CASA DA PORTA. Introdução aos Teixeira de Arouca

June 3, 2017 | Autor: Fernando Brito | Categoria: Genealogia
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A peça mais opulenta de Arouca é ... um tanque

O vale de Arouca e as suas Casas CASA DA PORTA

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O mesmo conto de fadas dos irmãos Grimm lido nas duas línguas tornouse dois contos de fadas para mim: a versão alemã impressa em grossos caracteres góticos e ilustrada com aguarelas sombrias, contava-me uma história; a versão inglesa, numa letra definida e grande, acompanhada por gravuras a preto e branco, contava-se outra. […] O que permite dizer que traduções diferentes de Os Contos de Grimm, de As Mil e Uma Noites ou da Divina Comédia de Dante são, na verdade, o mesmo livro? Alberto Mangual – Uma História da Curiosidade. Tinta da China 2015 pp. 79 e 80

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500 – 1800 Edição Universidade Lusófona do Porto, 2006

IIIVIIIXII CASA DA PORTA introdução aos Teixeira de Arouca Fernando Brito CASA DA PORTA. Introdução aos Teixeira de Arouca

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CASA DA PORTA Mapa de localização O vale de Arouca e as suas Casas. A CASA DA PORTA

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Índice do Caderno

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I.

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Introdução aos Teixeira, de Arouca

A persistência de um nome

Gonçalo Teixeira e outros do mesmo apelido nos registos paroquiais O 13 de Dezembro de 1496 - Reconhecimento das propriedades de São Salvador do Burgo Reconstituição da praça da vila Os limites da freguesia de São Salvador do Burgo "Da Teixeira", antigos, e mais Teixeiras históricos O Cálice de dona Milícia de Melo Reconstituição da praça da vila e capela de São Bartolomeu Sétimo Gonçalo e os primeiros Teixeiras de Arouca Retrato do escrivão Fac-símile do sinal público de Gonçalo Teixeira Conclusão

44-45

II. CASA DA PORTA

49-82

esquema Os Pires e os Dias, da Casa da Porta O retrato de “O último Morgado da Porta” Duas fachadas da Casa da Porta esquema Filhos de Maria Vaz da Porta O registo de óbito de Maria Tavares Teixiera I esquema Filhos de Maria Tavares Teixeira I Pelourinho de Alvarenga, em Trancoso Representação heráldica de Tavares-Teixeira esquema Filhos e Netos de Maria Tavares Teixeira II A entrada na Casa da Porta esquema Jacinto Teixeira, da Porta, e os Pinho Vieira esquema Filhos do Dr. Jacinto da Porta Assento de O. do Dr. Jacinto Padieira datada na Casa da Sousa A Casa da Felgueira Placa com as iniciais de Luís Teixeira de Brito Brasão dos Praça de Vasconcelos CASA DA PORTA. Introdução aos Teixeira de Arouca

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... PEUT-ÊTRE UN LOINTAIN ARRIÊRE-GRAND-PÈRE DIRECT À NOUS ET SON NEVEU, ON NE SAIT PAS, ON NE SAURA JAMAIS, C´EST SANS TROP D´IMPORTANCE,

LES MEMBRES D´UNE FAMILLE SONT COMME DES ARDOISES SUR UN TOIT...

Pièrre Jakez Hélias, Le Cheval d´Orgueil; Plon, 1975, p. 479

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CASA DA PORTA I introdução aos Teixeira, de Arouca

A persistência de um nome

Numa enfiteuse de 1450, o interessado apresenta um instrumento: que mostrava ser feito e asynado por Gonçalo Teixeira tabaliam do julgado; em 1485, o prazo de Valdasna é concedido pela abadessa dona Leonor Coutinho: a Gonçalo Teixeira nosso criado; em 1494, a pedido da abadessa, o rei D. João II: querendo nos fazer graça e mercê a Gonçalo Teixeira escd.º houvidor ... ouvesemos hy por tbam ho dito G.º teixra.; em 1496, faz-se o reconhecimento das propriedades de São Salvador do Burgo: em prezença de my Gonçallo Teixeira Escudeiro e Tabalião, por Nosso Senhor El Rey, na dita villa e Couto / ... e eu Gonçalo Teixeira Tabalião sobredito que a todo foi prezente, e este Instrumento de Tombo escrevy, e em elle meu Sinal fiz que tal hé; em 1499, D. Manuel confirma-lhe o ofício: A quantos esta nosa carta virem fazemos saber que por parte de Gonçalo Teixeira escd.ro e morador em a villa darouca nos foy apresentada hua carta delRey don Joham ...; em 1511, o Mosteiro renova o prazo de São Gens de Boelhe: a Gonçalo Teixeira de Além Douro e m.er Biatryz Vieira que fora de vossa mãe Catarina Luis; D. João III confere carta de tabelião na vila de Arouca: a Gonçalo Teixeira mor.. nesa dita villa, que sucede a Lopo Royz s/ pae q. o dito officio tinha; uma escritura de 1551 se autentifica por: ... eu Gonçalo Teixeira t.am pubiquo e judiciall por ellRey noso senor na villa darouqua e seus termos q. heste est.to de emprazamento escrevy e diguo eu guonçallo Tey.ra que outro sy dou minha autoridade a este prazo e por verdade asyney aqui de meu synall cost.º e eu guaspar Teyx.ra por o dito guonçallo teyx.ra t.am o escrevy e eu guonçallo Teix.ra t.am o fiz escrever e o escrevy e concertey e asyney de meu pubriquo synall que tall he; um emprazamento de 1551 e muitos outros até 1579 são concedidos a Gonçalo Teixeira, Escudeirofidalgo, morador na rua dos Currais; um século depois, em 1654, 1662 e 1671, recebem provisão para comissário ou carta de familiai do Santo Ofício três filhos

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de Gonçalo Teixeira e sua m.er Maria Tavares, moradores em Eiriz (ele tinha nascido por 1554 pois se declarara de 60 anos pouco mais ou menos em 1614); em 1626 nasce o primogénito de Gonçalo Teixeira e de sua m.er Maria Vaz, da Porta; são contemporâneos de Gonçalo Teixeira, de Sá, este com filhos a partir de 1618; o capitão Gonçalo Teixeira, familiar do Santo Ofício em 1686, nat. de Crasto, nascido em 1624 e residente na cidade da Baía, sobrinho-neto de Gonçalo Teixeira de Eiriz. Em suma, Gonçalo Teixeira não morre ... Ou então: Gonçalo Teixeira I, Tab. do julgado antes de 1450; Gonçalo Teixeira II, Escudeiro Ouvidor e depois Tab. por D. João II em 1494, confirmado por D. Manuel em 1499; Gonçalo Teixeira III, d´Além Douro, filho de Catarina Luis; Gonçalo Teixeira IV, Tab. por D. João III; Gonçalo Teixeira V, escudeiro-fidalgo; Gonçalo Teixeira VI, de Eiriz; Gonçalo Teixeira VII, da Porta; Gonçalo Teixeira VIII, de Sá1; Gonçalo Teixeira IX, capitão, residente na Baía, familiar do Santo Ofício em 16862. Possivelmente, algum mais: Em 1707 apadrinha uma criança (um seu sobrinho?), da Quinta de Santa Maria do Monte, Gonçalo Teixeira do mesmo lugar3...

Gonçalo Teixeira e outros do mesmo apelido nos registos paroquiais.

O mais antigo Gonçalo Teixeira que logra deixar notícia nos primeiros livros é o escudeiro-fidalgo, Gonçalo Teixeira V, casado com Filipa Vieira – desde 1552 (ver adiante: Prazos) – pais de Luís Teixeira, pad. em 1576, 1577 e 1578, de Maria Vieira ou Maria Teixeira, mad. em 1577, 1578 e 1579, ambos, neste mesmo ano, mor.s nos Currais; o pai ia apadrinhando, também, desde as primeiras linhas do livro, de 1565 (andaria pelos 50 anos) e em 1577, e viria a falecer entre 1579 e 1580. Dois outros perpassam pelas folhas do Livro Antigo4: Sebastião Teixeira de São Pedro que estava casado com Maria Henriques, mas só com filhos a partir de 1576 [Era filho de Beatriz Vieira: irmã (mais velha, segundo parece) do escudeiro-fidalgo5; Gaspar Teixeira que estava casado com Helena de Abreu e com filhos, talvez o derradeiro nascido em 1565 [Era irmão, também, de

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Talvez f.º de Isabel Vieira que faleceu em Junho de 1620, mais uma irmã, por certo, de Gonçalo Teixeira, de Eiriz. Neto de Isabel Vieira, referida na nota anterior. O mesmo havia casado em 1686 com Maria João, de Santa Maria do Monte. Livro Antigo de BB. a contar de 1565. Ver QUINTA DE SÃO PEDRO.

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Beatriz Vieira e do Escudeiro-fidalgo – a ver adiante]. No livro seguinte6 Sebastião Teixeira e sua m.er Maria Henriques levam ao B. mais filhos; comparecem também os filhos de Gaspar Teixeira conduzindo alguns neófitos da vila, e de novo Luís Teixeira; em 1581, Maria Teixeira filha q. foy de Gonçalo Teixeira, amadrinha um filho de Sebastião Teixeira; em 1589, Gonçalo Teixeira de Eiriz, casado, leva à pia de B. uma filha de Sebastião Teixeira; uma Antónia Teixeira f.ª de António Cardoso7; por fim, um António Teixeira de Roças [talvez irmão de Gonçalo Teixeira de Eiriz] c.c. Isabel Tavares, mad. no mesmo de 1594. Nos livros subsequentes, nomeadamente os achados na câmara eclesiástica de Lamego, vai o relevo para os Teixeiras de São Pedro, filhos de Sebastião Teixeira; e Luís Teixeira está casado com Ana de Abreu [talvez irmã de Maria de Azevedo, m.er de Jerónimo Teixeira de São Pedro], pais de Joana, 1609.

O 13 de Dezembro de 1496 Reconhecimento das propriedades de São Salvador do Burgo

...“mil e quatro centos e noventa e seis annos Treze dias do mês de Dezembro”. Era Domingo. Calcorrear São Salvador, inquirir as testemunhas e lançar a nota: era obra! Mas a escritura está datada desse dia e das “pouzadas de morada” do juiz de Arouca Vasco Martins, onde se encontrava o próprio Gonçalo Teixeira escudeiro e Tab., que a lançou; e também o abade da igreja de São Salvador, que a pediu. Alguns moradores no Burgo serviam de testemunhas. Acontecera que o bispo de Lamego, D. Fernando Coutinho, mandara fazer o tombo das propriedades de todas as igrejas; o abade de São Salvador do Burgo quis cumprir, e requereu a Vasco Martins mercador, “Juiz Ordinário na villa e Couto de Arouca” que, com testemunhas, fosse ao local apegar as ditas propriedades; o juiz escusou-se porque “pella prezente nã podia lá hir”, mas conferiu os necessários poderes ao Tab.: “mandava a mim tabalião que eu

6 7

VILA, livro 1 B. 1581-1596. Cf. ABERTURA nomes e sobrenomes, Os MENDES. Desconheço, por ora, a razão do apelido: Antónia, b. em 1587, f.ª de António Cardoso, mad. depois em 1594 e a mesma Antónia Teixeira mencionada numa escritura de 1612 (25 anos) pronta a professar no mosteiro de Arouca: O pai António Cardoso de Vasconcelos era f.º de Duarte Mendes de Vasconcelos, de Arouca, e de Isabel Mendes, de São Tiago de Piães, Cinfães, casado com Maria Moreira, f.ª de Vicente de Pinho Lobato e de Antónia Moreira Caldeira, ele f.º de Antónia de Pinho e de Duarte Pinto, da Feira, e ela f.ª de Marcos Moreira e de Leonor Caldeira. Todavia, sabe-se que António Cardoso casou duas vezes, a primeira, talvez com uma Teixeira (mas os papéis não mencionam o nome da mãe de Antónia): Em 1616 foram pad.s na VILA, Diogo Malafaia e a f.ª dãto cardoso mais velha da segunda molher.

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fielmente escreveçe todo, e que de todo eu fizeçe o dito tombo”. E assim procedeu. A escritura teria ficado pelo

cartório do Salvador

(mais

provavelmente, pelo mosteiro de Arouca) e aí jazia há quase 300 anos quando, o então abade, Francisco Botelho de Magalhães e Meneses, achou que “para sertos requerimentos que tem lhe he necesario traduzir em melhor letra”: confiou, então, o velho pergaminho a “Frey Veríssimo de Sam José Rellegioso Leygo da Ordem de São Domingos, morador no convento de Sam Gonçallo” de Amarante “por ser pessoa inteligente em ler as Letras antigas, e ruinz”; depois de lida a escritura, fez o respectivo traslado um certo Tab. lá por Amarante, a 18 de Outubro de 1774; restituiu o original a Frei Veríssimo e a "certidão autêntica do tombo" teria sido entregue ao abade do Salvador. Por fim: o Dr. Simões fez a cópia8. Das inúmeras personalidades referenciadas no documento – ora foreiros, ora vizinhos, ora testemunhas – poucas usavam apelido, mas sobrenome patronímico: Afonso, Álvares, André, Anes, Dias, Esteves, Fernandes, Gil, Gomes, Gonçalves, Lourenço, Martins, Pires, Rodrigues, Vaz ... Muito poucos apelidos sobressaem deste conjunto: Teixeira (de Gonçalo Teixeira, escudeiro e Tab. na vila de Arouca), Mota (do “Honrado” João da Mota, abade de São Salvador do Burgo), Escovar (de João de Escovar, mercador, na qualidade de testemunha), Mendes (de Duarte, provavelmente, Duarte Mendes de Vasconcelos, abade da Junqueira, de Cambra, na mesma qualidade). Poderá juntar-se à "nobreza de toga", outra testemunha, o Tab. Rui Bas (porventura, Rui Vaz, Tab. na vila de Arouca)?... O Escudeiro e Tab. Gonçalo Teixeira andaria pelos 36 anos; o “Honrado” João da Mota tinha sido empossado em 1469 e contaria alguns 509; o mercador João de Escovar, que detinha “Caza e Eira” nas extremas das terras foreiras à igreja, deveria contar igual idade; Duarte Mendes de Vasconcelos, mais ou menos com 40, pois parece irmão do primeiro Rui Mendes de Vasconcelos de Arouca, da geração dos nascidos pelos anos de 1450 e parece ter precedido alguns homónimos seus: Duarte Mendes, um de Fornos de Paiva e outros nascidos em Arouca. Contemporâneo também do acto de demarcação, e também "nobres de toga", viviam em Arouca dois escudeiros, funcionários em Fermedo, Lopo Rodrigues e Gonçalo Fernandes; tal

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Revista Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. V (1939), fls. 312-320. MADAIL - O Cartório do Mosteiro de Arouca, p. 156: Confirmação em Abb. do Salvador, que vagou por Pedro Lourenço, a Joam da Mota por apresentação in solidum da S.ra Abb.ª dona Leonor Coutinha no anno de 1469.

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como Gonçalo Anes que vai suceder ao precedente em 1503; também o Escudeiro Fernão de Beça (talvez dos de Romão de Beça: mais um oficial da geração que se há-de seguir); e ainda clérigos de famílias nobres como Duarte Rodrigues (um dos Malafaias), “beneficiado” da Várzea, de São Salvador e de Urrô; também Pedro de Barros que morava na vila e detinha Minhãos e o escudeiro Guomes de Paiva que era criado da abadessa em 148110: Poucos mais ...

Reconstituição da praça da vila e capela de São Bartolomeu segundo conhecida gravura da revista “O Occidente” de 1883

O Sol parece postado por detrás da sineira e por detrás da cabeceira da capela: um Sol Nascente. A calçada desceria para a esquerda, para norte, em direcção ao rio – as fiadas das pedras são menos do lado direito e mais do lado esquerdo e os degraus no murete documentam igualmente a asserção – e subiria ligeiramente para sul, chegando, talvez, à galilé (no flanco) da igreja do Mosteiro.

10

PRAZOS, livro com o n.º 1 contendo traslados de escrituras dos anos de 1440-1537, III, 1ªD, 13, 1, 124 (antigo n.º ordem 124), fl. 368.

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“Eira e Caza” de João de Escobar em 1496

Limites da freguesia de São Salvador do Burgo, Arouca CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca

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"Da Teixeira", antigos, e mais alguns Teixeiras históricos

Os nobiliários clássicos e a fastidiosa sequência de gerações – caracterizando, cada personagem pelo desempenho de funções, pelas propriedades que detinha ou pelo matrimónio – omitem sistematicamente as épocas em que viveram e em que se enquadraram os sucessivos elementos duma estirpe. Todavia, a grandes mutações sociais e políticas, correspondem, regra geral, novas elites que ajudam a criar e a consolidar novo poder; ou grupos que dele se isolam: No primeiro caso, estiolam os ramos afortunados da época que findou para cederem o lugar a filhos segundos, ou até bastardos, que aproveitam a mudança para se guindarem a novo estatuto socio-político; no segundo caso, prosseguem isolados até que se avizinhem novas oportunidades. Ora, tais movimentos de perda e de conquista, tais alternâncias de uns para outros, não se espelha de modo nenhum na simples enumeração continuada de pais a filhos! É tarefa diferente fazer um "catálogo" dos Teixeiras, e para isso a nova historiografia dá, agora, os primeiros contributos. Para facilidade de exposição e de análise distingo quatro grupos e quatro períodos que correspondem, sensivelmente, aos seguintes: 1.º Período / 1.º Grupo - séc. XII - A Reconquista. Grupo de capitães e companheiros do Conde D. Henrique e do Rei D. Afonso, Governadores das terras de Lanhoso: nomes: Fafes e Godinho. Por dois filhos de Fafes Godins, o Luz de Lanhoso – Godinho e Egas Fafes – continua a sucessão dos ricos-homens de Lanhoso; e pelo último virá a geração da Honra de Teixeira nas faldas do Marão. O senhorio das terras de Lanhoso passa a outro rico-homem casado com a filha de Egas Fafes, Froile Viegas; seu irmão Mem Viegas inicia o 2.º Período. 2.º Período / 2.º Grupo - séc. XIII - Relegada a Reconquista para segundo plano, afirma-se o poder central; define-se o estado português e surge uma nobreza

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da corte, especialmente com D. Afonso III (1248-1279). Grupo fundado por Mem Viegas com alguns professos nas ordens religiosas radicados no sul, mas sem figuras palatinas; matrimónios, já não com ricos-homens mas com famílias de infanções; pelo casamento de seu filho Hermígio Mendes com uma senhora destas famílias vem-lhes a Honra de Teixeira e passa a referenciar-se Hermígio Mendes "da Teixeira"; sucede-lhe seu filho Estevão Hermigues de Teixeira que faz dois casamentos: do 1.º nasce o primeiro Martim da estirpe que dá o ramo dos "Martins" e do 2.º, o prirmeiro João e o ramo dos "Anes"; do ramo procedente de Martim Esteves há sucessão (anotam os livros de linhagens) até seu neto Martim Fernandes que vai casar a Beja, talvez o cavaleiro deste nome referenciado na chancelaria de D. Pedro em 1361 e onde vem outro, Afonso Fernandes da Teixeira em 136611, e outro, um primo daquele, Martim Afonso: mas pouco se documentam. O 2.º casamento de Estevão Hermigues faz-se cá por cima com Urraca Fernandes, de Louredo (Terras de Santa Maria) e mais tarde um descendente dos mesmos Louredo, Pero Esteves, cavaleiro, contrai um 2.º matrimónio com Maria Anes Teixeira, neta daquele Estevão Hermigues, s.g., porém. Relacionaram-se com o mosteiro de Arouca: "Em escritura do próprio mosteiro de Arouca de vinte e três de Fevereiro do ano de Cristo de 1262 se nomeia D. Estevão Ermiges de Teixeira, o qual com sua mulher D. Urraca Fernandes, fêz troca com a abadessa e convento daquela casa de muitas herdades ..."

12;

sua filha dona Mor Esteves é abadessa do Mosteiro e o único

filho varão com descendência, João Esteves da Teixeira, contrai matrimónio com uma senhora dos vizinhos infanções de Paiva, Guiomar Lopes Gato, sobrinha de outra Guiomar (Afonso Gato) casada com Pero Pais, de Alvarenga (donde procedem os Mendes de Vasconcelos, Senhores de Alvarenga) e

11 12

Chancelarias Portuguesas. D. Pedro I, pp. 567-568, doc. 1180, e p. 537, doc. 1134. BRANDÃO - Crónicas de D. Sancho II e D. Afonso III, Cap. XLVII, p. 325.

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sobrinha também de Mor Afonso, monja do mosteiro de Arouca13. Ora, procedente de João Esteves "da Teixeira" e de sua m.er dos infanções de Paiva, D. Guiomar Lopes Gato, vai ficar um filho, Gonçalo Anes, freire da Ordem do Hospital, que inicia o 3.º Período.

13

COELHO - O Mosteiro de Arouca…, p. 391, doc. 86, doc. 87 e doc. 88.

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3.º Período / 3.º Grupo - séc. XIV - Convulsões, carências, doenças e guerras, culminam

em

Aljubarrota.

