CASA DE EIRIZ. O Livro da Casa de Eiriz

June 6, 2017 | Autor: Fernando Brito | Categoria: Genealogia
Share Embed


Descrição do Produto

Foto de Filomeno Silva, Associação Defesa da Cultura Arouquense Salvo indicação expressa, as fotos seguintes são da autoria de Alberto de Pinho Gonçalves

Tavares - Teixeira - Cabral - Castelo Branco

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA 1500 - 1800

IIIVIIIXII

CASA DE EIRIZ o livro da Casa de Eiriz

FERNANDO BRITO

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

2

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

O vale de Arouca e as suas Casas Eiriz

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

3

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

1. O L I V R O D A C A S A D E E I R I Z

CERTA VEZ, NA ESTRADA, AO PASSAR COM O TIO ALBERTO, QUIS SABER DE QUEM ERA AQUELA CASA, AO FUNDO. – SÃO CASTELO BRANCOS, DISSE; E A NOVA INSISTÊNCIA MINHA: NÃO ERAM DE CÁ, VIERAM DE FORA, ACRESCENTOU. MAS EM OUTRA OCASIÃO, JUNTO DA CASA, OLHEI PARA A PEDRA DE ARMAS DE TAVARES E DE TEIXEIRA, E DE CASTELO BRANCO, TAMBÉM: QUE OS DOIS PRIMEIROS ERAM HÁ MUITO GENTE DE AROUCA E QUE O ÚLTIMO EVOCAVA O PAI DE D. MÉCIA DE BERREDO, DE LAMEGO, MULHER DE UM DOS PRIMEIROS TAVARES TEIXEIRA, DE EIRIZ: E SORRI PARA MIM, AO LEMBRAR INFORMAÇÃO TÃO PERENPTÓRIA E REDUTORA... VERIFICO, AGORA, QUE, EFECTIVAMENTE, OS CASTELO BRANCO FIGURADOS NO QUARTO QUARTEL, NÃO SÃO OS DE LAMEGO: O APELIDO DO PAI DE D. MÉCIA TERIA ESQUECIDO NÃO FORA O BRASÃO. OS DE EIRIZ PARTIRAM PARA CINFÃES. DEPOIS, UMA SENHORA DE CINFÃES E NETA DE UM CASTELO BRANCO DE CIMBRES, CASOU-SE COM UM DOS DE EIRIZ, QUE VOLTOU A AROUCA. E FORAM, ESTES, OS QUE REFRESCARAM O APELIDO.

AS INFORMAÇÕES LOCAIS, TANTOS ANOS VOLVIDOS, QUÃO FIDEDIGNAS! SÃO CASTELO BRANCOS; NÃO ERAM DE CÁ, VIERAM DE FORA.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

4

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

CASA DE EIRIZ

Mapa de localização Abreviaturas (utilizadas nas seis monografias deste volume I) índice do caderno primeira parte 1. O LIVRO DA CASA DE EIRIZ IA. QUE LIVRO É ESTE Face do NOBILIÁRIO... PÚBLICA-FORMA 3 Transcrição da PEQUENA ÁRVORE GENEALÓGICA Reprodução da mesma esquema genealógico da PÚBLICA-FORMA 1 esquema genealógico da PÚBLICA-FORMA 2 esquema genealógico da PÚBLICA-FORMA 3 IB

A CARTA DE BRASÃO DE ARMAS Reprodução da face da Carta de Brasão de Armas Foto da estela do P.e João da Silveira esquema da exposição

segunda parte 2. A CASA DE EIRIZ O solar de Eiriz em 1905 O cunhal armoriado Outro mapa de localização esquema 1 – sucessão dos Tavares eclesiástico esquema 2 – “Diogo Tavares mor. em Eiris” esquema 3 – os nomes de baptismo esquema 4 – 6 Casas pelos Teixeira e pelos Tavares Registo de O. de António Tavares Teixeira esquema 5 – Família de D. Mécia esquema 6 – António Tavares, filhos, pais e avós Registo de B. de uma das Filhas Foto de um Leito de Campanha esquema 7 – Família de D. Josefa Angélica Brasão da Casa da Vista Alegre esquema 8 – Jerónimo, tio, e Jerónimo, sobrinho esquema 9 – sucessão das Casas esquema 10 – religiosas da família de D. Mécia, no Mosteiro esquema 11 – Família de D. Susana Emília esquema 12 – o apelido Leite de D. Susana Emília esquema 13 – D. Susana Emília e o “Morgado de Mourilhe”

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

5

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

1A. QUE LIVRO É ESTE

O LIVRO intitulado Genealogia dos Castelos Brancos da Vista Alegre de São Fins da Beira1 compõe-se de quatro partes: um NOBILIÁRIO, uma CARTA DE BRASÃO DE ARMAS, 3 PÚBLICAS- FORMAS e uma PEQUENA ÁRVORE GENEALÓGICA.

Na posse de Eiriz, não é de EIRIZ (embora inclua a carta de brasão de armas da Casa); diz-se “da Vista Alegre de São Fins da Beira”, inculcando solar velho que não foi; lista os Castelo-Branco que parecem os do 4.º quartel das Armas, mas que são outros: De Cimbres, passados a Piães (Quinta de Sequeiros, que era de Eiriz) e, depois, vindos a Arouca (Eiriz). Isto, em nada diminui o mérito do compilador do livro, nem a fortuna de quem o tem.

Ele é hoje O LIVRO DA CASA DE EIRIZ, a casa de Arouca que saiu de Arouca: EIRIZ vai buscar consorte a Lamego; casa o filho com mulher de Ovar; manda o neto para Piães (Cinfães), onde reside e lhe nascem os filhos e volta a Eiriz; traz o bisneto para o solar, casado com senhora do Douro; exporta um trineto, de novo, para Piães; regressa o tetraneto a Eiriz. E tinham feito o solar dos Leite-Cabral em Arouca. Coisas que a seu tempo ...

Objectivamente, – e com ligeiros entendimentos que a minha lavra proporcionará – o livro é isto: a) Em 1732, obteve carta de armas Diogo Leite Cabral de Eiriz, Arouca, CARTA DE BRASÃO DE ARMAS 2 inserida no livro. POR QUE SORTE FOI JUNTAR-SE A ELEMENTOS NÃO AFINS, OS DA QUINTA DA VISTA ALEGRE, CINFÃES? b) Em 1738, os senhores da casa de Vougado, em São Mamede de Negrelos, foram brindados com um tratado de genealogia de ambos, marido e mulher, composto por um irmão mais velho dele, NOBILIÁRIO que integra o grosso do livro. COMO FOI PARAR À VISTA ALEGRE? c) Em 1804, este tratado sofre, em algumas folhas, acrescentamentos de outra mão. 1 2

Arquivo particular da CASA DE EIRIZ, São Salvador do Burgo, Arouca. Adiante transcrita.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

6

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

QUEM OS FEZ E PARA QUÊ? d) Em 1853, Jerónimo de Almeida Castro Mendonça Castelo Branco requer várias certidões de nascimento3 (que, todavia, não integram o livro). QUEM ERA JERÓNIMO E POR QUE O FEZ? e) Em 1854, o mesmo Jerónimo obtém PÚBLICAS-FORMAS de 3 habilitações de genere. POR QUE AS QUIS? f) Em 18624, alguém compôs a PEQUENA ÁRVORE GENEALÓGICA que se vê no livro (e logo depois, em 1864 ou antes, o mencionado Jerónimo de Almeida Castro Mendonça Castelo Branco terá recebido mercê de fidalgo da Casa Real5 (que aliás, o livro não menciona). SERÁ POSSÍVEL DATAR A FEITURA DO LIVRO DA CASA DE EIRIZ? g) Finalmente, os documentos são compilados, em forma de livro, por um dos Castelo-Branco da Quinta de Sequeiros (Piães).

POR QUE RAZÃO, “GENEALOGIA DOS CASTELOS-BRANCOS DA VISTA ALEGRE”?

Um maço de folhas fazendo três e meio centímetros de lombada, recolhidas numa encadernação de vinte e um e meio de largo por trinta e um de alto; na capa, os dizeres dourados inscritos num losango, também de ouro – GENEALOGIA / DOS / CASTELOSBRANCOS / DA VISTA ALEGRE / DE S. FINS DA BEIRA.

Sou capaz de tentar responder, embora sem provas cabais. Ter-se-ia passado, entre factos e hipóteses, o seguinte:

3

4 5

SANTIAGO DE PIÃES, B. 1792-1820, fl. 54, 445 e 446, notas à margem dos respectivos registos. Certidões: A de sua mãe D. Susana, P. [pedida] a requerimento do f.º Jerónimo de Almeida; a sua, P. a requerimento do ref.º; e a de um irmão, Diogo, P. a requerimento do Senhor Jerónimo de Almeida Castro de Mendonça. Ano a equacionar adiante. SANTIAGO DE PIÃES, B. 1860-1872, fl. 9, onde se anota a qualidade declinada no registo de b. de sua f.ª Júlia, 1864.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

7

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

1. Deixando para mais tarde a CARTA DE BRASÃO, vamos aos 3 cadernos dos 4 – o NOBILIÁRIO, as 3 PÚBLICAS-FORMAS e a PEQUEMA ÁRVORE GENEALÓGICA – que integram o livro.

2. O Nobiliário/ da/ Ascendencia, e Descendencia/ Paterna, e Materna/ de/ FRANCISCO CAETANO/ NETO DE BARBOZA/ Senhor/ da quinta de Vougado em S. Mamede de Negrellos, e de/ Sua mulher D. Maria Malafaia de Vas.ços, e Castro Pinto;/ como tambem de outras familias pertencentes a mesma caza de/ Vougado; tiradas da Torre do Tombo, Cartorios, e doações/ Escritas/ Pelo P.e Preg.or Fr. Lucas da M.e de Deus Casimyro, Relig.º/ de S. Fran.co da Provincia de Portugal, morador no convento de/ S. Fran.co do Porto/ anno de/ 17386, foi construído (como está patente) para o irmão do autor – Francisco Caetano Neto de Barboza – e sua cunhada, D. Maria Malafaia de Castro Pinto.

6

Não consta do levantamento que nos deixou SOARES (Carcavelos) – Bibliographia Nobiliarchica Portuguesa – e provavelmente mantém-se inédito. A apresentação que faço é diferente do seu estudo, obviamenete; estudo porventura merecido, não tanto pelo elevado número de alvarás de mercês que transcreve, mas por alguma investigação e alguns inquéritos, possivelmente originais.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

8

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

3. Assentam-se 6 filhos deste casal (terminal de muitos dos títulos do Nobiliário7, o que, mais uma vez, revela a intenção do autor): O primogénito, logo se soube ter falecido; os filhos varões restantes saíram para o Brasil; das três filhas, casou a mais velha – D. Ana – com um primo seu, chamado Francisco da Silva Malafaia; e as outras duas senhoras – D. Susana e D. Guiomar – eram solteiras, ainda em 1804 (data das muitas notas de acrescentamento: como iremos ver). 4. D. Ana e seu marido Francisco da Silva Malafaia, alferes do 1º Regimento de Infantaria do Porto, tiveram um filho, António da Silva Malafaia de Vasconcelos e Castro, cadete do 2º Regimento, já casado em 1804; um cunhado, deste, foi Pedro Pereira Camelo de Miranda, cadete também do 1º Regimento do Porto, personagem a quem particularmente poderia interessar o NOBILIÁRIO, por incluir os Camelo-Pinto-de-Miranda, de Vilar de Paraíso, de quem descendia8. 5. O dito Pedro terminou bravamente em Caret, na campanha do Rossilhão, finda em 1794, e o manuscrito teria ido parar às mãos de um irmão seu, Cláudio José Camelo Pereira da Silva Pinto de Miranda, onde – este mesmo – lhe fez os acrescentamentos em 18049, na sua Quinta do Espírito Santo, na Esgueira10. 6. Não há dúvida que sabia provir dos Camelos de Miranda; mas desconhecia, provavelmente, o modo. Com efeito, não apresentou filiação de seu bisavô José Pinto Pereira de Miranda e utilizou, para inscrever a sua família, o título onde casara uma tia-bisavó sua! 7. O NOBILIÁRIO inclui vários títulos – de outras famílias pertencentes à mesma caza de Vougado – entre eles, Dos Camelos (Camelos de Miranda, de Vilar de Paraíso, V.N. Gaia ); ou Pintos de Villar do Parayzo, fl. 214 (Aqui, não faz acrescentamentos: embora nele figure sua 4.ª avó D. Joana de Miranda, casada em Canelas com Thome da Costa); e Pintos da Boavista do Con.º de Payva. Cláudio descendia dos Camelos de Miranda pela referida D. Joana de Miranda, relações que se tinham reforçado com o matrimónio de uma tia-avó com os mesmos de Vilar de Paraíso. Aos tais Camelos de Miranda, fez alguns acrescentamentos; todavia, é nos Pintos da Boavista11 que lança as mais extensas informações de sua família, até si próprio e um filho.

7

8 9

10 11

NOBILIÁRIO. Netos, fl. 8; Titolo de Barbozas, fl. 13; Ascendencia dos Barbozas da quinta de Vougado em S. Mamede de Negrellos, fl. 19; Titolo Dos Carneiros, fl. 25; Titolo dos Castros, fl. 39; Titolo da Ascendencia Dos Castros, fl. 90; Titolo dos Melos, fl. 149. NOBILIÁRIO.Título dos Camelos, fl. 74 e título dos Pintos de Villar do Parayzo, fl. 214. Idem. Especialmente no título dos Camelos, fl. 75v, 76, 76v e 78v; e no da Ascendencia dos Castros, fl. 100, e – mais ainda – no dos Pintos da Boavista do Con.º de Payva, fl. 212 a 213. Mencionada nas próprias notas. Destes, da Boavista de Paiva – o último do rol – foi Gonçalo Vaz Pinto de Miranda que se casara com uma bisavó de Cláudio, D. Lourença da Silva Pereira Beliago, irmã de seu bisavô José Pinto Pereira de Miranda: Ora, porque descreve a descendência apenas a partir deste, parece que desconhecia o modo como entroncava nos Camelos de Miranda: Pode ver-se GAYO, “Costados I”, arv. 112 (“Boavista, em Paiva”) em que D. Lourença, m.er de Gonçalo Vaz Pinto de Miranda [e irmã de José Pinto Pereira de Miranda] era f.ª de Balthazar Bernardo da Silva Pereira, Fidalgo da Casa Real, e de sua m.er D Antónia Thereza Baldaya Carneiro e Beliago, e aquele, f.º de Thome da Silva Costa, de Canelas, e de sua m.er D. Joana de Miranda.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

9

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

8. Indubitavelmente, os referidos aditamentos são dele, e lançados em 1804, data que inscreve em várias partes12: Se traduzíssemos os acrescentamentos em árvore genealógica, tudo convergiria na pessoa de Cláudio José Camelo Pereira da Silva Pinto de Miranda e num filho natural havido numa senhora de 18 anos, dos Moura-Coutinho, da Esgueira (aliás, depois casada com indivíduo muito diferente13). 9. Ignoro quando o Cláudio morreu. O tal filho, Martinho Pinto Miranda Pereira da Silva e Beliago e Melo Camelo, fora baptizado 179014, contando, pois, 14 anos em 1804: Desta feita, o trabalho aditamento até parece a legitimação desse filho e uma espécie justificação de nobreza de Martinho.

de em de de

10. Depois, alguém devolveu o manuscrito à casa dos Barbosa-Malafaia. E por que é que lá voltou? Tão-só, porque esse é o caminho mais curto para a Vista Alegre. 11. Parece certo, efectivamente, que o NOBILIÁRIO foi parar à Quinta da Vista Alegre, a julgar pelo próprio título do livro ..., mas muita coisa teria acontecido antes. 12. Pois bem: Foi afilhada de uma das senhoras da Casa do NOBILIÁRIO – da tal D. Susana, solteira, ou D. Susana de Vasconcelos e Castro, ou D. Susana Elena de Castro Pinto Garcês – outra D. Susana15, sua parente e quase homónima – D. Susana Emília de Castro Pinto, nascida na Quinta de Casal Seco, Piães-Cinfães (contava 8 anos em 1804) e depois residente na de Sequeiros, Quinta vinda da parte de Eiriz, por seu marido António de Almeida Leite Cabral. 13. Mas lá chegaremos. Os da Casa de Eiriz eram senhores da Quinta de Sequeiros pelo casamento de Bento José Leite Cabral, de Eiriz, Arouca, com a herdeira da Quinta – D. Antónia Micaela, neta de uns tais Diogo Álvares e Joana da Costa, da Quinta de Sequeiros 16 – e onde seus 8 filhos vieram à luz entre 1753 e 176217; e o mais novo – António Leite Cabral –

12 13

14 15

16

17

NOBILIÁRIO, fl. 76v, 108, 212 e 213v . NOBILIÁRIO, fl. 213v. D. Maria Cândida de Moura Coutinho [ou de Sequeira Coutinho de Almeida d´Eça, n. 20.12.1772], f.ª de Francisco Caetano da Gama [de Sequeira] Coutinho Almeida d´Eça [da casa da Cruz, Esgueira] e de sua m.er D. Angélica Jacinta Pacheco [Cardoso] Soares moradores na mesma sua Casa Nobre com Armas e sepulturas com as mesmas na Igreja de S. André de Esgueira comarqua de Aveiro. COUTINHO - Mouras Coutinhos, p. 188, onde o conhecido genealogista informa que essa mesma D. Maria Cândida casara com António Caldeira Leitão Albuquerque Cardoso Brito Moniz, de quem teve 3 filhos, sem sucessão. NOBILIÁRIO, fl. 213v, onde se diz: Na Igreja do Espírito Santo da Cidade de Aveiro. SANTIAGO DE PIÃES, B. 1792-1820, fl. 54. D. Susana nasceu a 7.08.1796, b. a 13, na Quinta de Casal Seco, sendo af.ª de D. Susana Malafaia de Vasconcelos e Castro, da cidade do Porto. D. ANTÓNIA MICAELA PEREIRA DA SILVA , f.ª de Cristóvão da Silva [Pereira] da Quinta de Sequeiros e de sua m.er D. Maria (ou Joana Maria) Vitória Pereira da Silva, nat. da Quinta de Fontelas, Santa Maria da Penha Longa (Marco de Canaveses), neta paterna de Diogo Álvares e de sua m.er Joana da Costa, da Quinta de Sequeiros, e mat. de Manuel Freire Pinto e de sua m.er Páscoa Maria Valente, da Quinta de Fontelas, Marco, segundo o processo de habilitação para familiar do Santo Ofício de seu f.º Bento José Leite Cabral, adiante, 2. A CASA DE EIRIZ. Ver 2. A CASA DE EIRIZ. Igualmente, SANTIAGO DE PIÃES B. 1759-1793, fl. 99, 111, 146, 166 e 245 e mais tarde, outros: vencida esta última data, constam, em Sequeiros, apenas os BB. dos filhos dos caseiros entre 1774 a 1784.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

10

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

regressará a Eiriz, casado com uma senhora Castelo Branco, neta de um capitão-mor de Cimbres (Armamar)18. 14. Um filho destes últimos e neto de Bento José – António de Almeida Leite Cabral – voltou a Sequeiros onde morou casado com D. Susana Emília de Castro Pinto19, já mencionada (parágrafo 10), mãe de três filhos: José Maria, Jerónimo e Diogo20. 15. José Maria Leite de Castro Pinto Castelo Branco, nat. da Quinta de Sequeiros, foi senhor da Quinta de Barreiros21, e depois da Quinta da Vista Alegre (brasonada no séc. XIX), onde morava em 1862 22 e onde viria a falecer em 189223. 16. Jerónimo de Almeida Castro Mendonça de Castelo Branco, nascido a 10.08.181824 na dita Quinta de Sequeiros, vê-mo-lo na outra, a designada Quinta de Barreiros (assento de parentes do apelido Castro Pinto), onde nasceu sua f.ª Júlia em 1864; posteriormente, virá instalar-se na Casa de Eiriz, Arouca25. 17. Diogo Leite de Castro Pinto Castelo Branco, b. a 12.09.1819 26, também na Quinta de Sequeiros, foi “procurador do Delegado Régio em Taboaço” 27 e, em 1864, estava “Juiz de Direito no Pico” 28, Açores; por fim, vem acabar à Quinta da Vista Alegre, onde perece em 188229. 18. Aquele Jerónimo, Jerónimo de Almeida Castro Mendonça Castelo Branco – daqui em diante, por comodidade e ritmo de leitura, chamado apenas Jerónimo de Almeida – pediu certidões de baptismo nos anos de 1852 e 1853 – andava ele pelos seus 34 para 35 – de sua mãe e de si próprio, bem como de seu irmão Diogo, tudo como consta de notas à margem nos registos paroquiais respectivos 30; 19. É o mesmo Jerónimo que obtém, em 1854, as 3 PÚBLICAS-FORMAS que constam no livro que nos ocupa 31: PUBLICA FORMA 1, uma habilitação de genere de 1789 de um primo direito de sua mãe; PÚBLICA FORMA 2, outra de 1824 de um tio materno, José Leite de Castro Pinto de Mendonça, aos 34 anos deste (Jerónimo andava pelos 8); e, finalmente, a escritura da 18

19 20

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

31

PINHO-LEAL, entradas “Eiriz”, “Simbres”, “Vista Alegre”, respectivamente, vol. III, p. 9-10; vol. IX, p. 386-388; vol. XII, p. 1924-1925. Ainda viva em 1864, assina o assento de B. de sua neta Júlia, referenciada acima. Compõem eles a última geração da PEQUENA ÁRVORE GENEALÓGICA: José Maria Leite de Castro Pinto Castelo Branco; Jerónimo de Almeida Castro Mendonça Castelo Branco e Diogo Leite de Castro Pinto Castelo Branco. BRAVO - Monografia do Extinto Concelho de Sanfins da Beira, p. 259. SANTIAGO DE PIÃES, B. 1860-1872, fl. 445, segundo procuração aí passada. BRAVO, ob. cit., p. 263. SANTIAGO DE PIÃES, B. 1792-1820, fl. 445, onde se regista baptizado a 18 dos mesmos mês e ano. Ver 2. A CASA DE EIRIZ. SANTIAGO DE PIÃES, B. 1792-1820, fl. 446. Como tal, consta na PEQUENA ÁRVORE GENEALÓGICA de O livro da Casa de Eiriz. SANTIAGO DE PIÃES, último de B., onde se vê outorgante de uma carta-procuração de 1864. PINHO-LEAL, entrada “Vista Alegre”, vol. XII, p. 1924-1925. Verifica-se que a de seu irmão Diogo é a mais completa quanto aos nomes dos avós paternos: assim se preenchendo a do próprio. A primeira, de Diogo Pereira Pacheco Hopman de Noronha e Meneses e relativa a 1789; a segunda, de José Leite de Castro Pinto de Mendonça e respeitante a 1824; e a terceira, da “Ascendencia dos Castros com Treze Arruellas por Armas, e meio Leão com as mesmas Treze Arruellas no peito”: Todas três, traslados de 16 de Dezembro de 1854 passados a requerimento seu – Ver os respectivos esquemas genealógicos.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

11

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

genealogia dos Castros – PÚBLICA FORMA 3 – que viria completar a ascendência dos Castro-Pinto32, do lado materno, também obtida nos mesmos inconfessado intuito e ano de 1854: Contava 36 anos, mas já o tabelião o tratava por ilustríssimo33: Pode pensar-se que tanta ilustração e gosto o tivessem levado a coleccionar documentos – momentaneamente facultados ao escrivão, pelo tio e patentes, os quis, e, por suas, as respectivas públicas formas (que obteve e alguém guardou) – ou, então e mais provável, o gesto traduziria apetrechamento com provas eficazes a qualquer justificação de nobreza que precederia o pedido de carta de brasão de armas. (Não se vendo, contudo, para que efeito procurou, igualmente, a escritura de 1789, quando lhe bastaria a de 1824, onde consta a mesma ascendência dos Correia-de-Noronha34 – mas acrescida à dos Castro-Pinto, figurados apenas nesta última – interesse, o daquela, circunscrito ao facto de uma das testemunhas ser precisamente o avô do sujeito do segundo documento – o homónimo José Leite de Castro Pinto Mendonça e muito estimado “Morgado de Ribeira de Mourilhe” – que se professa, 55 anos, nascido, portanto em 1734, data que pude confirmar nos assentos paroquiais35. Abertura e fecho da PUBLICA FORMA 3 Ascendencia dos Castros com treze arruellas...

