CARVALHO, A. V.; MENEZES, V. H. S. Práticas em Arqueologia Pública: considerações acerca do projeto “LAP com as Escolas”. (2013)

July 25, 2017 | Autor: V. Menezes | Categoria: Public Archaeology, LAP at School, LAP/Unicamp
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Edição Especial – ANAIS I Semana de Arqueologia “Arqueologia e Poder” ISSN 2237-8294

Práticas em Arqueologia Pública: considerações acerca do projeto “LAP com as Escolas” 1 Aline V. Carvalho 2 e Victor Henrique S. Menezes3.

Resumo: Entendendo a Arqueologia Pública como um campo político, que permite a construção de diálogos entre as especificidades produzidas no interior da Arqueologia e as mais diversas comunidades, o Laboratório de Arqueologia Pública Paulo Duarte (LAP/NEPAM), localizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), tem como um de seus objetivos a criação e desenvolvimento de ações que trabalhem com a produção do saber arqueológico junto às comunidades externas a universidade. É neste contexto que está inserido LAP com as Escolas, projeto desenvolvido desde o segundo semestre de 2012 e que tem por intuito a aproximação dos alunos de escolas públicas e privadas ao mundo da Arqueologia por meio de conversas, palestras e exposições acerca do tema. Tendo por objetivo apresentar o projeto, bem como os resultados obtidos até então, o presente artigo trará algumas discussões acerca da Arqueologia Pública, e como esta especificidade da Arqueologia é entendida e desenvolvida no Laboratório de Arqueologia Pública Paulo Duarte.

Palavras-chave: LAP com as Escolas; Arqueologia Pública; Comunidades.

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Esta comunicação é baseada no capítulo de livro Arqueologia Pública: propostas e ações do Laboratório de Arqueologia Pública Paulo Duarte (NEPAM-UNICAMP), de autoria de Aline V. Carvalho, Rafael Rufino e Victor H. S. Menezes, previsto para ser publicado na obra “Divulgação científica e cultural da Arqueologia”. O livro comporá um dos produtos finais do Projeto “Arqueologia e Divulgação Científica: Diálogos e Saberes”, financiado pela Petrobrás através do Edital SAB 2011, “Programa de Apoio à Difusão do Conhecimento Arqueológico”. 2

Pesquisadora do NEPAM/UNICAMP, coordenadora associada do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (NEPAM), e, coordenadora do Laboratório de Arqueologia Pública Paulo Duarte (LAP/NEPAM/UNICAMP). Contato: [email protected] 3

Graduando em História pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Estagiário do Laboratório de Arqueologia Pública Paulo Duarte (LAP/NEPAM/UNICAMP). Contato: [email protected] 1 Anais I Semana de Arqueologia. “Arqueologia e Poder”. Campinas: LAP/NEPAM, 2013.

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Introdução Nos dias de hoje podemos afirmar, com tranquilidade, que as discussões sobre as relações entre a Arqueologia e as comunidades não são novidades no ambiente arqueológico; seja esse ambiente referente à academia ou às pesquisas de campo. Mesmo antes da década de 1970, momento em que o termo Arqueologia Pública foi cunhado e popularizado (McGimsey, 1972), nós temos exemplos de alguns arqueólogos que desbravavam o caminho da divulgação com o objetivo de levar o conhecimento científico para os chamados leigos. Podemos citar como representantes destes pioneiros o Cavaleiro do Império Britânico Mortimer Wheeler, que se dedicava a um programa de rádio e televisão sobre Arqueologia nos anos de 1950, ou mesmo, no campo nacional, Paulo Duarte, que ministrava palestras e cursos de introdução à arqueologia para o amplo público (Backx, 2013). É bastante claro, todavia, que a percepção que esses autores tinham sobre a própria ciência e sobre a necessidade de divulgá-la estava vinculada a uma perspectiva que o arqueólogo e professor da Universidade de Lund, na Suécia, Cornelius Holtorf, poderia definir como um misto entre educacional e relações públicas (2007); afinal, a verdadeira arqueologia estaria sendo transmitida para que o público fosse instruído sobre essa ciência. E, para ambos os exemplos citados, Wheeler e Duarte, a ciência arqueológica tinha um papel fundamental para a consolidação da civilidade. Dentro desta proposta, era necessário divulgar e instruir os leigos. Décadas se passaram e, mais do que movimentos epistemológicos na ciência arqueológica, assistimos a luta dos movimentos sociais relacionados aos direitos civis, as questões de gênero, ao anti-imperialismos, entre outros que ganharam força e cujas reivindicações ecoam até a atualidade. Com isso, as figuras de autoridade, supostamente detentoras de poder e conhecimento inquestionáveis, foram colocadas em dúvida por diferentes atores sociais. Muitas foram as propostas da arqueologia a essas novas demandas; entre elas, em um contexto internacional, podemos citar a fundação do World Archaeological Congress (WAC). A WAC, de acordo com Pedro Paulo Funari, arqueólogo e professor da Universidade Estadual de Campinas (Brasil), marca a história da disciplina no sentido de reconhecer os “direitos das populações de compartilhar as decisões de administração dos seus sítios e da herança material” (Funari, 2001: 241). Para tomar parte dos processos decisórios, tornava-se imperativo o reconhecimento da igualdade entre aqueles que falavam sobre o tema em questão, independente de suas trajetórias de vida. Com a WAC, e outras percepções sobre o poder (Foucault, 1987), tem-se, a partir da década 2 Anais I Semana de Arqueologia. “Arqueologia e Poder”. Campinas: LAP/NEPAM, 2013.