De

João

Esteves "da

Teixeira"

não ficou

descendência, dizem, a não ser bastarda pelo “Freire do Hospital” – que teria nascido adentro do duzentos e entrado muito novo para a Ordem (Com 18 anos, mais tarde, ingressaria Álvaro Gonçalves Pereira, pai de Nun´Álvares) onde já tinha um tio pat., Afonso Esteves14. Este Gonçalo Anes (segundo os autores clássicos) é o tronco dos Teixeira de apelido moderno – Fue su hijo Iuan Gonzalez de Teixeira15. João Gonçalves e mais dois irmãos, Vasco Gonçalves Teixeira e Maria Gonçalves Teixeira, parecem ter nascido só por volta de 1330, anos em que o freire contaria 50: João Gonçalves Teixeira, foi, segundo os cronistas16, anadel de besteiros de D. Fernando e estava alcaide de Óbidos quando se deu Aljubarrota e morre nas hostes de Castela com o filho primogénito, Gonçalo Teixeira; outro filho, Vasco Gonçalves Teixeira17, que jogara no campo do Mestre de Aviz, teria sido armado cavaleiro antes da Batalha e viria a recuperar “as terras de Teixeira". Mas o “Freire do Hospital” podia ter tido mais filhos: Consta um "Gonçalo Anes da Teixeira" na chancelaria de D. Afonso IV casado com Catarina Martins, mor.s em Guimarães em 133118 (portanto mais velho que seus irmãos); como também se sabe do "Chantre de Santa Maria de Guimarães", contemporâneo, pai de um João Gonçalves da Teixeira, perfilhado em 137419, "Escrivão da Puridade" de D. Fernando, "notário

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15 16 17

18 19

COSTA - História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. II (1979), p. 338: Diz, a propósito de São João de Miomães, "a 1 de Agosto de 1311, D. Dinis credenciou Afonso Esteves, de Teixeira, para apresentar «por sua vez» o seu clérigo ao «quarto da igreja de São João»" . LAVANHA - Nobiliário de D. Pedro…, p. 215-216, n. 25, nota A. LEÃO - Crónica de D. Fernando; LOPES - Crónica de D. João I. Servira de refém na concertação de 1373; figura na Chancelaria de D. João I. Intencionalmente, omito este ramo, de larga prole transmontana e duriense, por ser o melhor documentado em todos os tratados, passando por Júlio Teixeira [TEIXEIRA - Fidalgos e Morgados de Vila Real e seu termo... até ao recente trabalho de Luiz Vaz de São Payo «Raízes e Memórias», n.º 12, Junho 1996, e também as primeiras pág.s do trabalho recente de FORJAZ - Os Teixeiras...]. Chancelarias Portuguesas. D. Afonso IV. HOMEM - O Desembargo Régio..., quadros anexos, 23.

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da corte" e "Conselheiro" do monarca, referenciado de 1374 a 138320, e da mesma idade ou pouco mais novo que [seu tio] João Gonçalves Teixeira, o alcaide de Óbidos morto em Aljubarrota. Se foram figuras diferentes21, parece facilitado o encaixe de outros: Vasco Gonçalves Teixeira e seu irmão Álvaro Gonçalves Teixeira, cónegos da Sé de Lisboa pouco antes de 1383 que sabemos nascidos por 1367 e 136922. Desta idade teria sido a camareira da Infanta D. Isabel, D. Catarina Teixeira, que alguns fazem nascida de Maria Gonçalves Teixeira e de seu marido Estevão Pires, de Torres Vedras23. Mais novos ainda, dos nados por 1390, serão os filhos de Vasco Gonçalves Teixeira (o tal que "recuperou as terras de seus passados"), dos nomes João, Gonçalo e Pedro, com notícia continuada e onde predominam estes mesmos nomes de B.; ainda, a m.er do Dr. Luís Martins (1432-33), pais do célebre desembargador Dr. João Teixeira e seus irmãos: que são já, estes últimos, do séc. XV onde vamos entrar. 4.º Período / 4.º Grupo - Princípios do séc. XV - Os Teixeira vêm "em posição hierarquicamente inferior" às "oito das mais conhecidas famílias da nobreza portuguesa" ("entre o início do reinado de D. Afonso IV e o governo pessoal de D. Afonso V")24 e "não desdenham, no final da Idade Média, o serviço na Câmara, destacando-se como escrivães e letrados: Martim Fernandes da Teixeira, cavaleiro do séquito de D. Afonso IV e o bastardo João Gonçalves de Teixeira, escrivão da puridade de D. Fernando, são exemplos de relativa 20 21

22 23

24

HOMEM - O Desembargo Régio.., p. 113, p. 233 notas 128, pp. 342-343; HOMEM - Portugal nos Finais da Idade Média..., pp.177, 181 e 189 e p. 211 nota 81. O autor em referência, ob. cit. p. 343 e p. 440, nota 1141, prefere confundi-los, quando escreve: "Da sua posição do «lado» castelhano durante a «crise» não temos qualquer dúvida, não só pelas referências do Cronista ... : Há inclusivamente notícia de um João Gonçalves Teixeira nomeado alcaide de Óbidos em 1384". Pelo mesmo caminho de um único João Gonçalves vai FORJAZ - Os Teixeiras..., p. 19, fazendo Gonçalo Anes da Teixeira, Freire do Hospital, “c. antes de 1332 com Catarina Martins...” pai de João Gonçalves da Teixeira “legitimado por carta régia de 10.01.1362 e falecido na Batalha de Aljubarrota, a 14 de Agosto de 1388, integrado na hoste castelhana”. Etc. MARQUES - Nova História de Portugal..., vol. I, Das Origens às Revoluções Industriais, p. 230. SOUSA - História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Tomo III (1947), Parte V, p. 9, onde se vê "Irmã de João Gonçalves Teixeira, Alcaide-Mór, Anadel-Mór de Besteiros e Fronteiro-Mór da Provincia de Trás-os-Montes". COSTA - A Corte dos Reis de Portugal no Final da Idade Média, p. 65.

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modéstia de posições desta família”. Encontramos na corte joanina Lopo Teixeira e a referida moradora de D. Filipa [a camareira D. Catarina Teixeira]. Talvez seja ainda aparentado com estes servidores régios o famoso Dr. João Teixeira, letrado de D. Afonso V, e Gonçalo Teixeira, escudeiro de sua casa na década de 1440"25. Naturalmente, é impossivel por ora: fazer o catálogo continuado de pais a filhos das muitas personalidades que a nova historiografia nos vai revelando; nem saber-se se eram parentes da abadessa de Arouca, dona Catarina Teixeira; nem provar a filiação desta estimada senhora. Dona Catarina Teixeira figura nos primeiros livros do cartório, datados de 1444, ao tempo de Gonçalo Teixeira, Tab. do julgado de Arouca. O abadessado não foi contínuo26 pois ela vai alternando com outras donas da primeira nobreza; volta por uma última vez a ocupar a invejada Cadeira tendo por coadjuctora dona Milícia de Melo que lhe sucede em 1503. Esta muito notável abadessa do Mosteiro era neta do não menos notável desembargador Dr. Rui Gomes de Alvarenga e de sua m.er D. Milícia de Melo – D. Álvaro Coutinho ... foy casado com Dona Britez filha do chançarel moor o doutor Ruy Gomez d´Aluarenga de que ouue estes filhos, a saber: Dom Fernando Coutinho e Dona Melyçia abadesa do mosteiro dArouca27 – talvez nascido por 1400/1028, f.º de D. Catarina Teixeira camareira da Infanta D. Isabel e do seu casamento com o chanceler-mor Dr. Gomes Martins, de Alvarenga; neto mat., segundo alguns, de Maria Gonçalves Teixeira e de Estevão Pires, de Torres Vedras. Quem era dona Catarina Teixeira? Outras abadessas destes tempos, e que com ela alternaram, foram dona Isabel de Castro ou de Ataíde, abadessa pretendente em 1437 e referenciada de 1446 até 1460, filha do 1.º Conde de Atouguia; dona 25 26 27 28

Idem, ibidem, p. 96. É certo que o cargo era perpétuo e só mais tarde passou a trienal, mas os finais de quatrocentos conheceram grandes convulsões que afectaram a normalidade da vida do convento. Livro de Linhagens do Século XVI, p. 191. FREITAS - Os Oficiais da Burocracia Régia (1433-1450)..., p. 42, nota 18, onde vem referenciado entre 8 de Dezembro de 1441 e 20 de Dezembro de 1450.

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Leonor Coutinho, abadessa pelo menos de 1462 a 1488, filha do 2.º Conde de Marialva: Sabe-se que dona Leonor e dona Milícia descendiam de D. Vasco Coutinho, 1.º conde de Marialva; dona Isabel e dona Milícia provinham de D. Álvaro Gonçalves de Ataíde, 1.º conde de Atouguia; dona Milícia era f.ª de D. Álvaro Coutinho, primo coirmão de dona Leonor Coutinho; dona Isabel de Castro era irmã da avó de dona Milícia de Melo. E assim por diante.

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O Cálice de dona Milícia de Melo, hoje, no tesouro da Santa Casa da Misericórdia do Porto

Depois, dona Leonor de Albuquerque, já em meados de quinhentos, era terceira-neta do referido 1.º conde de Atouguia: ... Por que não admitir que dona Catarina Teixeira fosse tia-avó da sua codjutora e sucessora, dona Milícia de Melo, e irmã do célebre Rui Gomes de Alvarenga, filho da Camareira D. Catarina Teixeira? Rui Gomes, o único dos Teixeiras que figura no "Livro de

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Linhagens do Séc. XVI" – gente pouco notada na corte e fora dela, como se depreende pelas ausências que o próprio "Livro" lhes faz – era filho de D. Catarina Teixeira camareira-mor da Infanta D. Isabel, filha de D. João I, depois, duquesa de Borgonha. O trajecto deste ilustre cortesão é suficientemente conhecido. "Doutor em leis, desembargador do rei e membro do seu conselho, tomou parte activa na política de D. Afonso V, tanto durante a regência do Infante D. Pedro como no período seguinte"29; cabe-lhe uma das primeiras referências nas chancelarias em 1442 quando embaixador a Castela (serviço que lhe terá granjeado a qualidade de conde palatino30 com que aparece designado em data posterior): Porém, muito antes, temos notícia de seu meioirmão, João Fernandes da Silveira, que "era jovem escolar em leis da Universidade de Lisboa pelo ano de 1430"31 e teria nascido, portanto, pouco depois de 1410, data em que a camareira estaria para iniciar funções junto da Infanta (D. Isabel contava 13 ou 14 anos, pois nascera em 1397), sendo de admitir que Rui Gomes, filho do primeiro matrimónio (segundo alguns autores) de D. Catarina32, tivesse nascido por aí: Anos que se ajustam bem – mais os de 1410 – à figura de dona Catarina Teixeira, abadessa. Rui Gomes alinhou em Alfarrobeira ao lado de D. Afonso V e em 1452 é empossado na presidência da Casa da Suplicação de Lisboa; recebeu "bens em Santarém e Torres Vedras donde parece que era natural"33; em Torres Vedras coube-lhe o casal régio de Santa Marta que fora do cavaleiro João Teixeira, como se verá adiante; chanceler-mor do reino a partir de 1463, teria falecido em 1475 e jaz sepultado na igreja da Graça de Lisboa onde se podem ver duas grandes arcas, uma sua e outra de sua m.er, e respectivas armas: sendo as dele um escudo próprio 29 30 31 32 33

MORENO - A Batalha de Alfarrobeira…, vol. II, p. 710-712. FREIRE - Brasões da Sala de Sintra, p. 81. RAU - Estudos de História Medieval, p. 71. Livro de Linhagens do Séc. XVI, cit., p. 311, onde se lê, todavia, que o Dr. Gomes Martins foi o segundo marido de Dona Catarina. FREIRE - Brasões da Sala de Sintra , p. 233.

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esquartelado de Alvarengas e Teixeiras posto entre outros dois escudos, de Alvarengas, inteiro, e outro de Teixeiras, também pleno.

A cruz de Teixeiras, da mãe de Rui Gomes de Alvarenga34

Outros desta geração de 1400? Tristão Vaz Teixeira (c.c. Branca, outra Teixeira), conhecido cavaleiro da Casa do Infante D. Henrique que a expedição de 1418 levou à descoberta da Ilha de Porto-Santo; João Teixeira referenciado como escudeiro de D. Afonso V em 1440 – o rei doou-lhe o casal régio de Santa Marta, no termo de Santarém – e, mencionado como cavaleiro, numa carta de privilégios de 145935; cavaleiro, com efeito, mor. em Elvas, a mesma quintã de Santa Marta no termo de Santarém, foi por si legada à coroa e, depois, doada por D. Afonso V a Rui Gomes de Alvarenga em 145336. 34 35 36

RAU - Estudos de História Medieval, estampa intercalada nas pp. 144-145. SOUSA - A Casa Senhorial do Infante D. Henrique, pp. 266, 274 e 438. MORENO - A Batalha de Alfarrobeira…, pp. 710-711.

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Gonçalo Teixeira, vedor (mordono-mor) da casa do conde de Vila Real (D. Pedro de Menezes, 2.º do nome e 3.º conde de Vila Real), seguiu D. Afonso V em Alfarrobeira (1449) e "recebeu bens confiscados a Afonso Eanes, vassalo, mor. em Vila Real"37. Gonçalo Teixeira, meirinho (executor das sentenças) do conde de Marialva, também fiel a D. Afonso V, exercia aquelas funções em 144938. A mãe do Dr. João Teixeira39, casada com o Dr. Luís Martins40, sobrejuiz de D. João I no período de 1432-1433, desembargador 1434-144641, co-autor do texto definitivo das Ordenações Afonsinas42 . Outros, da geração seguinte: o Dr. João Teixeira, filho dos anteriores, bolseiro em Bolonha (1449) logo que o monarca toma o poder43, cavaleiro-fidalgo de D. Afonso V em 146244, desembargador do Paço 1467-147545, etc., c.g. conhecida, e "Pedro Teixeira irmão do Doutor" cavaleiro-fidalgo da casa de D. Afonso V46, e Luís Teixeira47, também "Doutor e Desembargador da Casa do Cível" e mais uma irmã, "m.er do D.or Vasco Frs. ch.er da Casa do Civel"48. Consta ainda Álvaro Teixeira, provavelmente muito próximo parente ou irmão do doutor, já que um dos filhos

37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48

Idem, ibidem, p. 613. Idem, ibidem, p. 574. ALÃO, tomo II, vol. I, p. 244, regista uma neta destes, que foi m.er de Estevão Soares de Melo, por nome Isabel Teixeira. Idem. Ibidem.. HOMEM - O Desembargo Régio..., p. 163; FREITAS - Os Oficiais da Burocracia Régia..., p. 41. SERRÃO - História de Portugal, vol. II (1978), p. 224; CAETANO, Marcelo - História do Direito Português…, p. 532. SERRÃO - História de Portugal, vol. II (1978), p. 302. SOUSA, História Genealógica da Casa Real, tomo II (1947), 1.ª Parte, livro IV, p. 28. MORENO - O Desembargo Régio..., vol. II, pp. 814 e 993; MORENO - Exilados, Marginais e Contestatários…, pp. 194-196. SOUSA - História Genealógica da Casa Real, ibidem. Note-se o dissonante Luís, nesta família Teixeira: o nome explica-se por vir do pai Luís Martins. ALÃO, ibidem.

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do Dr. João Teixeira vai ser outro "Alvaro teyxeira q. foy clerigo"49, figura aliás de topo da hierarquia eclesiástica50. João Teixeira, escudeiro da casa do Infante D. Henrique, deixou notícia por um seu criado citado em 144951; fora feito escudeiro da casa do Infante em 1440 e cavaleiro em 145952; nomeado "caminheiro da Relação da suplicação da corte" em 144953. Gonçalo Teixeira, da Casa de D. Afonso V, cuja chancelaria anota, em 1446, a nomeação deste Escudeiro "que fora Repositário (tesoureiro) para o almoxarifado da portagem de Lisboa54. Gonçalo Teixeira, pai de D. Catarina Teixeira que c.c. Vasco Lourenço Guedes55. Muitos outros, prosseguem:

Gonçalo Teixeira, escrivão dos orfãos de Gouveia, nomeado em 149056 . Gonçalo Teixeira "mestre de primeiras letras ou ensinador de moços, no Porto, na última década do séc. XV ...", cit. no Arquivo da Misericórdia do Porto57.

...

Contemporâneos de si próprios – estes Teixeiras do quatrocentos – desconheciam ou vagamente conjecturavam a própria situação parental e totémica. Faz lembrar o génio da árvore de Jorge de Sena58: "O gato do caseiro 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58

ALÃO, ibidem. COSTA - Bartolomeu Dias…, vol. V, p. 680, traz a biografia deste Álvaro Teixeira. MORENO - A Batalhade Alfarrobeira..., vol. I, p. 557. SOUSA - A Casa Senhorial do Infante D. Henrique. Lisboa: Livros Horizonte, 1991, p. .... MORENO - A Batalha de Alfarrobeira..., p. 557. Archivo Historico Portuguez, vol. III (1905), p. 429. GAYO, “Barbozas”, &12 N6. MENDONÇA - D. João II…, pp. 325, nota 138. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, entrada “Teixeira, Gonçalo”. SENA, Jorge de - Antigas e Novas Andanças do Demónio. Lisboa: Edições 70, 1984, p. 126.

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era filho do cachorro aparecera em casa do tio como papagaio que era pai do boi que era filho da lavadeira que tinha nascido do gato, avô do primeiro e de uma serpente que era, por sua vez, tia do boi"59. [...] "Muitas vezes ouvia os habitantes da aldeia (que ele já conhecera como antepassados deles mesmos ou de animais que lhes circulavam ao pé), perto dele, e convencidos de que a sombra da árvore os inspirava, fazem as mais cómicas conjecturas a respeito das suas vidas passadas e futuras. Melhor dizendo, só das passadas, porque, apesar das modéstias que ostentavam, sempre se imaginavam conquistando o céu"60.

59 60

Idem, ibidem. Idem, ibidem.

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Sétimo Gonçalo e os Primeiros Teixeiras de Arouca.

E quanto aos Teixeiras em Arouca? É possivel elaborar mais de um esquema credível: Porventura, o que se segue, é, de todos, o mais simples:

1390 Rui Vaz I Dona Catarina Teixeira 1400 Gonçalo Teixeira I mor. em Arouca Abadessa Tab. Arouca, ref.do em 1450 Tab. de Arouca Renuncia 1446 Test.ª até 1469 filho: 1420 Lopo Rodrigues I Afonso Rodrigues ? 1430 N ... mor. em Antuã Escrivão sisas Arouca Tab. Arouca 1446 Escrivão Most.º 1463 e 1476 Prazo em 1459 filho?: 1450 Lopo Rodrigues II Pretendente em 1494 1460 Gonçalo Teixeira II Catarina Luís mor. em Arouca talvez, Rui Vaz II Prazo de 1485 Prazo em Boelhe Escudeiro Tab. Tab. Escudeiro e Ouvidor a. 1494 Tab. Fermedo test.ª em 1496 Tab. Arouca 1494 Escrivão sisas Fermedo em 1497 Demarcação São Salvador 1496 + 1500 ? ? ? filho: 1480 Lopo Rodrigues III c.c. N... Sebastião Teixeira Gonçalo Teixeira Tab. Arouca Tab. ref.do em 1525 d´Além Douro recebe Foral de Arouca em 1516 c.c. Brites Vieira escritura 1520 Prazo de 1511 cc Beatriz ou Milícia Vieira provável fª de Gonçalo Teixeira II filhos: 1510 Gonçalo Teixeira IV Gaspar Beatriz Gonçalo Catarina Milícia Tab. Arouca Tex.ra I Vieira Teix.ra V Vieira Vieira escrituras escrivão c.c. Escudeiro c.c. c.c. de 1551-1577 cc Helena G.º Frz Fidalgo André Frz Henrique poderá de Abreu Mendes c.a. 1552 c. Descobar coincidir c Gº Teix.V Filipa Vieira c.g. 1540/50

Sebastião Teixeira de São Pedro c.g.

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André

Gonçalo Cat.na Isabel Teix.ra VI de de de Eiriz Sela Jug.ros filho: c.g. c.g. Gonçalo Teixeira VII, da Porta

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Dizer Teixeiras de Arouca, o mesmo é dizer tabeliães em Arouca.

RUY VAAZ (ou RUI VASQUEZ, patronímico de Vasco), mor. em Arouca, Tab. do couto desta vila por mercê de D. Afonso V (Rei, 1438-81), asy e pella guysa q. o era fernam dafonso q. o dito oficio tynha p. nossa Cta o renunciou en nossa mãa61; renunciou em 1446, ano da nomeação de seu f.º LOPO ROIZ, a seguir62; depois de 1446 vai servir de Tab. da abadessa dona Isabel de Ataíde, pelo menos até 1460 e ainda com Beatriz Pereira, outra abadessa da qual o Tab. é outro, Gonçalo Martins, mas continua Rui Vasques a testemunhar os actos do convento, parecendo terem sido os últimos no ano de 1461; contaria, por esta altura, alguns 70 anos de idade, podendo admitir-se que houvesse nascido à roda de 139063.

