Cancado, Soares & Cirino (2005). Behaviorismo: uma proposta de estudo do comportamento

July 16, 2017 | Autor: Carlos Cançado | Categoria: History Of Psychology, Behavior Analysis, Experimental Analysis of Behavior
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Nos Estados Unidos do final do século XIX, dois pontos de vista se mostravam fortes na psicologia: o funcionalismo de William James (cf. capítulo 7) e o estruturalismo de Edward Titchener (cf. capítulo 5). As principais universidades de psicologia dos Estados Unidos nessa época eram Cornell e Harvard, onde ensinavam, respectivamente, Titchener e James. Apesar de as propostas de ambos serem conceitualmente diferentes, elas se aproximavam em um aspecto: consideravam a consciência como o objeto de estudo da psicologia. Nesse período, os estudos de psicologia nos Estados Unidos se conso-­ lidavam cada vez mais. JAMES MARK BALDWIN e William James publicaram diversos artigos importantes. E os avanços não se restringiram apenas a publicações. Em 1888, James McKeen Cattell, da Universidade da Pensilvânia, tornou-­se o primeiro professor a lecionar JAMES MARK BALDWIN (1861-­1934). Seus principais formalmente a disciplina de psicologia estudos sobre psicologia foram realizados a partir da em território estadunidense. Em 1892, última década do século XIX. Baldwin foi uma figura importante no estudo do desenvolvimento mental de foi criada a American Psychological crianças, tendo realizado ele mesmo, pela primeira Association (APA) e dois anos mais vez na história da psicologia, experimentos utilizando como sujeitos. Também foi um dos primeiros tarde, foi fundado o Psychological Review, crianças psicólogos a aplicar a teoria da evolução de Darwin às um dos principais periódicos sobre suas teorias do desenvolvimento. psicologia do mundo, que continua EDWARD LEE T HORNDIKE (1874-­1949) trabalhou, inicialmente, com galinhas, no porão da casa de sendo publicado até os dias atuais. William James. Após um período em Boston, Thorndike Um dos estudiosos mais desta-­ se dirige, com o auxílio de James Cattell (1860-­1944), para a Universidade de Columbia (Nova York), onde cados da época era E DWARD L EE realiza seu doutoramento em 1899, com a famosa THORNDIKE, da Escola Funcionalista dissertação Inteligência animal: um estudo experimental dos de Columbia (cf. capítulo 7), um dos processos associativos nos animais.

primeiros psicólogos a ter sua formação inteira realizada nos Estados Unidos. Ele foi um dos pioneiros na realização de experimentos controlados com descrição detalhada das atividades dos animais sem se deter na introspecção como abordagem. Por meio desses experimentos, Thorndike formula a “Lei do Efeito”. Tal proposição afirma que das várias respostas emitidas para a mesma situação, aquelas que forem concomitantes ou acompanhadas por satisfação para o animal irão, mantidas as mesmas condições, se tornar mais firmemente conectadas a esta situação, dessa forma, quando essa ocorrer novamente, [as respostas] terão mais chance de ocorrer novamente; aquelas que são concomitantes ou acompanhadas por desconforto para o animal irão, mantidas as mesmas condições, ter as suas conexões com esta situação enfraquecida, dessa forma, quando ela ocorrer novamente, [as respostas] terão menos chances de ocorrer novamente (Thorndike, 1911: 244).

Os estudos de Thorndike foram de grande influência para os pensadores da psicologia, principalmente os estadunidenses, na área de educação. Segundo o autor, “assim como a ciência e a agricultura dependem da química e da botânica, a educação depende da psicologia e da filosofia” (Thorndike, 1910: 6). Dessa forma, a psicologia buscaria auxiliar os processos educacionais atuando em quatro tópicos principais: objetivos, materiais, meios e métodos. Para investigar tais tópicos, seriam propostas duas linhas de trabalho: descobrir e implementar maneiras de se mensurar as funções intelectuais; e estudar diversas etnias, ambos os sexos, idade, diferenças individuais e outros elementos que facilitassem a compreensão do indivíduo. Apesar de fazer uso de experimentos controlados e de trabalhar com dados empíricos, Thorndike foi criticado, posteriormente, por utilizar termos ainda mentalistas como “satisfação” e “desconforto” em suas explicações. Tais explicações, contudo, eram cada vez menos aceitas por um determinado grupo de autores que buscavam alternativas aos modelos mentalistas e introspeccionistas na psicologia. Essa busca crescente culminou no surgimento de uma nova maneira de se pensar e se trabalhar a psicologia: o BEHAVIORISMO. BEHAVIORISM, em inglês, gerou o termo BEHAVIORISMO, consagrado na língua portuguesa, aparecendo nos dicionários mais recentes publicados no Brasil. Optou-­se, no presente capítulo, pela utilização do termo behaviorismo. Em português encontram-­se também os termos comportamentalismo e comportamentismo.