Assina: Jeronimoe Almeida Cabral Menezes Castello Branco

32

33

34 35

Concluído o traslado, inscreveram à margem: 1760: Sabe-se que o habilitante nascera em 1734 e se dizia de 55 anos em 1789 (PÚBLICA-FORMA 1): então, teria feito a justificação de nobreza aos 26. No final, declara ter devolvido os originais ao interessado: Nada mais contendo o dito títollo que aqui bem e fielmente fis escrever em publica forma e o mesmo me reporto em poder do representante illustrissimo Jerónimo d´Almeida Castro Mendonça Castello Branco a que a tornei a emtregar que declara a recebeo asignou (...) aos dezasseis de dezembro de 1854 quatro eu Joaquim Paulino Pereira Pinto de Vasconcelos tabalião a sobrescrevy e asiney em Julho 1854 JOAQUIM PAULINO PEREIRA PINTO DE VASCONCELLOS / JERONIMO DE ALMEIDA CASTRO MENDONÇA CASTELLO BRANCO. Cotejar o esquema genealógico de ambas as públicas-formas. SANTIAGO DE PIÃES, B. 1725-1741, fl. 112v-113v. Foi seu pad. de B., André Carneiro de Castro [seu tio, ver esquema genealógico da PÚBLICA-FORMA 3] em quem andava. COSTA - História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. IV, p. 406 e 409, informa que a administração do “óbito de missas” instituído por Jerónimo de Castro Pinto e sua m.er D. Margarida Carneiro. Para tais disposições ver SÃO CRISTOVÃO DE NOGUEIRA, C. 1653-1689 [primeiras folhas de obrigações de capela], fl. 7.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

12

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

20. Entendidos, assim, dois dos quatro documentos ou cadernos que constituem o livro da Vista Alegre – o NOBILIÁRIO dos Barbosa-Malafaia e as 3 PUBLICAS-FORMAS de justificações de nobreza – falta ver a PEQUENA ÁRVORE GENEALÓGICA que o livro também recolheu. 21. Julião Sarmento de Vasconcelos e Castro (futuro 1.º Barão e 1.º Visconde de Moimenta da Beira) foi pai de 13 filhos36. A ÁRVORE termina com “José António e suas 6 irmãs”, que parecem os nados entre 1842 e 1853. Mas logo vieram mais seis; e o que se seguiu a José António – tendo nascido em 1857 – conduziria à datação da ÁRVORE entre 1854 e 1856; mas..., figura nela, também, um irmão de Julião, Jácome Luís com seus filhos, “Afonso, António e Emília”, e, sabendo-se a Emília nascida em 1862, o facto empurra a feitura do documento para este ano, ou pouco mais (havendo de ter falecido, entretanto e pelos vistos, uma das 7 filhas de Julião Sarmento e mais 3 de seus filhos (António, 1857, Álvaro, 1858 e Artur, 186137). A própria ÁRVORE fornece mais um elemento de datação – “Delegado do Procurador Régio em Taboaço”, antes, pois, de “Juiz de Direito no Pico”, referenciado a Diogo, irmão de Jerónimo de Almeida –, mas desconheço o ano ou anos daquele exercício. Fiquemos, à míngua de melhor, pelo ano de 1862. Ignoramos quem a fez, mas não parece do punho de Jerónimo de Almeida. (É certo que desconhecemos a letra deste, a não ser a sua assinatura nas públicas-formas, pelos 36 anos). O modo como a legenda está elaborada, parentesco de Julião Sarmento de Vasconcelos e Castro, de Leomil, com os Leites CastelBranco, da caza de Eiris, indicia que a ÁRVORE foi composta em Leomil e enviada aos parentes (aliás, quase vizinhos, pelas propriedades que ainda detinham em Cimbres: bens dos Castelo Branco, tronco comum às duas Casas). Acresce, que um pormenor corrobora a hipótese: Os de Eiriz assinavam Castelo Branco e não Castel Branco, como a ÁRVORE prefere. 22. Afigura-se que todos estes papéis (para muitos dos quais contribuiu o trabalho perseverante de Jerónimo de Almeida até à almejada carta de brasão de armas ou mercê de fidalgo da Casa Real, em data anterior a 1864, pois nesta já era tido por fidalgo da Casa Real, como ficou dito) vão parar à casa da Vista Alegre (chamamento aliás recente, pois não a encontrei, vez alguma, evocada nos livros paroquiais, até aos princípios do século passado). 23. A mesma Vista Alegre, ora nos aparece como casa de José Maria Leite de Castro Pinto Castelo Branco, ora lugar de morada de seu irmão o juiz Diogo, possivelmente já reformado, então, onde viria a falecer em 1882; e também é curioso lembrar que todo este acervo da (ou que passou à) Quinta da Vista Alegre, não inclui a própria mercê de fidalgo da Casa Real de Jerónimo de Almeida (que teria ficado guardada na casa do Porto ou 36

37

PINTO - Resenha das Famílias Titulares e Grandes de Portugal, vol. II, entrada “Moimenta da Beira (Visconde de)”. Ver VALDEZ; BORGES, p. 60. Estava por nascer Julião (do nome de seu pai) que virá só em 1865. Ver igualmente, FREITAS; FERNANDES; ANDRADE; CASTRO - Carvalhos de Basto, vol. IV, § 48.º/ d, p. 423.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

13

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

na posse de sua filha Júlia Ferreira Pinto Basto?), nem tão pouco as certidões de nascimento que requereu: o que inculca que o compilador das partes, na forma de livro que hoje se vê, não foi o Jerónimo. Aliás, estranho seria que ele lhes tivesse atribuído o título de Vista Alegre. 24. Quem o encenou foi qualquer outro: senão o próprio “Juiz de Direito”, seu irmão Diogo, que, como vimos, morava na Vista Alegre – no ano do seu passamento em 1882 –, a mesma casa que confere ao volume o título: Castelos-Brancos da Vista Alegre: A prática permite que se atribua a um tio ou irmão solteiro a disponibilidade necessária a tão grandes feitios. E, considerando o atrás dito, o livro foi encadernado depois de 1863 (ano atribuível à PEQUENA ÁRVORE GENEALÓGICA) e antes de 1882 (ano do falecimento de Diogo, na Vista Alegre). 25. Finalmente, – porque da Casa e Quinta da Vista Alegre foram coherdeiros os filhos de Jerónimo de Almeida, da Casa de Eiriz, Arouca – o livro veio a Arouca e nele voltou a Eiriz a CARTA DE BRASÃO DE ARMAS, da Casa.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

14

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

Transcrição da PEQUENA ÁRVORE GENEALÓGICA que enforma “o livro da Casa de Eiriz”

Afonso – António e Emília

José Antonio de Moraes Sarm.to Da Fonceca – e suas 6 Irmãs I I Jacome Luiz Julião Sarm. to José Maria Jeronimo de Diogo Leite to cos cos Sarm. de Vas. e Cas de Vas. e Castro Leite de Castro Almeida Castro de Castro Pinto Castro C.C. D. Gui c.c. Pinto Castel-Branco Mendonça Casteltel-Branco – Delegalhermina da Pied.e D. Margarida Branco c.c. D. Emma do do P.º Regio – em Fonceca – Leomil Augusta da Fonceca Julia Fer.a Pt.º Basto Taboaço ________________________________________________ _______________________________________________________________________ I I José Sarm. to Antonio de cos de Vas. e Castro Almd.ª Leite Cabral c.c. c.c. D. Antonia LeD. Suzana Emilia Leite dovina Amalia de Vas. cos da Caza de Botelho Carn.ro e Vas. cos Cazal seco em Piáes I I D. Antonia Jo-D. Josefa Angesefa d. Azeredo Castel lica de Menezes CasBranco Sá Menezes tel-Branco c.c. c.c. Jose Antonio Sarm. to de Antonio Leite Cabral seVas. cos e Castro nhor da Caza d´Eiris I I D. Josefa Tere-Antonio de Alm. da za Luiza Cardozo de Castel-Branco – sucessôr Menezes c.c. c.c. D. Juliana Joaquina Antonio d´Azeredo P.to de Lacerda Pereira da Caza de Arguedeira _________________________________________________________

Luiz José de Menezes sucessor - Cap.ão Mor de Simbres c.c. D. Michaella Jacintha de Magalhães

Parentesco de Juliao Sarmento de Vas.cos e Castro de Leomil com os Leites Castel-Branco – da caza de Eiris: em 4.º grau

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

15

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

Reprodução da árvore atrás mencionada. Na coluna da direita: António Leite Cabral senhor da Caza d Eiris

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

16

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

PÚBLICA-FORMA 1 - Diogo Pereira Pacheco Hopman de Noronha e Menezes

A primeira pública-forma que o LIVRO contém é um traslado de 16 de Dezembro de 1854 feito pelo tabelião Joaquim Paulino Pereira Pinto de Vasconcelos, a pedido de Jerónimo de Almeida Castro Mendonça Castelo Branco, no lugar de Seixedo, termo do concelho de Sanfins, de uma escritura de 1789, de justificação de nobreza, de Diogo Pereira Pacheco Hopman de Noronha e Menezes, da mão do escrivão M.el Pereira Botelho, nos concelhos de Sanfins e Porto.

a) Testemunhas da escritura: António Correia de Noronha Menezes Pimentel, homem nobre, mor. na Casa e Quinta de Goins (São Cristovão de Nogueira); parente em 4.º grau; cerca de 65 anos. Era f.º de Alexandre Correia de Noronha, da mesma Quinta de Goins, e casara-se, em 1786, com sua sobrinha D. Delfina Meneses de Vasconcelos38, pais de Manuel de Vasconcelos de Noronha e Meneses Pimentel – uma das testemunhas da pública-forma 2. Manuel Correia de Noronha e Silva, Homem nobre, mor. na sua Quinta de Mourilhe (São Cristovão de Nogueira), de 85 anos completos em o 1.º de Janeiro p.f., parente em grau remoto. José Leite de Castro Pinto e Mendonça, homem nobre e morgado, mor. na Quinta da Ribeira de Mourilhe (São Cristovão de Nogueira), de 55 anos; nat. de Mourilhe, fora b. a 22.02.1734 39. A testemunha é particularmente interessante por ser avô e homónimo do sujeito da pública-forma 2, o que talvez explique o interesse de Jerónimo de Almeida. Caetano Pereira Bravo de Vasconcelos Osório, professo da Ordem de Cristo e capitão do concelho de Sanfins, mor. na Quinta da Póvoa, 42 anos. Personagem bem conhecida de muitos tratadistas: Ver, especialmente, BRAVO - Monografia do Extinto Concelho de Sanfins da Beira..., pp. 241-252 (“Casa e Quinta da Póvoa”) e pp. 252-261 (“Casa da Quintã de Antemil”). Foi casado com a herdeira do Paço de Travassos, f.ª de Caetano Correia de Noronha e neta de Alexandre Correia de Noronha e sua m.er D. Maria da Silva Maldonado de Vasconcelos (árvore, abaixo), fidalgo de cota de armas por carta de 1778 e pad. de B. em 1790, de José Leite de Castro Pinto, da pública-forma 2. Paulino José de Melo Cardozo, capitão de infantaria, auxiliar do terço de Lamego, mor. na Casa e Quinta de Mourilhe, 63 anos.

38 39

REZENDE; REZENDE - Famílias Nobres nos Concelhos de Cinfães, Ferreiros e Tendais..., p. 185. SÃO CRISTOVÃO DE NOGUEIRA, B. fls. 112v-113v.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

17

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

b) Esquema genealógico que se colhe da PÚBLICA-FORMA 1

D. António de Noronha e Meneses c.c. D. Isabel Correia de Mesquita Pimentel, da vila de Guimarães I D. Nuno Alvares de Noronha I D. Maria de Noronha c.c. João de Mesquita Pimentel I Nuno Correia de Noronha Simão da Silva Maldonado, da “Casa dos Fidalgos de Sinfães” I I Alexandre Correia de Noronha c.c. Maria da Silva Maldonado da Quinta do Paço (Travassos) I O cap. Alexandre Correia de Noronha e Meneses c.c. 40 Mariana Josefa da Silveira [Pereira] mor.s na Quinta de Casal Seco (Piães) _________________________________________________ I I Alexandre Correia de Noronha41 José Correia de Noronha e Meneses c.c. D. Maria Pacheco Pereira Hopman mor.s na cidade do Porto I Diogo Pereira Pacheco Hopman de Noronha e Menezes José Leite de Castro Pinto de Mendonça da cid. do Porto, mor. (em 17.06.1789) na Quinta de Casal Seco da pública-forma 2 [primo coirmão da mãe do Requerente]. para o trecho em negro, ver a outra pública-forma

40

41

SANTIAGO DE PIÃES C. fl. 32. Casados a 12.07.1728, tendo testemunhado Cristóvão da Silva Pereira, da Quinta de Sequeiros [sogro de Bento José Leite Cabral]. Era f.ª de Constantino Pereira Cardoso e de sua m.er D. Isabel da Silveira Pereira, da Quinta de Casal Seco [e avós de José Leite de Castro Pinto, da PÚBLICA–FORMA 2; e avós de D. Susana Emília, m.er de António de Almeida Leite Cabral, de EIRIZ]. SANTIAGO DE PIÃES B. 1725-1741, fl. 38, 51, 61, 83v, 90v, 140, e SANTIAGO DE PIÃES B. 1741-1751, fl. 28, 75 e 101. O mais novo dos irmãos, b. 1748. Precedem-no: Ana, 1729; Rita, 1731; Josefa, 1732; António, 1735; Mariana, 1737; Raquel, 1740; Maria, 1742; José, 1745.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

18

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

PÚBLICA-FORMA 2 – José Leite de Castro Pinto de Mendonça

A segunda pública-forma que o LIVRO arquivou é outro traslado – na mesma data e passado a pedido do mesmo Jerónimo – de uma escritura, de 1824, de justificação de nobreza de José Leite de Castro Pinto de Mendonça, da Quinta da Ribeira, do lugar de Mourilhe, data em que estava presente na Quinta de Sequeiros.

a) Testemunhas da escritura: José Mendes Pereira de Vasconcelos, da Quinta de Cabo de Vila, casado, 57 anos, parente do requerente em grau que ignora. Luís Correia de Noronha, casado, lugar de Nogueira, 66 anos e parente em 4.º grau. Provavelmente, um dos bisnetos de Nuno Correia de Noronha. Manuel de Vasconcelos Noronha e Meneses Pimentel, da Quinta de Goins do concelho de São Cristovão de Nogueira, casado, 37 anos e parente em 4.º grau; informa que Alexandre II teve 6 irmãos casados nos 3 concelhos mais próximos, nas casas principais e nobres, que era terceiro neto de Nuno Correia de Noronha, quarto neto de João de Mesquita Pimentel c.c. D. Maria de Noronha [aliás, quarto neto desta], f.ª de D. Nuno Álvares de Noronha, f.º de D. António de Noronha e Meneses e de sua m.er D. Isabel de Mesquita Pimentel, da vila de Guimarães [...], e dos Silvas Maldonados, dos Silvas da casa de Sinfães ou Fervença e dos Maldonados descendentes da casa de Cidadelhe. O pai e a mãe eram parentes [tio e sobrinha], respectivamente, f.º e neta de Alexandre Correia de Noronha da Quinta de Goins, acima. Francisco Pinto Brochado de Brito, também parente do justificante, casado, do lugar da Porta, advogado, 44 anos. tetraneto de Nuno Correia de Noronha, fora b. em 177842. António Pinto de Lacerda e Vasconcelos, do lugar de Nogueira, capitão de ordenanças do concelho, 48 anos e parente do justificante.

42

REZENDE, ob. cit., p. 128.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

19

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

b) Esquema genealógico que se colhe da PÚBLICA-FORMA 2

D. António de Noronha e Meneses c.c. D. Isabel Correia de Mesquita Pimentel, da vila de Guimarães I D. Nuno Alvares de Noronha I D. Maria de Noronha c.c. João de Mesquita Pimentel I Nuno Correia de Noronha Simão da Silva Maldonado, da “Casa dos Fidalgos de Sinfães” I I Alexandre Correia de Noronha c.c. Maria da Silva Maldonado da Quinta do Paço (Travassos) I O cap. Alexandre Correia de Noronha e Meneses c.c. 43 Mariana Josefa da Silveira [Pereira] mor.s na Quinta de Casal Seco (Piães) __________________________________________________ I I Alexandre Correia de Noronha44 José Correia de Noronha e Meneses c.c. D. Maria Pacheco Pereira Hopman mor.s na cidade do Porto I Diogo Pereira Pacheco Hopman de Noronha e Menezes José Leite de Castro Pinto Mendonça da cid. do Porto, mor. (em 17.06.1789) na Quinta de Casal Seco da pública-forma 2 [primo coirmão da mãe do Requerente]. para o trecho em negro, ver a outra pública-forma

43

44

SANTIAGO DE PIÃES C. fl. 32. Casados a 12.07.1728, tendo testemunhado Cristóvão da Silva Pereira, da Quinta de Sequeiros [sogro de Bento José Leite Cabral]. Era f.ª de Constantino Pereira Cardoso e de sua m.er D. Isabel da Silveira Pereira, da Quinta de Casal Seco [e avós de José Leite de Castro Pinto, da PÚBLICA–FORMA 2; e avós de D. Susana Emília, m.er de António de Almeida Leite Cabral, de EIRIZ]. SANTIAGO DE PIÃES B. 1725-1741, fl. 38, 51, 61, 83v, 90v, 140, e SANTIAGO DE PIÃES B. 1741-1751, fl. 28, 75 e 101. O mais novo dos irmãos, b. 1748. Precedem-no: Ana, 1729; Rita, 1731; Josefa, 1732; António, 1735; Mariana, 1737; Raquel, 1740; Maria, 1742; José, 1745.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

20

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

PÚBLICA-FORMA 3 – Ascendência dos Castros com treze arruelas ..., até António José de Castro Pinto que, por se fazer religioso de São Domingos, sucedeu seu sobrinho José de Castro. Afigura-se que o NOBILIÁRIO serviu à elaboração da justificação de nobreza de José Leite de Castro Pinto de Mendonça, tirada do Títollo dos Castros. Porém, a dado passo, o NOBILIÁRIO segue a descendência de um f.º 2.º, Francisco Carneiro de Castro, para atingir a Casa de Vougado e não a do primogénito Manuel Carneiro de Castro Pinto, Morgado de Mourilhe. Assim, José Leite de Castro Pinto de Mendonça precisava de recuar de sua bisavó D. Isabel David Evangelho até ao bisavô desta, o referido Morgado de Mourilhe: É precisamente o que intenta nesta sua Justificação de Nobreza. D. Maria de Castro c.c. Francisco Ribeiro Pinto, do Porto _________________________________________________________________________________________________________ Jerónimo de Castro Pinto António de Castro D. Joana de Castro D. Filipa de Castro c.c. Provisor em Évora c.c. D. Margarida Carneiro, inquiridor e Tristão Vieira, f.ª de Diogo Garcês desembargador da Suplicação fidalgo honrado e D. M.ª Carneiro __________________________________________ M.el de Castro Hab. de X.to FCR, morgado

Jerónimo de Castro Herd.º, FCR c.c. D. Brites Peixoto,

de Mourilhe, c.s.g. f.ª de João Peixoto e D. Maria Ferreira ____________________________________________________________________________________________ I I I I I I M.el Carneiro Fr.co Carneiro Jer.º de Pantaleão Gregório de Castro D. Isabel de Castro Pinto c.c. D. Filipa Teixeira

de Castro c.c. D. Catarina

Castro de quem procede o

Carneiro de Castro, abade de

cap-mor na Índia

e D. Maria freiras em

Evangelho

de Melo

morgado

São Martinho da Várzea

I I M.el Carneiro de

I de Aldão, I em Guimarães M.el de Castro Pinto

Castro c.c. D. Joana David Evangelho

FCR, c.c. D. M.ª Pinto de São Paio I________________________________________________________________________________

Monchique

___________________________________________________________________________________ I I I I I Jer.º de Castro Fr.co de Mendonça e Castro Miguel D. Filipa D. Cipriana Evangelho

c.c. Teix. de Castro de Castro D. An.ta M.ª de Calvos Pinto de Castro f.ª de M.el de Calvos Pinto e de D. Ângela Tinoco da Silva

_______________________________________________________ I I I I André Carneiro An.to José de M.el Carneiro D. Isabel David Evangelho de Castro Pinto morg. de Mourilhe

Castro Pinto de Castro Pinto relig. de São D.gos

c.c. Alex. P.ra de Berredo Leite I José Leite de

Castro Pinto Mendonça, [avô mat. de José Leite de Castro Pinto de Mendonça, na pública-forma 2, e de D. Susana Emília, mãe do req.te].

D. Susana Elena

de Castro Pinto Garcês, c.c. Fr.co da Silva Malafaia de Vasconcelos

D. M.ª Malafaia de Vasc.os de de Castro Pinto c.c. Fr.co Caetano Neto de Barbosa srs. do NOBILIÁRIO

Por abril de 2006 foi publicada uma colectânea de textos - Notícias do Velho Porto -, de Eugénio de Andrea da Cunha e FREITAS, com informaçoes a pp. 24-26, que poderão intressar. Para: Francisco de Mendonça e Castro até D. Susana Emília, ver 2. A Casa de Eiriz, esquema 13 .

