CANVAS PARADESENVOLVIMENTO DE COLEÇÃO: UMA EXPERIÊNCIA NO ENSINO DE PROJETO EM DESIGN DE MODA

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CANVAS PARADESENVOLVIMENTO DE COLEÇÃO: UMA EXPERIÊNCIA NO ENSINO DE PROJETO EM DESIGN DE MODA BIBIANA SILVEIRA HORN1, MARINA ANDERLE GIONGO2, JULIO VAN DER LINDEN3 1

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)/Universidade do Vale dos Sinos (UNISINOS), [email protected] 2

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)/Universidade do Vale dos Sinos (UNISINOS), [email protected] 3

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), [email protected]

Resumo:Este artigo apresenta relato e análise de ensino projetual em moda, de uma disciplina do segundo semestre de bacharelado em moda. O objetivo deste estudo é analisar de que forma a proposta de trabalho da disciplina e os procedimentos adotados para realização dos projetos refletem o desenvolvimento da coleção de cada grupo de alunos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo e exploratório. A metodologia empregada foi pesquisa bibliográfica e, para coleta de dados com alunos foi utilizado um modelo canvas adaptado. Ao final, verifica-se como foram as conduções dos projetos, dificuldades e facilidades pelo método projetual e prática de projeto propostos. Palavras chave:Design de Moda; Ensino de Moda; Projeto de Moda; Desenvolvimento de Coleção; Canvas.

1. Introdução Este relato de estudo procura mostrar uma análise e proposta de trabalho para ensino de disciplinas projetuais dentro do design de moda. A abordagem é feita a partir de uma proposta de trabalho com estudantes do segundo semestre. Por se tratar do primeiro projeto onde eles desenvolvem uma coleção, foi proposta uma metodologia projetual adaptada para orientá-los, podendo ser classificada como modelo guia1.A disciplina envolve toda parte projetual, partindo da teoria e posteriormente a parte de materialização do projeto. A complexidade e graus de exigências dos projetos aumentam conforme os semestres em que estão integrados. Um aspecto importante da abordagem desta disciplina é o trabalho em equipes, prática pouco comum nas disciplinas de desenvolvimento de coleção, porém alinhada com a realidade da prática profissional do designer de moda. “O ensino de projeto busca a formação de um conjunto de conhecimentos, documentação e criação, dominando as distâncias entre o artístico e o fabril, ou melhor, entre o pensar e o fazer” (Farah , 2012) A disciplina em questão pertence ao segundo semestre do curso bacharelado em moda. Trata-se de uma disciplina projetual, para qual a proposta inicial era a criação individual de uma coleção de vestuário para um marca real de vestuário. Foram feitas algumas modificações em todas as disciplinas de projeto do

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Para Bonsiepe (1984), o ensino de projeto pode ter três classificações: modelo “bengala”, onde o docente orienta o aluno e fornece a maior parte das informações técnicas, realizando uma espécie de pré estruturação; modelo “guia”, em que o docente orienta estudantes os quais já tem maior autonomia, assim interfere menos no projeto; e modelo “consultor”, no qual docente acompanha o aluno que projeta livremente, apenas realizando críticas ocasionais.

curso. Para esta disciplina foram propostas as seguintes alterações: o projeto deve ser realizado em duplas ou trios, a coleção proposta será conceitual, para uma marca real. Porém não se trata de uma marca de vestuário, e sim de outros produtos como bolsas, acessórios e sapatos. O relato de estudo é referente à turma do segundo semestre de 2015. Os alunos deveriam projetar então uma coleção conceitual de vestuário, em grupos, para a InsectaShoes, marca brasileira de sapatos veganos e vintage. Veganos, pois não utilizam nenhum material de origem animal e vintage, pois a principal matéria prima são roupas garimpadas em brechós, com as quais confeccionam o cabedal dos sapatos. Na próxima seção será apresentada a proposta de trabalho da disciplina. A seção é dividida em três partes, a primeira trata da metodologia projetual adotada, a segunda parte aborda o aprendizado na prática e a terceira apresenta o conhecimento adquirido, por meio da análise de dados coletados nos sete grupos. Após essa seção são apresentadas as considerações finais.

