Casa-Museu Vasco de Lima Couto: Conteúdos para a Criação de um Website

June 16, 2017 | Autor: Ana Pereira | Categoria: Local History, Biography, Local and regional history, Historia Local, Biografias
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Ana Filipa de Jesus Pereira

Casa Museu Vasco de Lima Couto: Conteúdos para a criação de um website

Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Coimbra 2015

Ana Filipa de Jesus Pereira

Casa-Museu Vasco de Lima Couto Conteúdos para a criação de um website

Trabalho realizado no âmbito do Mestrado em Política Cultural Autárquica Unidade Curricular: Bibliotecas e Arquivos Municipais, sob orientação do Prof. Doutor Saúl António Gomes No ano letivo de 2014-2015 2

Índice Introdução ......................................................................................................... 4 I - O Patrono: Vasco de Lima Couto 1 - Biografia ..................................................................................................... 6 2 - Bibliografia ................................................................................................. 9 3 - Atividade Cultural ..................................................................................... 10 4 - Cronologia................................................................................................ 19 II - A Casa Museu 1 - História ..................................................................................................... 21 2 - Visita Virtual (Galeria) .............................................................................. 22 III - Espólio Documental da Casa Museu ...................................................... 33 IV – Informações 1 - Conservador ............................................................................................ 34 2 - Telefone ................................................................................................... 34 3 - E-mail ....................................................................................................... 34 4 - Morada ..................................................................................................... 34 5 - Mapa ........................................................................................................ 34 GPS ........................................................................................................... 34 6 - Horário de Funcionamento ....................................................................... 35 7 - Bilheteira .................................................................................................. 35 Conclusão ....................................................................................................... 36 Bibliografia...................................................................................................... 37

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Introdução No âmbito da unidade curricular Bibliotecas e Arquivos Municipais do Mestrado em Política Cultural Autárquica foi proposto aos alunos que desenvolvessem um trabalho referente a um espaço cultural que pudesse ser utilizado, pelas entidades responsáveis pelos espaços, para a dinamização dos mesmos. Na realização deste trabalho optou-se pela recolha de informação e posterior organização dos conteúdos para a criação de um website para a Casa Museu Vasco de Lima Couto, em Constância. Sendo Constância uma localidade que carece de dinamização a nível do património museológico faria todo o sentido trabalhar um museu local, nomeadamente um museu pertencente a uma entidade particular, uma vez que os museus que se encontram sob a alçada da Câmara Municipal têm alguma visibilidade e informação disponível no website da Câmara Municipal de Constância.

Constância conta com uma história não só ligada aos Marítimos e aos rios Tejo e Zêzere, mas também à poesia. Luís Vaz de Camões, diz-se, por Constância passou e por lá se apaixonou. Vasco de Lima Couta, à semelhança de Luís Vaz de Camões, também passou por Constância, apaixonando-se pela vila, de tal forma que nela se instalou durante quatro anos. Vasco de Lima Couto nasceu no Porto, corria o ano de 1923, e desde cedo demonstrou um enorme gosto pelo teatro. Pisou muitos dos palcos nacionais da época, com peças de sucesso na sua maioria. Vasco de Lima Couto foi D. Afonso IV na peça “A Castro” de António Ferreira, foi Lancelote Gobbo na peça “O Mercador de Veneza” de William Shakespeare, entre tantas outras personagens às quais deu vida. Viajou pelo mundo, esteve três anos em Angola, onde nunca deixou de trabalhar, nomeadamente em rádio, onde interpretou “ A Crónica de S. Leibowitz”.

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Voltou para Portugal em 1974 onde, cada vez mais ligado ao fado, se tornou um verdadeiro boémio. Vasco escreve, canta e ouve cantar os seus poemas na voz de grandes nomes da canção portuguesa. Os últimos quatro anos da sua vida são passados em Constância, onde passa os dias a escrever e o teatro foi ficando cada vez mais para trás. Vasco de Lima Couto veio a falecer em Lisboa no ano de 1980 sem que lhe fosse dado o devido reconhecimento. Neste trabalho optou-se por aprofundar um pouco mais a vida e obra do ator e poeta, a fim de dar a conhecer ao leitor e futuro utilizador do website um pouco mais deste que foi um dos atores e poetas mais subestimados do século XX.