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

21

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

1B. A C A R T A D E B R A S Ã O D E A R M A S

Das quatro partes que enformam O LIVRO DA CASA DE EIRIZ ficou por ver

A CARTA DE BRASÃO DE ARMAS de Diogo Leite Cabral, de Eiriz, Arouca

A carta de brasão a seguir transcrita, concedida por D. João V, feita por Frei José da Cruz, da Ordem de São Paulo e reformador do Cartório da Nobreza45, datada de 17 de Abril de 173246, subscrita pelo escrivão da nobreza António Francisco e Sousa,firmada pelo Portugal rei-de-armas Manuel Pereira da Silva 47, mandada pelo mesmo e registada aos 19 dias de igual mês e ano no livro oitavo do Registo dos Brasões da Nobreza de Portugal, a folhas 180, está inserida num livro encadernado que é propriedade do solar de Eiriz em Arouca.

45

46

47

MATTOS, p. 160, diz que este cartório “reconstitui-se, em parte, pelos apontamentos que o reformador atrás citado tinha, felizmente, elaborado para seu uso particular”. CABRAL - Cartas de Brasão, nº.s 124 e 125, pp. 97 a 100, a mostrar, a título de comparação, duas outras deste mesmo ano. BAENA informa que “há brasões passados em seu nome desde 17 de junho de 1730 até 22 de março de 1755”.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

22

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

Fl. 1 - face

BRAZAM DARMAS

Fl. 2 - face

DOM IOAM/ Por graça de Deos Rey de/ Portugal, e dos Algarues, da/ quem e dalem, mar em Afri-/ ca, Senhor de Guine, e da Con/ quista, navegaçaõ, do comer-/ cio da Ethiopia, Arabia, Percia e India, &C/ Aquantos esta minha carta virem, faço sa-/ ber que Diogo Leite Cabral, natural da Uil-/ la de Arouqua Comarca de Lamego, me fes/ peticaõ em como elle descendia e uinha da ge-/ ração, e linhagem dos Tauares, Teixeiras, Ca-/ braes, e Castelbranco, e suas armas lhe perten-/ ciaõ de direito, e pedindome por merçe, q[ue]48 pa-/ ra a memoria de seus antecessores senao per-/ der, e elle gozar, e uzar da honra das armas q[ue]49. / pellos merecimentos de seus serviços ga-/ nharaõ, e lhe foraõ dadas, e asim dos previl-/ legios, honras, graças, e merçes, que por di-/ reito e por bem dellas lhe pertençem, lhe mã-/ daçe dar minha carta das ditas armas que/ estauaõ registadas em os liuros dos regis-/ tos das armas dos nobres, e fidalgos de me/ us Reynos, que tem Portugal meu princi-/ pal Rey Darmas. Aqual petiçaõ vista por/ mim

48 49

q com til em q[ue]. Idem.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

23

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

Fl. 2 - contraface

mim, mandei sobre ella tirar inqueriçaõ de tes-/ temunhas pello Doutor Joze Ignacio de Arouche/ do meu dezembargo, e meu Dezembargador, em/ esta minha Corte, e caza da Supplicaçaõ, Correge-/ dor do Civel em ella, e por João Uelho, escrivaõ/ do dito juizo, pellas quaes fui serto que elle pro-/ cede, e uem da geraçaõ, e linhagem dos ditos Ta/ uares, Teixeiras, Cabraes e Castelbranco, como/ filho legitimo de Antonio Tauares, e de sua mu-/ lher D. Mexia de Berrido, natural da Cidade/ de Lamego. Neto pella parte paterna, de Gõ-/ çalo Teixeira, e de sua mulher Maria Tauares,/ e pella materna, de Manoel Cabral de Castel-/ branco, Juis dos Orfaõs de propriedade na di-/ ta Cidade, e de sua mulher Maria Cardoza Co-/ elha. Os quaes ditos seus pays, e avôs, foraõ pe-/ soas elustres e fidalgos da minha caza, e tiveraõ/ seu original dos Cabraes da caza de Belmonte,/ e caza Sellas [Castrum Selas?], e sempre se trataraõ a ley da nobre-/ za, com o estado a ella devido, como pesoas no-/ bres que eraõ, sem que nelles ouveçe raça de Ju-/ deu, Mouro, ou Mullato, nem de outra infec-/ ta naçaõ, e que de direito as suas armas lhe per-/ tençem. As quaes lhe mandei dar em esta mi-/ nha Carta com seu Brazão, Elmo, e Timbre, como aqui são devizadas, e asim como fiel,/ e-

Fl. 3 – face [brasão]

Fl. 3 - contraface

e verdadeiramente se acharaõ devizadas, e regis-/ tadas, em os livros dos registos do dito Portu-/ gal meu Rey Darmas. A saber: Hum escudo/ esquartelado, no primeiro quartel as armas dos/ Tauares, em campo de ouro sinco estrelas verme-/ lhas postas em sautor, no segundo, as dos Teixei-/ ras, em campo azul huma Crus de ouro pote[n]50-/ tea e vazia do campo, no terceiro a dos Cabra-/ es, em campo de prata duas cabras uermelhas/ postas em pala, no quarto, as dos Castelbran-/ co, em campo azul hum leaõ de ouro rompen-/ te. Elmo de prata aberto guarnecido de ou-/ ro; Paquife dos metaes e cores das armas./ Timbre, o dos Taures [sic], que [é] meio caualo de-/ uermelho brindado de ouro, e por diferença/ huma brica uerde com hum triforio de pra-/ ta. O qual escudo armas, e sinaes, posa trazer/ e traga o dito Diogo Leite Cabral, asim como/ as trouceraõ e dellas uzaraõ seus antecessores, em/ todos os lugares de honra, em que os ditos seus/ antecessores, e os nobres e antigos fidalgos sem-/ pre as custumaraõ trazer em tempo dos muy/ esclarecidos Reys meus antecessores, e com/ ellas posa entrar em batalhas, campos, escaramu-/ ças, e exercitar com ellas todos os outros actos/ licitos da guerra, e da pax, e asim as posa tra-/zer 50

e com til na palavra pote[n]tea.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

24

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

Fl. 4 - face

zer em seus firmaes, aneis, senetes e devizas, e as/ por em suas cazas, e edifficios, e deixallas sobre/ sua propria sepultura, e finalmente se seruir, e hõ-/ rar, gozar, e aproueitar dellas em todo, e por todo,/ como a sua nobreza conuem. Com o que quero/ e me pras, que haia elle e todos seus descendentes/ todas as honras, previllegios, liberdades, graças, e/ merçes, e inzençoes, e franquezas, que hão e deve[m]51/ hauer os fidalgos nobres, e de antiga linhagem, e/ como sempre de todo uzaraõ, e gozaraõ seus an-/ tecessores; Porem mando a todos meus Correge-/ dores, e Dezembargadores, Juizes, Justiças, Alcay-/ des, e em especial aos meus Reys darmas Arau-/ tos, e Passauantes, e a quaes quer outros officiaes,/ e pesoas, a que esta minha carta for mostrada, e/ o conhecimento della pertençer, que em todo/ lho cumpraõ e guardem, e façaõ comprir e gu-/ ardar, como nella he contheudo, sem duvida ne[m]52/ embargo algum, que em ella lhe seia posto por/ que asim he minha merçe. ~ ElRey noso/ Senhor o mandou por Manoel Pereira da/ Silua seu Rey Darmas Portugal. Frey-/ Joze da Crus da ordem de São Paulo, Refor-/ mador do Cartorio da nobreza do Reyno,/ por especial Provizaõ do dito Senhor a fez/ Anno do nascimento de noso Senhor Jezu-/ Christo

Fl. 4 - contraface Christo de mil e setecentos e trinta e dois, aos/ dezaçete dias do mes de Abril, e uai sobscrita/ por Antonio Francisco e Souza, escrivaõ da no-/ breza, nestes Reynos e Senhorios de Portugal e suas Conquistas. E eu Antonio Francisco-/ e Souza o ssobescreuj53 P. Rey, darmas, P. ala Fl. 5 - face

Fica Registado Este Brazão no Lº 8º do Registo dos Brazões da nobreza de Portugal a fs. 180 Lxª Occidental aos 19 dias do mes de Bril[sic] de 1732 ~

51 52 53

e com til na palavra deve[m]. e com til na palavra ne[m]. frase lançada pelo próprio, em cursivo, bem como, também em cursivo, os trechos seguintes transcritos em itálico.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

25

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

[assinatura] An.to Francº e Souza Fl. 6 - face BRAZAM DARMAS De Diogo Leite Cabral Natural da Uilla de Arouqua Comarca de Lamego Anno de 1732. Fl. 6 - contraface [iluminura]54

As informações biográficas e genealógicas proporcionadas pela carta de brasão de armas de DIOGO LEITE CABRAL são, em numeração de árvore de costados, apenas:

1.DIOGO LEITE CABRAL, natural da vila de Arouca, descendia de Tavares, Teixeiras, Cabrais e Castelbrancos; 2.António Tavares; 3.D. Mécia de Berredo, natural da cidade de Lamego; 4.Gonçalo Teixeira; 5.Maria Tavares; 6.Manuel Cabral de Castelbranco, "dos Cabraes da caza de Belmonte", juiz dos órfãos de propriedade na cidade de Lamego; 7.Maria Cardoza Coelha.

O pai de DIOGO LEITE CABRAL – António Tavares (Teixeira)55 – fizera-se familiar do Santo Ofício em 1671, e, decorridos que foram 60 anos, DIOGO teria perdido a memória da ocorrência. Com efeito, nas respectivas diligências de seu pai figuram os bisavós André Fernandes e Catarina Vieira, Jerónimo Tavares e Jerónimo de Pinho (como constam os avós de D. Mécia de Berredo: neta paterna de Luís de Gouveia de Castelo Branco e de sua m.er Maria Cabral, e neta, pela materna, de Diogo Leite de Miranda e de sua m.er Mécia Cardoso Coelho 56). A Carta não menciona 54

55 56

A presente carta conheceu uma primeira transcrição de SIMÕES JÚNIOR «Jornal Defesa de Arouca», 31.03.1995, p. 4 e 13.04.1995, p. 8. Ver, adiante, 2. A CASA DE EIRIZ. Mécia Cardoso Coelho era avó de D. Mécia, mas Maria Cardoso Coelho não era sua mãe, como vem na carta de brasão. O pai de D. Mécia fora casado com Filipa Soares de Carvalho, f.ª de Mécia Cardoso Coelho, como se verá pelas habilitações para familiar do Santo Ofício de António Tavares Teixeira, adiante. A revista Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. XL (1974), p. 148, insere idênticas habilitações de um primo de D. Mécia, Manuel Pereira de Berredo.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

26

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

tal ascendência, nem tão pouco a qualidade de familiar do pai do armoriado. Proponho-me apresentar, aqui, muito em sumário, a família paterna de DIOGO LEITE CABRAL, nomeadamente seus avós Gonçalo Teixeira e Maria Tavares, de Arouca57.

assento de baptismo de DIOGO

Em uinte e sinco dias do mes de marco era de Eyris mil e seissentos e setenta e outo Baptizou o R.do Abb.e Joam Pinto Baldaya a Diogo f.º de An.to Tauares de Eyris e de sua m.er Dona Mecia de [Berredo] padrinho que asistiram Com procuraçois Mel [P.ra] da Fr.a [FEIRA] Bp.do do porto e Mel filho do dito [A]n.to tauares que asistio Com procuraçam de huã freira de que eu o P.e joam da Sylu.ra de Bulhois Cura fis este que asiney em 27 era ut sup Sylur.ª [o Padre João da Silveira de Bulhões58]

57

58

Ver, desenvolvido e documentado, CASA DA PORTA, introdução aos Teixeira, de Arouca e QUINTA DE TERÇOSO, CASAS DE SELA, introdução aos Tavares, de Arouca. Ver ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os MENDES, ou Mendes de Vasconcelos e Silveiras Bulhões. Aliás, tais Silveira Bulhões, de seiscentos, aparecem em São Salvador do Burgo.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

27

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

1681 S+ DO PE IOAÕ SILVRA

Estela funerária do padre João Silveira [de Bulhões], 1681, recolhida no claustro do Mosteiro

1. DIOGO DIOGO LEITE CABRAL nasceu em Março de 1678; contava, precisamente, 54 anos, em 1732, à data da carta de brasão de armas. A carta de brasão transcrita, e alguns outros documentos de carácter genealógico, compõem o livro encadernado na segunda metade do século XIX, GENEALOGIA/ DOS/ CASTELOS BRANCOS/ DA VISTA ALEGRE/ DE S. FINS DA BEIRA, que atrás referi. O livro inclui um nobiliário do séc. XVIII, 3 públicas-formas obtidas no século XIX e uma pequena árvore genealógica, na qual os últimos figurantes são desse tempo: Tudo como atrás ficou dito. Igualmente inclui a CARTA DE BRASÃO DE ARMAS, de Diogo Leite Cabral, de Eiriz, Arouca. Aos 21 anos, DIOGO LEITE CABRAL, fora buscar mulher a Ovar – D. Joana Jacinta de Matos, dos Rocha Tavares, senhores de Pigeiros: No livro não consta a menor referência aos Rocha Tavares; surpreende mais, a total

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

28

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

omissão do tronco da casa de Eiriz. A verdade é que os documentos andam em torno dos Castro Pinto, de Piães, por onde se relacionavam os Castelo Branco do século passado. Porém, na árvore destes, figura uma personagem de Eiriz: António Leite Cabral, senhor da Casa. Tal é a única menção que compatibiliza a carta de armas de DIOGO LEITE CABRAL com os documentos restantes que enformam o livro59. O NOBILIÁRIO foi construído por um franciscano para seu irmão e cunhada, o que de imediato se apura nas primeiras folhas do manuscrito. Aquele casal – Francisco Caetano e D. Maria Malafaia de Castro Pinto – e seus filhos, são os derradeiros figurantes de muitos dos títulos do NOBILIÁRIO de 1738. Posteriormente, virão os acrescentamentos de 1804, ano em que, o in fólio, passara às mãos de um Pinto de Miranda, com casa em Esgueira, que os produziu. Sabe-se que D. Susana Emília de Castro Pinto, nascida na quinta de Casal Seco em Piães, Cinfães, foi afilhada de uma das filhas da Casa dos Neto Barbosa / Castro Pinto, e que viveu casada na Quinta de Sequeiros, também Cinfães, com um Leite Cabral Tavares, f.º da casa de Eiriz e bisneto de DIOGO LEITE CABRAL60. Um dos filhos daquela D. Susana, Jerónimo de Almeida, foi quem obteve as públicas-formas cuja observação permitiu afirmar que: a segunda, reproduz uma justificação de nobreza (1824) de um irmão de D. Susana; a primeira, transcreve outra justificação, um pouco mais antiga (1789), de um primo direito daquela; e que, ambas, explanam a ascendência paterna de Correia de Noronha de Cinfães; mostra, ainda a segunda, a ascendência materna pelos Castro Pinto. A terceira pública-forma explicita e completa tal ascendência, ocupando-se da genealogia dos antigos Castro Pinto, da quinta da Ribeira de Mourilhe: Tudo como se viu. Foi possível, por elas, e um pouco de investigação complementar, traçar a genealogia de 5 velhas quintas com assento no século XVI - a de Paço de Travassos dos Correia de Noronha; a de Casal Seco onde nascera D. Susana; a de Ribeira de Mourilhe possuída pela ascendência materna (precisamente, a dos Castro-Pinto); a de Eiriz, de seu marido um Leite Cabral Tavares; e, por fim, a de Sequeiros, onde virá morar D. Susana, quinta que já andava na casa de Eiriz desde o casamento de um dos filhos de DIOGO LEITE CABRAL61. Pelo material que o livro coloca à disposição, e cotejado com o que anda em letra de forma, verifica-se, também, que o apelido Leite de D. Susana Leite de Vasconcelos e de seu marido António de Almeida Leite Cabral Tavares, teve igual origem nos Leite de Miranda da região da Feira: Certo, a mãe de DIOGO LEITE CABRAL, D. Mécia de Berredo, fora neta de Diogo Leite de Miranda, f.º de Gaspar Leite de Miranda 62; e, este último, viria a ser 59

60 61 62

Note-se que a pedra de armas da casa da Vista Alegre, atribuída ao séc. XIX, ostenta no primeiro quartel o brasão de Eiriz, como mostra a foto adiante apresentada. A ver 2. A CASA DE EIRIZ. Idem. Importante recordar isto: pelo apelido que legou a DIOGO LEITE CABRAL.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

29

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

tetravô de Alexandre Pereira de Berredo63, casado com uma Castro Pinto64, bisavós de D. Susana Emília65.

Esta descrição – sucinta para não repetir em demasia o que já ficou exposto – pretende evidenciar que o presente livro da Casa de Eiriz não se ocupa das gerações de Arouca – a família de DIOGO LEITE CABRAL, pelos anos de setecentos – nem com o tronco dos Teixeira e dos Tavares desta região.

2. irmãos de DIOGO Recordemos em sumário o relacionamento familiar de DIOGO, concedendo especial ênfase a esse mesmo relacionamento: Quer, a cada geração; quer com gente de Arouca. Foram irmãos de DIOGO, baptizados em São Salvador do Burgo, onze, todos religiosos – frades, freiras e eclesiásticos – com excepção de DIOGO LEITE CABRAL, o penúltimo dos doze, af.º de seu irmão mais velho: Manuel de São Bernardo, frade loio; e fora este Manuel, af.º de um tio paterno e de uma tia de sua mãe (Maria Coelho de Vasconcelos, da Vila da Feira); D. Maria de Berredo, freira em Arouca e abadessa de 1727, a 29, af.ª de outro tio paterno e do abade da Feira, tio de D. Mécia; Eufrásia, af.ª de um primo de Terçoso e de outro primo da Vila da Feira; Gaspar, frade dominicano, af.º de um tio de sua mãe, também da Feira, e do tio paterno, prior de Travanca; Bernarda, também religiosa de Arouca, af.ª de um primo da Feira e de sua prima Maria de Freitas, religiosa; o abade Jerónimo Teixeira, af.º de um primo de Sela; João, que "morreu novo", af.º de um primo coirmão de sua mãe, da Feira, e de [seu tio-afim] Diogo Malafaia da vila de Arouca; Micia, af.ª de um tio paterno; o cónego da Sé de Coimbra, Sebastião Tavares, af.º de seus primos Malafaias, da Vila; D. Teresa de Berredo, freira em São Bento do Porto, af.ª de um primo de Sela e de outro da Vila da Feira; Diogo (o nosso armoriado), af.º de seu irmão Manuel, como ficou; e, finalmente, Joana, af.ª do primo da Feira. Tudo família foi que acorreu à fonte de saptismo.

3. tios de DIOGO A geração do pai – António Tavares Teixeira – fora preenchida por um outro rancho de nascidos em Eiriz: O mais velho, talvez um primeiro António, falecido novo, parece; Manuel n. por 1595, depois de SÃO PEDRO; Gonçalo, n. muito perto de 1600 e fal. em 1646, conhecido por Gonçalo

63 64 65

Trata-se da adopção de Berredo mais perto de D. Mécia, mãe de DIOGO LEITE CABRAL. Apelido-mãe que motiva a construção do NOBILIÁRIO. Esta senhora casou na Quinta de Sequeiros, dos Leite Cabral, de Eiriz. Ver 2. A CASA DE EIRIZ, esquemas 10 e 11.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

30

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

Teixeira da Porta – casara em 1625 com Maria Vaz, da casa da Porta da freguesia de Santa Eulália, Arouca – foi pai de

4. primos de DIOGO, da casa da Porta 66 Francisco (1626), António (1627), Ana (1629), Francisco (1632), João (1635), o P. beneficiado Sebastião Tavares Teixeira, e Maria Tavares Teixeira (que casara em 1654 com Pêro Soares Teles, da vila de Trancoso de Alvarenga), por quem se continuou a Casa da Porta (por sua f.ª, outra Maria Tavares Teixeira) e a Quinta de Valdasna e a Casa da Cavada do Arieiro 67, de Santa Eulália (por seu f.º, António Teixeira Teles);

5. mais tios de DIOGO Sebastião e João, ambos comissários do Santo Ofício, com notícias: aquele, – o licenciado Sebastião Tavares – frequentara a faculdade de teologia de Coimbra, fora bacharel em Artes em 1636 e licenciado em 1637, subdiácono no ano de 1639 e, finalmente, provido a comissário do Santo Ofício em 1654, quando prior de Vila Chã, tendo ido mais tarde para prior de São Pedro de Travanca; o segundo – o arcipreste João Teixeira Tavares – aparecera, ainda adolescente, em 1630, e depois fora abade da igreja de São Miguel do Vale de Arouca (Urrô), arcipreste, e comissário do Santo Ofício por provisão de 1662; Diogo, dito Diogo Tavares, que se casara em 1653 com Isabel de Pinho, moradores em Eiriz, vindo ele a falecer em 1683 tendo feito certas doações ao P.e António de Ataíde, a Maria de Miranda, viúva, e a Diogo Tavares de Eiriz (este último, chegado de fora – pois se deu por f.º de Manuel Tavares e de Luísa Tavares de Roje – tinha casado, em 1672, com Catarina de Miranda, f.ª de Sebastião Vaz de Miranda e de Maria Aranha): e, assim, a já existência de um Diogo Tavares de Eiriz bem podia ter sido o motivo da adopção, pelo nosso armoriado, dos apelidos de Leite Cabral; Manuel Teixeira Tavares, “o mais velho”, que se casara com Antónia de Escobar, da Casa de São Pedro, e tinham tido

6. primos de DIOGO, Quinta de São Pedro68 Jacinto Bernardo de Quadros Teixeira (1652), familiar do Santo Ofício em 1688, (e outros irmãos), por quem se continua a Quinta de São Pedro, e, mais tarde, a dos herdeiros dos Tavares da Silva, morgados de Couto de Esteves;

7. mais tios de DIOGO e seu pai Jerónimo, b. em 1621, af.º de João de Pinho, mor. em Terçoso (Roças) e irmão de sua mãe Maria Tavares, fora cónego na Sé de Coimbra, por 66 67 68

Ver CASA DA PORTA. Ver QUINTA DE VALDASNA, CASA DA CAVADA DO ARIEIRO. Ver QUINTA DE SÃO PEDRO.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

31

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

nome Jerónimo Tavares Teixeira, que sucedera, na conezia, a seu tio mat. Pedro Tavares, e, mais tarde, em 1682, figurara entre os testamenteiros de seu irmão António Tavares Teixeira; António (o pai de DIOGO LEITE CABRAL) , af.º de Manuel Tavares, irmão de sua mãe Maria Tavares, familiar do Santo Ofício em 1671, casara com D. Mécia de Berredo e falecera em Coimbra no final do ano de 1682; e, finalmente, Maria, de quem quase nada soube.