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de 1980, novos caminhos para a construção das relações entre a arqueologia e a sociedade como um todo. Essas relações podem ser orientadas por questões éticas e epistemológicas ou mesmo, em uma outra ponta, por questões meramente legalistas; afinal, desde a portaria nº 230/2002, a execução da Educação Patrimonial4 tornou-se obrigatória nos trabalhos de salvamento arqueológico. Devemos destacar, todavia, que Arqueologia Pública, Divulgação Arqueológica e Educação Patrimonial são termos bastante distintos e que, dependendo do contexto usado, carregam premissas muito específicas sobre as relações arqueologia e sociedade. O presente trabalho entende a Arqueologia Pública como uma vasta área do campo arqueológico voltada para a reflexão e atuação sobre os aspectos políticos da disciplina com as mais diversas comunidades. E, dentro desta percepção, os princípios de dialogar e compartilhar a ciência arqueológica tornam-se bases orientadoras de nossas ações. Por isso, a Arqueologia Pública trabalha de forma transversal com o campo da Divulgação Cientifica; um dos responsáveis pela construção de poderosos imaginários culturais sobre a arqueologia, e, cujos debates definidores encontram-se principalmente no campo do jornalismo e da comunicação. A transversalidade também encontra frutos nas parcerias entre as discussões próprias da Arqueologia Pública e os debates produzidos no seio da Educação Patrimonial; com suas múltiplas vertentes, interpretações e empoderamentos vinculados às noções patrimoniais. Partindo desse pressuposto, a presente comunicação tem por objetivo apresentar o projeto LAP com as Escolas, que constitui uma das práticas em Arqueologia Pública desenvolvidas atualmente pelo Laboratório de Arqueologia Pública Paulo Duarte (LAP/NEPAM/UNICAMP). Nosso intuito não é trazer receitas sobre como fazer o que entendemos por arqueologia democrática, mas, ao contrário, abrir espaços para discuti-la. Almejamos, assim, apresentar algumas de nossas facetas esperando, sempre, o diálogo e as possibilidades do aprimoramento delas. Começaremos apresentando o laboratório e por fim o referido projeto.

O Laboratório de Arqueologia Pública Paulo Duarte É importante destacar, primeiramente, que o LAP – sigla pelo qual é comumente conhecido –, constitui um Laboratório de Arqueologia que tem como fonte de inspiração o intelectual e humanista Paulo Duarte, figura de destaque na luta pelos Direitos Humanos, e, responsável pela 4

Texto disponível em: http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=337. Data de acesso: 27 de Fevereiro de 2013. 3 Anais I Semana de Arqueologia. “Arqueologia e Poder”. Campinas: LAP/NEPAM, 2013.

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implantação de projetos de preservação patrimonial que incentivaram pesquisas brasileiras em torno da Arqueologia. Como escreveu Érico Veríssimo (1974), “Paulo era um homem de ação, um organizador e ao mesmo tempo, uma inteligência voltada para a cultura e a pesquisa, especialmente no campo das ciências humanas.” Por apresentar este caráter simbólico e por compreender e ressaltar a importância das interações entre as instituições acadêmicas e as comunidades externas à universidade, refletindo sobre como as pesquisas podem se relacionar com a sociedade, o Laboratório de Arqueologia Pública tem em Paulo Duarte um exemplo de suas propostas e objetivos e, por este motivo, vinculou o nome do intelectual ao nome da instituição. O LAP é composto por uma equipe ampla de pesquisadores, que abrange professores da área de Arqueologia, Patrimônio e História Cultural, graduandos, mestrandos, doutorandos, estagiários, bolsistas, colaboradores e pesquisadores juniores. As pesquisas desenvolvidas por estes trabalham com questões que vão desde a Antiguidade até o Mundo Contemporâneo, sendo destacados três eixos temáticos fundamentais: Arqueologia Pública; Arqueologia e Identidades; e Arqueologia, Patrimônios e Memórias. Por acreditar em um conhecimento construído em conjunto com as comunidades externas a universidade, possibilitando a formação de uma Arqueologia Democrática, o LAP tem, como um de seus objetivos, apresentar e realizar atividades que permitam uma interação maior dos mais diferenciados públicos com o mundo acadêmico. Assim, o Laboratório trabalha com a ideia de Arqueologia Pública como um campo político que permite a construção de diálogos entre as especificidades produzidas no interior da Arqueologia e as mais variadas comunidades (CARVALHO, 2011: s/p). Longe de sugerir a existência de dicotomia entre a Arqueologia e a sociedade, o LAP procura propor uma interação fluída e dinâmica entre a ciência arqueológica e os universos nos quais ela está inserida, construindo assim, diálogos que não se restringem apenas às reflexões sobre práticas arqueológicas. Temas como Ambiente, Memória, Patrimônio, Usos e Construções do passado, Direitos Humanos, entre outros, em suas conversações com Arqueologias (múltiplas e subjetivas) são de interesse do laboratório (CARVALHO, 2011: s/p). Os diálogos que se pretende construir cotidianamente têm por maior enfoque os alunos de Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas e privadas do Brasil. Assim, muito além de ser o responsável pela guarda e manejo do material arqueológico proveniente de diferentes regiões do país, o LAP desenvolve projetos práticos em Arqueologia Pública, que envolvem as escolas 4 Anais I Semana de Arqueologia. “Arqueologia e Poder”. Campinas: LAP/NEPAM, 2013.

