Cartilha Lamma do Produtor Rural: Avaliação de perdas na colheita de amendoim

September 7, 2017 | Autor: R. Pereira da Silva | Categoria: Agricultural Machinery, Peanuts, Peanuts Mechanization, Peanuts Harvesting
Share Embed


Descrição do Produto

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Pró-reitoria de Extensão Universitária

Laboratório de Máquinas e Mecanização Agrícola

Universidade Estadual de Maringá – Câmpus do Arenito

Exemplares desta publicação podem ser solicitados junto ao LAMMA – Laboratório de Máquinas e Mecanização Agrícola (Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n 14884-900 Jaboticabal, SP. Telefone: (16) 3209-7830).

As informações contidas neste documento somente poderão ser reproduzidas mediante citação da fonte.

3

Avaliação de perdas na colheita de amendoim

Rouverson Pereira da Silva Cristiano Zerbato Rafael Scabello Bertonha Denise Mahl Marcelo Tufaile Cassia Augusto Segatto Strini Paixão

1ª Edição

Jaboticabal – SP Associação Brasileira de Engenharia Agrícola 2013

ISBN: 978-85-64681-03-3

C327

Cartilha “LAMMA” do produtor rural : avaliação de perdas na colheita de amendoim / Rouverson Pereira da Silva ... [et al.]. -- Jaboticabal : Sbea, 2013 17 p. : il. Inclui bibliografia 1. Amendoim. 2. Perdas na colheita. 3. Mecanização agrícola. I. Silva, Rouverson Pereira da. II. Zerbato, Cristiano. III. Bertonha, Rafael Scabello. IV. Mahl, Denise. V. Cássia, Marcelo Tufaile. VI. Paixão, Augusto Segatto Strini. VII. Título. CDU 633.368

Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação – Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação UNESP, Câmpus de Jaboticabal.

v

A Cartilha “LAMMA” do produtor rural: Avaliação de perdas na colheita de amendoim tem por objetivo apresentar aos produtores e profissionais da agricultura, um método

que

permita

uma

determinação

rápida

e

relativamente precisa das perdas na colheita mecanizada de amendoim. Este método é uma primeira aproximação para a determinação das perdas na colheita de amendoim da variedade Runner IAC 886. Esperamos que com o passar do tempo este método venha a ser aprimorado, diminuindo-se o erro médio da avaliação. Esta cartilha é resultado de trabalhos científicos realizados por pesquisadores do Laboratório de Máquinas e Mecanização

Agrícola

(LAMMA/UNESP,

Câmpus

de

Jaboticabal, SP) e da UEM, Câmpus do Arenito (Cidade Gaúcha, PR), com apoio da COOPERCANA, COPLANA e Indústrias Reunidas Colombo (MIAC), que juntos vêm desenvolvendo esforços no sentido de quantificar e minimizar as perdas na colheita do amendoim, que no Brasil ainda são muito altas.

Os autores.

vi

Avaliação de perdas na colheita de amendoim 1

2

Rouverson Pereira da Silva ; Cristiano Zerbato ; Rafael Scabello 3 Bertonha2; Denise Mahl ; Marcelo Tufaile Cassia2 Augusto Segatto Strini Paixão4

O amendoim é uma cultura muito importante para a região de Jaboticabal, pois é responsável por 17% da produção do estado de São Paulo e 14% da produção brasileira. Segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA, 2013), o Estado de São Paulo é responsável por 79% da área e 87% da produção nacional. A colheita é uma das mais importantes etapas do processo de produção, pois o amendoim deve ser colhido

no

menor

tempo

1

possível,

devido

à

Prof. Livre-docente do Departamento de Engenharia Rural, FCAV – UNESP Jaboticabal, SP. 2 Eng. Agrônomos, doutorandos em Ciência do Solo e Produção Vegetal na FCAV – UNESP Jaboticabal, SP. 3 Profa. Adjunta do Departamento de Engenharia Agrícola, UEM Cidade Gaúcha, PR. 4 Engenheiro Agrônomo da CoperCana.

2

possibilidade de ocorrência de fatores climáticos adversos, que podem aumentar as perdas. A colheita do amendoim é realizada em duas etapas: arranquio e recolhimento. Devido à presença do fruto sob a terra, são encontradas dificuldades durante o arranquio, resultando também em dificuldade para que os produtores possam calcular os prejuízos em suas lavouras. As perdas no processo de colheita ocorrem com maior significância na operação de arranquio, podendo atingir altos patamares quando a operação não é cuidadosamente gerenciada. Considerando-se a complexidade

para

a

determinação das perdas na colheita de amendoim, esta cartilha tem por objetivo apresentar um método que permita ao produtor a rápida e eficiente quantificação das perdas na colheita mecanizada do amendoim e a determinação da maturação das vagens.

3

1. Maturação do amendoim Uma maneira prática para se determinar a maturação do amendoim é o método “Hull Scrape” (Williams

e

Drexler,

1981),

que

consiste

na

raspagem da parte exterior das vagens, expondo a coloração da parte intermediária, como mostrado na Figura 1.