LOPO ROIZ I (ou LOPO RODRIGUES, patronímico de Rui) morava em Antoã onde talvez tivesse casado, quando D. Afonso V o nomeia em 1446 em sucessão a seu pai RUY VAAZ, Tab. do couto darouca e dantoa (também do mosteiro de Arouca) asy e p.a gyssa q. o era Ruy Vaaz Seu pay q. o dito of.º tinha renunciou64; teria nascido por 1420; vai designado no esquema acima por Lopo Rodrigues I para o distinguirmos de outro ou outros do mesmo nome, adiante; foi confirmado no ofício por D. João II (Rei, 1481-1495)65; no livro 1 de prazos um dos cadernos tem por capa um pergaminho lavrado por Lopo Roiz em 1446; é

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IAN-TT, Chancelaria de D. Afonso V, livro 5, fl. 32v: Fernando Afonso tinha o ofício de Tab. para Arouca por D. Afonso V, tendo sucedido a um falecido Pedro Gonçalves; livro 25, fl. 89 e livro 38, fl. 28v: O monarca concede-lhe sinal público em 1445. IAN-TT, Chancelaria de D. Afonso V, livro 36, fl. 240. COSTA - História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. II (1979), p. 136, refere Vasco Fernandes, corregedor da comarca (de Caria) ao tempo de D. João I, adquirente de propriedades em Santa Ovaia (Santa Eulália) de Arouca. IAN-TT, Chancelaria de D. Afonso V, livro 36, fl. 240. IAN-TT, Chancelaria de D. João II, livro 2, fl. 100.

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provavelmente o Lopo Rodrigues contemplado num prazo do Mosteiro em 145966; pai de um filho, que se não nomeia, pretendente nessa data ao tabeliado de Arouca, mas preterido por D. João II a favor de GONÇALO TEIXEIRA II, biografado infra. O tal filho preterido, de quem se omite o nome, não podia ser um outro LOPO RODRIGUES, Tab. de Fermedo desde 1488 (ver adiante), mas já sim, porventura, o Rui Bas, ou Rui Vaz, Tab., a seguir epigrafado. Possivelmente, fora irmão deste LOPO RODRIGUES e filho também de RUI VAZ, Afonso Rodrigues, nomeado escrivão das cizas de Arouca pelo mesmo rei D. Afonso67 e que surge, posteriormente, escrivão do Mosteiro com dona Leonor Coutinho, desde 1462 até finais da década seguinte, vendo-se, em 1481, substituído por João Gonçalves.

RUI BAS, ou RUI VAZ II, testemunha a Demarcação das Propriedades de São Salvador em 1496 – lavrada por GONÇALO TEIXEIRA II – designado Rui Bas, que não seria corruptela ou erro de Rui Brás, mas sim Rui Vaz: ..."antes de 13 de Agosto de 1496, foi autorizada a posse de cinco casais legados por Mécia de Azevedo, «dona professa», por escritura de 8 de Abril de 1481, aceitantes a prioresa Branca Correa e a subprioresa Maria Pimentel, e escrivão o Tab. Rui Vaz" 68. Podia pertencer à geração dos nascidos por 1450.

LOPO RODRIGUES II, Escudeiro, morador em a uylla d´arouca quando nomeado em 1488, 7 de Janeiro, por D. João II, Tab. do cível e crime para Fermedo em sucessão a Álvaro Gonçalves que falecera e logo confirmado por D. Manuel; pelo mesmo rei, nomeado em 11 de Maio de 1497, escrivão das sisas da mesma vila em 1497, escudeiro e mor. em Arouca, onde mantém o ofício até 1500, ano

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PRAZOS, livro 1, cit., fl. 229. IAN-TT, Chancelaria de D. Afonso V, livro 29, fl. 72v. COSTA - História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. II (1979), p. 510.

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em que lhe sucede Gonçalo Fernandes69, escudeiro e mor. em a uilla d´arouca, a 14.03.1500, por ter morrido aquele70; podia ter sido filho ou sobrinho de LOPO RODRIGUES I (Ver esquema) e aparenta ter nascido por 1450.

LOPO RODRIGUES III, Tab. em Arouca – talvez da geração seguinte – pois parece ter nascido por 1489/90: Não será de se confundir com LOPO RODRIGUES II, Tab. de Fermedo desde 1488 e depois escrivão das sisas até 1500; em 1506, um Lopo Rodrigues, Tab., elabora um contrato com Vasco Fernandes para a elaboração de telas para a Sé de Lamego71; o Tab. Lopes[sic] Rodrigues outorga um aforamento do cabido de Lamego em 7 de Junho de 151672; a 13 de Dezembro do mesmo ano LOPO RODRIGUES, tabeliam scrivam da Camara em a vylla d´Arouca, subscreve em Lamego o auto de entrega da carta foral para Arouca das mãos do escrivão da chancelaria da correição da Beira73; ainda em 1520, lavrou uma "procuração" de dona Milícia de Melo, abadessa, respeitante às anexações das igrejas de São Salvador e de Santa Eulália74; quiçá filho de RUI VAZ II (Ver esquema), foi pai de GONÇALO TEIXEIRA IV, nomeado Tab. na vila de Arouca por D. João III (Rei, 1521-1557), a mencionar adiante, e filho também, ou neto, de alguma das Teixeira da geração anterior, ou ainda casado com uma dessas Teixeiras: hipóteses, qualquer delas, que explicaria este último apelido em seu filho GONÇALO TEIXEIRA IV (Ver esquema, onde se figurou a última hipótese). Julgo que os três homónimos não podem ser confundidos, para o que basta atentar nas idades: Efectivamente, Lopo

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AZEVEDO; MOREIRA - Fermedo…, p. 72-73, onde se vê que Gonçalo Fernandes, tendo renunciado, D. Manuel nomeia Tab. de Fermedo a Gonçalo Anes, mor. também em Arouca, a 7.03.1503. Idem, ibidem, p. 54-56. COSTA - História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. III (1982), p. 13. COSTA - História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. I (1977), p. 513. SILVA - Os Forais do Burgo e de Arouca…, p. 100; FIGUEIREDO; NOITES - O Foral de Arouca…, p. 28. COSTA - História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. II (1979), p. 513.

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Rodrigues I, estava já Tab. de Arouca em 1446; Lopo Rodrigues II foi nomeado Tab. de Fermedo em 1488 e escrivão das sisas de Fermedo cinquenta anos depois daquele de 1446; Lopo Rodrigues III recebeu o foral de Arouca em 1516 e lavrou ainda uma "procuração" da abadessa em 1520, quando há mais de 20 anos Lopo Rodrigues II, por falecimento, deixara Fermedo: Podiam ter sido próximos parentes e admitir-se Lopo I n. 1420, Lopo II n. 1450 e falecido em 1500 e Lopo III n. 1480.

GONÇALO TEIXEIRA I – dos raros indivíduos que por estes tempos usavam não patronímico mas apelido – era Tab. do julgado de Arouca a avaliar por um acto de 1450 onde se refere um instrumento – vymos p. hum est.º q. mostrava ser f.to e asynado p. G.º teyxra t.am deste julgado – autenticado por ABBA [dona Catarina Teixeira, abadessa]75; podia ter nascido – vá-se lá saber! – tanto por 1400 como por 1420: Se foi naquela data, era da mesma idade, sensivelmente, do Tab. RUI VAZ I, bem como de dona Catarina Teixeira, já abadessa do Mosteiro em 144476.

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PRAZOS, livro 1, cit., fl. 24v. Idem. Igualmente, IAN-TT, Livro 4 d´Além Douro, fl. 108, onde consta uma "carta de perfilhação de Gonçalo Teixeira" que não vi; bem como IAN-TT, Chancelaria de D. Afonso V, livro 16, fl. 119v, "mercê de ofício para seu filho", que também não vi.

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O escrivão do painel do “O Bom e o Mau Juiz”, de Monsaraz Do “Boletim da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais” nº 106 - Conservação de Frescos

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JOÃO GONÇALVES, ÁLVARO GONÇALVES e LOPO GONÇALVES, parecem representar uma geração ilustre de "Gonçalves" – o primeiro nomeado meirinho de Arouca por D. Afonso V77; o segundo, já falecido em 1488, fora Tab. de Fermedo, precedendo no ofício LOPO RODRIGUES II78; o terceiro, coudel de Arouca por nomeação do mesmo rei79 – pelas posições de nomeação régia assumidas e consequente posição socio-profissional e pelo patronímico, teriam a ver com GONÇALO TEIXEIRA? O mais velho parece ter sido Álvaro, seguido de João e depois, de Lopo: Álvaro Gonçalves fora antecessor no tabeliado de Fermedo de LOPO RODRIGUES II, mas a carta de mercê a este último (1488) não menciona qualquer parentesco, apenas se sabendo que tinha já falecido e que também fora escrivão das sisas de Fermedo, porque assim foi dito na nomeação para o mesmo cargo de LOPO RODRIGUES II, nove anos decorridos (1497). João Gonçalves, que o rei nomeara coudel de Arouca, poderá ser o mesmo que depois assume o lugar de notário do Mosteiro, subscrevendo vários prazos ao tempo de dona Leonor Coutinho, de 1481(?) até 148880.

GONÇALO TEIXEIRA II era Escudeiro e Ouvidor antes de nomeado Tab. em Arouca por D. João II em 149481; demarca as propriedades da igreja de São Salvador do Burgo em 149682 e é confirmado Tab. por D. Manuel só em 1499.

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IAN-TT, Chancelaria de D. Afonso V, livro 18, fl. 73v. AZEVEDO; MOREIRA - Fermedo…, p. 54. IAN-TT, Chancelaria de D. Afonso V, livro 7, fl. 60v. COSTA - História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. I (1977), p. 31, regista um deste nome e sobrenome – Lopo Gonçalves – que recebeu de D. Afonso carta do ofício de meirinho da correição de Lamego em 1453. IAN-TT, Chancelaria de D. João II, livro 24, fls. 103: Consta um Rui Gonçalves Tab. em Arouca, que mais parece contemporâneo de Gonçalo Teixeira II e de Lopo Rodrigues I e podia ter sido filho de algum dos "Gonçalves" da geração anterior, com persistência de patronímico. MADAIL - O Cartório do Mosteiro de Arouca…, vol. X (1944), pp. 156 e 157: ainda em 1521, Jorge Gonçalves é "encomendado" de São Salvador e toma a vigararia em 1524; Idem, vol. VIII (1942), p. 281, Lopo Fernandes é escrivão da Câmara da vila de Arouca em 1516. Também referenciado por MENDONÇA - D. João II…, p. 349 e p. 402 nota 354: "Gonçalo Teixeira, por carta dada em Sintra, a 16 de Outubro de 1494 (Chancelaria de D. Manuel I, livro 40, fl. 124v)". Revista Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. V (1939), pp. 313-320. CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca

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Efectivamente, na chancelaria de D. Manuel83 ficou a confirmação do ofício de Tab. para Gonçalo Teixeira, escudeiro, mor. na vila de Arouca, e nela se inclui a transcrição da carta de nomeação do mesmo por D. João II em 1494, já então escudeiro: Diz aí que um tal G.º Anes, Tab. em Arouca, tinha renunciado ao ofício e entregou-o abusivamente a Lopo Rodrigues, também Tab. em Arouca, para um filho deste, porque nom podia servir por ser já entrevado e jazer em hua cama e renunciava sem autorização régia, na mão de Lopo Roiz outrosym tabalião. Mas como Gonçalo Anes não podia ter renunciado de modo tão contrario às ordenações, a abadessa do mosteiro de Arouca apresentava e pedia que ouvessem hy por t.bam ho dito G.º Teix.ra. Devia ter nascido pelos anos de 1460; provavelmente recebido às primeiras letras do Mosteiro por 1475, é tratado por nosso criado pela abadessa dona Leonor Coutinho em 1485, ano em que o convento lhe concede o prazo de Valdasna84, talvez para casar, documento queimado por completo (até parece devido a incêndio do séc. XVI) por tinta traspassada. Pelo seu posiocionamento geracional, GONÇALO TEIXEIRA II, mais se afigura neto (ou quando muito sobrinho) de GONÇALO TEIXEIRA I. Na Demarcação acima cit. servira de testemunha o Escudeiro Lopo Rodrigues que a ajuizar pelo designativo nobiliárquico seria LOPO RODRIGUES II, Tab. de Fermedo mas mor. em Arouca; testemunhara igualmente o mesmo acto, o tab.am Rui Bas, epigrafado acima.

GONÇALO TEIXEIRA III, dito d´Além Douro em 1511 ao tempo de dona Milícia de Melo, já casado nesta data com Beatriz Vieira e filho de Catarina Luís,

83

84

IAN-TT, Chancelaria de D. Manuel I, livro 40, fl. 124v. Nesta confirmação o monarca mandara transcrever a carta de nomeação dada pelo seu antecessor e que mais tarde se viria a perder [Anos desaparecidos: 1485, 1493, 1494 e 1495, cf. Archivo Historico Portuguêz, vol. II (1904). Lisboa, 1904, pp. 337-343]. PRAZOS, livro 1, cit., fl. 395. CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca

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Senhora que fora do prazo de São Gens de Boelhe (Penafiel)85, teria n. antes de 1490; tal Catarina Luís não podia ter sido m.er de LOPO RODRIGUES III pois é dita mãe de GONÇALO TEIXEIRA d´Além Douro e LOPO RODRIGUES III é dado por pai de outro GONÇALO TEIXEIRA, o Tab. de Arouca (Ver esquema): a menos que um e outro Gonçalo fossem a mesma pessoa, hipótese que as referências nos documentos não abonam, além de não se ver por que razão Catarina Luís viria refenciada a Boelhe e LOPO RODRIGUES III, a Arouca.

SEBASTIÃO TEIXEIRA era Tab. do público e judicial em 1525 – única informação que colhi86 – ano em que São Miguel de Urrô veio p. o most.ro e não repugna admitir que pudesse ter sido pai da geração de Vieras-Teixeira de Arouca e avô de outro Sebastião Teixeira: o bem conhecido Sebastião Teixeira de São Pedro, filho de BEATRIZ VIEIRA, c.g. na QUINTA DE SÃO PEDRO.

GONÇALO TEIXEIRA IV, mor. na vila de Arouca, sucede a seu pai LOPO RODRIGUES III como t.am do pubrico E judicyall na villa darouca q. o dito officio tinha87, nomeado por D. João III (Rei, 1521-1557); no ofício acompanhava-o um ajudante, o escrivão GASPAR TEIXEIRA, pois o documento da Torre do Tombo mostra o mesmo sinal do Tab. que conhecemos numa escritura de 1551 onde este último aparece88; no Livro 2 de Colações, fl. 22, podemos vê-lo, a 8 de Junho de 1554, na tomada de posse de Gonçalo de Beça da igreja de São Miguel de Urrô, por ter falecido B.to Roiz [Bento Rodrigues Malafaia] e nos anos de 1559 e 1560 em outros documentos: eu G.º teixra o escrevi89. Não sei de onde lhe adviera o apelido Teixeira, podendo no entanto supor-se que sua mãe 85

86 87 88 89

PRAZOS, Livro com o n.º 2 contendo traslados de escrituras de 1444-1448, III, 1ªD, 13, 1, 126 (antigo n.º ordem 125), fl. 414v. AUC, MSMA, Livro 2 de Colações, III, 1ªD, 14, 1, 14 (antigo n.º ordem 344). IAN-TT, Chancelaria de D. João III, livro 5, fl. 30v. Idem, livro 4, fl. 265v: carta para Ajudante no seu officio pedida por Gonçalo Teixeira, onde não se menciona o ajudante. AUC, MSMA, Livro 2 de Colações, fl. 116. CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca

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ou avó tivesse sido uma das Teixeiras de Arouca. Outorga uma escritura de subemprazamento nas pousadas de Romam de beça ouvidor das teras e jurdicõys do most.ro de alguns notáveis da vila de Arouca – como anrique descobar, ant.º tavares e Juzarte a.º e tristam mendez e duarte dallmeida – a 11 de Fevereiro de 1551, lançada pelo escrivão Gaspar Teixeira e autenticada pelo sinal do Tab. GONÇALO TEIXEIRA; outorgava com sinal precisamente igual ao que figurara no documento da Torre do Tombo; era ainda Tab. na vila de Arouca em 2 de Junho de 1577, pois lança a escritura de contrato entre o Mosteiro e o Senhor da vila da Trofa, Duarte Lemos, que trata do ingresso de suas filhas no convento90. Na mesma escritura, testemunha Luiz Teixeira f.º de mim tabalião91. Se nesta data contasse, por hipótese, alguns 67 anos teria nascido à roda de 1510: geração que pertence também, mais dez menos dez, aos outros Teixeiras e Vieiras que mostrarei adiante. Não deixou notícia nos paroquiais da vila – na qualidade de pad., por exemplo – ou porque residiu fora de São Bartolomeu de Arouca, ou por outro ocasional motivo, sendo certo que apenas se logram referências a GONÇALO TEIXEIRA, Escudeiro-fidalgo, e seus filhos Luís e Maria. Assim, podia supor-se que ambos os GONÇALO TEIXEIRA teriam sido a mesma e só pessoa: Todavia, os documentos que os mencionam atribuem-lhes designativos diferentes: De GONÇALO TEIXEIRA IV apenas conhecemos a nomeação e alguns actos subscritos; de GONÇALO TEIXEIRA V, Escudeiro-fidalgo, ficaram os numerosos emprazamentos do Mosteiro, alguns ao próprio e num deles tratado por senhoria, e a sua m.er Filipa Vieira: pelo que os distingo. Porém, não se passe sem fazer notar que o Tab. Gonçalo Teixeira, em 1577, tinha um f.º por nome Luís Teixeira: testemunhas... e Luiz Teixeira filho de mim taballião: e eu Gonçalo Teixeira tabalião pubrico e judiciasl por el Rey nosso Senhor na dita villa Darouca, e seus termos...92 90 91 92

COSTA - História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. IV (1984), pp. 610-611. SIMÕES JUNIOR «Jornal Defesa de Arouca», n.º 2215 (4.02.2000), p. 8. Escritura de Duarte de Lemos, já mencionada. CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca

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Fac-símile do sinal público de GONÇALO TEIXEIRA IV

GASPAR TEIXEIRA, escrivão e ajudante do precedente como se vê no mencionado instrumento de 1551, parece coincidir com GASPAR TEIXEIRA, colocado adiante.

GONÇALO TEIXEIRA V, mor. na vila de Arouca ao cimo da rua dos Currais, designado escudeiro-fidalgo em 7 de Julho de 1551, num primeiro emprazamento ao tempo de D. Leonor de Albuquerque, lançado por Gonçalo Anes, escrivão: pelo qual o convento lhe concede as casas do most.ro ao cimo da Rua dos curaes, pomar e laranjall e cãpo do cortynhall tapado sobresy, outras casas na dita Rua dos curaes em q. vyve Jorge anes ferreiro, ainda outras também nos ditos curaes em q. vyve Cristovã Mendez e partiam com bryatyz vyeira v.ª, e tambem metade do Sarrado da Algemada parte cõ a outra metade q. traz bratyz vyeira vosa Irmã, e mais algumas propriedades, como CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca

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huas casas cõ suas arvores aribadas em Sã pedro93; noutro prazo, logo em 1552, a 2 de Abril, estava casado com Filipa Vieira [provavelmente sua prima ou sobrinha], de uns olivais no Cancelo junto do Ribeiro do Carvalhal94; o Mosteiro concede-lhe, e a sua m.er Filipa Vieira, outros emprazamentos tais como o de 22.04.1554 de um sarrado na vila chamado Codeçal, tapado e cercado com suas oliveiras95; de 18.01.1559 é outro emprazamento de propriedades citas no Outeiro da Tamara, freg. de São Miguel, a ele e sua m.er Filipa Vieira, aqui tratado por senhoria – Prazo ao Sinhor Gonçalo Teixeira96 –; Gonçalo Teixeira e sua m.er Filipa Vieira figuram noutro prazo em Penço, 1.04.156997, e ainda em Penço a 19.01.157098; num prazo de 2 de Novembro de 1573 de propriedades na freg. do Salvador, outras na vila e na de Santa Eulália e ainda (de metade da Povoa de Cerquedello) na freg. de Real de Paiva, onde é declarado irmão de Gaspar Teixeira99; ambos, marido e m.er, figurando em prazos de 18.01.1559 [cit.]; de 2.04.1562(?)100; de 9.07.1574101; de 1.04.1569102; de 19.01.1570103; de 1.12.1571104; de 9.07.1574, de um olival asima do souto105 e talvez ainda o de 11.05.1579106. Morreria pouco depois. Não tendo sido nunca referido como Tab., não parece coincidir com GONÇALO TEIXEIRA IV. GONÇALO TEIXEIRA e sua 93 94 95 96 97 98 99

100 101 102 103 104 105 106

PRAZOS, livro com o n.º 7 contendo traslados de escrituras dos anos de 1548-1552 (antigo n.º ordem 130), fl. 408. PRAZOS, livro com o n.º 11 contendo traslados de escrituras dos anos de 1557-1570, (antigo n.º ordem 132), fl. 281v. PRAZOS, livro com o n.º 8 contendo traslados de escrituras dos anos de 1552-1560, (antigo n.º ordem 131), fl. 252. Idem, fl. 432. PRAZOS, livro com o n.º 11..., fl. 381v. PRAZOS, livro com o n.º 12 contendo traslados de escrituras dos anos de 1567-1573 (antigo n.º ordem 133), fl. 155. PRAZOS, livro com o n.º 32 contendo traslados de escrituras dos anos de 1573-1579(antigo n.º ordem 134), fl. 18. PRAZOS, livro com o n.º 11..., cit., fl. 281. PRAZOS, livro com o n.º 32..., cit., fl. 42. PRAZOS, livro com o n.º 11..., cit., fl. 381v. PRAZOS, livro com o n.º 12..., cit., fl. 155v. PRAZOS, livro com o n.º 12…, fl. 450v. PRAZOS, livro com o n.º 32… fl. 42. PRAZOS, livro 29, fl. 8, cujo registo não consta, parecendo perdido, mas sim no livro 32, cit., fl. 42.