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de Campinas e região, e, mantém atividades que objetivam a divulgação do saber arqueológico ao público interno e externo à universidade. Esses projetos e atividades podem ser subdivididos em cinco categorias ou grupos, que apesar de dialogarem entre si e trabalharem com públicos e metodologias semelhantes, desenvolvem-se de maneiras diferenciadas. Todos têm por objetivo a aproximação de públicos internos, e principalmente externos à universidade, aos estudos e pesquisas no campo da Arqueologia, mas é a forma como se constroem os diálogos com esses públicos que vem a diferenciar, e principalmente, marcar cada uma dessas categorias, que abrangem um ou mais projetos. A primeira categoria ou grupo, no qual se enquadram as práticas em Arqueologia Pública do LAP, concentram as atividades realizadas com as escolas, do qual fazem parte o projeto LAP com as escolas, as atividades desenvolvidas anualmente na UPA (Unicamp de Portas Abertas)5 e o recente projeto Diálogos Patrimoniais, que se iniciou em março do presente ano.6 A segunda consiste na criação de Oficinas de Arqueologia, propiciadas a partir do Projeto Escava-ação, e realizada em parceria com o Museu Exploratório de Ciências (MEC/Unicamp) no Programa Férias no Museu.7 Os projetos Acervo Arqueológico do Arquivo Paulo Duarte e Leituras do mundo material: práticas em um Laboratório de Arqueologia Pública, desenvolvidos por meio do Programa de Iniciação Científica Júnior (PIC-Jr), que é estruturado pela Pró-reitoria de Pesquisa da Unicamp e financiado pelo CNPq, compõem a categoria de iniciação à pesquisa dos alunos de escolas públicas de Campinas e região. Enquanto que a divulgação da Ciência Arqueológica por meio de artigos, resenhas e entrevistas que tratam não somente de temas relacionados a ela, mas também às pesquisas relacionadas ao campo da Antiguidade, da 5

Para maiores informações acerca das atividades realizadas na UPA, acesse o site do evento: http://www.upa.unicamp.br/ 6

Diálogos Patrimoniais constitui também um projeto prático em Arqueologia Pública que o LAP passou a desenvolver no presente ano. Semelhante em alguns aspectos ao LAP com as Escolas, o projeto tem por intuito o contato com as escolas públicas de Barão Geraldo, distrito da cidade de Campinas e onde está localizada a Unicamp. Diferentemente do LAP com as Escolas que desenvolve atividades (palestra e exposição) em apenas um dia com diferentes escolas ao longo do ano, Diálogos Patrimoniais atua em uma mesma escola, com diferentes atividades, ao longo de todo um semestre/ano. As atividades são compostas por palestras, conversas, oficinas de arqueologia, práticas em laboratório e análises e interpretações dos artefatos “escavados” nas oficinas. Ou seja, ao longo de um semestre/ano espera-se que os alunos e professores participantes do projeto atuem em diferentes etapas do fazer arqueológico. Atualmente, as atividades do projeto vêm sendo desenvolvidas na Escola do Sítio (http://www.escoladositio.com.br/), conjuntamente ao professor de história Thiago Vieira Magalhães e os seus alunos do 6º e 8º anos. 7

Maiores informações acerca do programa no site: http://www.museudeciencias.com.br/ 5 Anais I Semana de Arqueologia. “Arqueologia e Poder”. Campinas: LAP/NEPAM, 2013.