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I - O Patrono, Vasco de Lima Couto 1 – Biografia “Eu sou poeta. Maldito, mas poeta. Sou também ator. Incómodo mas ator. Como ator, empresto. Como poeta, dou. Entre estas duas posições, vivo. Não represento nenhuma escola, porque não preciso de falar ao tempo do meu povo. Sou o tempo do meu povo! Se algum mérito possuo, é de não ser intelectual partido, para intelectuais de partido. Canto como sei e sei como sinto. Não dou respostas convenientes, porque – felizmente! – sou inconveniente. Entre homem chateado e a criança maravilhada, rasgo o tempo que possuo. (…) ” Vasco de Lima Couto nasceu no Porto a 26 de Novembro de 1923 e desde cedo demonstrou um grande interesse pelo teatro. Tanto que em 1947 pisa pela primeira vez o palco, pela mão de Alves da Cunha, tendo nessa época corrido quase todos os teatros nacionais a falar de poetas e de teatro. No ano de 1951, em Lisboa, ingressa, como ator estagiário, na Companhia de Amélia Rey-Colaço Robles Monteiro (Teatro Nacional Dona Maria II), uma das companhias de teatro mais conceituadas da época, no elenco de “La Nina Boba” de Lope de Vega. No entanto, devido ao facto de ser apenas ator estagiário, ganhava somente 50 escudos por atuação o que o levou a passar fome e a morar em casa de pessoas amigas. No ano seguinte volta para o Porto ingressando no Teatro Experimental, onde esteve oito anos, tendo representado peças de autores como Miller, António José da Silva, Steinbeck, Ionesco, entre outros. Em 1956 está em Coimbra, no CITAC (Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra) como encenador, pela mão de António Pedro. No ano de 1960 volta a Lisboa onde representa a figura de D. Afonso IV, na peça “A Castro” de António Ferreira, com enorme sucesso, o qual Vasco de Lima Couto atribui à direção de Paulo Renato. Durante dois anos esteve no Teatro da Câmara-Estufa Fria, sob a direção de Pedro Bom, mas considerava esse teatro “chato e despido de qualquer realidade”. 6

Em 1963 entra na peça “O Mercador de Veneza” de William Shakespeare, onde faz de Lancelote Gobbo. Teve tanto sucesso que o público começou a interromper a cena com uma salva de palmas, levando Vasco de Lima Couto a pedir ao colega com quem contracenava para entrar uns momentos mais cedo a fim de evitar a interrupção do público. Acabado “O Mercador de Veneza” regressa ao Teatro da Câmara-Estufa Fria, mas em 1966 vai para o Teatro da Trindade para representar “Todos Eram Meus Filhos” de Miller, chegando a fazer uma tournée pelo país. No ano de 1967 ingressa no TEL (Teatro Estúdio de Lisboa), onde representa, sobretudo, peças de Luzia Maria Martins, como é o caso de “Bocage, Alma sem Mundo” ou “ A Noite de Verão”. No entanto o TEL vivia com grandes dificuldades e Vasco, sem dinheiro, viu-se obrigado a trabalhar em televisão em peças que nada lhe interessavam, chegando mesmo a aceitar um convite de Vasco Morgado para o “Vison Voador” no Teatro Villaret. Durante dois anos andou a viajar, tendo finalmente conhecido África, terra pela qual se apaixonou, acabando por ficar cerca de três anos em Angola. Aí, Vasco de Lima Couto, desenvolveu intensa atividade. Entra para a Emissora Oficial, como colaborador e assistente literário, iniciando uma série de programas, nomeadamente o “Cantar de Amigo” onde divulga a poesia portuguesa. Ainda em Angola é convidado por João Aguiar a interpretar uma peça sua e também a adaptação que este fez de “Um Cântico Para Leibowitz” que na rádio se chamou “A Crónica de S. Leibowitz”, o original gravado, um dos raros documentos que se salvou após a independência, é a prova do grande talento de Vasco. Nos inícios do ano de 1974, sem explicação, Vasco decide regressar a Portugal. À chegada a Lisboa tem problemas políticos devido a comentários feitos numa entrevista, gravada e transmitida pela Emissora Oficial cerca de um hora após Vasco ter levantado voo. Após o 25 de Abril trabalhou no Teatro da Cornucópia que depressa abandona para se fixar uns meses em Paris. Ao regressar entra na Companhia Maria Matos, para representar “O Encoberto” de Natália Correia. Cada vez mais ligado ao fado, a vida noturna torna-se muito intensa. Na “Taberna de S. Jorge” (Porto) ou na “Taberna do Embuçado”, Vasco de Lima 7