O que precisamos fazer é começar a trabalhar na psicologia fazendo do comportamento, e não da consciência, o ponto objetivo do nosso ataque. Watson, 1913

A frase acima, proferida pelo psicólogo estadunidense JOHN BROADUS WATSON em seu manifesto de 1913, “A psicologia como o behaviorista a vê” (Psychology as the behaviorist views it), exemplifica a forma JO H N como esse autor pensa a psicologia. O interesse de B ROADUS WATSON (1878-­1958) matriculou-­se, em Watson era o estudo do comportamento. Ele 1894, na Universidade de Furman. Em propõe que a psicologia seja uma ciência 1903, Watson se torna a mais jovem pessoa a se doutorar na Universidade de Chicago. empírica e que leve a generalizações Em 1913, publica o artigo “A psicologia como amplas sobre o comportamento huma-­ o behaviorista a vê”, que ficou conhecido como o “manifesto behaviorista” e no qual delimitava o campo no, mantendo-­se a uniformidade do onde a psicologia deveria focar seus estudos. Dois procedimento experimental, para que anos mais tarde, é eleito presidente da Associação Americana de Psicologia (APA). Após alguns os experimentos dos psicólogos possam, desentendimentos com a Universidade Johns assim como os dos físicos e químicos, ser Hopkins, onde lecionava, Watson é afastado e passa a concentrar sua atenção nos replicados em qualquer laboratório. Os estudos de publicidade e propagan-­ experimentos desenvolvidos nos tradicionais da. laboratórios de psicologia tinham como função detectar processos e conteúdos mentais que estivessem envolvidos na percepção, na memória etc., e não verificar o modo como o ser humano responde a situações em um ambiente complexo. Para Watson, conceitos como imaginação, julgamento e raciocínio não deveriam ser tomados como objetos de estudo pela ciência da psicologia. Da mesma forma, tais conceitos já vinham servindo de base explicativa por cientistas das tradicionais abordagens de psicologia até então. A primeira fase do trabalho de Watson é marcada por um grande interesse na psicologia animal. Defendendo o uso de sujeitos O conceito de GENERALIZAÇÃO animais no estudo do comportamento, ele enfatizava implica a realização do mesmo procedimento empírico com outros as vantagens de sua utilização em detrimento do uso sujeitos da espécie em questão ou com de sujeitos humanos. O trabalho com animais visa sujeitos de outras espécies. Só quando da replicação dos resultados – pela responder a perguntas (hipóteses) que poderiam realização do mesmo procedimento ser GENERALIZADAS ao comportamento humano. metodológico-­experimental ou de análogo – com sujeitos Neste aspecto, a psicologia animal (cf. capítulo 6) se procedimento da mesma espécie (replicação direta) torna o modelo para os estudos do comportamento. ou com sujeitos de outras espécies sistemática) pode-­se falar Porém, preocupado em dar ao behaviorismo um valor (replicação em generalização dos resultados.

prático, que ultrapassasse as barreiras dos laboratórios acadêmicos, Watson estende seus estudos aos sujeitos humanos, apresentando no livro A psicologia do ponto de vista de um behaviorista, talvez o mais importante de sua carreira, sua proposta de psicologia como uma ciência natural independente. Mais tarde, na década de 1920, o interesse do autor muda para o estudo de crianças. Watson propôs que, ao nascer, a criança conta com apenas três reações básicas: amor, raiva e medo. Por meio dessas reações, o ambiente seria responsável pela formação dos hábitos. Segundo o autor, as pessoas, ao entrarem em contato com o ambiente que as cerca – tanto o ambiente interno (músculos, glândulas etc.) quanto o externo (os objetos do mundo exterior) –, aprendem a responder aos estímulos particulares do mesmo. Quando exposta à mesma situação novamente, a pessoa realiza as mesmas ações de forma mais rápida e com a necessidade de menos movimentos diz-­se que a pessoa formou um hábito para lidar com essa situação (Watson, 1924: 200). Em Os cuidados psicológicos com a criança, de 1928 – um livro de estrondoso sucesso –, Watson apresentava um sistema para a criação de filhos baseado no comportamentalismo. Ele aconselha os pais a incentivarem os filhos desde cedo a superarem as pequenas dificuldades do ambiente sem a ajuda de adultos. De acordo com o método de criação apresentado por Watson, os pais deveriam dispensar aos filhos apenas poucas demonstrações de afeto, no sentido de controlar o comportamento da criança. Essa postura, segundo Skinner (1959), levou a que Watson se arrependesse publicamente do livro, pois “ele alertava os pais sobre a demonstração incondicional de afeto”. Durante a realização de suas pesquisas com bebês, envolveu-­se com sua assistente, Rosalie Rayner, o que causou um grande escândalo, pois Watson, casado, teve que se divorciar de sua esposa. Pela grande repercussão do caso, foi afastado da Johns Hopkins University, onde então lecionava. Watson destacou-­se também na área de publicidade. Após seu afastamento da universidade, foi contratado por uma grande empresa de propaganda, e seus estudos na área de predição e controle do comportamento foram bem recebidos no mundo dos negócios. Para ele, o trabalho da propaganda era simplesmente atingir o medo, a raiva ou o amor e influenciar, dessa forma, uma necessidade psicológica. Valendo-­se disso, o autor iniciou os processos de pesquisa na área da publicidade, afirmando que a melhor maneira de alcançar um comprador é conhecê-­lo, e a única maneira de fazer isso é pesquisando. Watson torna-­se, mais tarde, vice-­presidente da empresa que o contratou, trabalhando na área até sua aposentadoria.