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Memória, do Patrimônio e das Identidades, por meio do blog Laboratório Virtual de Arqueologia Pública e da Revista Arqueologia Pública, compõe o quarto grupo. Por fim, mas não menos importante, a quinta categoria pode ser caracterizada pela produção de materiais de “rápida” divulgação, do qual fazem parte a manutenção de uma página no Facebook, e de um Website, nos quais são publicadas informações acerca dos eventos e atividades desenvolvidas pelo LAP. Recentemente, um novo material, visando divulgação da arqueologia, foi produzido pelo laboratório: trata-se da elaboração e publicação da revista em quadrinhos De dinossauros ao patrimônio: descobrindo a Arqueologia, lançado durante a I Semana de Arqueologia da Unicamp – Arqueologia e Poder. O gibi, que está disponível para downloads no site do LAP 8, foi criado por alunas de Ensino Médio da rede pública de ensino que participaram, no ano de 2012, do Programa de Iniciação Científica Júnior – Pic Jr (Unicamp-CNPq). Sendo um trabalho composto como produto final dos projetos "Acervo arqueológico do arquivo Paulo Duarte", coordenado pelo Profº. Dr. Pedro Paulo A. Funari, e "Leituras do mundo material: Práticas em um laboratório de arqueologia pública", coordenado pela Profª. Dra. Aline Vieira de Carvalho, trata-se do registro de um longo caminho de debates que parte da crença na existência de uma "arqueologia dos dinossauros", passando pela descoberta do combatente Paulo Duarte, e chegando a uma possibilidade de ser arqueólogo. As discussões inseridas na história em quadrinhos giram não apenas em torno do tema Arqueologia, mas expandem-se para os conceitos e sentidos do patrimônio e da memória. Além da narrativa histórica, o gibi possui páginas extras com: caça-palavras, uma sessão de curiosidades chamada “Você Sabia?” e dicas sobre como se tornar arqueólogo no Brasil. As cópias impressas do gibi serão distribuídas gratuitamente, em palestras organizadas pelo LAP, aos alunos de Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas e privadas de Campinas. Além das atividades descritas acima, o LAP organiza mensalmente palestras, minicursos, oficinas e encontros voltados aos alunos de graduação e pós-graduação. Esses eventos buscam também enriquecer os diálogos entre as pesquisas e projetos desenvolvidos pelo LAP e a comunidade acadêmica, estreitando as relações com os alunos de graduação e pós-graduação das

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Disponível para downloads em: http://www.nepam.unicamp.br/lap/docs/de-dinossauros-ao-patrimoniodescobrindo-a-arqueologia.pdf 6 Anais I Semana de Arqueologia. “Arqueologia e Poder”. Campinas: LAP/NEPAM, 2013.

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universidades brasileiras.9 Como exemplo, podemos citar a I Semana de Arqueologia da Unicamp10, que teve como intuito debater as relações entre a Arqueologia e o Poder. Os temas da semana, bem como dos demais eventos organizados, são plurais, assim como as abordagens realizadas sobre eles. E é nesta pluralidade, assimétrica e fluída, que o laboratório almeja encontrar espaços compartilhados para pensar e propor ações para a área da Arqueologia e, claro, da própria Arqueologia Pública.

LAP com as Escolas11: atividades com as comunidades escolares Como argumenta o educador brasileiro Paulo Freire, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou a sua construção” (2011: 143). Partindo desse princípio, e na busca de uma arqueologia democrática, no qual o maior pressuposto é a valorização igualitária do conhecimento (Holtorf, 2007: 119-126), foi criado no ano de 2012 o LAP com as Escolas, projeto que almeja estimular os diálogos entre a equipe do laboratório e os alunos e professores do Ensino Fundamental e Médio. Com a premissa de que todas as pessoas são detentoras de conhecimentos válidos, e que esses saberes podem variar de acordo com a trajetória de vida de cada um dos indivíduos, possuindo igual importância (Carvalho & Funari, 2009: s/p), o projeto procura aproximar os estudantes ao mundo da Arqueologia por meio de conversas, palestras e exposições acerca do tema. Criando também, aproximações entre as escolas brasileiras e a universidade, bem como ao mundo em que ela se insere.

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Até o presente momento não existe curso de graduação e/ou pós-graduação em Arqueologia na Universidade Estadual de Campinas. Porém, por meio do LAP, torna-se possível que os graduandos e pós-graduandos de distintas áreas de conhecimento tenham contato e atuem no campo da Arqueologia. No Programa de Pós-Graduação em História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) é possível desenvolver uma pesquisa no mestrado ou doutoramente com temas relacionados direta ou indiretamente com a Arqueologia, sob a orientação dos professores doutores Pedro Paulo A. Funari e Aline Vieira de Carvalho, em que os alunos poderão sair com o título de mestre ou doutor em História Cultural. A I Semana de Arqueologia da Unicamp, cujo tema foi “Arqueologia e Poder”, ocorreu entre os dias 19, 20 e 21 de março de 2013, na Universidade Estadual de Campinas. 10

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O referido projeto foi também apresentado, em formato de pôster, no 7º WAC (World Achaeological Congress) que ocorreu em janeiro de 2013 na Jordânia. O pôster, de autoria de Gabriella Rodrigues, Pedro Paulo A. Funari, Aline Vieira de Carvalho e Victor Henrique S. Menezes, foi apresentado por Rodrigues, que atualmente é doutoranda na Ruprecht-Karls-Universität Heidelberg, Alemanha. 7 Anais I Semana de Arqueologia. “Arqueologia e Poder”. Campinas: LAP/NEPAM, 2013.

