CARACTERIZAÇÃO DE FRUTOS E PROGÊNIES DE PEQUIZEIRO (Caryocar brasiliense Camb.) DO CERRADO

June 4, 2017 | Autor: Narinha Moura | Categoria: Population Genetics
Share Embed


Descrição do Produto

NARA FERNANDES MOURA

CARACTERIZAÇÃO DE FRUTOS E PROGÊNIES DE PEQUIZEIRO (Caryocar brasiliense Camb.) DO CERRADO

Tese apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, da Universidade Federal de Goiás, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Agronomia, Área de concentração: Genética e Melhoramento de Plantas.

Orientador: Prof. Dr. Lázaro José Chaves Co-orientadores: Prof. Dr. Ronaldo Veloso Naves Profa. Dra. Rosane Garcia Collevatti

Goiânia, GO – Brasil 2011

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Moura, Nara Fernandes. Caracterização de frutos e progênies de pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) do cerrado [manuscrito. 2012. 150 f. : figs, tabs. Orientador: Prof. Dr. Lázaro José Chaves. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Goiás, Escola de Agronomia, 2011. Bibliografia.

Permitida a reprodução total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte - o autor

A DEUS, Ofereço.

Aos meus pais (Maria de Lourdes Fernandes Moura e Eurípedes Fernandes de Moura) e as minhas irmãs (Mara, Marília e Ananda), cujas pessoas são exemplos de vida. Dedico

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso, o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indeiscência, não busca o seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha. Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos. Mas quando vier o que é perfeito, então o que é parte será aniquilado. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.”

I Coríntios capítulo 13.

AGRADECIMENTOS

A Deus pela oportunidade de vida e do aprendizado, pela demonstração de sua existência em todos os momentos, e pela força nas horas difíceis e boas, pela perseverança e conquistas que me proporcionou em toda minha vida. Aos meus pais pela vida que me deram, pelo amor, pela educação, pelo carinho e apoio constantes nos estudos até a conquista dessa tese. Às minhas irmãs Mara, Marília e Ananda (irmãzinha do coração) pelo amor, companheirismo, incentivo, dedicação e apoio em todos os momentos da minha vida. Ao meu orientador Professor Dr. Lázaro José Chaves pelo exemplo de vida, experiência, dedicação, amizade, amor ao ensino e orientação e pela confiança em mim depositada. À Ananda pela dedicação em me ajudar na hora mais difícil deste caminho, por dar exemplo de alegria em viver e pelo constante incentivo. Aos Professores Ronaldo Veloso Naves e Jorge Luiz do Nascimento pela disposição em ajudar nas coletas dos materiais, pelas orientações no trabalho e pela sincera amizade. Ao Professor Alexandre Siqueira Guedes pelas constantes atenções e explicações, contribuindo de maneira essencial para que esta tese fosse confeccionada. Ao Professor Américo dos Reis pela concessão do carro para a coleta de parte do material para este estudo. Às minhas amigas Priscila Rangel e Keyla Ribeiro pela disponibilidade de me ajudarem em todos os momentos, pela franqueza, amizade, força e também por serem pessoas maravilhosas. À Madrinha Nenzinha (Terezinha Nunes) e ao Tio Lázaro pelo apoio que deram durante todo o meu doutorado. À Marilene (esposa do meu orientador) pela amizade, compreensão e disponibilidade de me receber tão bem em sua casa. À Professora Alzirene Milhomem pela amizade, sinceridade e apoio incondicional. Ao seu Manoel que sempre esteve disponível para tratar e olhar minhas plantinhas.

À Graciela Sobierajski e Arthur que me ajudaram nas análises estatísticas tanto na parte de experimentos de campo como na análise molecular e pelo companheirismo e incentivo. Ao Doutor Marcos Deon Vilela de Resende pela disponibilidade de me ajudar nas análises estatísticas. Ao meu cunhado Paulinho por todo o apoio e carinho que tem demonstrado por mim ao longo de todos os anos. Ao meu amigo Marco Valério que me ajudou na primeira fase deste trabalho. Aos colegas de laboratório Ludmilla, Jarênio, Camila e Ana Carolina pela paciência e disposição em me apoiar. Aos meus estagiários Ângela Braun, Alex, Fernanda Palhano, Kelly de Jesus, Ricardo e Raquel pelo apoio incondicional em me ajudar a conduzir os experimentos. Aos meus amigos de sempre: Celso, Wéber, Jaison e Adilson pelos grandes momentos de alegria que sempre me propuseram. Ao Welinton, secretário da Pós-Graduação pela disponibilidade e competência todos esses anos. Aos meus colegas da Pós-Gradução: Luiz Cláudio, Fernando Gondim, Aracele, Luice, Gisele e Adélia. Ao Programa de pós-graduação em Agronomia pela seriedade e competência que fornece aos estudantes. À Capes e ao CNPq pelas bolsas de estudos concedidas. Ao apoio financeiro do projeto nacional intitulado de “Fontes alternativas de Biodiesel”, coordenado pela Embrapa Cerrados e financiado pela FINEP. Enfim, a todos que de alguma maneira conquistaram junto comigo este título.

Muito Obrigada!

SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS............................................................................................

9

LISTA DE TABELAS............................................................................................

11

LISTA DE ANEXOS..............................................................................................

14

RESUMO................................................................................................................

15

ABSTRACT............................................................................................................

16

1

INTRODUÇÃO......................................................................................

17

2

REVISÃO DE LITERATURA..............................................................

20

2.1

O BIOMA CERRADO ............................................................................

20

2.2

O PEQUIZEIRO (Caryocar brasiliense CAMB.) ..................................

23

2.2.1

Descrição da espécie ..............................................................................

23

2.2.2

Propagação .............................................................................................

25

2.2.3

Utilização ................................................................................................

26

2.3

DIVERSIDADE GENÉTICA EM POPULAÇÕES NATURAIS ..........

30

2.3.1

Estimativas de parâmetros genéticos com base em caracteres quantitativos............................................................................................

2.3.2

30

Estimativas de parâmetros genéticos com base em marcadores moleculares..............................................................................................

38

3

MATERIAL E MÉTODOS...................................................................

48

3.1

COLETA DO MATERIAL .....................................................................

48

3.2

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE FRUTOS DE PEQUIZEIROS PROVENIENTES DE OITO REGIÕES DO CERRADO ......................

51

3.2.1

Análise de variância e parâmetros genéticos ......................................

51

3.2.2

Correlações .............................................................................................

54

3.2.3

Análise de agrupamento .......................................................................

54

3.3

VARIABILIDADE GENÉTICA EM PROGÊNIES DE PEQUIZEIRO CONDUZIDAS EM TELADO................................................................

3.4

VARIABILIDADE GENÉTICA QUANTITATIVA EM PROGÊNIES DE PEQUIZEIRO A CAMPO ................................................................

3.5

59

VARIABILIDADE GENÉTICA MOLECULAR EM PROGÊNIES DE

3.5.1

55

PEQUIZEIRO

UTILIZANDO

MARCADORES

MICROSSATÉLITES (SSR)...................................................................

62

Material vegetal .....................................................................................

62

3.5.2

Extração do DNA genômico e amplificação dos locos ........................

62

3.5.3

Análises estatísticas ...............................................................................

64

4

RESULTADOS E DISCUSSÃO ..........................................................

67

4.1

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE FRUTOS DE PEQUIZEIROS PROVENIENTES DE OITO REGIÕES DO CERRADO ......................

67

4.1.1

Análise de variância e estimativas de parâmetros ..............................

67

4.1.2

Correlações .............................................................................................

74

4.1.3

Análise de agrupamento .......................................................................

77

4.2

VARIABILIDADE GENÉTICA EM PROGÊNIES DE PEQUIZEIRO CONDUZIDAS EM TELADO ...............................................................

4.3

VARIABILIDADE GENÉTICA QUANTITATIVA EM PROGÊNIES DE PEQUIZEIRO A CAMPO ................................................................

4.4

83

95

VARIABILIDADE GENÉTICA MOLECULAR ESTIMADA EM PROGÊNIES DE PEQUIZEIRO COM USO DE MARCADORES MICROSSATÉLITES (SSR) ..................................................................

101

5

CONCLUSÕES......................................................................................

111

6

REFERÊNCIAS.....................................................................................

112

7

ANEXOS.................................................................................................

128

LISTA DE FIGURAS Figura 3.1

Localização das áreas de coleta de Caryocar brasiliense na região central do Brasil.................................................................................

Figura 3.2

Localização das áreas de coleta de frutos de Caryocar brasiliense na região central do Brasil caracterizados fisicamente......................

Figura 3.3

50

52

Localização das matrizes de Caryocar brasiliense coletadas na safra de 2007/2008, provenientes de três regiões, que deram origem à coleção de germoplasma da Escola de Agronomia/UFG....................

Figura 4.1

60

Representação gráfica dos valores de Pseudo F, em relação aos passos do algoritmo de agrupamento pelo UPGMA, aplicado a 76 matrizes de pequizeiro.......................................................................

Figura 4.2

77

Padrão de agrupamento de caracteres físicos de 76 matrizes de pequizeiro definido pelo método UPGMA a partir da distância de genotípicas. (Correlação cofenética = 0,8693**, p valor = 0,00).....

Figura 4.3

Relação entre as distâncias geográficas em km e as distâncias de Mahalanobis

entre

as

matrizes

de

Caryocar

brasiliense

proveniente de oito regiões do Cerrado (r = 0,23**, p valor =0,00). Figura 4.4

81

Dispersão gráfica das matrizes através do gráfico bidimensional através do agrupamento por variáveis canônicas.............................

Figura 4.5

78

82

Distribuição de frequência dos alelos do loco microssatélite Cb01 em progênies de Caryocar brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado.........................................................................................

Figura 4.6

108

Distribuição de frequência dos alelos do loco microssatélite Cb03 em progênies de Caryocar brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado.........................................................................................

Figura 4.7

108

Distribuição de frequência dos alelos do loco microssatélite Cb05 em Caryocar brasiliense de oito regiões do Cerrado........................ 109

Figura 4.8

Distribuição de frequência dos alelos do loco microssatélite Cb06 em progênies de Caryocar brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado.........................................................................................

Figura 4.9

109

Distribuição de frequência dos alelos do loco microssatélite Cb20 em progênies de Caryocar brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado............................................................................

110

Figura 4.10

Distribuição de frequência dos alelos do loco microssatélite Cb23 em progênies de Caryocar brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado.........................................................................................

110

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1

Esquema da análise de variância e esperanças dos quadrados médios conforme o modelo estatístico hierárquico com efeitos de regiões, matrizes dentro de regiões e frutos dentro de matrizes, para caracteres físicos de C. brasiliense..........................................................................

Tabela 3.2

Esquema de análise de variância e esperanças dos quadrados médios para caracteres avaliados em viveiro......................................................

Tabela 3.3

37

58

Informações sobre os locos microssatélites de Caryocar brasiliense, com as respetivas amplitudes alélicas, temperaturas de hibridização (Ta) e número total de alelos esperados por loco (Collevatti, 1999)....

Tabela 4.1

63

Média por planta, valores mínimos e máximos (médios por planta) e coeficientes de variação fenotípica de caracteres físicos de frutos de 76 matrizes de Caryocar brasiliense Camb. provenientes de oito regiões do Cerrado, coletadas nas safras 2007/2008 e 2008/2009.........

Tabela 4.2

68

Resumo da análise de variância referente à caracterização física de frutos de Caryocar brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado, segundo o modelo estatístico inteiramente casualizado hierárquico..............................................................................................

Tabela 4.3

Estimativas de parâmetros referentes a caracteres físicos de frutos de Caryocar brasilienses Camb...................................................................

Tabela 4.4

71

73

Estimativas de coeficientes de correlação fenotípica (abaixo da diagonal) e residual (acima da diagonal) entre as variáveis de matrizes de Caryocar brasilienses Camb..............................................................

Tabela 4.5

76

Valores médios, mínimos e máximos para os caracteres de emergência e crescimento em plântulas de progênies de pequizeiro provenientes de três

regiões

do

Cerrado,

coletadas

na

safra

2007/2008................................................................................................ Tabela 4.6

83

Valores médios, mínimos e máximos para os caracteres de crescimento em plântulas de progênies de pequizeiro provenientes de seis regiões do Cerrado, coletadas na safra 2008/2009...........................

86

Tabela 4.7

Resultado da análise de variância e estimativas de parâmetros genéticos para os caracteres porcentagem de emergência e taxa de sobrevivência de mudas de progênies de pequizeiro provenientes de três regiões do Cerrado, 2008.................................................................

Tabela 4.8

88

Resultado da análise de variância e estimativas de parâmetros genéticos referentes a caracteres de mudas de pequizeiro conduzidas em telado provenientes de três regiões do Cerrado, referente a safra 2008..........................................................................................................

Tabela 4.9

92

Resultado da análise de variância e estimativas de parâmetros genéticos referentes a caracteres de mudas de pequizeiro conduzidas em telado provenientes de seis regiões do Cerrado, referente a safra de 2009.........................................................................................................

Tabela 4.10

93

Valores médios, mínimos e máximos para os caracteres avaliados em plantas de progênies de pequizeiro provenientes de três regiões do Cerrado.....................................................................................................

Tabela 4.11

95

Resultado da análise de deviance conjunta para os caracteres de crescimento de três regiões de progênies de C. brasiliense em Goiânia (2009)......................................................................................................

Tabela 4.12

96

Resultado da análise de variância desconsiderando o efeito de procedências para os caracteres de crescimento de três regiões C. brasiliense em Goiânia (2009).................................................................

Tabela 4.13

98

Estimativas de parâmetros genéticos desconsiderando o efeito de procedências para os caracteres de crescimento de C. brasiliense em Goiânia (2009).........................................................................................

Tabela 4.14

Número de indivíduos de Caryocar brasiliense genotipados por região e por locos microssatélites......................................................................

Tabela 4.15

100

102

Características genéticas de seis locos microssatélites de Caryocar brasiliense em progênies de indivíduos genotipadas provenientes de oito regiões do Cerrado............................................................................

Tabela 4.16

103

Características genéticas de oito regiões de Caryocar brasiliense baseadas em seis locos SSR, amostrando todos os locos.......................

104

Tabela 4.17

Estrutura genética populacional de Caryocar brasiliense baseada na análise de variância de frequências alélicas e de tamanho de alelos para cada loco SSR.................................................................................. 105

Tabela 4.18

Probabilidade do Teste Exato de Fisher para aderência ao equilíbrio de Hardy-Weinberg, utilizando seis locos microssatélites. (Os dados em negrito são referentes aos locos que não se encontram em EHW)..........

106

LISTA DE ANEXOS

Anexo A

Regiões, progênies e coordenadas geográficas das matrizes de Caryocar brasiliense coletadas no Cerrado (2007, 2008 e 2009)....

Anexo B

129

Regiões, progênies e coordenadas geográficas das matrizes de pequizeiro que tiveram seus frutos caracterizados fisicamente (2007 e 2008)..................................................................................

Anexo C

134

Regiões, progênies e coordenadas geográficas das matrizes de pequizeiro do Cerrado representadas na coleção da Escola de Agronomia (2009).............................................................................

Anexo D

137

Croqui da coleção de Caryocar brasiliense Camb. (teste de progênies) da E.A./UFG....................................................................

138

Anexo E

Distribuição das progênies de pequizeiro na coleção da EA/UFG...

139

Anexo F

Regiões, matrizes e coordenadas geográficas das matrizes de pequizeiro coletadas no Cerrado e genotipadas com seis locos microssatélites (2007, 2008 e 2009).................................................. 140

Anexo G

Frequências alélicas do loco Cb01 de progênies de C. brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado (2011)...............................

Anexo H

Frequências alélicas do loco Cb03 de progênies de C. brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado (2011)..............................

Anexo I

148

Frequências alélicas do loco Cb20 de progênies de C. brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado (2011)...............................

Anexo L

147

Frequências alélicas do loco Cb06 de progênies de C. brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado (2011)...............................

Anexo K

146

Frequências alélicas do loco Cb05 de progênies de C. brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado (2011)...............................

Anexo J

145

149

Frequências alélicas do loco Cb23 de progênies de C. brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado (2011)...............................

150

RESUMO

MOURA, N. F. Caracterização de frutos e progênies de pequizeiro (Caryocar brasiliense camb.) do cerrado. 2011. 134 f. Tese (Doutorado em Agronomia: Genética e Melhoramento de Plantas) – Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Goiás, Goiânia. 2011.1 O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil e uma das áreas de maior diversidade no mundo. A incorporação do pequizeiro aos sistemas produtivos regionais apresenta-se como uma alternativa bastante viável para a utilização racional dos recursos naturais do Cerrado, visando o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida da população local. O presente trabalho teve como objetivos caracterizar frutos e avaliar, nas condições de Goiânia, GO, o desenvolvimento de progênies de pequizeiros (Caryocar brasiliense Camb.) provenientes do Cerrado. Foram coletados frutos de plantas de pequizeiro em duas safras consecutivas (2007/2008 e 2008/2009) em nove regiões do Cerrado. A partir dos frutos coletados procedeu-se a caracterização física dos frutos e os dados foram submetidos à análise estatística descritiva, análise de variância, correlação entre caracteres e análises de divergência e agrupamento. Experimentos de avaliação de caracteres quantitativos relativos ao desenvolvimento inicial das progênies foram conduzidos em viveiro e em campo. Os dados de progênies foram analisados e obtidas estimativas de parâmetros genéticos quantitativos. Realizou-se também a análise descritiva da variabilidade genética por meio de seis locos microssatélites. A proporção de variação fenotípica para caracteres de frutos entre regiões foi expressiva e deve ser explorada, tanto para fins comerciais quanto conservacionistas ou de manejo de recursos genéticos. A análise de correlação entre todas as variáveis avaliadas em frutos demonstrou correlações positivas e significativas entre os caracteres de importância para o melhoramento genético da espécie. A análise de agrupamento mostrou um padrão de agrupamento de regiões mais próximas geograficamente e a correlação matricial entre as matrizes de dissimilaridades genéticas e distâncias geográficas foi significativa. Há variação significativa em caracteres de desenvolvimento inicial em pequizeiro, principalmente para altura final, indicando a possibilidade de ganho de seleção para estes caracteres. A variação genética entre procedências apesar de pequena deve ser explorada e melhor quantificada em outras idades, considerando as diferentes condições edafoclimáticas de ocorrência natural da espécie. Os resultados mostraram ainda que existe variabilidade genética entre as progênies para os caracteres de crescimento, indicando potencial de seleção de plantas para programas de pré-melhoramento. Todos os seis locos microssatélites demonstraram níveis altos de polimorfismo, tanto dentro quanto entre regiões. Os valores estimados de parâmetros de diferenciação genética entre populações de C. brasiliense indicam que os alelos não estão distribuídos aleatoriamente entre e dentro de regiões. As regiões naturais de pequizeiro estudadas no presente trabalho apresentam divergência genética significativa estimada com base em marcadores moleculares, indicando a necessidade de um grande número de áreas para conservação in situ ou para coleta de recursos genéticos. Palavras-chave: Caracteres quantitativos; diversidade genética; parâmetros genéticos; pequi; pré-melhoramento; microssatélites.

1

Orientador: Prof. Dr. Lázaro José Chaves, EA - UFG Co-orientador: Prof. Dr. Ronaldo Veloso Naves, EA - UFG Co-orientadora: Profa. Dra. Rosane Garcia Collevatti, ICB - UFG

ABSTRACT

MOURA, N. F. CHARACTERIZATION OF FRUITs AND PROGENIES of the PEQUIZEIRO (Caryocar brasiliense Camb.) from CERRADO. 2011. 134 p. Thesis (Doctorate in Agronomy, Plant Breeding and Genetics) – Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Goiás, Goiânia. 2011.2

The Cerrado is the second largest Brazilian Biome and one of the hotspots of Biodiversity in the world. The incorporation of the pequizeiro as a regional productive system may be an alternative for the rational use of natural resources from the Brazilian Cerrado, aiming at the sustainable development, improving life quality of the local inhabitants. This work aimed to study the quantitative and molecular variability in progenies of pequi (Caryocar brasiliense Camb.), under climate conditions of Goiânia, GO. Fruits were collected from plants in two consecutive flowering seasons (2007/2008 and 2008/2009) in nine regions of the Cerrado. The fruits were characterized for size and the data were submitted to descriptive statistical analyses, analysis of variance, correlation, and analysis of divergence and clustering. Evaluation of quantitative traits related to the initial development in progenies was conducted in the nursery and field orchard, evaluating of plants. Quantitative genetic parameters were estimated from the data of progenies. We also performed a descriptive analysis of genetic variability using six microsatellite loci. The proportion of fruit phenotypic variation among regions was high and should be explored for, commercial and conservation or management of genetic resources. The correlation analysis between all fruit variables showed positive and significant correlations between characters import for breeding programs. Cluster analysis showed the cluster of geographically closer regions and the correlation between the matrices of genetic dissimilarity and geographical distance was significant. The results obtained in the evaluation of seedlings in the nursery showed a high variation in the initial development, especially for high end, mainly caused by the uneven rate of seed germination. The genetic variation among provenances should be better explored and quantified, considering the wide variation in the environmental conditions of the geographical distribution of the species. The results also show that there are superior progenies, concerning the development, and that there is genetic variability among the progenies for growth, and therefore there is potential for selection of plants for breeding programs. All six microsatellite loci showed high levels of polymorphism both, within and among the eight regions. Estimates of population genetic differentiation indicate that the alleles are not randomly distributed among and within regions. The natural regions of pequizeiro studied in this work show significant genetic divergence estimated based on molecular markers, indicating the need for a large number of areas for conservation in situ or collection of genetic resources. Key-words: Genetic diversity, genetic parameters, microsatellites, pequi, quantitative traits, pre-breeding.

________________________________________________________ 2 Adviser: Prof. Dr. Lázaro José Chaves, EA - UFG Co-adviser: Prof. Dr. Ronaldo Veloso Naves, EA - UFG Co-Adviser: Prof. Dra. Rosane Garcia Collevatti, ICB - UFG

1 INTRODUÇÃO

O Cerrado é o segundo maior conjunto vegetacional do Brasil e uma das áreas de maior diversidade no mundo. No bioma Cerrado, existe uma diversidade de paisagens constituídas por diferentes fisionomias de vegetação, associadas a fatores físicos e fisiográficos (Cochrane et al., 1985), como também por um mesmo tipo de vegetação com distintos padrões de composição florística relacionadas às condições do meio físico (Felfili et al., 2004). Essa diversidade de paisagens determina uma grande riqueza florística, que coloca a flora do bioma como a mais rica entre as savanas do mundo (Mendonça et al., 1998; Mendonça et al., 2008), sendo descritas 12.456 espécies de plantas, das quais 44% são endêmicas desse ambiente (Guarim Neto & Morais, 2003; Mendonça et al., 2008). Várias espécies vêm mostrando boas perspectivas de sucesso, tanto com uso extrativo quanto em sistemas agroflorestais. São plantas com potencial para serem utilizadas principalmente como fonte de alimentos, madeira, plantas ornamentais e substâncias com propriedades medicinais. Espécies frutíferas como o araticum (Annona crassiflora), pequi (Caryocar brasiliense), mangaba (Hancornia speciosa), cagaita (Eugenia dysenterica) e buriti (Mauritia flexuosa), entre outras, constituem importantes fontes de fibras, proteínas, vitaminas, minerais, ácidos graxos saturados e insaturados, presentes em polpas e sementes. Estas espécies possuem ainda enraizamento profundo, permitindo um aproveitamento mais eficiente da água e dos minerais do solo (Abramovay, 2005). Como a exploração dessas espécies tem sido realizado de modo extrativista e muitas vezes predatório, torna-se imprescindível o início do seu cultivo. No entanto, isso ainda não é possível em larga escala, devido ao pouco conhecimento sobre a genética, a produtividade, o crescimento e o desenvolvimento destas plantas, bem como das técnicas para seu cultivo (Silva et al., 2002). A exploração econômica sustentável de espécies nativas do Cerrado surge como alternativa para o resgate e a preservação do meio ambiente da região. A importância da produção dessas espécies deve-se à possibilidade do seu aproveitamento alimentar, para reconstituição vegetacional de ambientes, controle da

18

erosão e conservação de animais e vegetais ameaçados de extinção em seus habitats naturais. Diversos estudos vêm sendo realizados sobre espécies nativas dos Cerrado, mas do ponto de vista genético muito pouco se conhece. Ratter & Ribeiro (1996) consideram primordiais os estudos que contemplem a caracterização genética para manipulação dos recursos naturais. Alguns trabalhos realizados neste sentido comprovam a existência de uma alta variabilidade genética, apontando boas perspectivas de seleção e melhoramento genético dessas espécies frutíferas (Moura, 2003; Aguiar, 2004; Ganga, 2008; Rodrigues, 2009). Dentre as espécies que se destacam no bioma Cerrado encontra-se o pequizeiro, Caryocar brasiliense Cambess. A espécie pertence à pequena família Caryocaraceae, a qual possui apenas dois gêneros e 25 espécies. O gênero Anthodiscus possui nove espécies e o gênero Caryocar dezesseis, das quais doze ocorrem em território brasileiro. As espécies são adaptadas a vários tipos de vegetação, sendo que a maioria ocorre em florestas tropicais úmidas, e são encontradas desde a Costa Rica até o Paraná, ocorrendo em pelo menos sete estados do Brasil. Acredita-se que o centro de dispersão do gênero Caryocar encontra-se na Amazônia (Almeida & Silva, 1994). O pequizeiro é conhecido por seu valor econômico e nutricional, sendo considerado como uma das espécies frutíferas de maior importância neste bioma (Côrrea et al., 2008). É uma planta muito versátil quanto às suas utilidades, pois dela se aproveita praticamente tudo (Giordani, 2010). São inúmeras as aplicações do fruto, da casca, do óleo, do caule, da flor e das folhas dessa planta, tanto para fins de alimentação, terapêuticos, farmacêuticos e tintoriais (Perez, 2004; Damiani, 2006; Giordani, 2010). Os frutos são comercializados, na sua grande maioria, provenientes de atividade extrativista. Devido à crescente devastação de vegetação nativa, a quantidade de plantas existentes vem diminuindo com o decorrer do tempo. Assim, a incorporação desta espécie aos sistemas produtivos regionais apresenta-se como uma alternativa bastante viável para a utilização racional dos recursos naturais dos Cerrado, objetivando o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida da população local. Dentre as principais características do fruto do pequi, o grande valor nutritivo da polpa e da amêndoa são os mais importantes. Além disso, o caroço de pequi pode ser utilizado ou para a produção de novas mudas, ou para a extração e utilização do óleo para vários usos entre eles para a produção de biodiesel. Dentro deste contexto, o projeto Fontes

19

Alternativas Potenciais de Matérias-Primas para a Produção de Agroenergia foi implantado em 2007, com financiamento da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) com a finalidade de estudar diferentes espécies com potencial para produção de óleo. O projeto, coordenado pela Embrapa Cerrados, conta com a participação da UFG nos estudos com o pequizeiro, tendo como principal resultado esperado a obtenção de conhecimentos e tecnologias para geração de energia renovável, contribuindo para a estabilidade econômica e ambiental do país. Considerando que os produtos derivados de pequi constituem um mercado potencial e que a atividade extrativista não é sustentável por ser a demanda maior que a oferta potencial do produto, faz-se necessário o desenvolvimento de pesquisas para gerar tecnologias e políticas que visem a domesticação da espécie, contribuindo para a sua conservação e exploração racional (Chévez-Pozo, 1997; Giordani, 2010). A existência de variabilidade para todos os caracteres de interesse, tanto os agronômicos, relacionados com a planta, como os de qualidade, relacionados com o fruto, permite esperar sucesso em um programa de melhoramento (Oliveira et al., 2008). Dessa forma, faz-se necessária a valoração da variabilidade genética da espécie C. brasiliense Camb., que possa revelar recursos genéticos de grande valor, a partir de estratégias de conservação e uso, tal como a utilização de matrizes para os sistemas de produção de frutos, utilização em programas de melhoramento genético e também para diversificar o uso da espécie como planta ornamental, medicinal e ou produtora de bioenergia (Faleiro et al., 2008). Dentro deste contexto, o presente trabalho teve como objetivos: caracterizar fisicamente frutos de pequizeiros provenientes do Cerrado; avaliar o desenvolvimento inicial de progênies de pequizeiro em telado e campo na Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos (EA/UFG) e caracterizar os níveis de variabilidade genética do pequizeiro no Cerrado brasileiro, com base em marcadores microssatélites (SSR) para subsidiar estratégias de prospecção, preservação e utilização da variabilidade genética da espécie.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1

O BIOMA CERRADO

O Cerrado é o segundo maior Bioma do Brasil e uma das áreas de maior diversidade no mundo, constituída por um mosaico vegetacional composto por formações campestres (campos limpo, sujo e rupestre), formações savânicas (cerrado sensu stricto, cerrado denso, cerrado ralo e cerrado rupestre) e florestais (cerradão, matas de galeria, ciliares e secas). Como área central de sua ocorrência tem-se a região do planalto central brasileiro, estendendo-se para as regiões norte, nordeste, sudeste e sul (Ribeiro & Walter 1998). O bioma Cerrado ocupa uma área contínua de 2.036.448 km2, representando 23,92% do território nacional, porém esta formação vegetal ocorre de forma descontínua desde 4º de latitude Norte a 24º de latitude Sul e 42º a 65º de longitude Oeste (Ranzani, 1971). A distribuição do Cerrado começa na região Sudeste, nos estados de Minas Gerais e São Paulo e estende-se para o Centro-Oeste, Norte e pequena porção do Nordeste (Costa e Olsveski, 2008). Abrange, como área contínua, os estados de Goiás, Tocantins e Distrito Federal, parte dos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Rondônia e São Paulo e também ocorre em áreas disjuntas ao norte nos estados do Amapá, Amazonas, Pará e Roraima, e ao sul, em pequenas “ilhas” no Paraná (Ribeiro & Walter, 1998). No bioma Cerrado encontram-se altitudes que variam de 200 m a 1600 m, sendo o clima estacional com duas estações bem definidas: seca e úmida. A precipitação pluviométrica média anual é de 1.500 mm, com grandes variações inter-regionais. Devido à sua vasta extensão territorial, posição geográfica, heterogeneidade vegetal e pelo fato de ser cortado pelas três maiores bacias hidrográficas da América do Sul que o Cerrado destaca-se pela sua biodiversidade (Alho & Martins, 1995). No bioma Cerrado, existe uma diversidade de paisagens constituídas por diferentes fisionomias de vegetação, associadas a fatores físicos e fisiográficos (Cochrane et al., 1985), como também por um mesmo tipo de vegetação com distintos padrões de

21

composição florística relacionadas às condições do meio físico. Essa diversidade de paisagens determina uma grande riqueza florística, que coloca a flora deste bioma como a mais rica entre as savanas do mundo (Mendonça et al., 1998; Mendonça et al., 2008), sendo descritas 12.423 espécies de plantas, das quais 44% são endêmicas desse ambiente, principalmente quando são consideradas as espécies lenhosas (Guarim Neto & Morais, 2003; Mendonça et al., 2008). Quanto à estratificação, as plantas arbóreas somam 1.870 táxons no bioma (árvores, arvoretas, palmeiras arbóreas e plantas arborescentes); arbustivas, 2.526 (arbustos, palmeiras arbustivas e plantas arbustivas); e as herbáceas, 8.017 (ervas, subarbustos, parasitas, hemiparasitas, trepadeiras e palmeiras acaules). São plantas com potencial para serem utilizadas principalmente como fonte de alimentos, madeira, plantas ornamentais e substâncias com propriedades medicinais (Mendonça et al., 2008). Para alcançar o uso sustentável das diferentes espécies e paisagens do bioma Cerrado, é necessário melhorar o ordenamento e a gestão do território, valorizar e manejar apropriadamente esses recursos e recuperar áreas alteradas e degradadas (Ribeiro et al., 2008). O conhecimento sobre a distribuição e organização da biodiversidade nas comunidades do Cerrado é ainda reduzido. Há também uma carência de estudos voltados para a identificação de plantas úteis, principalmente quando comparadas à diversidade e à área ocupada (Guarim Neto & Morais, 2003). Essas informações são extremamente importantes para avaliar os impactos antrópicos, planejar a criação de unidades de conservação e adoção de técnicas de manejo (Assuncão & Felfili, 2004). Com o aumento das áreas agrícolas no Cerrado, torna-se necessário o conhecimento da composição da flora e da fauna deste bioma. Nos últimos 50 anos o Cerrado foi palco de uma acelerada e intensa ocupação econômica, tendo o agronegócio como carro-chefe. Essa intensa ocupação econômica, aliada ao baixo conhecimento sobre a biodiversidade desse bioma, resultou em um intenso processo de perda da biodiversidade que ameaça a sustentabilidade e limita as oportunidades do futuro econômico e social nesse bioma, especialmente em face dos cenários de mudanças climáticas (Dias, 2008). Isso se torna importante em razão da intensa antropização à qual está sujeito, pois grande parte do território ocupado por esse bioma já não possui a cobertura original (Silva et al., 2002). Cerca de 40% da cobertura original do bioma Cerrado brasileiro foi perdida e convertida para usos antrópicos intensivos. Os 60% de área ainda coberta por vegetação nativa não significam 60% de áreas bem conservadas, já que inclui vegetação secundária e

22

vegetação utilizada com pastagem extensiva sujeita ao sobrepastejo, submetida a queimadas de alta frequência, à remoção de lenha para a produção de carvão vegetal, ao extrativismo vegetal e animal frequentemente de forma não sustentável (Dias, 2008). O Cerrado foi identificado como um dos mais ricos e ameaçados ecossistemas mundiais, um hotspot da biodiversidade (Myers et al., 2000). O conceito de hotspot apoiase em duas bases: endemismo e ameaça. O endemismo de plantas é o primeiro critério para definir um hotspot, pois elas dão suportes a outras formas de vida. Considera-se que espécies endêmicas são restritas em distribuição, são mais especializadas e mais susceptíveis à extinção, em face das mudanças ambientais provocadas pelo ser humano, em comparação com espécies de ampla distribuição geográfica. Quanto ao grau de ameaça – segundo critério para o estabelecimento de um hotspot, é definido pela extensão de ambiente natural perdido. São consideradas áreas que perderam pelo menos 70% de sua cobertura original, onde antes abrigava, espécies endêmicas daquele hotspot (Mendonça et al., 2008). Um dos principais desafios na sua conservação é demonstrar a importância que a biodiversidade desempenha no funcionamento dos ecossistemas. O conhecimento sobre a biodiversidade e as implicações das alterações no uso da terra sobre o funcionamento dos ecossistemas serão fundamentais para o debate “desenvolvimento versus conservação” (Klink & Machado, 2005). Além disso, o conhecimento sólido da flora do Cerrado é importante

para

delinear

estratégias

governamentais

de

preservação

de

áreas

representativas do bioma, além de ressaltar sua importância em escala internacional e mundial, colocando assim, sua conservação e seu manejo racional como prioridades. Estudos sobre o Cerrado tem revelado um bioma muito mais rico do que até então se supunha, e muitas das suas tipologias, com flora específica, são endêmicas da América do Sul e do Brasil. Com isso, a importância intrínseca do seu patrimônio genético merece um reconhecimento na medida da sua inestimável importância (Mendonça et al., 2008). Para ser efetiva, a conservação deste patrimônio genético deve acontecer considerando a integração entre as fisionomias, sendo necessário, inclusive, proteger muitas áreas relativamente menores para se representar adequadamente a biodiversidade local e regional. Ademais, são imprescindíveis políticas de conscientização, educação e apoio a uma ocupação ambientalmente sustentável (Ribeiro et al., 2005). As perspectivas de conservação do bioma dependem da capacidade de se alavancar parte do investimento e do retorno econômico gerado, em atividades de proteção da biodiversidade, assim como na

23

adoção de modelos de ocupação que viabilizem a sobrevivência da biota nativa na paisagem regional (Cavalcanti, 2005). O desafio atual inclui a demonstração de que a preservação dos recursos naturais não pode prescindir da compatibilização das iniciativas públicas (políticas públicas) e privadas (produtores) e dos consumidores. É preciso salientar que os recursos vegetais do Cerrado, uma vez extintos, estarão indisponíveis a futuras gerações. Por essas características o bioma deveria ser considerado área prioritária de pesquisas como fonte de plantas com potencial econômico e conservação dos recursos naturais. As plantas nativas do Cerrado representam, em algumas áreas, a base do sustento de diversas famílias (Ribeiro et al., 2008). Assim, o cultivo de espécies nativas do Cerrado e o desenvolvimento de variedades adaptadas às condições regionais constituem numa providência a ser tomada para evitar a degradação e diminuir ao máximo o impacto sobre esse ambiente.