2. Proposta de Trabalho no Ensino de Moda A disciplina é dividida em dois momentos. O primeiro é a parte projetual, onde são realizados: o planejamento, visita técnica à empresa, pesquisas e geração de alternativas. A segunda parte se dá com exercícios de costura e posteriormente a materialização de um dos looks da coleção. Ao final, os estudantes também propõem uma ideia inovadora para a empresa, podendo ser produto, serviço ou comunicação. As aulas são ministradas por duas professoras. A aula de apresentação e aula da visita técnica é realizada pelas duas, depois as professoras se dividem na parte projetual e de materialização das peças.Em aulas de apresentação de resultados parciais, discussões e definições as professoras trabalham de forma conjunta. A seguir serão apresentadas as etapas de cada professora.

2.1 Metodologia Projetual Adotada No que diz respeito ao desenvolvimento de coleção ou desenvolvimento de produtos de moda, ainda há um número restrito de referências metodológicas ou ferramentas de projeto específicas para o design de moda. De uma forma geral as propostas existentes são muito similares. Verifica-se que algumas destas foram pioneiras, porém outras seguiram a mesma “fórmula” apenas com algumas alterações de nomenclaturas. Além disto, identifica-se um espaço no design de moda para um maior aprofundamento projetual, que pode utilizar o design de forma estratégica. Para Montemezzo (2003, p. 13), existe uma lacuna nos estudos de desenvolvimento de produtos de moda e teorias do design, especialmente quando se trata de identificar ferramentas e metodologias aplicáveis ao processo de Design de Moda. A autora afirma que este processo se encaixa na conduta criativa de projeto do Design, pois o desenvolvimento de produto de moda envolve diversos fatores, como: fatores antropológicos, ecológicos, sociais, tecnológicos, ergonômicos e econômicos. As metodologias projetuais desempenham papel fundamental no ensino de design. São norteadoras e auxiliam alunos a desenvolverem seus projetos de forma organizada e completa. Bonsiepe (1978) afirma que são esperadas duas realidades da metodologia de projeto – também chamada por ele de instrumentos de navegação– (1) ofereça diversas direções e (2) esclareça a estrutura do processo. Do ponto de vista do autor, a metodologia deve nos oferecer uma série de diretrizes e nos esclarecer a estrutura do processo projetual. Ela deve ajudar a determinar a sucessão das ações, o conteúdo das ações e os procedimentos que serão utilizados. “A ‘crise do papel em branco’, comum à prática projetual vem da dificuldade em criar mediante a falta de concentração ou insegurança em defender sua ideia, medo, vergonha do traço e da própria concepção, inibiçãodiante do colega – alvo de comparações...A metodologia vem contribuir nesse ponto para manifestar uma linha de pensamento/raciocínio.” (Farah, 2012)

Com base nestas afirmações e por se tratarem de estudantes do segundo semestre, optou-se propor uma metodologia projetual para a turma baseada na metodologia projetual de Baxter (1998) e na proposta de Desenvolvimento de Coleção de Jones (2002). Como podemos observar, na Figura 1 a macro estrutura da metodologia foi construída a partir de Baxter (1998), e foram inseridas algumas micro etapas específicas do processo de moda a apartir de Jones (2002).

Figura 1:Metodologia Projetualproposta

As micro etapas em negrito referem-se à atividades desta disciplina projetual do segundo semestre, o restante são atividades a serem trabalhadas em semestresposteriores, como ficha técnica e comunicação visual da marca. Após a visita técnica os alunos fazem um leitura e interpretação da marca, seu conceito e valores. Então criam um mood board de referência da marca, onde transmitem através de imagens o que de fato é a marca. Eles então analisam as últimas coleções ou produtos lançados, e depois fazem uma análise de similares de 30 produtos por grupo. A escolha dos produtos pode ser por similaridade de produto ou de uso, e também por similaridade de proposta de marca. O objetivo desta análise está em eles identificarem concorrentes diretos e indiretos, conhecer o que está disponível no mercado e possívelmente ter insights sobre uma proposta de inovação para empresa. Com base nas informações obtidas na visita técnica, os grupos desenvolvem um mapa conceitual utilizando palavras que caracterizam o público alvo. Este mapa, posteriormente auxilia a criação do mood board da persona ou público alvo. Este painel é formado por imagens que personificam este público alvo. Transmite seu estilo de vida, valores e preferências. Aí então é finalizada a etapa de planejamento e inicia a etapa de desenvolvimento. Nesta etapa primeiramente os alunos pesquisam referências de elementos de estilo para suas coleções. Também definem um tema para coleção, que deve estar ligado ao público alvo e ao conceito de marca de alguma maneira. É feita então um pesquisa sobre o tema escolhido e definida uma cartela de cores. Na fase de geração de alternativas cada aluno deve gerar no mínimo dez looks, e depois disso são feitas as reuniões nos grupos, onde cada um apresenta suas ideias e juntos definem quais serão os dez

looks que farão parte da coleção, este já é o ínicio da etapa de definição e detalhamento. Neste momento os grupos podem redesenhar e modificar os modelos, e montam a ordem de como estes croquis entrariam em um desfile, respeitando elementos de estilo e transição de cores de forma harmônica. O restante das micro etapas de definição e detalhamento, como pesquisa e definições de materias serão descritos na seguinte subseção.