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O LAP com as Escolas consiste, então, na contínua construção de diálogos entre o laboratório e os alunos e professores das redes públicas e particulares de ensino, que têm a oportunidade de visitar as dependências do LAP e conhecer o cotidiano dos trabalhos nele realizados, o seu acervo, assim como, receber em suas escolas os estagiários e pesquisadores do LAP. Estes, por sua vez, além de montar uma pequena exposição com peças arqueológicas, ministram palestras acerca de temas ligados à Arqueologia e às possibilidades de se tornar um arqueólogo no Brasil. Os temas das palestras são variados e fluídos, dependendo do interesse dos alunos e escolas participantes do projeto. Até o presente momento foram ministradas, em maior parte, palestras sobre “O que é Arqueologia?” e “Como se tornar um arqueólogo no Brasil”, mas foram também solicitadas e apresentadas outras com temas ligados ao Mundo Antigo, como por exemplo, “As ânforas romanas e os seus usos”, e “Mito e Poesia na Grécia Antiga”. As escolas, ao entrarem em contato com a equipe do LAP, geralmente sugerem um tema para as palestras e exposições. É principalmente no momento de conversa/palestra inicial, que se procura estabelecer um diálogo entre os palestrantes e os espectadores, de forma que o conhecimento exposto não seja interpretado como uma via de mão única, em que apenas o expositor fala e os outros escutam. Tem-se então o cuidado em estimular os alunos a também falarem ao longo da palestra, a exporem as suas experiências, suas ideias, a interpretarem os artefatos expostos pela equipe do LAP, e principalmente, sentirem que também são detentores de conhecimento acerca dos estudos arqueológicos, e, que podem se tornar futuros arqueólogos. As exposições, montadas previamente, utilizam-se do acervo arqueológico que está sob a guarda técnica do laboratório. Sendo constituído por artefatos que abrangem um longo período histórico – desde a Antiguidade Clássica, passando pelo período pré-histórico da região onde hoje é o Brasil e histórico da América Portuguesa, até períodos mais próximos –, o acervo possibilita a organização de diferentes exposições, que podem ser montadas por temas, por períodos cronológicos ou mesmo por artefatos, dependendo do interesse daqueles que participam do projeto. Durante a exposição, os estagiários e pesquisadores estimulam questões sobre os artefatos apresentados: a proposta é, junto com o público da exposição, elaborar possíveis respostas (e novas perguntas) para as situações que são apresentadas. As questões, em sua maioria, vinculam-se às reflexões sobre os artefatos, as sociedades que o produziram, suas funções e sobre possíveis conexões entre o passado e o presente.

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Com essa dinâmica, que é utilizada também em relação a objetos do nosso presente – como celulares, computadores, pendrives, CDs, entre outros, que geralmente são utilizados no dia-adia pelos estudantes –, além de servir como exemplo prático de uma das etapas de trabalho do arqueólogo, constrói uma interpretação conjunta da cultura material, representada ali por objetos do passado que são expostos pela equipe do LAP, mas também por objetos de uso pessoal que estão nos bolsos dos alunos, em suas carteiras de sala de aula, em suas casas, etc. Trabalha-se assim, com a concepção de que a Arqueologia não é uma ciência que estuda apenas o passado, mas que estuda também as sociedades presentes, podendo ter como objeto de estudo, por exemplo, uma sala de aula, um prédio, um campo de futebol, ou mesmo um shopping center. As atividades do projeto são organizadas e realizadas mediante um contato prévio dos professores e/ou coordenadores pedagógicos com a equipe do LAP. Como explicitado anteriormente, o projeto é realizado em duas frentes: 1) com a ida da equipe do LAP até as escolas, onde são ministradas palestras e exposições com parte do acervo que está sob a guarda do laboratório; 2) ou, com a vinda dos alunos à Unicamp, em que, além de realizar-se a palestra e exposição, é também organizada uma visita monitorada ao laboratório. Em ambas as frentes, os alunos e professores têm a oportunidade de interagir com parte do acervo e dos equipamentos utilizados no cotidiano de trabalho de um arqueólogo (etapas de campo e laboratório). Fica então, a critério das escolas, a escolha entre trazer os alunos ao laboratório, ou recepcionar a equipe do LAP em suas dependências. Desde o início de sua execução até o momento da composição do presente artigo, as atividades do projeto foram desenvolvidas em quatro escolas (sendo três da rede pública e uma da rede particular de ensino): Colégio Liceu Salesiano – Campinas, SP, no dia 31 de agosto de 2012; E. E. Padre José Grimminck – Alfenas, MG, no dia 03 de outubro de 2012; E. E. Profª. Julieta Guedes de Mendonça – Dracena, SP em 16 de outubro de 2012; e E. E. Antonio Vale Sobrinho – Sumaré, SP, no dia 18 de outubro de 2012. [Ver imagens em Anexo I]. Durante a realização das atividades no Colégio Liceu, e nas escolas Julieta e Sobrinho, os alunos tiveram uma conversa com a equipe do LAP sobre "O que é Arqueologia?", em que foram discutidas as maneiras de estudá-la, mas também apresentado os principais aspectos da Arqueologia Brasileira, Arqueologia Subaquática e Arqueologia História, as possibilidades de se tornar arqueólogo no Brasil e as etapas de trabalho do arqueólogo. Foi montada também uma exposição com os instrumentos de trabalho do arqueólogo e uma parte dos artefatos que compõem o acervo arqueológico do LAP, que foram levados à escola. Entre os materiais 9 Anais I Semana de Arqueologia. “Arqueologia e Poder”. Campinas: LAP/NEPAM, 2013.