2.2

O PEQUIZEIRO (Caryocar brasiliense CAMB.)

2.2.1 Descrição da espécie

O pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) pertence à classe Dicotyledoneae, ordem Malpiguiales e à família Caryocaraceae. A família Caryocaraceae possui apenas dois gêneros: Caryocar L. e Anthodiscus G. Mey. O gênero Anthodiscus possui nove espécies e o gênero Caryocar 16, das quais 12 ocorrem em território brasileiro. No Cerrado brasileiro são encontradas três espécies: C. brasiliense Camb., C. coriaceum Wittm. e C. cuneatum Wittm. Contudo, em função de sua maior ocorrência, a primeira espécie é considerada a mais importante do ponto de vista sócio-econômico, sendo as outras duas restritas a algumas áreas dessa região (Barradas, 1972). O nome vulgar de C. brasiliense Camb., “pequizeiro” ou simplesmente “pequi”, é palavra de origem indígena que significa “casca espinhenta”, devido à característica de seu endocarpo (Heringer, 1970). Apresenta outros nomes comuns como: piqui (MT), piquiá-bravo, amêndoa-de-espinho, grão-de-cavalo, pequiá, pequiá-pedra, pequerim, suari, piquiá (Lorenzi, 2002). O pequizeiro é nativo em cerradão distrófico e mesotrófico, cerrado denso, cerrado sensu stricto e cerrado ralo (Almeida et al., 1998). É uma espécie frutífera que

24

apresenta distribuição por todo o bioma Cerrado, estando presente em várias fitofisionomias: campo cerrado, campo sujo, cerrado sensu stricto e cerradão distrófico. Ocorre principalmente nas regiões Centro Oeste e Sudeste: Distrito Federal e nos Estados da Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins (Lorenzi, 1992). A inflorescência é do tipo racemosa; as flores possuem cálice e corola pentâmeros, estames numerosos, dispostos em dois ciclos, sendo o interno constituído por estames de filetes mais curtos; os filetes dos estames maiores e externos são vesiculosos no ápice e naqueles estames menores, as vesículas estão presentes em toda a sua extensão; ovário súpero gamocarpelar formado por três a cinco carpelos, um óvulo por loja e estiletes livres. As flores são de coloração branca, grandes, hermafroditas, cíclicas, de simetria radial com 5 a 6 sépalas e o mesmo número de pétalas (Oliveira, 1998). O pequizeiro é uma planta auto compatível, porém, produz maior quantidade de frutos por fecundação cruzada. Suas flores são polinizadas por morcegos e insetos, tendo sido observadas pelo menos cinco espécies de morcego envolvidas na sua polinização (Gribel, 1986). As taxas de cruzamento a caracterizam como uma espécie alógama. Porém, Collevatti et al. (2010) relatou que C. brasiliense apresenta um sistema misto de reprodução, com 11,4% de taxa de autofecundação. Geralmente, o pequizeiro floresce ao final da estação seca, durante os meses de agosto a novembro, podendo estender-se até início das chuvas. Há relatos de ocorrência de floração temporã nos meses de março a abril e observações que apontam temperatura ambiente como o seu principal fator determinante. Os botões florais abrem-se cerca de um mês ou um mês e meio após a emissão das inflorescências. As flores do pequi são de antese noturna e funcionais por uma noite (Vilela, 1998). A época de frutificação é muito variável de acordo com os locais de ocorrência. Os frutos iniciam a maturação em meados de novembro, prolongando-se até o início de fevereiro, alcançando a maturidade 3 a 4 meses após a floração (Lopes et al, 2006). Na região de Cerrado, a floração e a frutificação são mais precoces ao norte e mais tardias ao sul, podendo ocorrer uma eventual produção temporã, menos abundante, em julho e agosto. Esse grande período de oferta de frutos, aliado à heterogeneidade das regiões produtoras, levam a acreditar na existência de diferenças entre as suas características físicas (Vera et al., 2005). Estudos realizados por vários autores demonstram essa variabilidade natural, existente tanto nas características químicas como físicas do pequi,

25

refletindo-se nos fatores nutricionais do fruto (Vilela, 1998; Vera et al., 2005; Silva & Medeiros Filho, 2006; Vera et al., 2007). Segundo Silva et al. (1994), os frutos apresentam 6 cm a 14 cm de comprimento, por 6 cm a 10 cm de diâmetro, com seu peso variando entre 100 g e 300 g. O fruto do pequizeiro é do tipo drupa e o formato varia de acordo como o número de sementes desenvolvidas (Rezende, 1998). Possui uma estrutura composta por epicarpo coriáceo, mesocarpo externo, que é coriáceo-carnoso e de coloração verde claro, mesocarpo interno, amarelo-claro, carnoso, oleoso, aromático, envolvendo uma camada de espinhos endocárpios, também denominada de endocarpo lenhoso, finos e rígidos, com 2,0 mm a 5,0 mm de comprimento, e amêndoa branca ou semente. A semente é constituída de embrião, tegumento e vestígios de endosperma. O embrião apresenta hipocótilo extremamente desenvolvido (Melo Júnior et al., 2004). Os frutos do pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) são muito ricos em óleo, proteínas e carotenóides. Contêm vitamina A, B1, B2, C, E, fósforo, cobre e ferro (Santos et al., 2005). A dispersão das sementes do pequizeiro se dá por meio do caroço ou putâmen, que é a semente envolta por um endocarpo rígido. A casca (epicarpo e mesocarpo externo) representa cerca de 75% do peso do fruto (Souza et al., 2007). No fruto adulto o número de sementes varia normalmente de um a quatro, pois, embora existam ovários com cinco a seis óvulos, frutos com esse número de sementes são raros (Barradas, 1972).

2.2.2 Propagação

A propagação de pequizeiro via sementes é difícil. A germinação em sementes de pequi é lenta, desuniforme e pouco frequente (Bernardes et al., 2008). O tempo para germinação pode variar de um mês a mais de um ano e a porcentagem de germinação varia de 5% a 60%, sendo a dormência das sementes apontada como o principal fator negativo para a propagação da planta via semente (Melo, 1987). A semente do pequizeiro tem pelo menos dois mecanismos de dormência, um relacionado à presença do endocarpo e outro à dormência do embrião. Conforme alguns autores a dormência devida ao endocarpo poderia ser superada por escarificação (Melo, 1987), e a dormência embriônica poderia ser aliviada pela aplicação de ácido giberélico (Dombroski, 1997). A escarificação é dificultada pela grande rigidez do endocarpo e pela delicadeza da semente por ele envolvida. Dombroski (1997), em estudo sobre a propagação

26

do pequizeiro, concluiu que a presença do endocarpo provoca restrição da germinação; que o ácido giberélico quando aplicado a pequis escarificados estimula a germinação das sementes, que existe pelo menos dois mecanismos de dormência de sementes, um relacionado ao endocarpo, e outro à semente biológica. Melo (1987) constatou que a presença de todos os envoltórios afetou significativamente a absorção de água pelo embrião, sendo que a polpa, os espinhos e o endocarpo reduziram significativamente a germinação, quando presentes, tendo sido detectada a presença de inibidores nestas partes. Outro aspecto interessante e que precisa de maiores informações, são as variações na porcentagem de germinação dentro de populações. Oliveira (1998) trabalhou com 11 populações do Sudeste de Goiás e constatou que a variação para variável caráter germinação foi maior dentro de populações do que entre populações. Para essa autora, a temperatura também pode ser considerada um fator que estimula a germinação. Outras observações quanto ao tamanho da semente levaram essa autora a inferir que o tamanho da semente representa uma importante estratégia reprodutiva das plantas, sendo a dispersão e o estabelecimento de plântulas mais efetivo a partir de sementes maiores. Quanto à germinação em condições naturais, já foi constatado que as sementes do pequizeiro são capazes de regenerar novas plantas em solos de Cerrado (Barradas, 1972). Porém, isso ocorre numa taxa muito baixa em função da dormência das sementes e, provavelmente, da ação humana com a grande devastação do Cerrado, como a coleta predatória dos frutos para consumo e comercialização, e a inibição da ação dos agentes dispersores da espécie.

2.2.3 Utilização

O pequizeiro é uma planta muito versátil quanto às suas utilidades, pois dela se aproveita praticamente tudo (Giordani, 2010). São inúmeras as aplicações do fruto, da casca, do óleo, do caule, da flor e das folhas dessa planta, tanto para fins de alimentação, terapêuticos, farmacêuticos e tintoriais (Perez, 2004; Damiani, 2006; Giordani, 2010). As fontes alimentares do pequi são constituídas pela polpa e amêndoa do fruto. A polpa do pequi é utilizada tanto na culinária regional quanto para extração de óleo (Correa et al., 2008). O fruto (pequi) é considerado a parte da planta com maior potencial de utilização em virtude do seu valor nutritivo, sendo utilizado das mais variadas formas: cozido no arroz ou no frango, com macarrão, com peixe, com carnes, com leite, em pão-

27

de-queijo, em geléia, em bala de goma, no pão doce, no casadinho, no brigadeiro, no patê, em sequilhos, em croquetes, em sorvetes e conservas vegetais. Há também uma boa variedade de receitas de doces aromatizados com seu sabor (Damiani, 2006; Giordani, 2010). De acordo com Almeida (1998), além dos pratos típicos, os frutos podem ser aproveitados e processados para fabricação de farinha, conserva em óleo e salmoura, e paçoca de amêndoa, feita com a castanha que se encontra na parte interna do pequi (semente biológica). A extração do óleo é outra forma utilizada para a obtenção de renda com o pequi, que é feita, às vezes, com o fruto que foi colhido e não vendido in natura. O óleo pode ser aproveitado como condimento no preparo de vários pratos e, também, devido às suas propriedades aromáticas, é usado na fabricação de licores (Silva Júnior, 2005). O óleo da polpa dos frutos também possui propriedades medicinais, tendo efeito tonificante, além de atuar contra bronquites, gripes, resfriados e para sanar problemas oftalmológicos relacionados à deficiência de vitamina A, uma vez que a planta apresenta altíssimo teor de carotenóides. O processo utilizado para a extração é muito rudimentar e com baixa produção, produtividade e qualidade. O óleo obtido é vendido nos centros de comercialização, centrais de abastecimento e mercados municipais. Atravessadores revendem o produto com nova embalagem e a preços significativamente elevados (Santos et al., 2005). Por ser um fruto com safra definida, a obtenção de pós comestíveis a partir da polpa do pequi (mesocarpo interno) também permitiria a ampliação do comércio do fruto, com a utilização do produto liofilizado em diversos nichos do mercado, como, por exemplo, na elaboração de temperos, bebidas, doces, dentre outros, gerando maior valor agregado ao alimento (Alves et al., 2008). A casca e folha do pequizeiro também são ricas em tanino, constituindo-se matéria-prima na fabricação de tinturas, que são empregadas por tecelões em tinturaria caseira (Silva Júnior, 2005). Uma forma de explorar ainda mais o fruto do pequizeiro na culinária seria sua utilização sob outras formas, aproveitando outras partes comestíveis do fruto, como é o caso da farinha de casca de pequi, a qual, por sua vez, pode ser utilizada em formulações de produtos de panificação, sendo uma boa fonte de fibras. O melhor aproveitamento da casca do fruto do pequi pode se constituir numa atividade econômica, social e ecológica interessante, uma vez que possibilitará a ampliação dos lucros, a geração de novos empregos e redução do resíduo orgânico depositado no ambiente (Couto, 2007).

28

Além de sua relevância para a alimentação de famílias do Cerrado, como excelente na prevenção e combate à hipovitaminose A, o pequi também se constitui em fonte de renda para uma parcela de população da região. Muitas pesquisas vêm sendo feitas com o pequi devido à sua importância social. A região de distribuição do pequizeiro ocupa quase 2.000 municípios e são estimados cerca de 40.000 coletores. Minas Gerais e Goiás reúnem 63,8% da produção nacional de pequi. Em Minas, apenas duas regiões são grandes produtoras: Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha. De toda a produção, apenas 39% é vendida, o que evidencia a importância do pequi para o autoconsumo das famílias coletoras. Da parcela comercializada, 79,4% são entregues a intermediários, 12,2% se destinam à venda direta ao consumidor e 7,3% vão para a indústria (Kerr et al., 2007). O pequizeiro é também considerado árvore ornamental devido ao seu porte e à beleza de suas copas e das flores alvas, que atraem beija-flores e diversas espécies de abelhas durante o dia. Todavia seus principais polinizadores são os morcegos e mariposas noturnas. Rosa (2004) ressalta que a planta do pequizeiro tem um grande potencial de utilização recebendo destaque como planta apícola. As folhas do pequi são usadas em Minas e Goiás na alimentação do gado bovino, caprino, ovino e, em alguns lugares, das galinhas (Kerr et al., 2007). Em relação à comercialização, Naves (1999) ressalta a importância do pequi na economia informal, uma vez que somente parte da produção é destinada a locais como CEASA, onde é possível efetuar o levantamento de dados. A espécie é detentora de um mercado potencial, sendo indicada como alternativa para o desenvolvimento sustentável no Cerrado de Minas Gerais. Naves (1999) sugere o aproveitamento regional de C. brasiliense em termos agronômicos, devido à sua importância para a economia informal e ao fato de ocupar classes de solos pouco recomendadas para a maioria das plantas cultivadas. O pequi apresenta elevado teor de ácidos graxos saturados (42%), derivados da presença dos ácidos mirístico (0,4%), palmítico (37,5%), esteárico (3,0%), araquídico (0,4%), behênico (0,3%) e lignocérico (0,4%), o biodiesel produzido a partir do óleo do caroço do pequi deverá ser utilizado nas Regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, onde as temperaturas médias anuais são mais elevadas que o restante do país. Os outros ácidos graxos presentes são o palmitoleíco (0,8%), oléico (49,7%), vacênico (0,2%), linoleico (7,0%), linolênico (0,1%) e gadoleico (0,2%). Na composição do óleo de pequi verifica-se a presença da vitamina A e de diversos ácidos graxos como o palmítico, oléico, mirístico, palmitoléico, esteárico, linoléico e linolênico (Croda do Brasil, 2002). A presença destes

29

ácidos graxos na pele é fundamental para manutenção da hidratação cutânea, da barreira cutânea e do manto hidrolipídico (Rieger, 1987). Azevedo-Meleiro e Rodriguez-Amaya (2004) identificaram carotenóides no pequi Caryocar brasiliense. Estes metabólitos conferem proteção à pele impedindo a lipoperoxidação, evitando desta maneira a formação de radicais livres e conseqüentemente retardando envelhecimento cutâneo. Também foram demonstradas as atividades leishmanicida, antimicrobiana do extrato das folhas de pequi (Paula-Junior et al., 2006). Sendo assim, é de grande importância o estudo da utilização do óleo de pequi, vislumbrando a aplicabilidade na área cosmética, sinalizando o aproveitamento de recursos naturais com desenvolvimento sustentável e consequentemente desenvolvimento regional e contribuição social (Pianovisk et al., 2008). O caroço de pequi pode ser utilizado ou para a produção de novas mudas, ou para a extração e utilização do óleo para a produção de biodiesel. No Brasil há um grande número de espécies perenes silvestres com potencial para produção de óleo. Entre estas, destacam se duas espécies de macaúba (Acrocomia aculeata e A. totai), o pequi (Caryocar spp.), tucumã (Astrocaryum vulgare) e outras de potencial menos conhecido como a inajá (Maximiliana maripa), barú (Dipteryx alata), murumuru (Astrocaryum murumuru), buriti (Mauritia flexuosa), andiroba (Carapa guianensis), tucum (Astrocaryum sp.) e babaçu (Orbignya martiniana). Além destas, há o pinhão-manso (Jatropha curcas), espécie exótica e espontânea em todo o território brasileiro. São espécies bem adaptadas às condições edafoclimáticas brasileiras, mas ainda não domesticadas. Dentro deste contexto, o projeto Fontes Alternativas Potenciais de Matérias-Primas para a Produção de Agroenergia foi implantado em 2007 e encontra-se em vigor tendo como objetivo iniciar o processo de domesticação da macaúba, pequi, tucumã e pinhão-manso, visando à produção de óleo vegetal; coletar e gerar informações para caracterizar as outras sete espécies potenciais descritas acima quanto ao potencial de produção e qualidade dos óleos; avaliar impactos sociais, ambientais e econômicos. O principal resultado esperado com realização desse projeto, será a obtenção de conhecimentos e tecnologias para geração de energia renovável, contribuindo para a estabilidade econômica e ambiental do país. Uma equipe da Escola de Agronomia e Engenharia de alimentos da UFG vem desenvolvendo trabalho de avaliação para fins de seleção, de matrizes de pequizeiro em cinco regiões do Estado de Goiás, com três populações por região e 15 plantas por população (Rosa, 2004; Ferreira 2007). Estas matrizes já foram avaliadas por cinco anos consecutivos, levando em conta variáveis de produção, sanidade, qualidade do fruto e aspectos gerais da planta. Os dados

30

já disponíveis serviram como guia para a seleção das matrizes para obtenção de progênies de meios irmãos. Avaliações complementares foram feitas em outros estados, particularmente Norte de Minas Gerais, Tocantins e Mato Grosso. Considerando que os produtos derivados de pequi constituem um mercado potencial e que a atividade extrativista não é sustentável por ser a demanda maior que a oferta potencial do produto, faz-se necessário o desenvolvimento de pesquisas para gerar tecnologias e políticas que visem à domesticação da espécie, contribuindo para a sua conservação e exploração racional (Chévez-Pozo, 1997; Giordani, 2010).

2.3. DIVERSIDADE GENÉTICA EM POPULAÇÕES NATURAIS

2.3.1 Estimativas de parâmetros genéticos com base em caracteres quantitativos

A variação genética de uma espécie distribui-se em vários níveis hierárquicos. A sua organização no espaço geográfico é resultado da dinâmica dos processos de fluxo gênico, seleção, endogamia, deriva genética e mutação. Além desses fatores, a estrutura genética de populações naturais é influenciada por fatores ecológicos e da biologia reprodutiva, o que torna a quantificação da variação genética complexa. Grupos de indivíduos estabelecidos em diferentes regiões com características ambientais próprias tendem a diferenciarem-se geneticamente em forma de populações. Isso ocorre como reflexo da limitação de fluxo gênico e das distintas pressões de seleção sofridas por cada população (Wright, 1951). Um dos principais objetivos do estudo genético de populações é a descrição da quantidade da variação genética existente. Essa variação é fundamental à evolução, já que a seleção natural atua sobre as diferenças que ocorrem dentro das populações devido à adaptação ao ambiente, convergindo para a variação entre populações e, finalmente, para a variação entre espécies (Torggler et al., 1995). Além disso, a manutenção da variabilidade genética em populações é a base da conservação de espécies sendo pois, sua descrição e distribuição essenciais ao estabelecimento de práticas conservacionistas realmente efetivas. A estrutura de populações envolve o conhecimento dos níveis de variabilidade genética e de sua distribuição entre e dentro de populações, o que é um conhecimento muito importante, por permitir a adoção de estratégias de manejo mais adequadas à conservação

31

genética e também na exploração desta variabilidade no melhoramento vegetal (Kageyama, 1987). A variabilidade fenotípica entre plantas pode originar-se de três causas distintas: das diferenças genéticas entre plantas, das diferenças de ambientes nos quais as plantas estão crescendo e das diferenças devidas às interações entre plantas e ambientes (Paiva & Valois, 2001). O conhecimento da variação existente nas populações e, mais ainda, quanto desta variação é devida a diferenças genéticas, é de fundamental importância em qualquer programa de conservação e de melhoramento. Essa informação também é relevante em trabalhos de conservação genética, dado que o principal objetivo desses programas é conservar o máximo de variabilidade genética (Sebbenn et al., 1999). Além disso, para que esses programas sejam eficientes, é necessário o conhecimento da biologia reprodutiva, ecologia, padrão de distribuição das espécies, além de conhecimento prévio da existência de suficiente variabilidade genética nas populações das espécies envolvidas e da sua forma de distribuição (Loveless & Hamrick, 1984). Os caracteres quantitativos geralmente são controlados por vários locos e sua expressão é modificada por fatores ambientais (Falconer, 1989). Portanto, esses caracteres são por natureza dependentes do ambiente para sua expressão (Ritland, 1989). Em termos gerais, a variação genética em populações pode ser estimada aplicando-se métodos de biometria, possibilitando a caracterização de uma população a partir de um modelo adequado em termos de médias e variâncias e o modo de ação gênica (Kearsey, 1993). A variação genética estimada a partir de caracteres quantitativos é baseada em informações de natureza fenotípica, que permitem quantificar a contribuição relativa dos genes e ambientes para a variação total em uma ou várias populações. Esses estudos de genética quantitativa fornecem uma base para identificar as causas da variação entre indivíduos (Lynch, 1996). Na biologia da conservação e no melhoramento genético esses dados podem também ser usados para estudar características de importância adaptativa, produtivas, entre outras, nas populações. Para que um programa de melhoramento genético de espécies perenes tenha sucesso, Rezende (2000) ressalta que é de fundamental importância conhecimentos sólidos em pelo menos quatro áreas: “I - Conhecimento do produto final de interesse, com suas relações industriais e mercadológicas, exigências qualitativas e formas de uso pelo consumidor;

32

II - Conhecimento do germoplasma disponível para obtenção de tais produtos, notadamente da variação biológica entre espécies no gênero, entre populações dentro de espécie e dentro de populações; III - Conhecimento de metodologias de estimação de parâmetros genéticos e de seleção, destacando-se o emprego eficiente das técnicas de genética quantitativa, visando conhecer o controle genético e inter-relações, envolvendo os caracteres associados aos produtos finais de interesse, com vistas à adoção de eficientes métodos de seleção e estratégias de melhoramento; IV - Conhecimento dos fatores ambientais que afetam a expressão fenotípica, notadamente os fatores edáficos, climáticos e técnicas de cultivo das plantas e de colheita dos produtos.” Informações sobre desenvolvimento, produção e variação genética são necessidades supridas por meio de estudos de espécies, procedências e progênies, que indicam a potencialidade e a escolha daquelas que são adequadas à exploração econômica e ao melhoramento genético (Ganga et al., 2009). No caso de espécies nativas, como as frutíferas do Cerrado, os programas de pré-melhoramento e melhoramento genético estão ainda em seus estágios iniciais e os plantios em escala comercial são quase inexistentes, desta forma muitos estudos ainda precisam ser realizados nas áreas de propagação e plantio, práticas culturais, fitossanidade, melhoramento e sistemas de produção e colheita (Lopes et al., 2006). Esses esclarecimentos são especialmente importantes para espécies nativas como o pequizeiro, cujo conhecimento ainda é incipiente. A domesticação e incorporação dessas espécies aos sistemas produtivos regionais, bem como o desenvolvimento de estratégias de conservação eficientes estão estreitamente relacionadas ao conhecimento da magnitude e distribuição da variabilidade genética nas populações naturais (Ganga et al., 2009). Portanto, o primeiro passo para a domesticação e cultivo comercial do pequizeiro seria a determinação de técnicas adequadas de propagação visando à obtenção de mudas de alta qualidade e plantações mais produtivas, com melhor aproveitamento de suas potencialidades econômicas, de modo a atender aos interesses dos agricultores e consumidores (Pereira et al., 2002). Desta forma, em espécies nativas não melhoradas, uma das primeiras etapas de pré-melhoramento envolveria todas as atividades de coleta e identificação dos melhores materiais visando a formação de uma populaçãobase (Aguiar, 2004). Para dar continuidade ao processo de domesticação, faz-se necessária a instalação de testes de procedências e progênies. Tais testes são particularmente

33

importantes em pequi em função não só da heterogeneidade do ambiente edafo climático de seus povoamentos naturais, mas também da grande variação observada entre a idade das plantas que os compõem (Giordani, 2010). Os testes de procedências e progênies são importantes na etapa de identificação de germoplasma para inferir sobre a média populacional e a variabilidade genética (Kageyama & Dias, 1985). Estes podem ser empregados tanto com o objetivo de conservação genética como de pré-melhoramento e melhoramento. No primeiro caso, o objetivo é determinar os padrões de variação genética nas populações naturais, ou seja, com a finalidade de identificação de variação genética entre e dentro de populações para estratégias de amostragem de forma a representar geneticamente o máximo possível essa variação. No segundo e terceiro casos, o que se visa é a melhor população para a seleção dos melhores indivíduos para um determinado fim (Vitti et al., 1992). O teste de procedências é um experimento em que as sementes são coletadas de um grande número de povoamentos (normalmente naturais) originados de diferentes locais e as sementes são plantadas em condições similares (Wright, 1976). O objetivo desse teste é comparar germoplasma de diferentes origens de uma mesma espécie e determinar qual ou quais procedências apresentam maior adaptação, melhor performance nas condições ambientais do local ou locais de experimentação. Segundo Allard (1971) os testes de progênies consistem na avaliação do valor genotípico dos genitores com base no fenótipo de seus descendentes. Esse procedimento envolve uma avaliação mais precisa das plantas a serem selecionadas, devido à estruturação em famílias, à possibilidade de melhor controle ambiental, à presença de repetições e à maior generalização dos resultados, pela possibilidade de se realizar o teste em vários locais (Paterniani & Miranda Filho, 1987). No melhoramento de espécies perenes o mais utilizado é o de famílias de polinização livre, dado seu baixo custo e informações fornecidas, assim como à possibilidade de serem transformados em pomares de sementes (Ktzmiller, 1983). A procedência ou população indica a localização geográfica e ambiental das árvores ou povoamentos estudados (Ferrreira & Araújo, 1981), enquanto que as progênies das populações permitem o estudo dos componentes de variância e a estimação da herdabilidade dos caracteres desejados, propiciando a escolha de métodos mais adequados, principalmente, para a seleção de plantas jovens, diminuindo assim, o ciclo de melhoramento da espécie (Costa et al., 2000). Shimizu & Pinto (1988) relatam que esses

34

ensaios permitem ao melhorista a obtenção simultânea de informações sobre a variação geográfica e diferenças genéticas entre árvores de cada procedência. Resende (2002) chama atenção para o fato de as espécies vegetais perenes apresentarem aspectos biológicos peculiares, tais como sobreposição de gerações, longo ciclo reprodutivo, reprodução sexuada e assexuada, expressão dos caracteres ao longo das várias idades. Essas características causam reflexos no melhoramento, tais como: a) utilização dos indivíduos selecionados para produção durante vários anos, fato que demanda muito rigor e precisão nos métodos de seleção; b) uso de avaliações repetidas em cada indivíduo ao longo do tempo; c) seleção envolvendo comparações de indivíduos de diferentes gerações, portanto, avaliados em diferentes condições ambientais, fato que requer o uso de métodos de avaliação genética mais elaborados; d) redução na taxa de sobrevivência das plantas nos experimentos ao longo das idades, fato que, associado à sobreposição de gerações, tende a gerar dados desbalanceados para uso na estimação de parâmetros genéticos e na predição dos valores genéticos individuais. O processo seletivo demanda tempo e recursos e, por essa razão, deve ser eficiente. Existem vários fatores que interferem no processo seletivo e o seu conhecimento é de primordial importância para a obtenção de sucesso com a seleção. Em se tratando de plantas perenes, o número de anos para se completar um ciclo de seleção é o principal entrave dos programas de seleção. Devem-se, então, utilizar alternativas que visem à diminuição do tempo necessário para completar um ciclo de seleção, ou seja, promover a seleção na idade juvenil (Pereira et al., 1997). Estimativas de parâmetros genéticos para outros caracteres ou para os mesmos caracteres em diferentes idades de avaliação são essenciais para o direcionamento dos programas de melhoramento da espécie (Faria Neto & Resende, 2001). Várias alternativas têm sido propostas para se estimar a eficiência da seleção precoce, como, por exemplo, a estimativa da correlação genética nas diferentes idades. Dessa forma, a eficiência ou não de uma seleção precoce estará intimamente relacionada com a existência ou não de correlação genética entre os caracteres na idade juvenil e adulta (Falconer, 1987). Por essa razão, os melhoristas de espécies florestais têm procurado identificar características das árvores em idade juvenil que estejam relacionadas com aquelas de interesse econômico em um indivíduo adulto, diminuindo, assim, o tempo para se completar um ciclo de seleção, resultando em maior ganho genético por unidade de tempo (Pereira et al., 1997).

35

Nas espécies perenes, a etapa de avaliação é a mais onerosa e demorada nos programas de melhoramento genético. Assim, a aplicação de metodologias eficientes durante o processo seletivo é de extrema importância (Farias Neto et al., 2008). Informações sobre o desenvolvimento de estimativas de parâmetros genéticos são necessárias de modo a servirem de subsídio no planejamento e na condução de programas de melhoramento genético (Farias Neto, 1999). A maioria dos caracteres de interesse econômico apresenta herança quantitativa (Resende, 2002). O estudo da variação e da herança destes caracteres baseia-se na análise de gerações, separando indivíduos em classes e avaliando suas proporções nos cruzamentos. Contudo, como os caracteres quantitativos são altamente influenciados pelo ambiente, a informação gerada por um único indivíduo tem pouca validade. Se o efeito do ambiente pode tanto aumentar como diminuir a manifestação fenotípica de um caráter, a média de um conjunto de indivíduos tende a cancelar o efeito do ambiente, sendo uma medida mais confiável. Assim, as características quantitativas são estudadas em nível de população, avaliando-se quais as frações da média e da variância são herdáveis (Cruz, 2005). Os parâmetros mais importantes no melhoramento florestal são as variâncias genéticas e seus componentes aditivos e não aditivos, o coeficiente de herdabilidade (sentido amplo e restrito), as correlações genéticas entre características e associações entre idades para características (Fier, 2001). A determinação de parâmetros genéticos para espécies arbóreas torna-se mais importante à medida que o ciclo da cultura aumenta, ou seja, à medida que a espécie se aproxima do início de produção. Vale ressaltar que os parâmetros genéticos somente são validados para a população, na idade observada e nas condições ambientais em que foram desenvolvidos os testes genéticos. Isto se deve porque os genes agem de forma diferente, respondendo aos efeitos da idade e do local (Kikuti, 1988). A avaliação genotípica compreende a estimação de componentes de variância (parâmetros genéticos) e a predição de valores genotípicos. As estimativas dos parâmetros genéticos como herdabilidade e correlações genéticas são fundamentais para o delineamento de estratégias de melhoramento eficientes (Sturion & Resende, 2010). Dentre os principais procedimentos para a estimação dos parâmetros genéticos destaca-se a análise de variância (ANOVA), em que os componentes de variância são obtidos pela decomposição dos quadrados médios com base nas suas esperanças matemáticas, e o procedimento REML/BLUP - máxima verossimilhança restrita/melhor predição linear não

36

viciada (Cruz & Carneiro, 2003). No caso de dados desbalanceados, a ANOVA conduz a estimativas enviesadas de componentes de variância e, consequentemente, a predições enviesadas de valores genéticos (Sturion & Resende, 2010). No melhoramento de plantas, o procedimento de máxima verossimilhança residual (REML), também conhecida genericamente como metodologia de modelos mistos, é atualmente o procedimento mais adequado por apresentar estimativas mais acuradas para dados desbalanceados e lidar com parentesco entre tratamentos, sendo o mais utilizado em programas de melhoramento genético de espécies perenes (RESENDE, 2006). A experimentação de campo, via de regra, está associada ao desbalanceamento de dados devido a vários motivos como perdas de plantas e parcelas, quantidade desiguais de sementes e mudas disponíveis por tratamento, rede experimental com diferentes delineamentos experimentais, não avaliação de todas as combinações genótipo-ambiente, dentre outros. Tal procedimento constitui-se no procedimento padrão para análise estatística em uma grande gama de aplicações. Em experimentos agronômicos e florestais, o REML tem substituído com vantagens o método ANOVA. Na verdade, o REML é uma generalização da ANOVA para situações mais complexas. Para situações simples, os dois procedimentos são equivalentes, mas para as situações mais complexas encontradas na prática, o ANOVA é um procedimento apenas aproximado. O REML é um método eficiente no estudo das várias fontes de variação associadas à avaliação de experimentos de campo, permitindo desdobrar a variação fenotípica em seus vários componentes genéticos, ambientais e de interação genótipo x ambiente (Resende, 2007; Sturion & Resende, 2010). O procedimento ótimo de seleção é o BLUP para efeitos genéticos aditivos (a), de dominância (d) e genotípicos (g), dependendo da situação. O BLUP é o procedimento que maximiza a acurácia seletiva e, portanto, é superior a qualquer outro índice de seleção combinada, exceto aquele que usa todos os efeitos aleatórios do modelo estatístico (índice multiefeitos, conforme Resende & Higa (1994), o qual é o próprio BLUP para o caso de dados desbalanceados (Resende & Fernandes, 1999). Segundo Resende (2002), o procedimento adequado para a predição dos valores genéticos utilizados na avaliação genética de plantas perenes tem sido o BLUP individual, consistindo basicamente na predição de valores genéticos dos efeitos aleatórios do modelo estatístico associado às observações fenotípicas, ajustando-se os dados aos efeitos fixos e ao número desigual de informações nas parcelas por meio de metodologia de modelos mistos. A predição de valores genéticos usando o BLUP assume que os componentes de variância são conhecidos

37

na população base não selecionada. Entretanto, na prática não se conhecem os verdadeiros valores dos componentes de variância, que são estimados com o procedimento da máxima verossimilhança restrita, em um processo de interação nas equações de modelos mistos do procedimento BLUP. Uma das principais vantagens práticas do procedimento REML/BLUP é que pode ser aplicado a dados desbalanceados e a delineamentos não ortogonais e ser utilizado simultaneamente um grande número de informações, provenientes de diferentes gerações, locais e idades, gerando estimativas e predições mais precisas (Sturion & Resende, 2010). Na análise de modelos mistos com dados desbalanceados, os efeitos do modelo não são testados via teste de F tal como se faz no método da análise de variância. Para este caso, para os efeitos aleatórios, o teste de significância recomendado é o teste da razão de verossimilhança (LRT). Para os efeitos fixos, um teste F, tal como se faz no método de análise de variância pode ser aplicado. Um quadro similar ao quadro da análise de variância é elaborado, sendo denominado de Análise de Deviance (ANADEV) e é estabelecido pelos seguintes passos: a) obtenção do logaritmo do ponto de máximo da função de verossimilhança residual (L) para modelos com e sem o efeito a ser testado; b) obtenção da deviance D = -2 Log L para modelos com e sem o modelo a ser testado; c) cálculo da diferença entre as deviances para modelos sem e com o efeito a ser testado, obtendo a razão de verossimilhança (LR); d) teste, via LRT, da significância da diferença usando o teste qui-quadrado com 1 grau de liberdade (Resende, 2007). Testes de procedências e progênies são particularmente importantes para C. brasiliense em função da grande variabilidade existente nos diversos ambientes de ocorrência da espécie, porém experimentos com estas bases não são comuns para o pequi. Oliveira (1998) trabalhou com 11 populações do Sudeste de Goiás e constatou que a maior parte da variabilidade genética total de C. brasiliense é encontrada dentro de subpopulações. Os caracteres que mais contribuíram para a divergência entre essas populações foram: a germinação, o tamanho do fruto e a taxa de desenvolvimento das plântulas. Souza et al. (2007) avaliaram o feito de procedência e do ácido giberélico na emergência de plântulas de pequizeiro e concluíram que o efeito de procedência não foi significativo e que a porcentagem de emergência de plântulas foi aumentada com o uso de ácido giberélico à concentração de 10%.

