Caminhos de rio, caminhos de terra e asfalto.

Muito se discutiu a respeito dos efeitos da criação de unidades de conservação (UCs) restritivas à presença humana sobre aqueles que resistem à sua implementação e às suas políticas de gestão e manejo. O mesmo não ocorreu a respeito daqueles que optaram pela busca de novos lugares, geralmente mais urbanizados, e cederam à institucionalização desses espaços. De certa forma, tal opção coloca desafios às expectativas dos ambientalistas engajados na defesa dos habitantes destes territórios, muitos dos quais empenhados em iniciativas voltadas ao projeto de desenvolvimento sustentável. Assim, nossa proposta será a de discutir a trajetória de ex-moradores que deixaram os rios que foram englobados pelo Parque Nacional do Jaú (PARNA-Jaú), localizado noestado do Amazonas, Brasil, e que migraram para dois municípios principais: Barcelos, no médio rio Negro, e Novo Airão, no baixo rio Negro. Algumas das questões que nos nortearão serão: (1) a mudança na condição de morada representou quais mudanças sócio-culturais?; (2) como esta migração coloca dilemas às propostas voltadas ao desenvolvimento sustentável?; (3) nesse sentido, existem diferenças entre aqueles que optaram por Novo Airão e os que optaram por Barcelos?