Couto escreve, lê e ouve cantar a sua poesia. Grandes nomes da canção portuguesa (fado e ligeira) cantam os seus poemas, nomeadamente Amália Rodrigues, Carlos do Carmo, Simone de Oliveira, Alexandra, entre outros. Em 1979 cada vez mais cantado, concorre ao Festival da Canção e acende a polémica à volta do “Zé Brasileiro Português de Braga” pela voz de Alexandra, que apesar de não ter ganho o primeiro lugar, tornou-se célebre chegando a obter um Disco de Prata. Os últimos quatro anos da sua vida são passados em Constância, onde escreve na maior parte do tempo. O teatro foi ficando para trás ou porque não lhe pagavam o que achava ser comparativamente justo, ou porque o papel que lhe destinavam era nitidamente inferior às suas capacidades relativamente a outros incluídos no mesmo elenco. Vasco de Lima Couto colaborou ainda na página literária do Jornal de Noticias, gravou poesia em disco e publicou volumes de poemas. Veio a falecer em Lisboa no ano de 1980, deixando, para além dos seus poemas, uma carreira no teatro que muitos desconhecem em quantidade e em qualidade, e durante a qual não ocupou o lugar que merecia devido ao seu talento e conhecimento.

Vasco de Lima Couto

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2 – Bibliografia •

Arrebol, COUTO, Vasco de Lima, Gráfica do Porto, 1943 – Poesia



Romance, Couto, Vasco de Lima, Livraria Portugália, Porto, 1947 – Poesia



Recado Invisível, COUTO, Vasco de Lima, Tip. Lit. Pátria, Porto, 1951 – Poesia



Os Olhos e o Silencio, COUTO, Vasco de Lima, Tip. Liv. Simões Lopes, Porto, 1952 – Poesia



O Silencio Quebrado, COUTO, Vasco de Lima, Galaica imp. Porto, 1959 – Poesia



Bom Dia Meu Amor, COUTO, Vasco de Lima, Ângelo imp., Lisboa 1975Poesia

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3 – Atividade Cultural A atividade cultural de Vasco de Lima Couto passou sobretudo pela composição de poemas para grandes nomes da canção e do fado nacional. Assim o que aqui se apresenta é uma listagem de todos os Singles e LPs que incluem poemas de Vasco de Lima Couto.

Singles: Amália • • •

Andorinha Meu Nome Sabe-me a Areia Disse-te Adeus e Morri

Diolinda Rodrigues •

Três Tempos que o Tempo Fez

Beatriz da Conceição • • • • • • •

A Vida que Eu Sofro em Ti Noite Deite um Nome em Minha Cama Mandei Recado à Cidade Sou do Povo Como Tu Amor Pomba Branca Pomba Branca Eu Preciso de Te Ver

Maria Armanda • • • • • • •

Saudades do Paraíso Se o Teu Amor Começa A Noite Acaba Esta Forma de Viver Fado do Amanhã Só Porque Desenhaste a Rosa Branca Rio Tejo de Lisboa Que Noite Que Negra Noite

