CARACTERIZAÇÃO DE PRÁTICAS DE CONSUMO VIGENTES ENTRE ALUNOS DE GRADUAÇÃO DE UMA UNIVERSIDADE BRASILEIRA

September 9, 2017 | Autor: Luiz Mendonça | Categoria: Solidary Economy, Behaviorism, Consumismo
Share Embed


Descrição do Produto

Universidade Federal de São Carlos Pró-Reitoria de Pesquisa Coordenadoria de Iniciação Científica e Tecnológica

NUMI-ECOSOL / DPSI

CARACTERIZAÇÃO DE PRÁTICAS DE CONSUMO VIGENTES ENTRE ALUNOS DE GRADUAÇÃO DE UMA UNIVERSIDADE BRASILEIRA

LUIZ HENRIQUE FRANCO MENDONÇA PSICOLOGIA DRA. ANA LÚCIA CORTEGOSO DPSI

SÃO CARLOS, AGOSTO DE 2013 Universidade Federal de São Carlos Pró-Reitoria de Pesquisa Coordenadoria de Iniciação Científica e Tecnológica

NUMI-ECOSOL / DPSI

CARACTERIZAÇÃO DE PRÁTICAS DE CONSUMO VIGENTES ENTRE ALUNOS DE GRADUAÇÃO DE UMA UNIVERSIDADE BRASILEIRA

RELATÓRIO

DE PESQUISA REALIZADA

ENTRE OS ANOS DE FINANCIADA

NACIONAL

PELO

2012

E

2013,

CONSELHO

DESENVOLVIMENTO

DE

CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO – CNPQ. ORIENTADORA:

PROFª

LÚCIA CORTEGOSO

DRA.

ANA

SÃO CARLOS, AGOSTO DE 2013 Resumo

Dada a relevância das práticas de consumo na construção das relações sociais, em particular no que se refere a respeito ao trabalhador (dimensão ética do consumo), responsável (dimensão ambiental do consumo) e solidário (dimensão social do consumo), e o papel de profissionais de nível superior como formadores de opinião e repertórios comportamentais, o presente estudo procurou caracterizar, entre diferentes cursos de uma universidade no interior de São Paulo, práticas vigentes de consumo em alunos de graduação. Para isso foi aplicado um questionário sistematizado em estudos anteriores, com tópicos referentes a comportamentos e preocupações sobre consumo, em 63 participantes de três cursos de um centro de educação e ciências humanas em uma universidade pública sediada em cidade do interior do estado de São Paulo, Brasil. Os resultados mostraram que a maioria das respostas indicou a predominância de práticas com características pouco condizentes com um consumo responsável e ético, e que o desconhecimento sobre possibilidades de práticas alternativas pode influenciar na manutenção de práticas inadequadas de consumo, do ponto de vista ético, responsável e solidário. Estudos posteriores devem investigar melhor os dados coletados, realizando testes estatísticos e dando continuidade na coleta entre estudantes universitários. Palavras-chave: Consumo solidário, consumismo, economia solidária, estudantes universitários.

Introdução

O sistema econômico vigente na maioria das sociedades, conhecido como capitalismo, trouxe ao longo de seu desenvolvimento diversas consequências dramáticas para o ser humano e para o planeta, a saber, esgotamento de recursos naturais, poluição atmosférica, poluição das águas, destruição de habitáts naturais, desigualdade social, urbanização desorganizada, entre outros (Furriela, 2001), demonstrando não só a necessidade do homem repensar seu modelo econômico, como remodelar a estrutura social em que este modelo está construído, diminuindo os danos produzidos pelo capitalismo a grande parte da população humana e de outros seres vivos. O sistema capitalista se caracteriza pelo acúmulo de capital, que traz como consequência um mercado focado na produção de bens que não suprem as necessidades humanas completamente, deixando sempre um vazio no homem que consome, levando-o a consumir cada vez mais. Vargas e Rech (2008) argumentam que a sociedade capitalista é voltada para um a produção e consumo de satisfatores destrutivos e pseudo-satisfatores. Os satisfatores são as formas criadas culturalmente, conforme a condição social, de satisfazer as necessidades dos seres humanos ou atualizar suas necessidades. Eles são a ligação do imaterial, a necessidade, e os bens que servem para a satisfação das mesmas. São eles os satisfatores violadores, pseudosatisfatores, inibidores, singulares e sinérgicos. Abaixo uma breve descrição feita pelos autores: “Violadores ou destrutores: são elementos de efeitos paradoxais. Aplicados com o pretexto de satisfazer uma determinada necessidade, não somente aniquilam a possibilidade de sua satisfação em um prazo imediato, mas sim, impossibilitam a satisfação adequada de outras necessidades.1 Pseudo Satisfatores: são elementos que estimulam uma falsa sensação de 1

satisfação

de

uma

necessidade

determinada.

