem evidenciado na revista já citada. O primeiro ponto de análise deste trabalho é sobre o modo como foram representados os filhos de Ivaldi e os irmãos Eitri e Brokkr. O segundo ponto de análise gira em torno do modo como os roteiristas da revista ressignificaram o modo como a Edda Menor relata o processo de forja do Mjöllnir, da Gungnir, entre outros objetos mágicos. Por fim, será levantado um diálogo sobre a importância da figura do ferreiro para a sociedade escandinava medieval e quais reminiscências desse pensamento ainda estão presentes no atual imaginário representado na HQ “Os Julgamentos de Loki”. A HQ utilizada teve seu roteiro inspirado no Skáldskaparmál, que faz parte da Edda Menor compilada no século XIII pelo intelectual cristão Snorri Sturluson, considerada por especialistas como a segunda fonte primária mais importante para o estudo da mitologia escandinava. O autor que embasa a análise dos elementos nórdicos é Johnni Langer; as representações dos quadrinhos serão estudadas a partir das ideias de Will Eisner e Scott McCloud; o conceito de representação utilizado tem como

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referência Chartier; o conceito de imaginário utilizado para este estudo é o de Baczko. Palavras-chave: Ferreiros. Vikings. Representação.

Thor, o deus do trovão e o seu poderoso martelo Mjolnir Anderson Lúcio da Silva (UVA/FSL)

O objetivo deste trabalho acadêmico é divulgar a mitologia nórdica desde a Antiguidade até a Era Viking, que vigorou aproximadamente de 750 d.C. a 1050. Thor foi venerado pelas tribos germânicas e escandinavas. A quantidade de mitos relacionados ao deus do trovão atesta a predileção pelo seu culto. A Edda em prosa, do islandês Snorri Sturluson, mostra um Thor guerreiro, sempre lutando contra os inimigos dos deuses, os gigantes de gelo e da montanha. Quando há alguma ameaça, o deus do trovão é chamado para proteger seus semelhantes, sempre com o seu martelo em riste, a mais poderosa das armas divinas. Ele não serve somente para guerrear, mas para fertilizar a terra através da chuva e também para consagrar coisas e situações como um casamento, por exemplo. De acordo com a Edda em prosa, Thor é filho de Odin e da deusa Jörd. O motivo de sua popularidade era a idolatria que o homem comum, o camponês, nutria por ele, o que fez com que seu culto se espalhasse por toda a região setentrional da Europa. Thor era responsável não só pelos raios e trovões, mas também pela chuva, que proporcionava uma boa colheita, fonte de renda e de vida para os homens do campo, conforme foi dito anteriormente. Apesar de ser da estirpe dos Ases, a raça superior dos deuses nórdicos, era cultuado como uma divindade da estirpe dos Vanir, deuses relacionados ao sexo e à fertilidade. Assim, Thor era o deus dos camponeses e agricultores, que acreditavam que quando morressem seriam recebidos por ele em seu palácio de seiscentos e quarenta aposentos, cujo nome era Bilskirnir, que ficava localizado em Thrudvangar. A metodologia adotada foi de caráter bibliográfica, utilizando-se consultas de livros de Cândido e de Langer, artigos de Langer e também a partir de participações em Seminários de História, Colóquios de História, Encontros Internacionais de História, Semanas de História e documentários de História. Palavras-chave: Thor. Martelo. Jormungand.

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PÔSTER Coordenação: Laura Maria da Silva Florentino (PPGL-UFPB/Vivarium UFPB)

O cotidiano das meninas nórdicas na Era Viking Isolda Langer (CEEEA Sesquicentenário)

Nossa pesquisa tem como principal meta a pesquisa do cotidiano das meninas da Escandinávia, durante o período Viking. As meninas ajudavam a mãe na cozinha, na tecelagem, na limpeza, na ordenha das vacas. Em seu tempo livre, elas brincavam com as suas bonecas e brinquedos de madeira. Durante os invernos rigorosos, praticavam jogos de tabuleiro com outras crianças e adultos. Quando os rios se congelavam, praticavam patinação no gelo com patins adaptados. Em seu vestuário, elas usavam longas túnicas e aventais, pesados e quentes, sapatos forrados de lã de ovelha ou tamancos de madeira. Elas faziam suas próprias joias com dentes de animais e também sempre tinham amuletos e broches que eram feitos por artesãos. As meninas seguiam os conselhos e orientações de suas mães, aprendendo a viver em um mundo dominado pelos homens. As habilidades necessárias para sobreviver eram apreendidas com suas mães, especialmente na cozinha, no preparar de comidas e alimentos. Outra habilidade importante era a tecelagem, a confecção e o preparo de roupas. Utilizamos como principais obras de apoio: “As crianças na História”, de Chris e Melanie Rice, “Os vikings”, de Michael Gibson, “100 cosas que debes saber sobre vikingos”, de Fiona Macdonald, e “Vikings”, de Philip Wilkinson. Palavras-chave: Cotidiano. Era Viking. Infância.

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