Mesmo dedicando a maior parte de seu tempo ao estudo da propagan-­ da, Watson não deixou de escrever sobre psicologia. Em seu livro de 1924, Behaviorismo, o autor contextualiza e define o behaviorismo não como um sistema de psicologia, mas como uma aproximação metodológica aos problemas da mesma. Watson considerava o comportamento como um campo de estudo muito novo, e que concepções como “mente” e “consciência” ainda não haviam sido abolidas de outros campos do saber, como a filosofia, por exemplo. Além disso, apresenta conceitos como “estímulo” e “resposta”, mostrando como uma resposta pode ser condicionada a um estímulo específico, que tipos de resposta podemos apresentar, e dedica algumas páginas para tratar dos reflexos condicionados, estudados por Ivan P. Pavlov (cf. capítulo 10), que foi um dos maiores influenciadores de seu trabalho a partir de 1916. Em 1957, foi homenageado pela Associação Americana de Psicologia (APA) como um dos autores mais importantes da história da psicologia moderna. No ano seguinte Watson falece, aos 80 anos.

Os homens agem sobre o mundo, modificam-­no e, por sua vez, são modificados pelas conseqüências de suas ações. Skinner, 1957: 15

A presente citação, retirada do livro O comportamento verbal, de BURRHUS FREDERIC SKINNER, faz referência a um ponto central no sistema de pensamento proposto por esse autor: o comportamento operante. B. F. SKINNER (1904-­1990) graduou-­se em inglês no Hamilton College e decidiu seguir a carreira de escritor. Após algumas tentativas frustradas, a escrita, como atividade profissional, foi deixada de lado. Skinner ingressou no curso de psicologia da Universidade de Harvard em 1928 e doutorou-­se em 1931. Permaneceu nessa instituição como pesquisador até 1936, ano em que começou a lecionar psicologia na Universidade de Minnesota. Em 1947, retornou à Harvard como professor. Permaneceu nessa instituição como professor-­pesquisador até sua aposentadoria, em 1974. Publicou vários livros, sendo os mais importantes: O comportamento dos organismos (1938), Walden II (1948), Ciência e comportamento humano (1953), O comportamento verbal (1957), Para além da liberdade e da dignidade (1971) e Sobre o behaviorismo (1974). Essas obras revelam a posição teórica do autor, bem como as mudanças pelas quais passou seu pensamento.

Até o início da década de 1930, em parte da psicologia estadunidense, a ênfase explicativa dada ao comportamento dos organismos ora era feita com base na concepção mentalista da psicologia – ou seja, fazendo-­se referência àquilo que estaria ocorrendo em sua mente –, ora utilizando-­se a noção de reflexos, esta última proposta por Pavlov e apropriada pela psicologia