Raspagem do mesocarpo das vagens com a utilização de um jato de água.

Tabela utilizada para classificação da maturação do amendoim. Figura 1. Método para determinação da maturação das vagens do amendoim.

Neste método são arrancadas 5 plantas ao acaso, das quais são selecionadas todas as vagens 4

completamente desenvolvidas, retirando-se desta amostra 100 vagens para a realização da avaliação. A raspagem dessas vagens pode ser realizada com o auxílio de um canivete ou de um jato d’água (Figura 1). As vagens são então classificadas pelas cores que variam de branco (vagens imaturas) a preto (máxima maturação), passando pelas fases intermediárias representadas pelas cores amarelo, laranja

e

marrom,

em

ordem

crescente

de

maturação (Figura 1). A maturação é determinada por meio da soma das porcentagens de vagens contidas nas classes preta, marrom e laranja.

2. Perdas na colheita de amendoim A maior ocorrência de perdas na colheita de amendoim ocorre na operação do arranquio, principalmente quando a operação é realizada em condições inadequadas de solo, da cultura e da máquina. As perdas no arranquio são inevitáveis e podem atingir níveis muito altos, principalmente se o solo 5

estiver compactado e seco, ou ainda, quando o pedúnculo estiver enfraquecido devido ao excesso de maturação ou quando ocorre desfolha prematura causada por doenças. Entretanto, quando o arrancador-invertedor estiver devidamente regulado e for operado corretamente é possível produtividade em torno 5%.

obter

perdas

na

Para a mensuração das perdas deve-se utilizar 2

uma armação com área amostral de 2 m (1,11 x 1,80 m), posicionada sobre duas linhas da cultura (Figura 2). A largura da armação corresponde à largura de um arrancador-invertedor 2x1 (2 linhas x 1 leira). Leira

(b)

(a)

Linhas

6

Figura 2. Posicionamento da armação para determinação de perdas: a) visíveis e invisíveis no arranquio; b) visíveis totais.

2.1 Tipos de perdas Para a determinação das perdas devem ser recolhidas todas as vagens e grãos contidos no interior da armação, as quais devem ser acondicionadas em sacos plásticos identificados e posteriormente pesadas. a) Perdas

visíveis

no

arranquio

(PVA):

correspondem às vagens e grãos de amendoim encontrados na superfície do solo após a operação de arranquio. Para a coleta dessas perdas, a leira contendo as plantas deve ser cuidadosamente retirada, colocando-se neste local a armação, posicionada transversalmente à leira, sendo então recolhidas todas as vagens e grãos contidos no interior da mesma (Figura 3.a). b) Perdas

invisíveis

no

arranquio

(PIA):

correspondem às vagens encontradas abaixo da superfície do solo. Para esta amostragem, após a 7

determinação das perdas visíveis, com o auxílio de um enxadão retira-se o solo contido dentro da área da armação até a profundidade de 15 cm, realizando-se em seguida o peneiramento do solo, separando-se desta forma as vagens e grãos que ficaram retidos no solo (Figura 3.b).

(a) Figura 3.

c) Perdas

(b)

Coleta de vagens para a determinação de perdas no arranquio: a) visíveis; b) invisíveis.

totais

no

arranquio

(PTA):

correspondem à soma das perdas visíveis e invisíveis no arranquio. d) Perdas visíveis totais (PVT): correspondem às vagens e grãos de amendoim encontrados na 8

superfície

do

solo

após

a

operação

de

recolhimento. Para a coleta do material, a armação deve ser colocada sobre o solo após a passagem da recolhedora, em local diferente daquele onde foram coletadas as perdas no arranquio. e) Perdas totais na colheita (PTC): corresponde à soma das perdas visíveis totais com as perdas invisíveis no arranquio. 2.2 Determinação da produtividade bruta Para esta determinação posiciona-se a armação sobre a cultura não colhida e procede-se ao arranquio manual de todas as plantas dentro da área da armação. Coletam-se também as perdas visíveis e invisíveis, que somadas às vagens obtidas nas plantas arrancadas, permitem a obtenção da produtividade bruta.

9

3. Método expedito para avaliação das perdas 4 Na determinação das perdas do arranquio mecanizado, em unidade de sc/alq, inicialmente deve-se contar o número de vagens de dois grãos na superfície do solo encontrados dentro da área da armação

de

2

2 m.

Esta

armação

deve

ser

posicionada em pelo menos 4 locais diferentes na área que está sendo colhida, obtendo-se então a média das 4 contagens. Com este valor médio podese estimar as perdas de acordo com os valores indicados na Tabela 1.

4

Com este método pode-se estimar as perdas diretamente no campo com erro médio da ordem de ±10%. 10

Tabela 1. Relação entre o número de vagens de 2 grãos e as perdas no arranquio de amendoim em sc/alq.