Simone de Oliveira • •

Sempre Que Tu Vens É Primavera Mesa Sem Ninguém Cama com Tão Pouco

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Alexandra • •

Senhora Maria Zé Brasileiro Português de Braga

Lenita Gentil • • •

A Ave e a Infância Preciso de Espaço Para Ser Feliz Com uma Pomba na Mão

Maria Myriam •

A Ave e a Infância

Vera Mónica • •

Ouve Lisboa Aquela Vida Que Eu Tinha

Alice Amaro •

Zé Brasileiro Português de Braga

Teresa Siqueira •

Se Não Fosse a Poesia

Elsa Coimbra • •

Meus Pais Fora de Casa Não Me Prendas o Vento

Lurdes Cristina •

Disse-te Adeus e Morri

Fernanda Maria • • • •

Marquei a Tua Mão Passos da Minha Cidade Parti Só Pela Noite Fora Dou-vos o Meu Silêncio

Carlos do Carmo • • • •

Sou da Noite Tenho a Pátria Num Rosto de Criança O Nosso Amor é Livre (Bom Dia Meu Amor) A Voz Que Eu Tenho 11

• • •

A Voz Que Eu Tenho Sou Para Voz Donde Venho Sou Para Voz Donde Venho

Max •

Pomba Branca Pomba Branca

Vasco Rafael • • • • • • •

Inventei Andorinhas O Perdão Que eu Peço a Toda a Gente Eu Canto Pra Todos Vós Esta Continua Saudade Os Namorados Não Têm Fome A Trova de Amar-Amigo Meu Amor Se Queres Ficar

Zéni D’Ovar • • • •

Trago A Minha Voz Cansada Fado da Distância Palavras Roubadas Fado da Tua Presença

António Mourão •

A Noite

Rodrigo • •

Nada É Pobre Quando É Povo Nesta Pátria Que Há em Nós

António Calvário •

Saberás Amanhã

Frei Hermano da Camara •

Saudades do Paraíso

Manuel de Almeida •

Queimei Tudo Queimei Tudo

Xico Jorge •

Pomba Branca Pomba Branca 12

Nuno de Aguiar • • • • • •

O Povo Venceu A Noite A Noite Baixou os Olhos Fado Alegria Nos Campos de Amar o Dia Parti Só Pela Noite Fora Seis Letras São Teu Nome

Guimarães •

Guardei Na Minha Saudade

José Manuel Osório • •

Que Povo é Este Meu Amor Sem Direção

António Melo Correia •

Minha Mãe

Tony de Matos • • •

Pomba Branca Noite Noite

João Braga • • • • •

Fado da Tua Presença Difícil Tempo de Amar-te Rua da Sombra Larga Saudade Que Me Dói Meu Amor Sem Direção

Jorge Barradas • •

Cidade das Três Pontes A Noite e a Rosa

Carlos Zel •

Meu Amor Se Queres Ficar

Carlos Macedo • •

O Tempo Que Me Acordou Nasci ao Pé do Teu Mundo 13



A Noite

Jorge Martinho •

Voltei

Armando Morais • •

O Que Tu És Em Mim Minhas Mãos

Carlos Barra •

Um Poema Para o Fado

Zé Freire •

Só Porque Desenhei a Rosa Branca

Camané •

Eu Sou A Sombra Pequena

Grupo Maranata •

Faz do Amor a Tua Paz

Trio Rio Azul •

Zé Brasileiro Português de Braga

Grupo Música •

A Ave e a Infância

José de Sousa (Acompanhado com Orquestra) • • • •

Venho Trazer-te o Natal que Não Posso A Canção da Noite Grande Meu Amor Se Queres Ficar Saudades Dessa Lisboa

LPs Amália • • •

Disse-te Adeus e Morri Andorinha Meu Nome Sabe-me a Areia

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Celeste Rodrigues •

Teia de Enganos

Simone De Oliveira • • •

Ai Amor Que Amor o Teu Mesa Sem Ninguém, Cama Com Tão Pouco A Noite e a Rosa

Aida de Castro • • • •

Não Vinhas Só Com a Noite Fado da Madrugada Se os Meus Olhos Te Dissessem Cantei o Humano Amor