behaviorista de Watson. Da mesma forma, a Lei do Efeito elaborada por Thorndike influía na compreensão dos atos do indivíduo, embora tal proposta teórica tenha sido criticada por Watson por referir-­se a sentimentos e estados mentais quando da explicação do comportamento. O contexto acadêmico da época foi marcado por uma fase conhecida como a “crise da física clássica”, que alterou a maneira de pensar a ciência em todas as suas formas. O sistema determinista, que atribuía relações estritas entre as causas e os efeitos nos fenômenos naturais, sofria várias críticas desde muito antes da crise. Ernst Mach (1838-­1916), físico austríaco, defendia o abandono das explicações de causalidade mecânica utilizadas pela física newtoniana, em favor da adoção de RELAÇÕES FUNCIONAIS entre os fatos. Dessa forma, atribuições mecanicistas de causa RELAÇÕES FUNCIONAIS, no caso do comportamento, são descrições de relações (seja entre aspectos do ambiente e efeito foram gradativamente ou entre o ambiente e o organismo) nas quais um dos eventos (ou variáveis) altera-­se em função de modificações no outro. Não se perdendo espaço para as trata mais de explicações substanciais ou deterministas. A partir de descrições funcionais entre uma análise dos fatos relacionados, busca-­se a descrição da relação através de uma função matemática. Chamam-­se variável dependente fatos. Um exemplo disso é a aqueles aspectos da relação sobre os quais observa-­se um efeito teoria da relatividade geral de de manipulação prévia ou alteração em outra variável – a variável Albert Einstein (1879-­1955), independente – a ela relacionada. A Análise do Comportamento tem como variável dependente o próprio comportamento e que, em 1915, formula uma como variáveis independentes quaisquer condições que afetem teoria da gravitação mais o comportamento de um organismo (Skinner, 2000 [1953]; abrangente que a de Newton. Catania, 1999). Influenciado por essa concepção funcional de Mach, Skinner propõe um sistema no qual as explicações dadas para o comportamento do organismo em termos de causa e efeito são substituídas por descrições de relações funcionais entre as alterações ambientais e o comportamento. Esse sistema englobava dois tipos de condicionamento: o que chamou tipo S, ou condicionamento reflexo já estudado por Pavlov e Watson, e o que chamou tipo R, no qual se torna uma conseqüência contingente a uma resposta, o que já havia sido trabalhado por Thorndike, como vimos acima. Os resultados de Skinner em suas pesquisas sobre o comportamento reordenavam as considerações feitas sobre esse objeto de estudo até então. O comportamento dos organismos não seria influenciado apenas por alterações ambientais antecedentes, como proposto pela psicologia estímulo-­ resposta, baseada no paradigma reflexo. Grande parte do comportamento seria influenciada por suas conseqüências. Um organismo, ao comportar-­se, produz modificações no ambiente que, por sua vez, alteram a forma como o indivíduo se comporta. É neste sentido que, na perspectiva skinneriana, pode-­ se dizer que o organismo produz o meio que o determina.

Proposto formalmente no ano de 1937, quando Skinner publica o artigo “Dois tipos de reflexo condicionado: uma resposta a Konorski e Miller”, o conceito de OPERANTE marca a distinção em face de uma psicologia proponente de teorias estímulo-­resposta diretamente ligadas à “O termo OPERANTE designa uma classe noção de causalidade mecanicista. Considerando de respostas. A característica comum a estas respostas é que elas possuem a o significado dado às ações do organismo pelo propriedade à qual a conseqüência é operante, sobretudo ao fazer do organismo huma-­ contingente. Um operante é, portanto, uma categoria cujas instâncias concretas no, esse conceito proporciona uma ampliação são respostas do organismo, ou seja, do comportamento como objeto de estudo até ocorrências discretas de comportamento. Essas respostas não são definidas por então não atingida no âmbito da análise do sua forma, mas por sua relação com a comportamento reflexo. conseqüência” (de Rose, 1982: 73). A noção de comportamento operante descreve a ação do organismo sobre o meio do qual emergem as conseqüências últimas de seu comportamento. No entanto, quando se trata de sujeitos humanos, deve-­se considerar uma forma de comportamento operante distintiva, que age indiretamente sobre o meio, ou seja, que age inicialmente sobre outros seres humanos. Denomina-­se esse tipo de operante COMPORTAMENTO VERBAL. O organismo humano, portanto, quando se COMPORTAMENTO VERBAL é o comportamento operante que comporta verbalmente, tem as conseqüências de possui reforço mediacional. Segundo suas ações providas por outros seres humanos, e Catania (1999: 392), comportamento verbal qualquer comportamento que envolva não imediatamente pelo ambiente físico que o “é palavras, independente da modalidade cerca. À medida que o comportamento verbal (falada, escrita, gestual); que é adquirido e começa a ser estudado, aproximadamente a mantido pelas práticas de reforçamento de uma comunidade verbal, isto é, uma comunidade partir de 1934, abre-­se a possibilidade de uma de falantes e ouvintes”. Linguagem, segundo análise funcional dos diversos níveis da ação o mesmo autor, seriam as práticas de reforçamento partilhadas pelos membros humana: a linguagem, o pensamento, a moral, de uma comunidade verbal, levando-­se em conta as “consistências de vocabulário e a alienação, os propósitos, dentre outros. A de gramática” (1999: 409). complexidade característica a esse tipo de comportamento não justifica uma nova forma de análise, ou seja, os operantes verbais são analisados em termos de sua relação com o ambiente, sobretudo sua relação com o ambiente humano, social. Desde a proposta watsoniana, que relacionava a linguagem a complexas cadeias de respondentes, os psicólogos behavioristas vêm tentando abordar o fenômeno lingüístico, cada qual baseando-­se em concepções específicas do que seria o comportamento e, portanto, a linguagem e outros fenômenos relacionados (como o pensamento). Ressalta-­se que, para Skinner, a linguagem é um comportamento operante e, portanto, é selecionada e mantida pelo contato do organismo com contingências de reforçamento específicas.

