Caracterização da pesca e do comércio de pescado no mercado municipal de São João de Pirabas, Pará

July 27, 2017 | Autor: R. Chagas | Categoria: ENGENHARIA DE PESCA, Pesca Artesanal, Embarcaciones
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Congresso Brasileiro de Oceanografia – CBO´2014

Recursos Pesqueiros - Tecnologia do Pescado 828 - CARACTERIZAÇÃO DA PESCA E DO COMÉRCIO DE PESCADO NO MERCADO MUNICIPAL DE SÃO JOÃO DE PIRABAS, PARÁ SANTOS, W. C. R., VALE, A. V. P., SOUSA, C. R. S., ANAISCE, R. [email protected], [email protected]

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Palavras-chave: Pesca artesanal, Apetrecho de pesca, socioeconomia

INTRODUÇÃO A atividade pesqueira gera emprego e renda em todo o mundo, sendo responsável pelo sustento de grande parte da população mundial. No Brasil, quatro milhões de pessoas dependem direta ou indiretamente da pesca artesanal. Nosso país é o 25º produtor mundial de pescado, sendo os que mais se destacam são: China, Japão, Peru, Estados Unidos e Chile representando 44,15% da produção mundial. A região norte só passou a receber incentivos para a pesca artesanal na década de 60, agora ocupa o segundo lugar na produção nacional de pescado, sendo o estado do Pará e Amazonas os mais representativos, o Pará com 63% da produção da Região Norte e 15,5% da produção nacional, sendo o maior produtor do Brasil. METODOLOGIA O trabalho se desenvolveu no município de São João de Pirabas, no estado do Pará, localizado na microrregião Salgado, nordeste do estado do Pará, distante 190 km da capital Belém, onde há intenso desembarque de pescados. As coletas de dados foram realizadas entre os dias 08 e 16 de junho de 2013, entre os horários 6h às 10h de cada dia, pois nestes os horários que ocorrem a grande movimentação de consumidores no mercado municipal. Para o levantamento dos dados aplicouse questionários semi-estruturado, contendo explanações sobre sexo, escolaridade, tempo de serviço no ramo, espécies mais consumidas e vendidas, preço de sua venda, forma de comercialização e conservação, origem do pescado e destino do mesmo. No total foram aplicados 30 questionários, destes seis foram direcionados à pescadores, nova direcionados aos comerciantes e 15 direcionados aos consumidores. De acordo com as informações coletadas foi possível descrever a cadeia produtiva do pescado desembarcado neste município, bem como os principais apetrechos de pesca utilizados nas pescarias, as espécies mais consumidas pela população local, as principais espécies capturadas, comercializadas e exportadas para as regiões Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil. Para as analises da pesquisa, organizou-se os dados brutos em planilhas eletrônica no programa Microsoft Excel 2007, onde foram construídos gráficos e tabelas que facilitaram a compreensão e caracterização da pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com base nos resultados obtidos através dos questionários aplicados, caracterizou-se a pesca na região como artesanal, que é definida como a captura de organismos aquáticos a partir de pequenas embarcações, geralmente de madeira, com ou sem meios mecanizados para largar ou içar a arte de pesca, isto é, as artes são manipuladas diretamente com as mãos. A pesca é realizada de acordo com o apetrecho utilizado pelas embarcações, variando de um dia (pescarias de currais) até sete dias (embarcações de espinheis e rede de emalhar). Segundo os questionários aplicados aos pescadores grande parte do que é pescado é exportado para a região Nordeste (principalmente, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte), Sudeste (São Paulo), Sul (Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e para outras regiões dentro do próprio estado do Pará (região metropolitana de Belém e outros municípios do nordeste paraense). Dentre as espécies mais capturas no município encontram-se os peixes: Bonito (Euthynnus alletteratus), Pratiqueira (Mugil curema), Tainha (Mugil liza), Camurim (Centropomus undecimalis), Enchova (Pomatomus saltator), Beijupira (Racchycentron canadum), Gó (Macrodon ancylodon), Pescada-amarela (Cynoscion acoupa), Pescada-branca (Cynoscion leiarchus), Serra (Scomberomorus brasiliensis), Cavala (Scomberomorus cavalla), Pargo (Lutjanus purpureus), Cioba (Lutjanus analis), Peixe-pedra (Anisotremus surinamensis), Curvina (Cynoscion virescens), Peixe-espada (Trichiurus lepturus), Pirapema (Magalops atlanticus), Xaréu (Caranx hippos), Bandeirado (Bagre marinus), Uritinga (Arius props), Gurijuba (Arius parkeri), Bagre (Arius herzbergii) e Cambéua (Arius grandicassis). As principais espécies comercializadas no mercado municipal de São João de Pirabas são: pescada-gó (21%), Bandeirado e Serra (11% cada), Curvina (10%), Peixe-pedra e Uritinga (9% cada), Gurijuba (6%), Pescada-amarela, Pratiqueira e Sajuba (4% cada) e outras espécies (11%). Todos os pescadores entrevistados foram homens, com faixa etária de 31 à 70 anos (média de 47 anos, com número de filhos variando entre 2 e 8 (média de 4 filhos) e o índice de escolaridade destes correspondem a 80% com primeiro grau completo e 20% com o segundo grau completo. Em relação aos questionários aplicados aos comerciantes os resultados foram os seguintes: todos eram homens com faixa etária de 32 à 72 anos, com o número de

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filhos variando de 3 à 9 (média de 4 filhos), o nível de escolaridade apresentou-se de 71% com primeiro grau completo, 20% e 9% com segundo grau incompleto e completo, respectivamente. A renda mensal desses comerciantes apresentou-se com 72% com renda entre um e três salários mínimos, 14% menor de um salário e 14% com renda superior a três salários mínimos. Apesar do pescado deste município ser considerado de excelente qualidade devido o reabastecimento diário, a realidade na comercialização é totalmente outra, não havendo manipulações adequadas. O pescado é extremamente sensível e se deteriora mais rapidamente que os outros animais domésticos (bovinos, aves, suínos), portanto cuidados durante a manipulação são de vital importância para a manutenção da qualidade do pescado. CONCLUSÃO A pesca artesanal contribui de maneira bastante significativa para a economia deste município paraense, que juntamente com outros municípios da região nordeste paraense, auxilia o estado a manter-se entre os maiores produtores de pescado do país. Apesar do pescado deste município se considerado de excelente qualidade devido ao caso do mesmo ser reabastecido diariamente, não reflete a realidade dos cuidados com esse produto devido à manipulação inadequada que contribui decisivamente para a perda da qualidade e a deterioração do frescor do pescado. Como não há um trabalho continuo de estatística pesqueira e controle do pescado que e exportado por este município por parte de órgãos estadual e municipal, torna-se mais difíceis formulações de políticas públicas que possam desenvolver o setor pesqueiro no município.

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