CAMPO PEQUENO - Imagens de uma Reabilitação

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Descrição do Produto

CAMPO PEQUENO IMAGENS DE UMA REABILITAÇÃO

FICHA TÉCNICA

Autor: Pedro Fidalgo Título: Campo Pequeno Imagens de uma Reabilitação E d i to r : P e d r o F i d a l g o Local: Lisboa Ano: 2016 ISBN (edição digital): 978-989-20-6621-9

PREFÁCIO A Praça de Touros do Campo Pequeno, projetada pelo arquiteto José Dias da Silva, foi inaugurada a 18 de Agosto de 1892, apresentando-se desde então como a catedral da tauromaquia portuguesa. Construída no centro de uma praça - o que por si só já é uma originalidade – e em estilo neo árabe, o edifício apresenta características formais bastante marcantes: planta circular que molda paredes que formam um cilindro, onde às grandes portas de acesso ao interior se sobrepõe a dupla galeria de fenestrações geminadas que, conjuntamente com os elementos decorativos recortados do remate superior, formam um rendilhado de ritmos claro escuro que contrastam com os quatros torreões acoplados, equidistantes, salientes, e de carater mais maciço, coroados por grandes cúpulas em forma de cebola. Utilizando como principais materiais construtivos o tijolo aparente e o ferro fundido, este edifício apresenta um caracter único que o torna numa referencia arquitetónica incontornável da cidade de Lisboa. Pode mesmo dizer-se que a sua importância ultrapassa largamente as fronteiras do país. Assim, se compararmos o seu carater formar e estético com edifícios com funções idênticas, construídos noutras partes do mundo, facilmente constatamos que a Praça de Touros do Campo Pequeno é o mais original e bonito edifício do seu género, destacando-se facilmente de outras congéneres famosas, como as Monumentais de Madrid e da cidade do México, a Praça de Touros de Barcelona, ou a Maestranza de Sevilha. Classificado como Monumento Nacional, o edifício foi encerrado em 1992, devido à falta de condições de segurança e salubridade, pois desde a sua inauguração apenas tinha passado por pequenas obras de manutenção. Depois de um longo processo de licenciamento, que incluiu a recuperação da Praça e a construção no sub solo envolvente, de um centro comercial, e de um parque de estacionamento com capacidade para 1.250, o edifício entrou em obras de reabilitação, que se perlongaram por três anos e meio Durante essas obras, tive a oportunidade de ir fotografando o desenvolvimento dos diferentes trabalhos, ora em posições aleatórias, ora a partir de determinados pontos pré-definidos, de modo a deixar registados aspetos casuais e momentos crucias da sua execução, para memória futura, daquela que foi uma intervenção de caracter único, num dos edifícios mais emblemáticos da capital.

A filosofia de intervenção do projeto, que utilizou a envolvente do edifício, ocupada até então como estacionamento de superfície e vias de circulação, e a área por de baixo da arena, para implantar os espaços que deviam ocupar o subsolo, sem destruir a envolvente vegetal, e a programação da execução da obra, fizeram com que a dado momento a Praça se se apresentasse como uma espécie de bolo rei assente numa peanha: cercada por um fosso com, uma largura mínima de 30 metros, e uma profundidade de cerca de 15,5metros, e a área da arena e parte das bancadas apresentassem uma escavação de cerca de 7,5metros. O culminar desta intervenção teve lugar a 18 de Maio de 2006, com a reinauguração da Praça de Touros.É em continuidade a todo este processo que se integra a publicação deste álbum fotográfico, cujo conteúdo pretende assinalar a passagem dos 10 anos de reinauguração da obra e os 123 da sua construção. A seleção de fotografias, que o constituem, não se apresenta como um levantamento, que regista sistematicamente e cronologicamente uma obra. Também não tem um carater pedagógico, no sentido em que cada imagem vale por si só, em termos de enquadramento, composição e conteúdo, não sendo acompanhada por um texto explicativo dos aspetos de carater técnico que contêm. O principal critério de seleção das diferentes fotografias foi o seu caracter estético. As imagens escolhidas foram organizadas por capítulos, separados por marcadores de cor, formando um filme, onde o dialogo dado pela sucessão de fotos é o leitemotiv que dá uma visão sobre os diferentes aspetos da obra que envolveu a reabilitação deste edifício. Assim, a sua organização começa com uma visão superior, global, e conjunta da obra, fotografada a partir de dois pontos distintos da sua envolvente, e termina com a imagem de um servente de origem africana, a varrer uma lage, e que pretende homenagear todos os trabalhadores incógnitos que, de algum modo, contribuíram para a realização da obra. Pelo meio encontramos, entre outros, aspetos das demolições, da escavação do grande fosso exterior de contenção, momentos de betonagem, aspetos de cofragens e andaimes, do antes, durante, e depois, as gruas vistas de vários ângulos, estruturas que se transformariam em pátios e escadas, o crescer sucessório de fundações, lages, pilares, lages, pilares, lages…, máquinas e homens contrastando com a escala da obra. Este álbum terá seguimento na publicação de um outro livro, com características mais académicas, e que pretende contribuir, de um modo mais aprofundado, para a divulgação da história, arquitetura, e património deste Monumento. Por último, e na impossibilidade de agradecer a todos os que, de diferentes modos, contribuíram para a existência deste álbum, agradeço apenas ao Arq. José Bruschy, pelo convite que me fez para participar na realização do Projeto de Reabilitação desta magnifica Praça de Touros do Campo Pequeno.

PedroFidalgo

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Corredor galeria XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Pedro Fidalgo doutorou-se com a tese “Elementos Visuais Determinantes da Paisagem Litoral - O potencial presente e endógeno na confluência do Tejo com o Atlântico”, com a classificação de “Sobresaliente” por unanimidade, pela “Escuela Técnica Superior de Arquitectura” da “Universidad Politécnica de Madrid”. É Pós-Graduado em Direito do Planeamento, do Urbanismo, e do Ambiente, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Concluiu o Curso de Mestrado em Planeamento Regional e Urbano da Universidade de Lisboa, e é Mestre em “Salvaguard du Patrimoine Bati” pela “École Polytecnique Fédéral de Lausanne”. Tem desenvolvido uma atividade profissional como arquiteto independente, onde se destaca a sede da Kyocera Portugal, um conjunto de intervenções no Teatro Nacional Dª Maria II e Teatro Nacional de S. Carlos, e a coautoria na recuperação da Praça de Touros do Campo Pequeno. Pedro Fidalgo é Investigador Integrado no Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa.

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