Sem

Um exemplo de satisfator destrutor é a publicidade em torno da bebida alcoólica: segundo o que dizem as propagandas, o consumo dela desencadeia uma sensação de satisfação de várias necessidades, embora seus efeitos no organismo sejam na maioria prejudiciais.

a

agressividade dos violadores ou destructores; podem em ocasiões aniquilar, em um prazo imediato, a possibilidade de satisfazer a necessidade que originalmente apontam. Satisfatores inibidores: aqueles que pelo modo que satisfazem (geralmente dificultam

sobre-satisfazem) seriamente

a

uma

necessidade

possibilidade

de

determinada,

satisfazer

outras

necessidades. Satisfatores singulares: aqueles que apontam à satisfação de uma só necessidade, sendo neutros à respeito da satisfação de outras necessidades. Satisfatores sinérgicos: aqueles que, pela forma que satisfazem uma necessidade determinada, estimulam e contribuem para a satisfação simultânea de outras necessidades.” Para Vargas e Rech (2008), bens e serviços, elementos materiais e externos ao ser humano, potencializam a satisfação da necessidade. No modelo capitalista, o mercado é o satisfator e a mercadoria é o bem ou serviço. O processo econômico gira em torno destes dois elementos, e estes são produzidos de forma à manter o ser humano dentro da cadeia de produção e consumo, satisfazendo necessidades que não existem. Os bens são materiais entrópicos, pois necessitam de energia e materiais para serem construídos, dispendem certo trabalho e ao serem feitos são incluídos no mercado como mercadoria, com seu valor reduzido ao econômico. Uma alternativa recente para o modelo capitalista de economia é a Economia Solidária. De acordo com o SENAES (cit. por. Cortegoso, 2008, p. 165): “Economia Solidária é o conjunto de atividades econômicas – de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito – organizadas sob a forma de autogestão, isto é, pela propriedade coletiva dos meios de produção de bens ou prestação de serviços, pela participação democrática nas decisões dos membros da organização ou empreendimento e pela distribuição equitativa dos resultados. São valores, no campo da Economia Solidária, adesão voluntária e esclarecida dos membros, participação democrática dos sócios

independente de participação financeira, cooperação, intercooperação, promoção do desenvolvimento humano, preocupação com a natureza e com a comunidade, produção e consumo éticos e solidariedade.” O desenvolvimento do consumo solidário, elemento chave da Economia Solidária, surge no cenário mundial após o desenvolvimento do conceito de consumo crítico (ou consumo dos 4R: Redução, Reutilização, Reciclagem e Reparação). Embora essa preocupação com o meio ambiente tenha norteado o surgimento do consumo solidário, elementos como a preocupação com a territorialidade (o capital circulando na região dos produtores, das famílias envolvidas na produção e demais participantes do processo), com a redução da desigualdade social (causada pelo crescimento do capitalismo neoliberal), com o respeito ao trabalhador e ao consumidor são aspectos também importantes deste modo de consumo. O consumo solidário promove além destas coisas, a diversificação dos produtos produzidos em redes de economia solidária, já que o excedente é transformado em investimento em outros setores de produção não existentes ou que precisam de apoio, também melhorando assim a qualidade dos produtos existentes nessas redes. O consumo solidário consegue manter a prática democrática do trabalho nos empreendimentos solidários, fortalecendo a visão de coletividade, cooperação e solidariedade ao invés de competição, individualidade e desigualdade (Mance, 2009). Desta forma, o consumo solidário aparece como um satisfactor sinérgico, que pode contribuir para a satisfação de necessidades humanas variadas. Em torno dele podem realizar-se relações sociais ecologicamente sustentáveis e valores de uso que permitam não somente a reprodução da vida em comunidade, mas também a criação de marcos coletivos, justos, solidários, democráticos e inclusão que potencializem e satisfaçam necessidades de participação, permanência, proteção, liberdade, criação, identidade e afeto dos membros de uma comunidade, além das necessidades de subsistência, cuja satisfação deriva em parte do consumo em si mesmo. (Vargas & Rech, 2008). O grupo ConsumoSol – Articulação Ética e Solidária para um Consumo Responsável (www.consumosol.ufscar.br) foi constituído, em 2004, a partir de iniciativa da INCOOP – Incubadora Regional de Cooperativas Populares da UFSCar, a partir do reconhecimento da importância do papel das práticas de consumo para a

Economia Solidária, como proposta alternativa de organização para o trabalho e com potencial para produzir alterações sociais mais amplas. O grupo busca articular produtores, consumidores e distribuidores para promover práticas de consumo que privilegiem processos produtivos respeitosos em relação a trabalhadores e ambiente e que promovam igualdade social. Trata-se de um grupo aberto, ao qual podem associar-se pessoas interessadas na temática, com contribuições financeiras ou na forma de responsabilidades assumidas em relação às atividades do grupo, ambas opcionais. Realiza reuniões deliberativas semestrais para avaliar atividades realizadas, propor atividades a serem implementadas e intercambiar informações sobre a temática do consumo. Para seu funcionamento, conta com um grupo de apoio, composto por sócios, pessoas interessadas e alunos de cursos de graduação e pós-graduação da Universidade Federal de São Carlos que realizam ali atividades curriculares ou extra-curriculares. O grupo de apoio reúne-se pelo menos quinzenalmente, e é responsável pela implementação das atividades definidas para o grupo, bem como pela garantia de preparo e convocação de reuniões do grupo, registros entre outras tarefas deliberativas. O grupo conta com a participação de pesquisadores na temática , e garante a articulação de atividades de ensino, pesquisa e extensão, em consonância com os compromissos da UFSCar. É de interesse do grupo ConsumoSol analisar e descrever variáveis mais prováveis de controlar o comportamento e a prática de consumir de forma ética e solidária a partir de tecnologia do comportamento já produzida. Desta forma é possível identificar condições vigentes para a manutenção de comportamentos de indivíduos ou de grupos que são mais adequadas e que podem favorecer ou desfavorecer a apresentação de novas classes de respostas a partir do estabelecimento de novos arranjos ambientais e, a partir de evidências, criar condições para o desenvolvimento de uma tecnologia do comportamento. Como forma de descrever práticas de consumo vigentes, Leugi (2008) identificou, dentre membros de uma cooperativa de limpeza, que o principal critério para escolha de produtos é o menor preço. Apesar da condição financeira da população ser determinante para suportar este dado, isto pode acarretar prejuízos para empreendimentos de Economia Solidária e para a comunidade em que os consumidores se inserem.