Durante a década de 1970 e início dos anos 1980, Skinner esboça mais claramente seu interesse nas influências biológicas que atuam sobre o comportamento. A obra Origem das espécies, de Charles Darwin (cf. capítulo 6), é utilizada por ele para traçar um paralelo entre os princípios da seleção natural e o comportamento dos organismos. Skinner amplia, assim, a visão de Mach sobre as relações funcionais entre fatos tomando como modelo de causalidade a proposta darwiniana de seleção por conseqüências. O fenômeno da seleção natural, desenvolvido por Darwin para a explicação da evolução das espécies, aplica-­se também à análise do comportamento do indivíduo, bem como ao estudo do processo de evolução das culturas. Assim como características genéticas levam a mutações fisiológicas que podem ser selecionadas conforme suas conseqüências, isto é, segundo proporcionem maior adaptação do organismo a determinado ambiente, os comportamentos são selecionados pelo processo de REFORÇAMENTO, ou seja, são determinados pelas conseqüências que forem O termo “REFORÇAMENTO” designa contingentes às respostas dadas pelo organismo. a operação comportamental de conse-­ qüenciação às respostas emitidas Segundo Skinner, o comportamento humano é por um organismo e que tem, como selecionado não apenas para atender a necessidades resultado, um aumento da freqüência de sobrevivência imediata – sendo esta apenas um de respostas da mesma classe. tipo de conseqüência seletiva – como também para se adaptar a situações futuras. Os diversos tipos de ambientes com os quais nos deparamos ao longo da vida exigiriam que nosso comportamento CONTINGÊNCIAS também esteja em constante mutação, fazendo com que DE REFORÇAMENTO são as cada pessoa, entrando em contato com CONTINGÊNCIAS condições nas quais uma resposta específicas, se torne única, comportando-­se de forma produz uma conseqüência (Catania, 1999: 394). distinta das outras pessoas. Duas pessoas, mesmo que possuam idêntico dote genético, não teriam a mesma história de relação com o ambiente, simplesmente pelo fato de ocuparem locais diferentes no ESPAÇO. “Uma pessoa […] é um LÓCUS, Skinner define, dessa forma, três níveis um ponto no qual muitas condições genéticas e ambientais se agrupam em um de atuação das contingências: o filogenético, efeito conjunto. Como tal, ela permanece o ontogenético e o cultural. O comportamento inquestionavelmente única. Ninguém (a menos que ela tenha um gêmeo idêntico) tem humano é fruto da ação integrada e inseparável seu dote genético e, sem exceção, ninguém destes três níveis. O primeiro refere-­se à seleção tem sua história pessoal” (Skinner, 1974: de comportamentos característicos da espécie 168). ao longo do processo evolutivo da mesma. O segundo diz respeito à história de reforçamento, ou seja, é relativo aos comportamentos selecionados ao longo da vida de um indivíduo, considerando-­

se a interação deste com seu ambiente. O terceiro, o nível cultural, é relativo aos comportamentos selecionados pela interação do organismo humano com seu ambiente social específico, caracterizado por determinadas práticas sociais (Skinner, 1981). Algo de extrema importância a ser ressaltado é que a susceptibilidade do organismo às conseqüências do comportamento – ou seja, a capacidade de ser influenciado pelas conseqüências de suas ações –, é uma característica que foi selecionada filogeneticamente. Segundo Skinner, a humanidade deu um grande passo em termos sociais quando a musculatura vocal passou a ficar sob controle operante, isto é, quando as emissões vocais passaram a ser influenciadas por suas conseqüências. A emergência do comportamento verbal teria permitido que a cooperação entre os seres humanos fosse mais bem-­sucedida. Da mesma forma, as pessoas passaram a aprender a partir daquilo que outros haviam aprendido, por exemplo, seguindo REGRAS REGRAS são descrições de contingências de socialmente estabelecidas e conselhos dados por reforçamento, i.e., são enunciados acerca de nas quais determinadas respostas outrem. O alfabeto e a escrita desempenham um condições produzem conseqüências. Neste sentido, num papel preponderante nesse aspecto, uma vez que esporte como, por exemplo, o futebol, há uma que especifica que se o jogador de um possibilitam a disseminação de determinados regra time deixar que a bola ultrapasse a linha de avanços obtidos por uma comunidade humana de marcação do campo, a posse de bola passa por diversos locais e, sobretudo, ao longo do a ser do time adversário. tempo. Para o behaviorismo de Skinner, comportar-­se verbalmente, por sua vez, permite outro passo importante, que é o processo de evolução cultural. Uma maneira diferente de resolver determinado problema, como, por exemplo, cultivar grãos, desenvolver um novo método de navegação ou mesmo escrever um poema, é selecionada por suas conseqüências: o cultivo de determinado tipo de grãos, um melhor barco e um poema escrito. Tais processos surgiriam em níveis individuais e poderiam ser passados a outros seres humanos. Contribuirão para a evolução da cultura aqueles desenvolvimentos de determinado grupo que se mostrarem úteis na solução de QUESTÕES SOCIAIS. Q UESTÕES SOCIAIS . “É o A análise do comportamento, denominação dada efeito no grupo e não à forma de ciência proposta por Skinner, considera o as conseqüências reforça-­ comportamento dos organismos como sendo fruto doras em relação aos indivíduos, é responsável pela evolução desses três níveis de atuação das contingências que, quecultural” (Skinner, B. F. por sua vez, são indissociáveis. Os seres humanos são Selection by Consequences. 1981). parte de uma espécie e possuem uma relação única com seu ambiente, que é social e também histórica. Filogeneticamente