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irmã Beatriz Veira, pelos apelidos de um e outro, seriam de se supor filhos de GONÇALO TEIXEIRA III, d´Além Douro e de sua m.er Beatriz Vieira e netos mat. de Catarina Luís, de Boelhe107: mas precisamente pelo prazo se situar em Boelhe (Penafiel) e sem mais notícias terem sido encontradas relativas ao homónimo d`Além Douro e tendo ficado muitas e muitas outras relativas aos irmãos do escudeiro-fidalgo, parece-me prudente desconsiderar tal hipótese e preferível colocar uma outra: A geração de GONÇALO TEIXEIRA, escudeiro-fidalgo, e de seus irmãos de Arouca, podia ter nascido de SEBASTIÃO TEIXEIRA, Tab. também em Arouca com notícia em 1525. Fosse como fosse, compete-lhes a geração dos nascidos entre 1510 e 1520 (Ver esquema). Filhos conhecidos: Luís Teixeira, pad. em 1576, 1577 e 1578 e Maria Vieira ou Teixeira, mad. em 1577, 1578 e 1579 e ambos, neste mesmo ano, mor.s nos Currais, como apresentei acima; Luís Teixeira aparece posteriormente casado com Ana de Azevedo108, mor.s à Cruz do Aro (ou rua dos Currais, ele fal. em 2.02.1620109), pais de Joana, 1609, e também de Bernarda Teixeira (depois c.c. Domingos da Mouta), de Maria Miranda ou Maria Teixeira e de Filipa, esta do nome de sua avó FILIPA VIEIRA.

BEATRIZ VIEIRA, irmã do escudeiro-fidalgo GONÇALO TEIXEIRA V, ambos mor.s ao cimo da Rua dos Currais, na vila, podiam ter sido filhos, como aventei, de SEBASTIÃO TEIXEIRA. Casou com Gonçalo Fernandes Mendes110 e tiveram 107

108

109 110

FREITAS; FERNANDES; ANDRADE; CASTRO - Carvalhos de Basto.., vol. I, Cap. II, &1, pp. 196 e 197, traz outra geração de Teixeiras: os de Penafiel, com prazos também em Boelhe (embora foreiros do mosteiro de Alpendurada), filhos esses de outra Filipa (Filipa Teixeira, irmã de João Teixeira) com larga descendência aí; Filipa Teixeira (já casada em 1533) teve filhos, entre outros, do nome Gonçalo Teixeira, Catarina Teixeira e Gaspar Soares Teixeira, e parece mais nova que Gonçalo Teixeira d´Além Douro e com bisnetos nascidos desde 1588 [ob. cit., p. 438]; os sobrinhos bisnetos de Gonçalo Teixeira teriam sido da geração de 1570, nada significando este pequeno desfasamento e podendo, com efeito, Gonçalo Teixeira e Filipa Teixeira terem nascido pelos mesmos anos. Talvez irmã de Maria de Azevedo, m.er de Jerónimo Teixeira de SÃO PEDRO, tendo sido mad. de um filho destes. BRITO - A Casa do Aro, em Arouca, p. 83, em que se vê Luís Teixeira citado em 1592 num dos conflitos da Casa do Aro. Ver QUINTA DE MINHÃOS introdução aos Escobar de Barros, onde um quase homónimo Gonçalo Fernandes - foi pai de Pedro de Escobar, cavaleiro, também nascido, talvez, de Ana

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Sebastião Teixeira de São Pedro casado com Maria Henriques, tronco dos Quadros Teixeira e Teixeira de Quadros, da QUINTA DE SÃO PEDRO. Com efeito, BEATRIZ VIEIRA, encontra-se nomeada num processo de familiatura para o Santo Ofício de um neto (Jacinto de Quadros Teixeira) onde se vê casada com Gonçalo Fernandes Mendes e mãe de SEBASTIÃO TEIXEIRA; vem mencionada, também, num aforamento do Mosteiro de 1551, data em que morava na vila, bem como seu irmão o escudeiro-fidalgo GONÇALO TEIXEIRA; era já viúva em 5.02.1552111. O filho, Sebastião Teixeira, teria nascido antes de 1540, pois estava já casado em 1565 – data dos primeiros assentos da vila; porém, o primeiro filho registado é um António só em 1576, seguido de Jerónimo em 1581, de Inácio em 1584, de Lourenço em 1586 e de Maria em 1589 – com Maria Henriques de Quadros, com quem morava no lugar de São Pedro. Sabemos também que é Senhor de um prazo do Mosteiro – o de São Pedro, precisamente – já então casado com Maria Henriques, datado de 1568. Não se conhecem outros filhos de BEATRIZ VIEIRA e de seu marido Gonçalo Fernandes Mendes. Creio que, pelas informações relativas a Sebastião Teixeira, podemos situar sua mãe BEATRIZ VIEIRA, na geração dos nascidos nos anos entre 1510 e 1520.

FILIPA VIEIRA, m.er do escudeiro-fidalgo GONÇALO TEIXEIRA, não podia, obviamente, ser irmã – mais uma – daquelas Vieiras e de seu próprio marido ..., mas podia advir dos d´Além Douro ou teria sido, então, mais uma filha de BEATRIZ VIEIRA e irmã de Sebastião Teixeira de São Pedro.

GASPAR TEIXEIRA, irmão do escudeiro-fidalgo a quem vendera o campo de SubRibas com seu ollival e arvores112 e, consequentemente, de BEATRIZ VIEIRA.

111 112

Descobar, podendo ainda coincidir com o Tab. de Fermedo nomeado em 1500 em sucessão a Lopo Rodrigues II, encontrado em AZEVEDO; MOREIRA, - Fermedo…, p. 56. PRAZOS, livro 8, cit., fl. 64v: Prazo da Quintela, Alvarenga: byatriz vieira dona viuva molher q. foy de Gonçalo Fernandes [Mendes] mor. nesta vylla. PRAZOS, livro 32, cit., fl. 18, de 2.11.1573.

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Parece coincidir com o escrivão GASPAR TEIXEIRA, ajudante do Tab. GONÇALO TEIXEIRA IV, ambos referenciados, como atrás se disse, numa escritura de 1551; o Mosteiro faz-lhe um emprazamento a 30 de Outubro de 1573 de uma vinha na Barca (Santa Eulália) (pela qual pagaria de renda uma galinha e um frango) estando casado com Helena de Abreu113 (Esta Helena, que de seu marido tem uma f.ª de nome Joana, talvez irmã fosse de Joana de Abreu, m.er de Tristão Mendes de Vasconcelos, pais de outra Joana; e irmã de Diogo d´Abreu de Araújo, Moço de Câmara d´El Rei, f.º de Gaspar de Araújo, conhecido em aforamentos de 1559114 e mencionado também em 1562 com terras perto do Ribeiro do Carvalhal115. Filhos com notícia: Madalena Teixeira, b. em 1565: talvez o último a nascer; Maria de Abreu ou Maria Teixeira, Joana Teixeira, Ana Teixeira e João Teixeira116; a derradeira notícia de GASPAR TEIXEIRA, pad. com sua f.ª Madalena, é de 1583 e do mesmo ano um apadrinhamento de seu f.º João Teixeira (todavia ainda comparece Maria Teixeira, "f.ª de Gaspar Teixeira", na primeira década de seiscentos). Alinhado na geração de 1510, seria mais novo que o escudeiro-fidalgo e muito mais novo que BEATRIZ VIEIRA.

CATARINA VIEIRA I, "mulher nobre e das principais famílias do concelho", casou com André Fernandes, "pessoa de qualidade que viveu à lei da nobreza", e moraram na Barroca, de Roças; entre outros, foram pais de GONÇALO TEIXEIRA VI, de Eiriz; seria irmã, também, do escudeiro-fidalgo, de BEATRIZ VIEIRA, de GASPAR TEIXEIRA e ainda de MILÍCIA VIEIRA (a seguir). Interessante, a avolumar a minha suposição de fazer CATARINA VIEIRA irmã de Beatriz e de Milícia, é o

113 114 115 116

PRAZOS, livro 32, cit., fl. 13. PRAZOS, livro 8, cit., fls. 220 e 441v. Prazo a Gonçalo Teixeira, livro 11, cit., fl. 281v. PRAZOS, livro com o n.º 25... 1634-1641 (antigo n.º ordem 146), fl. 415: Um João Teixeira recebe um prazo em 1625, no Salvador da Várzea, mas podendo ter sido um outro: João Teixeira do Burgo, ABERTURA nomes e sobrenomes, Os VIEIRAS DE SANTA EULÁLIA.

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assento de B. na vila, de Lourenço em 1586, f.º de Sebastião Teixeira, que parece possível traduzir pelo esquema: Milícia Vieira mad. de LOURENÇO e tia de s/ pai

Beatriz Vieira I Sebastião Teixeira I LOURENÇO b. 1586

Catarina Vieira I Gonçalo Teixeira, de Eiriz pad. de LOURENÇO e primo coirmão de s/ pai

Filhos: André Fernandes Teixeira, juiz ordinário da vila de Ovar com larga descendência fora de Arouca, entre esses, seu filho Diogo de Pinho Teixeira, fidalgo de cota-d´armas em 1648, na idade de reformado117, sepultado na igreja de Vagos118; Gonçalo Teixeira, já referido, depois chamado "de Eiriz" [Ver adiante e CASA DE EIRIZ]; Catarina Vieira II casada em Sela e com geração [Ver QUINTA DE TERÇOSO e CASAS DE CELA], estando estes dois últimos irmãos na origens de todas as grandes casas de Arouca; Isabel Vieira, muito provavelmente, que foi m.er de Inácio Pinto de Carvalho, com larga geração de Teixeiras a partir de Jugueiros, de Santa Eulália [Ver QUINTA DO BOCO]. A biografia desta vai nas CASAS indicadas. E, recentemente, João Fernandes Teixeira, na U.C. em 1589 (devido ao meu amigo António Jorge Brandão de Pinho).

117

118

Para a descendência, ver: MACHADO - Brasões Inéditos, p. 44; VALDEZ; BORGES, árvores 1 e 17; GONÇALVES - Inventário Artístico de Portugal. Distrito de Coimbra, p. 152; Genealogias de Famílias Nobres Aveirenses, p. 117 e p. 162; SOUZA-BRANDÃO - Moutinhos de S. João da Madeira e Pinhos da Arrifana de Santa Maria; etc. Informações Paroquiais do Distrito de Aveiro de 1721. Freg. de São Tiago da Vila de Vagos «Revista Arquivo do Distrito de Aveiro», vol. VI (1940), p. 207, pode ler-se: “No meyo da Igr.ª está hua sepultura com este epitafio: Sepultura de Diogo de Pinho Teyxr.ª cavalleiro da Casa de sua Magestade”. Igualmente, se menciona a sepultura de M.el dos Guimarães (que se sabe casado em segundas núpcias com Catarina Vieira, irmã de Diogo de Pinho Teixiera, a Catarina, b. em Ovar a 9.06.1603, filha de Manuel dos Guimarães e Catarina Vieira, esta, f.ª de André Fernandes e Isabel Zuzarte. Isabel Zuzarte era dos Pinhos da Feira, como poderá ver-se em ALÃO e nos mencionados trabalhos de SOUZA-BRANDÃO.

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MILíCIA VIEIRA, m.er do escudeiro-fidalgo Henrique Descobar, é o tronco dos Escobar Vieira e, depois, dos Teles de Meneses e Teles de Melo, da QUINTA DE ROMARIZ, e também da QUINTA DO BOCO; podia ter sido outra irmã do escudeiro-fidalgo. MILÍCIA VIEIRA, portadora de um nome inconfundível119, seria personagem bem conhecida na vila; parece mais nova do que BEATRIZ e CATARINA, porque dela temos notícia pelos assentos desde 1565 (primeiro registo do ano), ainda casada em 1581 e já viúva em 1586: Aliás, estaria casada pouco depois de 1530 com uma personagem da geração de 1500. (A probabilidade de haver notícia desta senhora e de nenhuma das outras, explica-se por residir na vila: A BEATRIZ viveu também na vila, já viúva em 1552, mas a CATARINA residiu em Roças e [sua filha] ISABEL VIEIRA morava em Jugueiros, de Santa Eulália120). MILÍCIA VIEIRA, que foi madrinha de um dos filhos de Sebastião Teixeira, como mostrarei adiante, vivia no casal de Romariz casada com o escudeiro-fidalgo Henrique de Escobar. É a única das Vieiras que não transmite o apelido Teixeira aos descendentes, talvez pela força caracterizante do apelido do marido121; foi mãe de António de Escobar, ou António Escobar Vieira, já casado em 1567, pai de D. Ana, entre outros, que virá a estar na origem dos Teles de Meneses e Teles de Melo, e, mais tarde, dos Ciais, todos do Romariz. Perante os elementos biográficos relativos ao filho mencionado, pertence-lhe, tal como às anteriores, a geração de 1510/20. MILÍCIA VIEIRA pode ver-se na QUINTA DE ROMARIZ. 119

120 121

Houve quem escrevesse (SILVA, Maria João Violante Branco Marques da - Aveiro Medieval. Aveiro: Edição da C.M.de Aveiro, 1991, p. 145) que as mulheres “nunca aparecem como criaturas autónomas, mas sempre como filha de, m.er de ou viúva de ”. Infelizmente para o genealogista, não foi assim em Arouca: Milícia Vieira nunca é dita m.er de Henrique de Escobar ou filha de ..., e a única vez que lhe referem o estado, dizem-na Milícia Vieira viúva (sem mais, de quem). Isto mostra que os determinativos mais não pretendiam que caracterizar a personagem, evitando confusões com outras Marias: mas não com Milícia. Assim foi, pelo menos em pleno século XVI e com membros da nobreza da vila, há muito aí residentes, senão seus naturais: e por demais conhecidos, dispensando referencia especial. Tanto os registos paroquiais de ROÇAS como os de SANTA EULÁLIA, não são dos mais antigos. Todavia – e muito significativo – uma neta sua, Paula, 1576 (f.ª de António Descobar) aparece na VILA chamada Paula Teixeira num amadrinhamento de 1591, como deixei em QUINTA DE MINHÃOS, esquema 6.

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GONÇALO TEIXEIRA VI122, Juiz, Vereador e Senhor de outros ofícios na vila de Arouca, dito de Eiriz, para o diferenciarem de seu homónimo [e tio] o escudeirofidalgo, pois tendo nascido por 1554 (declara-se de 60 anos pouco mais ou menos em 1614) contava alguns 25 quando morreu o velho GONÇALO TEIXEIRA V da rua dos Currais. Fez dois casamentos, o primeiro com Leonor Dias, de Eiriz e o segundo com Maria Tavares, de Roças, tendo ficado geração de ambos em CASA DE EIRIZ. Um dos filhos mais velhos foi GONÇALO TEIXEIRA VII que casou na CASA DA PORTA.

GONÇALO TEIXEIRA VII teria nascido entre 1590 e 1600, virá a falecer na CASA DA PORTA em 1645 onde casara a 14 de Abril de 1624, o sétimo do apelido – SÉTIMO GONÇALO – desta velha estirpe. E com ele vamos entrar na CASA DA PORTA.

122

É curioso aparecer de nome completo Gonçalo Teixeira Correia Tavares no resumo da candidatura para familiar do Santo Ofício de seu neto Sebastião Tavares (Ver LIMA - Os Familiares do Santo Ofício no Distrito de Aveiro), o que, a verificar-se, levaria a situa-lo nos Correia Tavares, do Casal de Chave, por sua mãe Catarina Vieira, possivelmente. O próprio processo do S.O. não esclarece.

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Conclusão

Qualquer dos Teixeiras que figura, seja em que qualidade for, nos 1.º e 2.º Livros da Vila, isto é, desde 1565 e durante três décadas, está claramente identificado: tratando-se de uma só e mesma família, a do escudeiro-fidalgo Gonçalo Teixeira V. Efectivamente, ao contrário dos Tavares – que se diversificam por alguns ramos – todos os indivíduos do apelido Teixeira dos anos quinhentos prestam-se a identificação fácil; continuados na vila e termo, de geração em geração, inculcam um troco comum: Tal é a verificação mais interessante. Os Teixeiras de Arouca parecem descender do escudeiro Gonçalo Teixeira, Tab. desde 1494 e, ainda, de Gonçalo Teixeira, Tab. do julgado desde a primeira metade de quinhentos. Simultâneamente, afiguramse todos descendentes por igual de Vieiras, tendo sido mulheres deste último apelido que debitaram o maior contingente Teixeira, em Arouca. Curiosamente também, o cartório do Mosteiro apresenta uma das abadessas mais longamente documentadas – dona Catarina Teixeira – e o seu Tab., Gonçalo Teixeira. Quem fosse dona Catarina, já aventei: Tia-avó de dona Milícia de Melo; todavia, com poucas ou nenhumas pistas ela contribuiu para a identificação do seu Tab. Se este Gonçalo provinha da velha estirpe do apelido, ficou por provar, embora indícios se tenham aduzido. Gonçalo Teixeira, emparelhado com João Teixeira, e Gonçalo Teixeira continuado de geração em geração, parecem reportar-se a Gonçalo Anes Teixeira – longínquo primeiro Gonçalo – e a seu pai João Esteves "da Teixeira", o primeiro João. A geração dos "homónimos" nascidos pelos anos da dobragem para o Quatrocentos, toda foi, surpreendentemente, de personalidades relacionadas com a corte: Faz pensar se não seriam parentes e "colocados" – nepotismo frequente – pela influente camareira D. Catarina em posição qualificada para "madrinha" deles. Depois, com o termo da influência da velha senhora, multiplicam-se os "homónimos" situados nas gerações seguintes ao serviço das pequenas cortes que mencionei ou exercendo ofícios de toga, como acontece com o próprio Tab. de Arouca: Última quebra? 5.º Período / 5.º e último Grupo? Vimos que os "da Teixeira" mais perto de Arouca sofreram a terceira quebra na prosápia de infanções por falta de descendência legítima, mas comparecem na corte em funções não de primeiro plano, sim da confiança do monarca123; sofreram a 123

MARQUES - Nova História de Portugal, vol. IV, p. 244, sustenta a existência de "referência a ricoshomens" "colhidas em documentos da época" [dos meados e finais do séc. XIV].

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quarta quebra de prestígio na batalha de Aljubarrota mantendo-se fiéis ao poder vigente. Parece que os desta estirpe, após a mutação de latifundiários para efectivos de quadros militares e depois para os quadros palatinos, denotam certa índole conservadora. Mas um filho-segundo deriva ao passar para o lado reformador de Avis; todavia, mais uns anos, voltam adstritos à facção legitimista e saem ganhadores de Alfarrobeira. São já muitos os deste apelido (e homónimos...) ora inseridos nos primeiros graus da nobreza em geral ou na "de toga", alguns servindo as primeiras casas de Avis (De notar particularmente, o serviço dos Coutinhos ligados a Terras da Beira). Mostrei a raridade dos apelidos na transição do quatrocentos para o quinhentos, em Arouca, tendo sido Teixeira um deles: Quem se lembraria, por então, de usar um apelido que não tivesse? Depois, assiste-se à persistência do apelido em Arouca, tronco de todas as suas Casas: Em Eiriz e desta para a Porta e desta para Valdasna e muitas outras; em São Pedro, vindos também de Eiriz, e daí para Romariz e daí para o Boco; em parte de Roças (Terçoso) e dela para os Malafaias; também de Roças para Jugueiros e depois para a casa do Burgo; em parte de Sela e lá continuados ... etc, e assim por diante, des ardoises sur un toit. A cruz heráldica – que chamam potentéa de oiro, vazia do campo – também ficou. Ficou no pedestal do cruzeiro de Urrô, 2.ª pala dos Tavares-Teixeira; ficou na pedra da quinta de São Pedro, 1.ª pala dos Teixeira de Quadros; ficou na pedra e no tecto pintado da sala da casa de Eiriz, 2.º quartel; ficou na pedra da casa de São Pedro, 2.ª pala, 1.º; ficou na pedra da casa do Burgo, 2.º quartel; ficou noutra ainda do Burgo transferida para a quinta do Boco ... e ficou apontada numa pedra de Valdasna. Mas não ficou o timbre heráldico que lhes cabia – o unicórnio, meio-cavalo com um só corno: o simpático animalzinho que se deixava amansar somente por uma moça donzela ... – não ficou por Arouca. Foi que, o timbre correspondia ao apelido representado em lugar de honra do escudo – fosse a 1.ª pala, fosse o 1.º quartel – e Teixeira deixara de ter valia de referência.

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MATEMÁTICA

CONTANDO, DE CADA VEZ, O QUE NÃO SE PODE CONTAR, OS NÚMEROS SOBREPÕEM-SE NA CABEÇA QUE NÃO SABE FAZER CONTAS.