Um levantamento realizado por Cortegoso (2006) junto a pessoas implicadas em um projeto de desenvolvimento territorial (produtores, consumidores, agentes de fomento etc.) destinado a repovoar e recuperar área rural na Espanha resultou em dados semelhantes: embora houvesse reconhecimento da importância das práticas de consumo para o próprio desenvolvimento territorial buscado, os relatos indicaram predominância de práticas de consumo que privilegiam produtores e fornecedores e distribuidores de fora do território, sendo estes em geral, grandes superfícies (hipermercados, de redes nacionais ou internacionais), forma de lidar com resíduos aquém das possibilidades de redução de dano ambiental etc. Dados obtidos pela mesma autora (Cortegoso, 2010) com participantes de uma exposição sobre o tema de comportamentos de consumo ético, responsável e solidário de uma universidade pública uruguaia apresentam que a grande maioria (acima de 80%) nunca, poucas vezes ou algumas vezes realizaram compras diretamente de produtores e lojas de comércio justo. A maioria (entre 50% e 80%) nunca, poucas vezes ou algumas vezes conhece quem produz aquilo que consomem, conhece a política de recursos humanos e de preservação ambiental do produtor ou utilizam serviços advindos de trabalhos individuais ou de empreendimentos de trabalho coletivo. A maioria dos consumidores alegam falta de informação sobre os produtos e infra-estrutura para consumi-los como principais limitações para práticas de consumo responsáveis. A partir do conhecimento produzido sobre práticas de consumo ético responsável e solidário e dos impactos sociais e ambientais causados pela prática de consumo vigente da população, o presente estudo teve por objetivo caracterizar as práticas de consumo de universitários de uma universidade brasileira a fim de obter dados que possam auxiliar grupos como o ConsumoSol e grupos de interesses similares a guiar suas práticas de promoção de comportamentos de consumo adequados de acordo com a proposta da Economia Solidária, em particular junto a uma população que tem, na sociedade, importante papel de difusor do conhecimento e multiplicador de práticas socialmente relevantes, na condição de profissionais de nível superior.

Método População alvo: No projeto de pesquisa a proprosta era de uma amostra de 5% da população de estudantes de graduação regularmente matriculados em cada um dos cursos presenciais de uma universidade no interior de São Paulo, totalizando 750 alunos. Durante o decorrer dos anos 2012 e 2013, ocorreram alterações no calendário do ano letivo da universidade, particularmente devidas a uma greve geral de universidades federais; essas mudanças prejudicaram o processo, possibilitando a coleta de dados apenas com estudantes de três cursos de graduação, sendo estes: Psicologia, Educação Especial e Biblioteconomia. O total da amostra foi de 63 participantes.

Instrumentos de coleta de dados A ferramenta de coleta de dados utilizada foi um questionário para caracterização de práticas de consumo que solicitou informações sobre concepções e crenças dos participantes sobre suas práticas de consumo e a forma como elas impactam o ambiente, bem como práticas que os participantes já realizaram e quão dispostos estavam para mudar comportamentos e atuar para sua mudança. O questionário, sistematizado e aplicado por Cortegoso (2010) para descrever práticas de consumo de comunidades uruguaias, encontra-se disponível no Apêndice 1.

Procedimento de coleta de dados Para solicitar participação na pesquisa foi feito contato com a secretaria de coordenação de curso dos três cursos de graduação em questão solicitando a permissão para realizar a pesquisa em sala de aula. Após a confirmação, foi realizado o contato com os professores das turmas de cada curso, via e-mail, pessoalmente ou com o intermédio da própria coordenação (como ocorreu com a Biblioteconomia), e combinado o horário e dia em que seria realizada a coleta. Nos dia marcados, o pesquisador se apresentou para as turmas, informou o objetivo mais geral do estudo, evitando comprometer os resultados, deixou claro que a participação era voluntária,

mediante assinatura do Termo de Consentimento, conforme aprovado no Comitê de Ética para Pesquisa com Seres Humanos, e que o aluno poderia interromper a qualquer momento o preenchimento do questionário. A seleção dos participantes foi feita por sorteio dos alunos da turma, entre os que se mostraram interessados em participar. Após a apresentação o pesquisador listava os nomes daqueles que se mostraram interessados e sorteava cinco alunos da lista.