Gina Maria •

Aili Meu Amor Ailé

Ana Rosmaninho • •

Na Prisão ao Pé do Mar A Noite Baixou os Olho

Lucília do Carmo •

Preciso de Te Ver

Maria da Fé •

Nasci no Fado

Cidália •

Esta Continua Saudade

Manuela Navarro •

Meu Coração Gota d’Água

Tina Santos • • •

Molho as Palavras No Mar Fui Perguntar ao Dia Fado do Amanhã

Maria Valejo •

Fui Perguntar ao Dia 15



Minha Alegria e Meu Dia

Adelina Silva •

Noite

Maria Jó-Jó • •

Rio Tejo Bom Dia Meu Amor

Dina do Carmo •

Na Prisão ao Pé do Mar

Arminda da Conceição • •

A Saudade que Me Dói Minha Mãe eu canto a Noite

Moniz Trindade •

A Minha Terra Amanheceu Um Dia

Max • •

Pomba Branca Pomba Branca A Noite

Vasco Rafael • • • • • • • • • • • • • • • •

Ouve Lisboa Que Povo é Este que Povo (Canção que foi censurada durante o Estado Novo) Esta Continua Saudade Fado da Madrugada Meu Amor Se Queres Ficar Maria Ninguém O Perdão Que Eu Peço a Toda a Gente Inventei Andorinhas Eu Canto Para Todos Nós Esta Forma de Viver Viagem Sem Razão Amor Não Olhes Para Mim Fado do Amanhã Ouçam Tudo o Que Vos Dou Fado do Adeus Cidade das Três Pontes 16

• • • • • •

Comprei o Amor Que Deus Via Aqui no Bar Português Torna Viagem Um Travesseiro Que Espera o Vento Ouve Lisboa Contente de Ser Bom Dia

João Braga • • • •

Fado da Madrugada Fado do Amanhã Que Povo é Este Que Povo Não Vinhas Só Com a Noite

António Mourão • • • • • • • •

Nos Campos de Amar o Dia Beijo a Noite e Vou-me à Vida Dei-te um Nome em Minha Cama A Noite Nos Campos de Amar o Dia Que Povo é Este Que Povo Palavras Roubadas Dei-te um Nome em Minha Cama

Fernando João •

Queimei Tudo

Carlos do Carmo • • •

Guardei na Minha Saudade Pomba Branca A Voz que Eu Tenho

Rodrigo •

Quando Vieres Logo à Noite

José Freire • • • • • •

Mandei Recado à Cidade Rua da Sombra Larga Saudades do Paraíso O Teu Amor Começa e a Noite Acaba Dei-te um Nome em Minha Cama A Saudade que Me Dói 17

• • • •

A Rua Desabitada Nas Horas Compensadas Assim Te Vejo Entrar O Que Tu és Em Mim

Nuno de Aguiar •

A Noite Baixou os Olhos

Herminio •

Beijo a Noite e Vou-me à Vida

Miguel Sanches • •

Eu Não Sei o que Foi Vou-te Contar Uma História

Maranata • • •

Salmo 29 Vaz do Amor Tua Paz Menino e Menina

Vítor de Sousa •

Sou Como Sou

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4 – Cronologia

1923 – Nasce Vasco de Lima Couto, no Porto; 1943 – Publica o seu primeiro livro de poesia, intitulado Arrebol; 1947 – Pisa pela primeira vez o palco, correndo o país a falar de poetas e de teatro. Publica o seu segundo livro de poesia, intitulado Romance;

1951 – Ingressa na Companhia de Amélia Rey-Colaço Robles Monteiro, como ator estagiário, na peça “La Nina Boba” de Lope de Vega. Publica o seu terceiro livro de poesia, intitulado Recado Invisível;

1952 – Volta para o Porto onde, durante oito anos faz parte do Teatro Experimental. Publica o seu quarto livro de poesia, intitulado Os Olhos e o Silêncio;

1956 – Torna-se encenador do CITAC (Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra);

1959 – Publica o seu quinto livro de poesia, intitulado O Silêncio Quebrado; 1960 – Volta a Lisboa para representar D. Afonso IV na peça “A Castro” de António Ferreira;

1961 – Ingressa no Teatro da Câmara-Estufa Fria, em Lisboa, onde fica durante dois anos;

1963 – Entra na peça “O Mercador de Veneza” de William Shakespeare, como Lancelote Gobbo;