CADA CONTA, DE SOMAR OU DIVIDIR, MULTIPLICA-SE POR MUITAS, E UMA A UMA SE ACRESCENTA ÀS CONTAS QUE NÃO PODEM SER.

NÃO SE CONTA O QUE SE CONTA DE CADA VEZ QUE AS CONTAS SAEM FURADAS, MAS CONTA-SE À MESMA,

E MESMO QUE SE CONTE O QUE SE TEM DE CONTAR, NUNCA SE CONSEGUE DIVIDIR O QUE SE TEM DE SOMAR.

Nuno Júdice, O Movimento do Mundo, Lisboa, Quetzal Editores, 1996

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O casal da Porta da freg. de Santa Eulália, do vale de Arouca ... que foi de António Dias já defunto e hoje possue Maria Vaz124 ... deixou vasta notícia no acervo dos prazos do Mosteiro. António Dias, talvez filho fosse de Pedro Dias que morre na Porta em 1590, casado eventualmente com Catarina Pires que veio a falecer também na Porta em 1598, tendo nomeado testamenteiro [seu genro] Inácio Jorge125. Efectivamente, a Inácio Jorge126, cunhado de António Dias127 e a sua m.er Maria Dias, o convento das freiras concedera meio casal cito no lugar da Porta em 12.05.1600128 e, logo de seguida, o outro meio casal a António Dias. Pela descrição da propriedade de Inácio Jorge fazemos uma ideia da antiga casa da Porta: Aceitemos um terreiro rodeado de casa e anexos: uma casa de rés-do-chão em pedra e andar de taipa, com ramada, e divisões assoalhadas em cima e duas cortes em baixo, mais um anexo, possivelmente de pedra, também para gado, mais um palheiro e mais um alpendre (metade de seu cunhado António Dias) e mais uma casa que servia de cozinha: huas casas sobradadas e telhadas estão repartidas com duas llogias por baixo E junto dellas hum cazal de gado e hum palheyro a metade do allpendre e a outra metade he de ant.º dis seu cunhado e tem outra casa q. serve de cozinha telhada e ante as portas huas serventias E esterqueyras e hua ramada de frõ.te da casa de pedra. Afigura-se que Pedro Dias [provavelmente, o pai de António Dias e também de Maria Dias] possuiu a totalidade do mesmo casal. Um óbito de 1568 informa-nos que morreu Jõ pis tendo sido testamenteiros seus filhos Jõ pis e p.º dis129. Para trás, sabemos que um Gonçallo Dias deteve 2/3 de um casal cito na Porta em 16.05.1527130. (Parece que o terço que faltava virá a ser aforado mais tarde, em 1558, a Gonçalo Fernandes131). Precedem-nos, a todos, um Domingos Gil que recebera o casal da Porta em 1522132. Só lá por meados de quinhentos é que os pais de António Dias teriam "unificado" o velho casal que transmitem a dois filhos, António e Maria Dias; António Dias (e sua m.er Maria Vaz) com seu cunhado 124

125 126 127 128 129 130 131 132

PRAZOS, livro com o n.º 10 contendo traslados de escrituras de 1599-1602 (antigo n.º ordem 137), fl. 133, prazo de 20.05.1600. SANTA EULÁLIA, livro 1 M. 1602-1636;1578-1635;1564-1632. AUC, MSMA, Índice Geral dos Prazos regista-o, por lapso, como Pedro Jorge. Um António Dias, de Moção, apadrinhou em 1599 Domingos, f.º de Catarina Vaz, da QUINTA DE SELA (QUINTA DE TERÇOSO, CASAS DE SELA, PARÁGRAFO SEGUNDO). PRAZOS, livro com o n.º 10..., cit., fl. 128v. SANTA EULÁLIA, livro 1, cit. PRAZOS, livro com o n.º 3 contendo traslados de escrituras de 1514-1528 (antigo n.º 128), fl. 478: escritura praticamente ilegível. PRAZOS, livro com o n.º 11..., cit., fl. 88. PRAZOS, livro com o n.º 3..., cit., fl. 92. CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca

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Inacio Jorge (e a m.er Maria Dias, sem dúvida, irmã de António Dias) estavam então na Porta, em Maio de 1600. O prazo vai passar a Maria Vaz II [filha de António Dias – aliás filha de outro casamento de sua m.er Maria Vaz] que o possuia ainda em 1649 e com ela os herdeiros de Inacio Jorge. Por estes anos Maria Vaz II estava viúva de Gonçalo Teixeira (+1645) e mãe de filhos, alguns com notícia continuada na Porta: o P.e Beneficiado Sebastião Tavares e sua irmã Maria Tavares Teixeira, ou Maria Vaz Teixeira. António Dias e Maria Dias seriam, pois, irmãos; esta, casada com Inácio Jorge da Porta, cunhado de António Dias; este, com sua m.er Maria Vaz, também da Porta – que repartiam – segundo os respectivos prazos de 1600, data posterior à dos seus casamentos. Teriam nascido por 1550/60. António Dias teria falecido e Maria Vaz voltaria a casar com Domingos Vaz, depois de 1600, e do conúbio nasceu Maria Vaz II que veio a matrimoniar-se na Porta em 1625 com Gonçalo Teixeira. Será? Ou de modo ligeiramnete diferente: Maria Vaz fora casada com Domingos Vaz de quem tinha Maria Vaz II e enviuvando voltou a casar-se com António Dias por volta de 1600, e este criou a Maria Vaz II que casou com Gonçalo Teixeira. Maria Vaz viúva está no reconhecimento deste aforamento, em 1649, representada por seu filho António, de 22 anos, ao tempo com Ordens Menores e mais tarde, presbítero. Voltando atrás, António Dias e sua irmã Maria Dias parecem filhos de Pedro Dias que morre na Porta em 1590, eventualmente casado com Catarina Pires que morre também na Porta em 1598, sogra de Inácio Jorge que nomeara seu testamenteiro: Geração de 1520/40. Talvez possamos formular uma hipótese: João Piz, falecido em 1568 Testamenteiros: seus filhos João Piz e Pedro Dias

__________________________ I I

Isabel Guedes c.c. João Piz* P.º Dias c.a1575 c. Catarina Piz ** + 1576 de Ronde, + 1599 + 1590 + 1598, sogra de Inácio Jorge testamenteiros de seu pai Jõ Piz = João Piz "de Ronde" e também dito do Moção __________________ _____________ : I : I I Jordão Aleixo** * Antónia D.gos Vaz 1ºX M.ª Vaz I 2ºX An.to Dias**** M.ª Dias c.c. Inácio Jorge Guedes + 1566 Guedes Prazos da Porta, 1600 + 1625 + 1636 de ANTERRONDE Prazo 1578 c. 1593 c.c. Isabel Aranha I + 1629 Aranhas-Guedes Maria Vaz II, + 1666 com desc. na Porta c. 1625 c. Gonçalo Teixeira, + 1645 CASA DA PORTA

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Ver CASAS DE RONDE, CASA DE ANTERONDE

** Mãe de Nicolau + 1593 mancebo solteiro *** Ainda se encontram: Fernando e Jorge, crismados em 1576 filhos de João Piz de Ronde; e Catarina Guedes, f.ª de João Piz do Moção, c. 1584 c. António Jordão Guedes, de Chave, que foram pais e avós dos Guedes, do Moção. Também, outro João Pires, irmão de Jordão Guedes e filho de João Pires, casou com Maria Fernandes, moraram em Ronde e foram pais de Diogo Pires que iremos encontrar em CASA DE POUSADA c. em 1611 c. Catarina Fernandes, daí. **** Consta António Dias de Moção, pad. em 1599 de Domingos, f.º de Catarina Vaz e neto de ANTÓNIA DIAS, da QUINTA DE SELA. Olhando o esquema ... : a hipótese, embora frágil, parece razoável: Os aforamentos de 1600 são posteriores, e logo seguidos ao decesso dos presumíveis pais, Pedro Dias em 1590 e Catarina Pires em 1598; por 1600, Maria Dias estaria casada há vários anos com Inácio Jorge (faleceu este em 1625) e António Dias estava vivo: Portanto, o 2.º C. de Maria Vaz é posterior a 1600; a filha Maria Vaz II teria logo nascido e, como veio a casar em 1625, seria novita quando conheceu Gonçalo Teixeira: Maria Vaz II faleceu em 1666, contaria 65 anos e já estava viúva desde 1645, sendo possível que o marido, Gonçalo Teixeira, de quem se desconhece a data do nascimento, tivesse vindo ao mundo e Casa de Eiriz antes de 1600 e desapareu com alguns 50 e tantos, relativamente novo, em 1645, se comparado a seu velho pai que vivera até aos 80 anos.

Pedro Dias e seu irmão João Pires serão os mesmos que aparecem como testamenteiros de seu pai João Pires, falecido em 1568 – geração de 1490/1500 – e não sei se casado com Catarina Anes, da Porta, falecida em 1576. O João Pires II talvez coincida com João Pires de Ronde, pai de um Aleixo que morre criança, ou adolescente, em 1566 e, ainda o mesmo, casado com Isabel Guedes de quem consta o passamento em 1576, pais, se assim foi, além do Aleixo, de Antónia Guedes casada em 1593 e com geração em ANTERONDE e de Jordão Guedes (+ 1636) que casou com Isabel Aranha (+ 1629)133 e irão dar os Aranha-Guedes. Para trás – também provavelmente da geração de 1490 – ficava Gonçalo Dias que detivera 2/3 do casal da Porta desde 1527. Por escritura de 25 de Janeiro de 1690 a enfiteuse em 1.ª vida pertence a Maria Teixeira, ou Maria Tavares Teixeira – f.ª de Maria Vaz II e de seu marido Gonçalo Teixeira – já viúva de Pero Soares Teles, com quem casara a 23 de Novembro de 1654. Esta senhora vive muitos anos, mas é inaceitável tanto quanto o assento de óbito afirma, pois aí se diz 14 de Agosto de 1792(!), tendo nomeado testamenteiro seu genro José Vaz, casado com sua filha Maria Tavares Teixeira II em 1701, falecido desde 1724! O decesso situou-se, sem dúvida, em 1712 (Aliás, o registo precedente e o subsequente são deste mesmo ano e o livro no qual se inserem abrange os anos de 1706 a 1729). O aforamento irá ser renovado a um dos netos da primeira Maria Tavares Teixeira, a Jacinto Teixeira, casado com Antónia de Pinho Vieira. Falecida, ficou sendo 2.ª vida este Jacinto, sem geração, que doou o prazo em 3.ª vida a seu sobrinho e afilhado 133

SANTA EULÁLIA, livro 1, cit., e livro 2, adiante. CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca

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o Dr. Jacinto Soares de Brito (nat. de MINHÃOS, filho de seu irmão Manuel José Teixeira) que por tal fortuna se instala na PORTA: Dizem as notas das freiras que a m.er de Jacinto Teixeira falleceu 1.º e caducou, ficando sendo 2.ª vida Jacinto Teixeira e agora é 3.ª vida o Dr. Jacinto Soares de Brito134. Em suma, por Maio de 1600 andava o prazo em António Dias c.c. Maria Vaz; passou a Maria Vaz II, filha desta, que ainda o possuia em 1649, já viúva de Gonçalo Teixeira; a Maria Tavares Teixeira, sua filha, o prazo é renovado em Janeiro de 1690 e volta a mostrá-lo em 1707; depois, parece que tendo caducado, voltou a seu neto Jacinto Teixeira casado com Antónia de Pinho Vieira, que faleceu, sendo Jacinto considerado 2.ª vida, e deste veio a seu sobrinho e afilhado, o Dr. Jacinto, 3.ª vida do velho prazo. Temos desta feita cerca de 300 anos de prazos nos Teixeiras, ou mais precisamente, 2 ou 3 gerações de "Dias", da Porta, e por casamento mais 4 gerações de Teixeiras na mesma casa. A casa vai por fim para o 5.º filho em 11 da Porta (f.º varão, o mais velho depois do P.e Jacinto): o alferes Narciso José Pereira do Amaral casado desde 1811 com Maria Tomásia, de POUSADA, e que morre na Porta em Maio de 1848. O herdeiro virá a ser o mais novo – "o último morgado da Porta", tal como o referem ainda hoje em Arouca – do nome Joaquim Soares de Brito Portas.

134

AUC, MSMA, Livros de Cobrança das freg.s de Arouca, Burgo e Santa Eulália, III, 1ªD, 13, 1, 3 (antigo n.º 10), fl. 124v. CASA DA PORTA Introdução aos Teixeira de Arouca

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O retrato de “O último morgado da Porta”

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A Casa da Porta

Acima, do lado voltado a sul, vendo-se o desenvolvimento da Casa Antiga e o lado da Casa Nova Abaixo, a entrada nova da Casa da Porta, voltada a poente

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1. MARIA VAZ casou a 14.04.1625 com GONÇALO TEIXEIRA: A fl. 122 do livro 1 de SANTA EULÁLIA vem uma notícia delida relativa àquele dia de Abril: ... Teixeira com Maria Vaz moradores da Porta foram padrinhos Lourenço Teixeira e Lionor Dias. Procurada a secção dos BB. vamos encontrar a partir de 6 de Maio do ano seguinte os rebentos da Casa da Porta, filhos expressos, ora de Gonçalo Teixeira, ora de Gonçalo Teixeira da Porta e de sua m.er, ora de Maria Vaz e de Gonçalo Teixeira da Porta, ora ainda, de Gonçalo Teixeira e de Maria Vaz da Porta: ao gosto do momento e ao longo dos anos de 1626 até 1635, inclusivé. Podemos, assim, completar o assento truncado, ficando claro que nesse dia casaram na Porta GONÇALO TEIXEIRA e MARIA VAZ. Esta, f.ª de Domingos Vaz e de Maria Vaz, do casal do lugar da Porta; ele, f.º de Gonçalo Teixeira e de sua m.er Maria Tavares, da CASA DE EIRIZ, como iremos apurar pelas inquirições para Ordens Menores de seu filho António. Mas, ainda que não tivesse sido encontrada qualquer prova da filiação de GONÇALO TEIXEIRA da PORTA (como durante muito tempo me aconteceu), a coincidência perfeita dos nomes de baptismo dos filhos de EIRIZ e dos filhos da PORTA, não podia deixar dúvidas: A ausência de prova não prova coisíssima nenhuma e se provarmos que a prova não pode existir, damos o favor ao discurso. Entrarei no argumento que gostava de aduzir a favor da filiação de GONÇALO TEIXEIRA da PORTA: que passará pelos nomes dos filhos de ambas as casas: PORTA e EIRIZ. António era homónimo de dois filhos de EIRIZ, um, falecido e muito mais velho, que conhecemos por um apadrinhamento de 1605, e outro quase da mesma idade, futuro sucessor na Casa; João, corresponde ao arcipreste João Tavares Teixeira; Maria, da qual nos escapa a data do nascimento, traria o nome de uma Maria de EIRIZ b. em 1626, além de repetir o de [sua avó] Maria Tavares; Sebastião Tavares, P.e Beneficiado, é homónimo do comissário do Santo Ofício Sebastião Tavares. Assim, os nomes dos filhos da CASA DA PORTA decalcam os da CASA DE EIRIZ: António, 1627, o segundo, tem o seu homónimo no familiar do Santo Ofício e herdeiro da CASA DE EIRIZ; Francisco, 1622, e outro Francisco, 1632, o primeiro e o quarto, não tiveram, que eu saiba, correspondente em Eiriz, mas trazem o nome de [seu tio materno] Francisco Tavares de Pinho, nome aliás muito comum na estirpe destes Tavares; João, 1635, o quinto, tem o seu homónimo no abade, arcipreste e comissário do Santo Ofício. João Teixeira Tavares [além de repetir o nome de seu tio avô e de seu bisavô maternos]; Maria, talvez por 1637135, o sexto, herdeira da casa, 135

Os assentos saltam de 1636 para 1645.

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corresponde a outra do mesmo nome em EIRIZ [que traz, aliás, o nome de sua própria mãe e o de sua avó paterna]; Sebastião, talvez por 1640, o futuro beneficiado Padre Sebastião Tavares, ou Sebastião Tavares Teixeira, repete o licenciado, abade e comissário do Santo Ofício Sebastião Tavares, de Eiriz; (talvez um derradeiro, com reservas: Manuel Teixeira Tavares que aparece c.c. Luzia de Pinho num prazo de 1707136, usa o nome do homónimo de EIRIZ, continuador da QUINTA DE SÃO PEDRO, Manuel Teixeira Tavares). Perante tudo isto, parece legítimo – se prova não houvesse – concluir pela filiação de GONÇALO TEIXEIRA da PORTA na velha casa de EIRIZ: Em primeiro lugar, conhecemos a razão da falta do respectivo assento de baptismo, pois, sendo que tudo indica ter nascido por 1600 ou até um pouco antes (casou em 1625 e deram-lhe o primeiro filho em 1626), os livros de São Salvador do Burgo são posteriores a 1620; segundo, mostrei a coincidência dos nomes de baptismo dos filhos de EIRIZ e da PORTA; terceiro, dos sete filhos, três deles usam nomes comuns na estirpe dos Tavares, trazidos de Maria Tavares, nat. de Roças e casada em EIRIZ; quarto, o próprio Manuel e João pertencem também aos Tavares de Pinho de Maria Tavares; quinto, o António que nasce quatro anos depois de seu tio António Tavares Teixeira ou António Tavares, apelida-se simplesmente António Teixeira para se diferenciar do de EIRIZ; sexto, a herdeira da Casa é conhecida por Maria Teixeira ou Maria Vaz, mas também por Maria Tavares Teixeira; sétimo, o padre beneficiado da CASA DA PORTA – Sebastião – é chamado por Sebastião Tavares numa clara alusão aos Tavares eclesiásticos de EIRIZ e especialmente a seu ilustre tio – uns vinte e tal anos mais velho – o licenciado Sebastião Tavares que pelos seus anos áureos e de prestígio de carreira trazia o seu sobrinhito ainda nas primeiras letras do Mosteiro; por fim, todos os da PORTA tomaram o apelido Tavares, tal como a apelido Teixeira, com excepção de António Teixeira (frei António) – apenas conhecido em duas notícias: Representa sua mãe no reconhecimento das propriedades em 1649, pelos seus 22 anos, e morre em 1700 – para não ser confundido com seu tio António Tavares ou Tavares Teixeira de EIRIZ, aliás, da mesma idade, praticamente: Enfim, podemos consagrar a filiação: Coincidências a mais tornam-se evidências que não carecem de demonstração. Um pequeno senão: O lacónico assento não justifica a residência de Gonçalo Teixeira (e de Maria Vaz) moradores na PORTA. E o que dizer de MARIA VAZ? O casal da Porta: que possue Maria Vaz em 1649 e com ela os herdeiros de Inacio Jorge da Porta 136

PRAZOS, livro 47, III, 1ªD, 13, 2, 39 (antigo n.º ordem 167), fl. 222.

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... que foi de António Dias já defunto e hoje possue Maria Vaz, viúva, sua filha, molher que foi de Gonçalo Teixeira, morador no dito casal da Porta a coal [Maria Vaz] está citada para vir mostrar os títulos que tinha e fazer seu reconhecimento e para mostrar as ditas terras e as dar a este tombo e declarar suas confrontações ...137: Aqui se afirma que a viúva de GONÇALO TEIXEIRA era filha de António Dias que possuia o casal da Porta; mas, nas inquirições para Ordens Menores de António, filho da Casa, os pais de MARIA VAZ foram Domingos Vaz e sua m.er Maria Vaz! Como entender a discrepância? Temos de aceitar que estão certos os nomes dos avós maternos do habilitante António Teixeira – ele assim o disse – ou seja, Maria Vaz e seu marido Domingos Vaz; mas podia ter acontecido que esta Maria Vaz I tivesse enviuvado de António Dias e voltado a casar com Domingos Vaz: pois, efectivamente, a m.er de António Dias chamava-se Maria Vaz138; ou melhor (como vimos atrás), tendo Maria Vaz enviuvado de Domingos Vaz (de quem já teria Maria Vaz II) voltou a casar com António Dias que veio a criar a mencionada filha de Domingos Vaz. Muito mais tarde, por 1650, os louvados do reconhecimento do prazo vêem naquele António Dias o pai de Maria Vaz II (quando seria padrasto, embora Senhor do prazo da Porta), viúva de GONÇALO TEIXEIRA. (Se foi assim, a situação precede uma outra, igual, que iremos encontrar em MINHÃOS, onde a avó das crianças nascidas nas décadas de 70 e 80 do século dezanove não fora a 2.ª m.er, como proclamaram, mas sim a 1.ª m.er do avô delas, Jacinto Soares de Brito!; e muito antes, tivemos Jácome de Barros cujos filhos, do apelido Azevedo de sua 1ª m.er, são ditos filhos do 2.º C!). Afigura-se, então, que MARIA VAZ não era filha mas sim enteada de António Dias – ou melhor, filha de um anterior matrimónio de sua m.er Maria Vaz – foreiro do casal da Porta, que lhe transmitiu a propriedade: Com efeito, possuiu-a juntamente com os herdeiros de Inácio Jorge. Como quer que seja, o matrimónio de GONÇALO TEIXEIRA e de MARIA VAZ deu-se e foi testemunhado por Lourenço Teixeira e por Leonor Dias. Lourenço Teixeira era f.º de Sebastião Teixeira e de Maria Henriques [de Quadros], da QUINTA DE SÃO PEDRO, e contava 39 anos por essa altura; Leonor Dias, talvez a viúva dos Currais falecida em 1658139 é homónima da 1.ª m.er de Gonçalo Teixeira de Eiriz140 e, muito provavelmente, meia-irmã do nubente da PORTA. De verdade, em certo 137 138 139 140

PRAZOS, Livro Tombo Velho da Freg. de Santa Eulália, III, 1ªD, 13, 4, 42 (antigo n.º ordem 263), fl. 123, a 2 de Março de 1649. PRAZOS, livro 10, cit., fl. 133. VILA, livro 20, O. 1613-1690. Ver CASA DE EIRIZ.