Análise dos dados Considerando os diferentes aspectos abordados pelo instrumento, a análise dos dados consistiu em tabular todas as respostas de cada curso separadamente, somando em cada item do questionário a quantidade e frequência relativa de respostas em cada uma das seis opções: nunca, poucas vezes, as vezes, muitas vezes, quase sempre e sempre. Depois, assim como no instrumento, os itens foram agregados em categorias representativas dos tipos de comportamentos ou aspectos de interesse para o estudo. As respostas foram examinadas, assim, em relação a aspectos como: Locais de compra; Atenção à origem e processo de produção do produto; Suportes para transporte dos produtos; Encaminhamento de resíduos; Tipo de empreendimento de serviços ; Atenção à origem e qualidade dos serviços ; Limitações para praticar um consumo responsável ; Ações especificas de consumo ético. Cada tipo de prática abordada no instrumento foi classificada como prática “positiva”, “neutra” ou “negativa”, em termos de consumo ético, responsável ou solidário, considerando a formulação adotada no instrumento; foram consideradas como “neutras” práticas que, considerando a formulação adotada, não permitiram afirmar benefícios ou prejuízos claros nas dimensões consideradas e relevantes para o estudo, como respeito ao trabalhador, ao ambiente e contribuição para igualdade social. As respostas referentes às alternativas indicadas no instrumento, por sua vez, foram agrupadas em duas: nunca, poucas vezes, às vezes, indicando um tipo de tendência; muitas vezes, quase sempre e sempre, indicando a tendência oposta. Por exemplo, comprar em feiras foi considerada como prática positiva, enquanto que comprar em lojas de redes, mesmo sendo nacionais, foi considerada como uma prática “negativa”. Neste caso, comprar em feiras muitas vezes, quase sempre ou sempre, indica uma

tendência de prática adequada em relação ao tipo de local em que as pessoas adquirem itens de consumo, enquanto que comprar nunca, quase nunca ou apenas às vezes em feiras indica uma tendência inadequada em relação a este aspecto. Para representação dos dados, respostas relativas à tendência de apresentação significativa de práticas (sempre, quase sempre e muitas vezes) para práticas “positivas” foram agrupadas com respostas de baixo nível de apresentação de práticas (nunca, poucas vezes, as vezes) classificadas como “negativas” , para construção de gráficos de representação dos dados. Análise estatística dos dados, embora relevante, não foi implementada nesta etapa, considerando demora na coleta de dados, impossibilidade de realizar esta coleta de forma completa e ausência de disponibilidade de condições técnicas para sua aplicação a este conjunto de dados, ainda relativamente restritos para comparações.

Resultados Os dados obtidos são apresentados, a seguir, para o conjunto dos participantes e separadamente para cada um dos cursos aos quais estavam vinculados os alunos participantes: Psicologia, Educação Especial e Biblioteconomia. São apresentadas distribuições de respostas dos participantes em relação às categorias finais consideradas, ou seja: respostas indicativas de “alto nível de apresentação” de práticas positivas reunidas com respostas indicativas de “baixo nível de apresentação” de práticas classificadas como “negativas”, em relação a cada um dos aspectos considerados no estudo no que se refere a práticas de consumo (práticas “boas”); respostas indicativas de “baixo nível de apresentação” de práticas positivas reunidas com respostas indicativas de “alto nível de apresentação” de práticas classificadas como “negativas”, em relação a cada um dos aspectos considerados no estudo no que se refere a práticas de consumo (práticas “ruins”); todas as respostas indicativas de práticas consideradas como neutras, na formulação adotada, independentemente de sua incidência. Com o maior número de participantes, por ser o curso com mais turmas dentre os três, 25 alunos da Psicologia, de todas as turmas, responderam o questionário com um total de 1385 respostas, seguido de 1140 respostas de 21 participantes de Educação Especial e 951 de 17 participantes de Biblioteconomia, distribuídas entre os diferentes aspectos abordados pelo instrumento. A Figura 1 apresenta a distribuição destas respostas em toda a amostra pesquisada; já as Figuras 2, 3 e 4 referem-se a cada um dos cursos, em termos percentuais.

18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 a

b

c

d

Ruins

Neutras

e

f

g

h

Boas

Figura 1. Distribuição das respostas de todos os participantes da pesquisa, em cada categoria do instrumento. Legenda do eixo y: a. Locais de compra; b. Atenção à origem e processo de produção do produto; c. Suportes para transporte dos produtos; d. Encaminhamento de resíduos; e. Tipo de empreendimento de serviços; f. Atenção à origem e qualidade de serviços; g. Limitações para praticar consumo responsável; h. Ações específicas de consumo ético.

Das categorias apresentadas, apenas em relação a Encaminhamento de resíduos, Atenção à origem e qualidade de serviços e limitações para praticar um consumo responsável foram observadas respostas boas em frequência maior que as ruins (5%, 2,5% e 3%, respectivamente), sendo que em Atenção à origem e qualidade de serviços a maior parte das respostas foram neutras (7,1%). A seguir, figuras de distribuições específicas de cada curso.

18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 a

b

c

Práticas Ruins

d

e

Práticas Neutras

f

g

h

Práticas Boas

Figura 2. Distribuição das respostas dos participantes do curso de Psicologia relativas a práticas de consumo com diferentes graus de adequação, para cada um dos aspectos considerados no estudo. Legenda do eixo y: a. Locais de compra; b. Atenção à origem e processo de produção do produto; c. Suportes para transporte dos produtos; d. Encaminhamento de resíduos; e. Tipo de empreendimento de serviços; f. Atenção à origem e qualidade de serviços; g. Limitações para praticar consumo responsável; h. Ações específicas de consumo ético.