38

O efeito de matrizes (progênies) na emergência de sementes foi reportado por Fernandes et al. (2005). As sementes foram semeadas diretamente em saquinhos de plástico com substrato apropriado e a taxa média de emergência por matriz variou de 6% a 50%, com média em torno de 20%. Os testes de procedências e progênies reportados por Fernandes et al. (2005) ainda não permitiram a estimativa de parâmetros genéticos para produção e variáveis nutricionais físicas e químicas de frutos, uma vez que as plantas ainda não iniciaram a frutificação. Rodrigues et al. (2007) por meio de teste de comparação da frequência de germinação em sementes de pequi conduzidas em ambientes sombreados (baixas temperaturas diurnas) e em casa de vegetação (altas temperaturas diurnas) observaram que a variável em apreço é altamente influenciada pela temperatura do ambiente, além de outros fatores como progênies e qualidade do embrião da semente. Giordani (2009) estimou parâmetros genéticos para caracteres de crescimento em pequi em estágio precoce de 31 progênies oriundas de duas procedências (Curvelo e Sâo Gonçalo do Rio Preto, MG). Este autor verificou que, tanto os efeitos de procedências como o de progênies, foram altamente significativos pelo teste F e concluiu que estas características avaliadas podem ser úteis na seleção precoce, caso estejam correlacionadas à características de produção. Considerando que exista variabilidade para todos os caracteres de interesse, tanto os agronômicos, relacionados com a planta, como os de qualidade, relacionados com o fruto, é possível esperar sucesso em um programa de melhoramento (Oliveira et al., 2008). Dessa forma, faz-se necessária a caracterização e exploração da variabilidade genética dentro da espécie C. brasiliense Camb., que podem revelar recursos genéticos de grande valor, sejam matrizes para os sistemas de produção de frutos, utilização em programas de melhoramento genético e também para diversificar o uso da espécie como planta ornamental, medicinal e ou produtora de bioenergia (Faleiro et al., 2008).

2.3.2 Estimativas de parâmetros genéticos com base em marcadores moleculares

A estrutura genética refere-se à distribuição heterogênea (não aleatória) dos alelos e genótipos no espaço e no tempo resultante da ação de forças evolutivas tais como: mutação, migração, seleção e deriva genética que atuam dentro do contexto de cada

39

espécie e população (Hamrick, 1982). Tal estruturação pode manifestar entre populações geograficamente distintas, dentro de um grupo local de plantas, ou mesmo nos indivíduos de uma progênie. Em condições naturais, a manutenção e a dinâmica da estrutura genética de uma população resultam da interação entre um conjunto complexo de fatores evolutivos, tais como variação no conjunto gênico, organização dessa variação nos genótipos, sistema reprodutivo, dispersão da progênie no campo, eventos estocásticos e processos de crescimento, mortalidade e substituição que originam as futuras gerações. A variabilidade genética é introduzida continuamente nas populações por mutação e migração de indivíduos ou genes de outras populações e é perdida por deriva genética e, no caso de genes não neutros, pela seleção natural (Falconer, 1987). A variabilidade genética pode ser quantificada por meio de vários métodos que possibilitam a obtenção de diferentes parâmetros para realizar a sua caracterização (Sobierajski, 2004). Durante muito tempo os marcadores fenotípicos foram utilizados para caracterização da variabilidade genética entre e dentro de populações, por esses serem de fácil detecção e mensuração. Esses marcadores podem ser utilizados porque os indivíduos diferem fenotipicamente entre si, mesmo quando comparados dentro de progênies (Hartl & Clark, 1997). Com o advento das técnicas moleculares a análise genética de populações e melhoramento genético teve uma grande contribuição por tornar possível a análise de cada população, ou indivíduo, de interesse em um pequeno espaço de tempo. Podemos utilizar qualquer forma alélica (fragmento de DNA ou a expressão de uma proteína codificada por ele), originada de um genoma como marcador genético (Souza, 2001). Microssatélites ou Simple Sequence Repeats (SSR) é a classe mais amplamente utilizada de marcadores moleculares em estudos genéticos em plantas, com aplicações em diversos campos da genética, incluindo a conservação genética, genética de populações, melhoramento molecular e teste de paternidade. Esta gama de aplicações deve-se ao fato dos marcadores microssatélites serem geralmente codominantes e multialélicos, altamente reprodutíveis e apresentarem alta resolução e são baseados na reação em cadeia da polimerase (PCR) (Oliveira et al., 2006). Os marcadores microssatélites são caracterizados por unidades de sequência com repetições de nucleotídeos de 1 a 6 pb, repetidas em tandem. Esses marcadores estão presentes nos genomas de procariotos e eucariotos, tanto em regiões codificadoras quanto em regiões não codificadoras e, usualmente, apresentam altos índices de polimorfismo,

40

devido ao alto nível de variação no número de repetições (Li et al., 2002). Além disso, os microssatélites são considerados bastante robustos por não apresentarem em geral influências ambientais, sendo qualificados como marcadores neutros (Morgante & Olivieri, 1993). Um ponto fundamental difere os dois métodos (marcadores fenotípicos e SSR) de detecção da diversidade genética: a origem das diferenças encontradas por eles. A variação entre populações sofrida pelos marcadores morfológicos é causada pela atuação da seleção natural em conjunto com a deriva genética. Diferentemente, as variações moleculares não apresentam a influência da seleção natural por seus locos serem, em geral, seletivamente neutros (Torggler et al., 1995). Desta forma, o efeito da deriva é computado a partir das informações dos marcadores moleculares. A deriva genética pode ser definida como uma mudança aleatória na frequência gênica, e essa alteração contribui de forma significante para a diferenciação entre as populações, eventualmente fixando um dos alelos e eliminando os demais. As principais consequências da deriva genética são a perda da variabilidade genética dentro das populações e a divergência entre elas (Futuyma, 1992). A seleção natural pode ser entendida como uma diferença não aleatória no desempenho dos indivíduos, e atua de maneira discriminativa sobre o seu fenótipo (Valois et al., 1996). As variações ocasionadas na frequência alélica pela seleção natural são determinadas pelas circunstâncias presentes, não podendo moldar-se previamente a ambientes futuros (Futuyma, 1992). É fundamental reforçar que a deriva genética ocorre devido a fatores casuais, enquanto que na seleção natural há uma pressão seletiva exercida por um conjunto de fatores bióticos e abióticos sobre o indivíduo (Valois et al., 1996). A importância da seleção natural para o desenvolvimento dos caracteres adaptativos é inegável. Porém, os processos casuais são fundamentais no processo evolutivo dos organismos já que toda influência sobre o valor adaptativo depende da constituição prévia desses (Coelho & Valva, 2001). Assim, a divergência encontrada entre as populações é resultante, principalmente, da interação em maior ou menor grau desses dois fatores evolutivos (Sobierajski, 2004). Os parâmetros mais utilizados para estimar a diversidade genética em populações naturais e as alterações decorrentes da ação antrópica, empregando marcadores moleculares altamente polimórficos como os microssatélites ou SSR (Simple Sequence Repeats), são: número médio de alelos por loco ( Aˆ ), heterozigosidade esperada sob equilíbrio de Hardy-Weinberg ou diversidade gênica ( Hˆ e ), heterozigosidade observada

41

( Hˆ o ) e índice de fixação ( f ). Entre estes parâmetros, Aˆ e Hˆ e são muito influenciados pela deriva genética em razão de os alelos raros (com frequência inferior a 0,05) poderem ser perdidos em pequenas amostras. Porém, para inferir se a diversidade genética em uma população será mantida em longo prazo, apenas a quantificação da riqueza alélica ( Aˆ ) é insuficiente. Para esse tipo de inferência, é necessária a análise comparativa de Aˆ e Hˆ e , especialmente porque o valor de Hˆ e é influenciado tanto pelo número de alelos como pela distribuição de suas frequências relativas (Raposo et al., 2007). A estimativa da frequência de um determinado alelo em uma população, chamada frequência gênica ou alélica, é considerada fundamental nos estudos evolutivos, visto que a partir deste parâmetro é possível monitorar as mudanças genéticas que ocorrem em uma população (Nei, 1978). O número de alelos observados por loco aumenta em função do tamanho da amostra, ou seja, quanto maior a amostra maior é a chance de se detectarem alelos raros (Falconer, 1987). A frequência de heterozigotos é um importante indicador da diversidade genética, pois cada heterozigoto detém alelos diferentes e, portanto, representa melhor a variação existente. A partir da diversidade gênica conforme Nei (1973) é possível medir a variação genética existente dentro de populações tanto de espécies autógamas como alógamas. A diversidade genética é considerada a medida mais completa de variabilidade genética intrapopulacional, pois sumariza a variação genética total de uma população com base em um único parâmetro. Esta medida de variabilidade tem como principais vantagens a sua relativa insensibilidade ao tamanho amostral e a fácil interpretação do seu significado quando comparada a outras medidas. Como desvantagem, tem a dependência da frequência dos dois alelos mais comuns (Nei, 1972; Weir, 1996). Na literatura de genética de populações algumas medidas de diversidade genética são utilizadas, principalmente a diversidade de Nei (1973). No entanto, esta medida enfatiza as diferenças entre frequências alélicas e não o número de alelos. Para fins de conservação, medidas como a porcentagem de locos polimórficos ou número de alelos por loco pode ser mais apropriadas. No entanto, como estas medidas dependem do tamanho da amostra, não devem ser comparadas entre populações estudadas. Desta forma, El Mousadik & Petit (1996) sugeriram adaptar o índice de rarefação de Hurlbert (1971), previamente descrito na literatura ecológica, para a genética da população para contornar este problema. Esta medida, denominada de riqueza alélica, permite confrontar os

42

resultados de diferentes tamanhos amostrais. O princípio desta medida é estimar o número esperado de alelos existentes em uma subamostra de 2n genes, uma vez que 2N genes foram amostradas (N ≥ n), com a quantidade de alelos observada. A riqueza alélica é também importante para prever ou direcionar os acontecimentos a longo prazo em uma população, já que o limite da resposta à seleção é determinado pelo número inicial de alelos, e é mais sensível aos gargalos que a heterozigosidade esperada, por refletir melhor as flutuações no tamanho da população no passado (Caballero, 2010). Segundo o autor, a maioria das análises de variação genética em estudos para fins de conservação estão focados em diversidade genética (ou seja, em heterozigosidade esperada sob o equilíbrio de Hardy-Weinberg) e em sua partição nas componentes entre e dentro de subpopulações. A riqueza alélica é uma medida de variação genética onde podem se encontrar tanto populações com a mesma heterozigosidade, mas que apresentam diferentes riquezas alélicas, quanto populações com heterozigosidade diferentes, mas com a mesma riqueza alélicas. Em termos de evolução e adaptação, essas populações apresentarão potencialidades diferentes. A curto prazo a reposta à depressão por endogamia depende diretamente da heterozigosidade esperada (diversidade genética), esta será a mesma para as populações com diferentes números de alelos e a mesma heterozigosidade. No entanto, a longo prazo seleção será potencialmente maior em populações com maior diversidade alélica. A riqueza alélica é, além disso, mais sensível às mudanças demográficas e pressões seletivas que a heterozigosidade (Cabballero, 2010). Além das medidas de diversidade (porcentagem de locos polimórficos, número de alelos por loco, heterozigosidade média, riqueza alélica, entre outras), outros parâmetros usualmente são aplicados para analisar a distribuição da variabilidade genética entre e dentro de populações. A caracterização da estrutura genética entre populações, por meio de marcadores codominantes pode ser abordada de três maneiras diferentes: estatísticas F de Wright (Wright, 1965), análise da diversidade gênica em populações subdvididas (Nei, 1977) e os coeficientes de coancestralidade de Cockerham (Cockerham, 1969). As três abordagens apresentam bases genéticas similares. As estatísticas F, podem ser apresentadas de várias maneiras, conforme Wright (1951, 1965), Cockerham (1969) ou sob a ótica da diversidade de acordo com Nei (1977). De acordo com Wright (1965): 1 − FIT = (1 − FIS )(1 − FST )

43

FIT = índice de fixação ou coeficiente de endogamia para o conjunto das populações. O coeficiente de endogamia total caracteriza o desvio de panmixia do conjunto de populações e representa a correlação entre frequências alélicas dentro de indivíduos em todas as populações. O índice de fixação se refere aos indivíduos em relação ao conjunto de populações, reunindo a informação dos índices de fixação FST e FIS. O FIT representa a correlação das frequências alélicas em genes dentro de indivíduos e inclui os desvios de panmixia decorrentes tanto dos efeitos da deriva causados pela subdivisão quanto aqueles devidos ao sistema reprodutivo. FIS = índice de fixação ou coeficiente de endogamia intrapopulacional. O índice FIS de Wright refere-se à probabilidade de dois alelos para um loco em um indivíduo serem idênticos por descendência. Quando a ideia de identidade por descendência é estendida a alelos que não estão necessariamente no mesmo indivíduo, o coeficiente de endogamia assume outro sentido, o de probabilidade de que dois alelos escolhidos na população sejam idênticos por descendência. O coeficiente médio de endogamia (FIS) representa a correlação das frequências alélicas dentro de indivíduos dentro das populações, representando o desvio de panmixia dentro de populações devido ao sistema de cruzamento. FST = índice de fixação ou coeficiente de endogamia entre populações. A porção da divergência que está entre populações ( FST ) representa a correlação dos alelos entre indivíduos dentro das populações. Ou seja, o FST representa a correlação das frequências alélicas em genes de diferentes indivíduos dentro de populações e permite a caracterização da distribuição da variabilidade genética entre as populações devido à subdivisão. Este parâmetro também pode ser interpretado como coeficiente de coancestria, pois mede o grau de parentesco das plantas dentro de populações decorrente da subdivisão, independente do sistema de cruzamento. O FˆST tende a aumentar na medida em que a população diverge por deriva genética, e a diminuir devido ao fluxo gênico. Sob modelo aleatório, pode-se considerar que as populações amostradas representam a espécie tendo história evolutiva comum. Mesmo que as populações tenham

44

se diferenciado com o decorrer do tempo, a análise é construída sob a hipótese de que há uma única população de referência. Na ausência de forças evolutivas que alteram as frequências gênicas, como diferentes pressões de seleção em diferentes populações, esperase que todas as populações tenham as mesmas frequências alélicas. A análise da diferenciação em modelos aleatórios é subordinada ao fato de que amostragem genética faz com que diferentes alelos possam ser amostrados aleatoriamente, quando se obtêm as esperanças, deve-se saber que são dependentes de um ancestral comum (Zucchi, 2002). O interesse deve ser voltado ao quanto as populações diferenciam-se dentro de uma espécie, a qual diferenciou-se no decorrer do tempo. A ação das forças evolutivas, ou da amostragem genética, resultarão na diferenciação intraespecífica, quantificada com as estatísticas F de Wright ou medidas análogas de Cockerham. Em estudos de genética de populações, para o conhecimento da distribuição da variabilidade, geralmente se assume um modelo de classificação hierárquica envolvendo a avaliação de genótipos individuais provenientes de diferentes populações, que podem, por sua vez, serem provenientes de diferentes regiões. O objetivo nestes casos é, via de regra, realizar a decomposição da variação total, em seus componentes de variação entre regiões, entre populações dentro de regiões e entre indivíduos dentro das populações (Bandeira, 2003). A variância é uma característica das frequências alélicas e a sua análise permite descrever eficientemente a estrutura genética das populações. Cockerham (1969) formulou as bases da teoria de análise de variância das frequências alélicas, para marcadores codominantes, que consiste na medida de correlação entre genes, compatibilizadas como medidas de probabilidade de identidade por descendência. As medidas de Cockerham também quantificam o grau de parentesco entre pares de alelos. Como a maioria das mutações em microssatélites envolve a adição ou deleção de um pequeno número de unidades repetitivas conforme o modelo de mutação stepwise, El Mousadik & Petit propuseram uma nova medida de diversidade genética ( RST ), que é função das diferenças entre tamanhos de alelos entre populações. RST pode ser interpretado como a correlação entre o tamanho dos alelos de diferentes indivíduos numa mesma população. Este parâmetro é análogo ao θ com a exceção de que para θ a correlação entre as frequências alélicas de diferentes indivíduos em uma mesma população considera o modelo de alelos infinitos (Cockerham, 1969; Collevatti et al., 2001). Estudos que quantifiquem e caracterizem a distribuição da diversidade genética de populações naturais são imprescindíveis para os planos de conservação, melhoramento e

45

domesticação das espécies (Kageyama, 1987). Nos últimos anos, vários trabalhos têm estudado a variabilidade genética das espécies florestais nativas. Esses trabalhos têm mostrado que os valores obtidos para os diferentes parâmetros variam muito entre as espécies. Isso justifica a intensificação das pesquisas nessa área, refletindo a necessidade de gerar conhecimentos que possam ser utilizados para conservação dos remanescentes florestais (Sobierajski, 2004). Outro aspecto que tem merecido reconhecimento como importante na genética de populações é a avaliação da distribuição espacial da variação genética. Segundo Wadt, (2001), vários são os métodos utilizados para detectar a distribuição espacial da variação genética em populações. Em uma população claramente fragmentada ou em populações contínuas onde se observam unidades fisionômicas, a distribuição da variação genética pode ser estudada entre os grupos existentes. A análise de autocorrelação espacial é uma metodologia que permite a avaliação de padrões da variação genética em diversas escalas espaciais, podendo inclusive, determinar as causas evolucionárias do padrão espacial detectado (Epperson, 1990). A expressão estrutura genética tem sido empregada em trabalhos que caracterizam os níveis de diversidade genética e a distribuição da variabilidade entre e dentro de populações e que, apesar da grande importância dessas estatísticas para a caracterização genética de populações naturais, elas permitem apenas uma descrição geral da heterogeneidade espacial da variabilidade existente. No entanto, ainda que esta caracterização possa em alguns trabalhos, refletir razoavelmente uma organização no espaço, ela é pontual, no tempo. Assim, a integração das informações relativas aos níveis de diversidade, distribuição da variabilidade, taxa de cruzamento e fluxo gênico obtidas em diferentes populações (espaço) e em diferentes anos (tempo) são necessárias para uma caracterização efetiva da dinâmica da movimentação dos alelos em populações naturais. Tal caracterização mostra-se mais adequada para o estabelecimento de estratégias de conservação e/ou manejo de populações naturais em plantas, uma vez que permitem projeções mais realistas de eventos no espaço e no tempo. Vários trabalhos com marcadores moleculares em C. brasiliense já foram desenvolvidos com o objetivo de determinar os níveis de variabilidade dentro e entre populações naturais, o fluxo gênico e tamanho efetivo (Oliveira, 1998; Collevatti, 2001; Melo Júnior, 2004; Fernandes, 2008; Martins, 2008; Collevatti et al., 2010 e Collevatti et al., 2011). Na maioria dos trabalhos detectou-se importante diferenciação genética entre as

46

populações, decorrente, provavelmente de uma fragmentação do Cerrado. Em algumas populações estudadas também foi observada endogamia dentro de populações, com valores positivos de f variando de 0,21 a 0,50 (Oliveira, 1998). Collevatti et al. (2001), estudando estrutura genética de 10 populações de C. brasiliense, baseada na variabilidade em 10 locos microssatélites, detectaram importante diferenciação genética entre as populações. Essa diferenciação foi positivamente correlacionada com a distância geográfica, como esperado sob o modelo de isolamento por distância, porém nenhum efeito da fragmentação sobre heterozigosidade ou endogamia foi detectado nesta análise. Assim, estes autores discutem que a provável explicação para este resultado é o fato da fragmentação do Cerrado ser um acontecimento relativamente recente (semelhante a 60 anos) em comparação com o ciclo vida das espécies. Além disso, os indivíduos analisados das 10 populações eram adultos, o que significa que já estavam presentes antes da fragmentação das áreas estudadas, sugerindo novos estudos adequados sobre o efeito da fragmentação em populações jovens da espécie. Melo Júnior (2004) estudando a estrutura genética de quatro populações de C. brasiliense no Estado de Minas Gerais utilizando marcadores isoenzimáticos, encontrou no pequizeiro elevados índices de diversidade (heterozigosidade, número de alelos por loco polimórfico e porcentagem de locos polimórficos), similares ou superiores aos da maioria das espécies tropicais. Encontraram índices de fixação negativos e significativos nas populações, indicando provável ausência de endogamia, refletindo o excesso de heterozozigotos nestas populações. Este resultado discordou com o encontrado por Oliveira (1998) e Collevatti et al. (2001) que encontraram níveis significativos de endogamia em populações de pequizeiro. Melo Júnior (2004) cita que a alta diversidade encontrada evidencia o grande potencial da espécie para conservação e futuros programas de melhoramento. Identificou-se também que a variabilidade dentro das populações é maior do que a variabilidade entre populações (Melo Júnior, 2004). Chaves (2005) analisou a estrutura genética de onze populações naturais de C. brasiliense do estado de Goiás utilizando oito locos microssatélites. Esta autora concluiu que as informações genéticas obtidas indicou que, até aquele momento, as onze populações analisadas possuíam altos níveis de diversidade genética e, que a maior parte da diversidade genética estava concentrada, principalmente dentro das populações com uma baixa estruturação entre as populações e não estruturada no espaço.

47

Martins (2008) estimou a diversidade e estrutura genética da espécie em duas localidades no Norte de Minas Gerais objetivando acrescer informação a respeito da diversidade e estrutura genética de C. brasiliense em função da estrutura do habitat. Este autor concluiu que as populações de pequizeiro não apresentaram valores estatisticamente diferentes de zero quanto à variabilidade e estrutura genética em nenhuma condição estudada. Collevatti et al. (2011), estudando a perda de diversidade genética em populações de C. brasiliense, discorrem que apesar da endogamia ser alta na maioria das 15 populações estudadas, existem fortes indícios de que a coleta humana é uma importante determinante na quantidade de endogamia em populações de C. brasiliense (Diniz-Filho et al., 2009). Além disso, as estatísticas F de Wright estimadas para todas as populações mostraram que a endogamia é a força mais importante para a diferenciação genética entre populações. Qualquer que seja a estratégia de manejo de uma espécie é essencial que se conheça a estrutura da variabilidade genética da população ou das populações que se deseja conservar (Chaves, 2006). A divergência genética pode ser avaliada tanto por caracteres quantitativos quanto por marcadores moleculares. A união dessas duas técnicas pode promover valorosas discussões sobre qual a relação entre a deriva genética e a seleção natural como determinantes do processo evolutivo das populações (Torggler et al., 1995). Além disso, a reunião das duas técnicas possibilita fazer inferências sobre o efeito da seleção natural sobre divergência entre as populações. Comparando os resultados de divergência genética entre populações estimadas por marcadores neutros (FST) com o obtido para os caracteres quantitativos (QST) podem-se fazer inferências sobre a origem dessa divergência (Sebbenn et al., 2001a). Segundo a hipótese de divergência seletiva (Wright, 1951; Lande, 1992), não se pode negar que a seleção esteja atuando caso os valores encontrados para QST sejam significativamente maiores que os obtidos para FST. Porém, se QST apresentar valores semelhantes ou significativamente menores que FST, não se pode recusar a hipótese de que essa divergência esteja sendo causada principalmente pela deriva genética (Yang et al., 1996).

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 COLETA DO MATERIAL

A prospecção de algumas áreas de coleta foi realizada previamente por uma equipe da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da UFG. Esta equipe, composta por professores e estudantes da Universidade Federal de Goiás, vem desenvolvendo, desde 1996, vários trabalhos de pesquisa para fins de direcionar a seleção de matrizes de pequizeiro em cinco regiões de ocorrência natural da espécie no estado de Goiás, com três populações e 15 plantas por população (Rosa, 2004; Ferreira, 2007). Prospecções complementares foram realizadas também em outros estados, particularmente nos estados de Minas Gerais, Tocantins e Mato Grosso. Algumas coletas foram feitas concomitantemente com a prospecção. A coleta de frutos de plantas de pequizeiro foi efetuada em duas safras consecutivas de produção, setembro de 2007 a janeiro de 2008 e setembro de 2008 a janeiro de 2009. Frutos de 124 matrizes foram coletados em nove grandes regiões do bioma Cerrado situadas nos estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Tocantins. Estas regiões foram definidas como: Região 1 – localizada nos municípios de Ivolândia e Iporá, Goiás; Região 2 – norte de Minas Gerais, região 3 - nordeste de Goiás, região 4 centro de Tocantins, região 5 - sul de Tocantins e Norte de Goiás, região 6 - noroeste de Goiás, região 7 - médio Araguaia (GO e MT), região 8 – Água Boa (MT) e região 9 – centro-oeste de Minas Gerais. Esta amostragem foi definida com objetivo de obter frutos/sementes de várias matrizes de pequizeiros para implantação de uma coleção de germoplasma na Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Goiás. Na primeira safra (2007/2008) foram coletados frutos de 58 progênies provenientes das 3 primeiras regiões. Na segunda safra foram amostrados frutos de 66 progênies provenientes das regiões 4 a 9. As coletas foram realizadas em anos diferentes devido à safra 2007/2008 ter pequena produção de frutos em todo o bioma Cerrado. Assim houve a necessidade de incrementar a coleta na safra seguinte (2008/2009). As informações sobre as regiões, safra e coordenadas geográficas das 124 matrizes de pequi

49

encontram-se no Anexo A. A localização das plantas coletadas pode ser visualizada na Figura 3.1. As árvores matrizes foram amostradas após uma pré-seleção, de forma que a coleta foi realizada somente naquelas que apresentaram bom aspecto fitossanitário e boa produção de frutos. Foram coletados pelo menos cinco frutos inteiros por planta, com bom aspecto fitossanitário e em estado de maturação adequado para a sua caracterização física. Além disso, um mínimo de 30 sementes por planta foram coletadas para o plantio e produção de mudas para implantação da coleção de germoplasma. O número mínimo de 30 sementes por planta foi escolhido para proporcionar uma margem de segurança de emergência de plântulas, uma vez que sementes de C. brasiliense apresentam baixa taxa de germinação. As plantas coletadas estão localizadas entre 09º 06,185’ e 19º 59,350’ de latitude Sul e 44º 05,804’ e 52º 43,426’ longitude Oeste (Anexo A). As coordenadas geográficas foram determinadas utilizando GPS (Global Positioning System, modelo Geo Explorer).

50

Figura 3.1. Localização das áreas de coleta de Caryocar brasiliense na região central do Brasil.

51

3.2. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE FRUTOS DE PEQUIZEIROS

3.2.1. Análise de variância e parâmetros genéticos

Os frutos avaliados apresentavam bom aspecto fitossanitário, estado de maturação adequado (frutos já caídos no chão) e inteiros. Realizou-se a caracterização física de frutos coletados em oito regiões do Cerrado, totalizando 76 matrizes amostradas. As coordenadas geográficas e suas respectivas regiões encontram-se no Anexo B. A distribuição das plantas de C. brasiliense coletadas para a avaliação física dos frutos pode ser visualizada na Figura 3.2. Após a coleta em cada região, os frutos foram devidamente acondicionados, etiquetados e identificados com os dados de procedência e progênie. Em seguida, foram levados para o Laboratório de Fitotecnia da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, onde foi realizada a tomada de dados biométricos dos frutos e pirênios. Foram avaliados as seguintes caracteres: massa do fruto (MF), diâmetro transversal do fruto (DTF), diâmetro longitudinal do fruto (DLF), número de pirênios por fruto (NP), massa total de pirênios (MTP), massa média de pirênios por fruto (MMP), média do diâmetro longitudinal de pirênios por fruto (DLP), média do diâmetro transversal de pirênios por fruto (DTP), rendimento de pirênios (REND) e massa de casca do fruto (MC). Os caracteres de massa foram obtidos com auxílio de uma balança digital e os resultados expressos em gramas. As medidas de dimensões foram obtidas com paquímetro digital e anotadas em milímetros. A massa média de pirênios por fruto (MMP) foi calculada a partir da massa total de pirênios por fruto e do número de pirênios por fruto (MTP/NP). O rendimento de pirênios (REND) foi obtido pela relação entre a massa total de pirênios e a massa total do fruto (MTP/MF). O caráter massa da casca (MC) foi obtido pela diferença entre a massa do fruto e a massa total de pirênios.

52

Figura 3.2. Localização das áreas de coleta de frutos de Caryocar brasiliense na região central do Brasil caracterizados fisicamente.

53

Os dados foram submetidos à estatística descritiva e, posteriormente, à análise de variância com base no modelo inteiramente ao acaso com os tratamentos hierarquizados em regiões, matrizes dentro de regiões e frutos dentro de matrizes. As análises foram realizadas com base no procedimento estatístico do software genético-estatístico Genes (Cruz, 1997). O modelo utilizado foi:

Yijk = m + ri + p j ( i ) + f k ( ij ) em que:

Yijk :

observação coletada da variável Y no fruto k da matriz j, da região i;

m :

média geral das observações;

ri :

efeito aleatório da região i, i = 1, 2,..., R;

p j (i ) : efeito aleatório da matriz j, dentro da região i, j = 1, 2,..., mi; f k (ij ) : efeito aleatório do fruto k, dentro da matriz j da região i, k=1, 2,..., fk; O esquema de análise de variância e as esperanças dos quadrados médios conforme o modelo estatístico pode ser visualizado na tabela 3.1.

Tabela 3.1. Esquema da análise de variância e esperanças dos quadrados médios conforme o modelo estatístico hierárquico com efeitos de regiões, matrizes dentro de regiões e frutos dentro de matrizes, para caracteres físicos de C. brasiliense. Fonte de variação

G.L.

QM

E(QM)

Regiões

R-1

Q1

2 2 σ 2 + k 2σ Mat (Re g ) + k 3σ Re g

Matrizes (Regiões)

M-R

Q2

2 σ 2 + k 1σ Mat (Re g )

Frutos (matriz)

F-M

Q3

σ2

Total

F-1 R

R: número de regiões; M: número total de matrizes,

M = ∑ m j e F: número total de frutos j =1

R

mJ

F = ∑∑ f k ( j ) . j =1 k =1

Foram estimados os componentes de variância associados aos efeitos do modelo e as estimativas das proporções da variação fenotípica total que se deve a: diferença entre

54

regiões (PR), diferença entre matrizes dentro regiões (PM/R) e diferença entre frutos dentro de matrizes dentro de regiões (PF/M), utilizando as fórmulas seguintes:

PR =

2 σˆ Re g 2 ˆ2 ˆ σˆ Re g + σ Mat ( reg ) + σ Frut ( mat )

PM / R =

2 σˆ Mat / Re g 2 2 ˆ Mat ˆ Frut ( Mat ) σˆ Re g +σ (Re g ) + σ

3.2.2. Correlações

Foram estimados os coeficientes de correlação fenotípica entre os caracteres avaliados. As análises foram realizadas com base em procedimento genético-estatístico do software Genes (Cruz, 1997).

3.2.3. Análise de agrupamento

A análise de divergência entre as plantas foi realizada com base nas distâncias de Mahalanobis. Nesta análise foram consideradas somente os caracteres avaliados diretamente. A partir dos dados de caracteres físicos foi obtida a matriz de distâncias de Mahalanobis entre todas as matrizes (árvores). O cálculo das distâncias de Mahalanobis, para a geração da matriz, foi realizado utilizando os dados de massa de frutos (MF), diâmetro transversal de frutos (DTF), diâmetro longitudinal de frutos (DLF), número de pirênios (NP), média do diâmetro transversal de pirênios por fruto (DTP), média do diâmetro longitudinal de pirênios por fruto (DLP) e massa total de pirênios (MP). Com base nas distâncias de Mahalanobis foi construído um dendrograma aplicando o método de agrupamento UPGMA (Unweighted Pair-Group Method using Arithmetic Averages). Esta análise foi realizada com auxílio do software R (2008). A partir do agrupamento foi obtida a matriz cofenética para a verificação da coerência do agrupamento a partir do teste de Mantel, por meio de 10.000 permutações. Para a definição do número de grupos a ser adotado foi utilizada a estatística Pseudo F, que auxilia na decisão do ponto de corte no dendrograma (decisão de parada no algoritmo de aglomeração). Após a definição dos grupos, o dendrograma foi construído e a coerência

55

dos resultados foi verificada com as expectativas baseadas nas posições geográficas das populações. Com o objetivo de investigar os padrões de variação espacial foi estimado o coeficiente de correlação de Pearson (r) entre as matrizes de Mahalanobis e de distâncias geográficas, utilizando o software R DEVELOPMENT CORE TEAM (2005) A significância dessa correlação foi verificada pela estatística Z de Mantel (1967), por meio de 10.000 permutações aleatórias. A partir do agrupamento foi calculada a matriz cofenética para a verificação da coerência do agrupamento por meio do teste de Mantel, por meio de 10.000 permutações. Foi realizada também a análise multivariada mediante as variáveis canônicas, a fim de se obter a dispersão gráfica em espaço bidimensional. A partir dos autovetores associados às variáveis canônicas, foram obtidos os escores das 76 matrizes. Os escores foram plotados em um espaço bidimensional, onde a distância dos pontos é proporcional ao grau de dissimilaridade entre as matrizes. A análise foi realizada utilizando o software R DEVELOPMENT CORE TEAM (2005).

3.3.

VARIABILIDADE

GENÉTICA

EM

PROGÊNIES

DE

PEQUIZEIRO

CONDUZIDAS EM TELADO

As mudas de pequi utilizadas neste trabalho foram produzidas em condições de telado, na Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Goiás (EA/UFG), localizada no município de Goiânia, Goiás, a 16°36’ de latitude Sul, 49°17’ de longitude Oeste e 736 m de altitude. O clima do local, segundo Köppen, é do tipo Aw (quente e semi-úmido com estação seca bem definida, de maio a setembro), com temperatura média anual de 23,2 °C, com médias das mínimas e das máximas a 17,9°C e 28,9°C, respectivamente. A precipitação pluviométrica média anual a de 1.759,9 mm e o total de insolação é de 2.588,1 horas. O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado. Para produção das mudas foram utilizadas sementes das safras de 2007/2008 e 2008/2009. Estas foram coletadas em nove grandes regiões do Cerrado, sendo três regiões na primeira safra e seis na segunda safra. Após a avaliação física dos frutos de pequizeiros, as sementes foram semeadas em saquinhos contendo substrato (mistura de terra e areia).

56

Antes da semeadura, foi realizada uma seleção prévia de frutos, procurando descartar frutos defeituosos e/ou, com problemas fitossanitários. Os pirênios foram alocados dentro de sacos plásticos onde permaneceram por dois dias para o completo amadurecimento. Os pirênios da safra 2007/2008 (após o total amadurecimento), foram lavados com jato de água e colocados em solução de ácido giberélico a 2.000 ppm durante 48 horas. Após a imersão em ácido giberélico, as sementes foram deixadas secar por um período de 24 horas e então semeadas em sacos plásticos de polietileno (uma por saquinho) e conduzidas em telado. Nos pirênios da safra 2008/2009 não foi utilizado o ácido giberélico, apenas o procedimento de lavagem com jato de água e secagem devido ao grande número de frutos coletados. No ano de 2008 foram plantadas sementes de 55 progênies provenientes de três regiões do Cerrado referentes à safra 2007/2008, sendo a Região 1 – região localizada nos municípios de Ivolândia e Iporá, Goiás; Região 2 – Norte de Minas Gerais, Região 3 Nordeste de Goiás. Em 2009 foram plantadas sementes de 66 progênies provenientes de seis regiões do Cerrado referentes à safra 2008/2009, sendo as seguintes regiões amostradas: Região 4 - Centro de Tocantins, Região 5 - Sul de Tocantins e Norte de Goiás, Região 6 - Noroeste de Goiás, Região 7 - Médio Araguaia (GO e MT), Região 8 – Água Boa (MT) e Região 9 – Centro Oeste de Minas Gerais. No ano de 2008 foram coletados dados referentes à porcentagem de emergência das sementes (PE), tempo de emergência das plântulas (TE), taxa de crescimento em altura (TCA) e de diâmetro (TCD), altura final (AF), diâmetro final (DF) e taxa de sobrevivência de plântulas emergidas (TS). No ano 2009 foram avaliados os mesmos caracteres com exceção dos caracteres tempo para emergência das plântulas (TE) e porcentagem de emergência das plântulas (PE). No ano de 2008 os dados referentes ao caráter tempo de emergência de plântulas foram coletados uma vez a cada quinze dias (aproximadamente) a partir do mês de março até outubro de 2008, anotando-se a presença de emergência de cada plântula verificada em dias. A porcentagem de emergência das sementes (PE) foi estimada pela relação entre o total de plântulas emergidas e número total de sementes semeadas por matriz. As taxas de crescimento em altura (TCA) e em diâmetro (TCD) foram calculadas estimando-se um coeficiente de regressão linear para cada planta a partir dos dados obtidos de 10 leituras de altura e de diâmetro basal de cada plântula durante oito meses (de março a outubro de 2008). Foram considerados como altura final (AF) e diâmetro final (DF) os

57

dados tomados na última leitura realizada em outubro de 2009. A taxa de sobrevivência (TS) foi calculada considerando o número de plântulas que sobreviveram até o mês de outubro de 2008 em relação número de plântulas emergidas por progênie. Nas plântulas semeadas e emergidas no ano de 2009 foram avaliados o diâmetro basal (mm) e altura (cm), entre os meses de abril a outubro, totalizando sete medições. A partir destes dados foram calculadas as taxas de crescimento em altura (TCA) e em diâmetro (TCD). Os dados de diâmetro basal das plântulas foram tomados com o auxílio de um paquímetro digital e expressos em milímetros (mm) e os dados de altura com o auxílio de régua milimetrada e expressos em centímetros. Os dados dos caracteres tempo de emergência de plântulas (TE), taxa de crescimento em altura (TCA), taxa de crescimento em diâmetro (TCD), altura final (AF) e diâmetro final (DF), porcentagem de emergência de plântulas e taxa de sobrevivência (somente plântulas avaliadas em 2008) foram submetidos à estatística descritiva e análise de variância. Os dados de porcentagem de emergência de plântulas e taxa de sobrevivência foram transformados (ArcSen

x ), em seguida submetidos a análise de variância. A

análise de variância foi realizada utilizando-se o programa SAS (SAS, 1999), procedimento GLM. O modelo utilizado foi o inteiramente casualizado com os tratamentos hierarquizados em regiões e progênies dentro de regiões. O modelo estatístico utilizado para estes caracteres pode ser assim descrito: Yijk = m + ri + p j ( i ) + eijk onde: Yijk : observação coletada da variável Y na plântula k da progênie j da região i;

m : média geral das observações; ri : efeito aleatório da região i, i = 1, 2,..., R; p j (i ) : efeito aleatório da progênie j, dentro da região i, j = 1, 2,..., si; eijk : efeito do erro experimental. O esquema de análise de variância e as esperanças dos quadrados médios conforme o modelo estatístico pode ser visualizado na Tabela 3.2.