seria selecionado um organismo da espécie humana enquanto a ontogenia e a cultura selecionariam, respectivamente, uma pessoa e um eu. Os conceitos de “pessoa” e “eu” não descrevem o indivíduo como portador ou possuidor de uma personalidade, enquanto conceito explicativo ou estrutura determinante de seus comportamentos. Um organismo, uma pessoa ou um eu são denominações que descrevem os comportamentos do organismo procurando fazer referência, respectivamente, às contingências filogenéticas, ontogenéticas ou culturais nas quais a explicação deve ser buscada.

O behaviorismo, segundo Skinner, não é a ciência do comportamento humano, mas sua filosofia. Diferentemente do behaviorismo watsoniano, o BEHAVIORISMO RADICAL rejeita o critério A designação BEHAVIORISMO RADICAL foi de consenso público – isto é, consenso cunhada por Skinner para se referir à filosofia da análise experimental do comportamento. O termo entre dois ou mais observadores acerca “radical” vem de raiz, no sentido em que designaria de um fenômeno – como central na uma proposta que se atém ao estudo do comportamento do próprio comportamento, sem o recurso definição de um objeto de estudo. Da a partir explicativo a qualquer outra entidade. mesma forma, não ignora a capacidade de auto-­observação, mas questiona a natureza daquilo que é observado, em suma, daquilo que é conhecido. Segundo Skinner, a introspecção proposta pelas tradicionais escolas de pensamento psicológico enfatiza apenas o interno, o mental. Ao contrário, o behaviorismo metodológico, rejeitando o estudo dos eventos mentais – pois não haveria sobre eles consenso entre observadores –, enfatiza a análise dos eventos externos determinantes do comportamento. O behaviorismo radical estabeleceria um “O behaviorismo radical não nega equilíbrio, na medida em que admite a CAPACIDADE a possibilidade da AUTO-­OBSERVAÇÃO ou do autoconhecimento ou sua possível DE AUTO -­ OBSERVAÇÃO e que foca também os utilidade, mas questiona a natureza daquilo que é sentido e observado. Restaura a determinantes ambientais do comportamento. introspecção, mas não aquilo que os filósofos Aqueles comportamentos emitidos de maneira e os psicólogos introspectivos acreditavam ‘esperar’ (spect), e suscita o problema de inobservável não são tomados como especiais quanto de nosso corpo podemos realmente apenas porque ocorrem no interior do observar” (Skinner, 2000 [1974]: 19). organismo. Assim como comportamentos diretamente observáveis, os eventos privados são também comportamentos, são frutos da interação de um organismo com seu ambiente. O fato de ocorrerem no interior

do organismo não lhes atribui uma natureza especial (seja uma natureza não física, seja uma natureza explicativa de comportamentos públicos). Como ressaltado por Skinner, o que observamos é nosso próprio organismo, nosso comportamento. A proposta behaviorista radical parte do estudo do comportamento tomando-­se como objeto o próprio comportamento, isto é, sem buscar referências explicativas de outra natureza, sejam elas mentais ou fisiológicas. As conseqüências da aplicação dos princípios da análise do comporta-­ mento aos assuntos humanos aproximaram Skinner de reflexões morais e filosóficas. O critério de cientificidade adotado pelo behaviorismo radical passa a ser o de utilidade do conhecimento produzido. Dessa maneira, proposições acerca do comportamento humano seriam relevantes na medida em que se mostrassem úteis na solução de problemas enfrentados pela comunidade humana. Nas obras do final de sua carreira, Skinner enfatiza a discussão de aspectos filosóficos de sua posição. PARA ALÉM DA LIBERDADE E DA DIGNIDADE, de 1971, e Sobre o behaviorismo, de 1974, são exemplos Optou-­se pelo presente título, dado à de livros que buscam esclarecer dúvidas sobre tradução portuguesa da obra de 1971, as questões filosóficas apresentadas pelo Beyond Freedom and Dignity, em detrimento do da tradução brasileira, O mito da liberdade. behaviorista. Em relação ao primeiro, o autor Acreditamos que PARA ALÉM DA LIBERDADE E elabora uma discussão sobre os avanços do DA DIGNIDADE expressa mais fidedignamente a idéia contida no título original. estudo do comportamento humano, desde a época da Grécia Antiga, e faz uma reflexão comportamental sobre temas como dignidade, liberdade e responsabilidade, aproximando seu ponto de vista de temas cotidianos. De acordo com sua visão, a liberdade seria “uma questão de contingências de reforço, e não de sentimentos que as contingências geram” (Skinner, 1977: 34). Em Sobre o behaviorismo, trata de elucidar as principais dúvidas e erros teóricos oriundos da má interpretação de suas idéias, mostrando as interpretações behavioristas radicais sobre diversos temas, em oposição a explicações mentalistas acerca desses temas. Contingências especiais de reforçamento proporcionaram a evolução dessa forma específica de conhecimento, assim como de vários tipos de conhecimentos existentes sobre o comportamento humano. Deve-­se procurar entender o behaviorismo, bem como qualquer outra forma de saber, como um processo que evoluiu em um meio histórico-­cultural específico e que está sujeito a ser selecionado pela cultura, na medida em que se mostre útil para a compreensão dos seres humanos.