8 . avô paterno Fora pai destes, e avô de DIOGO LEITE CABRAL, Gonçalo Teixeira, dito de Eiriz, casado em segundas núpcias com Maria Tavares: um dos homens nobres desta villa e termo e [que] serviu nella de juiz coos mais officios nobres della (Arouca), enquanto que sua m.er (Vide 12. avó paterna), o era também e sempre viveram a lei da nobreza. Gonçalo, que nascera em 1554, fora irmão de

9. irmãos do avô paterno André Fernandes Teixeira, juiz em Ovar com larga descendência de Pinhos e Teixeiras, em Ovar e em Vagos, na Índia e em Lisboa, e pai do fidalgo de cota de armas Diogo de Pinho Teixeira; irmão, também, de Catarina Vieira (Catarina Vieira II) que estivera casada em Sela antes de 1585 – princípio de grandes casas de Arouca – e fora mãe de vários filhos, entre eles:

10.

primos de DIOGO, das casas de Roças, de Sela e Casa Grande

Maria Vieira Teixeira, nascida no início de 1592 – f.ª de Catarina Vieira, irmã de seu avô Gonçalo Teixeira – casara em Março de 1627 com Francisco Tavares de Pinho, irmão de sua avô Maria Tavares de Eiriz (vide 12.avó paterna), familiar do Santo Ofício na mesma data e sargento-mor das ordenanças de Arouca, moradores, os ditos, em Carvoeiro e depois em Terçoso (lugares de Roças), senhores de vários prazos em Roças e aí ainda residentes em 1642. Do matrimónio de Maria Vieira Teixeira e Francisco Tavares de Pinho, tinham vindo à luz Francisco Tavares Teixeira (ou Francisco Tavares, o Novo, ou Francisco Tavares de Pinho II, por quem se continua a Quinta de Terçoso69; Jerónimo Tavares Teixeira, na Quinta de Sela70, capitão-mor das ordenanças de Arouca; e Maria Vieira Teixeira II, m.er, de seguida, do capitão Domingos Malafaia Mascarenhas, mãe por conseguinte dos deste apelido da Casa Grande 71, da vila (Arouca);

11. mais irmãos do avô paterno

69 70 71

Ver QUINTA DE TERÇOSO, CASAS DE SELA, QUINTA DE TERÇOSO. Ver Idem, QUINTA DE SELA. Ver CASA GRANDE DOS MALAFAIAS

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

32

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

e irmão – o referido Gonçalo Teixeira – de Isabel Vieira, mor.a em Jugueiros, mãe de outro Gonçalo Teixeira, dito de Sá, e avó de outro Gonçalo Teixeira, nascido em Crasto (vila), mas baptizado em Santa Eulália em princípios de 1624, e familiar do Santo Ofício em 1686; e ascendente, a dita Isabel Vieira, da Casa do Burgo, dos Teixeiras de Vinhas, da Casa da Cavada do Arieiro, da Casa do Picoto e outras72: Os quatro VIEIRATEIXEIRA, acima, nascidos em Roças, foram filhos de André Fernandes e de Catarina Vieira, que iremos ver (14. pais do avô paterno).

12. avó paterna Maria Tavares73, avó paterna de DIOGO LEITE CABRAL, era irmã de João de Pinho de Roças; irmã de Francisco Tavares de Pinho, já mencionado; irmã de Manuel Tavares de Pinho, capitão de ordenanças de Arouca, casado com outra Vieira de Urrô, s.g., e ainda irmã do cónego da Sé de Coimbra Pedro Tavares e de Antónia de Freitas, freira em Arouca: todos filhos de

13. ascendentes da avó Jerónimo Tavares e de sua m.er Jerónima de Pinho, de Roças, foram netos paternos do escudeiro Francisco Tavares, de Chave, e bisnetos, pelo Francisco Tavares, de Branca Tavares e do "honrado" Pantalião Pires, do casal do Barilleiro, junto à igreja de Sandim (Feira, hoje, Vila Nova de Gaia).

14. pais do avô paterno André Fernandes, acima (bisavô de DIOGO LEITE CABRAL), era homem de calidade [que] sempre viveu a lei de homem nobre e serviu neste cº [de Arouca] os officios de juiz e os mais nobres delle e sua m.er Catarina Vieira era mulher nobre dos principais deste [mesmo] cº. Não há prova da filiação de Catarina Vieira, mãe dos VIEIRA-TEIXEIRA colocados acima: Era, porém, sem grande dúvida, uma dos TEIXEIRA de Arouca74. Com efeito, mãe de Teixeiras, verificaram-se apadrinhamentos que os aproximam. Sabemos de outros do mesmo apelido – Beatriz Vieira e seu irmão o escudeiro-fidalgo Gonçalo Teixeira que viviam na vila, ao cimo da rua dos currais, aquela Beatriz, m.er de Gonçalo Fernandes Mendes, fora mãe de Sebastião Teixeira, e bisavó de Antónia Teixeira de Quadros que casara com Manuel Teixeira Tavares, de Eiriz (vide 3. tios de DIOGO; Manuel), e (a dita Beatriz Vieira) fora avó, entre outros, de Lourenço de Quadros Teixeira, f.º do mesmo Sebastião Teixeira, b. em 1586 e afilhado, precisamente, de Gonçalo Teixeira, de Eiriz (f.º de Catarina Vieira) e afilhado de outra Vieira da vila – Milícia Vieira (m.er de mais um

72 73 74

Ver ABERTURA, nomes e sobrenomes, Os CARVALHOS; Os PINTOS; Os VIEIRASão Ver QUINTA DE TERÇOSO, CASAS DE SELA, introdução aos Tavares, de Arouca. Ver CASA DA PORTA, introdução aos Teixeira, de Arouca.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

33

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

dos principais de Arouca, o escudeiro-fidalgo Henrique de Escobar) – e pôde verificar-se também que, a m.er de Gonçalo Teixeira, de Eiriz, em 1589, amadrinhara na vila um dos filhos de Sebastião Teixeira.

15.

antecedentes e homónimos do avô paterno

Do mesmo prenome Gonçalo e do mesmo apelido Teixeira, diversos indivíduos precederam, em Arouca, Gonçalo Teixeira (VI) de Eiriz, Gonçalo Teixeira (VII), da Porta, Gonçalo Teixeira (VIII) de Sá e Gonçalo Teixeira (IX) de Crasto. Foi um deles o escudeiro-fidalgo Gonçalo Teixeira (IV), irmão de Brites Vieira (a mãe de Sebastião Teixeira, da Quinta de São Pedro), irmãos ambos, segundo parece, de Milícia Vieira (atrás referida: de quem, e de seu marido o escudeiro-fidalgo Henrique de Escobar, do Romariz, provieram os Escobares Vieiras, Teles de Menezes ou Teles de Melo, da Quinta de Romariz, Burgo, e da Quinta do Boco75, vila; e de Catarina Vieira (m.er de André Fernandes, da Barroca de Roças, que foram os pais de Gonçalo Teixeira (VI), de Eiriz, avô de DIOGO). Outro Teixeira, Gonçalo Teixeira (V), tabelião, e seu irmão Gaspar Teixeira, escrivão, filhos foram de Lopo Rodrigues (III) – tendo havido mais dois deste mesmo nome, Lopo Rodrigues (II), escudeiro, m.or em Arouca mas Tab. em Fermedo a partir de 1488, e escrivão das sisas em 1497; e Lopo Rodrigues (I), m.or em Antuã e Tab. dos coutos de Arouca e de Antuã no mesmo ano de 1446, filho este último de Rui Vaz, m.or em Arouca, Tab. do mesmo couto , nascido por 1390 e ainda vivo em meados do séc. XV, testemunhando actos do Mosteiro. Mais um Gonçalo Teixeira (III), dito d'Além Douro (casado com uma outra Brites Vieira e que nascera de Catarina Luís, senhora de um prazo em São Gens de Boelhe, Penafiel), parece contemporâneo do Sebastião Teixeira que estava Tab. em Arouca no ano de 1525. Outro Gonçalo Teixeira (II), mor. em Arouca, escudeiro e Tab. – escudeiro e ouvidor antes de nomeado Tab. do couto de Arouca, em 1494, por mercê de D. João II, confirmado no ano de 1499 por D. Manuel I – teria nascido por volta de 1460 e, mais tarde, acolhido às primeiras letras no Mosteiro, fora tratado por «nosso criado» pela abadessa D. Leonor Coutinho ao conceder-lhe, em 1485, o prazo do casal de Valdasna (Arouca), onde aparentemente fora residir; algo depois lavra, no ano de 1496, a escritura de demarcação do couto de São Salvador do Burgo, e terá desaparecido antes de 1525, ano da citada referência ao Tab. Sebastião Teixeira, atrás. Por último, o primeiro do nome e apelido, uma ou duas gerações atrás, Gonçalo Teixeira (I), fora Tab. de Arouca – como se lê numa escritura de 1450, que, ao referir certo acto, diz que mostrava ser feito e asynado por Gonçalo Teixeira tabaliam do julgado76, contemporâneo, segundo parece, do Tab. Rui Vaz, acima, e de uma Teixeira – Dona Catarina Teixeira, abadessa do Mosteiro. Esta abadessa teve por coadjutora e sucessora a célebre Dona Milícia de Melo (quiçá, sua sobrinha-neta), neta do chanceler-mor Rui Gomes de Alvarenga e bisneta da camareira-mor de 75 76

Ver QUINTA DE ROMARIZ; igualmente, QUINTA DO BOCO. Ver tudo: CASA DA PORTA,, introdução aos Teixeira, de Arouca.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

34

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

dona Isabel, infanta de Portugal e duquesa da Borgonha, de nome... D. Catarina Teixeira. Para trás de DIOGO LEITE CABRAL, o armoriado de 1732, neto de Gonçalo Teixeira e de Maria Tavares, de Eiriz – que nome teve colhido por inteiro da estirpe de sua mãe D. Mécia de Berredo, de Lamego (CABRAL) e de Vila da Feira (LEITE) – ficavam, pois, 200 anos de Tavares e 300 anos de gerações de Teixeiras, em Arouca. Desconhecia... E vai dar provas de pouco relacionamento com Arouca.

ESQUEMA DA EXPOSIÇÃO

ESQUEMA DA EXPOSIÇÃO

4. primos, da Porta 6. primos, de São Pedro

1. DIOGO

2. irmãos de DIOGO

3. tios de DIOGO 5. mais tios de DIOGO 7. mais tios de DIOGO e pai ANTÓNIO 10. primos, de Roças, de Sela, e Casa Grande (GONÇALO) (MANUEL)

12. avó paterna (Mª TAVARES)

8. avô paterno (GONÇALO TEIXª)

13. ascendentes da avó

11. mais irmãos do avô

9. irmãos do avô (CATARINA VIEIRA)

14. pais do avô paterno

15. ascendentes e homónimos do avô paterno

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

35

_______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

Foto de Hebil aquando do solar completo de 11 janelas e portão, ao fundo, de acesso à quinta Arquivo particular da CASA DE EIRIZ

A casa está reduzida a quatro janelas das onze do todo antigo.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

36

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

O brasão espera pela luz poente para sua total leitura. È um escudo esquartelado ..., mas percebido o percurso da Casa, mais se revela um campo cortado: Porque são de Arouca a 1.ª e 2.ª cartelas; e a 3.ª e 4.ª não são de Arouca. E, assim, decorrerá sempre: Metade de Arouca e metade de fora de Arouca.

AROUCA

LAMEGO

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

37

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

esquema 1 – sucessão dos Tavares eclesiásticos Francisco Tavares, escudeiro, casado e mor. no Casal de Chave, Santa Eulália de Chave _________________________________________ (P.e Francisco Tavares) Jerónimo Tavares reverendo Vigário de Roças c.c. Jerónima de Pinho ________________________________________________________________________________ Cónego Pedro Tavares77, irmão de Maria Tavares, de Fr.co Tav.s de Pinho, de M.el Tav.s de Pinho e de João de Pinho ___________________________________________________ I I I I I G.º Teixeira L.do Seb.ão P.e João Cónego Jerónimo An.to Tavares “da Porta” Tavares, Tav.s Teix. Tav.s Teix. com.º do S.O. com.º do S.O. P.e beneficiado Sebastião Tavares

______________________ Ab. Jerónimo Cónego Teixeira Seb.ão Tav.s

O seu processo de inquirição e nomeação para comissário conserva-se no Arquivo78 e, embora o mau estado do processo, aí declina os pais e avós e respectivas qualidades. Foi do teor seguinte o parecer do comissário Tomé dos Reis, prior de Macinhata, a 8.05.1654: O licenciado Sebastião Tavares Prior da Igreja de villa Chaa hé merecedor de cargos de muita emportância por me perecer discreto, prudente, e grave em seus procedimentos e geralmente está reputado em grande estimação e igualmente se lhe deve também esta, por ser aparentado com a mais honrada e principal gente da villa e termo de Arouca.

2. o arcipreste João Teixeira Tavares, também comissário do Santo Ofício 79, nomeado a 11.07.1662, aparece primeiro designado João Teixeira f.º de Gonçalo Teixeira do lugar de Eiris num apadrinhamento, no BURGO, em 1630; em 20.07.1631 foi oadrinho o p.e João Teixeira de Eiriz e Isabel sua cunhada; foi, depois, abade de Espargo80 (Vila da Feira), onde efectiva-

77

78

79 80

Veremos a estela do cónego, no claustro do Mosteiro, em QUINTA DE TERÇOSO, CASAS DE SELA. IAN-TT, Habilitações do Santo Ofício, Sebastião, Maço 2, Dil. 55. Diligências que decorreram aos 4.05.1654. IAN-TT, Habilitações do Santo Oficio, João, Maço 8, diligência 272. SILVA, Frei Sebastião de Resende e, ob. cit.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

38

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

mente outorga de Setembro de 1634 a Agosto de 1645 81; e, ainda depois, foi abade da igreja de S. Miguel do Vale de Arouca (S. Miguel de Urrô), múnus que ocupava à data das diligências (1662), e já em 1660 aquando da demarcação das propriedades de sua mãe Maria Tavares82 e alguns anos antes. No fecho do livro de Urrô: 48 meias folhas numeradas pelo ab. João Teixeira Tavares, vindo de S. Tiago de Espargo para esta igreja Era de 1646 [ass. o Abb João Teixeira Tavares Arcipreste e Comissãio do Santo Ofício - livro B 1642...]. Os assentos da letra do P.e João Teixeira Tavares se iniciam aos 18 de Outubro de 164683 e vão até 1665 (muitas vezes lançados por coadjutores seus, mas por ele outorgados na qualidade de abade) 84; em 1662 assina o Ab João Teixeira Tavares arcipreste e comissário do S.to Oficio. Nas diligências para servir o Santo Ofício, tinham sido colhidos cinco depoimentos a 31.05.1662, e três das testemunhas foram Domingos Aranha de Pinho, 61 anos, o P.e Gonçalo de Pinho, de Eiriz, 72 anos, e Aleixo Fernandes, 90 anos85; no requerimento alegava que seu irmão Sebastião Tavares, comissário do Santo Ofício e ex-prior de Vila Chã, tivera provimento à Igreja de Travanca, que era perto de Coimbra 86 e portanto muito distante de Arouca;

(2). Diogo Tavares diz-se casado a 26.05.1635 com Isabel de Pinho e mor.s em Eiris, enlace presidido pelo reverendo vigário Francisco Tavares, de Roças [aqui se revela, provavelmente, um tio pat. de Maria Tavares – ver esquema, acima] e padrinho Francisco Tavares de Roças [por certo, Francisco Tavares de Pinho, tio materno do b.] e Maria de Pinho, m.er de Domingos Aranha, do Burgo87, e testemunhado, o mesmo enlace, por Francisco Aranha e sua m.er; consta ter falecido a 15.09.1683, tendo feito certas doações ao P.e António de Ataíde, a Maria de Miranda, viúva, e a Diogo Tavares, de Eiris (este último chegado de fora, pois se dá como f.º de Manuel Tavares e Luísa Tavares, de Roje, tendo casado em 1672 com Catarina de Miranda, f.ª de Sebastião Vaz de Miranda e de Maria Aranha88).

81

82

83 84 85

86 87

88

ESPARGO, livro 1, registos de B. de 15.04.1635 a 23.11.1644; alguns de C. de 2.09.1634, 15.10.1638 e de 22.01.1641 a 24.04.1644; e de O. de 12.12.1634 a 29.12.1644 e ainda 25.02.1645 a 7.08.1645. URRÔ, livro 2 B. 1642-1677. Assina efectivamente os registos por volta de 1660 com os títulos de Abade, Arcipreste e Comissário do Santo Ofício. Note-se que no verão do ano anterior ainda outorgava em ESPARGO. URRÔ, livro 2, cit. CASA DE RONDE, IIB introdução aos Aranha, de Arouca, esquema 10, para os dois primeiros; QUINTA DA LAMEIRA, introdução aos Pinho, de Arouca, Os Pinhos da Casa do Burgo, para o último. Provavelmente, Travanca de Lagos, ou do Mondego, da evocação de São Pedro, mas não o encontrei. Isabel de Pinho, m.er de Diogo Tavares – ambos nat. de Eiriz, segundo parece – seria irmã de Maria de Pinho, 2.ª m.er de Domingos Aranha (Ver CASAS DE RONDE, IIB introdução aos Aranha de Arouca, esquema 10 a). BURGO, livro 1, cit.; ver CASAS DE RONDE, esquema 11, para as personagens.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

39

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

esquema 2 – “Diogo Tavares mor. em Eiris”. Tal Diogo Tavares – que não posso afiançar que tivesse sido f.º de MARIA TAVARES – oferece especial interesse pelo cruzamento com os Pinhos: (Jorge Dias, de Ronde + 1599 c.c. Cat.na de Pinho) Prazos e propriedades em 1524 e 1538 _____________________________________ : : : : P.e Fr.co Vaz Luís G.º de Pinho Jorge de Pinho Cat.na de Pinho vig. de Roças, + 1620 crismados 1576 c.c. Brites Aranha c.c. N... I I I ________________________ Seb. Vaz de Miranda c.c. M.ª Aranha D.gos Aranha c.c. M.ª de Pinho Isabel de Pinho + 1650 de Pinho 2.ª m.er c. 1635 c. Diogo Tav.s ________________ em 1630 mor.s em Eiris : I M.ª de Miranda Cat.na de Miranda P.e António de Ataíde Viúva c. 1672 c. n. 1640 Diogo Tav.s de Eiris, aliás, de Roje

Isabel de Pinho não seria irmã de Domingos Aranha de Pinho (que por sinal teve uma irmã Isabel), mas talvez irmã fosse de Maria de Pinho, 2.ª m.er do dito Domingos, nos Aranha de Pinho (CASAS DE RONDE, IIB introdução aos Aranha, de Arouca, esquema 10a). Os herdeiros de Diogo Tavares (casado com Isabel de Pinho e falecido em 1683) – que foram: Maria de Miranda, viúva; Diogo Tavares (c.c. Catarina de Miranda) e o P.e António de Ataíde, no esquema acima – corroboram a hipótese de Gonçalo de Pinho, Jorge de Pinho e Catarina de Pinho terem sido irmãos: A ver nos esquemas 10, 10a e 11, CASAS DE RONDE, cit., onde Gonçalo de Pinho é avô de uma Catarina; Jorge de Pinho é avô de outra Catarina; Jorge de Pinho é pai de uma Isabel; Catarina de Pinho é mãe de outra Isabel.

Mais interessante, porém – para a CASA que nos ocupa – é o chamamento de Diogo Tavares mor. em Eiris: que talvez nos ofereça o motivo da opção dos apelidos, Leite e Cabral, por Diogo Leite Cabral, f.º herdeiro desta Casa, distinguindo-se assim do seu [tio] homónimo.

2. O cónego Jerónimo Tavares Teixeira, sucessor de seu tio mat. Pedro Tavares, fora b. a 16.02.1621 e af.º de outro tio, João de Pinho, de Roças, irmão da dita Maria Tavares e Antónia Cabral, m.er do licenciado Francisco Aires89, mor.s na vila; epístola em 1647 e, no mesmo, correu inquirissão para se habilitar a conezia como de Pedro Tavares q nelle renunciava, onde declina pais e avós90; em 1682, ainda vivo e em sua casa de Coimbra, foi testamenteiro de seu irmão António, que neste ano falece nomeando, para o efeito, este seu irmão, cónego da Sé;

89 90

Ver nomes e sobrenomes, Os AIRES. AUC, Ordenações Sacerdotais, caixa 587, n.º 13; DIII, S1ªE, E9, T2, N13.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

40

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

2. ANTÓNIO TAVARES TEIXEIRA, que também, com seus irmãos Sebastião e João, serviu o Santo Ofício, fora b. em 23.01.1623 e af.º de Manuel Tavares irman da dita Maria Tavares e Maria Aires, f.ª do licenciado Francisco Aires mor.s na vila; solteiro em 1656, virá a casar por 1662 e obterá carta de familiar do Santo Ofício, de 12.07.1671. Segue.

2. Maria, b. 22.02.1626, af.ª de André Vieira da villa91 e Antónia Teixeira92 m.er de João Mendes, de Roças, ou Maria Tavares: a bem interpretar o texto de ALÃO, acima transcrito.

Dito assim, é possível encontrar os nomes primeiros da irmandade de EIRIZ mas também, por entre os mencionados, é de supor que outros mais tenham existido (quatro, pelo menos). O primogénito, Manuel nascido por 1559; um dos mais velhos, como também vimos, teria sido António (o primeiro, e não obviamente o segundo deste nome), já pad. na vila em 1605 e ao qual se teria seguido Gonçalo (o da Porta); depois, há lugar para mais três, cujos nomes e qualidades desconhecemos, precedendo Diogo, casado em 1635; à frente, podia ter vindo Sebastião, o licenciado e comissário e, entre este Sebastião e o P.e João, também comissário, poderá ter havido outro nado. Seguem-se, por fim documentados nos paroquiais, Jerónimo, 162193, António, 1623, e Maria, 1626.