58

Tabela 3.2. Esquema de análise de variância e esperanças dos quadrados médios para caracteres avaliados em viveiro. Fonte de variação

G.L.

QM

E(QM)

Regiões

R-1

Q1

2 σ 2 + k 2σ Pr2 og / Re g + k3σ Re g

Prog. (Regiões)

P-R

Q2

σ 2 + k1σ Pr2 og / Re g

Resíduo

N-P

Q3

σ2

Total

N-1

N; número total de plântulas avaliadas; R: número total de regiões avaliadas; P: número de progênies dentro de regiões

A partir da análise de variância foram estimados os componentes de variância utilizando-se o método REML (Restricted Maximum Likelihood), em combinação com o comando Varcomp (Variance Components Estimation Procedure), do programa estatístico 2 (variância entre regiões) e σˆ Pr2 og / reg SAS. Os componentes estimados foram: σˆ Re g

(variância entre progênies dentro de regiões). A partir desses componentes foram estimados a variância total ( σˆ Total = σˆ Re g + σˆ Pr2 og (Re g ) ). Foram estimados também a p Re g : proporção 2

2

da variância total que se deve à diferença entre regiões; e p Pr og / Re g = proporção da variância total que se deve à diferença entre progênies dentro de regiões. Utilizando os componentes de variância e admitindo reprodução por alogamia, foi estimado o parâmetro QRT, que mede a diferenciação genética quantitativa entre regiões, para cada caráter avaliado, sendo: Qˆ RT =

2 σˆ Re g 2 2 σˆ Re g + 2σˆ a (Re g )

A variância aditiva dentro de regiões, admitindo progênies de meios irmãos, é:

σˆ a2 = 4σˆ Pr2 og (Re g )

59

3.4

VARIABILIDADE

GENÉTICA

QUANTITATIVA

EM

PROGÊNIES

DE

PEQUIZEIRO A CAMPO

As plântulas de 18 progênies de três regiões do cerrado (safra 2007/2008) foram conduzidas em condição de telado até a idade de um ano. Em janeiro de 2009, estas foram transplantadas para o campo com a finalidade de representar a variabilidade das regiões coletadas e instalação da coleção de germoplasma de C. brasiliense Camb. da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da UFG. O material desta pesquisa é composto por 64 plantas provenientes de 18 plantas-mãe e três regiões do Cerrado. As informações sobre as regiões, safra e coordenadas geográficas das 18 matrizes (plantas) de pequi encontramse no Anexo C. A localização das plantas coletadas pode ser visualizada na Figura 3.3. O espaçamento utilizado foi 6 m x 6 m. A vegetação original na área em que foi instalada a coleção de germoplasma in vivo de C. brasiliense da EA/UFG é do tipo mata de interflúvio e o solo é classificado como latossolo vermelho escuro. O delineamento experimental utilizado foi de blocos completos casualizados, com três repetições, 18 progênies e uma planta por parcela. Foram coletados dados relativos à altura da planta (ALT) e diâmetro do fuste a 10 cm do solo (DIA). As leituras foram feitas de janeiro a novembro de 2009, totalizando dez leituras. A partir dos dados de altura e diâmetro foram calculadas as taxas de crescimento de altura (TCA) e de diâmetro (TCD) estimando-se um coeficiente de regressão linear para cada planta. Foram considerados também, para efeito da análise, os dados de altura final (AF) e diâmetro final (DF) de cada planta, perfazendo um total de quatro variáveis. As estimativas de parâmetros genéticos foram obtidas pela metodologia do modelo linear misto (aditivo univariado) – REML – BLUP, aplicado aos testes de progênies de polinização aberta, assumindo que as progênies sejam de meios irmãos, delineamento blocos completos ao acaso, uma planta por parcela, um só local e várias regiões, seguindo o procedimento proposto por Resende (2002 e 2007); y = Xb + Za + Wr + e , em que: y é o vetor de dados, b é o vetor dos efeitos de repetição (assumidos como fixos) somados à média geral, a é o vetor dos efeitos genéticos aditivos (assumidos como aleatórios), r é vetor dos efeitos de regiões ou procedência (aleatórios) e e é o vetor de erros ou resíduos (aleatórios). As letras maiúsculas (X, Z, W) representam as matrizes de incidência para os referidos efeitos.

60

Figura 3.3. Localização das matrizes de Caryocar brasiliense coletadas na safra de 2007/2008, provenientes de três regiões, que deram origem à coleção de germoplasma da Escola de Agronomia/UFG.

A partir do modelo 5 foi realizada a análise de deviance (ANADEV) para os efeitos aleatórios bem como um teste F para os efeitos fixos do modelo. Os efeitos aleatórios

61

do modelo misto com dados desbalanceados foram testados via teste da razão de verossimilhança (LTR). Posteriormente foi realizada a análise de variância dos dados segundo o modelo de blocos completos casualizados sem o efeito de procedências. O modelo utilizado foi delineamento em blocos completos, com tabela da análise de variância (Modelo 95) do software SELEGEN - REML/BLUP apresentado por RESENDE (2002), consistindo do

seguinte: y = Xb + Za + e , em que y é o vetor de dados, b é o vetor dos efeitos de repetição (assumidos como fixos) somados à média geral, a é o vetor dos efeitos genéticos aditivos individuais (assumidos como aleatórios), e é o vetor de erros ou resíduos (aleatórios). As letras maiúsculas (X, Z) representam as matrizes de incidência para os referidos efeitos. A partir da ANOVA foram estimados os seguintes parâmetros estatísticogenéticos: a) Herdabilidade em nível de médias de progênies, assumindo sobrevivência completa: hˆm2 =

0,25.σˆ a2 . 0,75.σ a2 + σ e2 2 0,25.σˆ a + 3

b) Acurácia da seleção de progênies, assumindo sobrevivência completa: raˆa =

c) Coeficiente de variação genotípica entre progênies: CV gp (%) =

hˆm2

ˆ 2a 0 ,25.σ .100 ˆ m

d) Coeficiente de variação experimental: CVe(%) =

e) Coeficiente de variação relativa: CVr =

σ e2 mˆ

.100

CV gp CVe

Utilizando os componentes de variância também foi estimado o parâmetro QRT, conforme apresentado no item 3.3, que mede a diferenciação genética quantitativa entre regiões, para cada caráter avaliado, sendo:

Qˆ RT =

2 σˆ Re g 2 2 σˆ Re g + 2σˆ a

62

Sendo a

σˆ a2 = 4σˆ Pr2 og (Re g )

3.5. VARIABILIDADE GENÉTICA MOLECULAR EM PROGÊNIES DE PEQUIZEIRO

3.5.1. Material vegetal

Foram coletadas folhas de C. brasiliense em estágio intermediário de desenvolvimento de todas as progênies germinadas provenientes das oito regiões do Cerrado, coletadas na safra 2008/2009, contemplando 165 plantas. As regiões amostradas, coordenadas geográficas das plantas genotipadas, matrizes e número de progênies podem ser visualizadas no Anexo F. As amostras foliares foram acondicionadas em gelo durante o período de coleta. Após a coleta, o material foi estocado em freezer a -20o C .

3.5.2 Extração do DNA genômico e amplificação dos locos

O DNA genômico foi extraído de tecidos foliares de acordo com protocolo proposto por Doyle & Doyle (1987) e descrito por Ferreira & Gratttapaglia (1998) utilizando o CTAB (Cationic hexadecyl trimethyl ammonium bromide) como detergente do tampão de extração. Depois de extraído, o DNA foi quantificado em eletroforese em gel de agarose 1%, utilizando como padrão o marcador de peso molecular λ DNA de 50, 100 e 200ng/µL e diluído a uma concentração de 2,5ng/µL. A amplificação do material foi realizada utilizando seis pares de iniciadores (primers) microssatélites previamente desenvolvidos para C. brasiliense (Collevatti et al. 1999). Os marcadores “foward” foram previamente marcados com fluorescências HEX (verde), NED (amarelo) e 6-FAM (azul) (Applied Biosystems, CA) (Tabela 3.3). Para as reações em cadeia da Taq DNA polimerase (PCR), de volume total de 10 µL, foram utilizados os seguintes reagentes: 10,0 ng de DNA, 0,5 µM de cada primer (foward/reverse), 1 unidade de Taq DNA polymerase (Phoneutria), 0,25 µM de dNTP, 10 µM de tampão (10 mM Tris-HCl, pH 8,3, 50 mM KCl, 1,5 mM MgCl2), 5 mg de BSA, 5 µM de MgCl2 e 1,7 µL de água Milli-Q. As amplificações foram realizadas em

63

termocicladores Gene Amp PCR System 9700 Applied Biosystems, sob as seguintes condições: 96ºC por 2 min (1 ciclo), 94ºC por 1 min, 56ºC ou 54ºC por 1 min (temperatura de anelamento do primer), 72ºC por 1 min (35 ciclos); e 72ºC por 30 min (1 ciclo).

Tabela 3.3. Informações sobre os locos microssatélites de Caryocar brasiliense, com as respectivas amplitudes alélicas, temperaturas de hibridização (Ta) (Collevatti, 1999)

Locos

Sequência do iniciador (5' - 3')

Amplitude

Ta (oC)

alélica (pb) cb01

F: [NED] ggTgTgAgCTTAgAgCTgAA

150-195

54

130-175

56

130-180

56

105-160

56

140-185

56

110-185

56

R: gTCCAgCTTAATgTCCgACT cb03

F: [HEX] CAgCCATggTTCACgTTAgT R: CgCACATggAAACgCTTA

cb05

F: [6-FAM] gTCAgAATgAAggCAgCTTg R: ATAgAATCCAggCCACACCA

cb06

F: [NED] CTACCACAACTCggAgACAA R; gACACTCCTgCAACTCCATT

cb20

F:[6-FAM] gACACAACCATCACATTCT R: gCAACTgTCgCAATAAACAA

cb23

F: [6-FAM] ATACCAgCTCTgACAgAA R: AAgCCTgAgAgTAgAgAA

As reações de amplificação foram feitas em sistemas simples, onde as amostras foram amplificadas com um par de iniciador de cada vez. A verificação da amplificação do DNA foi feita por eletroforese em gel de agarose a 3% de concentração, utilizando 2 µL do produto da amplificação, 4 µL de tampão de carregamento e 3 µL do marcador 1 Kb DNA Ladder. Verificada a amplificação da amostra pela intensidade das bandas, foi avaliada a necessidade de diluição e estimou-se a concentração da diluição para a genotipagem das amostras. As amostras submetidas à análise consistiram de um volume final de 10 µL contendo: 1µL do produto da reação de amplificação diluída 1:15, 0,5 µL de marcador de peso molecular (ladder) desenvolvido conforme Grattapaglia (no prelo), marcado com

64

fluorocromo ROX, e 8,5 µL de formamida Hi-Di (Applied Biosystems). Essa mistura foi submetida à desnaturação por 5 minutos a 95°C, seguida de resfriamento imediato a 0°C. A visualização do polimorfismo e identificação dos alelos foram realizadas no analisador automático de DNA 3100 utilizando o software GeneMapper 3.5 (Applied Biosystems).

Para a determinação dos genótipos, é necessário estabelecer um critério de arredondamento, de forma que a variação dos alelos ocorra a cada dois pares de bases. O arredondamento foi realizado utilizando categorias de alelos com intervalos em pares de bases pré-estabelecidos (Bin) e o tamanho dos alelos foi arredondado automaticamente.

3.5.3. Análises estatísticas

As frequências alélicas para as oito populações foram estimadas utilizando-se o software FSTAT 2.9.3.2 (Goudet, 2002). Os dados de frequências alélicas foram submetidos a um teste de aderência às proporções de equilíbrio de Hardy-Weinberg (teste exato de Fisher), conforme definido por Weir (1996). Para este teste foi utilizado o programa GDA (Lewis & Zaykin, 2000). Foi utilizado o programa FSTAT 2.9.3.2 (Goudet, 2002) para estimar os seguintes parâmetros genéticos de diversidade genética por loco e por progênie: número médio de indivíduos amostrados (n), número médio de alelos por loco ( Aˆ ), heterozigosidade esperada ( Hˆ e ), heterozigosidade observada ( Hˆ o ), índice de fixação ( f ) e riqueza alélica ( Aˆ r ).

A riqueza alélica foi estimada, para cada população de C. brasiliense, como o número médio de alelos por loco (El Mousadik & Petit, 1996) por rarefação. Esta abordagem utiliza a freqüência de alelos em um loco particular para estimar o número de alelos que poderiam ocorrer nesse loco em amostras menores de indivíduos, padronizando a medida pela população de menor tamanho, após a eliminação dos clones, mantendo apenas os genótipos únicos (correção de clones). Medidas de riqueza alélica e diferenças significativas quanto ao conteúdo alélico entre pares de populações de C. brasiliense foram calculadas pelo programa FSTAT versão 2.9.3 (Goudet, 2002).

65

As estatísticas F foram estimadas para cada alelo, loco e total a partir da decomposição dos componentes de variação da análise de variância das freqüências alélicas individuais, de acordo com o procedimento de Weir & Cockerham (1984), a partir dos seguintes estimadores:

Fˆ =

σˆ a2 + σˆ b2 σˆ a2 + σˆ b2 + σˆ w2

θˆ =

σˆ a2 σˆ a2 + σˆ b2 + σˆ w2

fˆ =

σˆ b2 , correspondentes respectivamente aos parâmetros FIT, FST e FIS σˆ b2 + σˆ w2

de Wright (1951). Para um alelo em um loco, o componente de variância na frequência alélica entre subpopulações é dado por:

∑ n (p k

k

− p)

np − 1

σˆ a2 =

p (1 − p ) − 1 / 4∑k n k H ok − ∑ n k ( p k − p )

2

2

k

∑n

∑ n − np 1  ∑ n  n − ∑ np − 1  ∑ n 

k

k

k

k

2 k

k

k

k

Onde nk é o tamanho da amostra k , np é o número de amostras. H OK é a proporção de indivíduos portadores de alelos heterozigotos, pk é a sua freqüência na amostra k e p é a sua frequência total ponderada. A expressão para cada loco e para o total de locos é obtida sobre todos os alelos e locos, respectivamente. O componente da variância alélica entre indivíduos dentro de populações é dado por:

σˆ b2 =

∑n k

k

p (1 − p ) − ∑k n k ( p k − p ) − 1 / 4∑k nH ok

∑n k

σˆ b2 = 1 / 2

∑nH ∑n k

k

k

k

ok

k

− np

− 1/ 4

∑nH ∑n k

k

k

k

ok

66

A amostragem realizada no presente trabalho não levou em consideração a possível estruturação de subpopulações dentro de regiões, já que a finalidade principal foi amostrar matrizes para fins de montagem de uma coleção de germoplasma ex situ. Este fato gerou um confundimento de efeitos de matrizes dentro de subpopulações com o efeito de subpopulações dentro de regiões. Assim, as estatísticas F foram interpretadas da seguinte forma: A estimativa do parâmetro θ deve ser interpretada como a correlação dos alelos entre indivíduos dentro das regiões, representando a divergência genética entre regiões (FRT). O parâmetro f foi interpretado como o índice de fixação dentro de regiões, acumulando desvios da panmixia devido ao sistema reprodutivo com o possível efeito da subdivisão de subpopulações dentro de regiões (FIR). Para verificar a significância dos valores médios de f estimou-se o intervalo de confiança a 95% de probabilidade, por meio do método de bootstrap, com 10000 reamostragens sobre os locos. Para a análise de variância e o procedimento de bootstrap foi utilizado o programa GDA (Lewis & Zaykin, 2000). Em locos de microssatélites, o processo mutacional pode não estar de acordo com o que se admite no modelo de alelos infinitos com a baixas taxas de mutação. Por essa razão, foi utilizada além da estatística θ, uma análoga a ela, denominada RST (Slatkin, 1995), desenvolvida especialmente para dados de microssatélites. Para estimar o parâmetro RST foi utilizado o programa FSTAT 2.9.3.2 (Goudet, 2002). Este estimador não depende do número de amostras. Também mostra os diferentes componentes de variância do tamanho do alelo: σˆ t2 = σˆ a2 + σˆ b2 + σˆ w2 (A variância total da frequência alélica dentro de uma população é igual à soma de seus componentes, variância na frequência alélica entre subpopulações, variância da frequência alélica entre indivíduos dentro da subpopulação, e variância na frequência alélica entre gametas dentro de indivíduos) sendo, portanto, uma estimativa não tendenciosa da variância total sobre tamanho de alelos.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE FRUTOS DE PEQUIZEIROS PROVENIENTES DE OITO REGIÕES DO CERRADO

4.1.1 Análise de variância e estimativas de parâmetros

A análise descritiva dos dez caracteres avaliados mostrou uma grande variação para esses caracteres (Tabela 4.1). Com base nos valores de coeficiente de variação fenotípica verificou-se maior variação para os caracteres massa total de pirênios (MTP) e massa da casca (MC), e menor para o número de pirênios por fruto (NP) e média do diâmetro longitudinal de pirênios por fruto (DLP) (Tabela 4.1). Os valores médios para a caracterização física dos frutos foram 180,9 g para massa de frutos, com um valor mínimo de 22,6 g e valor máximo de 695,6 g (Tabela 4.1), apresentando uma amplitude de variação bem maior do que os encontrados na literatura. Vera et al. (2007), avaliando características de frutos em cinco regiões de Goiás, obtiveram média de massa de frutos de 125,1 g, com intervalo de variação de 31,7 g a 496,1 g. A alta amplitude de variação observada foi devida à amostragem mais ampla, contemplando variadas regiões do Cerrado. Valores mais próximos foram encontrados por Luz et al. (2007) que estudaram a biometria de frutos e pirênios dessa espécie provenientes de três localidades do Norte de Minas Gerais e obtiveram intervalo de variação para massa de fruto de 22 g a 484 g. Por outro lado, Gulias et al. (2008) encontraram frutos com pesos médios variando de 153,47 g a 881,66 g, com valores mínimos e máximos acima dos encontrados no presente trabalho. Estes autores avaliaram somente 15 árvores procedentes do Município de Damianópolis (Goiás). Tais resultados demonstram que existem regiões do Cerrado que comportam uma ampla variabilidade fenotípica para caracteres de frutos, estas devem ser priorizadas, futuramente, em programa de conservação e melhoramento genético desta espécie.

Tabela 4.1. Média por planta, valores mínimos e máximos (médios por planta) e coeficientes de variação fenotípica de caracteres físicos de frutos de 76 matrizes de Caryocar brasiliense Camb. provenientes de oito regiões do Cerrado, coletadas nas safras 2007/2008 e 2008/2009. Plantas

MF

DTF

DLF

NP

DTP

DLP

MTP

MMP

REND

MC

Média

180,89

74,51

64,45

1,70

31,89

43,33

41,83

26,15

0,23

139,05

Mínimo

22,64

36,26

35,82

1,00

18,83

26,53

4,61

4,61

0,10

18,03

Máximo

695,53

129,86

104,79

4,00

49,52

70,96

152,37

112,18

0,47

553,11

CV %

57,94

24,07

18,04

17,62

18,66

17,19

62,92

59,93

28,62

60,43

MF: massa total do fruto (g), DTF: diâmetro transversal do fruto (mm), DLF: diâmetro longitudinal do fruto (mm), NP: número de pirênios por fruto, MS: massa total de pirênios (g) e MMP: massa média de pirênios por fruto (g), DTP: média de diâmetro transversal de pirênios por fruto (mm), DLP: média de diâmetro longitudinal de pirênios por fruto (mm), REND: rendimento de pirênios e MC: massa de casca do fruto (g).

O valor médio para massa total de pirênios (MTP) foi de 41,8 g, sendo o caráter com maior variação fenotípica relativa (4,6 g a 152,4 g) (Tabela 4.1). Vera et al. (2007) estudando duas regiões em Goiás, encontraram variação bem menor para esse caráter (médias de 11,5 g a 13,8 g), assim como Vera (2004) em Goiás e Ramos & Souza (2011) no Maranhão e Piauí. Gulias et al. (2008) também encontraram médias de peso total de caroços variando de 43,9 g a 118,7 g, resultados bem acima dos encontrados em outros trabalhos, porém com menor amplitude de variação do que os encontrados neste trabalho. Tais resultados sugerem que para este caráter existe variação, portanto, estas informações poderão nortear as futuras coletas de sementes para diferentes fins, principalmente, para as matrizes que encontram-se georeferenciadas. A grande amplitude de variação encontrada nos caracteres diâmetro longitudinal do fruto (DTF) e diâmetro transversal do fruto (DTF) coincidem com os resultados obtidos por Luz et al. (2007). No entanto, Vera et al. (2005, 2007) encontraram valores bem inferiores aos resultados obtidos no presente trabalho. Luz et al. (2007) destacam a grande variação encontrada entre localidades para os caracteres comprimento, diâmetro e massa do fruto. Este resultado sugere que os frutos de pequizeiro são diferentes em massa e volume entre locais de coleta.

O número de pirênios variou de um a quatro com média de 1,7 pirênios por fruto, o que está de acordo com os resultados encontrados por Vera et al. (2005, 2007), Luz et al. (2007) e Corrêa et al. (2008). Vera et al. (2007) citam que o número de pirênios por frutos encontrados em diversos trabalhos varia de um a três e, que, é nítida predominância da ocorrência de frutos com apenas um pirênio, o que corrobora com os resultados obtidos neste trabalho. O caráter número de pirênios apresentou um coeficiente de variação relativamente baixo em relação aos outros caracteres e foi próximo ao encontrado por Oliveira et al. (2009) em outra espécie (C. coriaceum Wittm). A média da massa de casca dos frutos foi de 139,1 g, e ficou próxima às encontradas por Vera et al. (2007), na região de Mambaí, GO. A casca do fruto é uma parte muitas vezes indesejada por ser considerada como descarte, não sendo ainda aproveitada comercialmente. No entanto, Vera et al. (2007) ressaltam que existem alguns estudos sobre a sua utilização como fonte de pectina e taninos, que serve para a fabricação de tintas em geral. Oliveira et al. (2009) também encontraram valores médios altos para a massa da casca. A média do rendimento de pirênios por fruto foi de 23,5%, o que significa que 76,5% do fruto correspondem à casca. Tais valores correspondem aos resultados encontrados para as relações entre as massas médias da casca e do fruto inteiro por Souza (2005) e Vera et al. (2005, 2007). A alta proporção de casca e, consequentemente, baixo rendimento de pirênios por fruto são características indesejáveis para a exploração econômica do pequi, significando que a melhoria de tal característica deverá ser priorizada em programa de melhoramento. Para um programa de melhoramento da espécie seria aconselhável a seleção de matrizes que apresentam maiores números de pirênios e menor massa da casca, consequentemente maior rendimento de pirênios por fruto. A região onde se verificou o maior valor médio para rendimento de pirênios foi a região 8 (Água Boa, MT), destacando-se a matriz 71, com frutos que apresentaram média de massa total do fruto de 292,8 g, média de massa total de pirênios de 130,7 g e massa da casca de 162,0 g. A análise de variância dos caracteres físicos revelou a existência de variação significativa para quase todos os caracteres em todos os níveis estruturais analisados: matrizes, regiões e matrizes dentro de regiões, com exceção do caráter número de pirênios por fruto (NP) (Tabela 4.2). Deve-se ressaltar que a fonte de variação regiões apresenta um confundimento de efeitos pelo fato de terem sido coletadas em duas safras. Observações de campo permitem afirmar que existe uma boa repetibilidade de caracteres de frutos entre

anos, considerando-se plantas individuais. Acredita-se portanto, que a influência de regiões seja maior que a influência do efeito de anos sobre os caracteres de frutos. A amplitude de variação do caráter número de pirênios por fruto é citada por vários autores, o que está de acordo com os valores encontrados neste experimento. No entanto, Vera et al. (2005), analisando frutos provenientes de cinco regiões de Goiás, obtiveram significância para este caráter tanto no nível hierárquico entre regiões, quanto em áreas dentro de regiões. De maneira geral, a variação encontrada para todos os outros caracteres avaliados são semelhantes aos obtidos por Vera et al. (2005), confirmando a quantidade de variação existente nas populações de Caryocar brasiliense a ser explorada em programas de melhoramento e domesticação da espécie, principalmente para o caráter massa de frutos, que apresentou variação expressiva inclusive entre frutos de uma mesma árvore. Durante, o período de coleta dos frutos, também observaram-se diferenças marcantes quanto ao grau de amadurecimento dos frutos. Assim, é comum em algumas regiões e até mesmo dentro de regiões encontrarem-se frutos em vários estágios de maturação. Segundo Vera et al. (2005), tais diferenças podem resultar em diferenças na massa e volume dos frutos. A variação fenotípica existente em plantas nativas do Cerrado é bastante influenciada por componentes ambientais não controlados, como a condição de antropização, o solo, o clima, a idade das plantas e também pelas próprias diferenças genéticas entre os indivíduos. Se se considerar que parte dessa variabilidade seja de natureza genética, vislumbra-se a possibilidade de seleção daquelas plantas que produzam frutos com os melhores atributos de qualidade para o consumidor (Ganga et al., 2009). A maior parte da variação estimada encontra-se entre regiões, com poucas exceções. Conforme valores expressos na Tabela 4.3, apenas os caracteres rendimento de pirênios por fruto (REND) e número de pirênios (NP) apresentaram uma maior proporção da variação total devido à diferença entre matrizes dentro de regiões. Os caracteres diâmetro transversal do fruto (DTF) e número de pirênios por fruto (NP) apresentaram maiores proporções da variância total devido à diferença entre frutos dentro de matrizes dentro de região (Tabela 4.3). Em outros trabalhos, onde a proposta foi avaliar a variação entre diferentes regiões situadas no estado de Goiás, observaram-se maiores diferenças entre frutos na planta e entre árvores (Vera et al., 2005). Portanto, os resultados do presente trabalho confirmam que a proporção de variação fenotípica para caracteres de frutos entre grande regiões (estados) é muito expressiva, e deve ser explorada, tanto para fins comerciais quanto conservacionistas ou de manejo de recursos genéticos.

Tabela 4.2. Resultados da análise de variância referente à caracterização física de frutos de Caryocar brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado, segundo o modelo estatístico inteiramente casualizado hierárquico. Quadrado Médio

Fontes de GL Variação

MF

DTF

DLF

NP

DTP

DLP

MTP

MMP

REND

MC

Matrizes

75

38696**

897,3**

577,8**

0,075 NS

164,2**

248,6**

2254,9**

1119,7**

0,017**

25821**

Regiões

7

227006**

5732,2**

4116,5**

0,102 NS

1375,3**

1790,0**

16833,5**

8851,8**

0,070**

137377**

Mat (Regiões)

68

193101**

399,6**

213,5**

0,072 NS

39,5**

90,0**

754,2**

323,7**

0,011**

14337**

Mat (Reg. 02)

29

15831**

334,6**

155,3**

0,082 NS

27,3**

39,4**

543,7*

179,5**

0,012**

12647**

Mat (Reg. 03)

8

37925**

860,4**

344,9**

0,087 NS

50,6**

93,2**

1570,3**

310,3**

0,006**

27900**

Mat (Reg. 04)

5

8382 NS

215,6 NS

180,9**

0,050 NS

49,5**

85,4**

504,5 NS

179,0**

0,006**

5177 NS

Mat (Reg. 05)

10

1441 NS

100,9 NS

55,5*

0,057 NS

13,1**

87,5**

209,4 NS

49,1 NS

0,012**

1141 NS

Mat (Reg. 06)

7

6952 NS

241,6 NS

142,6**

0,052 NS

16,6**

95,4**

151,7 NS

59,7 NS

0,011**

5556*

Mat (Reg. 07)

4

109536**

1308,5 NS

557,6**

0,056 NS

213,4**

509,9**

3494,8**

2522,3**

0,002 NS

74035**

Mat (Reg. 08)

1

607 NS

906,3**

2045,8**

0,318 NS

96,0**

158,9**

2966,3**

2383,6**

0,045**

6258 NS

Mat (Reg. 09)

4

1721 NS

167,0*

131,3**

0,029*

11,9*

15,7*

83,1 NS

12,0 NS

0,024**

1593 NS

Resíduo

304

4147

179,8

25,9

0,064

3,6

7,85

307,4

29,9

0,001

2434

57,94

24,07

18,04

17,62

18,66

17,19

62,92

59,93

28,62

60,43

CV (%)

MF: massa total do fruto (g), DTF: diâmetro transversal do fruto (mm), DLF: diâmetro longitudinal do fruto (mm), NP: número de pirênios por fruto, MS: massa total de pirênios (g) e MMP: massa média de pirênios por fruto (g), DTP: Média de diâmetro transversal de pirênios por fruto (mm), DLP: Média de diâmetro longitudinal de pirênios por fruto (mm), REND: relação massa de pirênios e massa de frutos e MC: massa de casca do fruto (g). CV%: Coeficiente de variação residual; NS: não significativo; * e **Significativo a 5% e a 1% de probabilidade pelo teste F, respectivamente.

Com base na decomposição da fonte de variação matriz dentro de regiões pôde-se verificar que as regiões que apresentaram maiores variabilidade para os caracteres físicos avaliados foram as regiões 2 (Norte de Minas Gerais), a região 06 (Noroeste de Goiás e a região 7 (médio Araguaia – GO e MT). Plantas nativas propagadas por sementes apresentam, naturalmente, grande heterogeneidade em suas características. A caracterização física de frutos e árvores e o estudo da variabilidade têm sido realizados com várias espécies frutíferas nativas, como por exemplo, o baru (Dipteryx alata) (Corrêa et al., 2000), a cagaita (Eugenia dysenterica) (Silva et al., 2001; Aguiar, 2004, 2011) e a mangaba (Ganga et al.; 2009, 2010). Estudos realizados com Caryocar brasiliense demonstram variabilidade existente, tanto nas características químicas como físicas do pequi (Vilela, 1998; Vera et al., 2005; Silva e Medeiros Filho, 2006; Vera et al., 2007, Oliveira et al., 2009). A soma da variação atribuída às regiões, às plantas e aos próprios frutos dentro de plantas para caracteres físicos dos frutos é muito grande. Em um programa visando à seleção de materiais com características adequadas à comercialização e ao processamento, essas variações oriundas de regiões, plantas e frutos precisam ser consideradas (Vera et al., 2005). Porém, para que a exploração desta variabilidade seja norteada de maneira adequada, é necessário o conhecimento das estimativas de alguns parâmetros genéticos. Com isto, pode-se estabelecer estratégia de seleção que sejam eficientes tanto na obtenção de ganhos genéticos quanto na manutenção de base genética adequada em futuras gerações de seleção (Ganga et al., 2008). As estimativas de parâmetros genéticos auxiliam nortear as estratégias de conservação e melhoramento genético em espécies perenes visto que é possível separar os fatores ambientais e genéticos que interferem na expressão fenotípica a partir do emprego eficiente das técnicas de genética quantitativa. Para isto, faz-se necessária a instalação de

testes de procedências e progênies. Tais testes permitem a estimação de parâmetros genéticos, bem como identificar potencial dos indivíduos à seleção ou a quantificar a variabilidade genética existente em diferentes níveis, sendo estes usados com frequência em espécies florestais. Estes testes são particularmente importantes para o pequi em função não só da heterogeneidade do ambiente edafoclimático de seus povoamentos naturais, mas também da grande variação observada entre procedências, progênies e das plantas que os compõem (Giordani, 2010). Além disso, com base nestes testes seria possível distinguir indivíduos mais produtivos e com potencial de crescimento em sítios específicos.

Tabela 4.3. Estimativas de parâmetros referentes a caracteres físicos de frutos de Caryocar brasiliense Camb. CARACTERES PARÂMETROS MF

DTF

DLF

NP

DTP

DLP

MTP

MMP

REND

MC

2 σˆ reg

4889,12

125,53

91,87

0,00068

31,44

40,02

378,50

200,75

0,00138

2896,36

2 σˆ Mat ( reg )

3032,67

43,98

37,53

0,00166

7,18

16,42

89,36

58,76

0,00202

2380,64

σˆ Frut ( mat )

4147,43

179,76

25,89

0,06418

3,62

7,85

307,40

29,94

0,00143

2433,81

σˆ T2

12069,21

349,26

155,29

0,06653

42,25

64,29

775,26

289,45

0,00483

7710,82

CVm%

57,94

24,07

18,04

17,62

18,66

17,19

62,92

59,93

28,62

60,43

p R2

40,51

35,94

59,16

1,02

74,41

62,25

48,82

69,36

28,57

37,57

2 p Mat (reg )

25,13

12,59

24,17

2,51

17,00

25,54

11,53

20,30

41,82

30,87

2 pFrut (mat )

34,36

51,47

16,67

96,47

8,57

12,21

39,65

10,34

29,61

31,56

MF: massa total do fruto (g), DTF: diâmetro transversal do fruto (mm), DLF: diâmetro longitudinal do fruto (mm), NP: número de pirênios por fruto, MS: massa total de pirênios (g) e MMP: massa média de pirênios por fruto (g), DTP: Média de diâmetro transversal de pirênios por fruto (mm), DLP: Média de diâmetro longitudinal de pirênios por fruto (mm), REND: relação massa de pirênios por massa de frutos e MC: massa de casca do fruto (g). regiões;

2 2 2 : Variância entre matrizes dentro de regiões; σˆreg : Variância entre regiões; σˆ Frut : Variância de frutos dentro de matrizes dentro de σˆT2 : Variância total; σˆ Mat ( Mat ) (Re g )

2 2 p R2 : proporção da variância total que se deve à diferença entre regiões; p Mat (Re g ) : proporção da variância total que se deve à diferença entre matrizes dentro de uma mesma região e p F (Mat ) :

proporção da variância total que se deve à diferença entre frutos dentro de matrizes.