2.2 Materialização do Projeto Todas as disciplinas de projeto do curso em questão envolvem teoria e prática, para que o aluno tenha vivência de todas as etapas projetuais e possa desenvolver conhecimentos e habilidades próprios da profissão de designer de Moda. Uma consideração genérica sobre o projeto em design pode ser aplicada ao caso do aprendizado de projeto em Design de Moda: No design, em particular, o projeto é um tipo de atividade que se caracteriza por envolver, além de conhecimento formal, conhecimentos tácitos que só são desenvolvidos com a prática. Embora os mecanismos mentais de desestruturação, análise e síntese possam ser descritos e formulados em termos de procedimentos e técnicas projetuais, a formação projetual passa pela experiência prática.” (Van der Linden e Lacerda, 2012) A disciplina objeto deste relato é o espaço em que os alunos têm o primeiro contato com processos de confecção do vestuário, dentro da grade curricular do curso. Para que este primeiro contato com a construção de vestuário seja amigável, iniciamos a parte prática da disciplina desconstruindo uma peça de roupa e analisando suas partes e formas de montagem. Também são compreendidos os materiais dos quais as peças são compostas, suas propriedades e caimento, entendimento este que auxilia posteriormente na seleção de materiais para o projeto. Considerando que as marcas parceiras são escolhidas também por possuírem práticas de baixo impacto ambiental, os alunos são incentivados a desconstruírem peças compradas em brechós, ou peças antigas que não usam mais. Além disso, são desafiados a utilizarem as partes desconstruídas para a confecção das peças da coleção, ou da ideia inovadora proposta para a empresa parceira. Em um segundo momento, os alunos passam por um processo de reconhecimento do laboratório de Moda, maquinário e ferramentas disponíveis e normas de segurança. Para o primeiro contato com a máquina de costura, cortam e costuram seu próprio jaleco, de uso obrigatório em laboratórios do curso. Após esta etapa, iniciamos o planejamento da materialização de cada projeto. A partir dos dez looks definidos por cada grupo, um é escolhido para a materialização. Cada grupo é orientado nesta etapa, pelas duas professoras, para que o look escolhido seja, ao mesmo tempo, representativo do conceito desenvolvido no projeto e possível de ser executado pelo grupo no tempo proposto, considerando as habilidades recémdesenvolvidas em modelagem e costura. As etapas de materialização incluem seleção de materiais, modelagem plana e tridimensional, corte e montagem e todos os processos são planejados e acompanhados por meio de uma Ficha de Desenvolvimento. Considerando o caráter conceitual da coleção e o primeiro contato dos estudantes com técnicas de confecção de vestuário, são permitidas montagens com materiais diversos além dos têxteis tradicionais e processos de montagem além da costura à máquina, como colagem, costura manual, amarrações e o que mais for necessário para a construção do modelo. Na etapa de modelagem, os alunos são auxiliados pela professora a perceber o manequim e os tecidos escolhidos, fazer a relação do desenho com as formas tridimensionais que desejam criar e são incentivados a usar a modelagem tridimensional para esta atividade, mesmo que tenham executado modelagem plana, o molde em papel é colocado sobre o manequim para verificar o possível resultado.

Desta maneira, é possível em pouco tempo o aluno compreender por meio da prática, de que maneira a roupa é construída para abrigar o corpo, aprendizado que inicia nesta disciplina e segue nos semestres seguintes, em que a prática de projeto é trabalhada do início ao fim, sempre com uma abordagem diferente e desafiadora. Tal como dito por Farah (2012): Projetar é um exercício mental, que se traduz graficamente (ou por meio de modelo), como meio de linguagem, e que só se aprende com a prática constante dessa atividade.