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apadrinhamento, compareceram Gonçalo Teixeira e sua irmã Joana Dias, [outra] meia-irmã de GONÇALO TEIXEIRA, f.ª do primeiro matrimónio de seu pai141. GONÇALO TEIXEIRA morreu na PORTA a 8.04.1645 e MARIA VAZ faleceu em 1666, a 4 de Março, deixando por sua alma 3 ofícios de 10 padres142. Uma palavra mais, só, relativa a Domingos Vaz e Maria Vaz: Os nomes fazem pensar nos Vaz de POUSADA onde o primeiro foi Domyngue Anes, dos nascidos por 1500, o segundo foi Gonçalo Domingues de Pousada da geração seguinte e o terceiro foi Fernão Vaz de Pousada, casado em 1578 – parece que da geração de Domingos Vaz casado na Porta – pai, este Fernão Vaz de Pousada, de outro Domingos Vaz, b. em 1608 e casado em Moção.

FILHOS DE MARIA VAZ DA PORTA:

Maria Vaz c.c. Gonçalo Teixeira _______________________________________________________ I I I I I I I Francisco Frei António Ana ? Francisco João Maria ? P.e Sebastião 1626 1627 1632 1635 test.ro s/ irmão p.e António +1700

Filhos nascidos na freg. de Santa Eulália143:

2. Francisco, b. a 6.05.1626, af.º de Francisco Tavares e de Manuel Tavares [O primeiro, talvez Francisco Tavares de Pinho, tio de seu pai, ainda por casar; o segundo, pode lembrar Manuel (Teixeira) Tavares, tio do próprio neófito, mas é mais provável tratar-se de Manuel Tavares (de Pinho), outro tio de seu pai, o mesmo que consta em iguais funções, abaixo144];

2. o vigário frei António Teixeira, b. a 21.11.1627, af.º de Manuel Tavares e de Antónia Vieira [Provavelmente, futuros marido e m.er, ele, da QUINTA DE TERÇOSO, a casar com quase 60 anos, em 1642, na QUINTA DE SELA]; ao frei António respeita a inquirição feita a 11.12.1646 – se quer promover a primeira tonsura, E mais graus de ordens menores145 –; representa e assina aos 22 141

142 143 144 145

No primeiro assento de C. da Freguesia de São Salvador do BURGO, em 1620, figuram como pad.s Gonçalo Teixeira e joana dias sua irmã m.er de Brás Fernandes da Cabreira. ABERTURA nomes e sobrenomes, Os VIEIRAS... SANTA EULÁLIA, livro 2 M. 1645-1673; 1638-1673; 1638-1673. SANTA EULÁLIA, livro 1, cit. Ver QUINTA DE TERÇOSO CASAS DE SELA introdução aos Tavares de Arouca. AUC, Ordenações Sacerdotais, caixa 260, n.º 6.

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anos, em 1649, por sua mãe Maria Vaz no reconhecimento do prazo da Porta, onde declara: assino por minha May Maria Vaz; lavrou, entre muitos outros registos de Rossas, o longo registo de óbito de D. Francisca, da QUINTA DE TERÇOSO, em 1691; morre em 17.03.1700: O P.e Vig.ro Fr. An.to Teyxr.a foi Sepultado na Capella mayor desta Igr. de Rosas aos dezaçete dias do mes de Março do anno de digo de 1700 a. fes seus apontam.tos de manda perante testemunhas em o qual deixou tres officios de 15 clerigos e de offerta em o dia do obito 750 réis e nos mais officios a 300 réis, e p.ª os pobres coatro alq.res de pam, e dous alm.des de uinho, deixou por seu testament.ro, o P.e Sabastião Tavares do lugar da Porta seu Irmão, e por herd.ros seu sobrinho Fr.co Teyxra146 e sua Irmã M.ª Teyxra. da Porta, e seu sobrinho An.to Teyxra. de Valdasna. O Vig.ro encomendado o licenciado Domingos Frra. Brandão147;

(2). Ana, b. a 9.11.1629 – que aqui encaixa muito bem, embora no assento se diga apenas f.ª de Gonçalo Teixeira148 – foi af.ª de Diogo Pinto e de Catarina Ferreira;

2. Francisco, outro do nome, possivelmente porque o primogénito tinha falecido, foi b. a 4.11.1632 e af.º de ...laio Vieira e sua m.er;

2. João, b. em o dia de São Martinho [12.11] de 1635 , af.º de Maria solt.ra do mesmo lugar asima;

2. MARIA TAVARES TEIXEIRA149, que segue adiante;

2. O P.e Beneficiado Sebastião Tavares. Entrou para a “Irmandade dos Sacerdotes da vale de Arouca”, da invocação de Nossa Senhora da Anunciação, em 1664, e passou a juiz da mesma em 1681150. Vários prazos lhe foram concedidos ou confirmados: Na Porta, a 26.03.1687 em 1.ª vida151; 146

147 148 149 150 151

O munus em Roças e o facto de contemplar seu sobrinho Francisco, talvez explique o matrimónio deste em Roças, se é que tal sobrinho coincide com Francisco Teixeira Teles c.c. uma Valente, de Roças, adiante. ROÇAS, livro 3 O. 1682-1735. Note-se que Gonçalo Teixeira de Sá alterna com Gonçalo Teixeira da Porta, por estes mesmos tempos, ao levarem os respectivos filhos à pia baptismal. Faltam os registos entre 1636 e 1644, tal como já lembrei. SIMÕES JÚNIOR, Notas esparsas, cit. PRAZOS, Livro tombo velho da Freguesia de Santa Eulália, III, 1ªD, 13, 4, 41 (antigo n.º ordem 262). Livro com o n.º 2 - Tombo da Freguesia de Santa Eulália, fl. 261; livro com o n.º 41..., III, 1ªD, 13, 2, 33 (antigo n.º ordem 159), fl. 67; e ainda, Índice Geral dos Foros do c.º de Arouca, III, 1ªD, 13, 4, 10 (antigo n.º ordem 230).

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em 17.12.1706, reconhecimento das propriedades que possue o reverendo P.e Sebastião Teixeira e sua irmã Maria Teixeira Dona viuva de Pedro Soares Telles do lugar da Porta e as propriedades citas em Parada152; em 1707, o prazo do casal do Carvalho153; o reconhecimento das propriedades pertencentes ao prazo que foy do P.e andré da costa154 em que é primeira vida o reverendo P.e Sebastião Tavares Teixeira do lugar da Porta155; na Várzea, é citado o reverendo P.e Sebastião Tavares do lugar da Porta156. Foi nomeado testamenteiro de seu irmão frei António;

Fac-símile do registo de óbito de Maria Tavares Teixeira I

2. MARIA TAVARES TEIXEIRA I ou simplesmente Maria Teixeira ou Maria Tavares ou ainda Maria Vaz Teixeira, mor.a no lugar da Porta, filha dos pais acima, casou, a 22.11.1654, com PERO SOARES TELES, que veio da villa de trancozo de Alvarenga157, muito provavelmente dos Soares Mendes Teles daí158. Viveu, Pedro Soares, vinte anos casado na PORTA até falecer a 11.07.1674159; apadrinha em Tropeço, a 17.08.1667, onde se declina capitão Pedro Soares Teles morador na Porta; comparecera na qualidade de pad. num B. de

152 153 154 155 156 157 158 159

Idem, Livro com o n.º 2 - Tombo da Freguesia de Santa Eulália, fl. 165. Idem, ibidem, fl. 245. Este André da Costa, do casal do Carvalho, talvez fosse outro dos sobrinhos de André Varela, da Quintã do Carvalho (que vimos na QUINTA DE MINHÃOS). Idem, ibidem, fl. 261? PRAZOS, livro com o n.º 5 - Tombo das Freg.s de Várzea, Rossas, Albergaria e Cabreiros, III, 1ªD, 13, 3, 28 (antigo n.º ordem 208), fl. 120. SANTA EULÁLIA, livro 2, cit. Enquadramento que o trabalho - Os Telles de Santa Cruz de Alvarenga -, do meu amigo João Bernardo Galvão-Telles, ainda não esclareceu. SANTA EULÁLIA, livro 3 M. 1675-1705, 1674-1705, 1674-1705.

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SANTA EULÁLIA, a 5.03.1671, juntamente com Francisca, f.ª de Maria do Amaral, de MINHÃOS. Dela, MARIA TEIXEIRA, é surpreendente o assento de óbito, por excessivamente tardio: Em os catorze dias do mes de Agosto de mil e setec.tos e nouenta e dois se faleceu da vida prez.te Maria Teix.ra do Lugar da Porta desta freg. e fes testamento em q deixou tres off.os de v.te padres mes e anno e deixou q seu corpo foce sepultado no semiterio de seus antepassados dentro em a igreja donde era freg.a e deixou de esmolas as confr.as desta Ig.a deixou as conf.as como constara da manda e doos pazaes do Burgo da freg. do Salvador e seus f.ºs por erd.ºs de seus bens moveis e p.a fazer e cumprir com estes bens de alma deixou a seu genro Joseph Vas do mesmo lugar por testamentr. de q fis este acento era ut supra - João Roiz160. Aliás, Joseph Vas tinha já falecido, ía para 68 anos, em 1724! Só se entende (entende?) que se tenha escrito noventa e dois por doze.

O acervo do Mosteiro guarda numerosas referências a MARIA TAVARES TEIXEIRA, todavia, já, então viúva: Em 25.01.1690, a Maria Teixeira viuva de Pedro Soares, 1.ª vida161; a Jacinto Teixeira e sua m.er por p.zo em que foi 1.ª vida Maria Teixeira, viuva, feito em 15.01.1690162; a Jacinto Teixeira por p.zo feito a Maria Teixeira163. Em 17.12.1706, o Reconhecimento das propriedades que possue o P.e Sebastião Tavares e sua irmã Maria Teixeira Dona viuva de Pedro Soares Telles do lugar da Porta e as propriedades sitas em Parada164. A Maria Teixeira viuva de P.º Soares da Porta165. A Maria Teixiera Dona viuva de Pedro Soares Telles166. Em 12.07.1707, a Maria Teixeira Dona viuva de Pedro Soares Telles167. Em 22.07.1707, Parada, Maria Teixeira v.ª de P.º Soares Telles da Porta168, 1.ª vida.

FILHOS DE MARIA TAVARES TEIXEIRA I:

160 161 162 163

164 165 166 167 168

SANTA EULÁLIA, livro 4, M. 1705-1720; 1706-1727, 1705-1729. PRAZOS, Indice Geral dos Foros..., cit. Idem, Livro 10 de Cobrança..., cit., fl. 142v. Idem, Livro de Cobrança da Freguesia de Santa Eulália, III, 1ªD, 13, 1,11 (antigo n.º ordem 11), fl. 15v. Idem, Livro com o n.º 2 - Tombo da Freguesia de Santa Eulália, fl. 155. Idem, ibidem, fl. 239; em 12.03.1707. Idem, ibidem, fl. 251v. PRAZOS, livro com o n.º 46...1701-1708, III, 1ªD, 13, 2, 38 (antigo n.º 46), fl. 276. Idem, Livro 10 de Cobrança..., cit., fl. 235v.

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MARIA TAVARES TEIXEIRA c.c. Pero Soares Teles __________________________________________________________________________ I I I I I I Francisco P.e Manuel Teixeira Maria Tavares Teixeira António Teixeira Teles Francisca Pedro 1655 1658 1662 1664 1667 1671 + Roças 1706

O livro está muito deteriorado, mas ainda assim foi possível encontrar os assentos de seis filhos. Os nascimentos são algo tanto irregulares: Francisco nasce no ano seguinte ao do matrimónio dos pais, 13 meses volvidos; seguese Manuel – o futuro P.e Manuel Teixeira – passados dois anos inteiros, 56 e 57 sem crianças, surge ele em Fevereiro do terceiro ano; 4 anos e 2 meses nasce Maria; 2 anos e 3 meses depois vem António; decorrem dois anos completos sem filhos até Francisca que faz diferença do anterior 2 anos e 8 meses; por fim, Pedro, a 4 anos e meio do penúltimo: Verificação que se evidencia por ser rara. Contam-se 6 filhos em 17 anos de matrimónio: espaçados quase de 3 anos de intervalo-médio. Tiveram, então, nascidos em SANTA EULÁLIA169:

Pelourinho de Alvarenga, na vila de Trancoso170

3. Francisco, b. a 29.12.1655 e foi padrinho D.õs malafaja m.as morador na villa darouqua [Domingos Malafaia Mascarenhas da CASA GRANDE, casado com uma prima coirmã de seu avô mat.]; foi herdeiro de seu tio frei António Teixeira, em 1700, juntamente com seus irmãos Maria, então ainda solteira, 169 170

SANTA EULÁLIA, livro 2, cit. Website da Câmara de Alvarenga.

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e António, casado em VALDASNA; deverá tratar-se de Francisco Teixeira Teles casado com Hermínia Valente, pais de Jerónima Valente casada na Casa do Picoto171. Dito Francisco Teixeira da Sinja [Roças], testemunha em Urrô em 1692.

3. O P.e Manuel Teixeira, b. a 12.02.1658 e foi padrinho Hjeronimo Tavares de Terçozo freg. de Roças [Jerónimo Tavares Teixeira da QUINTA DE SELA172, primo coirmão da avó materna do neófito]; amadrinha em 1686 com sua irmã Francisca, abaixo; testemunha o casamento em 1701 de sua irmã Maria; a 18.12.1715, morre Francisca sol.ta cryada do P.e Manoel Teixeira da Porta173; e o próprio, também na PORTA, a 6.04.1725, onde fez testamento mandou fazer 3 officios de dez padres e mandou dizer 60 missas174; teve uma filha, pois nos paroquiais de Urrô encontra-se Custódia, b. em 4.02.1731, f.ª de Maria Teixeira, de Urrô, f.ª do P.e Manuel Teixeira, do lugar da Porta175;

171 172

173 174 175

CASAS DE RONDE, IIB introdução aos Aranha de Arouca, Aranhas do Picôto. Estaria ainda em TERÇOSO em 1658? Fora testamenteiro e herdeiro de seu tio de SELA em 1642 e, depois, Senhor e mor. na sua QUINTA DE SELA, onde faleceu em 1683. SANTA EULÁLIA, livro 4, cit. Idem, ibidem. URRÔ, livro 5 B. 1728-1750.

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Representação de Tavares-Teixeira na base do cruzeiro do adro de São Miguel, anterior, por certo, a 1683176, atribuível a Jerónimo Tavares Teixeira, de SELA, primo coirmão de Gonçalo Teixeira, da PORTA.

3. MARIA TAVARES TEIXEIRA, que segue;

3. António Teixeira Teles foi b. a 25.07.1664 e dele foi padrinho An.to Tavares Teix.ra do lugar de Eiris freg. do Salvador [tio paterno de sua mãe]; casou em 1690 na QUINTA DE VALDASNA, onde segue;

3. Francisca, b. a 15.03.1667, de quem foi p. Mel Soares de Alvarenga [Manuel Soares, de Alvarenga, possivelmente, seu tio paterno]; amadrinhou Sebastiana, f.ª de António Fernandes e Jerónima Tavares, a 20.01.1686, na companhia de seu irmão Manuel, filhos de Maria Teixeira da Porta; teria falecido, pois não vem contemplada no testamento de seu tio frei António em 1700 e, se assim foi, não pode ser a Francisca solteira da Porta mãe de um António, b. a 12.09.1705, havido de Domingos Vaz [casado com Isabel Tavares] af.º de Jacinto P.ra de Minhãos e de M.el de Azevedo por sua f.ª Mecia de villa nova da freg. do Salvador177;

3. Pedro, b. a 7.09.1671, p. o P.e Mel do Amaral de Minhãos178. (A insistência com a MINHÃOS terá ficado a dever-se à proximidade geográfica, mas, curiosamente, prefigura o enlace que se vai verificar em 1739).

3. MARIA TAVARES TEIXEIRA II, segunda do nome, ou simplesmente Maria Teixeira, foi b. a 20.04.1662 e af.ª do P.e Simão Ferreira179 e de D. Maria do Amaral recém-casada com Henrique Teles Bravo, ou de Meneses, da QUINTA DE ROMARIZ; foi herdeira em 1700, juntamente com seus irmãos Francisco e António de seu tio frei António Teixeira; casou a 25.01.1701 com JOSÉ VAZ – matrimónio testemunhado pelo P.e Manuel Teixeira180 – que fora

176

177

178

179

180

GONÇALVES - Inventário Artístico de Portugal. Distrito de Aveiro, Zona Nordeste, escreve: "parecendo ler-se-lhe o milésimo de 1664". Lapso, pois a data é a do padre Pedro, por perto. Francisca solteira da Porta poderá ter sido uma criada da casa; Domingos Vaz estava casado com Isabel Tavares, de Vilar (Também aparecem em Moção, no lugar da Porta e em Vila Nova) e serão tratados em CASAS DE RONDE, QUINTA DE RONDE, como bisavós da m.er do Tab. Fernando José Tavares. Ver QUINTA DE MINHÃOS, esquema 7: O P.e Manuel do Amaral de Minhãos poderá parecer o irmão de Francisca da Cunha, filhos de Maria do Amaral de Minhãos, porque este só dois anos depois inicia o vicariato em Souselas, mas é mais provável tratar-se do P.e Manuel do Amaral de Minhãos, primo de Francisca da Cunha. ABERTURA nomes e sobrenomes, Os VELHOS REIMÕES: O P.e Simão Ferreira Velho andaria pelos seus 70 anos. SANTA EULÁLIA, livro 3, cit

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b. a 24.10.1667, f.º de Jerónimo Vaz e de Catarina Gonçalves, de Urrô181. JOSÉ VAZ foi 3.ª vida do prazo de Pousada que recebeu de sua madrinha [e tia] Lionor Vaz de POUSADA – Reconhecimento das propriedades pertencentes ao prazo que foi de Domingos Vaz e sua irmãs de Pousada em que he terceira vida [do prazo de 5.06.1649], Joseph Vaz casado com Maria Teixeira do lugar da Porta tudo freg. de Santa Eulália a 28 de abril de 1707. (É provável que Jerónimo Vaz, de POUSADA – pai de José Vaz – irmão fosse de um João Vaz também casado em Urrô com Maria Tavares e irmãos, estes, de Domingos Vaz, de Isabel e Leonor, filhos de Fernão Vaz de Pousada, a aventar em CASA DE POUSADA. Com efeito, referenciam-se Domingos Vaz f.º de Fernão Vaz de Pousada e suas irmãs Leonor e Isabel solteiras, diz-se, ainda, que Domingos casara com Maria Dias de Moção182). Faleceu JOSÉ VAZ, da PORTA a 5.08.1724183 e MARIA TAVARES TEIXEIRA, também na PORTA, com 74 anos em 23.05.1736184.

FILHOS E NETOS DE MARIA TAVARES TEIXEIRA II: MARIA TAVARES TEIXEIRA II c.c. José Vaz ____________________________________ I I I Sebastiana Teixeira Jacinto Teixeira Manuel José Teixeira c.c. Joana Maria do Amaral 1702 1703 1704 ____________________ I I António José Teixeira Dr. Jacinto Soares de Brito 1743 1744

Tiveram, nascidos na CASA DA PORTA185:

4. Sebastiana, f.ª de Maria Teixeira do lugar da Porta, mad., como acima dito, de Sebastiana de VALDASNA em 1730; mad. em 1733 de uma f.ª bastarda do P.e João Bernardo do Amaral e Cunha, da QUINTA DE MINHÃOS; faleceu solteira, na PORTA, a 16.07.1735186; fora b. a 29.01.1702, af.ª do P.e Manuel Gonçalves Teixeira e de Jerónima, moça donzela, f.ª de Francisco Teixeira, de Roças. [O P.e Manuel Gonçalves Teixeira era, provavelmente, o Manuel, b. em 1666, f.º de José Gonçalves Teixeira e de 181 182

183 184 185 186

SANTA EULÁLIA, livro 2, cit. PRAZOS, Livro com o n.º 3 - Tombo da Freguesia de Santa Eulália, III, 1ªD, 13, 3, 26 (antigo n.º ordem 206), fl. 14. Domingos Vaz e Maria Dias, de Moção, não tiveram geração, como se verá em CASA DE POUSADA; igualmente nesta, apresentarei Domingos Vaz, de Moção, casado com Isabel Tavares, de Vilar, da nota acima. SANTA EULÁLIA, livro 4, cit. SANTA EULÁLIA, livro 10 O. 1729-1797. SANTA EULÁLIA, livro 3, cit. SANTA EULÁLIA, livro 10, cit.