4.1.2. Correlações

Na análise de correlação entre todas as variáveis avaliadas constatou, como esperado, uma correlação positiva e significativa entre os caracteres de massa total do fruto (MF), massa total de pirênios por fruto (MTP) e massa média de pirênios por fruto (MMP) (Tabela 4.4). Além disso, o caráter massa total do fruto (MF) mostrou-se altamente correlacionado com os demais caracteres dimensionais de frutos e pirênios (Tabela 4.4), exceto para número de pirênios (NP) e rendimento de pirênios (REND). O conhecimento prévio das relações existentes entre caracteres de frutos auxiliam na orientação de estratégia de seleção a ser adotada para obtenção de genótipos mais produtivos para diversos fins, como: maior número de pirênios, massa total de frutos ou massa média de pirênios. A correlação existente entre os caracteres permite uma orientação na seleção, quando se objetiva o aprimoramento dos genótipos para um conjunto de caracteres e não para cada um de forma isolada, tornando possível a seleção indireta de caracteres desejáveis correlacionados positivamente (Vencovsky e Barriga, 1992). Apesar de serem correlações fenotípicas, caracteres que apresentam valores elevados (positivos ou negativos) possivelmente deverão apresentar também correlações genéticas significativas. Correlações significativas e elevadas entre massa do fruto e os caracteres anteriormente citados são desejadas para o melhoramento da espécie, pois selecionando matrizes com frutos com diâmetros transversais maiores, consequentemente, estaria selecionando maior número de pirênios por fruto, o que poderia elevar o rendimento de pirênios por fruto. Quando as correlações são positivas e de alta magnitude, os caracteres podem ser considerados uma única unidade de seleção. Por sua vez, as correlações desfavoráveis geralmente dificultam a seleção simultânea dos caracteres superiores nos programas de melhoramento. A correlação desfavorável e altamente significativa encontrada entre massa do fruto e massa da casca (0,98) exerce uma maior influência no rendimento de pirênios por fruto. Vera et al. (2007) encontraram uma relação constante entre massa da casca e massa do fruto, e citam que esta é uma característica indesejável, pois a proporção alta de casca no fruto de pequi, atualmente, representa um sério problema ambiental para as pequenas agroindústrias processadoras de pequi. Assim, esta alta correlação seria um fator limitador para o melhoramento de plantas. Quando se avaliam as correlações com o caráter rendimento de pirênios por fruto (REND) fica evidenciado que os caracteres que são positivamente correlacionados

são aqueles relacionados a medidas tomadas em pirênios, consequentemente, para um programa de melhoramento da espécie seria aconselhável a seleção de matrizes que apresentam maiores números de pirênios e menor massa da casca. Corrêa et al. (2008) citam que essa característica representa uma limitação em futuros trabalhos de melhoramento, tendo-se em vista que o número de pirênios é de fundamental importância na exploração econômica do pequi. Por outro lado, a correlação positiva entre massa de fruto e massa de pirênios favorece o melhoramento da espécie, pois a seleção de plantas que possuam frutos com maior peso, caráter que a sua avaliação é menos onerosa, favorece o aumento de massas de pirênios e, possivelmente, o rendimento para agroindústria será elevado. Outro caráter de fácil identificação visual é o número de pirênios em frutos por meio da observação de lóculos no fruto. Assim, a correlação baixa porém positiva entre o caráter número de pirênios e rendimento deverá facilitar o trabalho de melhoristas, pois selecionando matrizes com número elevado de pirênios por fruto possivelmente aumentará o rendimento.

Tabela 4.4. Estimativas de coeficientes de correlação fenotípica (abaixo da diagonal) e residual (acima da diagonal) entre as variáveis de matrizes de Caryocar brasilienses Camb. MF DTF DLF NP DTMP DLMP MTP MMP REND MC MF

-

0,85**

0,58**

0,74**

0,24**

0,17**

0,90**

0,088NS

0,21**

0,99**

DTF

0,94**

-

0,51**

0,84**

0,23**

0,11*

0,82**

-0,04NS

0,41**

0,82**

DLF

0,88**

0,82**

-

0,38**

0,67**

0,66**

0,47**

0,50**

0,14**

0,58**

NP

0,10 NS

0,29**

0,08 NS

-

0,05 NS

-0,06 NS

0,84**

-0,26**

0,62**

0,66**

DTMP

0,80**

0,77**

0,87**

-0,16**

-

0,86**

0,19**

0,73**

0,18**

0,25**

DLMP

0,68**

0,66**

0,81**

-0,20**

0,88**

-

0,10**

0,81**

0,14**

0,18**

MTP

0,81**

0,84**

0,75**

0,19**

0,85**

0,80**

-

0,03 NS

0,54**

0,81**

MMP

0,74**

0,66**

0,80**

-0,25**

0,91**

0,90**

0,86**

-

0,01 NS

0,10*

REND

-0,19**

-0,07 NS

-0,16**

0,23**

0,17**

0,24**

0,37**

0,24**

-

0,09 NS

MC

0,98**

0,91**

0,86**

0,06 NS

0,73**

0,60**

0,70**

0,65**

-0,34**

-

MF: massa total do fruto (g), DTF: diâmetro transversal do fruto (mm), DLF: diâmetro longitudinal do fruto (mm), NP: número de pirênios por fruto, MS: massa total de pirênios (g) e MMP: massa média de pirênios por fruto (g), DTP: Média de diâmetro transversal de pirênios por fruto (mm), DLP: Média de diâmetro longitudinal de pirênios por fruto (mm), REND: relação massa de pirênios por massa de frutos e MC: massa de casca do fruto (g). NS: não significativo; * e **Significativo a 5% e a 1% de probabilidade pelo teste t, respectivamente.

4.1.3 Análise de agrupamento

A apresentação gráfica dos valores do Pseudo F, em relação ao algoritmo de agrupamento UPGMA indicou a presença de aproximadamente 35 grupos. A estatística Pseudo F apresentou um pico (Valor máximo) com um decréscimo brusco quando foram formados seis grupos, onde houve um decréscimo gradual dos valores, indicando que o melhor ponto de corte do dendrograma seria com seis grupos (Figura 4.1). Desta forma, foi plotado o dendrograma representando as 76 plantas-mãe (matrizes), com base nas distâncias de Mahalanobis (Figura 4.2). A correlação entre a matriz cofenética e a matriz de Mahalanobis foi altamente significativa com um valor de 0,87, altamente significativo com base no teste de Mantel. Este valor indica uma boa representatividade do dendrograma, em relação às distâncias originais.

Figura 4.1. Representação gráfica dos valores de Pseudo F, em relação aos passos do algoritmo de agrupamento pelo UPGMA, aplicado a 76 matrizes de pequizeiro.

Nota-se que as regiões mais próximas geograficamente tenderam a ser agrupadas, mas indivíduos de regiões mais distantes geograficamente também formaram pequenos grupos. Este resultado era previsto, pois a significância da variabilidade encontrada entre regiões é um indicativo de distribuição não aleatória das matrizes nas regiões, com relação aos caracteres físicos analisados.

Figura 4.2. Padrão de agrupamento de caracteres físicos de 76 matrizes de pequizeiro definido pelo método UPGMA a partir da distância de genotípicas. (Correlação cofenética = 0,8693**, p valor= 0,00).

No dendrograma foi observada a formação de quatro grupos que apresentava apenas um indivíduo. O primeiro grupo foi formado somente por um indivíduo (Matriz 66) da região seis e que apresentou a maior divergência. Este fato pode ser explicado pelo fato desse indivíduo representar a matriz que apresentava os frutos com maiores massa média de fruto (MF = 457,97 g), diâmetro transversal de frutos (DTF = 109,83 mm), diâmetro médio transversal de pirênios (DTP = 45,05 mm), porém com menores diâmetros longitudinais de pirênios (DLP = 39,51 mm), mostrando uma divergência muito grande para os caracteres de frutos avaliados com todas as outras matrizes. No segundo grupo houve o agrupamento de todos os indivíduos da região 1 (Norte de Minas Gerais) e alguns indivíduos das regiões dois, três, quatro e seis. Este agrupamento foi formado possivelmente por indivíduos que apresentavam valores médios para caracteres de frutos inferiores aos dos outros grupos (1, 4, 5 e 6), porém maiores que para o grupo três. O grupo três foi formado por indivíduos que apresentavam médias de caracteres físicos bem inferiores ao restante dos indivíduos (grupos 1, 2, 4, 5 e 6). Neste grupo encontram-se todos os indivíduos da região oito que apresentaram frutos com médias de caracteres físicos menores que os de todos os indivíduos amostrados. Os indivíduos da região 8, são representantes da subespécie C. brasiliense subsp. intermedium, denominado popularmente de pequizeiro anão, sendo seus frutos de cor esverdeada e polpa amarelo alaranjada possuindo em média duas sementes/endocarpo, com peso médio de 8,0 g. Houve também a reunião de outros indivíduos neste grupo que possivelmente possuem médias inferiores de caracteres físicos. Como por exemplo, o indivíduos 55 (região 4) e o indivíduo 64 (região 5) que apresentaram médias de massas do fruto semelhantes. O grupo quatro foi formado apenas pelo indivíduo 71 da região sete. O grupo 5 formado pelo indivíduo 65 (região oito). O grupo seis foi formado pelo indivíduo 70 (da região sete). Nota-se que os indivíduos 65, 66, 70 e 71 foram os que apresentaram maior divergência do restante. Estes resultados coincidem com os valores médios obtidos para estas matrizes que foi superior para todos os caracteres físicos de frutos avaliados, com exceção para diâmetro longitudinal de pirênios (DLP). É importante notar que ao retirar os dados das matrizes dos quatro grupos compostos por apenas um indivíduo, o agrupamento será estruturado apenas por dois grandes grupos. Um primeiro grupo formado pelo agrupamento de todos os indivíduos da região 1 (Norte de Minas Gerais) e alguns indivíduos das regiões 02, 03, 04 e 06, que apresentavam valores médios para caracteres de frutos superiores aos do outro grupo. Ou

seja, o segundo grupamento seria formado por indivíduos que apresentavam médias inferiores de caracteres dos frutos, ressaltando os indivíduos da região 08 que apresentaram frutos com as menores médias para caracteres físicos. A variabilidade observada em algumas características estudadas pode ter sido determinada pelo genótipo, e também decorrentes de variações fenológicas devidas ao número de frutos que se desenvolvem e completam a maturação na planta. Em função disso, estudos posteriores devem ser conduzidos, com as mesmas plantas, por safras seguidas, para a confirmação dos resultados encontrados. Há, também, necessidade de estudos fenológicos de floração e frutificação na espécie. A correlação entre as matrizes de Mahalanobis e distância geográfica foi de baixa magnitude, porém altamente significativa pela estatística Z de mantel com um valor de 0,2267 (Figura 4.3). Porém, este resultado reforça a indicação de que a variabilidade genética entre regiões, detectada com caracteres físicos de frutos utilizados, não é sistemática nem completamente aleatória no espaço. Desta forma, a variação não é aleatória, mas a distância entre matrizes explica apenas uma pequena parte da variação fenotípica. O número de dados, muito grande, contribuiu para a significância de uma correlação linear entre as distâncias geográficas e genotípicas. Porém, ao analisar o gráfico verifica-se que muitos encontram-se afastados da linha de regressão. Este resultado reforça a indicação de que a variabilidade entre regiões, detectada com caracteres físicos de frutos utilizados, é apenas parcialmente sistemática. O gráfico mostra ainda que baixas distâncias de Mahalanobis ocorrem em todas as classes de distâncias geográficas, mas as maiores distâncias de Mahalanobis ocorrem associadas, principalmente, às maiores distâncias geográficas.

Figura 4.3. Relação entre as distâncias geográficas em km e as distâncias de Mahalanobis entre as matrizes de Caryocar brasiliense proveniente de oito regiões do Cerrado (r = 0,2267**, p = 0,00).

Em vários trabalhos a relação entre a divergência genética e a divergência geográfica não é verificada. Assim, apesar de existir variabilidade genética entre subpopulações esta nem sempre apresenta um padrão espacial. Moura (2011), estudando oito subpopulações de mangabeira de diferentes regiões, não verificou correlação significativa entre a matriz de dissimilaridade genética e a de distância geográfica. A análise de variáveis canônicas (VC) demonstrou que os dois primeiros eixos (VC1 e VC2) são responsáveis por aproximadamente 73,3% da variância total. Com base neste resultado é possível explicar a variabilidade manifestada quanto aos caracteres físicos de frutos avaliados entre as matrizes, o que permite interpretar o fenômeno com bastante simplificação, e representá-las em gráfico de dispersão bidimensional (Figura 4.4). Os caracteres que mais contribuíram para a primeira variável canônica (VC1) foram número de pirênios e diâmetro médio transversal de pirênios. Para a segunda variável canônica foram os caracteres diâmetro longitudinal de pirênios e diâmetro médio transversal de pirênios. Observou-se que os agrupamentos formados na dispersão bidimensional (Figura 4.5) se assemelharam aos formados no dendrograma e, de acordo com essa análise, os

indivíduos mais divergentes foram 65 e 66 representantes da região 06 (médio Araguaia) e indivíduos 70 e 71 da região 07 (Água boa – MT). Os indivíduos 70 e 71 (região 07 – Água Boa – MT) além de apresentarem médias superiores para os caracteres massa do fruto (MF), diâmetro transversal do fruto (DTF), diâmetro longitudinal do fruto (DLF), apresentam também médias bem superiores aos demais indivíduos com relação aos caracteres diâmetro médio transversal de pirênios (DTP) e diâmetro médio longitudinal de pirênios (DLP). Os indivíduos 65 e 66 também apresentam médias elevadas para todos os caracteres avaliados, porém com menor média de diâmetro longitudinal de pirênios. Para fins tanto de melhoramento e como de conservação é importante notar qual a tendência de comportamento destes em relação aos caracteres de germinação e crescimento inicial de plântulas a partir de testes de procedências e progênies.

Figura 4.4. Dispersão gráfica das matrizes em gráfico bidimensional a partir do agrupamento por variáveis canônicas.

4.2 VARIABILIDADE GENÉTICA EM PROGÊNIES DE PEQUIZEIRO CONDUZIDAS EM TELADO

Das sementes de 55 progênies coletadas em 2007/2008, semeadas em telado, 60% das progênies apresentaram pelo menos uma plântula emergida (33 progênies). Do total, a taxa média de emergência foi de 25,54%, a taxa de sobrevivência das plântulas emergidas de 93,40% e o tempo médio para emergência de 53,8 dias (Tabela 4.5). O tempo para emergência das plântulas variou de 37 a 182 dias, no período avaliado. Para as sementes plantadas em 2009, das 66 progênies, verificou-se a emergência de pelo menos uma plântula em 31, o que representa 49,97% do total.

Tabela 4.5. Valores médios, mínimos e máximos para os caracteres de emergência e crescimento em plântulas de progênies de pequizeiro provenientes de três regiões do Cerrado, coletadas na safra 2007/2008. Valores

PE (%)

S (%)

TE (dias)

TCD

TCA

(mm/dia)

(cm/dia)

DF (mm) AF (mm)

Média

25,54

93,40

53,80

0,0118

0,0521

5,31

16,46

Mínimo

33,0

50,00

37,00

0,0005

0,0035

1,93

1,93

Máximo

100,00

100,00

182,00

0,0481

0,0271

8,24

56,70

CV (%)

96,00

15,12

58,55

65,44

78,99

24,64

50,66

PE (%): porcentagem de emergência de plântulas por progênie; S (%): taxa de sobrevivência de mudas emergidas; TE: tempo para emergência das plântulas (dias); TCD (mm/dia): taxa de crescimento em diâmetro; TCA (cm/dia): taxa de crescimento em altura; DF (mm): diâmetro final e AF (mm): altura final. CV%: Coeficiente de variação.

Segundo Rocha (2009), a propagação de pequizeiro via sementes é complicada. Isto deve-se à sua desuniformidade e às baixa taxa e velocidade de germinação das sementes. O tempo pode variar de um mês a mais de um ano e a porcentagem de germinação varia de 5% a 60% (Silva et al., 2001; Fernandes et al., 2005; Rodrigues et al., 2007; Rocha et al. 2009). Rocha (2009) cita que vários fatores podem influenciar a taxa e a velocidade de emergência em plântulas de pequizeiros. Fatores ambientais como a amplitude térmica, umidade relativa do ar, precipitação pluviométrica, entre outros não podem ser ignorados. Somados a isso, as diversas e possíveis interações entre esses fatores também devem ser consideradas. Há também relatos de que o efeito de progênies (Oliveira, 1998; Fernandes, 2005; Rocha & Fernandes, 2009), qualidade do embrião

(Rodrigues et al., 2007) e ataque de insetos (Rocha, 2009) podem influenciar na emergência e velocidade das plântulas. Dentre os fatores ambientais, a temperatura é citada como a principal responsável pela capacidade de afetar a velocidade de germinação (Bewley & Black, 1985; Rocha, 2009). As sementes germinam dentro de uma determinada faixa de temperatura, a qual varia de acordo com as características de cada espécie. Além disso, a temperatura determina também o tempo necessário para se obter a porcentagem máxima de germinação. A maioria das espécies tropicais apresenta um bom desempenho germinativo na faixa de 20ºC a 30ºC (Borges & Rena, 1993), podendo variar de acordo com as temperaturas encontradas em sua região de origem. Não há ainda informações sobre o valor de temperatura ótimo para se obter a máxima emergência de plântulas de pequizeiro. Temperaturas inferiores ou superiores a ótima tendem a reduzir a velocidade do processo germinativo, expondo as sementes por maior período a fatores adversos, o que pode levar à redução no total de germinação e, consequentemente de emergência de plântulas. Esse efeito também resulta em uma maior variação no desenvolvimento das plântulas no campo. Rodrigues et al. (2007), a partir de testes para comparação da frequência de germinação em sementes de pequi conduzidos em ambiente sombreado (baixa temperatura diurna) e em casa de vegetação (alta temperatura diurna), observaram que a variável em consideração é altamente influenciada pela temperatura do ambiente, além de outros fatores como efeito genético de progênies e qualidade do embrião da semente. Rocha & Fernandes (2009), estudando fatores ambientais e genéticos na germinação do pequizeiro, concluíram que a frequência de germinação em sementes de pequi, além de ser geralmente muito baixa, é altamente influenciada pela temperatura ambiente, principalmente pela amplitude de variação térmica diurna/noturna, tendo um forte efeito na determinação da germinação, além de outros fatores tanto de natureza ambiental como genética. Em ambiente natural, Rocha et al. (2009a) verificaram que, para sementes germinadas em areia, além do efeito de progênies (plantas matrizes), fatores como altitude do local de coleta, tempo de armazenamento da semente, tratamento com ácido giberélico e posição do leito de areia (no solo e suspenso) também influenciam a taxa de emergência de sementes de pequi. Em campo, a germinação do pequi também é influenciada pelos efeitos de procedência (local de coleta) e progênie Rocha et al. (2009b).

Indivíduos na fase de plântula são mais susceptíveis às pressões de recrutamento devido às condições ambientais à qual a espécie se encontra exposta. Esta é a fase de maior barreira para o estabelecimento de novas gerações. Ao superar a fase inicial de desenvolvimento a espécie garante a manutenção de sua população dentro da comunidade (Denslow et al., 1991). Os valores médios obtidos para os caracteres taxa de crescimento em diâmetro (0,05 mm/dia) e altura (0,01 cm/dia) foram semelhantes para as plântulas avaliadas em 2008 e 2009 (Tabelas 4.5 e 4.6). No geral, as plantas avaliadas em 2008 apresentaram um coeficiente de variação maior que as de 2009 para todos os caracteres, com exceção do caráter diâmetro final. Isso indica que as regiões amostradas na safra 2008/2009 apresentam variação genotípica mais expressiva para caracteres relacionados ao desenvolvimento inicial de mudas em condições telado. Se esta variação apresentar relação alta e significativa com o desenvolvimento das plantas na fase adulta ou com a produção de frutos, pode se preconizar a seleção precoce para esta espécie em programa de melhoramento. Além disso, apenas nas progênies semeadas em 2008 foi utilizado o ácido giberélico na concentração de 0,2%, o que pode ter provocado um maior desenvolvimento das plântulas (estiolamento). Os resultados indicam um crescimento lento das plantas de pequizeiro, em viveiro (Tabela 4.6), comportamento comum para a maioria das espécies nativas do Cerrado. Resultado semelhante foi observado por Trindade (2001) para plantas de cagaiteira da região nordeste de Goiás. Nota-se, ainda, uma diminuição do crescimento nos meses mais frios do ano e/ou a morte do ramo apical, com brotação lateral, o que reflete na altura médias das plantas. As médias de diâmetro final (DF) e altura final (AF) para as mudas avaliadas em 2008 foram de 5,31 mm, 16,46 cm e em 2009 de 5,07 mm e 16,93 cm, respectivamente (Tabelas 4.5 e 4.6). Estes caracteres variaram de 1,93 mm a 8,24 mm e de 1,40 mm a 8,75 mm e de 1,93 cm a 56,70 cm e 1,50 cm a 41,10 cm, respectivamente, para as mudas avaliadas em 2008 e 2009. O coeficiente de variação para o caráter diâmetro final foi menor do que para altura final nos dois anos (Tabela 4.5 e 4.6). Estes resultados indicam a existência de grande variação em caracteres de desenvolvimento inicial em mudas de pequizeiros, principalmente para altura final, causados principalmente pela taxa de emergência desuniforme das plântulas.

Tabela 4.6. Valores médios, mínimos e máximos para os caracteres de crescimento em plântulas de progênies de pequizeiro provenientes de três regiões do Cerrado, coletadas na safra 2008/2009. Valores

TCD (mm/dia)

TCA (cm/dia)

DF (mm)

AF (cm)

Média

0,0113

0,0509

5,07

16,93

Mínimo

0,0001

0,0000

1,40

1,50

Máximo

0,0248

0,1287

8,75

41,10

CV (%)

42,55

52,19

32,96

44,33

TCD (mm/dia): taxa de crescimento em diâmetro; TCA (cm/dia): taxa de crescimento em altura; DF (mm): diâmetro final e AF (mm): altura final. CV%: Coeficiente de variação.

O caráter taxa de sobrevivência apresentou média de 93,40% apresentando menor variação entre as progênies, indicando que mudas de pequizeiro possuem baixa taxa de mortalidade em viveiro (Tabela 4.5). O sistema radicular mais desenvolvido das plântulas, característica das espécies do Cerrado, pode ser o principal fator relacionado a alta taxa de sobrevivência das mudas, aliado a boas condições sanitárias. Sobierajski (2004) cita que a sobrevivência de plantas é um caráter que está sob forte controle genético em espécies arbóreas. A alta taxa de sobrevivência pressupõe a hipótese que durante o processo de reprodução, pouca endogamia foi gerada (autofecundação e cruzamentos entre parentes) ou que se esta ocorreu, foi eliminada pela seleção natural entre a fase de formação do zigoto e a de plântulas (Sobierajski, 2004). Collevatti et al. (2001) citam que aborto seletivo de óvulos ou sementes iniciais de C. brasiliense são frequentemente observados, e que estes abortos podem ser um mecanismo seletivo decorrentes de depressão por endogamia. Os autores citam ainda que evidências de aborto seletivo devido à depressão por endogamia em C. brasiliense foram observadas em condições de experimentos sob autopolinização controlada (Gribel & Hay, 1993; Collevatti et al., 2001). Collevatti et al. (2011) sugerem que em populações que mostram alta taxa de autopolinização, a seleção natural pode eliminar os homozigotos provenientes de sementes de autopolinização ou cruzamentos endogâmicos. Tal fato resulta em uma correlação positiva entre a taxa de sobrevivência e a heterozigosidade do genótipo, quando ocorre o agrupamento espacial devido à restrição de pólen e dispersão de sementes. Apesar da alta proporção de aborto de sementes com alto grau de homozigosidade (Collevatti et al. 2009), muitos indivíduos ainda permanecem na população, pois algumas árvores individuais podem suportar altos níveis de autopolinização e cruzamentos entre parentes sem a

ocorrência de aborto (Collevatti et al. 2009, 2010), contribuindo para um alto coeficiente de endogamia na população adulta. Collevatti et al. (2010) ainda discorrem que, algumas árvores individuais podem suportar altos níveis de auto polinização e endogamia biparental. De fato o aborto seletivo de sementes gerado por auto polinização em C. brasiliense varia entre as árvores mãe, causando uma variação na proporção de maturação

de sementes geradas por autopolinização (Collevatti et al. 2009). Além disso, o aumento do número de doadores de pólen não aumentam de acordo com a proporção de sementes maduras, mostrando que algumas árvores mãe podem apresentar alta proporção de autopolinização, sem aborto. Também o papel de polinizadores, pode variar muito entre as árvores mãe, evidenciado pelo ampla variação no número de doadores de pólen entre árvores mãe e do baixo número de doadores efetivos de pólen, em comparação com o número de indivíduos reprodutivos na população. A análise de variância dos caracteres porcentagem de germinação (PG) revelou variação altamente significativa entre regiões, enquanto a taxa de sobrevivência (TS) revelou a existência de variação significativa entre regiões (Tabela 4.7). Esta variação pode ser indicativa da diferenciação genética resultante da adaptação da espécie em regiões amostradas no Cerrado com características edafoclimáticas bastante diferentes. Além disso, deve-se considerar a influencia ambiental local, principalmente sobre o caráter porcentagem de germinação. Não foram detectadas diferenças significativas em nível de progênies dentro de regiões para os caracteres porcentagem de emergência e taxa de sobrevivência. Estes resultados devem ser interpretados com cautela devido à pequena e desbalanceada amostragem de indivíduos nas regiões 1 (seis progênies) e 3 (seis progênies). Foi observado um coeficiente de variação experimental para o caráter porcentagem de emergência de 39,6%. Esse valor está relacionado a alta heterogeneidade de emergência de plântulas em pequizeiro, da diferença do número de sementes plantadas por progênie e de progênies por região. Melhor controle da variação experimental, para fins de seleção, poderia ser conseguido com a coleta de uma maior quantidade de sementes por planta e delineamento experimental em blocos ao acaso.

Tabela 4.7. Resultado da análise de variância e estimativas de parâmetros genéticos para os caracteres porcentagem de emergência e taxa de sobrevivência de mudas de progênies de pequizeiro provenientes de três regiões do Cerrado, 2008.

QM FV

GL

Porcentagem de

Taxa de Sobrevivência

Germinação Regiões

2

0,9027**

0,2169*

Prog/ Regiões

30

0,0402

0,0525

Total

32

Média Geral1

25,54

93,40

CVe %

39,61

15,83

2 σˆ Re g

0,1149

0,0166

σˆ Pr2 og / Re g

0,0394

0,0518

σˆ a2

0,1576

0,2072

p Re g

74,47

24,27

p Pr o / Re g

25,53

75,73

Q RT

0,2672

0,0385

NS

: não significativo; * e ** Significativo a 5% e a 1% de probabilidade pelo teste F, respectivamente. CVe%:

2 Coeficiente de variação residual; σˆ Re g : Variância entre regiões;

dentro de regiões; regiões;

σˆ a2 :

σˆ Pr2 og / Re g :

Variância entre progênies

variância aditiva; p R : proporção da variância total que se deve à diferença entre

p Pr o / Re g : proporção da variância que se deve à diferenças dentro de regiões. Q RT : diferenciação 1

genética quantitativa entre regiões. Valores originais para média geral de porcentagem de emergência e taxa de sobrevivência.

De toda a variação detectada para o caráter porcentagem de emergência (PE), a maior parte da diferença encontra-se entre regiões, reforçando a hipótese de que plantas provenientes de regiões distantes geograficamente do Cerrado apresentam grande variabilidade e podem responder diferentemente no ambiente do experimento para esse caráter. Para o caráter taxa de sobrevivência a maior parte da variação foi detectada entre progênies dentro de regiões. Por outro lado, o tempo necessário para a germinação das sementes resulta em uma germinação assincrônica da espécie, comportamento que evita a mortalidade total de plântulas em razão da ocorrência momentânea de condições de

estresse que comprometam a sobrevivência, como as condições climáticas adversas ou o ataque de patógenos. Assim, a assincronia na germinação pode contribuir para a sobrevivência de parte dos indivíduos. A estimativa do QRT (diferenciação genética quantitativa entre regiões) para os caracteres porcentagem de germinação e taxa de sobrevivência foram de 0,27 e 0,04, respectivamente (Tabela 4.7). A lógica de comparações de FST e de QST é baseada na realização que para locos sujeitos aos efeitos somente da deriva genética e da migração (supondo uma contribuição insignificante da mutação), FST de marcadores neutros fornece uma expectativa nula para o grau de diferenciação da população atingível sem seleção. Ao comparar FST com o índice análogo para os caracteres quantitativos (QST), três resultados são possíveis. Primeiramente, se QST > FST, então este implica que o grau de diferenciação nos caracteres quantitativos excedem aquele atingível pela deriva genética sozinha, e a seleção natural direcional que favorece diferentes fenótipos em populações diferentes é a provável causa desta diferenciação (seleção diferencial). Em segundo lugar, se as estimativas de QST e de FST são quase iguais, o grau observado da diferenciação em caracteres quantitativos poderia ter sido alcançado pela deriva genética sozinha. Entretanto, isto não prova que o grau observado de diferenciação foi causado pela deriva genética somente que as contribuições relativas da deriva e da seleção são desconhecidas. Em terceiro lugar, se QST < FST, isto implica que o grau observado de diferenciação é realmente menor do que esperado com base na deriva genética sozinha, a causa mais provável para isto é a seleção estabilizadora. A teoria evolutiva prevê que os caracteres quantitativos responderão diferentemente à seleção dependendo de sua arquitetura genética (por ex.: número de genes e proporção de variação fenotípica devido a efeitos genéticos aditivos) e como estão estreitamente relacionados à adaptação. Consequentemente, os caracteres morfológicos (que têm uma natureza menos poligênica e efeitos genéticos não aditivos mais fracos do que caracteres de história de vida) são esperados responder mais rapidamente à seleção do que caracteres e história de vida, e daqui possuírem QST mais elevados. Estes resultados sugerem que o caráter porcentagem de germinação, possivelmente, está relacionado com a polinização e autofecundação (Collevatti, 2010), sendo bastante influenciado pela seleção natural. Enquanto que para o caráter taxa de sobrevivência, este parâmetro sugere que a seleção natural já atuou de maneira que após a emergência, esta irá influenciar de maneira mais branda. Estudos futuros de comparação entre as estimativas de QST e FST devem ser

realizados para a confirmação desta hipótese levantada. Além disso, futuros trabalhos devem levar em consideração a contribuição de taxa de endogamia nas progênies a partir de marcadores moleculares neutros e a diferenciação genética quantitativa entre regiões. Esta comparação deve fornecer o quanto a endogamia gerada em cada população analisada pode estar influenciando esta variação. Foi detectada uma variação significativa ao nível de 1% de probabilidade entre progênies, regiões e entre progênies dentro de regiões, tanto para tempo de emergência (TE) quanto para taxa de crescimento em diâmetro (TCD) para as plântulas avaliadas em 2008. Isto reforça a hipótese de que plantas provenientes de regiões distintas apresentam resposta e interações diferentes no ambiente do experimento. A análise de variância para taxa de crescimento em altura (TCA) mostrou significância somente para a fonte de variação de regiões. Porém, para o diâmetro final (DF) não foram detectadas diferenças significativas nos dois níveis hierárquico considerados (Tabela 4.8). O tempo para emergência apresentou um valor de QRT (diferenciação genética quantitativa entre regiões) de 0,18, o que representa uma moderada diferenciação entre as regiões para este caráter. Possivelmente a interação entre as progênies e o local de avaliação também podem estar influenciando, o que proporciona uma expressividade da seleção natural para a variação genética quantitativa. O caráter diâmetro final também apresentou valor moderado de QRT (0,15), o que sugere que este caráter pode estar sendo influenciado pela seleção natural. Porém o valor do QRT para a taxa de crescimento em diâmetro (TCD) foi baixo (0,04) (Tabela 4.8). Os valores encontrados de QRT para taxa de crescimento em altura e altura final foi 1,00. Estes valores foram devido à variância entre progênies dentro de regiões não ter sido detectada. Assim, em futuros trabalhos devem ser priorizados experimentos com maior número de progênies por região (número de sementes coletadas maior e também delineamento estatístico mais adequado como blocos ao acaso). A região 1 (região localizada nos municípios de Ivolândia e Iporá, Goiás) foi a que apresentou média de tempo para germinação maior (TE = 76,5 dias) entre as regiões avaliadas quando comparada a média geral (53,8 dias). O tempo para emergência é um caráter grandemente influenciado pela dormência da semente e pelo tipo de tratamento que a semente recebe para a quebra da dormência. A dormência do pequizeiro pode ser atribuída ao embrião imaturo ou inibidores de germinação presentes, pois, mesmo sendo semeadas em ambiente adequado e passando por escarificação mecânica levam um longo período para emergir. Além disso, a emergência das plântulas depende não só da energia

contida no endosperma ou cotilédones, mas também da profundidade em que a semente é semeada (Hackbart & Cordazzo, 2003). Deve-se ressaltar, que durante a coleta das sementes não é possível controlar a maturidade do embrião, visto que frutos em diferentes pontos de maturação são coletados. Desta forma, sugerem-se pesquisas mais refinadas com relação a este caráter em trabalhos futuros, tentando relacionar tamanho da semente, qualidade da semente, tempo de armazenamento da semente antes do plantio com o efeito de procedências, bem como maior controle ambiental desta característica, a partir de estudos de fenologia reprodutiva. Maior proporção da variação detectada para os caracteres tempo para emergência (TE), taxa de crescimento em altura (TCA), diâmetro final (DF) e altura final (AF) deve-se a diferenças entre regiões. Ou seja, para estes caracteres existe uma maior variação entre regiões do que para progênies dentro de regiões. É importante notar que os caracteres taxa de crescimento em altura (TCA) e diâmetro final (DF) toda a variação detectada está entre regiões (Tabela 4.8). Para os caracteres medidos em plantas individuais, no ano de 2009, a análise de variância revelou diferenças altamente significativas (1% de probabilidade) entre regiões para os caracteres taxa de crescimento em altura (TCA), diâmetro final (DF) e altura final (AF) (Tabela 4.9). A maior amostragem de regiões do Cerrado, como observado, foi relevante para a detecção de variabilidade em caracteres iniciais de crescimento em C. brasiliense em nível de regiões. Foram detectadas diferenças significativas entre progênies

dentro de regiões somente para o caráter taxa de crescimento em altura (TCA) (Tabela 4.9). Nas mudas avaliadas em 2009, para os caracteres taxa de crescimento em altura (TCA), diâmetro final (DF) e altura final (AF), a maior parte da variação observada entre progênies deve-se à variação entre regiões (Tabela 4.9). Somente o caráter taxa de crescimento em diâmetro (TCD) apresentou a maior parte da variação detectada entre progênies dentro de regiões.

Tabela 4.8. Resultado da análise de variância e estimativas de parâmetros genéticos referentes a caracteres de mudas de pequizeiro conduzidas em telado provenientes de três regiões do Cerrado, referente a safra 2008. Quadrado médio FV

GL TE

TCD

TCA

DF

AF

Progênies

32

1858,70**

0,0001**

0,0021ns

1,8719 ns

53,4310ns

Regiões

2

10819,00**

0,0002**

0,0064*

3,8338ns

117,8169 ns

Prog./Regiões

30

1261,33**

0,0001**

0,0018 ns

1,7410 ns

49,1386 ns

76

563,6518

0,00004

0,0017

1,4977

81,0200

CV (%)

44,13

52,68

78,9964

23,0657

52,2208

Média

53,80

0,01

0,05

5,30

17,24

2 σˆ Re g

428,62

8,03E-06

0,0003

0,2509

9,8384

σˆ Pr2 og / Re g

241,92

2,32E-05

0,0000

0,1775

0,0000

σ a2

967,68

0,0001

0,0000

0,7100

0,0000

pR

63,92

25,71

100,00

58,57

100,00

p Pr o / Re g

36,08

74,29

0,00

41,43

0,00

Q RT

0,1813

0,0415

1

0,1502

1

Resíduo

TE: tempo para emergência das plântulas (dias); TCD (mm/dia): taxa de crescimento em diâmetro); TCA (cm/dia): taxa de crescimento em altura; DF (mm): diâmetro final e AF (mm): altura final. NS: não significativo; * e **Significativo a 5% e a 1% de probabilidade pelo teste F, respectivamente. CV%: Coeficiente de variação residual; dentro de regiões; regiões;

σˆ : 2 a

2 σˆ Re g :

Variância entre regiões,

σˆ Pr2 og / Re g :

Variância entre progênies

variância aditiva; p R : proporção da variância total que se deve à diferença entre

p Pr o / Re g : proporção da variância que se deve à diferenças dentro de regiões. QRT: diferenciação

genética quantitativa entre regiões.

Tabela 4.9. Resultado da análise de variância e estimativas de parâmetros genéticos referentes a caracteres de mudas de pequizeiro conduzidas em telado provenientes de seis regiões do Cerrado, referente à safra de 2008/2009. Quadrado Médio FV GL

TCD

TCA

DF

AF

Progênies

28

0,0001NS

0,0011NS

4,1768**

81,3097**

Regiões

5

0,00003NS

0,0014*

16,6839** 283,9564**

Prog/Regiões

23

0,00001NS

0,0010*

1,17 NS

37,2582 NS

55

0,00002

0,0005

1,2414

27,3039

CV (%)

41,55

42,92

21,96

30,85

Média

0,01

0,05

5,07

16,94

2 σˆ Re g

8,03E-06

0,00007

1,4272

28,9856

σˆ Pr2 og / reg

2,32E-05

0,00018

0,1160

3,8520

σˆ a2

0,0001

0,0007

0,4640

15,4080

pR

0,85

0,28

0,92

0,88

p Pr o / Re g

0,15

0,72

0,08

0,12

0,0415

0,0464

0,6060

0,4847

Resíduo

QRT

TCD (mm/dia): taxa de crescimento em diâmetro; TCA (cm/dia): taxa de crescimento em altura; DF (mm): diâmetro final e AF (mm): altura final. NS: não significativo; * e ** Significativo a 5% e a 1% de probabilidade pelo teste F, respectivamente. CV%: Coeficiente de variação residual; 2 ˆ2 ˆ2 σˆ Re g : Variância entre regiões; σ Pr og / Re g : variância entre progênies dentro de regiões; σ a :

variância aditiva; p R : proporção da variância total que se deve a diferença entre regiões;

p Pr o / Re g : proporção da variância que se deve a diferenças dentro de regiões; QRT: diferenciação genética quantitativa entre regiões.