O surgimento dos primeiros cursos de psicologia no Brasil, nos anos 1950, aponta para a necessidade de atualização exigida por parte de profissionais de instituições de ensino, sobretudo de ensino superior, o que levou os docentes desses novos cursos a entrar em contato com tendências recentes do pensamento psicológico, bem como a buscar, com outros profissionais da área, seja em contexto brasileiro ou internacional, apoio para o ensino e para o desenvolvimento da psicologia em âmbito nacional. Assim, no início da década de 1960, mais precisamente no primeiro semestre de 1961, a convite do diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, professor Paulo Sawaya, chega ao Brasil, como professor visitante, o psicólogo estadunidense FRED SIMMONS KELLER. Dar-­se ia, nesse FRED SIMMONS KELLER (1899-­1996). Graduou-­se no Tufts College e estudou Psicologia em Harvard, universidade na qual permaneceu até 1931. Tornou-­se professor de Psicologia da Universidade de Columbia, instituição na qual permaneceu até sua aposentadoria, em 1964. Foi também professor visitante em duas universidades brasileiras – Universidade de São Paulo e Universidade de Brasília – respectivamente nos anos de 1961 e 1964. Idealizou o Sistema Personalizado de Instrução (PSI), método de ensino criado a partir de estudos em análise experimental do comportamento. É autor do livro Princípios de Psicologia (1950, co-­autoria de W. N. Shoenfeld) e de vários outros artigos científicos. Keller esteve no Brasil como professor visitante no período de 1961-­1962. Retorna ao país em 1964, como professor da Universidade de Brasília, onde permanece por apenas dois meses. Nos anos de 1972 e 1978 e também nas décadas de 1980 e 1990, volta ao país para participar de congressos científicos.

contexto, o primeiro contato efetivo de profissionais e estudantes em uma instituição de ensino brasileira com a análise do comportamento. Antes de realizar sua primeira viagem ao Brasil, Keller trabalhava como professor na Universidade de Columbia, nos EUA. Suas pesquisas, bem como sua atuação profissional, colaboraram para o estabelecimento e para a divulgação da análise do comportamento. Inicialmente, as contingências de ensino estabelecidas por Keller – duas disciplinas optativas – atraíram alguns poucos alunos e também professores. Dentre esses destacam-­se Carolina Martuscelli Bori, Rodolpho Azzi, ambos docentes da USP, e Maria Amélia Matos, nessa época estudante de graduação do curso de psicologia. As aulas teóricas e os exercícios práticos, esses últimos realizados num laboratório recém-­construído por Keller e Rodolpho Azzi, procuravam instruir os alunos acerca das bases conceituais da análise comportamental para que, em curso posterior, fossem tratados autores como Pavlov, Watson e Skinner. Em 1962, Keller retorna aos EUA. Seus alunos da Universidade de São Paulo estabeleceriam novas contingências a partir daquelas anteriormente