É possível observar uma quantidade maior de respostas de consumo consideradas “ruins” do que neutras ou “boas”, em seis dos oito aspectos considerados, entre os participantes de Psicologia. Somente no que se refere às práticas relativas a encaminhamento de resíduos e atenção à origem e qualidade do serviço as respostas consideradas como “boas” foram em número superior que consideradas como “ruins”: 77 e 27, contra 46 e 21 negativas, respectivamente.

18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 a

b

c

Práticas Ruins

d

e

Práticas Neutras

f

g

h

Práticas Boas

Figura 3. Distribuição das respostas dos participantes do curso de Educação Especial relativas a práticas de consumo com diferentes graus de adequação, para cada um dos aspectos considerados no estudo. Legenda do eixo y: a. Locais de compra; b. Atenção à origem e processo de produção do produto; c. Suportes para transporte dos produtos; d. Encaminhamento de resíduos; e. Tipo de empreendimento de serviços; f. Atenção à origem e qualidade de serviços; g. Limitações para praticar consumo responsável; h. Ações específicas de consumo ético.

18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 a

b

c

Práticas Ruins

d

e

Práticas Neutras

f

g

h

Práticas Boas

Figura 4. Distribuição das respostas dos participantes do curso de Biblioteconomia relativas a práticas de consumo com diferentes graus de adequação, para cada um dos aspectos considerados no estudo. Legenda do eixo y: a. Locais de compra; b. Atenção à origem e processo de produção do produto; c. Suportes para transporte dos produtos; d. Encaminhamento de resíduos; e. Tipo de empreendimento de serviços; f. Atenção à origem e qualidade de serviços; g. Limitações para praticar consumo responsável; h. Ações específicas de consumo ético.

Nos cursos de Biblioteconomia e Educação Especial, o aspecto relativo a limitações para praticar um consumo responsável apresentou um número maior de respostas consideradas como “boas” do que as consideradas neutras e negativas, 3,6 e 3,3%, respectivamente, contra 2,6% da Psicologia. No caso de práticas relacionadas a encaminhamento de resíduos, apenas em Biblioteconomia a maior quantidade foi de respostas consideradas como “ruins”. A maior frequência de respostas ocorreu em relação aos aspectos locais de compra e ações específicas de consumo ético, entre todos os participantes. Ambas tiveram preponderância de respostas indicativas de práticas inadequadas do ponto de vista do consumo ético, com uma quantidade superior, o dobro, de respostas em comparação aos itens considerados como práticas “boas” ou neutras. A Figura 5 apresenta uma análise mais detalhada destes dois itens, considerando as alternativas de resposta propostas no instrumento, sem agrupamento, para os participantes vinculados ao curso de Psicologia.

70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% a.1

a.2

a.3 a.4 Nunca Muitas vezes

a.5 a.6 Poucas vezes Quase sempre

a.7 a.8 As vezes Sempre

a.9

a.10

Figura 5. Distribuição de respostas dos participantes alunos do curso de Psicologia em relação a Locais de compra. Legenda do eixo y: a.1. Diretamente dos produtores; a.2. Lojas locais de pequeno porte; a.3. Feiras; a.4. Lojas de redes regionais; a.5. Lojas de redes nacionais; a.6. Lojas de redes internacionais; a.7. Lojas de comércio justo; a.8. Conhecer a origem dos produtos que consome; a.9. Conhecer quem produz o que consome; a.10. Consumir supérfluos.

Os dados apresentados na Figura 5 indicam que as respostas adequadas em relação

os locais de compra e preocupações relacionados à um consumo ético e

responsável ocorreram em menor frequência entre os participantes, sendo que em relação a todos estes itens (comprar diretamente dos produtores, de lojas de pequeno porte, de feiras, lojas de comércio justo e conhecer a origem dos produtos, ou quem produz o que consome) não foram observadas respostas na alternativa “sempre", mantendo-se a maioria das respostas nestes itens nas alternativas “nunca” ou “poucas vezes”. A maior quantidade de respostas esteve concentrada em "poucas vezes", como no caso da prática de identificar a origem dos produtos que consome, com aproximadamente 60% das respostas observadas. A figura 6 traz a mesma análise referente ao alunos de Biblioteconomia.

60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% a.1

a.2

a.3 a.4 Nunca Muitas vezes

a.5 a.6 Poucas vezes Quase sempre

a.7 a.8 As vezes Sempre

a.9

a.10

Figura 6. Distribuição de respostas dos participantes alunos do curso de Biblioteconomia em relação a Locais de compra. Legenda do eixo y: a.1. Diretamente dos produtores; a.2. Lojas locais de pequeno porte; a.3. Feiras; a.4. Lojas de redes regionais; a.5. Lojas de redes nacionais; a.6. Lojas de redes internacionais; a.7. Lojas de comércio justo; a.8. Conhecer a origem dos produtos que consome; a.9. Conhecer quem produz o que consome; a.10. Consumir supérfluos.

Entre os estudantes de Biblioteconomia, as respostas apresentaram similaridade com os de Psicologia. No caso específico do item referente a conhecer quem produz o que consome, houve entre os alunos do curso de Biblioteconomia proporcionalmente mais respostas indicativas de alguma atenção a este aspecto (representada pela resposta “as vezes”) com um índice de 40%. No caso de conhecer a origem do produto que consome, as respostas “as vezes” ocorreram mais frequentemente que no caso dos alunos de Psicologia (55% para 15%, aproximadamente) enquanto que 58% dos alunos de Psicologia responderam “poucas vezes”. Nenhum participante da Biblioteconomia relatou consumir supérfluos “as vezes”, embora 62,5% das respostas se concentrem em “muitas vezes”, “quase sempre” e “sempre”. A seguir, a distribuição de respostas dos alunos de Educação Especial.