A variação entre e dentro de populações é um assunto que já foi computado considerando tanto variáveis fenotípicas como

dados de marcadores moleculares,

conforme Oliveira (1998), Araújo (2001), Melo Júnior et al. (2004), Aguiar (2004), Chaves (2005), Fernandes (2008). Em todos os trabalhos, observa-se que a maior parte da variação ocorre dentro de populações ou procedências e o restante entre elas. Esse padrão de estrutura genética, com baixa variação entre procedências e alta dentro de procedências tem sido reportado para a grande maioria das espécies arbóreas. Praticamente todos os estudos de estrutura genética de populações baseadas em caracteres quantitativos têm detectado que a maior parte da diversidade genética encontra-se dentro das populações ou procedência (Sobierajski, 2004). Porém no presente trabalho o que foi observado é que para três do cinco caracteres de desenvolvimento inicial em plântulas de pequizeiros, avaliados tanto no ano de 2008 quanto de 2009, a maior proporção da variabilidade captada encontra-se entre regiões. Esse padrão de estruturação genética diverge da maioria dos estudos realizados com a espécie, reforçando a hipótese de que existe grande variabilidade genética entre plantas provenientes de diferentes regiões do Cerrado. Esta divergência entre resultados pode ser atribuída à diferente proposta de amostragem dos trabalhos anteriores em relação presente trabalho, onde se priorizou captar a grande variabilidade genética entre regiões do Cerrado, considerando que a espécie em questão é amplamente distribuída neste bioma. A variação entre regiões para os caracteres de crescimento em plântulas é clara e deve ser considerada para efeitos de amostragem, tanto para conservação genética quanto para melhoramento da espécie. Além disso, a avaliação de caracteres de crescimento em diferentes idades da espécie a partir de testes de procedências e progênies será importante para detectar qual a idade mais promissora para a seleção de plantas com o intuito de seleção dos melhores materiais. A Tabela 4.9 fornece os valores de QRT para os caracteres avaliados no ano de 2009. Verifica-se que valores relativamente altos foram encontrados para os caracteres diâmetro final (DF) e altura final (AF). Evidenciando que a diferenciação genética quantitativa para estes parâmetros nas regiões amostradas são elevadas. Porém o caráter taxa de crescimento em altura (TCA) apresentou um valor de 0,04, que confirma que a maior porção da variação para este caráter é devida à diferenças entre progênies dentro de regiões. Este resultado deve ser confirmado em futuros trabalhos em vários anos (avaliação em diferentes idades das plantas).

4.4 VARIABILIDADE GENÉTICA PEQUIZEIRO A CAMPO

QUANTITATIVA

EM

PROGÊNIES

DE

Os valores médios para os caracteres altura final e diâmetro final, bem como suas respectivas taxas de crescimento foram de 96,05 cm, 26,21 mm, 0,26 cm/dia, 0,06 mm/dia respectivamente (Tabela 4.10). No geral, foi observada variação considerável entre plantas para todos os caracteres avaliados. Esta grande variação deve-se à heterogeneidade de tamanho inicial das mudas levadas ao campo, consequência da desuniformidade e velocidade de germinação e crescimento em telado. Durante o plantio havia mudas com 2,60 cm e 76 cm de altura e 3,03 mm e 20,1 mm de diâmetro.

Tabela 4.10. Valores médios, mínimos e máximos para os caracteres avaliados em plantas de progênies de Caryocar brasiliense provenientes de três regiões do Cerrado. Valores

AF (cm)

DF (mm)

TCA (cm/dia)

TCD (mm/dia)

Média

96,05

26,21

0,26

0,06

Mínimo

29,50

9,60

0,05

0,02

Máximo

188,50

48,20

0,54

0,12

CV (%)

36,84

35,90

44,42

43,47

AF (mm): altura final; DF (mm): diâmetro final; TCA (cm/dia): taxa de crescimento em altura e TCD (mm/dia): taxa de crescimento em diâmetro. CV%: Coeficiente de variação.

Na análise de deviance (ANADEV) foram observadas diferenças não significativas entre procedências (regiões) e progênies para os caracteres avaliados (Tabela 4.11). Tais resultados podem ter sido afetados pelo efeito ambiental intrínseco durante essa fase de desenvolvimento mascarando as diferenças entre procedências e progênies. Portanto, é fundamental que essa avaliação seja realizada em outras idades, principalmente, na fase adulta. As estimativas dos componentes de variância mostraram que a variância genética entre progênies dentro de regiões é superior à variância entre regiões, para todos os caracteres avaliados, indicando a predominância da variabilidade genética dentro de regiões em relação à variabilidade entre regiões (Tabela 4.11).

Tabela 4.11. Resultado da análise de deviance conjunta para os caracteres de crescimento de três regiões de progênies de C. brasiliense em Goiânia (2009). DF (mm) Efeito

Deviance

LRT

Procedência

262,2555

0,0004 NS

Progênies

266,6202

4,3651*

Modelo

262,2551

-

AF (cm) Efeito

Deviance

LRT

Procedência

395,5796

0,0057 NS

Progênies

398,1847

2,6108 NS

Modelo

395,5740

-

TCA (cm/dia) Efeito

Deviance

LRT

Procedência

-147,9282

0,047NS

Progênies

-146,4971

1,478 NS

Modelo

-147,9748

-

TCD (mm/dia) Efeito

Deviance

LRT

Procedência

-288,1012

0,0005NS

Progênies

-285,3649

2,7368 NS

Modelo

-288,1017

-

*, ** Significativo a 5% e 1% de probabilidade pelo teste Qui-quadrado tabelado para os níveis de significância de 5% e 1% é 3,84 e 6,63, respectivamente; ns - não significativo ao nível de 5%. De maneira geral a variação entre progênies tende a ser menos expressiva do que dentro de progênies, devido a suposição de serem progênies de meios irmãos. Esses resultados não eram esperados de acordo com a amostragem que foi realizada. O provável motivo da não significância entre regiões pode estar relacionado ao número pequeno de progênies por região, ou porque as diferenças entre regiões ficaram mascaradas nos caracteres juvenis avaliados. Kikuti (1988) cita que a determinação de parâmetros genéticos para espécies florestais torna-se mais importante à medida que o ciclo da cultura

aumenta. Vale ressaltar que os parâmetros genéticos somente são validados para a população, na idade observada e nas condições ambientais em que foram desenvolvidos os testes genéticos. Isto se deve porque os genes agem de forma diferente, respondendo aos efeitos da idade e do local. Caracteres quantitativos variam de forma contínua, devido à contribuição de muitos locos e efeitos ambientais para sua expressão. Portanto, mesmo se existirem locos apresentando diferenciação, a soma dos efeitos do locos responsáveis por um determinado caráter pode gerar plantas morfologicamente semelhantes. Sabe-se que semelhança fenotípica não implica necessariamente em semelhança genética o que possibilita a variação genética interpopulacional para os caracteres estudados (Aguiar, 2004). Além disso, os dados são provenientes de apenas 18 progênies provenientes de apenas três regiões (primeira coleta - 2007/2008) o que dificulta também a detecção de variação significativa. Resultados semelhantes foram encontrados por Oliveira (1998), estudando progênies de pequizeiro provenientes da região sudeste do Estado de Goiás, onde encontrou maior variabilidade dentro do que entre populações (procedências). Também Melo Júnior et al. (2004) encontraram resultados indicando que 2% da variabilidade genética do pequizeiro encontra-se entre e 98%, dentro das populações por eles estudadas. Giordani (2010) estimou parâmetros genéticos para caracteres de crescimento em pequi em estágio precoce e também encontrou predominância da variabilidade genética dentro de procedências em relação à variabilidade entre procedências. Verifica-se com os resultados deste trabalho que a variação genética entre procedências apesar de pequena deve ser explorada e melhor quantificada em outras idades considerando as diferentes condições edafoclimáticas de ocorrência natural da espécie. Com análise de variância desconsiderando o efeito de procedências, verificou– se diferenças significativas em nível de 5% de probabilidade entre progênies para os caracteres altura final (AF), diâmetro final (DF) e taxa de crescimento em diâmetro (TCD), e não significativas para o caráter taxa de crescimento em altura (TCA) (Tabela 4.12). Esta diferença observada entre progênies significa que existem progênies com desenvolvimento superiores e que existe variabilidade genética entre as progênies para os caracteres de crescimento e, portanto existe possibilidade de seleção de plantas para futuros programas de pré-melhoramento. Com base nesta e futura avaliações será possível verificar se os caracteres de crescimento estão ou não correlacionados com outros caracteres de

importância econômica, como precocidade de florescimento e frutificação e produção de frutos. Assim, estes poderão ser usados como variáveis para estimativa de variabilidade genética ou para propor a seleção precoce em teste de procedências e progênies de pequizeiro. Tais resultados auxiliariam nortear as estratégias de coleta de sementes em populações naturais desta espécie para diferentes finalidades.

Tabela 4.12. Resultado da análise de variância desconsiderando o efeito de procedências para os caracteres de crescimento de três regiões C. brasiliense em Goiânia (2009).

Quadrado médio FV

GL AF (cm)

DF (mm) ns

69,8344

ns

TCA

TCD

(cm/dia) 0,0089

ns

(mm/dia) 0,0006 ns

BLOCOS

2

987,6436

PROGÊNIES

17

2301,9369*

146,0074*

0,0191 ns

0,0011*

RESÍDUO

34

1073,7285

60,3921

0,0110

0,0005

CVe (%)

31,40

29,47

39,97

37,56

Média Geral

104,34

26,37

0,26

0,06

AF (cm): Altura final; DF (mm) Diãmetro final; TCA (cm/dia): taxa de crescimento em altura; TCD (mm/dia): Taxa de crescimento em diâmetro basal; ns: não significativo; * e **Significativo a 5% e a 1% de probabilidade pelo teste F, respectivamente.CVe (%): Coeficiente de variação experimental.

A existência de variabilidade genética entre progênies também pode ser reforçada pelas estimativas de herdabilidade da média de progênies hˆm2 e coeficiente de variação genotípico entre progênies ( CV gp ) (Tabela 4.13). A herdabilidade corresponde à proporção da variação fenotípica total, que é de natureza genética, o quociente entre as variâncias genotípicas e fenotípicas, e que por meio dela pode-se medir a eficiência esperada da seleção, no aproveitamento da variabilidade genética. Desta forma, a herdabilidade indica quanto da variação fenotípica é devida a efeitos genéticos e, quanto mais próxima de 100%, menos o caráter é afetado pelo ambiente. As estimativas de herdabilidade em nível de médias de progênies para os caracteres avaliados apresentam valores elevados (53,36% para altura final; 58,64% para diâmetro final; 42,62% para taxa de crescimento em altura e 50,19% para taxa de crescimento em diâmetro), o que evidencia

um bom controle genético sobre eles e indica que progressos podem ser esperados com a seleção dos materiais, utilizando-se a seleção de progênies. Ressalta-se que a herdabilidade é uma propriedade não somente de um caráter, mas também da população e das circunstâncias de ambientes às quais os indivíduos estão sujeitos (Vencovsky & Barriga, 1992). O valor da herdabilidade poderá ser afetado se houver alteração em qualquer um dos componentes da variância fenotípica (Falconer, 1987). Segundo Zobel e Talbert (1984), um ponto básico sobre herdabilidade é que ela, sendo uma razão entre variâncias, não é um valor fixo, variando de acordo com o caráter, espécie, idade e condições ambientais. Portanto, acredita-se que os valores deste parâmetro para caracteres de crescimento para o teste de pequi poderão aumentar em idades posteriores, já em idade precoce há muitos efeitos ambientais (emergência não homogênea) e efeito materno. As estimativas de herdabilidade não são obtidas sem erros, por isso, estas somente fornecem uma indicação relativa do controle genético do caráter, não devendo ser interpretada como valor absoluto ou invariante. Em um levantamento na literatura sobre herdabilidade e coeficiente de variação genética dos caracteres altura e diâmetro de espécies arbóreas nativas do Brasil (Aguiar, 2004), verifica-se que as estimativas de herdabilidade e coeficientes de variação genética deste trabalho são expressivas e excedem os intervalos observados por diversos autores, principalmente com relação ao coeficiente de variação genética. O coeficiente de variação genética expressa a magnitude da variação genética em relação à média do caráter. Os coeficientes de variação genética acima de 7% são considerados altos por Sebbenn et al. (1998). As estimativas do coeficiente de variação genética entre progênies ( CV gp ), tanto para as taxas de crescimento quanto para as medições finais mostraram-se relativamente elevados (Tabela 4.13), corroborando a afirmação de que tal magnitude provavelmente se deve ao fato de as progênies serem oriundas de populações naturais distintas e confirmam o potencial das progênies de pequizeiro para a seleção, bem como para a conservação dos recursos genéticos da espécie. O coeficiente de variação relativa ( CVr ), equivalente ao coeficiente b de Vencovsky (1978) é o quociente entre o CV gp e CV e . Este parâmetro, na experimentação com progênies de meios irmãos, quando atinge o valor 1,0 ou mais indica uma situação muito favorável para a seleção (Venkovsky e Barriga, 1992). A estimativas desse parâmetro para os caracteres avaliados foram medianos, e o caráter que apresentou maior

coeficiente de variação relativa foi o diâmetro final (DF), sendo este caráter o mais favorável para fazer seleção nesta fase juvenil.

Tabela 4.13. Estimativas de parâmetros genéticos desconsiderando o efeito de procedências para os caracteres de crescimento de C. brasiliense em Goiânia (2009).

Estimativas

AF (mm)

DF (cm)

TCA (cm/dia)

TCD (mm/dia)

hˆm2

0,53

0,59

0,43

0,50

raˆa

0,73

0,77

0,65

0,71

CV gp

19,39

20,29

19,89

21,77

CV e

31,40

29,47

39,97

37,56

CVr

0,62

0,69

0,50

0,58

104,34

26,36

0,26

0,06

Média

AF (mm): altura final; DF (mm): diâmetro final; TCA (cm/dia): taxa de crescimento em altura e TCD (mm/dia): taxa de crescimento em diâmetro. sobrevivência completa;

raˆa

hˆm2 : herdabilidade da média de progênies, assumindo

- acurácia da seleção dentro de progênies; CV gp : coeficiente de variação

genotípica entre progênies, assumindo sobrevivência completa;

CVr : coeficiente de variação relativa;

CV e : coeficiente de variação residual; Média - média do caracteres.

Uma grande dificuldade em programas de melhoramento de espécies arbóreas e perenes, como o pequizeiro, é o longo tempo despendido na recombinação de plantas selecionadas. Devido à grande variabilidade genética apresentada e por se tratar de uma espécie ainda selvagem, em início de processo de domesticação, qualquer programa de melhoramento genético deve se basear no aproveitamento dessa variabilidade natural, via seleção. A associação de programas de seleção de longo prazo com programas de conservação ex situ, plantando-se progênies em esquema experimental, do modo como fora realizado neste estudo, representa uma alternativa adequada para este tipo de espécie (Trindade e Chaves, 2005; Chaves, 2006, Ganga et al., 2009).

A variabilidade genética presente no material testado necessita de acompanhamento do experimento em diferentes idades até a fase de frutificação para proporcionar oportunidades de se evidenciar características que, seguramente, serão de grande utilidade em futuras ações de pesquisa e melhoramento da espécie. O mesmo deverá ser realizado com as progênies coletadas em 2008/2009, já transplantadas para o campo em janeiro de 2011.

4.4 VARIABILIDADE GENÉTICA MOLECULAR ESTIMADA EM PROGÊNIES DE PEQUIZEIRO COM USO DE MARCADORES MICROSSATÉLITES

O número de indivíduos analisados por região e por loco variou em torno de cinco indivíduos nas regiões 4 (Cb06 e Cb23) e 15 indivíduos nas regiões 2 (Cb01) e 8 (Cb03). A média geral foi de 8,38 indivíduos por região (Tabela 4.14). Esta grande variação do número de indivíduos por região deve-se a desuniformidade e heterogeneidade na velocidade de germinação que a espécie apresenta. Todos os seis locos microssatélites analisados demonstraram níveis satisfatórios de polimorfismo tanto dentro quanto entre as oito regiões (Figuras 4.6, 4.7, 4.8, 4.9, 4.10 e 4.11 e anexos G ao L), o que confirma o alto conteúdo de informação genético esperado desses marcadores para estudo da estrutura e fluxo gênico de Caryocar brasiliense (Collevatti et al., 1999).

A partir dos seis locos utilizados foram amplificados 96 alelos, em 165 progênies de Caryocar brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado. O número médio de alelos por loco variou entre 12 (Cb06) e 20 (Cb03), sendo observados em média 16 alelos por loco. Os maiores polimorfismos foram observados nos locos Cb03 e o Cb01, com 20 alelos e 18 alelos, respectivamente (Tabela 4.15) e, o menor número de alelos foi observado no loco Cb06 (12 alelos). O número médio de alelos por loco (16) foi semelhante ao encontrado por Collevatti et al. (2011), porém superior aos encontrados por Collevatti et al. (2001), Chaves (2005) e Martins (2008), que encontraram um número médio de alelos em todos os locos de 10,6, 12,4 e 13,5 alelos, respectivamente, em dez locos microssatélites avaliando indivíduos de C. brasiliense. O número de alelos observados por loco aumenta em função do tamanho amostral e/ou da variabilidade captada através da amostragem, ou seja, em

amostras maiores e mais abrangentes (diferentes regiões) é maior a chance de se detectarem alelos raros. Desta forma, apesar dos genótipos analisados serem provenientes de meios-irmãos foi possível um tamanho amostral relativamente grande para dados de progênies, gerando um número médio de alelos bem superiores aos encontrados por Collevatti et al. (2001), Chaves (2005) e Martins (2008) em C. brasiliense.

Tabela 4.14. Número de indivíduos de Caryocar brasiliense genotipados por região e por locos microssatélites. Número médio de indivíduos amostrados por

no médio de

região e por loco

indivíduos

Regiões

amostrados/

Cb01

Cb03

Cb05

Cb06

Cb20

Cb23

1

11

10

8

7

6

9

8,50

2

15

12

11

9

10

10

11,17

3

9

8

8

7

10

8

8,33

4

4

4

6

5

5

6

5,00

5

10

11

9

10

6

11

9,50

6

6

8

6

6

6

9

6,83

7

8

8

6

7

5

6

6,67

8

12

15

9

9

8

13

11,00

9,38

9,50

7,88

7,50

7,00

9,00

8,38

no médio de ind./ loco

região

As heterozigosidades médias esperadas e observadas, para todas as regiões e locos apresentaram limites de 0,51 a 0,93 e de 0,38 a 0,93, respectivamente (Tabela 4.15). As heterozigosidades médias esperadas ( Hˆ e ) e observadas ( Hˆ o ) variaram entre 0,85 e 0,93 e 0,63 a 0,80, respectivamente. Os índices médios de heterozigosidade esperada ( Hˆ e ) foi de 0,89 e observada ( Hˆ o ) de 0,75. Estes valores foram semelhantes aos encontrados por Collevatti et al. (2001) que encontraram heterozigosidade esperada de 0,86 e heterozigosidade observada de 0,76. A amplitude de valores de heterozigosidades observadas e esperadas resultou da ampla variação no número de alelos por locos e da distribuição da frequência dos alelos. O maior índice de diversidade gênica foi observada

para o loco Cb03 (0,93) e o loco Cb20 apresentou a menor diversidade gênica (0,85) (Tabela 4.15).

Tabela 4.15. Características genéticas de seis locos microssatélites de Caryocar brasiliense em progênies de indivíduos genotipadas provenientes de oito

regiões do Cerrado.

Hˆ o

Amplitude HO

FIR

Aˆ r

0,81-0,92

0,80

0,60-0,93

0,13

4,85

0,93

0,76- 0,93

0,78

0,67-0,89

0,15

5,01

15

0,88

0,68-0,89

0,76

0,67-0,90

0,13

4,49

160

12

0,88

0,75-0,87

0,79

0,56-0,94

0,10

4,45

Cb20

142

14

0,85

0,51-0,89

0,63

0,41-0,88

0,26

4,25

Cb23

155

17

0,89

0,74-0,88

0,75

0,38-0,91

0,16

4,65

Todos

153

16

0,89

0,16

4,62

Locos

N



Hˆ e

Cb01

148

18

0,91

Cb03

152

20

Cb05

161

Cb06

Amplitude

Hˆ e

0,75

ˆ – número médio de alelos por loco em cada região; Ap – n – número médio de indivíduos amostrados; A número médio de alelos por loco polimórfico; Hˆ e – heterozigosidade esperada; Hˆ o – heterozigosidade observada; FIR - índice de fixação dentro de regiões - desvio da panmixia devido aos efeitos do sistema

ˆ – riqueza alélica. reprodutivo e da subdivisão; A r

O tamanho dos alelos do loco mais polimórfico (Cb03, com 20 alelos) variou de 124 a 166 pb com os alelos consecutivos variando de 2 a 2 pb. A distribuição dos alelos por loco por população estão representadas no Anexo E. A região que apresentou menor número de alelos foi a região 4 (Centro do Tocantins). Essa região apresentou o menor número de indivíduos (cinco) genotipados devido à baixa germinação de plantas. A região 2 (Norte de Minas Gerais) foi a que apresentou maior variação por loco analisados (Tabela 4.16), este fato pode ser explicado pelo maior número de indivíduos genotipados (57 indivíduos). A heterozigosidade média observada ( Hˆ o ), no conjunto de oito regiões de pequizeiro foi de 0,75 variando de 0,66 a 0,83 nas regiões 5 (Sul do Tocantins e Norte de Goiás) e Região 1 (Iporá, Ivolândia – GO), respectivamente (Tabela 4.16). A heterozigosidade média esperada (He) sob equilíbrio de Hardy-Weinberg, em todas regiões, foi superior a observada, variando entre 0,76 e 0,86, com média de 0,83. A riqueza alélica variou entre 3,67 na região 1 (Iporá, Ivolândia) e 4,34 na região 8 (Água Boa – MT).

Tabela 4.16. Características genéticas de oito regiões de Caryocar brasiliense baseadas em seis locos SSR, amostrando todos os locos. Região

N

P



Hˆ e

Hˆ o

FIR

Ar

1

14,83

1,00

8,50

0,86

0,83

0,04

4,30

2

43,17

1,00

11,17

0,85

0,70

0,18

4,25

3

9,33

1,00

8,00

0,84

0,78

0,09

4,31

4

4,50

1,00

5,00

0,84

0,77

0,09

4,02

5

20,00

1,00

9,50

0,80

0,66

0,18

4,01

6

11,50

1,00

6,83

0,76

0,71

0,07

3,67

7

8,67

1,00

6,67

0,83

0,73

0,13

4,08

8

39,17

1,00

11,00

0,86

0,82

0,05

4,34

Média

19,08

1,00

8,33

0,83

0,75

0,10

N – número médio de indivíduos amostrados; P – proporção de alelos polimórficos; A – número médio de alelos por loco; Hˆ e – heterozigosidade esperada; Hˆ o – heterozigosidade observada;

FIR - índice de fixação dentro de regiões - desvio da panmixia devido aos efeitos do sistema reprodutivo e da subdivisão dentro da região; Ar – riqueza alélica.

Os índices de fixação dentro de regiões estão apresentados na tabela 4.16. O valor médio foi de FIR = 0,104 com variação de 0,064 a 0,165. Os maiores índice de fixação dentro de regiões foram encontrados nas regiões 2 e 5, indicando que as populações destas regiões apresentam maiores desvios em relação ao equilíbrio de HardyWeinberg. Conforme já ressaltado estes desvios resultam a um confundimento entre desvio da panmixia devido aos fatores sistema de reprodução e deriva entre subpopulações dentro de regiões. Pelo processo da análise de variância obteve-se FIR = 0,108 (IC 99% 0, 086 a 0,131; Tabela 4.17). O coeficiente de endogamia total (F = 0,164) detectado nas progênies do estudo indica que o efeito preponderante foi o índice de fixação dentro de regiões ( FIR = 0,108) que acumula os efeitos do sistema reprodutivo e da subdivisão dentro de regiões. O nível de subdivisão interregional ( θ RT = 0,066 e R ST = 0,041) também contribuíram para a endogamia total, porém em menor grau (Tabela 4.17). A variação interregional foi considerada significativa para a espécie, de outra maneira pode-se dizer que existem 6,6% de variação entre as regiões estimada pelo valor de θ RT e 4,1% de variação detectada pelo valor de R ST .

Tabela 4.17. Estrutura genética populacional de Caryocar brasiliense baseada na análise de variância de frequências alélicas e de tamanho de alelos para cada loco SSR. Locos

FIR

θ RT

Cb01

0,105

0,038

0,077

Cb03

0,099

0,074

0,030

Cb05

0,097

0,048

0,008

Cb06

0,064

0,049

0,001

Cb20

0,165

0,132

0,130

Cb23

0,119

0,056

-0,002

Todos

0,108

0,066

0,041

Lim. Superior

0,131

0,093

Lim. Inferior

0,086

0,046

R ST

FIR - índice de fixação dentro de regiões - desvio da panmixia devido aos efeitos do sistema reprodutivo e da subdivisão dentro da região; regiões,

θ RT :

índice de fixação entre

RST : Diferenciação regional baseada no tamanho dos alelos (estatisticamente

diferente de zero para cada loco, P < 0,01). Limites superior e inferior obtidos por bootstrapping para todos os locos, intervalo de confiança = 99%).

O valor estimado de θ RT , considerando cada progênie como uma medida de diferenciação entre subpopulação, foi de 0,066 (Tabela 4.17). Collevatti et al. (2011) também encontraram níveis significativos de divergência entre subpopulações ( θ = 0,07 ). Este parâmetro é um indicativo da divergência genética progênies amostradas nas diferentes regiões, o que sugere um alto nível de diferenciação. A magnitude da diferença genética entre as subpopulações de uma espécie é geralmente relacionada à intensidade de fluxo gênico interpopulacional. Geralmente, a maior porcentagem da diversidade genética encontra-se dentro de subpopulações. A distribuição dessa variabilidade reflete, ao menos em parte, a ação dos processos genéticos do ponto de vista populacional (seleção e deriva genética, que aliados ao fluxo gênico restrito, direcionam a distribuição não aleatória de genótipos em populações naturais. A diversidade genética entre populações é uma característica entre populações fragmentadas e levadas ao isolamento, assim, subpopulações com menor tamanho efetivo e endogamia elevada resultam em maior probabilidade de diferenciação genética. O fluxo gênico por sua vez, homogeneíza as diferenças genéticas entre as subpopulações, mesmo em presença de seleção intensa (Valva

& Coelho, 1997). Em uma população panmítica é esperado que toda a variação genética encontre-se dentro de subpopulações, pois do ponto de vista genético, todos os indivíduos da população teriam as mesmas chances de intercruzarem. Assim, uma variação genética alta entre subpopulações significa que há fatores evolutivos atuando no estudo. Valores de parâmetros de diferenciação genética entre subpopulações de C. brasiliense estimados por outros autores também indicam que os alelos não estão

distribuídos aleatoriamente entre e dentro de subpopulações (Oliveira, 1999; Collevatti, 2001; Melo Júnior, 2004). Devido ao fato de que quase todas as espécies são distribuídas em populações semi-isoladas e finitas, algumas das mudanças genéticas são provavelmente aleatórias na maioria das espécies. Processos como o de seleção em microhabitats e o de deriva genética devida ao fluxo gênico restrito, têm sido causas da distribuição não aleatória de genótipos em populações naturais (Wright 1946).

Tabela 4.18. Probabilidade do Teste Exato de Fisher para aderência ao equilíbrio de Hardy-Weinberg, utilizando seis locos microssatélites. (Os dados em negrito são referentes aos locos que não se encontram em EHW) Região

Cb01

Cb03

Cb05

Cb06

Cb20

Cb23

1

0,114

0,752

0,310

0,739

0,054

0,092

2

0,048

0,068

0,000

0,112

0,006

0,002

3

0,164

0,602

0,792

0,910

0,347

0,012

4

0,328

0,316

0,151

0,356

0,494

0,642

5

0,003

0,004

0,314

0,199

0,187

0,455

6

0,484

0,412

0,838

0,966

0,070

0,801

7

0,221

0,176

0,086

0,016

0,124

0,331

8

0,021

0,342

0,090

0,108

0,150

0,351

Estudos até agora realizados com espécies do Cerrado mostram que a maioria delas apresenta uma considerável variabilidade genética entre subpopulações, estando esta variabilidade, em geral, estruturada no espaço (Telles et al. 2003, Zucchi et al. 2003, Trindade & Chaves, 2005), exigindo uma amostragem ampla, para fins de conservação. É importante ressaltar que além da quantificação da variabilidade genética detectada via marcadores moleculares, é importante também que se observem outros descritores de variabilidade como a variação fenotípica de caracteres morfológicos, que inclui variação no tamanho de frutos, germinação, entre outros. Entre as regiões estudadas diferenças marcantes quanto a algumas destas características foram observadas. Isto recomenda que a amostragem de subpopulações cubra diferentes regiões de ocorrência da espécie. Por meio do teste exato de Fisher (Tabela 4.18) verificou que algumas populações não se encontram em equilíbrio de Hardy-Weinberg. A região 2 (Norte de Minas Gerais) acusou significância no teste exato de Fisher em quatro dos seis locos, portanto, em seis locos estudados quatro não estão no equilíbrio de Hardy-Weinberg.

Figura 4.5. Distribuição de frequência dos alelos do loco microssatélite Cb01 em progênies de Caryocar brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado.

Figura 4.6. Distribuição de frequência dos alelos do loco microssatélite Cb03 em progênies de Caryocar brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado.

Figura 4.7. Distribuição de frequência dos alelos do loco microssatélite Cb05 em Caryocar brasiliense de oito regiões do Cerrado.

Figura 4.8. Distribuição de frequência dos alelos do loco microssatélite Cb06 em progênies de Caryocar brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado.

Figura 4.9. Distribuição de frequência dos alelos do loco microssatélite Cb20 em progênies de Caryocar brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado.

Figura 4.10. Distribuição de frequência dos alelos do loco microssatélite Cb23 em progênies de Caryocar brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado.

5. CONCLUSÕES •

Há elevada variabilidade fenotípica para a maioria dos caracteres físicos de frutos de pequizeiro nas regiões amostradas. Considerando que parte dessa variabilidade seja de natureza genética, isto indica potencial de ganho genético por meio da seleção.



Há variação significativa em caracteres de desenvolvimento inicial em pequizeiro, principalmente para altura final, indicando a possibilidade de ganho de seleção para estes caracteres, importantes na formação de mudas para propagação.



A maior proporção da variabilidade genética captada entre progênies encontra-se entre regiões para a maioria dos caracteres de desenvolvimento inicial avaliados em viveiro.



A variabilidade genética dentro de regiões é maior que entre regiões, para todos caracteres avaliados a campo.



Existe estruturação da variabilidade genética entre e dentro de regiões com base nos marcadores moleculares SSR utilizados.



As regiões naturais de pequizeiro estudadas no presente trabalho apresentam divergência genética significativa estimada com marcadores moleculares, indicando a necessidade de um grande número de áreas para conservação in situ ou para coleta de recursos genéticos.

6. REFERÊNCIAS

ABRAMOVAY, R. Preservar para lucrar com os cerrados. Disponível em: http://www2.usp.br/portugues/uspfacil/frame.busca.lateral.php?fields=q&num=20&q=man gaba&submit.x=7&submit.y=6? Acesso em: 22 mai. 2008. AGUIAR, A. V. Emprego de parâmetros moleculares e quantitativos na conservação e melhoramento de Eugenia dysenterica DC. 2004. 186p. Tese (Doutorado em Agronomia: Genética e Melhoramento de Plantas) - Escola de Agronomia, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2004. AGUIAR, A. V.; MOURA, N. F.; MOURA, M. F., ZUCCHI, M. I.; VENKOVSKY, R.; CHAVES, L. J. Relação entre a variação genética de caracteres quantitativos e marcadores moleculares em subpopulações de cagaiteira (Eugênia dysenterica DC). Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.33, n.1, p. 157-169. 2011. ALHO, C. J. R.; MARTINS, E. S. 1995. De grão em grão, o cerrado perde espaço: cerrado – impactos do processo de ocupação. Brasília WWF 62 p. ALLARD, R.W. Princípios do melhoramento genético de plantas. São Paulo: Edgard Blücher Ltda. 1971. 381p. ALMEIDA, S. P. de; SILVA, J. A. Piqui e Buriti: Importância alimentar para a população dos Cerrados. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1994. 38p. (EMBRAPACPAC. Documentos, 54). ALMEIDA, S. P. de; PROENÇA, C. E. B.; SANO, S. M.; RIBEIRO, J. P. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1998. 464 p. ALVES, C. C. O.; RESENDE, J. V.; CRUVINEL, R. S. R.; PRADO, M. E. T. Estabilidade da microestrutura e do teor de carotenóides de pós obtidos da polpa de pequi (Caryocar brasiliense Camb.) liofilizada. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 28, n. 4, p. 830-839, 2008. ASSUNÇÃO, S. L.; FELFILI, J. M. Fitossociologia de um fragmento de cerrado sensu stricto na APA do Paranoá, DF, Brasil. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 18, n. 4, p. 903-909, 2004. AZEVEDO-MELEIRO, C. H.; RODRIGUEZ-AMAYA, D. B. Confirmation of the identity of the carotenoids of tropical fruits by HPLC-DAD and HPLC-MS. Journal of Food Composition and Analysis, Grangues, v.17, n.3/4, p.385-396, 2004.

113

BANDEIRA, L. F. Caracterização genética de populações naturais de araticum (Annona crassiflora Mart.). 2003. 78p. Dissertação (Mestrado em Genética) - Biologia, Universidade Federal de Goiás. Goiânia. BARRADAS, M. M. Informações sobre floração, frutificação e dispersão do piqui Caryocar brasiliense Camb. (Caryocaraceae). Ciência e Cultura, São Paulo, v. 24, n. 11, p. 1063-1068, 1972. BERNARDES, T. G.; NAVES, R. V.; REZENDE, C. F. A.; BORGES, J. D.; CHAVES, L. J. Propagação sexuada do pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) estimulada por ácido giberélico. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v. 38, n. 2, p. 71-77, 2008. BERTI, C. L. F. Variação genética, herdabilidades e ganhos na seleção para caracteres de crescimento e forma, em teste de progênies de polinização aberta de Eucalyptus cloeziana, aos 24 anos de idade em Luiz Antônio-SP. 2010. 70 p. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Sistemas de Produção) – Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista, Ilha Solteira. 2010. BEWLEY, J. D.; BLACK, M. Seeds: physiology of development and germination. Plenum Press, New York, 1985. BISON, O. Melhoramento de Eucalyptus visando à obtenção de clones para a indústria de celulose. 2004. 169f. Tese (Doutorado)-Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Universidade Federal de Lavras. Lavras - MG, 2004. BORGES, E. E .L.; RENA, A. B. Germinação de sementes. In: AGUIAR, I.B.; PIÑARODRIGUES, F. C. M.; FIGLIOLIA, M. B. Sementes florestais tropicais. Brasília: Abrates, 1993. p.83-136. CABALLERO, A.; RODRÍGUEZ-RAMILLO, S. T.; ÁVILA, V.; FERNANDEZ, J. Management of genetic diversity of subdivided populations in conservation programmes. Conservation genetics, Druham, v.11. p.409-419. 2010. CALIARI, M.; XIMENES, P. A. Caracterização física e química de frutos do pequizeiro (Caryocar brasiliense camb.) oriundos de duas regiões no estado de Goiás, Brasil. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v.37, n.2, p. 93-99, 2007. CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA, J. Sementes, ciência, tecnologia e produção. Campinas, Fundação Cargill, 1980. 326p. CAVALCANTI, R. B. Perspectivas e desafios para conservação do Cerrado no século 21. In: SCARIOT, A.; SOUSA-SILVA, J. C.; FELFILI, J. M. (Org.). Cerrado: ecologia, biodiversidade e conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2005. p.431-439. CHAVES, L. J. Melhoramento e Conservação de Espécies Frutíferas do Cerrado. Anais... 1o Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas. Goiânia. 2001.