2.3 Registro do conhecimento tácito adquirido pelos alunos Para registro do conhecimento tácito adquirido no desenvolvimento da coleção, foi desenvolvido um Canvas (Figura 2), adaptado com base noDesign ThinkingCanvasde Neves (2013). A adaptação foi feita com o objetivo de adequar à metodologia proposta na disciplina, desta forma, os quadros foram rotulados e ordenados de acordo com cada etapa do projeto. No modelo proposto por Neves (2013), existem quatro macro etapas que são: (a) Observação, (b) Concepção, (c) Configuração e (d) Comunicação. Dentro destas macroetapas foram então inseridas as etapas de: (a) Análise de similares, Análise da Marca, Persona; (b) Tema, Elementos de Estilo e Cartela de Cores; (c) Definição de Modelos, Materiais, Ficha de Desenvolvimento, Modelagem e Costura; e (d) Comunicação – esta última com apenas uma etapa que é a produção fotográfica em formato de editorial.

Figura 2:Canvas desenvolvido para a síntese da coleção de cada grupo

Após a comunicação oral do projeto dos sete grupos, foram distribuídos os Canvas para que cada grupo preenchesse com a síntese do que foi o seu projeto. Alguns grupos solicitaram auxílio para preencher o Canvas, enquanto outros conseguiram executar a tarefa de forma fácil. Esta atividade durou cerca de 30 minutos.

3. Avaliação dos Resultados Os Canvas preenchidos pelos alunos foram analisados por palavras e expressões mais frequentes e, numa análise mais profunda, por conexão entre uma etapa e outra, de forma a compreender o encadeamento dos processos na atividade projetual de cada grupo. As sínteses foram compiladas no Canvas ilustrado na Figura 3.

Figura 3: Resultados coletados

Nas etapas que integram o período de Observação, os alunos utilizaram palavras e expressões que referenciavam cada etapa, como critérios utilizados para eleger os produtos da análise de similares. Depois utilizaram palavras e termos que remetiam a marca e ao público alvo. O número entre parênteses mostra quantos grupos citaram determinada palavra ou expressão. É possível perceber que alguns grupos, na etapa de concepção, focaram mais em aspectos da marca, outros focaram mais no público e outros ainda, na temática. Outra questão relevante é o grau de subjetividade ou objetividade de referências que aparecem na solução proposta. Alguns grupos desenvolveram a coleção com referências completamente abstratas, transformando conceitos em texturas e elementos de estilo, outros com referências muito concretas, transferindo texturas e formas da temática diretamente para as peças criadas, e outros ainda de forma híbrida, misturando referências abstratas e concretas. Quanto à etapa de configuração, as etapas definição de modelos e materiais foram analisadas quanto às referências utilizadas pelos alunos. Na definição de modelos o que mais apareceu como referência foi a temática (seis grupos), seguido de elementos de estilo (três grupos) e persona (dois grupos). Na seleção de materiais,a temática foi a maior referência para todos os grupos. Elementos de estilo foi referência para seis grupos e Marca e Persona foram base para a seleção de materiais de um grupo apenas.

A fase de ficha de desenvolvimento, onde cada grupo planejou o desenvolvimento, foi analisada quanto ao tempo em que foi executada dentro da prática de projeto. Apenas um grupo conseguiu fazer o planejamento da peça antes da execução, possivelmente porque os componentes possuíam habilidades em confecção de vestuário. Quatro grupos elaboraram a ficha ao longo da materialização, iniciando de forma muito simples e fazendo mudanças, demonstrando aprendizado durante a prática. Por fim, dois grupos construíram a ficha após o processo de materialização, pois demoraram a compreender o processo e tiveram bastante auxílio dos professores para esta etapa. As etapas de modelagem e costura foram analisadas quanto às técnicas utilizadas, de acordo com o que foi proposto para esta disciplina. Três grupos utilizaram modelagem híbrida, ou seja, uma mistura de técnicas planas e tridimensionais. Dois usaram somente modelagem plana e dois somente tridimensional. Dos sete grupos, 3 reutilizaram peças para construir a peça do projeto e dois grupos adaptaram modelagens prontas para fazer a sua modelagem. Na etapa de costura, todos os grupos utilizaram costura à máquina, habilidade inserida nesta disciplina. Dois grupos utilizaram de costura manual para detalhes das peças, três grupos utilizaram colagem para aplicações nas peças e um grupo utilizou outras formas de montagem, como dublagem manual de tecidos. Na parte de comunicação foram trabalhadas a produção de moda para editorial fotográfico, incluindo iluminação, maquiagem, cabelo, escolha da modelo, acessórios, cenários e referências de poses. Três grupos levaram em consideração apenas o tema da coleção, um grupo apenas a persona e 3 grupos utilizaram como referência para produção ao menos dois critérios, incluindo tema, persona e marca, o que comunicou o projeto de forma mais completa e gera uma maior identificação da marca e do público com a proposta.