propostas, direcionadas ao ensino e à pesquisa em solo brasileiro. Novos projetos de pesquisa e propostas de ensino baseados nos preceitos e metodologia comportamentais começaram a ser elaborados nesse período. A falta de uma sólida preparação teórica, bem como de materiais necessários ao andamento dos projetos propostos foram barreiras difíceis de serem transpostas, mas não impossíveis. Em relação a esse aspecto, é muito cara a contribuição não só à analise do comportamento, mas à psicologia como um todo da professora CAROLINA M. BORI. Ao elaborar projetos para CAROLINA MARTUSCELLI BORI (1924-­2004). Em 1947, o financiamento de pesquisa junto formou-­se em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia a órgãos governamentais ligados Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. No seguinte é contratada como professora assistente de à educação, para a construção de ano Psicologia na USP, universidade na qual permaneceu como materiais para o ensino e também docente até sua aposentadoria, em 1994. Seu contato com a do comportamento deu-­se, efetivamente, em 1961, para a pesquisa em laboratórios, e análise quando foi aluna de F. S. Keller. Carolina M. Bori, em mais para o estabelecimento de um acervo de 50 anos de trabalho, dedicou-­se à ciência como um todo, bibliográfico consistente, ela dá na busca de sua divulgação e de seu progresso. Orientou aproximadamente 100 teses de mestrado e doutorado e subsídios para o estabelecimento desse destacou-­se como presidente de importantes sociedades campo de saber específico, assim como científicas brasileiras como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (1986-­1989) e a Sociedade Brasileira para a psicologia de uma forma geral. de Psicologia (1992-­1993). Carolina Bori propôs uma Posteriormente, à frente de importantes ampliação do Sistema Personalizado de Instrução, elaborado por F. S. Keller: A Análise de Contingências instituições científicas como a CAPES em Programação de Ensino. (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), Carolina Bori colabora para a fundação de diversos cursos de graduação em psicologia e também cursos de pós-­graduação relacionados à análise do comportamento. A partir da década de 1970, passam a ser estabelecidos diversos cursos de pós-­graduação no país, com forte ênfase em análise do comportamento, por exemplo, na USP, na Universidade de Brasília, na Universidade Federal do Pará, na Universidade Federal de São Carlos e, mais recentemente, na PUC-­SP. Analistas do comportamento passam a se organizar em sociedades científicas e a produzir publicações dirigidas tanto à área quanto ao público em geral. Temas de pesquisa inicialmente tratados, como esquemas de reforçamento e controle aversivo, abrem caminho para estudos acerca de toxicologia, bem como a respeito de educação, tema desenvolvido por Skinner em Tecnologia do ensino. O SISTEMA PERSONALIZADO DE ENSINO (PSI, da sigla original em inglês) idealizado por Keller toma no Brasil uma nova

direção, proposta por Carolina M. Bori: A Análise O SISTEMA PERSONALIZADO de Contingências em Programação de Ensino. DE ENSINO propõe uma aplicação de Segundo essa visão, deveriam ser analisados preceitos da análise do comportamento ao campo da educação. A proposta de Keller os conhecimentos e habilidades necessários foca a análise dos temas e dos textos a serem para o exercício de determinada atividade e ensinados, bem como a maneira pela qual esse processo seria avaliado. o conseqüente planejamento de contingências de ensino que proporcionassem a aquisição dos mesmos. Tal vertente de pesquisa influenciou diversos analistas do comportamento, bem como profissionais voltados para o ensino de diversas áreas, como a matemática, a química, a engenharia e a arquitetura, em várias capitais do país. Ao longo do tempo, áreas como o comportamento verbal, a variabilidade comportamental, a equivalência de estímulos, dentre outras, passaram a ser estudadas no Brasil. As atividades de ensino e de atuação clínica também cresceram entre os analistas do comportamento. Atualmente, grande parte dos analistas do comportamento brasileiros reúne-­se todo ano nos encontros da ABPMC (Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental) e nas reuniões da SPB (Sociedade Brasileira de Psicologia). Artigos sobre a análise do comportamento são publicados nas mais diversas revistas científicas do país e profissionais brasileiros vêm colaborando para revistas internacionais especializadas em análise do comportamento.

Drawing hands, litogravura (28,5 x 34 cm) de M. C. Escher, 1948. Raciocinar sobre a relação organismo-­ambiente, tomando um desses pontos em separado consiste, de maneira geral, em uma abstração. Essa interação ocorre como num fluxo, e a abstração é feita no sentido de simplificar uma situação, com o intuito de descrevê-­la. Uma alteração feita por um organismo em seu ambiente leva a uma modificação dessa ação, processo que é contínuo e apenas interrompido com a morte do organismo que se comporta. A litogravura de Escher apresenta duas mãos que se desenham simultaneamente em uma folha de papel, presa a uma prancheta por quatro tachas. O produto da ação de uma das mãos – isto é, o desenho da outra mão – pode vir a repercutir nessa ação, uma vez que a mão alterada desenhará aquela que a produziu. É interessante também notar que os desenhos estão, de

certa maneira, inacabados. Seguindo por este caminho, poder-­se-­ia pensar que essas duas mãos continuariam a se desenhar infinitamente ou que, subitamente parariam, como quando o resultado se mostrasse ideal. Em uma analogia, o comportar-­se de um organismo dá-­se infinitamente no curso de uma vida. O comportamento é matéria não acabada, estando sempre por ser trabalhada – no sentido de que se modifica, evolui, nessa interação organismo-­ambiente. O desenho pronto, acabado, coincidiria com a situação na qual o organismo já não mais se comportaria, situação esta em que deixaria de viver. Baum, W. M. (1999) Compreender o behaviorismo – ciência, comportamento e cultura. Porto Alegre: Artes Médicas. Catania, A. C. (1999) Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição. Porto Alegre: Artmed. Skinner, B. F. (1977) O mito da liberdade. Rio de Janeiro: Bloch. (1978 [1957]) O comportamento verbal. São Paulo: Editora Cultrix / Editora da Universidade de São Paulo. (2000 [1953]) Ciência e comportamento humano. São Paulo: Martins Fontes.

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