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expostos aos alunos estavam os fragmentos de ânforas romanas, materiais pré-históricos escavados no interior de São Paulo (batedores, pontas de flechas, facas, entre outros) e materiais históricos (fragmentos de cerâmica, louça e garrafas) retirados de escavações que ocorreram no Porto de Santos. Com a Escola José Grimminck 12, porém, as atividades se diferenciaram das demais, uma vez que foram os estudantes que vieram até o LAP. Então, além de realizarem uma visita monitorada ao laboratório e de participaram de uma conversa sobre "Os estudos de Arqueologia" com os estagiários, tiveram a oportunidade de assistir a palestra "Mito e Poesia na Grécia Antiga" (tema escolhido previamente pelos alunos), organizada pelo LAP, e ministrada pelo Prof. Dr. Flávio Ribeiro, que é docente do Instituto do Ensino da Linguagem (IEL) da Unicamp. As atividades do projeto que foram desenvolvidas nessas escolas, e que abrangeram estudantes com a idade entre 11 e 17 anos, tiveram por premissa: 1) Compreensão do que são documentos históricos e vestígios arqueológicos e identificação de sua importância para a construção de explicações históricas; 2) Apresentar uma ideia diferente e menos romantizada daquela que a grande mídia apresenta como sendo uma escavação arqueológica; 3) Compreender como os arqueólogos pesquisam e quais são as etapas do trabalho arqueológico até que as peças cheguem a um laboratório como o LAP; 4) Apresentação das pesquisas e atividades desenvolvidas atualmente pelo LAP; 5) Refletir acerca da importância da Arqueologia para a sociedade atual, e de que forma os estudos arqueológicos podem ser feitos com materiais mais recentes. Outro aspecto que se procurou trabalhar com os alunos durante a conversa sobre a Arqueologia, é o caráter interdisciplinar de uma escavação arqueológica, atentando para o fato de que dela não participam apenas arqueólogos, mas que também podem participar historiadores, geólogos, biólogos, químicos, entre outros. Assim, tem-se a preocupação em informar aos alunos que mesmo aqueles que não querem fazer uma graduação em Arqueologia, mas têm interesse em trabalhar com alguma dessas outras áreas, podem vir a participar de escavações arqueológicas. Ou mesmo, aqueles que ainda estão em idade escolar e que se interessam pelo saber arqueológico, como demonstram as recentes escavações realizadas nos moldes da Arqueologia 12

A visita dos estudantes foi organizada pelas graduandas em História Ana Paula Rodrigues de Alencar e Jéssica Helena da Silva (bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID História da UNIFAL-MG) em parceria com a equipe do LAP. 10 Anais I Semana de Arqueologia. “Arqueologia e Poder”. Campinas: LAP/NEPAM, 2013.

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Comunitária, que tem por objetivo envolver populações locais – independente da idade ou formação –, nas pesquisas arqueológicas e nas políticas de representação do patrimônio cultural (FERREIRA, 2011: 17). Então, além do conceito de Arqueologia Pública, é também discutida com os estudantes, a questão da Arqueologia Comunitária, que como escreve o arqueólogo Lúcio Menezes Ferreira (2011: 29), tem por preocupação “tornar as comunidades em agentes e colaboradoras ativas da pesquisa arqueológica”. Ou seja, tem por pressuposto a participação ativa de pessoas externas a comunidade acadêmica nas diferentes etapas de pesquisas e trabalhos arqueológicos, compreendendo atividades que vão desde a prospecção de sítios até o estudo dos artefatos em laboratório. A Arqueologia Subaquática, por sua vez, é outro tema que procurou-se discutir com os alunos. Se a Arqueologia é na maioria das vezes tida como uma aventura e busca por dinossauros, a Arqueologia Subaquática, no imaginário dos estudantes e mesmo da população em geral, como escreve Gilson Rambelli (2011: 43) é sinônimo de “uma atividade amadora, representante exótica de um dos ramos do mergulho, e não como uma especialidade da Arqueologia”. Tendo então por objetivo debater com os alunos a questão da proteção do patrimônio subaquático e da Arqueologia Subaquática como uma disciplina científica, busca-se levantar críticas acerca de como o patrimônio subaquático brasileiro vem sendo entendido e tratado nos últimos anos. Longe de tentar disciplinar os estudantes acerca do que entende-se por certo ou errado, procura-se levantar questões e reflexões acerca do tema, e tratá-los de forma crítica, buscando não educar os estudantes, no sentido amplo da palavra, mas sim, possibilitar ferramentas para que eles possam olhar de forma crítica a sociedade e a cultura material que os cercam. Os resultados dos debates, em uma conversa sobre a Arqueologia Subaquática, a título de exemplo, são muito interessantes, e dependendo da idade escolar dos estudantes que estão participando da conversa e de seus interesses, as discussões variam desde naufrágios de grandes navios, como o Titanic, e escavações no litoral paulista, até mesmo a preocupação com os tubarões, que no imaginário de alguns dos alunos, aparecem como o principal problema de um arqueólogo subaquático. E é com estes temas, como também discussões acerca da Arqueologia da Escravidão, Arqueologia Clássica, Arqueologia Histórica e Pré-História, entre outros, que surgem a partir do interesse tanto da equipe do LAP quanto dos estudantes, que são construídos os debates, questionamentos, críticas e curiosidades que giram em torno da ciência arqueológica. 11 Anais I Semana de Arqueologia. “Arqueologia e Poder”. Campinas: LAP/NEPAM, 2013.