60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% a.1

a.2

a.3 a.4 Nunca Muitas vezes

a.5 a.6 Poucas vezes Quase sempre

a.7 a.8 As vezes Sempre

a.9

a.10

Figura 7. Distribuição de respostas dos participantes alunos do curso de Educação Especial em relação a Locais de compra. Legenda do eixo y: a.1. Diretamente dos produtores; a.2. Lojas locais de pequeno porte; a.3. Feiras; a.4. Lojas de redes regionais; a.5. Lojas de redes nacionais; a.6. Lojas de redes internacionais; a.7. Lojas de comércio justo; a.8. Conhecer a origem dos produtos que consome; a.9. Conhecer quem produz o que consome; a.10. Consumir supérfluos.

Comprar poucas vezes em lojas de comércio justo foi a respota mais frequente entre os estudantes de Educação Especial, no tópico Local de compra. Este item não foi considerado relevante para a análise porque houveram poucas respostas em relação ao total de participantes. Durante a coleta, muitos participantes relataram não conhecer o termo, e a todos foi instruído para deixar em branco os itens que não conhecia. A distribuição das outras respostas é similar as das outras turmas, embora o item consumir supérfluos tenha tido maior respostas “sempre” do que nos outros cursos. No geral, consumir supérfluos foi o item com mais respostas sempre entre todos os itens do tópico, nos três cursos. Atualmente este tem sido um dos motores do consumismo no capitalismo, a produção e consumo de bens supérfluos, que muitas vezes inibem a satisfação de necessidades ou as satisfazem de forma incompleta. As Figuras 8, 9 e 10 abaixo trazem as respostas de outra categoria, Ações específicas de consumo ético, responsável e solidário.

100% 80% 60% 40% 20% 0% h.1

h.2

h.3

h.4

h.6 h.8 h.10 h.12 h.14 h.16 h.18 h.5 h.7 h.9 h.11 h.13 h.15 h.17 Nunca Poucas vezes As vezes Muitas vezes Quase sempre Sempre

Figura 8. Distribuição de respostas dos participantes alunos do curso de Psicologia em relação a Ações específicas de consumo ético. Legenda do eixo y: h.1. Economía de energia; h.2. Redução de consumo; h.3. Prioridade para produtos locais; h.4. Apoio ativo à não exploração de pessoas na produção; h.5. Apoio ativo ao baixo impacto ambiental na produção; h.6. Práticas de cooperação e solidariedade; h.7. Trocas (diretas de produtos ou serviços, clubes de troca, feiras de troca); h.8. Utilização de moedas solidárias; h.9. Participação em bancos solidários, cooperativas de crédito, bancos de tempo; h.10. Participação em compras coletivas; h.11. Apoio a iniciativas econômicas de trabalho associado; h.12. Redução de resíduos no consumo; h.13. Reciclagem de resíduos do processo de consumo; h.14. Reutilização de resíduos de processos de consumo; h.15. Empréstimos de bens; h.16. Prática de preço justo (transparência); h.17. Fidelidade aos aspectos de produção; h.18. Confiança na relação com produtores. A legenda é válida para as próximas imagens.

80%

60%

40%

20%

0% h.1

h.2

h.3

h.4

h.6 h.8 h.10 h.12 h.14 h.16 h.18 h.5 h.7 h.9 h.11 h.13 h.15 h.17 Nunca Poucas vezes As vezes Muitas vezes Quase sempre Sempre

Figura 9. Distribuição de respostas dos participantes alunos do curso de Biblioteconomia em relação

a

Ações

específicas

de

consumo

ético,

responsável

e

solidário .

100% 80% 60% 40% 20% 0% h.1

h.2

h.3

h.4

h.6 h.8 h.10 h.12 h.14 h.16 h.18 h.5 h.7 h.9 h.11 h.13 h.15 h.17 Nunca Poucas vezes As vezes Muitas vezes Quase sempre Sempre

Figura 10. Distribuição de respostas dos participantes alunos do curso de Educação Especial em relação a Ações específicas de consumo ético, responsável e solidário.

Neste tópico, que é o maior do questionário, observou-se em todos os cursos que os itens Participação em bancos solidários e Utilização de moedas solidárias tiveram os maiores índices de respostas negativas, mais precisamente a frequência “nunca”, que corresponde de 70 à 90% das respostas. Nos gráficos gerais é possível ver um alto índice de respostas negativas neste tópico, mas sua relevância em relação aos outros tópicos se deve principalmente à estes dois itens citados acima. Apesar disto, outros itens também receberam maior número de respostas negativas à um consumo ético e responsável, com excessão de Economia de Energia, Redução de Consumo e Reciclagem de resíduos no processo de consumo, que obtiveram a maior quantidade de respostas em “quase sempre” (de 28 à 36%). Participação em compras coletivas também teve grande número de respostas “nunca”, de 47 à 70,5%.