114

CHAVES, L. J. Recursos genéticos no cerrado. In: SILVA JUNIOR, J.F.; LEDO, A.S. (Org.). A cultura da mangabeira. Aracaju, Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2006. p.75-84. CHÉVEZ POZO, O. V. O pequi (Caryocar brasiliense): uma alternativa para o desenvolvimento sustentável do cerrado no Norte de Minas Gerais. 1997. 97p. Dissertação (Mestrado em Administração Rural) Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1997. CIAMPI, A. Y.; VINSON, C. C.; GAIOTTO, F. A. Estimativa da diversidade genética em arbóreas nativas tropicais utilizando microssatélites. In: NASS, L.L. (ed.) Recursos genéticos vegetais. Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília, p.421-440, 2007. COELHO, A. S. G.; VALVA, F. D. O processo evolutivo e o melhoramento de plantas. In.: NASS, L. L.; VALOIS, A. C. C.; MELO, I. S.; VALADARES-INGLIS, M. C. (Ed.) Recursos genéticos e melhoramento: plantas. Rondonópolis: Fundação MT, 2001. p.5778. COCKERHAM, C. C. Variance of gene frequencies. Evolution, Ontario, v. 23, p. 72-84, 1969. COCHRANE, T. T.; SÁNCHEZ, L. G.; AZEVEDO, L. G. de; PORRAS, J. A.; GARVER, C. L. Land in tropical America. Cali: Centro Internacional de Agricultura Tropical; Planaltina: Embrapa – CPAC, 1985. 3 vols. COLLEVATTI, R. G.; BRONDANI, R. V. P.; GRATTAPAGLIA, D. Development and characterization of microsatellite markers for genetic analysis of a Brazilian endangered tree species Caryocar brasiliense. Heredity, Edinburg, v.83, p.748 – 756. 1999. COLLEVATTI, R. G., GRATTAPAGLIA, D.; HAY, J. D. High resolution microsatellite based analysis of the mating system allows the detection of significant biparental inbreeding in Caryocar brasiliense, an endangered tropical tree species. Heredity, Edinburg, v.86, p.60–67. 2001. COLLEVATTI, R. G., ESTOLANO, R., GARCIA, S. F. ; HAY, J. D. Seed abortion in the bat pollinated Neotropical tree species, Caryocar brasiliense (Caryocaraceae). Botany. v.87, p.1110–1115. 2009. COLLEVATTI, R. G., ESTOLANO, R., GARCIA, S. F.; HAY, J. D. Short-distance pollen dispersal and high self-pollination in a bat-pollinated Neotropical tree. Tree Genetics & Genome, Davis, v.6, p.555–564. 2010. COLLEVATTI, R. G., NABOUT, J. C.; DINIZ-FILHO, J. A. Range shift and loss of diversity under climate change in Caryocar brasiliense, a Netropical tree species. Tree Genetics & Genomes. DOI 10.1007/s11295-011-0409-z. COLLEVATTI, R. G. Kin structure and genotype-dependent mortality: a study using the neotropical tree Caryocar brasiliense. Journal of Ecology, London, v.99, p.757–763. 2011,

115

CÔRREA, G. C.; NAVES R. V; ROCHA, M. R. da; ZICA, L. A. caracterização física de frutos de barú (Dipteryx alata Vog.) em três populações nos cerrados do estado de Goiás. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v. 30, n.2, p. 5-11, 2000. CÔRREA, G. C.; NAVES R. V; ROCHA, M. R. da; CHAVES, L. J.; BORGES, J. D. Determinações Físicas em Frutos e Sementes de Baru (Dipteryx alata Vog.), Cajuzinho (Anacardium othonianum Rizz.) e Pequi (Caryocar brasiliense Camb.), Visando Melhoramento Genético. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 24, n. 4, p. 42-47, 2008. COSTA, L. M.; OLSZEVSKI. Caracterização da Paisagem do Cerrado. In: FALEIRO, F. G.; FARIAS NETO, A. L. (Org.). Savanas: desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade, agronegócio e recursos naturais. Planaltina, DF; Embrapa Cerrados, 2008. p. 363-378. COSTA, R. B.; RESENDE, M. D. V.; ARAÚJO, A.J.; GONÇALVES, P. S.; SILVA, M. A. Maximization of genetic gain in rubber tree (Hevea) breeding with effective size restriction. Genetics and Molecular Biology, Ribeirão Preto, v.23, n.2, p.457-462, 2000. COUTO, E. M. Utilização da farinha de casca de pequi (Caryocar brasiliense Camb.) na elaboração de pão de forma. 2007. 107p. Dissertação (Mestrado em Ciência dos alimentos) Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2007. CRODA DO BRASIL. Crodamazon Pequi. Campinas: Croda, 2002. 2p. [Catálogo]. CRUZ, C. D. Programa Genes. Viçosa, Editora UFV, 1997. 442 p. CRUZ, C. D.; CARNEIRO, P. C. S. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa : UFV, v.2, 585p, 2003. CRUZ, C. D; REGAZZI, A. J. Métodos biométricos aplicados ao melhoramento genético.2 ed. Viçosa: UFV: Imprensa Universitária, 1997, 390p.FENNER, M. Seed ecology. Chapman; Hall, London, 1993. DAMIANI, C. Qualidade e perfil volátil de pequi (Caryocar brasiliense Camb.) minimamente processado, armazenado sob diferentes temperaturas. 2006. 127p. Dissertação (Mestrado em Ciência dos Alimentos). Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2006. DENSLOW, J. S.; NEWELL, E.; ELLISON, A. M. The effect of understory palms and cyclanths on the growth and survival of inga seedlings. Biotropica, England, v. 23, n. 3, p.225-234. 1991. DIAS, B. F. S. Cerrados: uma caracterização. In: DIAS, B.F.S. (Cood.). Alternativas de desenvolvimento dos cerrados: manejo e conservação dos recursos naturais renováveis. Brasília: FUNATURA: Fundação Konrad Adenauer, 1991. P. 11-25.

116

DIAS, B. F. S. Conservação da biodiversidade no bioma Cerrado: histórico dos impactos antrópicos no bioma Cerrado. In: FALEIRO, F. G.; FARIAS NETO, A. L. (Org.). Savanas: desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade, agronegócio e recursos naturais. Planaltina, DF; Embrapa Cerrados, 2008. p. 303-333. DOMBROSKI, J. L. D. Estudos sobre a propagação do pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.). 1997. 72 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Lavras, Lavras. DOYLE, J. J. & DOYLE, J. L. Isolation of Plant DNA from Fresh Tissue. Focus, Doyle. J. J; Doyle. J. L. 1990. Isolation of Plant DNA from Fresh Tissue. Focus, 12:13-15., v. 12, p. 13- 15, 1990. EINTEN, G. Vegetação do Cerrado. In: PINTO, M. N. (Ed.). Cerrado: caracterização, ocupação e perspectivas. Brasília, DF: Editora da UnB, 1994. p. 17-73. El MOUSADIK, A., PETIT, R. J. High level of genetic differentiation for allelic richness among populations of the argan tree (Argania spinosa (L.) Skeels) endemic to Morocco. Theoretical and Applied Genetics, Berlin, v.92, p.832–839.1996. EPPERSON, B. K. Spatial autocorrelation of genotypes under directional selection. Genetics, Pittsburgh, v.124. p.757-771, 1990. FALCONER, D. S. Introdução à genética quantitativa. Tradução de Martinho de Almeida e Silva e José Carlos Silva. Viçosa, UFV, 1987. FALEIRO, F. G.; EBELLON, G.; PEREIRA, A. V.; PEREIRA, E. B. C.; JUNQUEIRA, N. T. V.; VIEIRA, E. A.; DUBOC E.; SANO, S. M.; MELO, J. T.; TERNANDES, F. D. Variabilidade genética de coleção de trabalho de pequizeiro com base em marcadores moleculares. In: IX Simpósio Nacional Cerrado, 2008, Brasília, DF. Anais... Brasília, 2008. FARIAS NETO, J. T. Estimativas de parâmetros genéticos em progênies de meios-irmãos de pupunheira. Boletim de Pesquisa Florestal, Colombo, n. 39, p.109-117, 1999. FARIAS NETO, J. T; RESENDE, M. D. V. Aplicação da metodologia de modelos mistos (REML/BLUP) na estimação de componentes de variância e predição de valores genéticos em pupunheira (Bactris gasipaes L.). Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.23, n.2, p.320-324, 2001. FELFILI, J. M.; SILVA-JUNIOR, M. C.; SEVILHA, A. C.; FAGG, C. W.; WALTER, B., M. T.; NOGUEIRA, P. E. REZENDE, A. B. Diversity, floristic and structural patterns of cerrado vegetation in central Brazil. Plant Ecology. Dordrecht, v. 175, p.37-46, 2004. FERNANDES, R. C. Diversidade e estrutura genética em populações naturais de pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) no norte de Minas Gerais. 2008. 65p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) – Universidade Federal de Lavras. Lavras. 2008.

117

FERNANDES, J. S. C. ; SOUZA, C. V. ; OLIVEIRA, M. N. S. ; DIAS, B. A. S. . Efeito de matrizes na germinação de sementes em pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.). In: 3º Congresso Brasileiro de Melhoramento de Plantas, 2005, Gramado. Anais... Gramado: SBMP, 2005. v. 01. FERREIRA, A. L.; CURCIO, H. B. D.; CALIARI, M. 2005. Estudo da presença de pectina no mesocarpo de pequi (Caryocar brasiliense) e sua capacidade na fabricação de geléias. p. 74. Anais... In Encontro Nacional de Analistas de Alimentos, 14. Goiânia, Goiás. 424 p. FERREIRA, G. A. Produção de frutos e entomofauna associada ao pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) no Cerrado do Estado de Goiás. 2007. Tese (Doutorado em Agronomia) – Universidade Federal de Goiás, Goiânia. 2007 FERREIRA, M.; ARAÚJO, A. J. Procedimentos e recomendações para teste de procedência. Curitiba: EMBRAPA, 1981. (EMBRAPA. Documentos URPFCS, n.6). FERREIRA, M. E.; GRATTAPAGLIA, D. Introdução ao uso de marcadores moleculares em análise genética. Brasília: EMBRAPA-CENARGEN, 1998. 220p. (EMBRAPA-CENARGEN Documento, 20). FUTUYMA, D. J. Biologia evolutiva. 2. ed. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética/CNPq, 1992. 646p. GANGA, R. M. D. Variabilidade de plantas e progênies de populações naturais de Hancornia speciosa Gomes do Cerrado. 2008. 126p. Tese (Doutorado em Agronomia: Genética e Melhoramento de Plantas) - Escola de Agronomia, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2008. GANGA, R. M. D; CHAVES, L. C.; NAVES, R. V. Parâmetros genéticos em progênies de Hancornia speciosa Gomes do Cerrado. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 37, n. 84, p. 395-404, 2009. GANGA, R. M. D; CHAVES, L. C.; NAVES, R. V.; NASCIMENTO, J. L. do. Caracterização de frutos e árvores de populações naturais de Hancornia speciosa gomes do cerrado. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 32, n. 1, p. 101-113, 2010. GIORDANI, S. C. O. Estimação de parâmetros genéticos para caracteres de crescimento em pequi (Caryocar brasiliense Camb.) em estágio precoce. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal). 2010. 60p. Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina. Minas Gerais. 2010. GOUDET, J. FSTAT: A program to estimate and test gene diversities and fixation indices. 2002. Disponível em: . GRIBEL, R. Ecologia da polinização e da dispersão de Caryocar brasiliense Camb. (Caryocaraceae) na região do Distrito Federal. 1986. 109 p. Dissertação (Mestrado) Universidade de Brasília, Brasília.

118

GRIBEL, R.; HAY, J. D. 1993. Pollination ecology of Caryocar brasiliense (Caryocaraceae) in Central Brazil cerrado vegetation. J. Trop. Ecol., Cambridge, v.9, p.199-211. GUARIM NETO, G. e MORAIS, R. G. de. Recursos medicinais de espécies do Cerrado de Mato Grosso: um estudo bibliográfico. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 17, n. 4, p. 561-584, 2003. GULIAS, A. P. S. M.; RIBEIRO, J. F.; OLIVEIRA, M. C. DE; AQUINO, F. G.; SILVA, M. R. DA. Produtividade dos Pequizeiros (Caryocar brasiliense Camb.) no município de Damianópolis, Goiás. Anais... IX simpósio Nacional dos Cerrados e II Simpósio Internacional Savanas Tropicais. Desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade, agronegócio e recursos naturais. 2008. HACKBART, V. C. S.; CORDAZZO, C. V. Ecologia das sementes e estabelecimento das plântulas de HACKBART, V. C. S.; CORDAZZO, C. V. Ecologia das sementes e estabelecimento das plântulas de Hydrocotyle bonariensis Lam. Atlântica, Rio Grande, n. 25, v. 1, p. 61-65, 2003. HAMRICK, J. L. Plant population genetics and evolution. American Journal of Botany, St. Louis, v.69, n.10, p.1685-1693, 1982. HARTL, D.L.; CLARK, A.G. Principles of population genetics. 3. ed. Sunderland: Sinauer Associates, 1997. 542p. HENDERSON, C. R.; QUAAS, R. L. Multiple trait evaluation using relatives records. Journal of Animal Science, Champaign, v.43, p.1188-1197, 1976. HERINGER, E. P. Pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.). Brasil Florestal, Brasilia, DF, v. 1, p. 28-31, 1970. HURLBERT, S. H. The NonConcept of Species Diversity: A Critique and Alternatives Parameters. Ecology, New York, v. 52, n.4, p. 577-586. 1971. KAGEYAMA, P. Y. Variação genética de uma população de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden. 1980, 125f. Tese (Doutorado em Genética) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba. 1980. KAGEYAMA, P. Y.; DIAS, I. S. Aplicación de conceptos genéticos a espécies florestais nativas en Brasil. Información sobre Recursos Genéticos Forestales, v.13, p.2-10, 1985. KAGEYAMA, P. Y.; DIAS, I. S. The application of genetic concepts to native forest species in Brazil. Forest genetic resources information, n.13, p 1-11, 1985. KAGEYAMA, P.Y. Conservação in situ dos recursos genéticos de plantas. IPEF, v.35, p.7-48, 1987. KARASAWA, M. M. G. et al. Mating system of Brazilian Oryza glumaepatula populations studied with microsatellite markers. Annals of Botany, England, v. 99, n. 2, Fev, 2007, p. 245-253, 2007.

119

KEARSEY, M. J. Biometrical genetics in breeding. In: HAYWARD, M.D.; BOSEMARK, N.O.; ROMAGOSA, I. Plant breeding: principles and prospects. London: Chapman & Hall, 1993. p.163-183. KERR, W. E.; SILVA, F. R.; TCHUCARRAMAE, B. Pequi (Caryocar brasiliense Camb.) Informações preliminares sobre um pequi sem espinhos no caroço. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 29, n. 1, p. 169-171, 2007. KIKUTI, P. Parâmetros genéticos em progênies de meios irmãos e clonais numa população de Eucalyptus grandis (HILL) Maiden na Região de Telêmaco Borba-PR. Piracicaba, 1988. 128p. Dissertação (Mestrado-ESALQ). KITZMILLER, J. H. Progeny testing- objectives and design. In: SERVICEWIDE GENETIC WORKSHOP, 1983, Charleston. Proceedings... Charleston: South Carolina, 1983. p.231-247. KLINK, C. A.; MACHADO, R. B. A Conservação do Cerrado Brasileiro. Megadiversidade, Belo Horizonte, v.1, n. 1, p. 147-155, 2005. LANDE, R. Neutral theory of quantitative genetic variance in as island model with local extinction and colonization. Evolution, Ontario, v.46, p.381-389, 1992. LEWINSOHN, T. M. (Org.) Avaliação do estado do conhecimento da biodiversidade brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2006.2 v. (Biodiversidade, 15). LEWIS, P. O.; ZAYKIN, D. Genetic Data Analysis: Computer program for the analysis of allelic data. Version 1.0 (d15). http://alleyn.eeb.uconn.edu/gda/2000. LI, Y.C.; KOROL, A. B.; FAHIMA, T.; BEILES, A.; NEVO, E. Microsatellites: Genomic distribution, Putative Functions and Mutational Mechanisms: a Review. Molecular Ecology, v. 11, p. 2453-65, 2002. LOPES, P. S. N.; PEREIRA, A. V.; PEREIRA, E. B. C.; MARTINS, E. R.; FERNANDES, R. C. Pequi. In: VIEIRA, R. F.; COSTA, T. S. A.; SILVA, D. B.; FERREIRA, F. R.; SANO, S. M. Frutas nativas da região Centro-Oeste. Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2006. 320 p.

LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. v.1. Plantarum: São Paulo, 1992, 368p. LOVELESS, M. D.; HAMRICK, J. L. Ecological determinants of genetic structure in plant populations. Annual Review of Ecology and Systematics, Palo Alto, v.15, p.65-95, 1984. LUZ, G. R.; RODRIGUES, P. M. S.; COUTINHO, E. S.; MENINO, G. C. O.; NUNES, Y. R. F. Biometria de frutos e taxa de ataque por insetos a frutos e putâmens de Caryocar brasiliense Camb. (caryocaraceae) provenientes de três localidades do norte de minas gerais. Anais... VIII Congresso de Ecologia do Brasil, 2007.

120

LYNCH, M. A quantitative-genetic perspective on conservation issues. In: AVISE, J.C.; HAMRICK, J.L. Conservation genetics: case histories from nature. New York: Champan and Hall, 1996, p.471-501. MACHADO, R. B.; AGUIAR, L. M. S.; CASTRO, A. A. J. F.; NETO, M. B. R. Caracterização da fauna e flora do cerrado. In: FALEIRO, F. G.; FARIAS NETO, A. L. (Org.). Savanas: desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade, agronegócio e recursos naturais. Planaltina, DF; Embrapa Cerrados, 2008. p. 285-300. MARTINS, C. C.; NAKAGAWA, J.; BOVI, M. L. A. Efeito da posição da semente no substrato e no crescimento inicial das plântulas de Palmito-Vermelho (Euterpe espiritosantensis Fernandes – Palmae). Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v. 21, n. 1, p. 164-173, 1999. MARTINS, G. T. Efeitos da estrutura genética do habitat na diversidade genética do pequizeiro (Caryocar brasiliense Cambess: Caryocaraceae). 2008. 57f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) – UNIMONTES, Universidade Estadual de Montes Claros. Montes Claros. 2008. MELO, J. T. Fatores relacionados com a dormência de sementes de pequi (Caryocar brasiliense Camb.). Dissertação de Mestrado. 1987. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Piracicaba, São Paulo. 92 p. MELO JÚNIOR, A. F.; CARVALHO, D.; PÓVOA, J. S. R.; BEARZOTI, E. Estrutura genética de populações naturais de pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.). Scientia Forestalis, Piracicaba, n.66. p.56-65. 2004. MENDONÇA, R. C. de; FELFILI, J. M.; WALTER, B. M. T.; SILVA JÚNIOR, M. C. da; REZENDE, A. V.; FILGUEIRA, T. S.; NOGUEIRA, P. E. Flora vascular do Cerrado. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P. (Ed.). Cerrado: ambiente e flora, Planaltina: Embrapa Cerrados. Brasília, 1998. p.289-556. MENDONÇA, R. C. de; FELFILI, J. M.; WALTER, B. M. T.; SILVA JÚNIOR, M. C. da; REZENDE, A. V.; FILGUEIRA, T. S.; NOGUEIRA, P. E.; FAGG, C. W. Flora vascular do bioma Cerrado Checklist com 12.356 espécies. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P de; RIBEIRO, J. F. (Ed.). Cerrado: Ecologia e Flora. 1 ed. Embrapa Cerrados. – Brasília, DF: Embrapa Informação tecnológica, 2008. v.2, cap.15. p.421- 442. MORGANTE, M.; OLIVIERI, A. M. PCR-amplified microsatellites as markers in plant genetics. Plant Journal, Michigan, v. 3, n. 1, p. 175-182, 1993. MYERS, N.; MITTERMEIER, R. A.; MITTERMEIER, C. G.; FONSECA, G. A. B.; KENT, J. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, London, v. 403, n 6772, p. 853-858, 2000.

121

MOURA, N. F. Estrutura genética de subpopulações de mangabeira (Hancornia speciosa Gomez) nos cerrados do Brasil Central. 2003. 70 f. Dissertação (Mestrado em agronomia: Genética e Melhoramento de Plantas, Universidade Federal de Goiás, Goiânia. MOURA, N. F.; CHAVES, L.; VENCOVSKY, R.; NAVES, R. V.; AGUIAR, A. V.; MOURA, M. F. Genetic structure of mangaba (Hancornia speciosa Gomes) populations in the cerrado region of central Brazil. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 27, p. 473-481, 2011. NAVES, R.V. Espécies frutíferas nativas dos Cerrados de Goiás: caracterização e influência do clima e dos solos. 1999. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia. NEI, M. Genetics distance between populations. American Naturalist, Chicago, v. 106, p.283-292. 1972. NEI, M. Analysis of genetic diversity in subdivided populations. Proceedings of the National Academy of Sciences, Washington, v.70, p.3321-3323.1973. NEI, M. Estimation of average heterozigosity and genetic distance from a small number of individuals. Genetics, Pittsburgh, v.89, p.583-590, 1978. NEI, M. F-statistics and analysis of gene diversity in subdivided population. Annals of Human Genetic, London, v. 41, p.225-233, 1977. NEI, M. 1987. Molecular Evolutionary Genetics. Columbia University Press, New York. OLIVEIRA, K. A. K. B. Variabilidade genética entre e dentro de subpopulações de pequi (Caryocar brasiliense Camb.) do estado de Goiás. 1998, 105f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Escola de Agronomia, Universidade Federal de Goiás, Goiânia. 1998. OLIVEIRA, E. J.; PÁDUA, J. G.; ZUCCHI, M. I.; VENCOVSKY, R.; VIEIRA, M. L. C. Origin, evolution and genome distribution of microsatellites. Genetics and Molecular Biology, Ribeirão Preto, v.29, n. 2, p.294-307. 2006. OLIVEIRA, M. E. B.; GUERRA, N. B.; BARROS, L. M.; ALVES, R. E. Aspectos agronômicos e de qualidade do pequi. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2008. 32p. (Documentos, 113). OLIVEIRA, M. E. B. DE; GUERRA, N. B.; MAIA, A. H. N.; ALVES, R. E.; XAVIER, D. S.;MATOS, N. M. S. Caracterização física de frutos do pequizeiro nativos da chapada do araripe. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 31, n. 4, p. 1196-1201, Dezembro 2009. PAIVA, J. R.; VALOIS, A. C. C. Conservação in situ de espécies arbóreas. In.: NASS, L.L.; VALOIS, A.C.C.; MELO, I.S.; VALADRES-INGLIS, M.C. Recursos genéticos e melhoramento de plantas. Rondonópolis: Fundação-MT, 2001, p.79-99.

122

PAULA-JUNIOR, W.; ROCHA, F.H.; DONATTI, L.; FADELPICHETH, C.M.T.; WEFFORT-SANTOS, A.M. Leishmanicidal, antibacterial, and antioxidant activities of Caryocar brasiliense Cambess leaves hydroethanolic extract. Rev. Bras. Farmacog., Curitiba, v.16, suppl., p.625-630, 2006. PAULA, R. C. Variabilidade genética para densidade básica da madeira e para característica de crescimento e de eficiência nutricional em famílias de meio-irmãos de Eucalyptus camaldulensis Dehn. 1995. 126f. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Viçosa, Viçosa,1995. PATERNIANI, E.; MIRANDA FILHO, J.B. Melhoramento de populações. In: PATERNIANI, E.; VIEGAS, G.P. Melhoramento e produção de milho. Campinas: Fundação Cargill, 1987, v.1. p.217-74. PATTERSON, H. D.; THOMPSON, R. Recovery of inter-block infomation when blocks sizes are unequal. Biometrika, Oxford, v.58,p.545-554,1971. PEREIRA, A. B.; MARQUES JÚNIOR, O. G.; RAMALHO, M. A. P.; ALTHOFF, P. Eficiência da seleção precoce em famílias de meios irmãos de Eucalyptus camaldulensis dehnh., avaliadas na região noroeste do Estado de Minas Gerais. Revista Cerne, Lavras, v. 3, n. 1, p. 67-81, 1997. PEREIRA, A. V., PEREIRA, E. B. C., JUNQUEIRA, N. T. V., FIALHO, J. F. Enxertia de mudas de pequizeiro. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados. 2002. 25p. (Documentos, 66). PIANOVSKI, A. R. ; VILELA, A. F. G.; SILVA, A. A. S. da; LIMA, C. G.; SILVA, K. K. da; CARVALHO, V. F. M,; DE MUSIS, C. R.; MACHADO, S. R. P.; FERRARI, M. Uso do óleo de pequi (Caryocar brasiliense) em emulsões cosméticas: desenvolvimento e avaliação da estabilidade física. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, São Paulo, vol. 44, n. 2, 2008. R DEVELOPMENT CORE TEAM (2008). R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. ISBN 3900051-07-0, URL http://www.R-project.org. RAMOS, K. M. C.; SOUZA, V. A. B. de. Características físicas e químico-nutricionais de frutos de pequizeiro (Caryocar coriaceum WITTM.) em populações naturais da região meio-norte do brasil. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 33, n. 2, p. 500508, Junho 2011. RANZANI, G. Solos do Cerrado no Brasil!. In: FERRI, M. G. (Coord.) SIMPÓSIO SOBRE O CERRADO, 3. 1971. São Paulo. Anais... São Paulo:Edgard Blucher, EDUSP. 1971. P.26-41. RAPOSO, A.; MARTINS, K.; CIAMPI, A. Y.; WADT, L. H. O; VEASEY, E. A. Diversidade genética de populações de Andiroba no Baixo Acre. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Planaltina, v. 42, n. 9. p. 1291-1298, 2007.

123

RATTER, J.A.; RIBEIRO, J. F. Biodiversity of the flora of the cerrado. In: VIII Simpósio sobre o cerrado: Biodiversidade e produção sustentável de fibras nos cerrados. Anais... Brasília, EMBRAPA, 1996. p.3-5. RESENDE, M. D. V. de. Análise estatístico de modelos mistos via REML/BLUP na experimentação em melhoramento de plantas perenes. Colombo: Embrapa Floresta, 2000. 101p. (Documento, 47). RESENDE, M. D. V. de. SELEGEN-REML/BLUP. Seleção genética computadorizada: manual do usuário. Colombo: EMBRAPA–CNPF, 2002a. 67p. RESENDE, M. D. V. de. Genética biométrica e estatística no melhoramento de plantas perenes. EMBRAPA: Informação tecnológica. Brasília, 2002b. 975p. RESENDE, M. D. V. de. Matemática e estatística na análise de experimentos e no melhoramento genético. Colombo: Embrapa Florestas, 2007. 362 p. RESENDE, M. D. V.; FERNANDES, J. S. C. Procedimento BLUP individual para delineamentos experimentais aplicados ao melhoramento florestal. Revista de Matemática e Estatística, Marília, v.17, p.87-109, 1999. RESENDE, M. D. V. ; HIGA , A. R. Maximização da eficiência da seleção em testes de progênies de Eucalyptus através da utilização de todos os efeitos do modelo matemático. Boletim de Pesquisa Florestal, Colombo, n.28/29, p.37-55, 1994. RESENDE, M. D. V.; MORA. A. L.; HIGA, A. R.; FILHO, E. P. efeito do tamanho amostral na estimativa da herdabilidade em espécies perenes. Floresta, Curitiba, v. 28, p. 51-63. 2004. RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. Fitofisionomias do bioma cerrado. In: AGUIAR, L. M. S.; CAMARGO, A. J. A. Cerrado: ambiente e flora. Planaltina, DF: EMBRAPA – CPAC, 1998. Cap. 3, p. 89-166. RIBEIRO, J. F.; BRIDGEWATER, S. RATTER, J. A.; SOUSA-SILVA, J. C. Ocupação do bioma Cerrado e conservação de sua diversidade vegetal. In: SCARIOT, A.; SOUSASILVA, J. C.; FELFILI, J. M. (Org.). Cerrado: ecologia, biodiversidade e conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2005. p.383-400. RIBEIRO, J. F.; OLIVEIRA, M. C.; GULIAS, A. P. S. M.; FAGG, J. M. F.; AQUINO, F.G. Uso múltiplos da biodiversidade no bioma Cerrado: estratégia sustentável para a sociedade, o agronegócio e os recursos naturais. In: FALEIRO, F. G.; FARIAS NETO, A. L. (Org.). Savanas: desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade, agronegócio e recursos naturais. Planaltina, DF; Embrapa Cerrados, 2008. p. 337-360. RIBEIRO, R. A.; RODRIGUES, F. M. Genética da conservação em espécies vegetais do cerrado. R. Ci. Méd. biol., Salvador, v. 5, n. 3, p. 253-260. 2006. RIEGER, M. M. Skin lipids and their importance to cosmetic science. Cosmet. Toiletries, v.102, n.7, p.45-49, 1987.

124

RITLAND, K. Gene identity and the genetic demography of plant populations. In: BROWN, A.H.D.; CLEGG. M.T.; KAHLER, A.L.; WEIR, B.S. Plant population genetic, breeding, and genetic resources. 1989, Sunderland: Massachusetts. 449p. II international symposium on population genetics and germplasm resources in crop Improvement. Anais.... Califórnia, 1989. ROCHA, J. P. Fatores genéticos e ambientais na emergência de plântulas de pequizeiro (Caryocar brasiliense camb.) Dissertação de mestrado – Diamantina: UFVJM, 2009. 34p. ROCHA, J. P., FERNANDES, J. S. C. Fatores ambientais e genéticos na germinação de sementes de pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) In: V Congresso Brasileiro de Melhoramento de Plantas, 2009, Guarapari, ES. Anais... Guarapari, 2009a. ROCHA, J. P., FERNANDES, J. S. C., GIORDANI, S. C. O., ROCHA, H. C., SANTANA, R. C. Germinação de sementes de pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) semeadas diretamente no campo. In: V Congresso Brasileiro de Melhoramento de Plantas, 2009, Guarapari, ES. Anais... Guarapari, 2009b. RODRIGUES, A. J. L. Desenvolvimento de marcadores microssatélites e estrutura genética de Hancornia speciosa Gomes (Apocynaceae). Goiás. 2009. 106p. Tese (Doutorado em Agronomia) Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2009. RODRIGUES, L. J. O pequi (Caryocar brasiliense Camb.): ciclo vital e agregação de valor pelo processamento mínimo. Minas Gerais. 2005. 152p. Dissertação (Mestrado em Ciência dos Alimentos) Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2005. RODRIGUES, F. S., NEIVA, I. P., FERNANDES, J. S. C. Germinação de sementes de pequizeiro de diferentes procedências e progênies plantadas diretamente no campo. In: I Simpósio de Pesquisa em Ciências Agrárias no Semi-Árido Mineiro, 2007, Janaúba, MG. Anais... Janaúba, 2007. v.1. p.92 – 92. ROSA, M. E. C. da. Ambientes de ocorrência e produção de pequi (Caryocar brasiliense Camb.) no estado de Goiás. Goiânia, 2004. 120f. Tese (Doutorado em Agronomia) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2004. SANTOS, B. R.; PAIVA, R.; DOMBROSKI, J. L. D.; MARTINOTTO, C.; NOGUEIRA, R. C.; SILVA, A. A. N. Pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb): uma espécie promissora do cerrado brasileiro. Lavras: UFLA, 2005. 32p. (Boletim Agropecuário, 64). SAS INSTITUTE. SAS/GRAPH Software: reference. Version 8. Cary, 2000. SEBBENN, A. M.; SIQUEIRA, A. C. M. F.; KAGEYAMA, P. Y.; MACHADO, J. A. R. Parâmetros genéticos na conservação da cabreúva (Myroxylon peruiferum L.F. allemão. Scientia Forestalis, Piracicaba, n.53, p.31-38, 1998.

125

SEBBENN, A. M.; SIQUEIRA, A. C. M. F.; ROLAND, V.; MACHADO, J. A. R. Interação genótipo x ambiente na conservação ex situ de Peltophorum dubium, em duas regiões do estado de São Paulo. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v.11, n.1, p.7589, 1999. SEBBENN, A. M.; KAGEYAMA, P. Y.; ZANATTO, A. C. S. Estrutura genética de populações de jequitibá-rosa (Cariniana legalis (Mart) O. Ktze) por caracteres quantitativos e isoenzimáticos. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v.13, n.2, p.121134, 2001. SILVA, D. B.; JUNQUEIRA, N. T. V.; SILVA, J. A. Avaliação do potencial de produção do “pequizeiro-anão” sob condições naturais na região sul do Estado de Minas Gerais. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.23, n.3, p.726-729, 2001. SILVA JÚNIOR, M.C. Guia de Campo: 100 árvores do cerrado. Brasília: Editora Rede de Sementes do Cerrado, 2005. SILVA, L. O.; COSTA, D. A.; ESPIRITO SANTO FILHO, K. do; FERREIRA, H. D.; BRANDÃO, D. Levantamento Florístico e Fitossociológico em duas Áreas de Cerrado Sensu Stricto no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, Goiás. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v.16, n.1, p.43-53, 2002. SILVA, M. A. P. da; MEDEIROS FILHO, S. Morfologia de fruto, semente e plântula de piqui (Caryocar coriaceum Wittm.). Ciência Agronômica, Fortaleza, v.37, p.320-325, 2006. SHIMIZU, J. K.; PITO JÚNIOR, J. E. Diretrizes para crescimento de fontes de material melhorado para reflorestamento. Curitiba: EMBRAPA-CNPF, 1988. 15p. (EMBRAPACNPF. Documentos 18). SLATKIN, M. A measure of population subdivision based on microsatellite allele frequencies. Genetics, Pittsburgh, v.139, p.457-462, 1995. SOBIERAJSKI, G. da R. Estudo genético de populações de bragatinga (Mimosa scarabella Bent.) por marcador isoenzimático e caracteres quantitativos. Dissertação de mestrado – Escola Superior da Agricultura Luiz de Queiroz/ ESALQ. Piracicaba. 2004.128p. SOUZA, A. P. Biologia molecular aplicada ao melhoramento. In.: NASS, L. L.; VALOIS, A.C.C.; MELO, I.S.; VALADARES-INGLIS, M.C. (Ed.) Recursos genéticos e melhoramento: plantas. Rondonópolis: Fundação MT, 2001. p.939-966. SOUZA, O. A. de; NASCIMENTO, J. L. do; NAVES, R. V.; BORGES, J. D. Propagação sexuada de pequizeiro (Caryocar brasiliense camb.): Efeito da procedência de frutos e do ácido giberélico na emergência de plântulas. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v. 37, n.3, p. 131-136, 2007.