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Portanto, devido à diversidade de temas e estudantes que participam do projeto, é impossível ter-se um roteiro único de como proceder nas conversas/palestras e exposições para alunos de diferentes faixas etárias, níveis sócio-econômicos, espaços de sala de aula, e presença ou ausência de contato prévio com Arqueologia. Desse modo, as atividades do projeto são desenvolvidas de maneira flexível e se modificam de acordo com a demanda de diferentes públicos. Nas atividades realizadas até o presente momento, por exemplo, foi utilizada a exposição “Arqueologia: ontem e hoje”, composta por fragmentos de ânforas produzidas no Império romano (há cerca de dois mil anos), materiais pré-históricos encontrados em escavações no interior do estado de São Paulo (batedores, pontas de flechas e facas), e materiais históricos (fragmentos de cerâmicas, louças e garrafas) retirados de escavações que ocorreram na década passada, no porto de Santos (SP). Para as próximas atividades, a ocorrer a partir de maio do presente ano, pretende-se apresentar duas novas exposições: “A América antes dos colonizadores”, com materiais líticos e cerâmicos provenientes de sítios pré-históricos localizados nos atuais estados de São Paulo e Minas Gerais; e “Arqueologia e Portos: vida e história no Porto de Santos”, composta por cerâmicas, faianças, faianças-finas, restos construtivos, metais, vidros e ossos, que abrangem um longo período da história do Porto de Santos. O projeto, ao qual se pretende dar continuidade ao longo dos próximos anos, tornou-se um suporte para a criação de reflexões, entre distintos públicos, a respeito do complexo mundo material que cerca o homem, desde os tempos mais longínquos, até o tempo presente. Permitindo diálogos e aproximações com as distintas escolas públicas e privadas do Brasil, por meio do LAP com as Escolas – que é importante ressaltar, ainda passará por modificações estruturais ao longo dos próximos meses13 – o LAP passou a ter mais um importante instrumento na troca de experiências e saberes. Considerações finais O LAP com as Escolas, bem como os demais projetos e atividades citados ao longo do presente artigo, são desenvolvidos pelos alunos que compõem a equipe de pesquisadores do laboratório, e não deixam de compor uma parte política da Arqueologia. Como especificado 13

Uma das alterações nas atividades consiste, por exemplo, na elaboração de um formulário de avaliação da visita para os professores e alunos, como forma do LAP estar sempre se aperfeiçoando através desse contato com a comunidade externa à Unicamp.

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anteriormente, propiciam um maior contato e a construção de diálogos entre a academia e as comunidades, caracterizando então, as pesquisas e trabalhos na área de Arqueologia que são desenvolvidos atualmente na Universidade Estadual de Campinas. É importante salientar que tais projetos não se dirigem apenas ao ensino oficial das redes educacionais, nem possui qualquer restrição de idade (VASCONCELOS, 2009: 329), muito menos, como procuramos demonstrar ao apresentar o LAP com as Escolas, ficam restritos às publicações acadêmicas. Pois, como destaca Jorge Eremites de Oliveira em seu artigo Por uma arqueologia socialmente engajada: arqueologia pública, universidade pública e cidadania (2005: 118): (…) não basta aos arqueólogos produzirem novos conhecimentos científicos e apenas os divulgarem em revistas especializadas. Eles precisam fazer esses saberes alcançarem o maior número possível de pessoas, principalmente aquelas que não frequentam os círculos acadêmicos onde ocorrem os mais variados debates sobre temas de interesse à Arqueologia. Dessa forma, o conhecimento que produzem sobre o passado, e também acerca do presente, poderá ser gradativamente incorporado à memória coletiva da sociedade de que fazem parte ou, até mesmo, daquelas que foram por eles estudadas.

Agradecimentos

Agradecemos à equipe do Laboratório de Arqueologia Pública Paulo Duarte e do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais pelo suporte institucional e acadêmico. Agradecemos também à equipe organizadora da I Semana de Arqueologia da Unicamp – “Arqueologia e Poder” e ao apoio do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, que cedeu gentilmente o espaço e suporte necessários para a realização do evento. E por fim, não podemos deixar de agradecer as escolas participantes do projeto, que gentilmente têm nos procurado, e aberto espaços para reflexões e construções de saberes no campo da Arqueologia.