A esta ilustre geração, irão seguir-se quatro outras de muitos filhos: Os de ANTÓNIO (e m.er de Lamego), filhos de 1663 a 1680, num total de 12 crianças; os de DIOGO (e m.er da Feira), de 1700 em diante, num total de 9 ou 10; os de BENTO (e m.er de Cinfães), de 1752 a 1762, também num total de 8; e os de ANTÓNIO II (e m.er também de Cinfães), de 1790 a 1808, num total de 10. Verificam-se ainda nupcialidades fora de Arouca, e que os padrinhos das crianças são os novos grupos familiares então criados: O resultado parece ter sido um certo isolamento da Casa de Eiriz face às demais de Arouca, corroborado pelo não convite recíproco dos de Eiriz para os apadrinhamentos delas. Em verdade, quando pudermos comparar esta Casa com as demais de Gerações, iremos ficar surpreendidos com tão grande alheamento dos de EIRIZ nos actos festivos das famílias de Arouca: Outra característica desta Casa. Terão, com efeito, um percurso algo diferente das demais Casas de Arouca: metade de Arouca e metade de fora de Arouca; saídas de Eiriz e regressos a Eiriz; sucessões de pai a filho em largos períodos de 50 em 50 anos; mudança de apelidos e repetição dos nomes próprios; constante do número de crianças a cada geração; forte contingente de religiosos, incluindo freiras no Mosteiro; padrinhos escolhidos na família de novas e 91 92

93

Ver ABERTURA, nomes e sobrenomes, provavelmente, de Os VIEIRAS, da Lapa. Desconheço se a mad., Antónia Teixeira – de quem não temos informação complementar –, seria uma irmã mais de Gonçalo Teixeira. O ano dos primeiros registos do BURGO é o de 1620.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

41

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

sucessivas nupcialidades e muitos raros apadrinhamentos de Arouca; enfim, poucas relações, além de um ou dois vizinhos muito ao pé de casa.

esquema 3 – os nomes de baptismo Podemos antecipar os nomes de B. em 5 gerações de EIRIZ. A primeira geração é difícil de repor, como vimos. Havendo espaço para 13 ou 14 filhos: faltam 4 ou 5. Sabemos que Gonçalo Teixeira nasceu em 1554; o seu 2.º matrimónio terá sido pouco antes de 1594 e terá tido de sua m.er o último f.º aos 72 de idade, em 1626; e admitindo 51 anos de idade a Maria Tavares neste de 1626, ela nunca teria nascido antes de 1575. Parecem os mais velhos, Manuel e António Teixeira, de Eiris, este, pad. em 1605 (talvez falecido ainda novo, pois virá outro António, o penúltimo do rancho; ao António I, seguir-se-ia o Gonçalo, da Porta, casado em 1625. A partir daqui, é mais fácil admitir a sequência proposta, apesar de só documentados os últimos 3 nados. GONÇALO TEIXEIRA c.c. MARIA TAVARES ____________________________________________________________________________________________ I I I I I I I I I I I I I Manuel António Gonçalo N, N, N... Diogo Seb.ão N... João Jer.mo ANTÓNIO Maria 1595 p. 1605 da Porta c.1635 L.do e P.e P.e abade __________________________________________________________________________________________________ I I I I I I I I I I I I M.el Maria Eufrásia Gaspar Bernarda Jer.mo João Micia Seb.ão Tereza DIOGO Joana Frade freira frade abade + novo cónego freira "outras freiras", segundo ALÃO (talvez, precisamente, Bernarda, Micia e Joana) ________________________________________________________________________________________ I I I I I I I I I António Maria Melia M.el José Angélica Úrsula João BENTO JOSÉ solt.a casada Cónego _______________________________________________________________________ I I I I I I I I Mariana Dr. Diogo José Úrsula Maria João Joana ANTÓNIO II freira cónego freira Emília __________________________________________________________________________________________ I I I I I I I I I I M.ª Emília Joaquina António III José Diogo Bento Ana M.ª José Rita JERÓNIMO c.g. na José o “morgado Quinta de Sequeiros de Eiriz”

Os nomes de B. repetem-se geração após geração, fazendo muito difícil o claro discernimento das personagens; complica, o facto, o mesmo indivíduo usar sobrenomes diferentes ao longo da sua existência, como veremos. Note-se Maria nas 5 gerações; Diogo na 1.ª, 2.ª, 4.ª e 5.ª; António na 1.ª, 3.ª, 4.ª e 5.ª; João na 1.ª, 2.ª, 3.ª e 4.ª; Manuel na 1.ª, 2.ª e 3.ª; José na 3.ª, 4.ª e 5.ª; Sebastião na 1.ª e 2.ª; etc. Em Dezembro de 1682, António Tavares Teixeira, nas suas disposições testamentárias, menciona as filhas Mícia, (menos de 10 anos de idade), Joana (menos de 2 anos), o filho Sebastião (menos de 8 anos) e ainda outra filha que faltava dotar em “parte”, Bernarda, de 14 anos, ainda por fazer.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

42

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

Note-se, também, que o mais novo sucede na Casa; e será interessante sublinhar, pelo recurso a um esquema, as consequências parentais de três uniões da presente geração de EIRIZ, bem como outras três de seus primos coirmãos, de TERÇOSO:

esquema 4 – 6 Casas pelos Teixeiras e pelos Tavares Gonçalo Teixeira IRMÃO DE c.c. Maria Tavares IRMÃ DE __________________________________ I I I Gonçalo Teixeira Manuel Teixeira António Tavares c. 1624 na PORTA Tavares c. 1640 Teixiera I em SÃO PEDRO c. c. D. Mécia I I I CASA DA PORTA QUINTA DE CASA DE EIRIZ SÃO PEDRO

Catarina Viera I Fr.co Tav.s de Pinho c.c. M.ª Viera Teix.a __________________________ I I I Fr.co Tav.s Jer.º Tav.s M.ª Teix.a Teixeira Teixeira Tavares I I I I I I Q.TA DE Q.TA DE CASA TERÇOSO SELA GRANDE DOS MALAFAIAS

Gonçalo Teixeira, da CASA DA PORTA, e Jerónimo Tavares Teixeira, de QUINTA DE SELA, eram primos coirmãos por pai e mãe

2. ANTÓNIO TAVARES ou ANTÓNIO TAVARES TEIXEIRA (Tavares-Teixeira, diz a pedra de armas da casa; e não Teixeira-Tavares, como adoptaram dois irmãos seus, João e Manuel) c.c. D. MÉCIA DE BERREDO, f.ª de Manuel Cabral Castelo Branco, de Lamego,94 e de Filipa Soares de Carvalho, da Vila da Feira, mor.s em Lamego. Faleceu Antonio Tauares Teixr.ª na Cidade de Coimbra em os outo dias do mes de desembro de seissentos e outenta e dois annos, com testamento feito pelo padre bento da Rocha da Companhia de Jesus da mesma Cidade em o qual deixa seus legados conforme sua pessoa e calidade e que sendo deus seruido leuallo em Coimbra seu Irmão o Revendo Conego Hyeronimo tauares lhos faria comforme sua calidade [...]; mais deixou que na sua igr.a do saluador donde era freg. seus erdr.os lhe mandarão diser trinta missas resadas a Nossa Senor.a do Rosario e que instatuia por seus unaversais erdr.os e testamentr.os a seus f.os e f.as e sua terca deixa a sua molher a Snr.a dona Mecia de barredo em sua uida e por sua morte a suas e minhas f.as Micia; e joana; os prasos de santa marinha, e da mouta romeo em meu f.º sebastião; e minha f.ª Bernarda pª [parte] ainda de seu dote mais dise nomiaua por testamentr.os a cada hum en solidum a seus irmãos ao R.do Conigo Hyeronimo Tauares; e Mel Teixr.a Tauares e diogo Malafaya por ser sua ultima uontade de que fis este em outo dias do mes de dezembro de seissentos e outenta e dois ª (Sylur.ª)95. A carta de brasão de armas de seu f.º Diogo, infra, nomeia os pais; as habilitações para servir o Santo Ofício, declinam pais e avós. O matrimónio trará novas relações a Arouca:

94

95

Os apelidos Cabral e Castelo-Branco do pai de D. Mécia figuram na carta de armas e no brasão de Eiriz: Veremos, porém, que o Castelo-Branco, usado pela descendência de Eiriz, teve proveniência diversa e quem o usou não se reportava já à avoenga de Lamego. BURGO, livro 2 M. 1681-1737, 1682-1742, 1682-1743.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

43

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

Assento de O. e disposições de António Tavares Teixeira

mais dise nomiaua por testiment.rós / a cada hu en solidum a seus irmãos ao R.do Coni / go Hyeronimo Tauares; e M.el Teixr.ª Tauares / e diogo Malafaya por ser sua ultima uontade

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

44

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

esquema 5 – FAMÍLIA DE D. MÉCIA Gaspar Leite de Miranda *, 2º c. D. M.ª Coelho de Vasc.os c. em Lamego c. Rui Lourenço de Carvalho ** __________________________________ I An.to Leite de M. Diogo Leite de Miranda c. em Lamego c. Mécia Cardoso Coelho I moradores em Lamego I _____________________________________________________________________________________ I I I I I I I I Gaspar M.el Pereira João Cardoso L.do Gaspar An.to Leite Rui Lourenço D. Filipa Soares D. M.ª Coelho Leite de de Berredo abade Leite Cabral cap. Inf. de Carvalho de Carvalho Vasc.os, Miranda p. de 2 cav. O. de X.to solteiro, s.g. s.g. c.c. M.el Cabral solteira, s.g. p. de 4 Castelo Branco *** m. de 1 ...............................____________________________________ I B I I I I I M.ª Coelho M.el Pereira Diogo Leite Outros D. Mécia Leite D. Mécia de Berredo c.c. de Berredo II de Miranda freira em Arouca **** M.el da Fon.ca Cav. O. X.to p. de 5, 10 e 12 + 1728 I familiar do Santo Ofício 1675 ***** Bernardo P.ra p. de 3, 7, e 11 em 1665

*

**

*** **** *****

GAYO, Leites §6 N8 f.º de António Leite Cabral que "cazou com D. Margarida de Berredo f.º de Vasco Pr.ª senhor de Fermedo e sua m.er D. Izabel de Miranda viveram os ditos em Guimarães onde o dito António Leite matou um corregedor, e recolhendo hua f.ª e m.er a hum comvento foi p.ª Roma onde obteve hua conezia na sé do Porto para onde veyo e por ordem el Rey D. Manuel fundou o mosteiro das freiras de São Bento da cidade e unindo-lhe por Bullas outros mosteiros". Além de Gaspar, foram seus filhos - ainda segundo o mesmo informador - António Leite Cabral e D. Mécia de Berredo, freira em são Bento do Porto. GAYO, Correias, §36 N12; GAYO, Guedes, §10 N8. Ele, f.º de Álvaro Ferreira de Vasconcelos e sua m.er D. Branca de Sequeira de Almeida; ela, f.ª de Gregório Guedes Alcoforado e sua m.er D. Mécia Cardoso. Para Rui Lourenço de Carvalho ou Rui de Carvalho Alcoforado ver Os Morgados de Santa Comba… [p112] F.º de Luís de Gouveia de Castelo Branco e sua m.er Maria Cabral, nat.s e mor.s em Lamego, segundo as diligências de D. Mécia, juntas ao processo de António Tavares Teixeira. Livro dos Óbitos..., fl. 4v, onde se vê que D. Mécia Leite, religiosa, viria a falecer em 1728. LIMA - O Distrito de Aveiro nas Habilitações do Santo Ofício Revista Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. XI. (1974), p. 148: igualmente, vol. XXXVI (1970), p. 73, habilitação de seu f.º José Leite Pereira.

Os números a negro assinalam os padrinhos das crianças de EIRIZ e a ordem do nascimento dos respectivos afilhados. No quadro seguinte, se anotam os padrinhos do lado paterno, ou seja: O licenciado Sebastião Tavares foi pad. de Manuel (o primogénito), e pad. de Gaspar; o P.e João Teixeira Tavares foi pad. daquele Manuel; o cónego Jerónimo foi pad. de Maria; Francisco Tavares, primo coirmão do pai, foi pad. de Eufrásia; Jerónimo Tavares, irmão daquele, foi pad. de Jerónimo; Diogo Malafaia e seu irmão Bernardo, filhos de primos coirmãos, foram padrinhos respectivamente de João e de Sebastião. Já se anotou alhures que o afilhado não colhe, normalmente e por estes tempos, os nome do padrinho: Os afilhados de Sebastião não se chamam Sebastião; os de João não ficam João, mas sim Manuel; o afilhado de Diogo não é Diogo, mas João; e o afilhado de Bernardo é Sebastião. Excepção, o afilhado de Jerónimo Tavares Teixeira que foi Jerónimo.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

45

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

esquema 6 – ANTÓNIO TAVARES. Filhos, pais e avós: André Fernandes c.c. Catarina Vieira Jerónimo Tavares c.c. Jerónima de Pinho I __________________________________________________________________ Gonçalo Teixeira, de Eiriz, c.c. Maria Tavares João de Pinho M.el An.ta de Fr.co Tavares Cónego Pedro : Tav.s Freitas de Pinho Tav.s M.ª Freitas, relig., de 5 I ______________________________________________________________ _______________________________ I I I I I I I I I I I I I G.º Teix. Ldo Seb. P.e João Diogo M.el Cónego Jer.º AN.TO M.ª Fr.co Jer.º Tav.s N... M.ª Teix. da Porta Tavares Teix. Tav.s Teix. Tav.s Tav.s Teix. TAV.S Tav.s Teix. Teix. Freitas c.c. de 1 e 4 de 1 de 8 de 2 c.c. de 3 de 6 Relig. D.gos D. Mécia Malafaia ______________________________________________________________________________________ ________I 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 I I M.el Maria Eufrásia Gaspar Bernarda Jer.mo João Micia Seb.ão Teresa Diogo Joana Diogo Bernardo 1663 1664 1666 1667 1668 1670 1671 1672 1674 1676 1678 1680 de 7 de 9 de 11

O que é de pensar destas escolhas? O avô de Eiriz não foi chamado pois tinha falecido em 1634 e o tio Gonçalo Teixeira da Porta, finado em 1645, também não, obviamente; a avó, embora viva até 1712, não foi convidada: como também não os pais de D. Mécia (já falecidos?). Os escolhidos foram os irmãos de D. Mécia, como, aqui, os irmãos de António. O licenciado, por ser padre?, apadrinhou 2 crianças, o 1.º e o 4.º nados; o arcipreste, por ser padre?, apadrinhou o 1.º, também; o cónego Jerónimo, por ser padre?, apadrinhou o 2.º nado. Para os restantes, vão ser chamados os parentes de Roças e de Sela e dois filhos da vila, da Casa dos Malafaias. Parece resultar, em suma, que os padrinhos são escolhidos nos parentes mais próximos, sim; e deles, os de maior principalidade. Em todas as gerações, até ao séc. XIX, os pad.s das crianças irão ser os parentes mais chegados: Mais uma característica desta Casa. As diligências para a familiatura de ANTÓNIO TAVARES96 – onde se declinam os pais e avós acima, bem como os pais e avós de sua m.er – decorreram muito simplificadas, tendo bastado pouco mais do que provar que fora irmão enteiro do Licenciado Sebastião Tavares. Por certidão de Coimbra de 23 de Maio de 1671, consta do livro das creações dos ministros e familiares desta inquisição, a fls. 212, que Sebastião Tavares é conego. O processo fora endereçado a 15 de Novembro de 1670 ao Padre António Aranha abade de S.ta Eulália e arcipreste na vila de Arouca que conhecia o habilitando há mais de 40 anos por ser nat. da vila do Burgo 97. Em 25 de Novembro, são lavrados 6 testemunhos pelo escrivão Padre António Correia98: Sustentam, os inquiridos, que conhecerem muito bem ANTÓNIO TAVARES que vive limpa e abastadamente por ser homem rico e sabe muito bem ler e escrever. Foram três, as testemunhas: o P.e Gonçalo de Pinho nos seus 80 anos, clérigo do habito de S. Pedro e mor. em Eiriz 99; Domingos Aranha de Pinho, sargento-mor do vale e concelho de Arouca,

96 97

98 99

IAN-TT, Habilitações do Santo Ofício, António, Maço 4, Dil. 149. CASAS DE RONDE, IIB introdução aos Aranha, de Arouca, esquema 10, P.e António Aranha de Pinho, f.º de Jorge de Pinho e Brites Aranha, de Eiriz. CASAS DE RONDE, IIA introdução aos Correia, de Arouca, esquema 17. Irmão mais velho do anterior – Idem, ibidem – que já testemunhara no processo do P.e João Teixeira Tavares.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

46

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

mor. na vila do Burgo, 70 anos 100; e o P.e Pedro Ferreira, sacerdote de Missa, mor. no lugar de Alhavaite, também de 70 anos101. As diligências de D. MÉCIA e sua família são mais interessantes – já as da Vila da Feira, já as de Lamego. Decorrem na Vila da Feira (S. Nicolau), naturalidade de sua mãe Filipa Soares de Carvalho e do avô mat. Diogo Leite de Miranda; e em Lamego, naturalidade de seu pai Manuel Cabral Castelo Branco e avós pat.s Luís de Gouveia de Castelo Branco e sua m.er Maria Cabral 102. Nos dias 4 e 5 de Março de 1671, foram ouvidas 8 testemunhas, quase todas de idade acima dos 60, que não estavam conformes quanto aos anos de estada de D. Mécia em casa de seus parentes [seus avós maternos], que teria rondado os 6 anos (diziam uns, achando outros menos, e ainda outros entendendo muito mais; e até supunham, duas delas testemunhas, que D. Mécia era nat. da Vila da Feira: Heytor Pinheiro, lavrador, 60 anos, e Bartholomeu Pinto Gramaxo, homem nobre e juiz ordinário da Vila da Feira, 63 anos); são unânimes, porém, quanto à naturalidade de sua mãe Filipa que nasceu e viveu na Vila da Feira até ir casar a Lamego; bem quanto ao conhecimento de seu avô, Diogo Leite de Miranda. Similares diligências decorreram em Lamego, onde foram ouvidas 12 testemunhas, nos dias 11, 12 e 13 de Maio do mesmo ano, três de idade na casa dos 50 e as restantes com mais de 70. Todas à uma afirmaram que D. Mécia foi casar a Arouca avará 20 anos [consequentemente, por 1650103] e sendo ainda de pouca idade (1.ª test.ª); e que seus pais moraram na rua de Almacave (ou na rua da Olaria, segundo a 10.ª test.ª), como também seus avós, na dita Almacave (6.ª test.ª); Manuel Cabral Castelo Branco e sua m.er eram pessoas nobres das principais desta cidade de Lamego, onde ele foi juiz dos orfãos de propriedade, e Luís de Gouveia de Castelo Branco e sua m.er Maria Cabral, também pessoas muito nobres das principais familias desta cidade.

Filhos de ANTÓNIO TAVARES e D. MÉCIA, nascidos em EIRIZ e bb. em São Salvador:

3. Manuel104, ou "M.el de S. Bernardo Loyo" 105, b. por [seu tio] o P.e Sebastião Tavares a 26.04.1663 e af.º do abade de S. Miguel [de Urrô, seu tio, o arcipreste João Teixeira Tavares] e de Maria Coelho de Vasconcelos106;

100

101

102 103 104 105 106

Idem, ibidem, igualmente irmão dos dois já mencionados. Também testemunhara no proc.º do P.e João Teixeira Tavares. BURGO, livro 1, cit., irmão de Gonçalo Ferreira, de Alhavaite, e pad. de um sobrinho, Francisco, 1633. GAYO, “Leites”, §13 N12, trata aquele por Gaspar e a sua m.er, por D. Marta. Parecendo contudo, pelo nascimento dos filhos, ter casado muito mais tarde. BURGO, cit. Assento da letra de João Teixeira, vem só a fl.s 109, como que intercalado. Entre comas, as achegas de GAYO, provavelmente recolhidas de Salvador da Rocha Tavares, a referir. Tia de D. Mécia, segundo o esquema FAMÍLIA DE D. MÉCIA, atrás.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

47

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

3. Maria107, "Freira em Arouca", b. a 16.04.1664, af.ª [de seu tio] o cónego Jerónimo Tavares e João Cardoso de Miranda, abade da Feira 108. Coincide, segundo parece, com D. Maria de Berredo, abadessa do Mosteiro ao tempo do noviciado (1729) de sua sobrinha D. Maria Violante, abaixo; constava nessa qualidade no ano de 1727 e de 1728 109, pelo que teria ocupado a cadeira abacial neste triénio110; em 1703 fora mad. de sua sobrinha Melia, abaixo; faleceu D. Maria de Berredo, aos 10.08.1754, com 90 de idade111;

3. Eufrásia112, b. a 20.03.1666, af.ª de Francisco Tavares de Pinho [aliás, Francisco Tavares de Pinho II ou Francisco Tavares Teixeira 113] e Manuel Pereira de Berredo114;

3. Gaspar115, frade "Domenico", b. a 6.04.1667, af.º de Gaspar Leite Cabral116 e de [seu tio pat.] o prior [de Travanca] Sebastião Tavares;

3. Bernarda117, b. a 25(?).09.1668, af.ª de Diogo Leite118 e Maria de Freitas Religiosa119; a mesma, recebeu à morte de seu pai – 14 anos em 1682 – parte ainda de seu dote; coincide, provavelmente, com D. Bernarda Maria de Castelo Branco, falecida freira de Arouca no primeiro de Dezembro de 1752120;

3. Jerónimo121 Teixeira de Berredo, “Abade”, b. a 28.04.1670, af.º de Jerónimo Tavares122; em 1714, o P.e Jerónimo Teixeira, mor. em Eiriz, teve de Maria, solteira, f.ª de Domingos Brandão de Mursa, um f.º de nome António, aos 12 de Abril:

107 108 109 110 111 112 113

114

115 116 117 118

119

120 121 122

Encontra-se a fls. 112. Ver o mesmo esquema, João Cardoso de Miranda, abade de Santa Maria da Feira, tio de D. Mécia. Livro dos Obitos..., cit., fl. 4v. Livro das Relligiozas..., cit. Livro dos Obitos..., cit., fl. 11. Encontra-se a fls. 113v. Ver QUINTA DE TERÇOSO, CASAS DE SELA, QUINTA DE TERÇOSO. senhor de Terçoso, f.º de outro do mesmo nome irmão de Maria Tavares, avó da B. Ver o esquema FAMÍLIA DE D. MÉCIA. Primo coirmão de D. Mécia, segundo parece, e não o tio homónimo que, dizem os linhagistas, serviu em Estremoz e na Covilhã. Encontra-se a fls. 114v. O licenciado Gaspar Leite Cabral, tio de D. Mécia, no esquema FAMÍLIA DE D. MÉCIA. Encontra-se a fls. 116. Diogo Leite de Miranda, também Diogo Leite da Feira, pad. de Teresa, adiante, e, também, Diogo Leite de Miranda, da Feira, pad. de Joana: não seria o avô de D. Mécia, do mesmo nome, mas o primo coirmão de D. Mécia e f.º do licenciado Gaspar Leite de Miranda, no esquema. Poderá ter sido f.ª de João de Pinho e sobrinha de Antónia de Freitas, no esquema ANTÓNIO TAVARES. Livro dos Obitos..., cit., fl. 10v. Encontra-se a fls. 118v. Ver QUINTA DE TERÇOSO, CASAS DE SELA, QUINTA DE SELA. Parece tratar-se de Jerónimo Tavares Teixeira, de Sela, primo coirmão de seu pai, e de novo mencionado, abaixo, como pai de outro Jerónimo, pad. de Teresa.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