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Isabel Godinha da QUINTA DA LAMEIRA, também referido e apadrinhando nesta quinta; Francisco Teixeira, de Roças, não parece ser Francisco Tavares de Távora, f.º de Jerónimo Tavares Teixeira, embora tivesse tido uma f.ª Jerónima, n. em 1682: pois eram de SELA e não de Roças, tendo sido possivelmente algum descendente de qualquer dos Teixeiras da Barroca de Roças (de novo, abaixo: Francisco Teixeira da Barroca de Roças) donde eram André Fernandes, Gonçalo Teixeira, Catarina e Isabel Vieira187, ou melhor, seu próprio tio Francisco Teixeira casado na Barroca.

4. JACINTO TEIXEIRA, que segue;

4. Manuel José Teixeira, nat. da CASA DA PORTA, de Santa Eulália de Arouca, b. a 2.10.1704, af.º do P.e Gonçalo Ribeiro de Santa Marinha, e de Francisco Teixeira da Barroca de Roças188, casou em Minhãos com Joanna Maria (ou Mafalda) do Amaral e Cunha, b. 26.05.1703, filha de Jacinto Pereira do Amaral e Cunha, da QUINTA DE MINHÃOS, e de sua m.er Serafina Soares de Brito, nat. da vila de Angeja, aí casados em 12 de Junho de 1698189, que lhes fizeram (à filha e futuro genro) dote para casar em Maio de 1739190, vindo Joana Maria a falecer viúva em 1779 na sua QUINTA DE MINHÃOS. Manuel José Teixeira estava ainda solteiro, na PORTA, quando pad. de António de VALDASNA; pad., pouco depois, de Manuel, também de VALDASNA, em 1745; pad., também, do C. de Manuel Pereira e Maria Teixeira, de Vinhas, em 22.02.1757, dito morador na sua quinta de Minhãos. Manuel José Teixeira era irmão de Jacinto Teixeira, acima, Senhor do prazo da Porta e outros bens de que fez dote, antes de falecer aos 16.10.1774, a seu sobrinho o Dr. Jacinto Soares de Brito, adiante, f.º deste Manuel José Teixeira. Com sua m.er Joana Maria do Amaral viveu em Minhãos e teve dela filhos:

5. António José Teixeira191, b. pelo abade Gaspar Barbosa Malheiro [tio de sua futura m.er Paula Maria], a 11.02.1743, com o nome de António de São 187

188 189

190 191

Também desconsiderei ser Francisco Tavares Teixeira de Terçoso, Roças, pois sua m.er D. Francisca tinha falecido em 1691 deixando testamenteiro seu f.º Teotónio (e não seu marido); Francisco Teixeira seria Francisco Teixeira Teles, n. na PORTA em 1655, acima, casado com Hermínia Valente e mor.s, precisamente, na Barroca de Roças. SANTA EULÁLIA, livro 3, cit. Ver acima, no texto, Francisco Teixeira da Barroca de Roças, Serafina Soares de Brito - por quem veio o apelido Brito à CASA DA PORTA - era filha de Marcos Ferreira de Azevedo, de Frossos, e de sua m.er Juliana Soares, de Salreu, neta paterna de Marcos Ferreira de Almeida, de Macinhata do Vouga, e de Serafina de Brito de Azevedo, de Frossos: como vimos em QUINTA DE MINHÃOS. ADA, Notariais de Arouca, Tab. António José Teixeira, livro 275-102, fl. 23. Manuscritos de Arouca…, p. 27: A um homónimo respeita a "Carta de Bacharel concedida pela Universidade de Coimbra a António Joseph Teixeira, natural de Termo da Villa de Arouca", de 1762, o licenciado António José Teixeira [Furtado] - f.º de outro António José Teixeira, de São

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Francisco, af.º do reverendo abade de Santa Marinha de Tropeço o reverendo Doutor João Godinho da Costa192; casou em 10.05.1764 com Paula Maria Barbosa Cerqueira, f.ª de João Rodrigues Cerqueira e de sua m.er Francisca Barbosa, do lugar da Laranjeira de São Pedro do Souto, Arcos de Valdevez. António José e sua m.er Paula Maria moravam em Minhãos em 1772, data em que sua m.er foi mad. de B. de sua sobrinha Felicidade, filha do Dr. Jacinto Soares de Brito, e, ele, pad. de uma outra filha do mesmo, Margarida Rosa, em 1775; ausentou-se em 1778, para as partes da América, onde terá falecido, e sua m.er morreu em 1788, em MINHÃOS, com geração193;

5. o licenciado JACINTO SOARES DE BRITO, que sucedeu a seu tio JACINTO TEIXEIRA e ambos seguem, adiante.

Entrada na Casa da Porta

192 193

Miguel de Bustelo, Porto, coincidindo talvez com o Tab. António José Teixeira, actos de 1731 a 1743 dos Notariais de Arouca, casado na Porta em 1740 com Custódia Josefa Furtada - que viria a casar com uma irmã do também Tab. Fernando José Tavares: tudo, em CASAS DE RONDE, QUINTA DE RONDE. SANTA EULÁLIA, livro 5 B. 1720-1749, registo que inclui os pais e avós acima. Ver QUINTA DE MINHÃOS.

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Esquema: Jacinto Teixeira, da Porta, e os Pinho Vieira

João Vieira c. 1679 c. de Lourosa do Campo I O capitão Domingos de Pinho Pimenta c.c. Maria Fernandes b. 1680 moradores nas Eiras, Burgo Prazo das Eiras, 1684, 1.ª e 2.ª vidas

Maria Fernandes das Eiras I Antónia de Pinho Vieira + 26.03?.1770 ou Aranha c. a. 1733 c. Jacinto Teixeira, da Porta, + 1774

pad. de C. de Angélica de São José de Pinho Vieira, sua sobrinha-afim I I I I Angélica de São José Antónia P.e D.gos de Outros de Pinho Vieira de Pinho Pinho Pimenta Ver: Os Pinhos, da Pimenta e das Eiras ou Vieira pad. de sua sobrinha Pinho Pimenta Pimenta Ana Angélica c. 1743 c. 3.ª vida Fr.co Fernandes do prazo da Casinha das Eiras I I I I Maria Francisco Ana Angélica Outros 1744 1746 de São José Ver: Os Pinhos, da Pimenta e das Eiras af.ª de af.º de de Pinho Vieira An.ta Vieira Jacinto Teixeira 1747 da Porta, sua tia-avó

e sua m.er An.ta de Pinho Vieira seus tios-avós

c. 26 Abril 1770 c. Dr. Jacinto Soares de Brito af.º de seu tio Jacinto Teixeira

É confusa a repetição dos nomes nestes Pinho Vieira: Antónia de Pinho Vieira ou Aranha Angélica de São José de Pinho Vieira ou Pimenta Antónia de Pinho Vieira Pimenta Ana Angélica de São José de Pinho Vieira

agravada pelo facto de, nos documentos, os nomes figurarem incompletos. Todavia, consegui ordenálas em QUINTA DA LAMEIRA introdução aos Pinho, de Arouca, Os Pinhos da Pimenta e das Eiras. Aqui, reproduzo, em esquema simplificado, evidenciando as relações de parentesco de sangue e de compadrio. Também se vê que Jacinto Teixeira, da Porta, além de tio do Dr. Jacinto Soares de Brito que fez seu herdeiro - era pad. de C. dos sogros do mesmo Dr. Jacinto: É de supor que Jacinto Teixeira, que viveu até 1774, tivesse tratado o casamento de seu sobrinho, em 1770, com uma filha de seus sobrinhos e afilhados, da Casinha. Curioso, também, é o facto do assento de O. de Antónia de Pinho Vieira (26.03?.1770) cair no mesmo dia e ano (e do mês anterior?) ao do C. de seu sobrinho-neto Dr. Jacinto (26.04.1770).

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4. JACINTO TEIXEIRA, b. a 19.02.1703, af.º de Jacinto de Quadros de São Pedro194 e, madrinha, o P.e Manuel Teixeira [seu tio], do lugar da Porta195; pad. de Sebastiana, 1730, da QUINTA DE VALDASNA, juntamente com sua irmã Sebastiana, ambos solteiros; documentado em 1737 “Juiz Ordinário”196; testemunha de casamento, em 1743, de Francisco Fernandes da Casinha com Angélica de Pinho de São José, do Burgo197; pad, juntamente com sua m.er ANTÓNIA DE PINHO VIEIRA DE SÃO JOSÉ, em 1745, de um f.º de Manuel Pereira e neto de Jacinto Pereira do Amaral; pad. de Maria, 1750, da CASA DA CAVADA DO ARIEIRO. Morreu em 1774: ...aos dezassete dias do mes de outubro de mil, setecentos e setenta e quatro foi sepultado na Igreja parochial desta freg. de Santa Eulália de Arouca Jacinto Teixeira, viuvo da Porta e meu freguez, o qual havia falecido no dia antes com todos os sacramentos, e com testamento incluso na escrituração dote que havia feito para cazar seu sobrinho o Dr. Jacinto Soares de Brito ...198. Não tivera geração, e por dote do mesmo, a Casa passará a JACINTO SOARES DE BRITO, seu sobrinho e afilhado:

5. O licenciado199 JACINTO SOARES DE BRITO, b. aos 21 de Julho de 1744, afilhado e herdeiro de seu tio Jacinto Teixeira, da PORTA, e de Leonarda Teresa [sua tia materna] e por procuração sua tocou o Padre Ricardo Joze Telles [f.º de Manuel Pereira Burgos]200; foi já em Coimbra que, primeiro, recebeu ordens menores, aos 13 anos de idade (1757) – e também seu irmão António, onde estavam201 com os nomes, respectivamente, de Jacinto Teixeira do Amaral e de António Soares de Amaral e com os pais e avós acima; sete anos depois, e já com 20 de idade, aparece matriculado em Cânones, Instituta em 1764, seguido de mais cinco anos de Cânones, de 1765 a 1769202; voltou a Arouca para casar aos 26 anos, em 1770, no dia 26 de Abril com ANA ANGÉLICA DE SÃO JOSÉ DE PINHO VIEIRA, de quem haviam de ficar 11 filhos. O matrimónio fora testemunhado pelo reverendo abade de Luzim, Ricardo José Teles, e pelo reverendo P.e António Barbosa

194 195 196 197 198 199

200 201 202

QUINTA DE SÃO PEDRO. SANTA EULÁLIA, livro 3, cit. GONÇALVES - Município de Arouca…, p. 51. SANTA EULÁLIA, livro 8 C. 1727-1770. SANTA EULÁLIA, livro 10, cit. Tratado por licenciado no assento de B. do primeiro filho, Jacinto, 1771; por Doutor no registo de B. de outros filhos: Bernardina Rosa, 1774; Narciso, 1776; Luís, 1787 e também em alguns registos de C. SANTA EULÁLIA, livro 5, cit. Para Manuel Pereira Burgos, ver QUINTA DE ROMARIZ. AUC, Ordenações Sacerdotais, caixa. 577, n.º 3. Universidade de Coimbra. Ficheiro de Matrículas.

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Malheiro, coadjutor203. JACINTO SOARES DE BRITO foi Comissário das Amendoeiras em Arouca204. ANA ANGÉLICA, b. a 21.12.1747 e af.ª do P.e Domingos de Pinho Pimenta [seu tio], era filha de Francisco Fernandes, da Casinha, e de sua m.er Angélica de São José de Pinho Vieira, ou de Pinho Pimenta; neta paterna de Bernardo Fernandes e de Marta João, da Casinha, e neta materna do capitão Domingos de Pinho Pimenta, do lugar deste nome de São Salvador do Burgo e de Maria Fernandes, das Eiras, também do Burgo205; sobrinha-neta de Antónia de Pinho Vieira, irmã da avó Maria Fernandes, casada com o padrinho e tio de seu marido, Jacinto Teixeira, da PORTA, acima206. Teve irmãos, um deles, José Casimiro Fernandes de Pinho Pimenta, por quem se continua a casa da Casinha207. O Dr. JACINTO SOARES DE BRITO e sua m.er ANA ANGÉLICA DE SÃO JOSÉ DE PINHO VIEIRA, antes de falecerem, ele aos 18 de Janeiro de 1821, sepultado a 20, e ela aos 18 de Setembro de 1815, registo a 19208, tiveram seus filhos na CASA DA PORTA209:

FILHOS DO DR. JACINTO DA PORTA:

Dr. Jacinto Soares de Brito c.c. Ana Angélica de São José de Pinho Vieira

P.e Jacinto Soares de Brito, 1771 Felicidade Soares de Brito, 1772 Bernardina Rosa Teixeira, 1774 Margarida Rosa Teixeira, 1775 Narciso José Pereira do Amaral, 1776 Francisco António Teixiera, 1778 Genoveva Teixeira, 1779 Ana Benedita, 1782 Caetano Pereira Teles, 1785 Luís António Teixeira, 1787 P.e António Soares de Brito, 1789

203

204 205

206 207 208 209

SANTA EULÁLIA, livro 9 C. 1770-1818. QUINTA DE ROMARIZ: onde o abade de Luzim era um dos filhos de Moção e ROMARIZ; o P.e António Barbosa Malheiro era sobrinho e coadjutor do reverendo Gaspar Barbosa Malheiro e irmão de Paula Maria Barbosa, de MINHÃOS. SIMÕES JÚNIOR, Notas esparsas, cit. Ver QUINTA DA LAMEIRA introdução aos Pinho de Arouca, Os Pinhos, da Pimenta e das Eiras. Ver, atrás, esquema: Jacinto Teixeira, da Porta, e os Pinho Vieira. Ver QUINTA DA LAMEIRA, cit. SANTA EULÁLIA, livro 46 O. 1797-1841. SANTA EULÁLIA, livro 7 B. 1770-1794.

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Assento de óbito do Dr. Jcinto lançado por seu f.º o Encomendado Jacinto Soares de Brito

6. O P.e Jacinto Soares de Brito, b. a 10.02.1771 pelo reverendo João dos Santos Reis [da QUINTA DE VALDASNA], cura da Freguezia da Villa de Arouca, foi af.º do Reverendo Abbade de Sam Miguel de Urró Manoel Antonio da Guerra e Donna Mafalda Josefa moradora na sua quinta de

Murça desta freguezia210, segundo o assento lavrado pelo cura António Barbosa Malheiro. O P.e Jacinto Soares de Brito aparece como coadjutor e também como Encomendado em vários registos de Santa Eulália; integra o rol dos padres desta igreja no ano de 1793211, em que contava 22 anos; consta o assento de óbito a 8.07.1837, com registo a 9 do mesmo212. Deixou testamento cerrado escrito por sua própria mão em 27 de Janeiro, aditado em 6 de Março e registado em 21 de Abril, tudo de 1837; pouco depois, aberto na Quinta da Porta morada de Narciso Joze Pereira do Amaral a 7 de Julho (dia em que, afinal, teria falecido). As disposições foram cumpridas, como consta da sentença dada por António Joze de Sousa Administrador neste Concelho de Arouca, o presente anno, por Sua Magestade e de licença que Deos guarde: Faço saber que tomei conta dos docum.tos do testamento da pessoa supra e declarada, e pelo achar cumprido o julguei por sentença e dando que contra seos irdeiros se não proceda - 16.06.1839. António José de Sousa, de POUSADA (embora figurando na qualidade de administrador do conselho – por se tratar de testamento cerrado – e de estar casado em ALHAVAITE, era irmão de Maria Tomásia de POUSADA casada na PORTA): não sendo de estranhar, pois, que o testamento se conserve no

210 211 212

Ver QUINTA DA LAMEIRA introdução aos Pinho, de Arouca, Os Pinhos de Eiriz. SIMÕES JÚNIOR - Notas esparsas, mencionado. SANTA EULÁLIA, livro 46, cit.

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arquivo particular da CASA DE POUSADA. O testamento ressuma a disposições de patriarca que, declarava – sempre foi m.ª vontade conservar a casa onde nasci para bem de meos Irmãos e sobr.os. Naquele de 1837 viviam com ele na CASA DA PORTA seus irmãos, Narciso casado com Maria Tomásia, Francisco e Ana, solteiros, e o P.e António; os restantes estavam casados fora: Felicidade em Monte Moção, Bernardina na Casa da Sousa, Margarida na Quinta da Felgueira213, Genoveva na CASA DA LAVANDEIRA, Caetano na QUINTA DE MINHÃOS e Luís em Penso214. Mandava que seu corpo fosse envolto no hábito de São Pedro e sepultado dentro da igreja e acompanhado o enterramento de todos os clérigos que poder ser; 300 missas resadas, mais 50 por alma de seu Pai e outras por sua Mãe; evoca a alma de mª Prima Maria Barboza de Minhãos e a alma de meo tio o P.e Joze Barboza meo Mestre. Este, era irmão de Paula Maria Barbosa, de MINHÃOS; aquela, também de Minhãos – f.ª da mesma Paula Maria e de seu tio António José Teixeira – tinha deixado a QUINTA DE MINHÃOS ao P.e Jacinto, como se lê adiante no mesmo documento, que, por sua vez, a doou para casar a seu irmão Caetano (tal como fizera outra doação, também para casar, ao irmão Narciso): lhe doei a m.ª q.ta que herdei de m.ª Prima Maria Barboza as quais novamente lhes ratifico para elles e seus herdeiros. Do grosso dos bens móveis instruia por herdeiro seu irmão o P.e António e ainda em várias propriedades que cita, algumas havidas por compra, bem como o nomeava seu testamenteiro e admnistrador dos restantes bens que aos outros bens todos he m.ª vontade que sejão p.ª meos sobrinhos f.ºs de Narciso Joze P.ra mas tãosom.te por morte de meos Irmãos António, Narcizo, Francisco e Anna, e da m.ª cunhada Maria Tomázia. Obrigava seu herdeiro e testamenteiro a dar ao mano Narciso um carro de pão e uma pipa de vinho, ao Francisco, 30 alqueires de pão e uma pipa de vinho, a Ana, 30 alqueires de pão e uma pipa de vinho e um cantaro de azeite. Depois, o P.e António, por sua morte, nomearia em hum sob.º da Porta f.º de meu mano Narciso por combinação com seu Paj: o que se virá a verificar mais tarde na pessoa de Joaquim Soares de Brito Portas, o último morgado da Porta. Destinou algumas somas em dinheiro: Margarida e Ana com 400.000 réis cada uma: e a meus sob.ºs dos q. forã fora do que for nomiado, 300.000 réis a cada um; por estimas e heranças paternas e maternas, a Luís 300.000 réis, a Genoveva casada na vila [Casa da Lavandeira], a Bernardina [casada 213 214

Mãe do Dr. António Teixeira de Brito, da Casa da Lavandeira. Ver ABERTURA nomes e sobrenomes, Os FERREIRAS, da Casa da Corredoura.

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na Sousa] e a Caetano [casado em MINHÃOS], 50.000 réis a cada um; ainda, ao sobrinho Jacinto do Monte Moção [f.º de sua irmã Felicidade], 50.000 réis e a sua Irman a m.ª sob.ª [Luísa] asistente na vida, 50.000 réis; por fim, dispunha dos 60.000 réis que lhe devia Dorothea Teixeira de Moção a favor de Nossa Senhora do Rosário, de Santa Eulália. Em adenda contempla as irmãs Felicidade e Margarida – aquela casada em Mocão, esta casada na Felgueira – respectivamente com 20 e 30 mil réis. Os filhos que teve não são citados – António andava pelos seus 10 ou 11 anos – filhos de pai incógnito que, cem anos depois, e depois, e depois ..., toda Arouca sabia tratar-se de filho seu, e mais duas irmãs. O P.e Jacinto teve duas filhas e um filho215: O filho, de nome António Teixeira de Brito (conforme notas do Dr. António Soares de Sousa, de POUSADA: bem como, pelas mesmas notas, os nomes dos filhos de seus irmãos, inventariados abaixo216) – havido em Maria Ferreira, mor.a em Ronde – casou a 29.11.1860, aos 33 anos, com Maria Emília Gonçalves Correia, de Amilo, de 26, f.ª de Custódio Gonçalves Pereira, lavrador217 – f.º legitimado do P.e Manuel José Gonçalves e de Maria Pereira, do lugar da Touta – casado aos 17.02.1833 com Margarida Delfina, ou Margarida Joaquina Teixeira Gomes, f.ª de Manuel Gomes e de sua m.er Rosa Teixeira, do lugar de Amilo218; moraram no Arieiro e nasceram-lhes cinco filhos: Angelina Augusta, Inês,

Emília, Vicente e Alberto. Vicente

Teixeira de Brito teve de sua m.er e prima D. Inês Augusta de Brito: António que casou com sua prima D. Maria Regina, f.ª de Alberto Correia dos Santos Brito, de Ronde, c.g.; D. Aurora de Brito, também com geração de seu marido Alberto Gonçalves, do casal de Ronde; D. Elisa que casou com Manuel António Galvão de Noronha, da Casa da Chieira, Alvarenga, c.g.; Manuel Teixeira de Brito, médico, casado com D. Maria do Carmo Teles de Noronha Galvão, da Casa de Miudal, Alvarenga e moradores na Casa da Picota, ainda Alvarenga, s.g. Voltando aos filhos de António Teixeira de Brito do lugar do Arieiro: Angelina Augusta casou com António Correia dos Santos e possuiram a Quinta de Ronde, com larga geração; Inês, não casou; Emília casou na Casa de Santo António, c.g., e Alberto Teixeira de Brito não teve geração de sua m.er D. Ermínia de Sousa Camisão, da Casa do Picoto, f.ª de Eduardo Pinto Ferreira e de D. Francisca Xavier de Araújo e Sousa.