126

SOUZA; E. R. B. Caracterização física de frutos do pequizeiro (Caryocar brasiliense camb.) no estado de Goiás. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v.35, n.2, p. 93-99, 2005. STURION, J. A.; RESENDE, M. D. V de. Avaliação genética e análise de deviance em um teste desbalanceado de procedência e progênie de Ilex paraguarienses. Pesquisa Florestal Brasileira (Nota científica), Colombo, v.30, n.62, p.157-160. 2010 TORGGLER, M. G. F.; CONTEL, E. P. B.; TORGGLER, S. P. Isoenzimas: variabilidade genética em plantas. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, 1995. 186p. TRINDADE, M. da G. Estrutura Genética de Populações Naturais de Cagaiteira (Eugenia dysenterica DC) do Nordeste de Goiás, Brasil. 2001. 99f. Dissertação (Mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas) - Escola de Agronomia, Universidade Federal de Goiás. Goiânia. TRINDADE, M. G.; CHAVES, L. J. Genetic structure of natural Eugenia dysenterica DC (Myrtaceae) populations in northeastern Goiás, Brasil, accessed by morphological traits and RAPD markers. Genetics and Molecular Biology, Ribeirão Preto, v.28, p.407-413, 2005. VALOIS, A. C.; SALOMÃO, A. N.; ALLEM, A. C. (Org.) Glossário de recursos genéticos vegetais. Brasília: Embraoa - SPI, 1996. 62p. (EMBRAPA/CENARGEN). VENCOVSKY, R.; BARRIGA, P. Genética biométrica no fitomelhoramento. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, 1992. 496p. VERA, R.; NAVES, R. V.; NASCIMENTO, J. L. do; CHAVES, L. J.; LENDRO, W. M.; SOUZA, E. R. B. de. Caracterização física de frutos do pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) no Estado de Goiás. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v.35, p.71-79, 2005. VERA, R.; SOUZA, E. R. B. de.; FERNANDES, E. P.; NAVES, R. V.; SOARES JÚNIOR, M. S.; CALIARI, M.; XIMENES, P. A. Caracterização física e química de frutos do pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) oriundos de duas regiões no estado de Goiás, Brasil. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v.37, p.93-99, 2007. VILELA, G. F. Variações em populações naturais de Caryocar brasiliense Camb. (Caryocaraceae): fenológicas, genéticas e de valores nutricionais de frutos. 1998. 88 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1998. VITTI, A. P.; KAGEYAMA, P. Y.; COSTA, L. G. S.; BILLA, A. D.; SEGUESSE, F.; SILVA, F. F. Estrutura genética em populações de Cecropia cinerea e Esenbeckia leiocarpa plantadas segundo a sucessão secundária. CONGRESSO NACIONAL SOBRE ESSÊNCIAS NATIVAS, 2., 1992, São Paulo. Anais... São Paulo: Instituto Florestal, 1992. pt.4, p.1209-12.

127

WADT, L. H. de O. Estrutura genética de populaces naturais de pimenta longa (Piper hispidinervum C.DC.), visando seu uso e conservação. 2001. 95p. Tese (Doutorado em Genética). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. USP. Piracicaba. 2001. WEIR, B. S. Genetic data analysis II: methods for discrete population genetic data. Sunderland: Sinauer Associates, 1996. 445p. WRIGHT, S. The genetical structure of populations. Annals of Eugenics, Oxford, v.15, p.323-354, 1951. WRIGHT, S. The interpretation of population structure by F-statistic with special regard to systems of mating. Evolution, Ontário, v.19, p.395-420. 1965. WRIGHT, J. W. Introduction to forest genetics. New York: Academic Press, 1976. 463p. YEHH, Y.; KANG, S. S.; CHUNG, M. G. Evaluation of the natural monument populations of Cammelia japonica (thearaceae) in Korea based on alloenzimes studies. Botanical Bulletin of Academia Sinica, Shangai, v.37, n.1, p. 141-146, 1996. ZOBEL, B. J.; TALBERT, J. Applied forest tree improvement. New York: John Wiley and Sons. 1984. 496p. ZUCCHI, M. I.; BRONDANI, R. V.; PINHEIRO, J. B.; BRONDANI, C.; VENCOVSKY, R. Transferability of microsatellite markers from Eucalyptus spp. to Eugenia dysenterica (Myrtaceae family). Molecular Ecology Notes, Vancouver, v.2, p.512-514. (2002) ZUCCHI, M. I.; BRONDANI, R. V, PINHEIRO, J. B,; COELHO, A. S. G,; CHAVES, L. J.; Vencovsky, R. Genetic structure and gene flow in Eugenia dysenterica DC in the Brazilian cerrado utilizing SSR markers. Genetics and Molecular Biology. Ribeirão Preto, v.26, p.449-458. 2003

7. ANEXOS

129

Anexo A. Regiões, progênies e coordenadas geográficas das matrizes de Caryocar brasiliense coletadas no Cerrado (2007, 2008 e 2009). Região

Progênie

Latitude (S)

Longitude (W)

1

1

S 16º 36,756’

W 50º 54,780’

1

2

S 16º 36,756’

W 50º 54,780’

1

3

S 16º 36,756’

W 50º 54,780’

1

4

S 16º 36,756’

W 50º 54,780’

1

5

S 16º 36,764’

W 50º 54,785’

1

6

S 16º 38,688’

W 50º 51,918’

1

7

S 16º 38,835’

W 50º 51,889’

1

8

S 16º 38,835’

W 50º 51,889’

1

9

S 16º 36,363’

W 50º 50,186’

1

10

S 16º 36,756’

W 50º 54,780’

1

11

S 16º 36,756’

W 50º 54,780’

1

12

S 16º 36,756’

W 50º 54,780’

2

13

S 16º 09,550’

W 44º 24,126’

2

14

S 16º 09,541’

W 44º 24,150’

2

15

S 16º 00,512’

W 44º 18,634’

2

16

S 16º 00,510’

W 44º 18,625’

2

17

S 16º 00,510’

W 44º 18,606’

2

18

S 16º 00,427’

W 44º 18,333’

2

19

S 15º 58,467’

W 44º 14,771’

2

20

S 15º 58,152’

W 44º 15,089’

2

21

S 16º 02,311’

W 44º 14,524’

2

22

S 16º 02,311’

W 44º 14,522’

2

23

S 16º 02,312’

W 44º 14,522’

2

24

S 16º 02,312’

W 44º 14,522’

2

25

S 16º 11,926’

W 44º 12,720’

2

26

S 16º 02,312’

W 44º 14,522’

2

27

S 16º 11,928’

W 44º 12,720’

2

28

S 16º 11,928’

W 44º 12,720’

130

Região

Progênie

Latitude (S)

Longitude (W)

2

29

S 16º 17,197’

W 44º 38,088’

2

30

S 16º 17,202’

W 44º 38,083’

2

31

S 16º 22,639’

W 44º 48,572’

2

32

S 16º 22,696’

W 44º 48,541’

2

33

S 16º 23,692’

W 44º 48,905’

2

34

S 16º 25,065’

W 44º 49,558’

2

35

S 16º 31,432’

W 44º 48,065’

2

36

S 16º 30,841’

W 44º 47,176’

2

37

S 16º 30,498’

W 44º 46,748’

2

38

S 16º 32,041’

W 44º 46,888’

2

39

S 16º 50,437’

W 44º 05,804’

2

40

S 16º 50,437’

W 44º 05,804’

2

41

S 16º 50,437’

W 44º 05,804’

2

42

S 17º 05,272’

W 44º 20,615’

2

43

S 17º 05,271’

W 44º 20,615’

2

44

S 17º 05,271’

W 44º 20,615’

2

45

S 17º 05,271’

W 44º 20,615’

2

46

S 17º 05,271’

W 44º 20,615’

2

47

S 17º 12,869’

W 44º 28,447’

3

48

S 14º 34,857’

W 46º 12,579’

3

49

S 14º 34,870’

W 46º 12,603’

3

50

S 14º 34,643’

W 46º 11,919’

3

51

S 14º 33,957’

W 46º 07,314’

3

52

S 14º 32,070’

W 46º 05,625’

3

53

S 14º 32,085’

W 46º 05,631’

3

54

S 14º 32,057’

W 46º 05,698’

3

55

S 14º 32,035’

W 46º 05,705’

3

56

S 14º 32,035’

W 46º 05,73’

3

57

S 14º 31,002’

W 46º 34,456’

3

58

S 14º 32,243’

W 46º 32,642’

131

Cont. Região

Progênie

Latitude (S)

Longitude (W)

4

59

S 09º 06,185’

W 49º 00,764’

4

60

S 10º 34,960’

W 49º 09,038’

4

61

S 10º 34,977’

W 49º 09,027’

4

62

S 10º 34,986’

W 49º 06,765’

4

63

S 10º 38,076’

W 48º 59,514’

4

64

S 10º 38,079’

W 48º 59,517’

4

65

S 16o 39’ 36’’

W 48º 48’ 370’’

4

66

S 16o 39’ 36’’

W 48º 48’ 370’’

4

67

S 16o 39’ 36’’

W 48º 48’ 370’’

4

68

S 16o 39’ 36’’

W 48º 48’ 370’’

4

69

S 16o 39’ 36’’

W 48º 48’370’’

5

70

S 13º 37,870’

W 49º 13,595’

5

71

S 13º 49,602’

W 49º 08,167’

5

72

S 13º 49,705’

W 49º 08,451’

5

73

S 13º 49,68’

W 49º 08,443’

5

74

S 13º 49,708’

W 49º 08,408’

5

75

S 13º 49,628’

W 49º 08,273’

5

76

S 13º 49,657’

W 49º 08,172’

6

77

S 15º 14,599’

W 50º 30,220’

6

78

S 15º 14,524’

W 50º 30,278’

6

79

S 15º 14,686’

W 50º 30,323’

6

80

S 15º 17,991’

W 50º 26,465’

6

81

S 15º 18,067’

W 50º 26,468’

6

82

S 15º 18,004’

W 50º 26,549’

6

83

S 15º 18,002’

W 50º 26,527’

6

84

S 15º 28,713’

W 50º 24,195’

6

85

S 15º 28,74’

W 50º 24,185’

6

86

S 15º 28,749’

W 50º 24,268’

7

87

S 14º 21,921’

W 50º 54,269’

132

Cont. Região

Progênie

Latitude (S)

Longitude (W)

7

88

S 14º 21,863’

W 50º 53,779’

7

89

S 14º 21,844’

W 50º 53,771’

7

90

S 14º 21,87’

W 50º 53,771’

7

91

S 14º 22,019’

W 50º 53,488’

8

92

S 13º 31,692’

W 52º 44,909’

8

93

S 13º 31,667’

W 52º 45,016’

8

94

S 13º 31,375’

W 52º 55,94’

8

95

S 13º 30,884’

W 52º 43,44’

8

96

S 13º 30,876’

W 52º 48,451’

8

97

S 13º 30,784’

W 52º 43,426’

8

98

S 13º 30,793’

W 52º 43,409’

8

99

S 13º 27,531’

W 52º 34,538’

8

100

S 13º 27,531’

W 52º 34,538’

8

101

S 13º 27,531’

W 52º 34,538’

8

102

S 13º 27,531’

W 52º 34,538’

8

103

S 13º 27,531’

W 52º 34,538’

8

104

S 13º 27,531’

W 52º 34,538’

8

105

S 13º 26,585’

W 52º 34,791’

8

106

S 13º 26,585’

W 52º 34,791’

8

107

S 14º 09,483’

W 51º 25,584’

8

108

S 14º 33,757’

W 50º 53,467’

8

109

S 14º 36,330’

W 50º 59,435’

9

110

S 19º 59,191’

W 46º 15,617’

9

111

S 19º 59,194’

W 46º 15,617’

9

112

S 19º 59,338’

W 46º 15,759’

9

113

S 19º 59,344’

W 46º 15,740’

9

114

S 19º 59,350’

W 46º 15,755’

9

115

S 19º 39,570’

W 46º 12,040’

9

116

S 19º 39,569’

W 46º 12,037’

133

Cont. Região

Progênie

Latitude (S)

Longitude (W)

9

117

S 19º 39,563’

W 46º 12,009’

9

118

S 19º 39,595’

W 46º 12,054’

9

119

S 19º 39,603’

W 46º 12,095’

9

120

S 19º 37,861’

W 46º 16,711’

9

121

S 19º 37,878’

W 46º 16,706’

9

122

S 19º 37,858’

W 46º 16,657’

9

123

S 19º 37,839’

W 46º 16,611’

9

124

S 19º 38,570’

W 46º 14,953’

134

Anexo B. Regiões, progênies e coordenadas geográficas das matrizes de pequizeiro que tiveram seus frutos caracterizados fisicamente (2007 e 2008). Região

Progênies

Latitude (S)

Longitude (W)

1

1

S 16o 09.541’

W 44º 24.150’

1

2

S 16º 00.512’

W 44º 18.634’

1

3

S 16º 00.510’

W 44º 18.625’

1

4

S 16º 00.510’

W 44º 18.606’

1

5

S 16º 00.427’

W 44º 18.333’

1

6

S 15º 58.467’

W 44º 14.771’

1

7

S 15º 58.152’

W 44º 15.089’

1

8

S 16º 02.311’

W 44º 14.524’

1

9

S 16º 02.311’

W 44º 14.522’

1

10

S 16º 02.312’

W 44º 14.522’

1

11

S 16º 02.312’

W 44º 14.522’

1

12

S 16º 11.926’

W 44º 12.720’

1

13

S 16º 02.312’

W 44º 14.522’

1

14

S 16º 11.928’

W 44º 12.720’

1

15

S 16º 22.639’

W 44º 48.572’

1

16

S 16º 22.696’

W 44º 48.541’

1

17

S 16º 23.692’

W 44º 48.905’

1

18

S 16º 25.065’

W 44º 49.558’

1

19

S 16º 31.432’

W 44º 48.065’

1

20

S 16º 30.498’

W 44º 46.748’

1

21

S 16º 32.041’

W 44º 46.888’

1

22

S 16º 50.437’

W 44º 05.804’

1

23

S 16º 50.437’

W 44º 05.804’

1

24

S 16º 50.437’

W 44º 05.804’

1

25

S 17º 05.272’

W 44º 20.615’

1

26

S 17º 05.271’

W 44º 20.615’

135

Cont. Região

Progênie

Latitude (S)

Longitude (W)

1

27

S 17º 05.271’

W 44º 20.615’

1

28

S 17º 05.271’

W 44º 20.615’

1

29

S 17º 05.271’

W 44º 20.615’

1

30

S 17º 12.869’

W 44º 28.447’

2

31

S 14º 34.857’

W 46º 12.579’

2

32

S 14º 34.870’

W 46º 12.603’

2

33

S 14º 34.643’

W 46º 11.919’

2

34

S 14º 32.070’

W 46º 05.625’

2

35

S 14º 32.085’

W 46º 05.631’

2

36

S 14º 32.057’

W 46º 05.698’

2

37

S 14º 32.035’

W 46º 05.705’

2

38

S 14º 31.002’

W 46º 34.456’

2

39

S 14º 32.243’

W 46º 32.642’

3

40

S 09º 06.185’

W 49º 00.764’

3

41

S 10º 34.960’

W 49º 09.038’

3

42

S 10º 34.977’

W 49º 09.027’

3

43

S 10º 34.986’

W 49º 06.765’

3

44

S 10º 38.076’

W 48º 59.514’

3

45

S 10º 38.079’

W 48º 59.517’

4

46

S 16o 39’ 36’’

W 48º 48’ 37’’

4

47

S 16o 39’ 36’’

W 48º 48’ 37’’

4

48

S 16o 39’ 36’’

W 48º 48’ 37’’

4

49

S 16o 39’ 36’’

W 48º 48’ 37’’

4

50

S 16o 39’ 36’’

W 48º 48’37’’

4

51

S 13º 37.870’

W 49º 13.595’

4

52

S 13º 49.602’

W 49º 08.167’

4

53

S 13º 49.705’

W 49º 08.451’

136

Cont. Região

Progênie

Latitude (S)

Longitude (W)

4

54

S 13º 49.680’

W 49º 08.443’

4

55

S 13º 49.708’

W 49º 08.408’

4

56

S 13º 49.628’

W 49º0 8.273’

5

57

S 15º 14.599’

W 50º 30.220’

5

58

S 15º 14.524’

W 50º 30.278’

5

59

S 15º 14.686’

W 50º 30.323’

5

60

S 15º 17.991’

W 50º 26.465’

5

61

S 15o 18.067’

W 50º 26.468’

5

62

S 15º 18.004’

W 50º 26.549’

5

63

S 15º 28.713’

W 50º 24.195’

5

64

S 15º 28.740’

W 50º 24.185’

6

65

S 14º 21.863’

W 50º 53.779’

6

66

S 14º 21.844’

W 50º 53.771’

6

67

S 14º 21.870’

W 50º 53.771’

6

68

S 14º 22.019’

W 50º 53.488’

6

69

S 14º 09.483’

W 51º 25.584’

7

70

S 13º 30.784’

W 52º 43.426’

7

71

S 13º 30.793’

W 52º 43.409’

8

72

S 19º 59.194’

W 46º 15.617’

8

73

S 19º 59.350’

W 46º 15.755’

8

74

S 19º 39.569’

W 46º 12.037’

8

75

S 19º 39.595’

W 46º 12.054’

8

76

S 19º 37.861’

W 46º 16.711’

Região 01 - Norte de Minas Gerais; Região 2 - Nordeste de Goiás; Região 03 - Centro de Tocantins; Região 04 - Sul de Tocantins e Norte de Goiás; Região 05 - Noroeste de Goiás; Região 06 - Médio Araguaia - GO e MT; Região 07 - Água Boa – MT; Região 08 - Centro oeste de Minas Gerais.

137

Anexo C. Regiões, progênies e coordenadas geográficas das matrizes de pequizeiro do Cerrado representadas na coleção da Escola de Agronomia (2009). Região

Progênie

Latitude (S)

Longitude (W)

1

1

S 16º 36,756’

W 50º 54,780’

1

2

S 16º 36,764’

W 50º 54,785’

1

3

S 16º 38,688’

W 50º 51,918’

1

4

S 16º 38,835’

W 50º 51,889’

1

extra

-

-

1

extra

-

-

2

5

S 16 09,550’

W 44 24,126’

2

6

S 16º 09,541’

W 44º 24,150’

2

7

S 16º 00,512’

W 44º 18,634’

2

8

S 16º 00,510’

W 44º 18,625’

2

9

S 15º 58,467’

W 44º 14,771’

2

10

S 16º 02,312’

W 44º 14,522’

2

11

S 16º 11,928’

W 44º 12,720’

2

12

S 16º 50,437’

W 44º 05,804’

2

13

S 16º 50,437’

W 44º 05,804’

2

14

S 17º 05,272’

W 44º 20,615’

3

15

S 17º 12,869’

W 44º 28,447’

3

16

S 14º 34,857’

W 46º 12,579’

3

17

S 14º 32,035’

W 46º 05,73’

3

18

S 14º 32,243’

W 46º 32,642’

3

Extra

S 14º 32,070’

W 46º 05,625’

3

Extra

S 14º 31,002’

W 46º 34,456’

138

Anexo D. Croqui da coleção de Caryocar brasiliense Camb. (teste de progênies) da E.A./UFG.

139

Anexo E. Distribuição das progênies de pequizeiro na coleção da EA/UFG.

Bloco 01

5 18 17

1 8 16

14 13 15

4 2 12

7 11 3

10 6 9

Bloco 02

15 11 4

13 8 6

10 1 14

12 9 17

7 2 18

5 16 3

Bloco 03

18 16 12

2 13 1

9 7 17

8 4 6

5 15 10

11 3 14

Bloco 04

14 11 P13 S11 Iporá

4 12 P10 S09 NE GO

17 3 P07 S09 NE GO

8 2 P13 S03 Iporá

1 18 P05 S01 NE GO

13 6 P04 S05 NE GO

140

Anexo F. Regiões, matrizes e coordenadas geográficas das matrizes de pequizeiro coletadas no Cerrado e genotipadas com seis locos microssatélites (2007, 2008 e 2009).

Região 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

Plantas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34

Matrizes Progênies 1 1 1 1 2 2 2 2 2 3 3 3 4 4 4 5 6 6 6 7 7 7 8 8 9 9 9 9 10 10 11 11 12 12

1 2 3 4 1 2 3 4 5 1 2 3 1 2 3 1 1 2 3 1 2 3 1 2 1 2 3 4 1 2 1 2 1 2

Coordenadas Latitude S 16º 36,764’ S 16º 36,764’ S 16º 36,764’ S 16º 36,764’ S 16º 36,764’ S 16º 38,688’ S 16º 38,688’ S 16º 38,688’ S 16º 38,835’ S 16º 38,835’ S 16º 38,835’ S 14º 32,070’ S 16º 09,550’ S 16º 09,550’ S 16º 09,550’ S 16º 09,541’ S 16º 09,541’ S 16º 09,541’ S 16º 00,512’ S 16º 00,512’ S 16º 00,510’ S 16º 00,510’ S 16º 00,510’ S 16º 00,510’ S 16º 00,510’ S 16º 00,510’ S 16º 00,427’ S 16º 00,427’ S 15º 58,467’ S 15º 58,467’

Longitude W 50º 54,785’ W 50º 54,785’ W 50º 54,785’ W 50º 54,785’ W 50º 54,785’ W 50º 51,918’ W 50º 51,918’ W 50º 51,918’ W 50º 51,889’ W 50º 51,889’ W 50º 51,889’ W 46º 05,625’ W 44º 24,126’ W 44º 24,126’ W 44º 24,126’ W 44º 24,150’ W 44º 24,150’ W 44º 24,150’ W 44º 18,634’ W 44º 18,634’ W 44º 18,625’ W 44º 18,625’ W 44º 18,625’ W 44º 18,625’ W 44º 18,606’ W 44º 18,606’ W 44º 18,333’ W 44º 18,333’ W 44º 14,771’ W 44º 14,771’

141

Cont. Região 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3

Plantas 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71

Matrizes Progênies 13 13 14 14 14 15 15 15 15 15 16 16 17 18 18 18 19 19 19 19 20 20 20 20 20 21 22 22 22 23 23 23 23 24 24 24 25

1 2 1 2 3 1 2 3 4 5 1 2 1 1 2 3 1 2 3 4 1 2 3 4 5 1 1 2 3 1 2 3 4 1 2 3 1

Coordenadas Latitude S 16º 02,312’ S 16º 02,312’ S 16º 02,312’ S 16º 02,312’ S 16º 02,312’ S 16º 11,928’ S 16º 11,928’ S 16º 11,928’ S 16º 11,928’ S 16º 11,928’ S 16º 11,928’ S 16º 11,928’ S 16º 31,432’ S 16º 50,437’ S 16º 50,437’ S 16º 50,437’ S 16º 50,437’ S 16º 50,437’ S 16º 50,437’ S 16º 50,437’ S 17º 05,272’ S 17º 05,272’ S 17º 05,272’ S 17º 05,272’ S 17º 05,272’ S 17º 05,271’ S 17º 12,869’ S 17º 12,869’ S 17º 12,869’ S 14º 34,857’ S 14º 34,857’ S 14º 34,857’ S 14º 34,857’ S 14º 32,035’ S 14º 32,035’ S 14º 32,035’ S 14º 31,002’

Longitude W 44º 14,522’ W 44º 14,522’ W 44º 14,522’ W 44º 14,522’ W 44º 14,522’ W 44º 12,720’ W 44º 12,720’ W 44º 12,720’ W 44º 12,720’ W 44º 12,720’ W 44º 12,720’ W 44º 12,720’ W 44º 48,065’ W 44º 05,804’ W 44º 05,804’ W 44º 05,804’ W 44º 05,804’ W 44º 05,804’ W 44º 05,804’ W 44º 05,804’ W 44º 20,615’ W 44º 20,615’ W 44º 20,615’ W 44º 20,615’ W 44º 20,615’ W 44º 20,615’ W 44º 28,447’ W 44º 28,447’ W 44º 28,447’ W 46º 12,579’ W 46º 12,579’ W 46º 12,579’ W 46º 12,579’ W 46º 05,730’ W 46º 05,730’ W 46º 05,730’ W 46º 34,456’

142

Região 3 3 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 6 6 6 6 6 6 6

Plantas 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109

Matrizes Progênies 26 27 28 29 30 31 32 33 34 34 35 36 37 38 38 38 38 39 40 40 40 40 41 41 42 42 42 42 42 43 43 44 45 46 46 46 46 46

1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 2 3 4 1 1 2 3 4 1 2 1 2 3 4 5 1 2 1 1 1 2 3 4 5

Coordenadas Latitude S 14º 31,070’ S 09º 31,070’ S 09º 34,986’ S 10º 38,076’ S 10º 38,079’ S 13º 39,360’ S 13º 39,360’ S 13º 39,360’ S 13º 39,360’ S 13º 37,870’ S 13º 39,360’ S 13º 39,360’ S 13º 39,360’ S 13º 39,360’ S 13º 39,360’ S 13º 39,360’ S 13º 39,360’ S 13º 39,360’ S 13º 39,360’ S 13º 39,360’ S 13º 39,360’ S 13º 39,360’ S 13º 37,870’ S 13º 37,870’ S 13º 37,870’ S 13º 37,870’ S 13º 37,870’ S 13º 49,602’ S 13º 49,602’ S 15º 14,599’ S 15º 14,524’ S 15º 17,991’ S 15º 17,991’ S 15º 17,991’ S 15º 17,991’ S 15º 17,991’

Longitude W 46º 05,625’ W 49º 00,764’ W 49º 06,765’ W 48º 48,370’ W 48º 48,370’ W 48º 48,370’ W 48º 48,370’ W 49º 13,595’ W 48º 48,370’ W 48º 48,370’ W 48º 48,370’ W 48º 48,370’ W 48º 48,370’ W 48º 48,370’ W 48º 48,370’ W 48º 48,370’ W 48º 48,370’ W 48º 48,370’ W 48º 48,370’ W 48º 48,370’ W 49º 13,595’ W 49º 13,595’ W 49º 13,595’ W 49º 13,595’ W 49º 13,595’ W 49º 08,167’ W 49º 08,167’ W 50º 30,220’ W 50º 30,278’ W 50º 26,465’ W 50º 26,465’ W 50º 26,465’ W 50º 26,465’ W 50º 26,465’

143

Região 6 6 6 6 6 7 7 7 7 7 7 7 7 7 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8

Plantas 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147

Matrizes Progênies 46 47 47 48 48 49 49 50 50 50 50 50 51 51 52 52 52 52 52 52 52 53 54 55 56 56 56 56 56 56 57 57 57 57 57 57 58 58

6 1 2 1 2 1 2 1 2 3 4 5 1 2 1 2 3 4 5 6 7 1 1 1 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2

Coordenadas Latitude S 15º 17,991’ S 15º 18,067’ S 15º 18,067’ S 15º 18,002’ S 15º 18,002’ S 15º 21,921’ S 15º 21,921’ S 14º 21,870’ S 14º 21,870’ S 14º 21,870’ S 14º 21,870’ S 14º 21,870’ S 14º 22,019’ S 14º 22,019’ S 13º 31,692’ S 13º 31,692’ S 13º 31,692’ S 13º 31,692’ S 13º 31,692’ S 13º 31,692’ S 13º 31,692’ S 13º 31,667’ S 13º 30,884’ S 13º 30,793’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’

Longitude W 50º 26,465’ W 50º 26,468’ W 50º 26,468’ W 50º 26,527’ W 50º 26,527’ W 50º 54,269’ W 50º 54,269’ W 50º 53,771’ W 50º 53,771’ W 50º 53,771’ W 50º 53,771’ W 50º 53,771’ W 50º 50,448’ W 50º 50,448’ W 52º 44,909’ W 52º 44,909’ W 52º 44,909’ W 52º 44,909’ W 52º 44,909’ W 52º 44,909’ W 52º 44,909’ W 52º 45,016’ W 52º 43,440’ W 52º 43,409’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’

144

Região 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8

Plantas 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165

Matrizes Progênies 59 59 59 59 59 59 50 60 61 61 61 62 62 62 62 63 63 63

1 2 3 4 5 6 7 1 1 2 3 1 2 3 4 1 2 3

Coordenadas Latitude S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 13º 26,585’ S 14º 09,483’ S 14º 09,483’ S 14º 09,483’ S 14º 33,757’ S 14º 33,757’ S 14º 33,757’ S 14º 33,757’ S 14º 36,330’ S 14º 36,330’ S 14º 36,330’

Longitude W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 52º 34,791’ W 51º 25,584’ W 51º 25,584’ W 51º 25,584’ W 50º 53,467’ W 50º 53,467’ W 50º 53,467’ W 50º 53,467’ W 50º 59,435’ W 50º 59,435’ W 50º 59,435’

145

Anexo G. Frequências alélicas do loco Cb01 de progênies de C. brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado (2011). Alelos

Região 1

Região 2

Região 3

Região 4

Região 5

Região 6

Região 7

Região 8

Frequência Total

154

0,000

0,000

0,000

0,000

0,028

0,000

0,000

0,000

0,003

156

0,033

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,003

160

0,100

0,043

0,125

0,000

0,028

0,000

0,000

0,074

0,054

162

0,100

0,033

0,000

0,000

0,028

0,000

0,000

0,015

0,027

164

0,033

0,011

0,042

0,167

0,111

0,091

0,111

0,015

0,044

166

0,167

0,109

0,000

0,000

0,278

0,227

0,056

0,147

0,139

168

0,100

0,054

0,083

0,333

0,167

0,000

0,000

0,029

0,068

170

0,167

0,033

0,042

0,000

0,000

0,091

0,056

0,059

0,054

172

0,100

0,152

0,250

0,000

0,056

0,364

0,278

0,044

0,139

174

0,000

0,141

0,125

0,167

0,139

0,091

0,111

0,235

0,142

176

0,000

0,054

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,162

0,054

178

0,033

0,087

0,208

0,000

0,000

0,000

0,000

0,147

0,081

180

0,033

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,222

0,000

0,017

182

0,000

0,022

0,042

0,333

0,111

0,000

0,111

0,059

0,051

184

0,133

0,098

0,042

0,000

0,056

0,136

0,056

0,015

0,071

186

0,000

0,054

0,042

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,020

188

0,000

0,033

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,010

190

0,000

0,076

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,024

146

Anexo H. Frequências alélicas do loco Cb03 de progênies de C. brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado (2011). Alelos

Região 1

Região 2

Região 3

Região 4

Região 5

Região 6

Região 7

Região 8

Frequência Total

124

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,095

0,023

126

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,014

0,003

130

0,233

0,033

0,091

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,039

132

0,000

0,000

0,000

0,000

0,026

0,042

0,000

0,000

0,007

134

0,100

0,122

0,045

0,000

0,132

0,083

0,056

0,000

0,076

136

0,000

0,000

0,045

0,125

0,026

0,458

0,111

0,014

0,056

138

0,100

0,011

0,045

0,000

0,053

0,000

0,278

0,068

0,056

140

0,067

0,344

0,227

0,250

0,000

0,000

0,000

0,081

0,151

142

0,033

0,011

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,081

0,026

144

0,067

0,067

0,000

0,000

0,184

0,042

0,111

0,081

0,079

146

0,133

0,067

0,227

0,000

0,105

0,000

0,000

0,095

0,086

148

0,000

0,133

0,136

0,000

0,158

0,208

0,167

0,041

0,105

150

0,000

0,133

0,136

0,250

0,184

0,042

0,000

0,014

0,086

152

0,000

0,056

0,000

0,375

0,053

0,000

0,000

0,014

0,036

154

0,033

0,011

0,045

0,000

0,053

0,000

0,056

0,122

0,049

156

0,100

0,011

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,095

0,036

158

0,133

0,000

0,000

0,000

0,000

0,042

0,000

0,095

0,039

160

0,000

0,000

0,000

0,000

0,026

0,083

0,111

0,000

0,016

162

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,111

0,000

0,007

166

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,095

0,023

147

Anexo I. Frequências alélicas do loco Cb05 de progênies de C. brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado (2011). Alelos

Região 1

Região 2

Região 3

Região 4

Região 5

Região 6

Região 7

Região 8

Frequência Total

132

0,036

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,111

0,000

0,009

136

0,000

0,000

0,000

0,000

0,023

0,000

0,000

0,000

0,003

138

0,000

0,011

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,003

140

0,000

0,011

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,003

142

0,143

0,152

0,083

0,100

0,182

0,091

0,000

0,190

0,146

144

0,036

0,000

0,042

0,100

0,000

0,000

0,167

0,000

0,019

146

0,143

0,130

0,292

0,200

0,114

0,091

0,000

0,083

0,121

148

0,250

0,163

0,167

0,200

0,023

0,045

0,000

0,060

0,109

150

0,143

0,196

0,083

0,100

0,136

0,000

0,056

0,155

0,140

152

0,214

0,033

0,083

0,300

0,045

0,545

0,444

0,238

0,174

154

0,000

0,087

0,000

0,000

0,295

0,182

0,056

0,036

0,090

156

0,000

0,130

0,167

0,000

0,159

0,000

0,167

0,095

0,106

158

0,036

0,076

0,042

0,000

0,000

0,045

0,000

0,119

0,062

160

0,000

0,011

0,042

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,006

162

0,000

0,000

0,000

0,000

0,023

0,000

0,000

0,024

0,009

148

Anexo J. Frequências alélicas do loco Cb06 de progênies de C. brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado (2011). Alelos

Região 1

Região 2

Região 3

Região 4

Região 5

Região 6

Região 7

Região 8

Frequência Total

105

0,000

0,000

0,050

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,003

109

0,250

0,170

0,050

0,100

0,143

0,125

0,056

0,202

0,164

111

0,031

0,011

0,000

0,000

0,024

0,000

0,167

0,000

0,019

113

0,125

0,057

0,400

0,200

0,119

0,125

0,111

0,083

0,113

115

0,156

0,227

0,200

0,300

0,048

0,083

0,000

0,060

0,129

117

0,125

0,227

0,050

0,000

0,143

0,000

0,111

0,155

0,145

119

0,281

0,000

0,000

0,300

0,071

0,458

0,333

0,238

0,164

121

0,000

0,102

0,000

0,000

0,262

0,167

0,111

0,036

0,091

123

0,000

0,125

0,150

0,000

0,143

0,000

0,111

0,095

0,094

125

0,031

0,068

0,000

0,100

0,024

0,042

0,000

0,119

0,063

127

0,000

0,011

0,100

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,009

129

0,000

0,000

0,000

0,000

0,024

0,000

0,000

0,012

0,006

149

Anexo K. Frequências alélicas do loco Cb20 de progênies de C. brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado (2011). Alelos

Região 1

Região 2

Região 3

Região 4

Região 5

Região 6

Região 7

Região 8

138

Frequência Total

0.200

0.167

0.300

0.200

0.050

0.000

0.000

0.000

0.096

140

0.000

0.030

0.050

0.100

0.000

0.042

0.000

0.026

0.025

144

0.000

0.015

0.100

0.000

0.000

0.000

0.000

0.000

0.011

146

0.100

0.333

0.150

0.000

0.050

0.000

0.063

0.092

0.135

148

0.033

0.045

0.050

0.000

0.050

0.000

0.438

0.197

0.103

150

0.000

0.136

0.050

0.000

0.025

0.250

0.063

0.039

0.074

152

0.333

0.015

0.150

0.100

0.100

0.125

0.250

0.066

0.110

154

0.267

0.000

0.050

0.000

0.000

0.000

0.000

0.000

0.032

156

0.067

0.106

0.000

0.500

0.725

0.500

0.188

0.408

0.316

158

0.000

0.015

0.000

0.000

0.000

0.000

0.000

0.118

0.035

160

0.000

0.000

0.000

0.000

0.000

0.042

0.000

0.000

0.004

162

0.000

0.136

0.050

0.000

0.000

0.000

0.000

0.000

0.035

164

0.000

0.000

0.000

0.100

0.000

0.000

0.000

0.000

0.004

168

0.000

0.000

0.050

0.000

0.000

0.042

0.000

0.053

0.021

150

Anexo L. Frequências alélicas do loco Cb23 de progênies de C. brasiliense provenientes de oito regiões do Cerrado (2011). Alelos

Região 1

Região 2

Região 3

Região 4

Região 5

Região 6

Região 7

Região 8

Frequência Total

130

0,214

0,233

0,400

0,100

0,175

0,182

0,250

0,202

0,219

132

0,179

0,011

0,000

0,000

0,000

0,045

0,188

0,024

0,039

138

0,000

0,000

0,000

0,000

0,025

0,273

0,000

0,000

0,023

140

0,000

0,000

0,000

0,100

0,025

0,045

0,188

0,214

0,077

142

0,000

0,000

0,000

0,000

0,100

0,091

0,063

0,095

0,048

144

0,071

0,244

0,000

0,100

0,025

0,045

0,000

0,012

0,090

146

0,000

0,056

0,100

0,000

0,025

0,000

0,250

0,095

0,065

148

0,179

0,200

0,050

0,400

0,300

0,182

0,000

0,012

0,145

150

0,036

0,144

0,050

0,200

0,150

0,000

0,000

0,048

0,087

154

0,036

0,011

0,050

0,000

0,000

0,000

0,000

0,012

0,013

156

0,000

0,022

0,100

0,000

0,000

0,000

0,000

0,012

0,016

158

0,107

0,011

0,000

0,000

0,075

0,000

0,000

0,000

0,023

160

0,036

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,003

162

0,000

0,067

0,100

0,100

0,075

0,045

0,063

0,167

0,090

164

0,000

0,000

0,100

0,000

0,000

0,000

0,000

0,083

0,029

166

0,143

0,000

0,050

0,000

0,000

0,000

0,000

0,024

0,023

168

0,000

0,000

0,000

0,000

0,025

0,091

0,000

0,000

0,010

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.