48

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

4. António Pereira de Carvalho – filho declarado do P.e Jerónimo Teixeira de Berredo e de Maria solteira, de Murça – tomou por mulher Natália Pereira, do Moção, f.ª de Domingos João, da Touta, e sua m.er Domingas Fernandes, mor.s no Moção, e tiveram: Luísa, nascida em Moção e b. a 3.06.1745 pelo P.e Francisco Pereira de Carvalho123, de Ronde, e af.ª de Jacinto Teixeira e de sua m.er Antónia de Pinho Vieira, do lugar da Porta 124;

O P.e Jerónimo Teixeira de Eiris voltou a ser pai de outra criança:

4. Maria, b. a 2.11.1716, f.ª de Maria, solteira, do Pisão;

3. João125, que "mor. novo", b. a 11.10.1671, af.º de Manuel Pereira, da Feira126, e Diogo Malafaia, da vila de Arouca [f.º de Domingos Malafaia e sua m.er Maria Vieira Teixeira127];

3. Micia128, b. a 23.09.1672, af.ª do reverendo abade de Santa Eulália António Aranha129 e Manuel Teixeira, morador na vila de Arouca [seu tio paterno de SÃO PEDRO]; em 1682 (aos dez anos), foi contemplada, também, com sua irmã Joana (2 anos), no testamento de seu pai; poderá ter sido D. Mécia de Berredo que faleceu religiosa no Mosteiro aos 18.07.1731130 (já que sua homónima e sobrinha, abaixo, embora de 28 anos em 1731, não consta ter professado);

3. Sebastião, "Conigo na Sé de Coimbra” 131, b. a 1.04.1674, af.º de Bernardo, f.º de Maria Teixeira e Diogo Malafaia [aliás, Domingos Malafaia, que encontrámos acima]; recebe, igualmente, aos 8 anos de idade, parte ainda de seu dote;

3. Teresa132, b. a 17.11.1676, af.ª de Francisco, f.º de Jerónimo Tavares, de Sela133, e Diogo Leite, da Feira; coincide, muito provavelmente, com D. 123 124 125 126

127 128

129

130 131 132 133

Curiosamente, outro Pereira de Carvalho. SANTA EULÁLIA, Arouca, livro 5 B. 1720-1749. Igualmente, CASA DA PORTA. Encontra-se a fls. 121. SÃO NICOLAU, livro 3 B. e C. 1671-1705, fl. 209. Por certo, Manuel Pereira de Berredo II, no esquema 5. Manuel Pereira de Berredo – f.º do desembargador Gaspar Leite Cabral e de D. Maria da Silva – casou-se na Feira em 1678 c. D. Luísa de Lemos (f.ª do desembargador António Lemos da Roza e de D. M.ª de Matos) – por procuração cometida ao desembargador Diogo Leite de Miranda, irmão do noivo, tendo sido uma das testemunhas, António Tavares da Rocha. Estas informações completam o referido esquema 5, acima. Ver CASA GRANDE DOS MALAFAIAS. Encontra-se a fls. 123. Micia, Miçia ou Mécia? Para Mecia, ver MACHADO - Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, entrada “Mecia 1”, onde vem: “É errónea a acentuação Mécia”. CASAS DE RONDE, IIB introdução aos Aranha, de Arouca, esquema 10, P.e António Aranha de Pinho. Livro dos Obitos..., cit., fl. 5v. GAYO “Leites” §13 N13 Sub14, bem como, nesta qualidade, nos paroquiais. BURGO, livro 2, cit. Ver QUINTA DE TERÇOSO, CASAS DE SELA, QUINTA DE SELA.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

49

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

Tereza de Barredo religiosa em S. Bento do Porto, mad. de [seu sobrinho] José, 1706;

3. Diogo ou DIOGO LEITE CABRAL, ou ainda Diogo Leite de Berredo, que fica com a Casa e continua, abaixo;

3. Joana134, b. a 25.08.1680, af.ª de Diogo Leite de Miranda, da Feira.

3. DIOGO LEITE CABRAL, b. aos 25.03.1678 pelo reverendo abade João Pinto Baldaia e af.º de Manuel [Pereira de Berredo], da Feira, e de hua ... [sic] sendo procurador seu irmão Manuel f.º do dito António Tavares135; pad. no BURGO, 1688, quando se declina f.º de D. Mécia, pois seu pai tinha já falecido; virá a casar-se a 3.10.1699, na vila de Ovar, com D. JOANA DE MATOS136, ou D. JOANA JACINTA DE MATOS (segundo o assento de B. de seu neto Diogo), f.ª de Manuel da Rocha Tavares e de sua m.er Maria de Matos [Soares da Fonseca]137; em 1731, num B. de S.ta Eulália, passou procuração ao P.e Manuel de Pinho, das Eiras [seu vizinho] 138; pouco depois, obtém a carta de brasão de armas, de 1732, já transcrita; é “Homem Bom da Ordenança” em 1736 139; é pad. de C. no BURGO, 1742, de uma f.ª do capitão Domingos de Pinho Pimenta, das Eiras, na companhia do reverendo Manuel de Pinho Vieira irmão da contraente 140; 134 135

136

137

138

139 140

BURGO, livro 2, cit.. Assento lançado pelo cura João da Silveira de Bulhões - o da foto da estela de sepultura – mencionado atrás. COUTINHO - Casa Solar da Oliveirinha, p. 255, observa que “Manuel Tavares da Rocha Pereira e D. Maria de Matos foram pais, além do Salvador em que falei, de Francisco de Matos, abade de Pigeiros por representação de seu irmão Manuel de Matos Soares Tavares, beneficiado, e quatro senhoras, das quais duas foram servas de Deus em São Bento do Porto, uma D. Violante, sem mais notícia por agora, e outra D. Joana, que casou com Diogo Leite Cabral, fidalgo de Arouca, com geração bastíssima” [sublinhado meu]. OVAR, livro 8, fl. 137; igualmente, a carta de familiar do Santo Ofício de seu f.º Bento José, abaixo. O levantamento da geração de Eiriz deve-se ao linhagista Salvador da Rocha Tavares (aproveitado, parece, por GAYO e Outros). “N. [nasceu] em Ovar e m. [morreu] a 5 de dez.º de 1748, sendo sepultado na capella-mór de Figueiros” [aliás, Pigeiros]. Era f.º primogénito de Manuel da Rocha Tavares, senhor da honra de Figueiros, e de D. M.ª de Matos Soares da Fonseca [pais também de D. Joana de EIRIZ]. Casou com D. Ana Maria de Sousa Vaveiro e Avila. Escreveu: Genealogia da Nobreza da comarca da Feira e da Provincia de Entre Douro e Minho”, segundo SOARES (Carcavelos) -Bibliographia Nobiliarchica Portuguesa, vol III, p. 46. Ver também: ALÃO, I-I, p. 569 e I-II, p. 501, nota A; GAYO, “Correias” §42 N15 e §70 N16, “Gouveias”, §54 N11 Sub12, “Pereiras”, §82 N2, “Soares de Albergaria”, §14 N12 e §18 N13, “Tavares”, §14 N14, “Costados I”, arv. 203 e “Costados II”, arv. 46v e arv. 47; Notariais da Vila da Feira, livro 42, fl. 296v; MACHADO - Brasões Inéditos (Heitor Pereira); revista Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. I (1935), pp. 257-259 (carta de brasão de armas de Manuel Alberto da Rocha Tavares); Idem, vol. XI, p. 60; Idem, vol. XII (1956), p. 21 (Pigeiros); idem, vol. XLII (1976), p. 256 (Salvador de Matos Soares – sogro de Diogo Leite Cabral – familiar do Santo Ofício em 1636). COUTINHO, ob. cit., p. 254, escreve: “Na igreja matriz de Ovar, ao lado da capela do Senhor da Agonia, estão gravados êstes dizeres numa pedra da parede: «Esta capella é de Salvador de Matos Soares e de seus herdeiros. Mandou fazer seu filho o prior de Carregoza [Teodósio de Matos]. Anno de 1670»”.E ainda, PINHO - Memórias e Datas para a História de Ovar. Mais recentemente: SOUZA-BRANDÃO - Moutinhos de S. João da Madeira e Pinhos da Arrifana de Santa Maria, p. 172, chamada 23 e p. 177. Etc. Ver QUINTA DA LAMEIRA, introdução aos Pinho, de Arouca, Os Pinhos da Pimenta e das Eiras. Deverá querer dizer, o beneficiado Manuel de Pinho Vieira, b. em 1682, cunhado do capitão Domingos de Pinho Pimenta; não podendo ser o P.e Manuel de Pinho Vieira, b. 1717, f.º do dito capitão. GONÇALVES - Município de Arouca..., ob. cit. BURGO, livro 3 B. e C. 1722-1750, 1722-1763. Registo de C. de Bernardo Teixeira com Bernarda de Pinho Vieira, 4.07.1742.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

50

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

e com sua f.ª D. Úrsula, volta a apadrinhar em 1752141. De 83 anos, aos 16.05.1761 na sua casa de Eiriz, faleceo da vida prezente com todos os sacramentos exseto o do S.º V.º por não estar capas de o Receber; Diogo leite cabral do lugar de Eyris desta freguezia do Salvador não fez testamento mas sim no dote que fez a seo filho Bento Joze leite lhe encarregou o seo bem dalma p.ª lho fazer conforme sua calidade o que satisfes fazendolhe tres oficios gerais e mandandolhe dizer batantes missas de que fis este asento dia, mes e era ut. supra 142.

ANTÓNIO TAVARES teve, ainda, um fº natural, Manuel Fernandes do Soito da Várzea fº de Isabel Solteira, daí, que c. 20.05.1686 c Antónia Brandoa fª de João Gonçalves de Marecos e de Antónia Brandoa, da Várzea – VARZEA, L.º 2.

141 142

SANTA EULÁLIA, livro 6 B. 1749-1770. BURGO, livro 9 O. 1705-1767, fl. 124v.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz

51

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

Diogo Leite Cabral con D. Joanna Jaçin ta de Mattos

Filho legitimo de Antonio Taua

i37

res Teix.ra e de sua m.er Dona meçia de Berredo, se Recebeo Con Dona Joanna

Jacinta de Mattos filha legitima de Mel Tauares da Rocha e de sua m.er Dona M.a de Mattos da Fonçeca, em prezença do P.e M.el de S. Bernardo, de minha Liçença e se receberão em os tres de outubro de mil e seiscentos e nouenta e noue tudo na forma do Sagrado Cnc. Trid: e Const: do Bispado, não Reçeberao logo as bençois por q.to se Receberão por procuração e deClaro q o dito Diogo Leite Cabral he Natura da freg.ª do Burgo de Arouca Bispado de Lamego e ella Dona Joanna desta freg.a de Ovar Bispado do Porto por verdade fis este q asinei con as testemunhas o benefiçiado Thome Soares e P.e João Rõ.z era ut supra

Antonio Barboza Thome Soares de Mattos o P.e João Rõz. Romejrão

Filhos de DIOGO LEITE CABRAL e sua m.er D. JOANA DE MATOS, nascidos na Casa de Eiriz143:

4. António, b. em S. Salvador do Burgo (tal como seus quatro irmãos seguintes) a 22.08.1700; padrinhos: por procuração do reverendo abade de Carregoza Teodosio de Matos foi assistente o Beneficiado Thome Soares e mad. D. Mécia de Berredo [sua avó]144; parece coincidir com o “Álvaro ou António Frade Loyo”, no dizer de GAYO 145;

143

145

BURGO, livro 2, cit. Teodósio de Matos e Tomé Soares, por certo dos Matos-Soares de sua mãe; Tomé Soares de Matos foi testamenteiro do C. de D. Joana, acima. GAYO, “Leites” §13 N13 Sub14 Sub15.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz52

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

4. Maria, b. a 20.09.1701, b. pelo beneficiado Thome Soares e af.ª de [seu tio] o cónego Sebastião Tavares e de D. Angela Mascarenhas da Arrifana146; provavelmente, é a mesma D. Maria Violante de Berredo que tomou a mantilha de novissa a 10.10.1729 sendo abadessa sua tia D. Maria de Berredo, e que professou a 22.04.1731147, vindo a falecer a 30.01.1771148;

4. Mesia149, b. a 3.05.1703, b. por (seu tio pat.) Manuel de S. Bernardo religioso de S. Eloi e af.ª de [seu tio mat.] Salvador da Rocha Tavares 150 e de [sua tia pat.] D. Maria de Berredo, religiosa;

4. Manuel, b. a 17.08.1704 pelo P.e Jerónimo Teixeira [seu tio pat.] e af.º do Beneficiado Manuel de Matos e sua irmã D. Mariana Luisa de Matos religiosa de S. Bento da cidade do Porto151;

4. Josefa, b. a 8.02.1706, af.ª de [seu primo coirmão] Jacinto de Quadros [da QUINTA DE SÃO PEDRO] e de D. Tereza de Barredo Religiosa de S. Bento da cidade do Porto [sua tia Teresa, acima, 1676, segundo parece];

146 147 148 149 150 151

GAYO, “Borges”, §5 N12 Sub 13.Talvez, D. Angélica Mascarenhas. Livro das Relligiozas ..., cit., fl. 6. Livro dos Obitos..., cit., fl. 14v. Misia, Miçia ou Mécia? como comentei. Salvador da Rocha Tavares, o apreciado linhagista já mencionado. Por certo, dos Matos Soares.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz53

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

A partir destes, não constam mais filhos no BURGO ...; numa escritura de obrigação q fizeram os moradores da freg. do Salvador para aver de aver Sacrario na dita freg.152, Diogo Leite Cabral, que então andava nos 53, prima pela ausência...; embora seu irmão o P.e Jerónimo Teixeira se diga de Eiris, em 1714 e 1716 (quando pai de duas crianças havidas em mulheres diferentes), facto é que Diogo Leite Cabral sumiu-se! Declaro que nesta escritura não assignou Diogo Leite Cabral por ser auzente Nem Alberto Teixr.ª do Burgo Nem Caetano Teixr.ª do mesmo... (como se lê, concluídas as duas páginas de assinaturas).

Volta a ser notícia em Eiriz só em 1731, ano em que, para apadrinhar uma criança, passará procuração ao P.e Manuel de Pinho, da Eiras, e, ao mesmo neófito, serve de madrinha sua f.ª Úrsula Maria, com procuração passada a outro seu f.º, João Leite. Digamos que Diogo Leite Cabral se ausentou de 1707 até 1730, por um longo período de 23 anos! Onde se teria ele instalado? Poderá suspeitar-se que em S.ta Eulália, nomeadamente no lugar de S.to António, assento bastante mais tarde e casa nova dos mesmos de Eiriz: mas nada disto consta! Poderá pensar-se na vila da Feira, S. Nicolau, casa dos de sua m.er D. Joana de Matos, mas também não consta!

O período de ausência oferece, contudo, uma boa hipótese para a datação do solar de Eiriz: ou seja, entre 1707 e 1730. A carta de brasão de armas é de 1732: é de admitir que – casa já pronta – tivesse sido a última pedra a ser colocada, para o que bastaria rasgar um pouco o cunhal..., como se vê.

Em 1747, Diogo Leite Cabral, da Casa de Eiriz, é provedor da Misericórdia. Sabe-se, efectivamente, que voltou a Eiriz, e por lá ficou até ao seu passamento em 1761, e que tivera mais filhos, tais:

152

ADA, Notariais de Arouca, Tab. António Tavares, livro 266-34, fl. 134v, escritura muito interessante, pelas assinaturas dos subscritores.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz54

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

4. Angélica, ou D. Angélica, mad. no BURGO em 1742 na companhia de Bento José Cabral – filhos de Diogo Leite Cabral de Eiris153 – e de novo

mad. de sua sobrinha Mariana em 1752, e ainda D. Angélica f.ª de Diogo Leite desta freg., em 1755154; faleceu a 25.07.1760, com todos os sacramentos Donna Angelica Luiza Leite do lugar de Eyris desta Fragezia não fes testamento mas sim hum Rol p.ª sua Irma D. Urcella de Romaris tambem desta Fragezia, lhe mandar dizer de missas pella sua alma operduto de hum cordam de ouro e mais coatro moedas de ouro de 1800 Rs cada huã mais hum boj ou a metade de huã junta de bois que he e era de ambas as ditas Irmans e mais duas colheres e dois garfos e duas facas de prata como milhor constara do dito Rol Seo Irmam Bento Joze Leite Cabral lhe mandase fazer tres ofiçios de nove licois e gerais p. r todo o Clerigo que esmola quisesse aseitar por conta de seo paj por este estar demente o coal tem obrigação do dito bem dalma155;

153 154 155

BURGO, livro 3 B. e C. 1722-1750, 1722-1763. BURGO, livro 4 B. 1750-1786. BURGO, livro 9, cit., fl. 120v.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz55

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

4. D. Úrsula, mad. em 1731 na pia baptismal de S.ta Eulália com procuração passada a seu irmão João Leite, ou D. Urcella Maria de Castelo Branco, f.ª de Diogo Leite Cabral e D. Joana Jacinta de Matos, de Eiriz, que casou a 13.06.1757 com Roberto António Teles e Meneses da Silva, da QUINTA DE ROMARIZ, f.º de Manuel Pereira Burgos, do Moção, e D. Mariana Josefa Teles [de Meneses], do Romariz, tendo sido testemunhas o Dr. Gaspar José Teixeira [da Casa do Burgo] e José Alexandre de Castelo Branco da vila de Arouca156;

4. João Leite Cabral, “Conego em Coimbra”157; efectivamente, foi pad. no BURGO o Reverendo Conego de Coimbra em 1755 com sua irmã D. Angélica; comparecera igualmente na fonte de B. de Santa Eulália a 21.03.1731 por procurassam de sua Irmã Donna Ursula Maria;

(4). D. Maria Barbora de Berredo, que apenas se sabe falecida aos 23 de Abril de 1763158;

(4). António Joaquim Leite, pad. em 1805 de sua sobrinha [sobrinha-neta?] Maria José, abaixo, f.ª de António Leite Cabral e neta de Bento José Leite Cabral;

4. BENTO JOSÉ LEITE CABRAL, a seguir.

4. BENTO JOSÉ LEITE CABRAL, que se diz nat. e mor. na Quinta de Eiris159, ainda solteiro, em 1742, apadrinha com sua irmã Angélica Luísa; recebe, no mesmo ano, carta de familiar para servir o Santo Ofício, já mencionada, onde constam pais e avós, seus e de sua m.er.; fora “quitado para casar em 1748”, segundo a mesma familiatura160; ou BENTO JOSÉ LEITE PEREIRA DE BERREDO161 c.c. D. ANTÓNIA MICHAELA162 PEREIRA DE AZEVEDO163 ou PEREIRA DA SILVA164, f.ª de Cristovão da Silva Pereira165 e de [Joana] Maria Vitoria [Pereira] da Silva166, da Quinta de Sequeiros (Santiago de Piães), donde ele era nat., f.ª de Diogo Álvares e sua m.er Joana da Costa, e ela, da Quinta de Fornelos (S. João de Alpendurada, Marco de Canaveses), f.ª

156 157 158 159

160 161 162 163

164 165

166

Idem, ibidem. GAYO, idem, ibidem. Livro dos Óbitos..., cit., fl. 13v. Na carta para familiar do Santo Ofício, 1742; também, no registo de B. de sua neta Maria Emília em 1790: não tendo sido encontrado nos registos paroquiais, como atrás dito. Revista Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. XXVI (1960), p. 214. No assento de António em 1793. Antónia Maria Micaela, no assento de 1790. BURGO, livro 4, cit. Da Quinta de Sequeiros, freg. Santiago de Piães, mad. na companhia de seu marido Bento José Leite Cabral. No assento de B. de seu neto António, 1793. SANTIAGO DE PIÃES. Cristovão da Silva Pereira, da Quinta de Sequeiros, foi pad. de C. de Alexandre Correia de Noronha e D. Mariana Josefa da Silveira Pereira, da Quinta de Casal Seco, Piães, 1728. D. Maria Vitória da Silva, no B. de Diogo; D. Joana Maria Vitória Pereira da Silva, no B. de Mariana.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz56

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

de Manuel Freire Pinto e sua m.er Páscoa Maria Valente167. Morou com sua m.er na Quinta de Sequeiros. Não sabemos se voltou a Eiriz, mas sim sua m.er a quem se atribuiu o “oratório particular de D. Antónia Maria Michaella”168. BENTO JOSÉ LEITE CABRAL faleceu em Eiriz 26.02.1777 e sua mulher em 24.12.1799.

Foto de um “leito de campanha” que serviu, provavelmente, nas deslocações entre o Douro e Arouca169. É suposto que o tivessem concebido a facilitar o transporte. É o que parece, por ser desmontável. Todavia, o marceneiro não prescindiu da decoração de bilrros..., condição para ser um leiro.