Nº vagens * de 2 grãos 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60

PVA 5,0 8,9 12,8 16,7 20,7 24,6 28,5 32,4 36,3 40,3 44,2 48,1

Perdas (sc/alq) PIA 5,5 10,7 15,9 21,1 26,2 31,4 36,6 41,8 46,9 52,1 57,3 62,5

**

PTA 10,5 19,6 28,7 37,8 46,9 56,0 65,1 74,2 83,3 92,4 101,5 110,6

*

Vagens de 2 grãos encontradas na superfície do solo em uma área de 2 m2 (após a passagem do arrancador). ** Valores considerando-se vagens com umidade de 8%.

Por exemplo, se o produtor encontrar, no momento do arranquio, 20 vagens de 2 grãos na superfície do solo, as perdas estimadas no arranquio serão de 16,7 sc/alq (visíveis), 21,1 sc/alq (invisíveis) e de 37,8 sc/alq (total).

11

Para avaliar as perdas no recolhimento o produtor deverá, após a passagem da recolhedora, coletar e contar as vagens de 2 grãos existentes na superfície do solo, dentro da área da armação de 2 m², em pelo menos 4 locais diferentes na área que está sendo colhida, obtendo-se então a média das 4 contagens. Com este valor médio pode-se estimar as perdas de acordo com os valores indicados na Tabela 2.

12

Tabela 2. Relação entre o número de vagens de 2 grãos e as perdas após o recolhimento de amendoim em sc/alq.

Nº vagens * de 2 grãos 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 *

Perdas (sc/alq) PVT 5,0 8,9 12,8 16,7 20,7 24,6 28,5 32,4 36,3 40,3 44,2 48,1

**

Vagens de 2 grãos encontradas na superfície do solo em uma área de 2 m2 (após a passagem da recolhedora). Valores considerando-se vagens com umidade de 8%.

**

Por exemplo, se o produtor encontrar, no momento do recolhimento, 25 vagens de 2 grãos na superfície do solo, as perdas visíveis totais estimadas serão de 20,7 sc/alq. A perda total na colheita de amendoim (PTC) será dada pela soma de PIA (20 vagens = 21,1 sc/alq)+ PVT (25 vagens = 20,7 sc/alq). No nosso exemplo, PTC = 21,1 + 20,7  PTC = 41,8 sc/alq. 13

Para a determinação da porcentagem de perdas em relação à produtividade utiliza-se da Tabela 3. Tabela 3. Porcentagem de perdas com relação à produtividade do amendoim. Perdas Produtividade (sc/alq) (sc/alq) 500 300 400 600 700 800 5 1,67 1,25 1,00 0,83 0,71 0,63 10 3,33 2,50 2,00 1,67 1,43 1,25 15 5,00 3,75 3,00 2,50 2,14 1,88 20 6,67 5,00 4,00 3,33 2,86 2,50 25 8,33 6,25 5,00 4,17 3,57 3,13 30 10,00 7,50 6,00 5,00 4,29 3,75 35 11,67 8,75 7,00 5,83 5,00 4,38 40 13,33 10,00 8,00 6,67 5,71 5,00 45 15,00 11,25 9,00 7,50 6,43 5,63 50 10,00 16,67 12,50 8,33 7,14 6,25 55 18,33 13,75 11,00 9,17 7,86 6,88 60 20,00 15,00 12,00 10,00 8,57 7,50 65 21,67 16,25 13,00 10,83 9,29 8,13 70 23,33 17,50 14,00 11,67 10,00 8,75 75 25,00 18,75 15,00 12,50 10,71 9,38 80 26,67 20,00 16,00 13,33 11,43 10,00 85 28,33 21,25 17,00 14,17 12,14 10,63 90 30,00 22,50 18,00 15,00 12,86 11,25 95 31,67 23,75 19,00 15,83 13,57 11,88 100 33,33 25,00 20,00 16,67 14,29 12,50 Por exemplo, uma perda de 50 sc/alq em uma área com produtividade de 500 sc/alq, representa 10% de perdas. 14

IEA. 2013. INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA. Área e produção dos principais produtos agropecuários do Estado de São Paulo. Disponível em: . Acesso em: 07 jun. 2013. WILLIAMS, E.J.; DREXLER, J.S. A non-destructive method for determining peanut pod maturity. Peanut Science, Raleigh, v.8, n.2, p.134-141. 1981.

Agradecimentos À Pró-reitoria de Extensão Universitária da UNESP, Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo – COOPERCANA, COPLANA – Cooperativa Agroindustrial e MIAC Máquinas Agrícolas, pelo apoio oferecido aos projetos de avaliação de perdas na colheita do amendoim.

15

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Pró-reitoria de Extensão Universitária

Laboratório de Máquinas e Mecanização Agrícola Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n - 14884-900 Jaboticabal, SP Telefone: (16) 3209-7830

Universidade Estadual de Maringá – Câmpus do Arenito Rodovia PR 482, km 45 - 87820-000 - Cidade Gaúcha, PR Telefone: (44) 3675-1879

0

1

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.