Discussão preliminar e parcial dos dados obtidos A maioria das respostas estar concentrada em aspectos que foram considerados indicativos de práticas ruins em relação à Economia Solidária pode ser explicada por diferentes perspectivas. Do ponto de vista econômico, estudantes de ensino superior são na maioria de classe média/alta, dado que a estrutura (física e pedagógica) das escolas públicas de ensino fundamental e médio estão hoje, no Brasil, muito abaixo em qualidade do que escolas particulares ou preparatórias para vestibular que é acessível somente à classes sociais mais favorecidas (Dos Anjos et. al., 2007). Do ponto de vista educacional, por sua vez, estudantes universitários têm mais acesso a informações a respeito dos problemas ambientais que o planeta sofre devido ao consumo irrefreado gerado pelo capitalismo, da desigualdade social cada vez mais agravada pelo modelo político e econômico, entre outras questões que envolvem a responsabilidade do indivíduo consumidor. Sendo assim, resultados indicativos de práticas mais conscientes de consumo do que os observados em amostras em que o grau de instrução não foi exclusivamente universitário poderiam ser esperados. No entanto, os dados indicaram dificuldades e práticas parecidas com os de estudos anteriores (Cortegoso, 2006, 2010. Leugi, 2008), como a predominância do preço como o item mais importante na escolha dos produtos, falta de infraestrutura para praticar um consumo mais ético e solidário, embora os participantes deste estudo tenham relatado pouca falta de informação a respeito das práticas. Em relação ao encaminhamento de resíduos, um dos aspectos abordados na investigação, as respostas indicaram que os participantes são ativos na reciclagem de resíduos, o que pode estar relacionado tanto à existência de políticas públicas nesta direção – com a implantação de leis de responsabilidade governamental em relação à política de resíduos, quanto ao fato deste ter sido, dentre os aspectos relacionados à responsabilidade com o ambiente, tema mais difundido, inclusive pela imprensa. É necessário considerar, contudo, que tais avanços ainda referem-se a uma dimensão remediativa do problema, podem estar relacionada fortemente a interesses financeiros – dado que, a despeito da constituição de cooperativas populares neste segmento, o maior ganho com a reciclagem ainda se dá em pontos da cadeia produtiva dominados por empreendimentos essencialmente capitalistas – e em nada ou muito pouco alteram as condições de desigualdade social e impacto ambiental associados a esta lógica estritamente econômica. Encaminhar resíduos não significa necessariamente praticar um

consumo ético e responsável, pois a produção e consumo dos produtos do mercado capitalista continua acontecendo, embora o capitalismo absorva a preocupação da sociedade com o descarte dos resíduos gerados na produção e isso traga diminuição dos danos causados ao ambiente. A maior concentração de respostas negativas em relação a conhecer a origem do produto ou o produtor daquilo que os participantes consomem pode estar relacionada, entre outras coisas, à forma como a informação é apresentada – ou ocultada - no produto final, sendo visível em suas embalagens poucas informações a respeito dos processos ou que tipo de empreendimento o produziu. Esta hipótese corrobora a crítica de Mance (2009) à apresentação das embalagens nos produtos comercializados atualmente, que não indicam a origem nem o processo do produto à venda, o que poderia ser facilmente feito com as tecnologias atuais. O que se obteve nesta pesquisa, apesar do limitado número de participantes, colabora para compreender aspectos relevantes no âmbito da Economia Solidária, pois caracteriza as preocupações de estudantes universitários sobre o próprio consumo. Os cursos a que estão vinculados os participantes do estudo, até o momento, pertencem a um mesmo centro educacional da universidade, com práticas

pedagógicas

possivelmente mais próximas do que com a formação implementada em outras áreas do conhecimento, e com uma população potencialmente mais homogênea, em termos de histórias de vida, concepções e práticas em comparação com o cojunto dos alunos da universidade, o que carece ainda de confirmação, a ser buscada com a continuidade do estudo, com outros segmentos da população estudantil universitária. Os avanços realizados a partir deste levantamento, com a identificação de dificuldades na coleta e possibilidades de análise dos dados podem tornar mais ágil uma coleta mais ampla, tal como originalmente proposto para o estudo. Um aprofundamento da investigação, a partir de outras formas de coleta de dados, bem como a ampliação da população estudada, podem colaborar para a melhor compreensão do fenômeno de interesse. Os dados coletados podem dar suporte ao desenvolvimento de condições que favoreçam e facilitem práticas de um consumo ético, solidário e responsável na população universitária e regional, fornecendo o relato das principais dificuldades enfrentadas pelos estudantes. A caracterização de práticas de consumo é apenas um ponto de partida para a elaboração de propostas que contribuam para a transformação de

uma sociedade pautada em muitas práticas altamente prejudiciais ao planeta, ao ser humano e aos outros seres.