1966 – Está no Teatro da Trindade a representar “Todos Eram Meus Filhos” de Miller;

1967 – Junta-se ao Teatro Estúdio de Lisboa onde representa fundamentalmente peças de Luzia Maria Martins; Durante a época em que esteve no TEL, trabalhou também em televisão e fez a peça “Vison Voador” no Teatro Villaret;

1972 – Viaja pelo mundo, fixando-se durante 3 anos em Angola, onde trabalhou para a Emissora Oficial;

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1974 – Regressa a Portugal. Após o 25 de Abril começa a trabalhar no Teatro da Cornucópia, mas depressa o abandona para se fixar durante uns meses em Paris;

1975 – Vasco de Lima Couto está cada vez mais ligado ao Fado e à vida noturna, deixando o teatro cada vez mais para trás. Publica o seu sexto livro de poesia, intitulado Bom Dia Meu Amor;

1976 – Fixa-se em Constância, onde durante quatro anos se dedica maioritariamente a escrever poesia;

1979 – Concorre ao Festival da Canção com o poema “Zé Brasileiro Português de Braga”, pela voz de Alexandra;

1980 – Vem a falecer em Lisboa.

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II – A Casa Museu 1 – História O edifico apalaçado dos finais do século XVIII onde hoje se encontra a Casa Museu Vasco de Lima Couto foi outrora a habitação de diversas figuras importantes da vida local e nacional, como o ministro setembrista Passos Manuel, o doutor Francisco de Oliveira Moncada, governador-geral de Angola, Jacinto de Sousa Falcão e sua esposa, descendente de uma linhagem dos doze de Inglaterra e o professor e pintor José Campas. Desde os anos 70 pertence a José Ramôa Ferreira, o famoso Zé Brasileiro Português de Braga, dos versos de Lima Couto. A Casa Museu Vasco de Lima Couto é inaugurada no final de Março de 1981, por iniciativa de um grupo de amigos, com o intuito de manter viva a memória de Vasco de Lima Couto, que fez chegar a sua voz a milhares de portugueses, foi cantado pelas grandes vozes nacionais, chegou aos melhores palcos do país e a rádio levou-o aos mais recônditos lugares de África e de Portugal. As razões que levaram à criação deste espaço de memória são fundamentalmente três. Em primeiro lugar, a Casa Museu surge porque José Ramôa Ferreira se dispôs a construi-la nas dependências do enorme palacete que adquiriu em Constância, vila onde Vasco de Lima Couto viveu durante os últimos quatro anos de vida. Assim o recheio do pequeno apartamento na Rua da Beneficência foi aqui armazenado e mais tarde exposto, criando assim um museu monográfico dedicado à figura de Vasco de Lima Couto. Em segundo lugar era necessário que a obra poética dispersa em cadernos, folhinhas, guardanapos de papel e margens brancas de jornais, os jornais, os desenhos e a correspondência que se encontrava guardada dentro de caixotes fosse organizada, e mostrada ao mundo, mundo esse que desconhece grande parte da obra vastíssima de Vasco de Lima Couto. E, finalmente, em terceiro lugar, para este grupo de amigos, era necessário criar um espaço de convivência, de memória, um espaço de celebração ao poeta e ator. Assim se explica o porquê da existência da Casa Museu Vasco de Lima Couto, inaugurada em 1981, em Constância, com a presença de sua Excelência o Presidente da República, o General Ramalho Eanes.

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2 – Visita Virtual (Galeria)

Hall de entrada – Mural com fotos de Vasco representando várias personagens no teatro.