3.1 Dificuldades e Facilidades Foi possível perceber algumas dificuldades dos alunos relativas à expor-se na atividade projetual, principalmente por tratar-se de um trabalho em grupo, em que é preciso compartilhar ideias e chegar a um entendimento. Enquanto muitos tinham dificuldades em expor suas ideias, outros tinham dificuldade em aceitar ideias dos colegas. Entretanto, também foi um ponto bastante positivo projetar em grupo, visto que os alunos puderam ser melhor assessorados e o aprendizado foi compartilhado entre eles de forma construtiva, dividindo tarefas e gerando soluções muito superiores às que eram geradas em turmas anteriores, onde o trabalho era individual. Se por um lado há a dificuldade em se expor no grupo, como grupo os estudantes ganham confiança para a atividade projetual.

4. Considerações finais A maneira como foi trabalhada a prática de projeto neste semestre mostrou-se bem sucedida na intenção do aprendizado na ação e no desenvolvimento de cada etapa com propósito e geração de sentido. O ato de projetar em grupo, trouxe aos alunos ao mesmo tempo um maior número de ideias e uma maior resignação em relação às decisões conjuntas que cada grupo teve de tomar para dar continuidade ao projeto. Trabalhar com uma marca de identidade, público e produtos bem definidos foi de grande aprendizado, foi possível perceber que os estudantes captaram como funciona a construção de sentido que a marca desenvolve. Reconhecer a marca foi o primeiro passo para projetar produtos conceituais, diferentes do que a marca produz, porém com possibilidade de criações conceituais. A turma cumpriu bem o desafio de projetar suas primeiras coleções de vestuário de moda, com a devida apropriação dos conceitos propostos. Por estas razões para os próximos semestres os projetos continuarão sendo trabalhados em grupos, alterando a escolha das empresas a cada semestre, porém dando preferência para empresas que não são de vestuários, mantendo o desafio de projetar coleções conceituais de vestuários para marcas que não trabalham com roupas.

O uso do Canvas para síntese e avaliação dos projetos foi muito importante para um entendimento dos processos que cada grupo seguiu e das elaborações que resultaram destas etapas. Para o próximo semestre, pensa-se em utilizar o Canvas como direcionador do projeto desde o início, acompanhando cada etapa e gerando uma síntese ao final, visto que essa compilação foi importante também para a reflexão dos estudantes.

Agradecimentos Os autores deste artigo agradecem a todos os alunos que participaram desta disciplina e se dispuseram a preencher os Canvas com a síntese de seus projetos, bem como cederam outros materiais para a análise.

Referências Baxter, M. (1998). Projeto de Produto: Guia prático para o design de novos produtos. Edgard Blucher. 2. ed. São Paulo, 344p. Bonsiepe, G. (1978). Teoria y Pratica Del Diseño Industrial. Barcelona: GG, 254p. Bonsiepe, G. (1984). Metodologia experimental: desenho industrial. Brasília: CNPq, 86p. Farah, Suraia Felipe. (2012). Considerações sobre metodologias em projeto de design. Pelos caminhos do design: metodologia de projeto. Londrina: EDUEL, 49-80. Jones, S. J. (2010). Fashion Design: Manual do Estilista. Londres: GG, 204. Montemezzo, M. (2003). Diretrizes Metodológicas para o Projeto de Produtos de Moda no Âmbito Acadêmico. Mestrado. UNESP. Neves, André. (2013). Design Thinking Canvas (White Paper). Disponível em: Acesso em 10 nov 2015. R. Moreira, B., W. Camargo, C., B. Soares, L. and A. Giongo, M. (2014). A relevância da multidimensionalidade das disciplinas de projeto na graduação em moda. In: 10º Colóquio de Moda – 7ª Edição Internacional. [online] Caxias do Sul: 10º Colóquio de Moda – 7ª Edição Internacional. Available at: http://www.coloquiomoda.com.br/anais/anais/10Coloquio-de-Moda_2014/COMUNICACAO-ORAL/CO-EIXO2-ENSINO-E-EDUCACAO/CO-EIXO-2-A-relevancia-damultidimensionalidade-das-disciplinas-de-projeto-na-graduacao-em-moda.pdf [Accessed 19 Nov. 2015]. Van der Linden, J. C. D. Souza, LACERDA, André. P. (2012). Metodologia projetual em tempos de complexidade. Pelos caminhos do design: metodologia de projeto. Londrina: EDUEL, 83-149.

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