De BENTO JOSÉ e D. ANTÓNIA MICAELA vieram filhos, todos bb. em Santiago de Piães170:

5. Mariana, ou D. Mariana Leite Pereira de Berredo (mad. de seu sobrinho Jerónimo, o futuro Morgado de Eiriz), b. a 19.12.1752, af.ª de António Osório Pereira cap.-mor deste C.º mor. em sua q.ta da Póvoa 171 e D. Angélica tia da b. e mor.a na sua q.ta de Eiris (sua tia pat.]; entrou, com sua irmã Úrsula, abaixo, para noviça do Mosteiro de Arouca a 20.07.1777 e professaram 167

168 169

170

171

Revista Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. XXVI (1960), p. 214, habilitações para familiar do Santo Ofício de Bento José; ver também GAYO, “Leites” §13 N15; “Correias” §62 N20; “Correias” §42 N16 Sub17. Ver ABERTURA, estes apontamentos, 22. afirmações e doações. NASCIMENTO - Leitos e Camilhas Portuguesas…, p. 90, onde se pode ler: “Leito de Campanha. O leito dobradiço, fácil de armar e desarmar, reproduzido nas estampas LXIII e LXV [espécimes não iguais ao leito da Casa de Eiriz], fazia parte do mobiliário ligeiro facilmente transportável para serviço de deslocações temporárias”. SANTIAGO DE PIÃES, B. 1751-1759, sucessivamente, fl. 9, 21v, 49, 65, 79v, 89 e B. 1759-1793, fl. 4v e 21v. BRAVO, ob. cit., p. 241. Seria tio do conhecido, também capitão-mor, Caetano Pereira Bravo de Vasconcelos Osório.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz57

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

ambas a 22 de Julho do ano seguinte172; faleceu e ficou na sepultura n.º 2: Dona Marianna Leite, f.ª de Bento Joze Pereira Cabral e D. Antónia Micaela mor.s na Quinta de Íris, a 13.03.1833173, contando pois 80 anos;

5. Diogo ou Dr. Diogo Leite Cabral, cónego da Sé de Coimbra, nascido na Quinta de Sequeiros e b. a 17.11.1753, af.º de Luís Pereira de Andrade de Sobrado de Paiva e de D. Maria Leite de Magalhães m.er de Martinho de Azevedo Pereira cap.-mor da vila do c.º de Barqueiros ... procuração seu cunhado Antonio Osório Pereira da q.ta da Povoa e sarg.-mor deste C.º; ou o conego prebendado da sé de Coimbra com procuração passada no B. de Ana, 1789, f.ª de D. Josefa Matilde174; ou ainda o Dr. Diogo Leite Cabral, cónego da Sé de Coimbra – qualidade evocada no B. de sua sobrinha D. Joaquina Casimira, 1791 (f.ª de seu irmão António), – que recebera em 1772 e aos 19 anos prima tonsura e 4 graus de Ordens Menores175;

5. José, b. a 24.02.1754, af.º de António de Andrade da q.ta do Carvalho, Freg. de Fornelos, e sua m.er D. Tereza Clara de Melo;

5. Úrsula, b. 30.10.1755, af.ª de Manuel Diogo de Pinho Teixeira da vila de Vagos176 e por procuração tocou o Reverendo Beneficiado Tomás Alvares Pereira de Andrade e mad. D. Mafalda Josefa e por procuração o [mesmo] Reverendo; ou Dona Úrsula Margarida de Berredo que faleceu religiosa no Mosteiro de Arouca a 16.03.1809, f.ª de Bento Joze Preira Cabral e de sua m.er D. Antonia Micaela moradores em Iris177;

5. Maria, b. a 11.08.1757, ou D. Maria Emília, mad. em 1806 de sua sobrinha Maria José;

5. João, b. a 8.04.1759, af.º de D. Mariana Angélica de Mattos religiosa de Arouca178 por procurassam Diogo da Silveira Pereira Sargento-mor do C.º de Sanfins179;

5. Joana, b. a 5.04.1761 – af.ª de Diogo da Silveira Pereira Berredo Leite e sua m.er D. Isabel David Evangelho nat.s e mor.s no lugar de Mourilhe de S.

172 173 174 175 176

177 178

179

Livro das Relligiozas..., cit., fl. 19. Livro das Sepulturas…, fl. 27. Ver QUINTA DE TERÇOSO, CASAS DE SELA, CASA DA QUINTA DE SELA. AUC, Ordenações Sacerdotais, caixa 367, n.º 21; DIII, S1ªE, E7, T3, N21. Ver SOUZA-BRANDÃO, ob. cit., p.172 e seguintes e esquema 4. Descendente, por certo, de Diogo de Pinho Teixeira, por seu f.º João da Fonseca da Cunha (o Velho). Livro das Sepulturas ..., fl. 14v. Consta do mesmo Livro das Sepulturas ..., fl. 3: Aos 26 de Fev.º de 1792 faleceu neste mosteiro de Arouca a M.e Dona Maria Angélica de Matos, f.ª de Diogo de Pinho Teixeira e de D. Lionarda Joana de Matos, da vila de Vagos, sepultada na oitava sepultura do Claustro deste Mosteiro. Ver, adiante, o esquema FAMÍLIA DE D. JOSEFA ANGÉLICA. Viria a ser o 8.º morgado da q.ta de Antemil (Piães) e marido de D. Maria Rosa de Lacerda Pereira Pinto e Vasconcelos.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz58

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

Cristovão de Nogueira180 – talvez D. Joanna Leite da cidade do Porto, mad. de [sua sobrinha] Maria Emília, 1790;

5. ANTÓNIO LEITE CABRAL, que segue na Casa.

5. ANTÓNIO LEITE CABRAL DE BERREDO (1789 181) ou ANTÓNIO LEITE CABRAL (1790, 1791, 1794, 1795 e 1800 182 e ainda em 1819183) ou também ANTÓNIO LEITE PEREIRA DE BERREDO (1793 184) ou, ainda, ANTÓNIO LEITE CABRAL TAVARES (1808185), foi a b. aos 11.10.1762, af.º de Roberto Teles de Meneses e sua m.er D. Úrsula Maria de Jesus de Arouca [seus tios] e com sua procurasam o tocarãm Manuel de Lacerda e seu f.º António de Lacerda 186. Era sargento-mor das ordenanças em 1814, vindo a falecer na Casa de Eiriz em 30 de Junho de 1830187. Casara ANTÓNIO LEITE CABRAL 188 a 26.07.1789, enlace testemunhado por António de Lacerda de Sinfaes) c. D. JOSEFA ANGÉLICA PEREIRA DE MENESES CASTELO BRANCO 189 ou D. JOSEFA ANGÉLICA PEREIRA DE MENESES190 ou D. JOSEFA ANGÉLICA DE VASCONCELOS CASTELO-BRANCO191 ou D. JOSEFA ANGÉLICA DE VASCONCELOS E MENESES192, f.ª de António de Almeida [de Castelo Branco e Meneses] e de sua m.er D. Juliana de Lacerda 193 (ou D. Juliana Joaquina de Vasconcelos, de Cimbres 194, do couto de Salzedas, donde António de Almeida era nat.195]; moraram na Quinta de Eiriz, embora, também, senhores fossem da Quinta de Sequeiros196; e ainda, JOSEFA ANGÉLICA PEREIRA DE CASTRO E MENESES, no b. de Ana, 1786 dos Cerveira Ferreira, de Sela.

180 181 182 183 184 185 186

187 188 189

190 191

192

193 194 195

196

PIÃES, B. 1759-1793. No assento do seu próprio C. Nos registos de seus filhos, nesses cinco anos. Pad. de seu neto Diogo, o futuro “Juiz de Direito” da Vista Alegre. No registo de seu próprio casamento, 1789, acima, e no registo de seu f.º, outro António, 1793. No registo de C. de sua f.ª D. Maria Emília, 1808. Talvez, Manuel de Lacerda e Vasconcelos e seu f.º António Lacerda Pereira de Vasconcelos, de Cinfães: sendo estes, avô e tio de sua futura m.er D. Josefa Angélica, a ver adiante. SIMÕES JÚNIOR - Arouca (Subsídios para a sua monografia). Declinado António Leite Cabral de Berredo, como acima foi dito. Pouco antes, a 7.04 do mesmo ano, foi mad., por procuração, de Ana, f.ª de D. Josefa Matilde (já mencionadas, atrás), designada D. JOSEFA ANGÉLICA PEREIRA DE CASTRO E MENESES, do lugar de Simbres. No assento de B. de Maria, 1790. No registo de ingresso, com seu marido António Leite Cabral, na Irmandade da Misericórdia, a 23.02.1794. Nos BB. de seus filhos António, 1793, José, 1794, e Diogo, 1795; Vasconcelos de Meneses, no O. de sua f.ª D. Rita de Cacia. BURGO, livro 7 C. 1763-1830. REZENDE, ob. cit., p. 88, onde apenas figura por D. Juliana, sem mais. Na PEQUENA ÁRVORE GENEALÓGICA inserida no Livro da Casa de Eiriz lê-se António de Almeida Castel Branco, sucessôr c.c. D. Juliana Joaquina de Lacerda Pereira, ele, f.º de Luiz José de Menezes sucessôr, cap.ão mor de Simbres c.c. D. Michaela Jacintha de Magalhães. Acha-se que vem morrer à Quinta de Eiriz em 02.04.1792. ANTÓNIO LEITE c.c. JOSEFA LEITE de S. Salvador de Arouca e srs. da Quinta de Siqueiros, segundo uma notícia de PIÃES - Apadrinhamento em 1809 de seus filhos António Leite de Almeida e D. Maria Emília Leite: não se entendendo, porém, donde pudesse advir o apelido Leite de D. JOSEFA, senão de seu marido.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz59

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

O matrimónio trouxe novas relações a Arouca: esquema 7 – FAMÍLIA DE D. JOSEFA ANGÉLICA, de Cinfães D. Maria de Vasconcelos c. 1709 c. o cap. Manuel de Lacerda e Vasc.os n. 1689, em Cinfães n. 1687, na Quinta de Valbom, S. Cristovão Nogueira __________________________________________ I I I I I Fr.co de An.to Lacerda Outros D. M.ª de S. João D. Juliana Joaquina c.c. An.to de Almeida Lacerda P.ra de de Lacerda de Lacerda Cast.º Branco e P.ra de Vasc.os e Vasc.os P.ra de Vasc.os Meneses, Vasc.os Pereira de Cimbres n. 1713, + 1800 n. 1723, + 1807 c. 1743 I ________________ I de 1 de 5 de 2 I I D. M.ª Rosa de D. M.ª Joaquina D. Josefa Angélica P.ra Lacerda P.ra Pinto de Meneses Cast.º Branco e Vasc.os, 1745 c.c. Diogo da Silveira P.ra, de 4 morgado da Q.ta de Antemil, de 7 Pad.s de 5 filhos, dos 10 de D. Josefa, os nados: 1, 2, 4, 5 e 7

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz60

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

Não se poderá dizer que o escudo assenta sobre uma cartela. Com efeito, mais parece que uma cartela de flores invade os lados do escudo alongando desmedidamente a sua forma. Assim, é difícil divisar, sequer imaginar, a forma original do campo, ponto de partida da extravagante composição. O primeiro quadrante, de ouro, (uma constelação) com 5 estrelas de vermelho, por Tavares; o segundo, de azul, com cruz de ouro potenteia e vazia (que se ajusta), por Teixeiras; o terceiro, de prata (talvez o mesmo fundo claro do primeiro), com 2 cabras de púrpura, uma sobre a outra (mas voltadas ao contrário), por Cabrais; o quarto, (de novo) de azul, com um leão de ouro, por Castelo-Brancos. De tudo, o mais surpreendente, é a “diferença”: Um trifólio imenso, desproporcionado, que veio para o centro do primeiro quadrante! De resto, do elmo e do timbre, nada de especial a acrescentar. Ao lado, tento entender as proporções da figura-base do escudo. Até há pouco, os heraldistas tinham expressões semelhantes a esta consequência da imperícia do desenhador. Todavia, o valor antropológico de tais legados suplanta de longe a representação “com regras”. Efectivamente, a “perfeiçam das armas” é propósito de “manual”, mas não é diapasão aferidor da qualidade dos nossos monumentos.

Bem-humorada, alegre e fresca, são os atributos do documento, especialmente pelo delirante trifólio que plana como um “papagaio” no céu de um verão de Arouca; pela brilhante constelação de estrelas; e pela cartela de generosos braçadas de flores campestres que levam a matriz “guerreira” a girândola de prazer e de festa!

ANTÓNIO LEITE CABRAL houve, de sua m.er D. JOSEFA ANGÉLICA, filhos nascidos na Casa de Eiriz:

6. Maria, ou D. Maria Emília Leite, ou D. Maria Emília Leite Pereira de Berredo, b. a 16.03.1790197, por [seu tio] o reverendo cónego Diogo Leite Cabral e af.ª de Francisco de Lacerda [Pereira de Vasconcelos], de Cinfães [irmão de sua avó D. Juliana Joaquina] e de D. Joanna Leite, da cidade do Porto [que acima se colocou, por hipótese, irmã de ANTÓNIO LEITE CABRAL] e por testemunhas Manuel Fradique de Siqueira, de Milhaço198 e José Caetano Cerveira, de Urrô199; D. Maria Emília Leite

197 198

BURGO, livro 5 B. 1786-1810, bem como para os registos seguintes. Ver CASAS DE RONDE, IIB introdução aos Aranha de Arouca, esquema 9. Pai de D. Maria Cândida, da Casa do Burgo.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz61

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

amadrinha em Piães em 1809, como se disse, e virá a casar-se com um seu parente, dos Rocha Tavares, de Ovar 200, c.g.201. Com efeito, figura de 14.06.1808 o registo de C. na capela de António Leite de Eiris, de Manuel Maria da Rocha Tavares Pereira Corte Real, f.º de Salvador da Rocha Tavares Pereira Corte Real e sua m.er D. Angélica Violante, da vila de Ovar, com D. Maria Emília Leite Pereira de Berredo, f.ª de António Leite Cabral Tavares e sua m.er D. Josefa Angélica Castelo Branco da q.ta de Eiris;

6. D. Joaquina Cazemira, b. a 7.05.1791 pelo Rev. Dr. Diogo Leite Cabral conego da cathedral de Coimbra natural da Quinta de Eiris [irmão de seu pai] que também foi seu padrinho, e mad. D. Maria de S. José [ou D. M.ª de S. João202] de Vasconcelos, da freg.ª de São Cristovão de Nogueira [irmã de sua avó D. Juliana Joaquina]; 6. António, (chamado António de Almeida Novo, no B. de seu irmão Jerónimo, 1811, de quem foi pad.) ou ANTÓNIO LEITE DE ALMEIDA pad. em 1809 em PIÃES com sua irmã D. Maria Emília ou também ANTÓNIO DE ALMEIDA CABRAL TAVARES203 e, também, ANTÓNIO DE ALMEIDA PINTO CABRAL204 ou ainda ANTÓNIO DE ALMEIDA LEITE CABRAL205, que segue.

A confusão instala-se. ANTÓNIO LEITE CABRAL e ANTÓNIO DE ALMEIDA LEITE CABRAL: pai e filho; JERÓNIMO LEITE CABRAL CASTELO BRANCO (a ver adiante) e JERÓNIMO DE ALMEIDA CASTRO MENDONÇA CASTELO BRANCO: tio e sobrinho. (Ambos do nome Jerónimo; da mesma idade; e do último sobrenome Castelo-Branco). Tanto assim, que PINHO LEAL (entrada “Piães”), confunde os dois Jerónimos, pois diz:

“É n´esta freguezia a casa da Vista Alegre, rica propriedade do senhor Jeronymo Leite Cabral Tavares Castello-Branco, que hoje reside na Quinta de Eiriz (vinculada) próximo e ao O.S.O. de Arouca.” Certo é que houve 199

200

201

202 203 204 205

Ver QUINTA DE TERÇOSO, CASAS DE SELA, CASA DA QUINTA DE SELA; ver igualmente QUINTA DA LAMEIRA, introdução aos Pinho, de Arouca, quadro “esboço dos Carllos”, marido de D. Josefa Matilde de Almeida Ferraz Bravo. Ver GAYO, Tavares / Rocha Tavares; também, PINHO - Memórias e Datas para a História de Ovar; ou ainda, COUTINHO - Mouras Coutinhos da Esgueira, «Revista Arquivo do Distrito de Aveiro», vol. XI (1945), p. 185. BURGO, livro 6 B. 1810-1831. Consta em Eiriz o B. de Manuel, a 1 de Fevereiro e neste mesmo dia falecido; e de Antónia, f.ª de D. Maria Emília Leite Pereira de Berredo, af.ª de José Maria Rangel de Quadros e sua m.er D. Antónia ... e Meneses da cidade de Aveiro e por procuração António Leite e Diogo Leite da quinta de Eiris e testemunhas Francisco José Tavares meu coadjutor e João Teixeira de Pinho Pereira asistente na vila de Arouca. REZENDE, ob. cit., p. 88. BRAVO, ob. cit., p. 262. Como pai de José Maria Leite de Castro Pinto Castelo Branco. No B. de seu f.º Jerónimo, 1818. Com o nome de António de Almeida Leite Cabral vem consagrado na PEQUENA ÁRVORE GENEALÓGICA inserida no “Livro da Casa de Eiriz”: O apelido Almeida advinha de seu avô mat. António de Almeida Castelo Branco e Meneses.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz62

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

dois Jerónimos: Um deles, irmão de António de Almeida; o outro, f.º de António de Almeida. A Quinta da Vista Alegre – Quem nos conta o percurso da Vista Alegre é a Monografia ... de Sanfins da Beira206 –. passou aos filhos do segundo Jerónimo e nunca esteve na posse do primeiro Jerónimo. Atentando no que antecede: a primeira afirmação (“É n´esta freguezia a casa da Vista Alegre”) está correcta; a segunda (“rica propriedade do senhor Jeronymo Leite Cabral Tavares Castello-Branco”) está errada; a terceira (“que hoje reside na Quinta de Eiriz (vinculada) próximo e ao O.S.O. de Arouca”) está correcta.

O primeiro quartel do esquartelo ostenta as armas da CASA DE EIRIZ; o quarto, as armas do Castro-Pinto; no segundo quartel, serão apelidos da avó paterna - asc. de Josefe Angélica P.ra de Meneses Castelo Branco, de Cinfães? - e o terceiro trará apelidos do avó materno - asc. dos Correia de Noronha de Casal Seco?.

206

BRAVO, ob. cit., p. 263: “...a casa e Quinta da Vista Alegre, tendo ficado, por testamento do mesmo José Maria, com todos os bens do casal, à sua viúva, D. Casimira, veio, mais tarde, a pertencer aos sobrinhos dela e aos sobrinhos de seu defunto marido...”. Os herdeiros de D. Casimira foram duas sobrinhas casadas em Mesão Frio, uma Huet Bacelar, do Porto, e o Dr. José Maria Cochefel, de Resende; e, de Arouca, os quatro filhos de Jerónimo: Abílio, D. Ernestina, D. Júlia e Álvaro. A Casa foi vendida.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz63

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz64

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

Pedra de armas da casa de Vista Alegre. Esquartelado: no primeiro, contra-esquartelado de Eiriz, como disse; no quarto, partido de Pintos e de Castros de 13 arruelas; no terceiro, vêem-se Cardosos e Andrades (ou Freires) e Osórios?; o segundo do esquartelado não é fácil de identificar: Couro?, Correia?, Semedo? Garcês? A Casa foi propriedade e residência de José Maria, f.º de António de Almeida – A Casa da Vista Alegre deve-se a D. Susana Emília, que a mandou levantar depois do falecimento de seu marido António de Almeida Leite Cabral, vindo a passar a seu f.º José Maria, por serem já falecidos seus outros filhos Jerónimo e Diogo 207 – recebeu o complexo brasão de 14 ou mais partições, um esquartelado que mostra no 1.º quartel, contra-esquartelado, o brasão de Eiriz: as armas de seu trisavô Diogo Leite Cabral. Em suma – centrados em Jerónimo de Almeida Castro Mendonça Castelo Branco – a Quinta de Sequeiros era de seu pai; a Casa de Eiriz, de seu tio homónimo; a Quinta da Vista Alegre, de seu irmão José Maria, s.g., depois herdada por seus filhos e outros parentes. esquema 8 – Jerónimo, tio, e Jerónimo, sobrinho António Leite Cabral Tavares c.c. D. Josefa Angélica – Ver esquema, acima sr. da CASA DE EIRIZ e da Quinta de Sequeiros, Piães moradores na CASA DE EIRIZ _________________________________ I I D. Susana Emília c.c. An.to de Almeida Jerónimo Leite Leite de Castro Pinto Leite Cabral Cabral Tavares n. 1793 n. 1793 Cast.º Branco da Q.ta de Casal Seco senhor da Quinta de Sequeiros “Morgado de Eiriz” _________________________________________ n. 1811 I I I af.º de seu irmão António José Maria Leite Jerónimo de Almeida Desembargador Diogo Leite de Castro Pinto Castro Mendonça de Castro Pinto Castelo Branco Castelo Branco Castelo Branco, sr. da Vista Alegre sr. da Q.ta de Barreiros no Pico, Açores, em Santiago de Piães e Casa de Eiriz + solt.º em 1882 c. 1866 c.c. na Casa da Vista Alegre + 1892, s.g. D. Ema Júlia Ferr.ª Pinto Basto I __________________________________________________________________________ com geração que continua a Casa de S.to António (S.ta Eulália, Arouca) e a CASA DE EIRIZ

Feita a advertência, retoma-se a sequência dos filhos de D. Josefa Angélica: 6. José, ou José Maria, b. a 25.03.1794, af.º do cónego Diogo Leite com procuração do conego Luiz Rebelo de Carvalho da cidade de Coimbra e de D. Maria Joaquina, tia do b., perante testemunhas que foram o P.e

207

BRAVO, ob. cit., [“A capela da Casa da Vista Alegre”], p. 173.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz65

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

Domingos de Pinho Pimenta, das Eiras208, e o P.e Bernardo Aranha, de Milhaço209; desconheço se coincide com José Leite Cabral, da Várzea, tendo entrado na Misericórdia no mesmo ano, 1848, de [seu irmão] Jerónimo Leite Cabral; se assim, viveria na Casa da Vinha do Souto com seu outro irmão, Bento José, abaixo; 6. Diogo, b. a 18.04.1795, n. a 11 do mesmo mês, af.º de António de Lacerda Pereira Vasconcelos [outro tio avô], de Cinfães, e, com procuração, Roberto António Teles da freg. de Santa Eulália210; provavelmente, Diogo Leite Cabral, viúvo, mor. na Quinta d´Eiris, e rematante em 14.02.1875 de propriedades em Roças, pouco depois de idêntico procedimento de [seu irmão] Jerónimo Leite Cabral 211; 6. Bento José, b. a 14.02.1800, tendo n. a 6, foi af.º de António de Albergaria Monteiro e Mendonsa da cidade de quembra [Coimbra] e mad. a S.ra da Dores e por procuração, seu tio Diogo Leite digo sua tia Dona Maria do mesmo lugar de Eiris; testemunharam o Reverendo P.e José Teixeira do Pereiro e Ignacia Ferreira criada do mesmo Antonio Leite Cabral. Morava ainda em Eiriz em 1820, ano da entrada na Santa Casa da Misericórdia. Foi escolhido para Almotacé a 1 de Janeiro de 1834 Bento José Leite Cabral de Vinha do Souto da Várzea ao tempo do Juiz Ordinário Dr. Victorino Augusto Ferraz de Almeida Bravo 212. De Bento José Leite Cabral Tavares Castelo Branco, senhor da Casa da Vinha do Souto de Cima (Várzea, Arouca), escreveu PINHO LEAL: “O altar-mór [da paroquial] foi mandado fazer e dourar, à sua custa, em 1853, pelo fallecido e honradissimo proprietario, Bento Leite Cabral Tavares Castello-Branco, d´aqui natural [aliás, nat. do Burgo], e visinho da egreja. Era irmão do morgado de Eiriz, tambem já fallecido. [...] A casa do referido Bento Leite, é uma das mais distinctas do Val de Arouca, e hoje propriedade de seus filhos (do tal Bento) os srs. João Leite Cabral Tavares Castello-Branco, e Joaquim Leite Cabral Tavares Castello-Branco213, cavalheiros tão honrados como o foi seu virtuoso pae. Chama-se a casa d´estes cavalheiros, Vinha do Souto de Cima.”214 esquema 9 – A sucessão das Casas, e dois primos coirmãos casados com duas irmãs Ferreira-PintoBasto