Objetos do ator e poeta

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LPs com poemas da autoria de Vasco de Lima Couto

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Singles com poemas da autoria de Vasco de Lima Couto

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Corredor de acesso à biblioteca

Biblioteca da Casa Museu

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Pormenor da biblioteca da Casa Museu

O quarto de Vasco de Lima Couto

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A sala da Casa Museu

Pormenor da sala

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Pormenor da sala

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Objetos pessoais de Vasco de Lima Couto

Disco de prata do poema “Zé Brasileiro Português de Braga” escrito por Vasco de Lima Couto e cantado pela Alexandra no Festival da Canção de 1979

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Sala dedicada ao ator e poeta

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Escritório

O escritório: correspondência do ator e poeta e o original, escrito numa toalha de papel, do poema “ Zé Brasileiro Português de Braga”

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O exterior da Casa Museu Vasco de Lima Couto, no Largo Avelar Machado, em Constância

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III – Espólio Documental da Casa Museu Vasco de Lima Couto A Casa Museu Vasco de Lima Couto engloba um vasto espólio documental sobre as mais diversas temáticas. Para além dos muitos originais e correspondência trocada com amigos, a Casa Museu engloba ainda uma rica coleção de arte constituída por mobiliário e pintura. Embora a sua biblioteca não se encontre aberta ao público é possível consultar alguns dos livros, mediante marcação com o conservador. No seu espólio, dividido em diversas estantes, conforme a temática, encontram-se obras que vão desde história de Portugal, à história do teatro, passando pela arte, literatura nacional, nomeadamente romance e poesia, entre outros temas, e internacional, nomeadamente brasileira, entre outros temas. Uma das obras que mais salta à vista nesta biblioteca é a Lírica Camoniana completa, numa edição bastante antiga.

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IV – Informações

1– Conservador: José Ramôa Ferreira

2 – Telefone 9xxxxxxxx

3 – E-mail A Casa Museu Vasco de Lima Couto não dispõe de E-mail. Todos os assuntos devem ser tratados pessoalmente ou através de telefone.

4 – Morada Largo Avelar Machado, Nº 1-2 2250-030- Constância Portugal

5 – Mapa

GPS: 39.475310, -8.338401

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6 – Horário de Funcionamento A Casa Museu Vasco de Lima Couto não tem horário de funcionamento. Abre mediante marcação prévia com o conservador.

7 – Bilheteira A visita à Casa Museu Vasco de Lima Couto é gratuita.

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Conclusão Corria o ano de 1980 quando Portugal perdeu um dos maiores contributos para a canção nacional. Vasco de Lima Couto é indiscutivelmente uma grande figura do teatro nacional, embora nunca lhe tenha sido atribuído qualquer mérito. Maior ainda que a sua importância no teatro é o seu importante contributo para a canção nacional, nomeadamente para o fado. Nem todos se dão conta, e é necessário algum conhecimento da sua obra para poder identificar as suas letras na voz de Amália, Camané ou Simone de Oliveira. O certo é que é indiscutível o seu contributo para aquela que é a identidade de um povo: o fado, Património Imaterial da Humanidade. Vasco de Lima Couto deixou uma vasta obra entre poemas, textos soltos, desenhos e atuações em teatro, das quais hoje apenas nos chegam fotografias e um registo fonográfico de “A Crónica de S. Leibowitz” que Vasco representou para a Emissora Oficial de Angola, a pedido de João Aguiar. Este registo é um dos poucos documentos que se salvou após a independência e é uma prova indiscutível do talento de Vasco. A Casa Museu Vasco de Lima Couto é um importante centro museológico para o Concelho de Constância e também para a história da canção nacional e do fado. É portanto de extrema importância que a Casa Museu Vasco de Lima Couto tenha um website que a dê a conhecer aos possíveis interessados em visitar a Casa Museu. Este trabalho pretende ser um contributo para a dinamização e divulgação

do

património

museológico

do

município

de

Constância,

nomeadamente a Casa Museu Vasco de Lima Couto. É

impossível

concluir

este

trabalho

sem

antes

agradecer

a

disponibilidade do conservador da Casa Museu, pelo tempo despendido e pela paciência com que respondeu às dúvidas e questões colocadas, José Ramôa Ferreira, sem o qual seria impossível a conclusão do mesmo.

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Bibliografia OLIVEIRA, Manuel Alves de, RÊGO, Manuela (coautor), O Grande Livro dos Portugueses, Círculo de Leitores, Lisboa, 1991

COUTO, Vasco de Lima, coordenação de Rui de Brito e João Aguiar, Um Canto de Vida e de Morte, Edic – Editora, Lisboa, 1981

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