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ANEXO I – Imagens

Imagem 01 - Estagiários do LAP ministram palestras e montam exposições no Colégio Liceu de Campinas, durante a Semana Profissional do Ensino Fundamental II. [Fonte: Colégio Liceu Salesiano de Campinas]

Imagem 02 - Durante a Semana de Profissões do colégio Liceu, a equipe do LAP realizou uma conversa, com os alunos do 6º e 7º ano, sobre "O que é a Arqueologia?" e "Como se tornar um arqueólogo no Brasil", juntamente com uma pequena exposição de fragmentos de ânforas e materiais encontrados em escavações realizadas no Brasil. [Fonte: Acervo Fotográfico do LAP/NEPAM/Unicamp]

Imagem 03 - Estagiário Victor Menezes ministra palestra aos estudantes da E. E. Padre José Grimmink, do município de Alfenas (MG) em visita o LAP. [Fonte: Acervo fotográfico do LAP]

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Imagem 04 - Estudantes da E. E. Padre José Grimmink, do município de Alfenas (MG) em visita o LAP. [Fonte: Acervo fotográfico do LAP]

Imagem 05 – Durante a visita ao LAP, foi ministrada aos alunos uma palestra sobre "O que é Arqueologia" e exposto materiais préhistóricos e históricos encontrados em escavações realizadas no interior dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Na imagem, a estagiária Amanda Servidoni estimula questões e reflexões nos estudantes sobre os artefatos apresentados [Fonte: Acervo Fotográfico do LAP/NEPAM/Unicamp]

Imagem 06 – Alunos da E. E. Profª. Julieta Guedes de Mendonça, do município de Dracena, SP, assistem a palestra “O que é Arqueologia?”, ministrada pelo estagiário do LAP, Victor Menezes. [Acervo fotográfico do LAP]

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Imagem 07 - O estagiário do LAP, Victor Menezes (ao centro) esteve na cidade de Dracena, interior de São Paulo, realizando conversas, palestras e exposições com alunos da E. E. Profª. Julieta Gudes de Mendonça. As atividades contaram com o apoio da coordenação pedagógica da escola e da professora de História Sandra Regina Constantino. [Fonte: Acervo Fotográfico do LAP/NEPAM/Unicamp]

Referências BACKX, Isabela S. Paul Rivet e Paulo Duarte: discursos sobre Humanismo e Arqueologia no Brasil. Dissertação de Mestrado. Campinas/Unicamp: IFCH, 2013. CARVALHO, Aline V.; FUNARI, Pedro Paulo A. As possibilidades da Arqueologia Pública. Revista História e-História, 2009. Disponível em: http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm? tb=arqueologia&id=31 Acesso em: 04/03/13. CARVALHO, Aline V. Nota de atividades: Laboratório de Arqueologia Pública. História e-história. Campinas, 2011. DUARTE, Paulo. Memórias – A inteligência da fome (vol. II.). São Paulo: Hucitec, 1975. FERNANDES, M. C. N.; Almeida, D.; FREITAS, G. S.; ROCHA, J. De dinossauros ao patrimônio: descobrindo a Arqueologia. Campinas: LAP/Unicamp, 2013. FERREIRA, Lúcio M. Quieta non movere: Arqueologia Comunitária e Patrimônio Cultural. In: FUNARI, P. P. A.; CARVALHO, A. V. Patrimônio Cultural, diversidade e comunidade – Primeira Versão 143. Campinas: IFCH, 2011. FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Petrópolis: Editora Vozes, 1987. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo, SP: Paz e Terra, 2011. FUNARI, Pedro Paulo A. Public archaeology from a Latin American perspective. Public Archaeology, Londres, v. 1, p. 239-243, 2001. 16 Anais I Semana de Arqueologia. “Arqueologia e Poder”. Campinas: LAP/NEPAM, 2013.

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HOLTORF, Cornelius. Archaeology is a brand. Oxford: Archaeopress, 2007. OLIVEIRA, Jorge E. Por uma arqueologia socialmente engajada: arqueologia pública, universidade pública e cidadania. In: FUNARI, P. P. A.; ORSER, C. Jr; SCHIAVETTO, S. N. O. (Org.). Identidades, discurso e poder: estudos da arqueologia contemporânea. Editora Annablume, São Paulo, 2005; pp. 117-132. RAMBELLI, G. “Entre o uso social e o abuso comercial: as percepções do patrimônio cultural subaquático no Brasil”. In FUNARI, P. P.; CARVALHO, A. V. Patrimônio Cultural, diversidade e comunidade – Primeira Versão 143. Campinas: IFCH, 2011. VASCONCELOS, Larissa B. Educação Patrimonial e a tutela do patrimônio arqueológico. In: CARVALHO, A. V.; SOARES, I. V. P.; FUNARI, P. P. A.; SILVA, S. F. S. M. Arqueologia, direito e democracia. Habilis Editora, Erechim, 2009. pp.329-351. VERÍSSIMO, Érico. Paulo Duarte. In: DUARTE, P. Memórias: As Raízes Profundas. São Paulo: Hucitec, 1974.

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