Referências Dos Anjos, G. B., Ribeiro, K. M., Silva, W. R (2007). Cotas e acesso à universidade pública: uma visão dos estudantes dos cursos de graduação em Administração de João Pessoa. IV SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. Dísponível em http://www.aedb.br/seget/artigos2007.php?pag=31. Acessado 21/08/2013, 16h. Furriela, R. B. (2001). Educação para o Consumo Sustentável em Ciclo de palestras sobre meio ambiente / Secretaria de Educação Fundamental – Brasília. MEC. 47-56. Vagas, J. C., Rech, N. (2008). Consumo Solidário e Consumismo na América Latina: Implicações, Tendências e Perspectivas em Economia Solidária e Consumo. Pauli, J e Brutscher, V (Org). IFIBE. Ed. Passo Fundo – Brasil. Cortegoso, A. L. (2010). Estratégias para mudança em práticas de consumo: O caso ConsumoSol. Trabalho completo. XVII Jornadas de Jóvenes Investigadores AUGM. Santa Fe. Cortegoso, A. L. Consumo ético e responsável na Economia Solidária: compreensão e mudança de práticas culturais em Cortegoso, A. L. e Lucas, M. G. (Org.) Psicologia e economia solidária: interfaces e perspectivas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2008, 165-180. Mance, E. A. (2009). Consumo Solidário em Dicionário Internacional da Outra Economia. Hespanha, P. (et. al.). Edições Almedina – Portugal. 74-79. Leugi, G. B. (2008). Práticas de consumo e economia solidária: caracterização de comportamentos e contingências. Monografia, Curso de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos. Cunha, R. S. T. C.; Mezzacapa, G. G.; Leugi, G. B.; Montagnoli, T. A. S.; Cotegoso, A. L. (2010). Estratégias para mudança em práticas de consumo: O caso ConsumoSol. Trabalho completo. XVII Jornadas de Jóvenes Investigadores AUGM. Santa Fe. Cortegoso, A. L.; Uehara, M.S.; Logarezzi, A.; Ramirez, E. S (2006). Promoção de práticas de consumo como parte da construção da Economia Solidária. Trabalho apresentado no II Seminário Acadêmico Procoas-AUGM, Rosário, Ar.

Apêndice I QUESTIONÁRIO SOBRE PRÁTICAS DE CONSUMO

A. Informações gerais A.1. Idade: _____________ A.2. Sexo: ( ) Fem ( ) Masc A.3. Curso: ______________________Perfil: ________________ A.4. Grau de participação que tem na realização de compras: a) proprias: total ( ); maioria ( ); menor parte ( ); nada ( ) b) para a familia: total ( ); maioria ( ); menor parte ( ); nada ( )

Indique com que frequência a apresenta: Nunca (1), Poucas Vezes (2), Algumas Vezes (3), Muitas Vezes (4), Quase Sempre (5), Sempre (6) Prática de Consumo Comprar… diretamente dos produtores lojas locais de pequeno porte feiras lojas de redes regionais lojas de redes nacionais lojas de redes internacionais lojas de comércio justo Conhecer a origem dos produtos que consome Conhecer quem produz o que consome Consumir supérfluos

1 2 3 4 5 6

Ao

comprar

um

produto,

levar

em

consideração... origem do produto (onde é feito) insumos utilizados grau de respeito ao trabalhador que o produz grau de respeito ao ambiente no processo de produção embalagens (quantidade, tipo) apresentação preço outro=

Prática de Consumo

1 2 3 4 5 6

Utilizar, para transportar os produtos que compra… sacolas plásticas da loja suas próprias sacolas plásticas, reutilizadas caixas de papelão sacolas duráveis outro= outro=

Encaminhar

para

reciclagem, resíduos… orgânicos plásticos papel e papelão metais roupas

reutilização

ou

tóxicos eletroeletrônicos outro= outro=

Utilizar serviços de… pessoas (trabalho individual) empreendimentos de trabalho coletivo empresas convencionais outro= outro=

Ao

contratar

serviços,

levar

em

consideração… onde vivem ou estão os prestadores indicações recebidas qualidade do serviço garantias que oferecem tamanho do empreendimento idade/tempo de existência outro= Ter as seguintes limitações para as práticas de consumo responsável… falta

de

informações

sobre

produtos,

processos de produção ou condições de trabalho falta de infraestrutura para as práticas falta de tempo falta

de

motivação

(não

acreditar

na

possibilidade de mudança, por exemplo) outro= outro=

Frequência com que coloca em prática as seguintes ações e modo 1

2

3

4

5

6

2

3

4

5

6

específico de agir (exemplo) economia de energía ex: redução de consumo ex: prioridade para produtos locais ex: apoio ativo à não exploração de pessoas na produção ex: apoio ativo ao baixo impacto ambiental na produção ex: práticas de cooperação e solidariedade ex: trocas (diretas de produtos ou serviços, participação em clubes ou feiras de trocas) ex:

Frequência com que coloca em 1 prática as seguintes ações e modo

específico de agir (exemplo) utilização de moedas solidárias ex: participação

em bancos

solidários,

cooperativas de crédito, bancos de tempo ex: participação em compras coletivas (exceto do tipo Groupon, Peixe Urbano etc.) ex: apoio a iniciativas econômicas de trabalho associado ex: redução de resíduos no consumo ex: reciclagem de resíduos do processo de consumo ex: reutilização de resíduos de processos de consumo ex: empréstimos de bens ex: prática de preço justo (transparência, acordo) ex: fidelidade a produtos, produtores e prestadores de serviços ex:

confiança na relação com produtores ex: Caso haja práticas de consumo suas que gostaria de mudar, indique, para cada uma: a) prática:

b) porque deseja mudar:

c) dificuldades que tem para mudar:

d) condições de que necessita para mudar estas práticas:

a) prática:

b) porque deseja mudar:

c) dificuldades que tem para mudar:

d) condições de que necessita para mudar estas práticas:

a) prática:

b) porque deseja mudar:

c) dificuldades que tem para mudar:

d) condições de que necessita para mudar estas práticas:

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.