208

209 210

211

212 213

214

A ver QUINTA DA LAMEIRA, introdução aos Pinho, de Arouca, Os Pinhos da Pimenta e das Eiras. Dos Pinhos, das Eiras, homónimo do capitão e seu f.º. BRANDÃO; LOUREIRO - Arouca. Notas Monográficas…, p. 76. Em 1788 contava já 72 anos. Roberto António Teles de Meneses ía fazer 38 anos e estava casado com D. Úrsula Maria de Jesus, tiaavó do neófito. AUC, MSMA, Livro 1-A Foros da Comenda de Rossas nos concelhos de Arouca, Sever do Vouga, Paiva, Oliveira d´Azemeis e Albergaria. SIMÕES JÚNIOR «Jornal Defesa de Arouca», n.º 2156 (1998), notas recentemente recordadas. Joaquim Leite Cabral e Meneses Castelo Branco – f.º deste Bento José, acima – c.c. D. Cristina Eduarda Ferreira Pinto Basto e residiram na Casa de Santo António (Santa Eulália). Os Notariais fazem menção em 1877 ao seu Testamento Aprovado e no início de 1900 ao seu Testamento Cerrado (livro 1206-1); e, em Maio do mesmo, ao Testamento Aprovado de D. Cristina Eduarda, então viúva (livro 1212). A sua memória funerária, no cemitério de Santa Eulália, representa um livro aberto, em mármore, lendo-se nele, na página da esquerda, Joaquim Leite Cabral Meneses Castelo Branco, n. 30.06.1827, + 9.01.1908, e na página da direita, Cristina Eduarda. PINHO-LEAL, entrada "Várzea", vol. X, p. 208. O autor refere igualmente a casa de Manuel Joaquim de Sousa Brandão, irmão do bispo D. Leonardo; a ver igualmente QUINTA DE MINHÃOS, menção a D. Guiomar de Sousa Brandão.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz66

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

Filhos de António Leite Cabral e de D. Josefa Angélica, da Casa de Eiriz _____________________________________________________________________________ Maria Joaquina António José Diogo Bento Ana do Carmo Maria José Rita Jerónimo 1790 Casemira Leite 1794 1795 José 1803 1806 1808 Leite 1791 Cabral Leite Cabral 1793 Tav.s Tav.s Cast.º Br c.c. D. Susana Emília Castº Br., Casa da Vinha do Souto de Cima ___________________ ____ _____________________ José M.ª Jerónimo Diogo João Joaquim 1818 1827 c.c. c.c. D. Ema Júlia D. Cristina Eduarda Casa da Vista Alegre Casa de Santo António Casa de Eiriz

6. Ana do Carmo, b. a 7.02.1803, nascera a 30 de Janeiro, af.ª de Diogo da Silveira [Pereira215, que era casado com D. Maria de Santa Rosa de Lacerda Pereira Pinto e Vasconcelos, prima coirmã de D. Josefa 216]; 6. Maria José, b. a 1.01.1806, n. a 25 de Dezembro do ano anterior, e foi af.ª de Aires Pinto de Sousa Coutinho Moso Fid da Casa Real 217 e por procuração deste, António Joaquim Leite, tio da b. e D. Margarida Feliciana Teixeira, de S. Cosmado, e, por procuração desta, D. Maria Emília, tia da mesma b.; testemunhas presentes, o reverendo António Vieira de São José e seu irmão José Soares, [da Casa] de Alhavaite218; 6. Rita, b. a 17.08.1808, nascera a 9, af.ª do P.e Vitorino José abade de S. Miguel de Urrô e de D. Maria Emília, irmã da b.; virá a falecer de 16 anos, em 1824, no convento de Arouca, sem ter ainda professado, com o nome de D. Rita Cacia Leite: Com efeito, aos 8 de Out.º de 1824 D. Rita de Cacia Leite f.ª de António Leite Cabral e de D. Josefa Angélica Vasconcelos de Meneses, nat. de Arouca Bispado de Lamego Baptizada na Igreja de S. Salvador foi sepultada no Claustro deste Mosteiro de S.ta Maria de Arouca sendo secular na sepultura n.º 14219.

esquema 10 – Religiosas da família de D. Mécia, no Mosteiro Foram numerosas as religiosas desta Casa recolhidas no Mosteiro de Arouca: Oito; mais uma, em S. Bento da cid. do Porto. Porque facilmente se confundem – D. Mécia Leite, D. Maria de Berredo e D. Mécia de Berredo – convirá recordá-las num esquema conjunto: 215 216 217

218

219

Provável f.º de Diogo da Silveira Pereira, acima, pad. de dois irmãos de ANTÓNIO LEITE. REZENDE, ob. cit., p. 89. PINHO-LEAL, ob. cit., entrada “Villa Secca d´Armamar”, vol. XI, p. 1063. “A Quinta de Ayres Pinto tomou o nome do seu fundador o celebre governador das justiças, capitão geral dos Açores, etc, Ayres Pinto de Sousa Coutinho, casado com D. Maria do Carmo de Mendonça; –demora na margem direita (!...) do Tedo; – está toda phylloxerada e perdida – e há muito que jazia em abandono quase completo, –e muito mal grangeada e pessimamente administrada; mas no tempo do seu fundador foi uma das primeiras do Alto Douro.”. O mesmo autor remete para “Villa Real”, onde a pp. 998, traçando a genealogia dos “Guedes, senhores de Murça e da casas do Arco e de Barbosa”, diz: “25.º –Miguel Vaz Guedes de Athayde e Azevedo Brito Malafaia [...] casou 2.ª vez com D. Margarida Pinto de Sousa, filha de Ayres Pinto de Sousa Coutinho, moço fidalgo com exercicio, capitão geral dos Açores, governador das justiças da relação do Porto, do Conselho de Sua Magestade, Comendador de Aviz, etc, e de sua m.er D. Maria do Carmo de Mendonça”. Ver CASA DE POUSADA; igualmente, CASAS DE RONDE, IIB introdução aos Aranha, de Arouca, esquema 3. Pai de D. Maria Angélica Soares de Azevedo que de seu marido da Casa de Pousada houve a geração da Casa de Alhavaite. Livro das Sepulturas..., cit., fl. 23.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz67

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

______________________________________________________________________ Gaspar Leite de Miranda D. Mécia de Berredo I religiosa de S. Bento do Porto Diogo Leite de Miranda, da Feira, c. em Lamego, mor. na Feira ___________________________ I I D. Filipa Soares de Carvalho Gaspar Leite de Miranda I I ANTÓNIO TAVARES c.c. D. MÉCIA DE BERREDO D. Mécia Leite religiosa em arouca +1728 ____________________________________________________________ I I I I I Maria Bernarda Micia D. Tereza de Berredo DIOGO 16.04.1664 25.09.1668 23.09.1672 7.11.1676 D. Maria D. Bernarda M.ª D. Mécia religiosa em S. Bento de Berredo de Cast.º Branco de Berredo do Porto ab. 1717/29 relig. em Arouca relig. em Arouca + 10.08.1754 + 1.12.1752 + 18.07.1731 _________________________________________________________________ I I I D. M.ª Violante Melia BENTO JOSÉ de Berredo 2.09.1701 noviça 10.10.1729 professa 22.04.1731 + 30.01.1771 ______________________________________________________________ I I I D. Margarida Leite P.ra de Berredo D. Úrsula Margarida de Berredo ANTÓNIO 19.12.1752 30.10.1755 noviças 20.07.1777 professas 22.07.1778 + 13.03.1833 + 16.03.1809 D. Rita de Cacia Leite + secular, 8.10.1824, no Most.º Os falecimentos constam do Livro dos Obitos, excepto os três últimos que vêm no Livro das Sepulturas.

Por fim, o décimo e último filho de ANTÓNIO LEITE CABRAL 6. Jerónimo220 ou Jerónimo Leite Cabral Tavares Castelo Branco, dizia-se de 19 anos a 28.09.1830221; efectivamente fora b. a 5.12.1811 e nascera a 28 do mês anterior, af.º de António Leite Novo [18 anos] e José Maria [17 anos] irmãos do b., com procuração de Jerónimo Pereira de Castro Pinto, da Casa de Barreiros, Piães222, e D. Mariana Leite Pereira de Berredo tia do mesmo menino; testemunhas, o reverendo coadjuctor Fr.co José Tavares e o reverendo João Teixeira de Pinho Pereira e Pina asistente na vila de 220 221

222

BURGO, livro 6, cit. Arouca. Subsídios para a sua monografia, «Jornal Defesa de Arouca», N.º 1966 (1994): Notas do Dr. Simões Júnior, recentemente recordadas. Castro-Pinto, família com quem estava já casado seu irmão António de Almeida Leite Cabral. Jerónimo, da Quinta de Barreiros, era f.º de D. Joana de Castro Semedo (irmã de José Leite de Castro Pinto Mendonça, avô do outro José Leite da pública-forma 2) e de seu marido António de Andrade Pereira, da referida Quinta, como vai no esquema 13.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz68

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

Arouca. PINHO-LEAL trata-o, por mais de uma vez, de “Morgado de Eiriz” 223. “N´este logar está a casa (vinculada) que é solar de um dos ramos dos Cabraes. É um bom e grande edificio, com uma bellissima capella dedicada a Nossa Senhora. O actual possuidor d´esta propriedade é o senhor Jeronymo Leite Cabral Tavares Castelo Branco” 224. Detinha, também, bens de sua avoenga em Cimbres: “Na povoação de Simbres há [...] umas grandes casas de Jerónimo Leite Cabral Castello Branco (o morgado d´Eiriz) de Arouca”225. Aparece como rematante de propriedades da comenda de Rossas aos 30.07.1859 226. Não teve geração, que se conheça. A Casa passou aos netos de seu irmão António de Almeida Leite Cabral e m.er deste, D. Susana Emília Leite de Castro Pinto, por seu f.º Jerónimo de Almeida Castro Mendonça Castelo Branco c.c. D. Ema Júlia Ferreira Pinto Basto, em cuja descendêncua, como já encontrámos, demora a CASA DE EIRIZ. Como se viu, ao longo de tão grande percurso, as relações se confinaram apenas – e muito eventualmente – aos Aranhas de Pinho, de São Salvador do Burgo, e aos Pinhos, da Pimenta e das Eiras; aos Siqueiras de Milhaço, do mesmo São Salvador; a um Ferraz Bravo, de Urrô; e, por fim, já entrado o séc. XIX, à Casa de Alhavaite, outro vizinho também. Juntemos uma só geração mais (aliás já fora de Arouca: embora, com um de seus filhos, de regresso ao velho solar de Eiriz). 6. ANTÓNIO DE ALMEIDA LEITE CABRAL foi b. aos 18.01.1793, af.º de Alexandre Cardoso de Meneses e Fonseca(?) do lugar de Simbres [possível irmão de D. Josefa Angélica] e D. Isabel da Cunha Borba, de Logarinhos, Lamego, acto testemunhado pelo reverendo Domingos de Pinho Pimenta, das Eiras227, e Roberto Teles de Meneses, de Moção de Santa Eulália228. Casou ANTÓNIO DE ALMEIDA LEITE CABRAL – ou “António de Almeida Cabral Tavares, Juiz Ordinário do Julgado de Sanfins, senhor da Quinta de Sequeiros, de Piães, mas natural de São Salvador de Arouca” 229 – com D. SUSANA EMÍLIA LEITE DE CASTRO PINTO 230, f.ª de José Correia Pinto de Noronha e sua m.er D. Quitéria David Evangelho, da Quinta de Casal Seco, Piães. Moraram na Quinta de Sequeiros e tiveram José Maria, Jerónimo e Diogo, que se alinham no topo da PEQUENA ÁRVORE GENEALÓGICA de “o livro da Casa deEiriz”.

223

224 225

226 227 228 229 230

PINHO-LEAL, ob. cit., entrada “Piães”, vol. VII, p. 8, atribui-lhe a propriedade da Vista Alegre, de Piães, confundindo-o com o sobrinho, Jerónimo de Almeida Castro Mendonça Castelo Branco, f.º de seu irmão António e irmão – este sim – do senhor da Vista Alegre, José Maria Leite de Castro Pinto Castelo Branco. PINHO-LEAL, ob. cit., vol. III, p. 9-10, entrada “Eiriz”. Ver PINHO-LEAL, entrada “Simbres ou Cimbres”, “grandes casas” contíguas à capela de São Francisco. AUC, MSMA, Livro 1-A Foros da Comenda de Rossas, cit. O P.e Domingos de Pinho Pimenta, já mencionado, contando 78 anos, pois nascido em 1715. Tio-avô por afinidade, pois casado com D. Úrsula Maria de Jesus. BRAVO, ob. cit., p. 262. D.Susana Amália de Noronha, talvez por lapso, no registo de seu f.º Jerónimo.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz69

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

esquema 11 – FAMÍLIA DE D. SUSANA EMÍLIA, onde se vê a proveniência da Quinta de Casal Seco Alex. Correia Constantino Pereira Alexandre Pereira de de Noronha Cardoso, Berredo da Quinta Travassos de Mourilhe Leite c.c. M.ª da Silva c.c. Isabel da Silv.ra Pereira c.c. D. Isabel David Maldonado da Quinta de Casal Seco Evangelho I I I Cap. Alex. c. 1728 c. D. Mariana José Leite de Correia de Josefa da Castro Pinto Noronha da Silv.ra Pereira Mendonça, mor.s na Quinta de Casal Seco morgado da Ribeira de Mourilhe ____________________ c.c. D. Ana Euzebia de Castro I I I I Alex. Correia Outros José Correia de Noronha c. 1789 c. D. Quitéria David Evangelho e de Noronha e Menenes Castro c.c. D. M.ª Pacheco mor.s na Quinta de Casal Seco P.ra Hopman, do Porto I __________________________________________________________ I I I I I I I Diogo P.ra José Leite Alexandre D. Susana Emília An.to Leite Quitéria Manuel Pacheco de Castro n. 1792 Leite de Castro Pinto de Castro n. 1800 n. 1802 Hopman Pinto e Mendonça mor. na Quinta de Pinto Piães, Piães de Noronha n. 1790, mor. em Sequeiros, depois de casada fl. 122 fl. 170 e Meneses Sequeiros, 1824 ver ver Pública–forma 2 Pública–forma 1 esquema 12 – O apelido Leite de D. Susana Emília Se atrás se disse que à m.er de António Leite Cabral (D. Joana Angélica) não teria cabido o apelido Leite, diferente se passou com sua nora, D. Susana Emília Leite de Castro Pinto. D. Susana Emília Leite de Castro Pinto, era parente de seu marido António de Almeida Leite Cabral, como poderá ser visto na árvore de ambos. Com efeito, D. Susana Leite era 4.ª neta de D. Joana Trigueiros, da Feira, prima segunda de D. Mécia de Berredo, de Eiriz, ambas bisnetas de GASPAR LEITE DE MIRANDA: o mesmo é dizer que D. Susana era 7.ª neta de Gaspar Leite, e seu marido era 6.º neto do mesmo. GASPAR LEITE DE MIRANDA (Berredo, pela mãe) e sua 2.ª m.er D. Isabel de Aguiar, f.ª de Pedro de Aguiar, de Paçô, Feira, e de D. Margarida Pereira _________________________________________ I I António Leite de Miranda Diogo Leite de Miranda I I Gaspar Leite de Berredo D. Filipa Soares de Carvalho I I D. Joana Trigueiros D. Mécia de Berredo ou D. Joana David (que adopta o apelido de seu tio Gaspar) I I D. Teresa David Semedo, c. 1696 Diogo Leite Cabral, de Eiriz, c. 1699 I I Alexandre Pereira de Berredo Leite Bento José Leite Cabral c.c. D. Isabel David Evangelho (a ver abaixo) c. e mor. na Quinta de Sequeiros, Piães I I José Leite de Castro Pinto Mendonça António Leite Cabral I nat. de Piães, mor. em Eiriz D. Quitéria David Evangelho e Castro I I I D. Susana Emília Leite de Castro Pinto c.c. António de Almeida Leite Cabral

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz70

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

O mesmo esquema também mostra donde provinha o nome de Diogo Leite, f.º de D. Mécia de Berredo, de Eiriz.

esquema 13 – D. Susana Emília, neta da Quinta da Ribeira de Mourilhe Os Castro-Pinto colocam uma hipótese razoável ao motivo da inserção no NOBILIÁRIO em O livro da Casa de Eiriz, razão para valer a pena figurá-los num esquema onde se mostra o cruzamento das Quintas de Mourilhe, Casal Seco e Barreiros. A Quinta de Sequeiros veio pelo C. com os de Eiriz. ________________________________________________________________________ I I Fr.co de Mendonça e Castro, da Quinta de Mourilhe, 3.º neto de Jer.mo de Castro Pinto Outros, em instituidor da Capela da Ribeira sita no Porto de Mourilhe, com óbito de 4 missas 1651, 52 e 68 C.c. D. An.ta M.ª de Calvos, f.ª de M.el de Calvos Pinto e D. Ângela Tinoco da Silva _________________________________________ I I D. Isabel David Evangelho, da Q.ta de Mourilhe Outros, C.c. Alexandre Pereira de Berredo Leite do apelido Castro-Pinto ___________________________________________ I I I Cap. Alex. José Leite de Castro D. Joana de Castro Semedo, Correia Pinto Mendonça, mor. na Quinta de Barreiros, de Noronha n. 1734, Morgado c.c. An.to de Andrade Pereira, c. na Quinta de da Quinta da Ribeira f.º de Pedro Cardoso e Marta de Andrade, Casal Seco de Mourilhe *** da Quinta de Barreiros I I ______________________________ José Correia c. 1789 c. D. Quitéria David Jer.º de Beneficiado José Leite de Noronha Evangelho e Castro Castro Pinto da Quinta de Barreiros, e Meneses, mor.s em Casal Seco n. 1759 n. 1761 ________________ pad. de Jerónimo, 1818 I I José Leite D. Susana Emília c.c. An.to de Almeida de Castro Pinto Leite de Castro Pinto Leite Cabral Tavares, e Mendonça n. 1796, na Quinta de Casal Seco de Eiriz, Arouca n. 1790 moradores na Quinta de Sequeiros ___________________________________ I I I José Maria Jerónimo Diogo 1818 1819 *** Pública–forma 3 de O livro da Casa de Eiriz

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz71

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

Na Quinta de Sequeiros, Piães, de ANTÓNIO DE ALMEIDA LEITE CABRAL e sua m.er D. SUSANA EMÍLIA, vieram, como foi dito, filhos: 7. José Maria Leite de Castro Pinto Castelo Branco que consta ter sido senhor da Quinta de Barreiros, Santiago de Piães, e “Fidalgo da Casa Real”231 e, sem dúvida, senhor da Casa e Quinta da Vista Alegre, também Piães, brasonada no séc. XIX, onde morava em 1862 232 e aí viria a falecer, casado, s.g., em 1892233. 7. Jerónimo de Almeida Castro Mendonça Castelo Branco, nascido a 10.08.1818 e b. a 18, af.º do beneficiado José Leite Pereira de Andrade e de D. Ana de Noronha, tia do b.234; foi senhor da Quinta de Barreiros – a mesma, de um primo coirmão de sua avó e seu pad. de b. – onde registou o nascimento de sua f.ª Júlia, 1864 235; acaba por se instalar na Casa de Eiriz, Arouca, com sua m.er D. Ema Júlia Ferreira Pinto Basto em cuja geração continua a CASA DE EIRIZ.236. 7. Diogo de Almeida e Castro, ou Diogo Leite de Castro Pinto Castelo Branco, b. a 12.09.1819237, af.º de António Leite Cabral avô do Baptizado, e D. Anna do Carmo tia do mesmo Baptizado, e tocou por procuração Diogo Leite [tio pat., da Quinta de Eiriz]; exerceu funções de Delegado Régio em Taboaço238 e também de Juiz de Direito no Pico239 onde ainda estava em 1864240; regressou ao continente e viveu na Casa da Vista Alegre e aí faleceu “no estado de solteiro”, em 17 de Novembro de 1882241.

231 232 233 234 235 236

237 238 239 240 241

BRAVO, ob. cit., p. 259. Segundo procuração passada em SANTIAGO DE PIÃES, B. 1860-1872. BRAVO, ob. cit., p. 263. SANTIAGO DE PIÃES, B. 1792-1820, fl. 445. SANTIAGO DE PIÃES, B. 1860-1872, fl. 9. Voltara a Eiriz, sendo a primeira notícia, nos Notariais, uma Transação em 1877 (livro 1158-1); seguese outra escritura de dívida a seu parente da Casa de Santo António, em 1879 (livro 1159-2); e ainda uma outra relativa a servidões, de 1883 (livro 1166-1). D. Ema Júlia, viúva, figura com seus filhos em 26.08.1886 (livro 1166-9). PIÃES, B. 1792-1820, fl. 446. Qualidade inscrita na PEQUENA ÁRVORE GENEALÓGICA de O livro da Casa de Eiriz. SANTIAGO DE PIÃES, ainda em 1864, procuração sua deste ano. SANTIAGO DE PIÃES, último assento de B., outorgante de um carta-procuração deste ano. Ver BRAVO, ob. cit., pp. 262 e 263; igualmente, PINHO-LEAL, entrada “Vista Alegre”, vol. XII, pp. 1924-1925.

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz72

______________________________________________________

AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA

A CASA DE EIRIZ, DE JERÓNIMO LEITE CABRAL TAVARES CASTELO BRANCO, VEIO AO SOBRINHO, JERÓNIMO DE ALMEIDA CASTRO MENDONÇA CASTELO BRANCO, CASADO COM D. EMA FERREIRA PINTO BASTO, E PASSOU AOS FILHOS DESTES. TERIA SIDO, NESTA ÚLTIMA GERAÇÃO, QUE O EDIFÍCIO

FOI

PARTILHADO:

UM

TRECHO

POR

INTEIRO

TRANSFORMADO; E UM OUTRO TRECHO CONSERVADO, NOBRE, REDUZIDO, PORÉM, DO LADO POENTE, A 4 JANELAS DAS 11 DO TODO ANTIGO. A PARTE SALVA, RECENTEMENTE RESTAURADA – QUE INCLUI O TECTO DA SALA, UM DOS MAIS BELOS DE AROUCA – É PROPRIEDADE DO DR. MANUEL CASTELO BRANCO, BISNETO DE JERÓNIMO DE ALMEIDA CASTRO MENDONÇA CASTELO BRANCO E DE SUA MULHER, D. EMA JÚLIA FERREIRA PINTO BASTO

CASA DE EIRIZ. O livro da Casa de Eiriz73

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.