215

216 217 218

No arquivo particular da CASA POUSADA encontra-se uma nota pela qual uma certa Maria Quitéria criou no lugar de Chave uma menina por ordem do falecido P.e Jacinto. O mesmo arquivo particular. SANTA EULÁLIA, livro 30 C. 1860. SANTA EULÁLIA, livro 29 C. 1818-1859.

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6. Felicidade Rosa de Jesus219, ou Felicidade Soares de Brito, foi b. a 23.11.1772,

af.ª de José [Casimiro], sol.to, tio do baptizado pela parte

materna, e de [sua tia] Paula Maria Barbosa, m.er de António Teixeira, de Minhãos, e casou em Monte de Moção aos 26.11.1799 com Manuel Pereira, f.º de outro Manuel Pereira e de sua m.er Esperança Alves, de Santa Eulália, tendo estado presente ao enlace Manuel José Teixeira Pinto, de Santo António220. Tiveram Jacinto (b. 23.02.1804, com nota de Anteronde à margem, af.º do reverendo Jacinto Soares de Brito e sua tia Ana solteira), Luísa (que teria sido assistente de seu tio o P.e Jacinto e foi contemplada no testamento do reverendo) e António. Aquele, Jacinto (Pereira Soares de Brito), da Casa Nova, outorga um auto da Câmara, de juramento da Constituição de 1822, presidida em 1836 por António José de Sousa, de Alhavaite221 e casa a 10.01.1835 (tendo testemunhado, o P.e António Teixeira de Brito da Quinta da Felgueira e Caetano Teixeira Teles da Quinta de Minhãos) com Josefa Joaquina de Jesus, f.ª de José do Arte (ou Duarte) e de sua m.er Custódia Luísa de Jesus222. Do matrimónio nasceu Custódio Pereira de Brito, vereador em 1886223 e casado com Maria Tomásia de Brito (aliás, Duarte), mencionados, com os pais acima, na Concertação Voluntária do Açude de Anterronde224, por sua vez pais de Inês Augusta de Brito, m.er de seu primo Vicente Teixeira de Brito, ambos já referidos;

6. Bernardina Rosa Teixeira, b. a 2.05.1774, tendo por padrinhos Roberto António Teles, de Moção225 e Bento José Leite, da CASA DE EIRIZ, por procuração de dona Brígida Teles de Meneses, religiosa [oriunda da QUINTA DE ROMARIZ e que fora abadessa, cadeira que ocupou em 1768 e ainda em 1770, então com 70 anos, vindo a falecer com 95]. Casou na Casa da Sousa aos 15.01.1799 com Gaspar de Pinho Vieira, f.º de José de Pinho e Sousa e de sua m.er Rosa [Cecília] Teixeira, da rua do Burgo [neto mat. de Manuel Pereira Vilar e de sua m.er Maria Teixeira Barbosa da CASA DA CAVADA DO ARIEIRO]; os avó pat. de Gaspar de Pinho Vieira (que também aparece chamado Gaspar Teixeira) seriam – a avaliar pelos apelidos e pela presença dos Pinho Vieira nos actos de B. – dos Pinho Vieira, da Casinha e antes dos 219 220

221 222 223 224 225

SIMÕES JÚNIOR, notas sobre a sua família, cit., onde se lê que veio a fal. em 1843. SANTA EULÁLIA, livro 9, cit. Manuel José Teixeira Pinto era f.º natural do Dr. Gaspar Teixeira Pinto, da rua do Burgo (Casa do Burgo), e virá a casar em 1791. Revista Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. XXXIII (1957), p. 263. SANTA EULÁLIA, Lº 29, cit. BOAVENTURA - Memória para a Vida da Beata Mafalda.... Cf. certidão guardada no arquivo particular da Casa da Lavandeira. Antes, da QUINTA DE ROMARIZ.

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mesmos das Eiras, donde provém igualmente Ana Angélica de Pinho Vieira, m.er do Dr. Jacinto [Ver, neste caderno, o esquema Jacinto Teixeira, e os Pinho Vieira]; foram testemunhas do matrimónio, Francisco Xavier da S.ª 226 e o reverendo Francisco José Tavares, de Ronde [irmão de Fernando José Tavares]227. A Casa da Sousa ainda ostenta uma data na padieira de uma das portas que é a de 1785, ao tempo pois dos futuros sogros de Bernardina Rosa, os ditos José de Pinho e Sousa e sua m.er Rosa Cecília Teixeira. Houve de seu marido, Gaspar de Pinho Vieira, que se conheçam: Guiomar (10.07.1801) e Jacinto (3.05.1806), ambos com geração, e este teve de sua m.er, tal como sua avó Ana Angélica da CASA DA PORTA, 11 filhos com ampla descendência.

Ano da Graça de 1785 Foto de Alberto Gonçalves, bem como a seguinte

6. Margarida Rosa Teixeira, b. a 28.08.1775, foi af.ª do reverendo P.e Manuel Fernandes de Sousa, da CASA DE POUSADA, e de sua irmã Josefa, então solteira, e na presença de Francisco Fernandes, da Casinha [seu avô mat.], e de António José Teixeira, da QUINTA DE MINHÃOS [seu tio pat.]. Casou na Quinta da Felgueira com Manuel Ferreira, filho de outro Manuel Ferreira228. Foram os pais do comendador Dr. António Teixeira de Brito ( que dá o nome 226

227 228

Sem dúvida, Francisco Xavier da Silva Malafaia, abaixo identificado no B. de Ana Benedita da PORTA, 1782. SANTA EULÁLIA, livro 9, cit. Arquivo particular da Casa da Lavandeira.

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à antiga rua da Lavandeira), casado em 1846 na CASA DA LAVANDEIRA; pais também de Manuel Ferreira de Brito casado a 8.07.1845 com Ana Joaquina, de quem era parente em 2ª grau de consanguinidade, f.ª de Caetano Teixeira Teles e de sua m.er Angela Joaquina da QUINTA DE MINHÃOS, tendo testemunhado o matrimónio, Jacinto Pereira de Brito, de Monte de Moção e Luís Saldanha, de Santo António (Uma filha, Margarida, do nome de sua avó, faleceu a 21.10.1848229); pais também de António, que parece ser o P.e António Teixeira de Brito que testemunhou o casamento de Jacinto Pereira Soares de Brito, acima; e pais, ainda, de um Venâncio e de um Jacinto230;

Casa da Felgueira da freg. de Santa Eulália

6. O alferes Narciso José Pereira do Amaral, que segue adiante.

6. Francisco António Teixeira, b. aos 12.03.1778, af.º do reverendo Francisco Nunes de Almeida, abade de Santa Marinha de Tropeço e eu [o cura António Barboza Malheiro] por procuração da Reverenda M.e dona Maria Euzébia da Serveira Leite Relligioza do Real Mosteiro de Arouca, e como assistentes António José Teixeira, da Cavada231 e [seu tio] José Casimiro de

229 230

231

SANTA EULÁLIA, livro 47 O. 1841-1859. Arquivo particular da CASA DE POUSADA, notas do Dr. António Soares de Sousa; igualmnete, SIMÕES JÚNIOR, notas sobre a sua família, cit., onde se encontra que foi b. em 15.01.1819. Ver QUINTA DE VALDASNA CASA DA CAVADA DO ARIEIRO: Por certo, António José Teixeira Teles (também chamado António José Pereira e ainda António José Pereira Teles), 34 anos, Senhor da CASA DA CAVADA DO ARIEIRO, f.º de Manuel Pereira Vilar e de sua m.er Maria Teixeira Barbosa, e que virá a casar no ano seguinte.

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Pinho Pimenta, do lugar da Casinha; era solteiro, mas teve uma filha natural, Maria do Carvalho232.

6. Genoveva Teixeira Teles, b. aos 16.09 1779, af.ª de Fernando José Tavares [da QUINTA DE RONDE] e de sua m.er Ana Joaquina [de Morais, ou Furtado Gouveia de Morais Sarmento, da Porta]; foi casar à Casa da Lavandeira a 12 de Agosto de 1816 com José Teixeira de Andrade, filho de outro do mesmo nome e de sua m.er Umbelina Teixeira da rua d´Arca233. Tiveram filha, nascida na Casa da Lavandeira, D. Maria Teixeira de Brito, n. a 12.07.1819 e b. a 19, af.ª do reverendo Jacinto Soares de Brito e de sua irmã Ana Benedita, solteira, tios da baptizada234, que veio a casar com seu primo coirmão o comendador António Teixeira de Brito, nat. da Quinta da Felgueira, c.g. na Casa da Lavandeira 235.

6. Ana Benedita, foi b. em 18.02.1782 e foram pad.s o Reverendo Joze Barboza Malheiro do dito lugar de Minhãos e D. Anna solteira, filha do Capitão Manoel Brandão da Varzea236 e testemunhas prezentes Francisco Xavier [da Silva Malafaia] do Mossão e [seu avô] Francisco Fernandes da Cazinha; morreu solteira, na Quinta da Porta [CASA DA PORTA], no dia antecedente ao de 10.11.1851, com testamento e foi sepultada na campa n.º 1 de Santa Eulália237.

6. um inocente que faleceu a 10.02.1784.

6. Caetano Diogo Teixeira Teles, b. em 29.08.1785, af.º de Caetano Diogo Parreiras e Silva, da cidade do Porto, cavaleiro de Cristo, e de sua m.er D. Anna Bernarda Paes de São José; casou em MINHÃOS – na quinta que recebera de seu irmão o P.e Jacinto mediante escritura pré-nupcial238 – com Angelina Joaquina e tiveram: Ana Joaquina, n. 29.12.1816 e que em 8.07.1845, c.c. seu primo direito Manuel Ferreira de Brito, acima; Jacinto Teixeira Teles ou Soares de Brito (b. em 29.01.1819239), casado duas vezes e 232 233 234 235 236

237 238 239

Ainda, arquivo particular da CASA DE POUSADA, notas do Dr. António Soares de Sousa. SANTA EULÁLIA, Lº 9, cit. SIMÕES JÚNIOR, notas sobre a sua família, cit., Ramo da Lavandeira, onde aponta que Genoveva Teixeira fal. em 28.09.1855. VILA, livro 14 B. 1812-1824. Ver CASAS DE RONDE, QUINTA DE RONDE, CASA DA LAVANDEIRA. Ver QUINTA DE MINHÃOS com menção às Casa da Tulha e Casa da Vinha do Souto de Baixo, dos pais e irmãos do futuro bispo de Pinhel. SANTA EULÁLIA, livro 47, cit. Segundo o referido testamento do reverendo Jacinto Soares de Brito. SIMÕES JÚNIOR, notas sobre a sua família, cit.

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c.g. na QUINTA DE MINHÃOS; ela morreu aí a 11.10.1850 e ele foi a sepultar no dia 7.12.1856, com testamento240.

Placa com as iniciais de Lúis Teixeira de Brito, na Casa de Penso. Hexágono de madeira de castanho, entalhada (encontrada na varanda desta casa, proveniente da mesma ou da Casa da Corredoura), que lembra a almofada de uma porta ou o fecho de um teto em masseira ou apainelado de fogão de sala. A espessura da tábua é de 24 milímetros, sendo o rebaixo de 12; a largura entre lados opostos mede cerca de 205 milímetros. Forma tão clássica lembra Andrea Pisano! – mármores hexagonais do Museo dell`Opera dell Duomo ou do próprio Campanário.

6. Luís António Teixeira foi b. a 20.07.1787 e af.º de Luís de Vasconcelos e sua m.er D. Joaquina Delfina de Almeida Varela, da QUINTA DE SELA; igualmente referenciado por Luís Teixeira de Brito, de Penso, um dos "Bons da Câmara e Gov. do C.º" em 1834241 e 1835 e já nas mesmas funções desde 26.12.1833242 e presidente da câmara em 1848, etc243. Casara a 11.07.1822 com Custódia Cândida, f.ª de José Ferreira Gomes [dos Ferreiras da Casa da 240 241 242 243

SANTA EULÁLIA, livro 47, cit. Revista Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. XXXIII (1967), p. 259. idem, ibidem, p. 253. GONÇALVES - Município de Arouca..., cit., pp. 72, 73 e 76.

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Corredoura244] e de sua m.er Bernarda Gomes, de Penso245, mor.s na Corredoura. D. Custódia Cândida teve de seu marido Luís António, D. Maria do Carmo Pinto Brito246 que c.c. Vicente Carlos Teixeira Pinto, f.º do capitãomor Bernardino António Vaz Pinto, da Casa do Burgo.

6. o P.e António Soares de Brito foi b. a 15.06.1789 e af.º do capitão-mor Xavier Francisco de Sousa e Melo e de [sua m.er] D. Rosa Escolástica [aliás, D. Rosa Tomazia], da CASA DE SELA, na presença de Roberto António Teles de Meneses [já identificado] e de José Caetano Cerveira [casado com D. Josefa Matilde Almeida Ferraz Bravo, da CASA DA QUINTA DE SELA]; consta na lista dos sacerdotes que serviram em Roças247 e subscreve muitos dos assentos de Santa Eulália, onde seu irmão paroquiou. Também teve filhos naturais248 e veio a falecer a 26.10.1848249. Por 1840 (dizia-se de 52 anos), três ou quatro anos após o falecimento de seu irmão o P.e Jacinto, o "reverendo Abade António Soares de Brito" era um dos homens mais ricos de Santa Eulália250.

Os 11 filhos do Dr. Jacinto da Porta e de sua m.er Ana Angélica de São José – aliás 12 nasceram em 18 anos (sinal da presença de amas das crianças?), quase um em cada ano: 1771, 72, 74, 75, 76, 78, 79, 82, 84, 85, 87 e 89. Pelo baptismo dos filhos ligaram-se por compadrio a todas as casas de Arouca de então: Quinta de Murça, Quinta de Minhãos, Quinta de Romariz, Casa de Eiriz, Casa de Pousada, Quinta de Ronde, Quinta de Sela e Casa de Sela. Faltaram os primos Teixeira Teles de Valdasna251, outros Teles (os de Meneses), do Boco e os Tavares da Silva e Quadros da Quinta de São Pedro252. Sucedeu na Casa o quinto, na ordem dos nascimentos: 244 245 246 247 248 249 250

251 252

Ver ABERTURA nomes e sobrenomes, Os FERREIRAS da Casa da Corredoura. SANTA EULÁLIA, livro 29, cit. AUC, MSMA, Livro de cobrança..., III, 1.ªD, 13,1,1, fl. 21 (antigo n.º ordem 1): colecção de fotocópias da “Associação da Defesa do Património Arouquense”, Arouca. BRANDÃO; LOUREIRO, ob. cit., p. 143. Segundo informação que o próprio Dr. Simões me prestou; bem como pelas citadas notas do Arquivo Particular da CASA DE POUSADA. SANTA EULÁLIA, livro 47, cit. SILVA - A alfabetização em Arouca nos meados do século XIX, onde se vê que, a avaliar pela “décima”, só equiparavel a Manoel Pereira Vilar, de 62 anos e ultrapassado por Manoel Fernandes, solteiro, de 40 (este, sem dúvida, o Manuel Fernandes de Sousa, de Pousada, que alíás, em 1840, estava a fazer 50 anos). Embora bem representados pelo pároco da vila, João dos Santos Reis, que baptizou o primogénito. Estes últimos, nados em Couto de Esteves e alguns provavelmente aí residentes - salvo, no Mosteiro, dona Maria de Quadros, dona Roza Violante e dona Cezilia de Quadros - e o Dr. Manuel Tavares Coutinho, lente em Coimbra e mais tarde bispo de Portalegre, nada já tinham a ver com a QUINTA DE SÃO PEDRO: Quanto ao Dr. Caetano Tavares só viria a casar aos 48 anos de idade, e levaria os filhos ao B. de 1786 até 1795, ano aquele que engloba apenas os dois últimos rebentos da Porta. Curiosamente, o penúltimo, Luís António, foi af.º do cunhado

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6. O alferes NARCISO JOSÉ PEREIRA DO AMARAL nasceu e faleceu na Porta; b. a 2.12.1776 – com o nome de Narciso, por mimetismo bem humorado de seu pai Jacinto, adoptou o apelido Pereira do Amaral do avô paterno – foi af.º do Dr. Gaspar Teixeira Pinto da rua do Burgo [Casa do Burgo] e de Maria Thomazia do logar do Cazal freguesia do Salvador da Barzea neste valle de Arouca e por testemunhas, Fernando José Tavares de Ronde [Senhor da QUINTA DE RONDE] e o abade Manoel José da Costa e Silva. “Em 1809, tendo sido nomeados vários Oficiais Superiores e Inferiores (das Ordenanças) ficou como «Ajudante Narciso José do Amaral, filho do Bacharel Jacinto Soares de Brito, da Quinta da Porta, por ser sucessor dos bens de seu pai e estes serem avultadíssimos como também por ser perito em ler e escrever, por ter sido estudante de gramática e boa vida e costumes e por isso bem quisto de todos...»”253. O Alferes NARCISO JOSÉ PEREIRA DO AMARAL foi sepultado a 27.05.1848254 tendo casado a 25.11.1811 com D. Maria Tomásia de Almeida e Sousa, da CASA DE POUSADA, f.ª de José Vaz do Nascimento e Sousa e sua m.er Maria Tomásia de Jesus Aranha e Almeida, ou de Almeida Aranha de Aguiar [dos mesmos Almeidas da CASA DE CELA]; documentado “Homem Bom da Governança” em 1815 e 1833255; faleceu a 30 de Outubro de 1847 deixando 5 filhos: Margarida Máxima (2.11.1812, fal. solteira); D. Ana Emília de Sousa Brito (2.04.1817) que c.c. seu primo direito António Soares de Sousa, de Alhavaite e sucedeu na CASA DE POUSADA256; Jacinto Soares de Brito n. em 5.07.1822 e falecido solteiro a 13.03.1848257; António (27.03.1827), o P.e António Soares de Brito que fal. em 31.10.1848258; e Joaquim Soares de Brito Portas (b. 8.07.1829) por quem se continua a Casa, casado com D. Maria Angélica Pinto de Magalhães, dos Pereira de Vasconcelos de Cesar, Oliveira de Azeméis, e do Outeiral em Arouca. O mesmo Joaquim Soares de Brito da Casa e Quinta da Porta remiu, em 14.12.1875, parte do foro de um casal chamado de Santa Maria do Monte, em Fuste, pertencente à extinta Ordem de Malta, composto de diversas propriedades de casas, terras lavradias, mattos, aguas de rega e direitos de montado259.

253 254 255 256 257 258 259

do Dr. Caetano - o Luís de Vasconcelos Cirne da QUINTA DE SELA - com quem aquele estava de relações cortadas; o último, o P.e António, teve por pad. o fidalgo da CASA DE SELA. SIMÕES JÚNIOR «Jornal Defesa de Arouca», n.º 2235 (23.06.2000), p. 5. SANTA EULÁLIA, livro 47, cit. GONÇALVES - Município de Arouca..., cit., pp. 71 e 72. Ver CASA DE POUSADA. SANTA EULÁLIA, livro 47, cit. SIMÕES JÚNIOR, notas sobre a aua família, cit., onde também diz que o P.e António tinha n. em 27.03.1827. AUC, MSMA, Comenda de Rossas, livro 1 - A - Foros, fl. 444.

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D. Maria Angélica era fª de António Pinto Pereira de Vasconcelos e de uma neta do capitão-mor Bernardino António, da Casa dio Burgo.

Brasão dos Praça de Vasconcelos, de Cesar – JOSÉ BÉNARD GUEDES, Obra Heráldica, 2006

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“O ÚLTIMO MORGADO” JOAQUIM SOARES DE BRITO PORTAS (+ 9.02.1862) TEVE, DE SUA MULHER, SETE FILHOS: ADRIANO, CÉSAR, ARNALDO, D. MARIA EMÍLIA, D. IDALINA, D. ELVIRA E D. SOFIA. A CASA E QUINTA DA PORTA PASSOU AO DR. ARNALDO ANGÊLO DE BRITO LHAMAS POR DOAÇÃO DE SUA TIA DONA IDALINA QUE, COM MUITOS SACRIFÍCIOS, FOI COMPRANDO AS PARTES A SEUS IRMÃOS, CRIOU SEU SOBRINHO E LHE DEIXOU A CASA. O DR. ARNALDO ÂNGELO DE BRITO LHAMAS ERA FILHO DE SUA IRMÃ D. SOFIA DE BRITO PORTAS E DE SEU CUNHADO ÂNGELO LHAMAS. VIVEU NA CASA DA PORTA CASADO COM D. LÍGIA VAZ PINTO ALVES – NETA MATERNA DE CARLOS DE MELO VAZ PINTO E DE SUA MULHER D. ANA SOARES ARANHA, DA CASA DE ANTERONDE – QUE, POR SEUS FILHOS E NETOS, CONTINUA A CASA DA PORTA.

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